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[Música] [Música] [Música] Boa noite pessoal saudações astronômicas e sejam bem-vindos a mais uma edição do Olhar espacial eu sou Marcelo Zurita e junto com vocês vamos bater um papo sobre os assuntos mais relevantes do mundo da astronomia e do espaço bem-vindos ao olhar espacial [Música] [Música] a pergunta que não quer calar estamos sozinhos no universo essa busca por vida fora da Terra sempre fascinou a humanidade e recentemente o Rover perseverance da Nasa encontrou algo em Marte que pode ser a chave para finalmente respondemos essa pergunta uma rocha em formato de ponta de flecha coletada pelo
Rover apresenta características que podem indicar a existência de vida microscópica no passado Marciano mas seria essa Rocha a prova definitiva de que tanto esperamos para nos ajudar a desvendar esse mistério e entender o que a ciência já sabe sobre a possibilidade de Marte at abrigado vida o olhar espacial recebe hoje um especialista em astrobiologia A Professora Miriam forelli Pacheco miram boa noite noite é um prazer recebê-la no olhar espacial Boa noite é uma satisfação Obrigada pessoal a miram é bacharel em ciências biológicas pela ufms mestre em arqueologia Doutora em geociências e pós-doutor em física nuclear
pela USP professora da Universidade Federal de São Carlos Sorocaba desde 2013 e chefe do laboratório de paleobiologia e astrobiologia na mesma intuição atua nas áreas de fóssil de Gênese tafonomia experimental e pometa e astrobiologia miram eh confesso que eu fiquei surpreso assim pela por essas áreas tão específicas que você atua explica pra gente rapidamente o que é a fóssil diagênese tafonomia experimental e pometa bom Marcelo é são são áreas muito específicas da ontologia né que a paleontologia Ela estuda a evolução biológica eh no planeta Terra por meio dos fósseis e ela tem áreas muito específicas
né então por exemplo a fóssil diagênese Ela estuda como os fósseis eles começam a se formar como os organismos eles se preservam como fósseis depois que eles são soterrados por sedimentos e eles acabam virando rochas eh e especificamente a química e e a microbiologia do processo de fossilização já a tafonomia experimental ela vem de uma área chamada tafonomia que estuda de uma forma geral o processo de fossilização mas na parte experimental a gente tenta reproduzir alguns aspectos do processo de fossilização a gente tenta repetir eh replicar para melhor entender como que aquele organismo se preservou
e a pometa ela já é uma um esforço interdisciplinar seja um esforço de várias áreas da ciência para se buscar formas cada vez mais eficientes de se retirar informação do registro fóssil e também de interpretar da melhor maneira possível essas informações Então são essas as áreas que eu atuo e essas áreas ajudam bastante a na astrobiologia que é uma área que se propõe a estudar a origem a evolução e o futuro da vida no Cosmos né então a paleontologia junto com essas subáreas tem o seu papel na contribuição do entendimento da origem da evolução da
vida Que maravilha então Eh Miriam você tem tem muita atuação né nesta área da paleontologia e explica pra gente como que a paleontologia pode nos ajudar a identificar esses sinais de vida extraterrestre bom a eh eu ten que puxar a a brasa para min pra minha sardinha né porque a astrobiologia ela é feita de diversas áreas mas especificamente a a paleontologia ela ela apresenta uma possibilidade Única dos eh cientistas da astrobiologia poderem investigar Como era a vida na Terra em suas diversas versões o nosso planeta ele tem cerca de 4 E5 bilhões de anos de
existência e ao longo desses 4,5 bilhões de anos a gente começa a contar a história da vida tanto na sua origem quanto na sua evolução em diversos momentos no nosso planeta e a vida ela foi transformando o nosso planeta e e o ambiente que se estabeleceu no nosso planeta foi transformando a vida a vida de volta então a gente diz que essas diversas versões do nosso planeta esses diversos momentos de existência de vida na terra né Por exemplo a vida já foi ela foi microscópica e tão apenas e somente microscópica nos primeiros bilhões de anos
do nosso planeta né só a partir de mais ou menos uns 600 500 e poucos milhões de anos é que a vida ela começou a se tornar visível aos olhos humanos preservadas no preservado no registro fóssil então Eh e isso condiz com versões diferentes do nosso planeta né um planeta que era habitado apenas por microorganismos era um planeta muito diferente do planeta que a gente conhece hoje porque a vida também modifica a terra e isso fica eh preservado nas rochas então tanto os fósseis quanto o ambiente que aquele fóssil se preservou Dá pistas do que
era o nosso planeta há milhões e bilhões de anos e como a gente tem essas diversas versões do nosso planeta que são de fácil acesso no registro fóssil do nosso planeta no registro geológico a gente tenta estudar ao máximo isso reconstituir ao máximo esses ambientes para ter uma ideia de como eram versões antigas do nosso planeta e tentar entender se essas versões do nosso planeta combinam com outras versões de outros mundos do sistema solar como por exemplo as luas algumas das luas de Júpiter e Saturno Marte ou até Vênus então por isso que a paleontologia
é importante a gente ressuscita essas versões da terra e das formas de vida na Terra e como era o ambiente que acolheu e onde a vida evoluiu para poder comparar e modelar possibilidades de investigação em outros mundos do nosso sistema solar é isso aí a gente usa então esses esses microfósseis né terrestres como uma uma uma escala né como uma referência pra gente procurar eh essas essas esses indícios né em rochas extraterrestres não é isso Exatamente exatamente Maravilha eh a NASA anunciou né que o o Hover perseverance encontrou uma rocha em Marte com características que
podem indicar vida microbiana no passado uhum o que que essa Rocha a shiana falls tem de tão especial Bom eh o que ela tem de especial eu vou vou dar uma uma breve explicação do de como ela se parece né ela parece eh uma rocha feita de várias listras com cores diferentes e as cores elas variam entre vermelho e branco né aí vocês estão mostrando a imagem essa parte mais esbranquiçada que vocês estão vendo na imagem é um mineral muito especial chamado gipsita né mais conhecido se a gente puder fazer uma uma analogia com o
gesso mesmo é um sulfato de cálcio então lembra muito o o do que é feito o gesso e essa parte que tá entre essas partes mais esbranquiçadas são umas listrinhas mais avermelhadas é feito de uma ura de sedimentos provavelmente lama ou alguma coisa que um dia foi lama e hoje virou Rocha com um óxido um mineral muito especial chamado hematita né a hematita é um óxido de ferro e o que que é interessante a respeito disso é que não tem só esses minerais se a gente for olhar eh Onde tá a região onde tá mais
