E aí G1 E aí E aí E aí E aí E aí G1 E aí e eu acho que o diálogo é muito importante é a questão é que muitas vezes quem sempre foi privilegiado ele foi aproximado a falar sempre E aí só que o diálogo é assim né um fala outro escuta só que quem tá no grupo privilegiado tem uma dificuldade muito grande de ouvir e eu penso que agora tudo de aula você possível com essas pessoas elas fizeram se colocar no lugar da escuta e que elas não querem ser colocar nesse lugar da
escuta então não tem como eu conversar com uma pessoa que só quer falar falar falar falar e não quer ouvir ainda e houve um grupo que foi historicamente silenciado e tem esse direito legítimo a voz porque a gente tem essa resistência todo momento tem que estar ali né meio que Com escudo já preparada porque dentro dessa sociedade de toda a conjuntura histórica o corpo da mulher negra sempre foi o corpo de mercadoria né história das mulheres negras a história da posso falar quase um Clichê da a Natura é E lembrando que a classe trabalhadora tem
sexo e tem cor de pele né E aí eu prefiro tratar como raça novo sentido biológico mas no sentido social então é é a pirâmide é a base da pirâmide né porque existe todos os vários lugares esse preconceito da pessoa se usar uma roupa sim usar o cabelo muito cheio é que aquela não tem pente é isso eu escuto várias até hoje a resistência ela só se dá porque ela é por amor porque a gente sangra todo dia então se não tiver o amor você vai embora você não volta mais não quando eu penso movimento
de mulheres na periferia ela sempre criou meios de resolver essas questões e de pensar resistência de sobreviver Então somos nós mesmos né que estão os pensa e vamos que estão brigando tão brigando com a com as políticas públicas até que estejam que seja pensado colocando esse pau tem tanto crianças narrativas né Se for pensar que essas narrativas elas não existe um lugar não tem lugar para existir Então você tem que brigar para que elas estão para que elas têm visibilidade e é porque eu simplesmente estou lutando para um direito legítimo meu que eu não tive
que não foi negado historicamente eu quero falar não quero mais ser objeto de pesquisa eu quero ser o sujeito que estuda eu quero essa pessoa que está nos espaço que me foi negado então isso não sabe Vitor branco para todo jeito que tá numa situação de Privilégio se ele não entender que ele tem que ficar quieto e ouvir o todo tá falando ele vai continuar falando e a gente vai ter que continuar teto e acho que é esse que é um incômodo porque a gente não vai mais ficar quieta Nem que a gente tem aqui
para o embaixo né que a gente tá aqui para quando a gente vai e eu acho que o grande incômodo é esse [Música] E aí E aí eu faço começar falando é eu pensei muito importante a gente poder falar enquanto a mulher negra em primeira pessoa assim da nossa história porque a gente sempre foi muito colocada como objeto de estudo né ou como pessoas que não produzem conhecimento como não produzir literatura né e o quanto que isso prejudica a nossa formação enquanto sujeito né na formação da nossa subjetividade é E aí eu lembro sempre eu
ganhei de aniversário as datas comemorativas sempre livros e a contação de história de minha mãe enquanto princesa sempre as princesas eram parecidas comigo negras cabelo crespo. Só quer um choque né porque eu assistia à televisão quando ligar a televisão não era a mesma coisa que minha mãe contava Então foi uma crise retada tiver me contando que a precisa é preta na televisão e branca e é loira e ela me deu um livro chamado por uma semente de paz que conta história de uma professora que queria mudar a quebrada dela e todo mundo ver que não
querem possível que na favela só tem pessoas assim acho que a gente mas eu moro em uma e eu não sou isso que as pessoas tentando um livro então já que eu não sou isso que as pessoas tão dizendo livro e você a professora que vai mudar quebrada então assim eu lembro que eu tive vários problemas na adolescência que foram fazendo-o cair a ficha mas eu acho que na hora que eu entrei o movimento hip-hop foi uma ficha enorme que ela para mim aí o tempo aparece uma mulher negra mesmo em diferente da minha orientação
sexual que eu comecei a pegar vinil e eu peguei Lembro até hoje obrigada Daiana Ross e eu lembro que olhava para vender ficava em choque que eu falava meu Deus eu pareço com essa mulher essa mulher negra ele sabe que você fica com o choque de uma reação tipo assim nossa sua negra Porque tem uma ativa dominante né hegemônica EA gente é construída por medo para o silêncio cúmplice gente não fosse capaz e a gente tem que começar acho que se apodera dessas nossas narrativas da nossa história para conseguir disputar ativas né a gente não
pode aceitar que só contém histórias sobre nós né não é uma pois não é uma posição fácil né como usar o de lorde é tá sozinha muitas vezes é tão popular é ser ofendida injuriada Mas se a gente não fizer isso a gente vai concordar a gente vai aceitar que essa narrativa segura não esteja sempre em posta e sempre incentivo as meninas disputa em narrativas falem a partir dessas perspectivas das suas autoras né gente tá quebrado com essa lógica aí nos colocar sem medo uma pessoas que podem e devem né contar outras histórias na multiplicidade