avermelhada ali tem vários circulozinho e esses círculos eles são umas variações de eh círculos mais eh esbranquiçados e círculos mais escurecidos aqui aí tá tá bem nítido aí na imagem de vocês então é um círculo que tem uma uma camadinha uma parte branca que é recoberta para uma parte mais escurecida né aqui no planeta terra mas aí a importância da paleontologia para astrobiologia aqui no planeta Terra a gente sabe que os microorganismos alguns microorganismos que tão eh eh que utilizam os nutrientes da das rochas e dos sedimentos para poder crescer e se reproduzir né E
proliferar eles podem ocorrer nessas rochas que são ricas em óxido de ferro né que s no caso a gente ten a hematita aí e esse óxido de ferro ele tá atrelado a matéria quando ele tá atrelado a matéria orgânica ele é muito importante porque a água pode passar por ali e quando a água passa por por ali reage com a matéria orgânica acontecem algumas reações um pouco complexas que a gente denomina na Química de redução Então essas reações elas acabam fazendo com que esse óxido de ferro que a gente fala óxido de ferro ela ele
tá no estado de óxido de ferro ele se transforma em um outro tipo de Ferro por conta da reação da matéria orgânica ali com a água que é um ferro numa forma que a gente chama de redutora e esse ferro na forma redutora ele pode servir de um alimento muito rico para microorganismos aqui na terra e a gente tem fósseis disso né aqui na terra a gente tem essas estruturas que elas são conhecidas como esferoides de redução é basicamente isso de tanto ess de tanto que essa reação ocorre nessa Rocha rica e em hematita essa
parte branca e a a rocha vai ficando esbranquiçada no meio que que o que mostra que a a a o ferro tá se transformando em um outro tipo de ferro um ferro redutor misturado ali com microorganismos então o que que o que que o pers serviran civil ele conseguiu detectar um tipo de metabolismo que foi fossilizado aí que pode ter pode ser algo relacionado à Vida que é muito parecido com o que aqui na terra a gente já detectou como sendo vida o problema é que aqui na terra também essas mesmas estruturas elas podem se
formar sem a presença da vida né Eh mas isso chama bastante atenção porque quando a gente eh tiver a possibilidade de analisar esse material a gente vai poder enfim testar se foram microrganismos ou vida ou qualquer ou mesmo infelizmente Talvez um evento não relacionado à Vida que fez isso mas realmente a foto é muito sugestiva e o fato da gente ter ali essas outras listras brancas que são as de psita né que é é é o sulfato de cálcio Isso mostra que um dia aquilo ali teve ação da água né Eh e mais uma coisinha
que tem ali são algumas pequenas olivinas que é um mineralz inho que é produzido muitas vezes por atividade vulcânica Então isso é mais uma das coisas que faz a gente pensar será que isso foi feito pela vida ou não porque todo esse toda essa Rocha e toda essa estrutura que a gente tá vendo ela pode ter sido produzido um outro evento Como por exemplo o vulcanismo atividade de um vulcão e não a vida mas quando um cientista para e olha algo que a gente tem a possibilidade de de poder investigar se a vida Claro chama
bastante atenção e nada igual foi encontrado em Marte até hoje então é é uma descoberta sem precedentes até o momento é chamou bastante atenção na na semana passada quando foi divulgado isso e uma coisa curiosa né eles chamaram essas essas marquinhas ulares de de manchas de de pele de onça né is manchas de leopardo né que é que realmente é muito parecido com eh no inglês Eles colocaram le leopard spots né manchinhas de leopardo exatamente eh essa essa Rocha ela foi encontrada lá no em um antigo Vale fluvial né chamado neretva Vales né Uhum que
pistas que esse local nos dá sobre o ambiente de Marte aí bilhões de anos atrás é uma ótima pergunta porque eh o o o o local de pouso desses hoovers como perseverance e o curiosity não é por acaso não é aleatório né então é feito um estudo assim muito sistemático e detalhado do terreno Marciano Antes de de se decidir onde para onde vão mandar esses hoovers onde eles vão investigar e essa essa Nere esse nerea vales eh realmente uma uma estrutura é um vale que foi escavado há bilhões de anos eh e que foi eh
em resultado da atividade de um rio que desaguava na cratera jezero que é onde nas proximidades de onde o per serviram se pousou de fato e onde ele tá estudando e o que é interessante é que esse eh eh esse Vale mostra que um rio desaguava ali E esse rio alimentava um lago que eh a Crate Ira a cratera gzero acabou formando esse Lago né então é é um corpo d'água a gente sabe tanto pela pela parte geológica que é um que a esse Vale foi um dia eh um um corpo d'água que hoje é
tá abandonado junto com a cratera jeiro gzero que também é um corpo d'água que hoje tá abandonado mas a gente sabe que ali teve realmente a presença de água na forma líquida e água na forma líquida é uma das condições nas quais a vida como a gente conhece se proliferou no no nosso planeta então por isso que é muito importante estudar essa região isso e e quando a gente fala assim né foi é uma outra coisa né que que eles anunciaram nessa nessa matéria né é que foi a presença de compostos orgânicos na rocha né
E quando a gente fala de compostos orgânicos a gente sempre relaciona a vida apesar disso não tá necessário ente né relacionada à presença de vida você podia explicar pro público o que que são esses compostos orgânicos e porque eles são considerados importantes nessa busca de vida ah é outra Ótima pergunta também eh bom o o per serviran ele tá ali com ele é ele não é só um robozinho que fica tirando fotos né então ele tem acoplado uma série de equipamentos né uma S partes deles do do do robozinho né Tem equipamentos diferenciados que trabalham
em conjunto ali e esses equipamentos eles conseguem eles vão mapeando com laser e de outras formas ali o terreno marciano e eles são capazes de ler os sinais químicos que ele que eles vão varrendo esses sinais químicos que eles vão que eles encontraram especificamente aí são basicamente carbono fósforo ferro e enxofre né eh e e a mineralogia disso né a combinação como esses elementos se combinam como minerais Como o próprio sulfato de cálcio até fosfato hematita foram essas coisas que o Sherlock que é esse sistema esse laboratorio Zinho ambulante que tá acoplado no per servance
foi capaz de detectar bom eh a detecção de matéria orgânica ela pode ser feita por carbono mesmo dependendo das análises só que como o carbono ele pode estar presente em vários outros minerais que não são orgânicos né Eh o per serviran ele tem um outro equipamento que faz a uma leitura mais detalhada do que pode significar esse carbono então ele consegue ver ligações entre carbonos e outros elementos como o hidrogênio por exemplo que mostram que é um que aquela matéria que ele encontrou é uma é um tipo de matéria orgânica mesmo e não um carbono
que pertence a um a um mineral que não tem nada a ver com matéria orgânica Então isso é um ponto positivo que a perc serviran tem por conseguir encontrar matéria orgânica de Fato né essa organização do carbono com outros elementos químicos mostrando Ah isso aqui é matéria orgânica né Por exemplo carbono com hidrogênio um exemplo disso só que qual que é a questão nem tudo que é matéria orgânica tem origem biológica então a gente tá a gente a gente geralmente fica com o radar ligado quando se encontra a matéria orgânica por ah nossa pode ser
proveniente de atividade biológica mas existem outros eventos que não TM a ver com a vida como por exemplo os eventos de vulcanismo ou água interagindo com determinadas rochas por exemplo dependendo da acidez da água se a água é muito ácida se existe gás carbônico envolvido nessas reações isso daí pode produzir matéria orgânica também e é uma matéria orgânica que não tá relacionada à vida então por isso que para se bater o martelo ou ou se fazer uma afirmação mais eh forte a respeito dessas dessas estruturas que foram encontradas em Marte agora é que os cientistas
precisam que essas amostras retornem Porque daí a gente pode começar a estudar a natureza dessa matéria orgânica de uma forma mais detalhada com protocolos e equipamentos mais sofisticados pra gente poder entender se isso é ou não oriundo da atividade de vida Ou seja é uma é uma é uma descoberta importante porque é algo realmente inédito nunca foi visto antes em Marte né uma estruturas assim mas é importante uma análise mais detalhada né mais aprofundada do que foi encontrado lá e isso no momento só pode ser feito aqui na terra né exatamente ente então assim tem
a importância do do perir tá ali mapeando e enviando esses sinais que mostram olha aqui é muito promissor até para se coletar algo de lá né Eh mas é é para por aí não dá para fazer uma análise mais aprofundada só com o perseverance essas amostras têm que voltar para cá espero que isso convença né as os investidores né que é o que é o o o o governo americano a investir nesse Projeto de Recuperação dessas amostras né o o mar sampler sample return né Que deve trazer essas essas amostras de volta me parece que
eles já estão tentando tentando fechar um acordo com com El musk né para spacex trazer essas essas amostras de lá mas ainda algo muito insípido ainda e a gente sabe que esses são os próximos passos né pra gente poder bateu o martelo né miram Exatamente é é por isso que eh é importante que se divulgue Eh esses achados e aí vem a importância também do da divulgação Científica e e dos Jornalistas e e e e dos YouTubers que tão divulgando esse trabalho porque de uma forma ou de outra isso passa paraa sociedade a importância dessas
descobertas e gera uma uma uma pressão na ciência para que a gente eh acelere o processo de de retorno dessas amostras né Uhum perfeito Miria só porque a gente não acredita que temos eh é T nos visitando Tem muita gente que acha que a gente é pessimista que a gente está fechando os olhos pras coisas mas na verdade não tem algo que a gente queira mais do que descobrir realmente né indícios de vida fora da terra né ah e E aí né nesse caso essa Rocha ela aumenta né as chances de a gente da gente
encontrar aí um uma vida pregressa né Não no momento né não algo que que exista né mas algo que já tem existido em Marte né Uhum O que que a gente pode aprender com essa descoberta mesmo que ela não confirme ainda a existência de vida passada no planeta vermelho Bom eu acho que é algo que eh mesmo que eu vou vou apresentar uma visão mais poética e filosófica talvez do que científica que mas é algo que a gente já sabe que todo ser humano já tem nós nascemos exploradores né então o primeiro ímpeto do ser
humano é migrar e descobrir o que tem do outro lado depois da montanha depois do Oceano a gente olhar desde a nossa pré-história a nossa pré-história é é a a história do ser humano é uma história de exploração né uma história de descobrir e de explorar outros ambientes e de conhecer e de olhar pro céu e de querer explor morar ali também então Eh A importância é que a gente continue indo em frente nessa empreitada agora A grande questão é a seguinte eh eu acho que até chovendo no molhado a gente dizer que a gente
tá vivendo num momento de Fronteira na ciência em que eh a gente tem que romper barreiras e tal o ser a história do ser humano é sobre isso né então a questão é apenas continuar com as explorações e obedecer realmente a nossa natureza exploratória eh E para isso eh cada vez mais a gente precisa de investimento na ciência então querendo ou não a gente embora não seja a primeira vez que a gente tá eh visitando a fronteira do desconhecido e tentando aprender com isso e tentando enxergar algo que a gente precisa de ferramentas e tecnologia
a gente tem que também eh pensar Qual que é a diferença entre a a fronteira e o limite do desconhecido né então muitas vezes se a gente não eh desenvolver novas tecnologias a gente não ou investimentos que sejam capazes de fomentar e gerar Essas tecnologias e formar e investir em projetos em cientistas e na formação de cientistas a gente não vai romper eh essa fronteira do conhecimento para ser capaz de fazer novas descobertas E então avançar né então todo o avanço ele ele vem eh ele sinaliza isso que nós precisamos de mais informação e se
nós precisamos de mais informação a gente precisa de mais tecnologia para isso mais investimento nessa tecnologia e mais pessoas capazes de operar essa tecnologia e de entender essas informações que Retornam perfeito até aproveitando essa essa essa eh esse gancho né tem uma pergunta aqui o usuário aqui curiosidades aleatórias eh talvez já tenham achado vestígios de vida e esteja em segredo você acha isso possível miram Olha vou vou usar uma frase do Fox molder do Arquivo X eu quero acreditar que não quero acreditar que não porque assim a maior parte do do cientistas que trabalham em
astrobiologia eles trabalham tentando melhorar formas de se procurar vida tanto na terra para entender o que tá fora quanto fora da terra também então fazendo experimentos pensando em modelos etc e eu não faço parte assim como a 90% do dos cientistas da astrobiologia não faz parte desse rol de pessoas que T acesso direto a essas informações que tão sendo coletadas ali ou que vão voltar Muito provavelmente muitos de nós não vai ter acesso a isso por mais que a gente esteja lutando todo mundo quer um quer um pouquinho né Eh mas quero acreditar que não