de vozes na romper com essa voz única né Acho que disputaram a ativa é essencial para nós mulheres negras 1 e eu fui no dia o que tinha um rapazinho de cor bem preto que na hora que eu a vi e presenciei ele tava com um pacote de bolacha e aí o tempo segurança agora lá o que antes ficava mais na calçada agora eles estão circulando dentro do supermercado aí ele pegou o pacote de bolacha do rapazinho ele tá tava de camiseta e um short Comprido não mas estava com o pé no chão aí ele
recebeu o pacote de bolacha e falou vai lá para fora E aí [Música] e eu acho que ele tinha que ter chegada a ele e perguntado Você tem o dinheiro ou então nem nem nem precisava perguntar o e essa cena Já vi várias várias vezes e essa me doeu assim aí como estava com a outra pessoa aí eu falei olha eu acho que eu vou comprar bolacha e dá para ele que eu acho que ele tá com fome é mas eu fui assim para casa não pensando na fome que ele estava foi do que um
guarda fez que se fosse um branco ele não fazia porque assim eu fui na minha história eu falo que eu fui traficante com mais de 10 anos da minha vida então apanhar de polícia para coisa que eu mais aconteceu comigo e eu sofri vários tipos de violência de a polícia chegar já me batendo né porque eu ficava o dia inteiro ali a gente não seja de outros policiais sabiam que não era traficante Mas eu sempre escondia droga Aí eu lembro que apanhava várias vezes de policial muitas vezes me bate uma depois que ela vai ela
é menina eu já tinha apoiado além do debate de morte letal está trazendo um outro que é de morte simbólica e quando você descobre que tá morrendo simbolicamente com os apelidos com xingamentos com os assédios estupros enfim talvez você reaja mais cedo para tentar não chegar precocemente e nesta artística né eu lembro que o meus avós minha mãe tem que falava ai você quando a crescer tem que fazer um curso de secretária tem que fazer o curso de contabilidade do vovô e aí eu fiz todos esses cursos só que eu não consegui emprego nessa cidade
totalmente racista eu não conseguia E aí uma uma vez eu li um anúncio num jornal não lembro quando foi assim que eu li algo de uma de uma menina de um homem negro que falava que quando entregava currículo ele não colocava a foto aí é o Nossa então vai ver que por isso que não tá me chamar eu comecei aí eu fiz isso aqui na cidade começou a entregar os currículos sem foto e me chamava para entrevista só que aí quando eu vi aqui era eu e aí não passava E aí tanto por ser mulher
preta e gorda e aí essa questão do medo de voltar a ser empregada doméstica que assim mesmo hoje sendo professora é muito difícil eu conseguir passar numa entrevista de e por conta da minha imagem e eu tenho quase certeza que eu não vou será feita nas escolas pelo menos aqui de Santos e aí se eu não fosse feita nas escolas tanto eu vou voltar a trabalhar onde que é o único lugar que me aceito sendo empregada doméstica e aí a questão quando eu falo que não é que é ser não é que é errado a
mulher preta sem empregada doméstica O problema é que ele não pode ser esse único caminho para ela né eu parece que já tá predestinado a minha avó foi empregada minha bisavó foi empregada doméstica empregada doméstica não ela era escrava né ela teve a boca pregada por que ela não quis se deitar com o Senhorzinho isto minha avó Fala desde criança me avisa a vó teve essa condição minha avó foi empregada doméstica minha mãe foi empregada doméstica e aí o medo de voltar a ser empregada doméstica porque eu minha última experiência dentro de uma casa que
foi lá no aqui na cidade vizinha em São Vicente foi quando o dono da do né o patrão pediu para eu comprar um leite e aí ele me deu o dinheiro a marca do leite que hora que eu cheguei lá comprei o leite mais barato e aí quando ele viu ele se revoltou ele ele se transformou ele é porque que você compra esse leite do mais barato eu falei que é mais barato não sabia que tinha marca esse na tua favela não tem um muquifo tufão esse Leite tu leva para tua casa e aí eu
comecei a me tremer Porque até então era totalmente submissa E aí eu peguei a caixa de leite e abrir falei essa não serve para sua casa que é um muquifo para minha casa que não vai servir aí eu peguei e joguei o leite na pia e fui embora [Aplausos] [Música] G1 é a Lúcia máquina fala uma coisa que eu não tinha parado para pensar mas era é muita verdade que até então eu era uma mulher que era Negra bom e depois que ele vai descobrir que é uma mulher negra importante dizer que eu descobri Apesar
de todas as características eu descobri que eu sou negra não faz muito tempo eu tenho 59 anos de idade e eu descobri Eu acho assim arredondando ampliando bastante uns 20 anos talvez menos é porque o Brasil tenta esconder não para Tim poderá para te incluir mas para você não saber da sua história e não sabia da situação do Brasil e não querer brigar para mudar esse estado de coisa É Para Isso que é escondido por isso escondido enquanto a gente é morena Oi gente não sente o tiro de primeiras aí não é comigo a piadinha