hoje Hoje penso eu que a ciência tá se movimentando eu fazendo parte do processo científico e vendo um pouco de dentro que a gente tá vivendo um momento em que a democratização dos dados ela tá sendo muito valorizada até mesmo por conta das fake News e para se evitar eh que existam falhas na reprodução de de experimentos e de outras partes do processo científico Então até para se publicar um artigo científico hoje a gente tem que deixar muito claro Quais foram os dados que a gente utilizou para que outros cientistas possam reproduzir Quais são os
métodos que a gente Quais foram os métodos que a gente utilizou para obter aqueles dados para que seja mais fácil de um cientista poder reproduzir então a palavra reprodutibilidade em ciência e democrati de informações nunca foi tão importante então nos sites da Nasa e de outras agências espaciais é óbvio que a gente não vai ter acesso em tempo real a tudo que eles estão obtendo mesmo porque como eles investem a grana deles naquilo eles vão ser os primeiros a a a quererem realmente ter acesso aos dados para poder publicar né mas eu vejo nos eventos
que eu participo e até o que eles vão liberando ali no site é muito mais rápido o acesso que a gente tem a informação hoje e até mesmo nos eventos científicos do que há 5 anos atrás por exemplo Então acho que vai ser muito difícil esconder dado Sim quero acreditar que não como cientista quero acreditar que não né Eu penso que na ciência de ponta eu acho que é meio incompatível né com com esconder dados né porque eh até até a gente pode imaginar que ó eu fiz uma uma coleta eu fiz um imageamento ali
uma uma uma um espectro de determinada região do espaço ou de determinada Rocha lá em Marte e tem coisas fantásticas aqui que eu quero publicar como meu artigo então eu não vou não vou divulgar Por enquanto vou escrever o meu artigo aqui e publicar na semana que vem no mês que vem numa revista né de de de com com com grande Impacto isso eu acredito que exista e eu acho normal natural e e saudável né a pessoa ter ter eh o seu reconhecimento lá pelo né até o seu retorno pelo investimento que é feito na
produção de dados científicos Tá mas nunca descobri algo bacana descobrir algo eh eh que seria talvez assim o objetivo principal né de tudo isso que a gente tá fazendo como a vida em Marte e esconder eu acho que esconder por esconder não é um dinheiro que seria realmente jogado fora né e a gente vê que a gente tá vendo agora né que a NASA tá passando por uma revisão eh financeira ali para até porque o cronograma vai ser modificado para para essas amostras retornarem se o apelo Dessa descoberta e de outras eh for forte suficiente
Talvez sim mas já já estavam pensando em atrasar o cronograma do retorno dessas amostras né então é uma pressão financeira incrível para que se escondam dados né em alguns algumas áreas da ciência por exemplo eh a própria astronomia se eu não me engano você quando vai usar um observ você tem do anos para aquele dado que você coletou naquele Observatório ficar confidencial e passou disso ele é aberto então assim é bem o que você falou você tem um tempo para você publicar na minha área não na minha área tem gente que senta nos dados por
10 anos daí é bem complicado mas assim enquanto a pessoa que investiu ou a instituição que investiu não publica é coerente que esses dados não vazem mas a partir do momento que a gente publica hoje tem que explicar certinho De onde você tirou aqueles dados deixar os dados brutos disponíveis eh num num banco de dados para que outras pessoas possam eh poder reproduzir o seu estudo né então hoje tá bem mais rigoroso o processo de publicação no momento que você decide publicar você também tem que mostrar os seus dados e isso é bastante importante Uhum
é a a métrica da ciência é a publicação é publicação então o quando se es se esconde eh dados coletados assim como você disse né é mais porque a pessoa quer monopolizar aquelas publicações em cima daquele tema né Uhum e não porque ela quer esconder o os os fatos descobertos lá da o objetivo o objetivo é sempre publicar né Exatamente é exatamente é E aí tem uma uma frase aqui que o que o Marcone Adriano relembrou e é sempre uma coisa marcante e chega até a arrepiar né de lembrar né ausência de evidências não é
ência de ausência né uma frase de Carl Sean isso conta muito né conta bastante até inclusive eh tem uma parte mais filosófica conceitual aquela parte da ciência que tenta trabalhar mais com a Teoria com o conceito né Eh na astrobiologia que tenta pensar a respeito de conceitos mais gerais sobre vida justamente é casa muito com essa frase do csan porque por exemplo o que estamos procurando hoje em Marte Estamos procurando vida como nós conhecemos Então nós estamos procurando a evidência em si e o que tá ausente aquilo que a gente não consegue ver muitas vezes
tem a ver com uma tecnologia que a gente ainda não desenvolveu por exemplo no século X falar em microrganismo nem existi essa a palavra era algo que tava talvez até no no domínio quase do Sobrenatural Então se um de nós dois aqui tivesse gripado e eu falasse para você Marcelo isso daí que tá tudo isso que você tá tá acontecendo contigo tá aí espirrando tá com febre e tal é um ser que está tomando conta do seu corpo isso antes do é né antes do microscópio antes da biologia molecular antes desses dos Testes que a
gente faz em laboratório e tal isava o sobrenatural a partir do momento que você tem tecnologia e a tecnologia é uma amplificação dos nossos sentidos a tecnologia que a gente usa em ciência é isso eh olha aquilo que a gente não enxerga aquilo que a gente não consegue enxergar escuta aquilo que a gente não consegue escutar mede aquilo que a gente não consegue medir E conforme a gente vai avançando tecnologicamente essa ausência de evidência Deixa de existir aí você começa a enxergar dados que se transformam em evidência então muito daquilo que a gente e existe
até o conceito de biosfera obscura e um outro de bioassinaturas agnósticas que seria o seguinte existe é possível que existam inclusive formas de vida no nosso planeta que a gente não consegue detectar porque a gente não tem tecnologia avançada para isso então microorganismos há há séculos atrás faziam parte dessa biosfera obscura a gente não conseguia detectar é obscuro pra nossa detecção mas não é que não exista então casa muito bem com essa frase do do carlan é e uma outra coisa a gente pode nunca encontrar vida fora da terra mas a gente nunca vai conseguir
provar que ela não exista né porque Pois é a gente pode até provar que ela existe se encontrar uma vez só precisa uma uma vez microscópio que a gente encontra fora da terra já enant enquanto a gente não encontra é difícil afirmar até que não existe né contrário né É Aham Pois é ah agora me diga uma coisa essa descoberta lá em Marte ela reacende eh a pergunta se estamos sozinhos no universo n qual a sua visão como astrobióloga sobre as chances de encontrarmos vida em outros planetas bom eu eu penso de uma forma bem
probabilística mesmo acho que como a maioria do dos astrobióloga né Eh primeiro a probabilisticamente a vida como a gente conhece nem que seja a forma mais simples possível encontrando as o que nós consideramos como condições para que ela ocorra como solventes universais como água é um exemplo disso processos que acabam gerando energia de forma que a vida possa aproveitar em suas atividades que a vida precisa disso né quando a vida tá em suas plenas atividades como reprodução metabolismo troca de informação ela precisa de energia e ela retira Essa energia de algum lugar né então Eh
por exemplo ambientes que geram energia são ambientes geológicos que produzem magma que produzem esses tipos de nutriente então mesmo se a gente for eh eh restringir a possibilidade de vida para contextos muito parecidos com o nosso então é vida como a reconhecemos né Eh porque conhecemos a vida que conhecemos a a a probabilidade não pode ser descartada e se a gente acrescentar isso as formas de vida que a gente é incapaz de reconhecer porque foge do que a gente das condições que nós que que que a terra tem foge das formas de vida que evoluíram
aqui eh da estrutura química que a vida tem aqui na terra né das bases químicas que a vida tem aqui na terra isso aumenta um pouco mais a possibilidade inclusive né então Eh penso eu que eh é algo que em algum momento a humanidade vai poder deparar com a a a detecção de vida em algum outro lugar do Cosmos além do nosso próprio planeta quem sabe até aqui no sistema sistema solar né Marte as luas de algumas luas de Júpiter como Europa Então são são candidatos muito fortes para que isso ocorra perfeitamente eh e a
gente quando a gente tá falando de Marte né Marte acho que é um dos dos do dos planetas né assim mais eh visados quando a gente fala de vida fora da terra né talvez não seja o o o mundo no sistema solar mais apropriado né mas é é o dos planetas que a gente conhece Marte é o que tem Tem essa possibilidade maior né Eh por quê né porque a gente sabe que no passado Marte já foi muito parecido com o que a Terra é hoje né muito parecido assim entre aspas né a gente sabe
que ele já foi um planeta mais quente mais úmido que teve uma atmosfera mais densa né O que tipo de vida pode ter existido em Marte nessa época bom se a gente eh estabelecer as bases aqui da nossa conversa de eh O que que a gente espera né O que a gente espera porque a gente é capaz com a tecnologia que a gente tem hoje de reconhecer Seria algo realmente parecido com o que aconteceu no nosso planeta Então se a gente voltar lá no tempo entre 4 bilhões e 3 meio bilhões de anos o nosso
planeta já tinha vida e a gente tem tem fósseis que comprovam isso e o nosso planeta ele tinha já água em superfície né uma uma atmosfera eh densa e uma e algo muito importante para segurar essa água em superfície essa atmosfera densa que é o nosso campo magnético que segura isso que protege o nosso planeta para que ele não perca a atmosfera que ela não saia por aí a cada raio solar que bate na atmosfera e para que a água não não evapore e não vai embora entre 4,5 bilhões de anos e e 3,5 bilhões
de anos Terra já tinha vida microorganismos Ok e e nesse mesmo momento no passado Marte Como você mesmo disse tinha água em abundância em superfície uma atmosfera mais densa né Eh e e tinha um campo magnético que segurava isso então a gente parte do pressuposto se na terra que as as condições eram mais ou menos parecidas com Marte nesse mesmo intervalo de tempo e aqui a gente já encontrava microorganismos Será que ali em Marte também essa isso não evoluiu não precisa ser Óbvio microorganismos idênticos né que aí a gente vai ter que entrar no conceito
de evolução dar Vini e e ISM e um monte de outros assuntos que que acabam tangenciando o tema Mas um pouco dificultando a conversa mas não seria impossível pensar que se na terra nesse mesmo intervalo de tempo há quase 4 bilhões de anos a gente já tem vida e a vida se preservou no registro fóssil aqui Apesar de todas as alterações que o planeta sofreu por que não essa vida não porque essa vida não se preservou em Marte se essa vida teria possibilidade de ter surgido ali então ela pode ter se preservado ali também Pois
é e o e o o o o fato né é que lá não precisaram de humanos né para poder criar as desfazer com as condições ideais né exatamente atualmente né Quais são os principais desafios pra vida em Marte então Eh fora essa parte de a gente poder visitar um possível registro fóssil O que é muito interessante é possível que sim exista formas de vida em Marte vivendo ali interagindo no substrato Marciano Existe alguma água existem alguns tipos de nutrientes só que Marte hoje tem um ambiente comparado ao da Terra com condições muito mais extremas pra
vida né só que existem eh eh cientistas da astrobiologia que estão mais na área da bioquímica da microbiologia muitas vezes até da física e da química em si que eles tentam estudar lugares do nosso planeta que tem que são lugares que TM condições muito extremas para tentar estudar os organismos ali e ver em que condições esses organismos eles conseguem se como que eles estão adaptados e eles estão muito bem Obrigada ali como no o Deserto do Atacama regiões específicas do Deserto do Atacama regiões do nosso planeta em que o o v ultravioleta é mais intenso
eh e outros cientistas fazem isso em laboratório eles pegam determinados tipos de microorganismos Que nós conhecemos como extremófilos que são microorganismos que são adaptados a condições super extremas de de temperatura eh ultravioleta enfim e eles vão vão testando esses microorganismos nas mesmas condições Marcianas e alguns têm tido até um relativo sucesso com isso isso faz com que os cientistas eles visitem a possibilidade de que sim em Marte é possível que exista vida vivendo mesmo não só vida fóssil em regiões muito específicas que tenham talvez algum eh algum tipo de nutriente ali disponível como as rochas
rochas são são muito ricas em nutrientes uma certa quantidade de água que não é absurda mas que pode fazer diferença e que Garanta que esses organismos consigam de alguma forma produzir por exemplo pigmentos que que protejam os protejam do do da ação do Sol da dos raios UV então sim podem existir microorganismos ali então isso daí é um objeto de estudo já do do pessoal que estuda a vida vivendo né os o que a gente eh chama de neontudo a nos primeiros programas olhar espacial a gente conversou com Amanda bendia que ela faz justamente esse
trabalho né deos lugares mais extremos para estudar como a vida se desenvolve nesses ambientes extremos e ter uma ideia de como que ela pode ocorrer né em lugares como Marte por exemplo o frio de Marte exposto a radiação e tudo mais né é uma uma coisa bem interessante o o Marc Adriano Faz uma pergunta que é uma pergunta recorrente quando a gente fala disso mas ela é muito importante né se o paradigma da vida ser o mesmo né com os mesmos compostos orgânicos e não orgânicos em qual parte do universo é uma ótima pergunta Marcon
Então realmente existem alguns cientistas que se preocupam muito e em fazer em trabalhar com conceitos né em pensar por exemplo em possibilidades de evolução biológica eh de formas de vida que não não estejam baseadas na estrutura química que a gente conhece aqui na terra né o carbono hidrogênio oxigênio nitrogênio enxofre o os famosos elementos químicos né e e compostos orgânicos só que para isso primeiro a gente tá tentando entender como que a vida no nosso planeta ela evoluiu Como se originou evoluiu e se proliferou nos mais diversos e se complexificou que é um outro fenômeno
que acontece também eh na evolução da vida na Terra então a gente não entende totalmente as bases eh e e os fenômenos evolutivos um fenômeno muito pouco conhecido e que é muito debatido é da emergência Então como pequenas partes se juntam para formar novas propriedades desconhecidas né então um exemplo por exemplo quando você tem o carro o carro quando ele tá completo em seu pleno funcionamento a gente pode sair por aí dirigindo o carro a emergência que acontece ali é a capacidade de direção do carro agora se eu pegar só o motor só a roda
sozinho eu não não consigo dirigir isso então juntos esses componentes geram uma emergência e a gente não consegue decompor essas coisas e entender como que essas coisas reunidas na vida geraram emergência na vida na Terra a gente não entende ainda exatamente como aconteceu como lidar com essas bases moleculares e e e como entender em que contexto Quais foram os melhores contextos possíveis para que algo que não era vida virou vida como que a não vida virou vida porque a vida se originou de algo não vivo Então como que eu separo essas coisas a gente não
consegue entender vai ser mais difícil ainda a gente entender e e quebrar um paradigma se a gente não entende nem o Nem nosso paradigma exatamente como ele funciona né E como como ele evoluiu mas sim existe um esforço muito necessário pra gente entender que e tentar testar ideias de que outros compostos poderiam se reunir gerar emergência ser capaz de reproduzir eh ter metabolismo e troca de informação e passar pela evolução biológica que isso é basicamente o que a vida faz então tem gente sim que estuda isso que estuda as Tais as possibilidades de biosfera obscuras
biosferas obscuras então sim enquanto tem cientistas que se debruçam nesse paradigma o que é necessário pra gente entender inclusive existem também um existe também um grupo que também pensa em E se fosse de outro jeito então é uma discussão necessária ela tem sido feita Mas é claro que a gente gasta mais energia naquilo que a gente conhece mais né perfeitamente eh além de fósseis miram que que outros tipos de evidência a gente pode procurar para confirmar a existência de uma vida passada em Marte bom eh não eu vou falar ainda da parte antiga tá não
não necessariamente Deixa de ser um fóssil mas é algo que organismo um dia deixou o organismo não tá lá né vamos supor tem uma série de bactérias aqui na terra que produzem minerais específicos né Tem bactérias que produzem sulfato de tipos específicos de sulfato de Ferro tipos específicos de hidróxidos de ferro ou seja produzem minerais específicos existem bactérias que fazem por exemplo a ferrugem bactérias que geram a ferrugem Então seria entre aspas eh Com perdão da palavra o cozinho das bactérias ali que se preservou então muitas vezes a bactéria ela morre e ela deixou para
trás isso que ela produziu isso que ela produziu é uma assinatura que ela esteve lá é o que a gente chama de bioassinatura isso pode se preservar por bilhões de anos a gente encontra isso no registro fóssil a bactéria não tá ali mas a a o resultado da sua atividade metabólica né enquanto ela interage enquanto ela se alimenta ela vai produzindo esses outros outros minerais essas outras coisas e aquilo vai ficando para trás Então isso é uma das coisas que a gente pode procurar né outras coisas são por exemplo eh evidências de que a vida
tá em atividade você não consegue enxergar exatamente que vida é essa onde que ela tá o tamanho dela mas você consegue detectar a respiração Então dependendo do do do equipamento que vai ali para Marte se é feita uma reação química em que eu consigo ver aqui tem alguma coisa respirando aqui Ou não Aqui tem alguma coisa que pegou o ar e transformou em outra coisa que é basicamente O que as plantas fazem né ela ela tá pegando eh eh os gases Tá aproveitando a luz e tá transformando em alimento né se isso pode ser detectado
ali por reações químicas também é uma forma de detecção de vida então os cientistas Eles são muito criativos para fazer isso e e eu tem um histórico desses Rover zinhos e e e de equipamentos que foram paraa Marte que tentaram fazer esses diversos experimentos e E essas diversas detecções também perfeito e eh eh recentemente né descobriram inclusive uma concentração de gás metano lá na através daquele do do do ditador lá que estav em estava em órbita de Marte descobriu uma concentração de metano e associaram né uma possível assinatura biológica né mas também pode ser produzida
também pode ser tem que se descartar a possibilidade toda vez que a gente encontra algo olha parece que a vida fez isso a primeira coisa que a gente faz é qual a outra explicação Qual a hipótese alternativa né então a gente o cientista faz aquilo que a gente chama de escrutinar ele vai olhar todas as falhas o grupo de cientistas vai olhar todas as falhas possíveis daquilo para ver se existe alguma outra possibilidade existe a possibilidade da não vida ter feito a mesma chegado no mesmo resultado né Uhum professora miram eh Se tem uma coisa
se tem um lugar no mundo onde o cientista é herói é no Brasil né a gente consegue fazer muita coisa com muito pouco recurso né e no que a gente fala de astrobiologia né Qual que é a importância do Brasil nessa área da ciência ou seja como que as pesquisas que são realizadas por aqui vem contribuindo com o desenvolvimento da astrobiologia no mundo a gente não tem muitos cientistas na área de astrobiologia no Brasil tá crescendo cada vez mais né a gente tem um maior número agora do que há 10 20 anos atrás em que
essa Nossa essa palavra era né algo que não existia aqui eh mas mesmo assim eh é uma área de difícil investimento principalmente a gente precisa de investimento para fazer pesquisa né então por exemplo o cientista ele geralmente vai trabalhar ou numa universidade ou no Instituto de Pesquisa a gente recebe o nosso salário para dar conta da nossa vida pessoal mas as pesquisas que a gente faz requerem equipamentos sofisticados viagens eh amostras Campo horas no laboratório tudo isso é dinheiro então a gente solicita financiamento de agências de pesquisa que estão geralmente vinculadas no no caso do
nosso país ao governo eh e por conta disso é é um a astrobiologia é um tema muito difícil da gente vender pras agências de fomento porque a gente precisa fazer um projeto que é avaliado pelas por essas agências de fomento e muitas vezes porque é uma área que e tem físico tem químico tem geólogo tem paleontólogo quando a gente submete pras nossas respectivas áreas é uma área muito difícil de explicar pros nossos pares então eu sou avaliada por paleontólogos Quando Eu submeto esses projetos na maioria das vezes é muito difícil exp explicar para um paleontólogo
porque que eu tô trabalhando com com um objeto de estudo que querendo ou não é é algo quase impalpável é experimental demanda que eu entenda muitas um uma gama muito grande de processos né então às vezes parecem projetos que são coxas de retalho que uma parte é difícil de você explicar como uma parte se comunica com a outra então tem uma certa resistência aqui no Brasil a com as agências de fomento para que esses projetos sejam eh financiados né Por exemplo eu sou docente na fisc há 11 anos a primeira vez que eu tive financiamento
foi no no fim do ano passado e e são financiamentos muito sofridos que você tem que ficar explicando e explicando e mostrando porque que é importante é claro Toda vez que você tem uma uma reprovação de um projeto Você fica muito chateado mas também isso faz com que você desenvolva habilidades retóricas e argumentativas incríveis né então eu sei cada vez mais você defende melhor o seu projeto e você sabe a importância dele né eh e e e porque é que você tá fazendo aquilo então o Brasil e ele tem uma certa dificuldade de trabalhar com
ideias novas na ciência ideias arriscadas pra gente conseguir financiamento de pesquisa muitas vezes você tem que ter um projeto em que você fala olha tá D praticamente eu já fiz tudo vai dar certo tá encaminhado tá encaminhado então assim e como que você vai encaminhar algo que você não teve dinheiro para fazer então por eu tô dando o meu depoimento por muito tempo eu fiz pesquisa com dinheiro do meu bolso Então é isso Eh mas é claro eu não não acho errado a pessoa que fala não eu não vou fazer Óbvio porque o seu salário
você ganha para né Eh coisas pessoais mas basicamente o primeiro projeto que eu tive aprovado foi no parto com forceps mesmo com Com perdão da palavra é muito difícil de fazer projetos arrojados no Brasil e que eles e que eles sejam bem vistos então talvez assim talvez não eu tenho quase certeza que esses espaços em que a ciência tem na divulgação Científica né então Eh os divulgadores quando saem essas reportagens no Brasil agora né que é algo até recente vocês já tão em sim e já estão chamando cientistas para falar então ninguém ajuda mais um
cientista no Brasil do que os jornalistas e os divulgadores científicos porque vocês que mostram a importância do trabalho desde o trabalho que tá sendo feito ali na NASA e de Porque é importante essas amostras voltarem até o trabalho do do brasileiro guerreiro que tá ali tentando financiamento né porque isso fica evidente pra sociedade e é uma forma da gente poder explicar a importância do trabalho então penso eu que se Tudo continuar assim né a gente tem bons divulgadores hoje e jornalistas científicos isso vai ajudar muito a divulgação da astrobiologia como uma área muito importante e
o trabalho dos cientistas que estão nessa área né é adesão que as futuras gerações podem ter também além do financiamento Ah eu eu eu acredito nisso também e torço para que a gente tenha cada vez mais eh eh divulgação porque eh na maioria das vezes né como você mesmo citou a gente traz os resultados para poder receber um financiamento para ir atrás de de de de de Mais resultados né exatamente não segue o o fluxo normal que seria a gente ter uma uma boa ideia uma boa uma boa eh um bom projeto né correr atrás
no financiamento para poder executar e trazer os resultados né então quando eu digo que os cientistas no Brasil eles são heróis É por isso né os pesquisadores aqui é muitas vezes tem que fazer mágica para poder tirar leite de pedra né E eles eles produzem resultados em pé de igualdade com o pessoal que tem estrutura e financiamento então isso mostra como que que o o cientista brasileiro ele tem uma capacidade boa de gerar resultados importantes e competitivos internacionalmente né pois é tanto que quando os nossos cientistas vão lá para fora eles são disputados né pelas
s pelas agências de pesquisa e eu acho isso muito triste porque a gente investe na formação do cientista aqui né a universidades públicas né que formam esses cientistas aqui de alto nível e eles vão Ger produzir ciência lá para fora né se a gente tivesse aqui um investimento também nessa parte da pesquisa pra gente poder eh eh não perder esses cientistas e inclusive até atrair outros cientistas de Fora para cá acho que seria o ideal é o sonho que um dia a gente ainda vai ter eh americano eh vestindo camisa da Agência Espacial brasileira e
Sonhando trabalhar por aqui pois é quem sabe eh pra gente encerrar eh eu queria que que você que que você desse alguma orientação né que recado que você pode deixar pro público que se interessa por esse assunto que quer aprender um pouco mais e que caminhos ele pode seguir para construir uma carreira nesta área bom eh o a a parte interessante da da astrobiologia é que você pode contribuir de qualquer área científica né então se você é químico você tá na fazendo uma faculdade de física química até matemática microbiologia biologia geologia são áreas que tão
crescendo muito eh e tentando se comunicar cada vez melhor para estudar a origem e evolução da vida no Cosmos e não interessa de de qual instituição você seja Eu Sou formada Originalmente numa univers na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ali até hoje a gente não tem um paleontólogo institucionalizado por exemplo eu não tive aula de paleontologia com paleontólogo a minha grande referência na área científica como orientador foi um arqueólogo Ainda bem foi um ótimo orientador me encaminhou bem mas eu eu não comecei estudando aquilo que eu realmente eh tinha mais afinidade e tô
conseguindo me colocar né então e não importa de qual Universidade você venha O interessante é que você Tente trabalhar com primeiramente Na graduação com cientistas que eh são abertos a acolher vocês no nos Laboratórios respectivos a novas ideias a discutir a te mostrar o caminho a a te ajudar naquilo que é necessário né bons cientistas também que que consigam dar Vazão para para aquilo que vocês querem colocar em prática se interessar pelo trabalho científico de eh e pela pelos laboratórios que fogem do do seu corredor então atravessar um pouco ali a a a rua da
Universidade sair do seu Instituto conhecer o outro sair de um departamento pro outro se você é da biologia vai assistir uma palestra na matemática Não importa se você não tá entendendo muita coisa S turma vai atrás não fica apenas fechado no seu mundinho na sua bolha porque que antes de seguir a carreira como na astrobiologia você tem que se formar como um cientista e como cientista você precisa de base você precisa saber conectar ideias e diferentes situações não precisa dominar tudo mas precisa saber que existem ideias diferentes e formas de pensar diferenciadas e existe uma
rede importante de astrobiologia no Brasil que a Sociedade Brasileira de astrobiologia aí depois eu posso mandar o link Marcelo você pode atrelar aqui se você quiser Uh tem um site incrível ali com um blog com textos incríveis escritos por pelo pessoal da astrobiologia de diversas áreas são textos muito didáticos naquele blog a Sociedade Brasileira de de astrobiologia tá tentando com com muito empenho assim e muita muita luta assim de uma forma muito admirável a diretoria faz isso há muito há algum tempo que é uma sociedade nova eh realmente estabelecer a astrobiologia no Brasil e que
ela se torne conhecida e ali no blog no site da Sociedade Brasileira de astrobiologia vocês vão ter contato com o pessoal que trabalha na astrobiologia em diversas áreas do país então tem gente das mais diversas áreas na UFRJ na USP na Estadual de Londrina na UFSCAR né No meu caso então no rio em vários lugares do Rio de Janeiro ali no Observatório Nacional então assim na federal do do Vale do Jequitinhonha ali em Minas Gerais então tem diversos lugares para vocês explorarem não importa onde vocês estão ah onde eu tô não tem gente que trabalha
com astrobiologia gente tem gente que me escreve dos diversos lugares do Brasil e a gente consegue fazer essas redes e colaborações e colocar essas pessoas então basta que você tem interesse e conversar sobre essas ideias e o pessoal ali da sociedade é 10 também para fazer isso também me disponibiliza a tirar dúvidas se for necessário todo ano a sociedade de astrobiologia eh Brasileira de astrobiologia organiza eventos esse ano vai ter também tá então fiquem atentos a isso participem tem um desconto inclusive pra participação do do pessoal que tá na graduação pessoal que tá em ensino
médio também é um é um blog muito interessante para que vocês Leiam e é isso assim lá tem o contato do pessoal que com que que eles trabalham mas o se eu puder dar um recado para vocês é aproveitem o curso de graduação para vocês estudarem o máximo se destacarem façam todos os estágios que vocês puderem acumulem todos os os conhecimentos e Leiam de tudo porque o importante a astrobiologia ela é uma área de conhecimento que vai virar uma ciência de conexão então a gente tem que se conectar biólogo tem que falar com físico que
tem que falar com matemático a gente não precisa falar a mesma língua mas de alguma forma a gente tem que se entender então explore a sua universidade e explore as outras áreas de conhecimento É isso aí aí o site da da Sociedade Brasileira de astrobiologia tá aí na tela tá o link também e e pessoal olha essas amostras aí coletadas em Marte Elas vão vir paraa terra a qualquer momento e a gente vai precisar de bons cientistas para poder analisá-las né então a hora de se formar é essa bom estamos chegando ao fim do programa
mas antes nós temos o quadro das imagens astronômicas da semana né Toda semana aqui no programa olhar espacial a gente exibe duas imagens que se destacaram na semana que passou e esta semana são duas imagens de tirar o folgo vamos conferir Então as imagens astronômicas da semana a primeira imagem é de um Fantástico registro da galáxia fantasma feita a partir de João Pessoa na Paraíba a galáxia fantasma também conhecida como messier 74 é uma galáxia espiral localizada a cerca de 30 milhões de anos luz de distância na direção da constelação de peixes a beleza dos
braços espirais salpicados de aglomerados Estelares e regiões de Formação Estelar torna a galáxia fantasma um objeto muito visado pelos astrofotógrafo se ver uma imagem com tanta qualidade obtida a partir de uma grande cidade normalmente com o céu tomado pela poluição Luminosa já a segunda imagem é um belíssimo registro da passagem do o cometa 13p obers pelo sistema solar interior a cada 70 anos esse gelado viajante cósmico se aproxima do sol e tem parte de seu gelo e gases congelados vaporizados pelo calor da nossa estrela mãe gerando uma exuberante calda que se estende por milhões de
quilômetros pelo espaço no último dia 30 de Junho o cometa atingiu sua máxima aproximação do Sol e agora está iniciando sua longa viagem de volta até a nuvem de orte mas não antes de gerar imagens fantásticas como esta registrada na República Checa e tendo em primeiro plano o belíssimo castelo de CTI Car pegadinha aí no nome do castelo e cisca que eu fiquei um tempão ali tentando memorizar o nome Castelo lá da República Checa mas que belíssima imagem desse Cometa hein Olha que Fantástico compostos orgânicos também aí né Nessa Cauda de Cometa na maioria deles
né miram É aí tem que chamar o Gabriel Gonçalves para para conversar Esse é o especialista Pois é e o e a outra imagem de um colega aqui da Paraíba o wer Farias olha Eh surpreendeu quando eu vi essa imagem porque ela foi feita aqui em João Pessoa né no do do no céu extremamente poluído luminoso amente né uma uma galáxia de magnitude 10 né que é é difícil da gente registrar ela de um local mesmo de um local escuro né mas ele com com as técnicas corretas aí com as técnicas bem apuradas ele conseguiu
fazer esse registro Fantástico tá que quando eu vi eu falei vou levar pro programa porque é realmente é é uma uma uma oportunidade muito legal muito bacana da gente mostrar o trabalho eh que vem sendo feito aí pelo os aros fotógrafos brasileiros sim belíssimo Pois é essa essa galáxia aí recentemente o James web registrou ela e mostrou toda uma estrutura entrin né de eh ligando esses braços espirais muito legal aí a imagem né do James web mas a imagem do Elder também ficou muito boa bom Infelizmente o programa tá terminando mas antes eu queria agradecer
muito mesmo a participação aí da Dra Miriam Pacheco por essa aula Fabulosa aí sobre astrobiologia e vida em Marte Miriam muito obrigado mesmo pela sua presença e fica à vontade paraas suas considerações ah Marcelo Eu que agradeço e parabenizo pelo pelo seu programa e pode ter certeza que é vai ser mais um um dos programas que eu vou compartilhar com os meus alunos né que sempre tão ávidos por aprender ciência Parabéns pela e sucesso muito obrigada pela oportunidade também Eu que agradeço bom eu Agradeço também a presença de vocês né que nos acompanham nessa jornada
astronômica que a gente realiza junto aí toda sexta-feira temos Encontro Marcado na próxima sex sempre às 9 hor da noite pelo horário de Brasília Olhar Digital o futuro passa primeiro aqui um ótimo final de semana para todo mundo e até a próxima [Música] [Música] h
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