é brincadeira sempre porque você é morena Então não é racismo é brincadeira é o brother eu não sei o que você não entende aí quando você descobre que tipo eu não sou morena surpresa Negra caiu jogo vira e aí você conseguiu entender as estruturas sociais né que nos colocam nesse lugar e aí você conseguir criar conseguir pensar em resistências nem forma de resistir a isso então isso te dá um fortalecimento muito grande e principalmente a falsidade de se amar né de de conseguir se amar você tá entendendo a estrutura que você tá a importância de
ser mulher negra né e de conseguir olhar para assim mesmo assim e de pensar uma outra perspectiva que até então você viveu a vida se escondendo viu a vida apagada né É é o meu medo é assim às vezes e assim eu amei isso aqui é muito grande às vezes e no preconceito das pessoas entendeu no prédio mesmo eu me lembro que não só ela eu já sofri preconceito e por você no nordeste ou tem o cabelo assim tá cheio tá tá muito grande tá muito feio uma pessoa Às vezes perguntou Nossa porque você não
corta seu cabelo e em usa queria aquele corte antigo que você usava então isso para mim eu jamais falaria para pessoa nenhuma é isso que eu passei e a gente rompe com ciclos de violência nas nossas próprias famílias Então aquela frase nossas passa sem de longe hein eu acho que é muito importante então o amor para nós eu acho que é um ato de resistência né que quando a gente se ama a gente vai olhar o mundo de outra forma e vai reconfigurar as relações ao nosso redor de outra forma E aí [Música] E aí
o conceito de interseccionalidade ele é um conceito que já venha sendo estudada há muitos anos pelas mulheres negras que é pensar como raça classe e gênero se entrecruzam na gerando diferentes formas de opressão pensar como essas operações estruturam a sociedade então que não dá para ver se elas de forma isolada Por que elas estão fisicamente ligadas à E é difícil Às vezes a gente até fala às vezes diferenciado não eu hoje tô militando pela lei de ver não é hoje agora estou falando pelas mulheres negras da Marcha Mas é porque é assim que as pessoas
colocam mas de verdade de fato para mim as outras são iguais e não existe para mim poder fazer uma defesa de uma mulher transexual sem deixar o recorte da mulher negra transexual porque eu sei quem é que passa mais dificuldade eu sei aqui tá sempre na margem da constituição eu sei que aquela que vai acabar morrendo com a minha idade quando tem hoje 35 anos de idade é o limite de idade com aquela mulher vai ter a gente pegar os últimos dez anos segundo uma conta da violência diminuiu o ingresso por cento o assassinato de
mulheres brancas e aumentou e 54,8 por cento de mulheres negras ou seja as políticas de Combate à violência contra a mulher não está atingindo as mulheres negras e por que que não se tem esse olhar interseccional de racionalizar as por isso que as de gêneros de pensar para além desse olhar direito Universal né então achei interseccionalidade de fundo é como um modo da gente conseguir pensar uma outra forma de sociedade e E aí [Música] E aí E aí [Música] e eu recebi um prêmio que é bem importante para cena e uma mulher preta receber esse
primo que eu sinto é diferente um homem na rua pintando uma mulher hein E aí sabe as pessoas ficam espantados Então na hora que eu recebi a premiação eu olhava assim meu olhar indignação E aí o pior disso né proferiram de repente uma uma visão minha não tô né é depois durante lá que teve um coquetel tal nenhum homem veio me dar o parabéns pelo prêmio Eu venho falar poxa aqui da hora não Nossa me dá um salve quando a gente fala nenhum homem é tô aqui em Santos mesmo teve uma vez que eu cheguei
para cantar eu saí da escola super atrasada ofegante cheguei para cantar quando eu cheguei na hora do palco o cara que tava apresentando olhou assim não umas que você tá fazendo aqui ó Fran vou cantar aí ele não não que eu não vai cantar aí eu tive que abrir pegar pegar o celular mostrar o banner aí no meio que eu tava cantando ele cortou minha base não satisfeito ele cortou o microfone e aí eu abaixei o microfone assim falei ah não precisa de microfone vamos chegar galera que eu vou respeitar a letra C microfone daí
meus amigos falaram meu do outro lado da Praça eu tava numa loja eu ouvir sua voz em microfone que loucura é essa eu falei então é o poder da mulher preta né porque tem que fechar as portas para gente mas eu sempre costumo falar a gente não mexe para eu chego meter os peitos e aí porque é um espaço nosso também eu lembro que eu queria fazer doutorado na USP aí uma pessoa me disse assim lá não dá a e a gente não sobrevive e hoje quando eu vejo as mulheres negras o povo negro na
USP é eu falo nossa que maravilha Que bom que essa Juventude está conseguindo resistir a tela não é nosso lugar mas vai ser porque o estado brasileiro me deve nos deve isso que quem trabalhava quem que ensinava os filhos e as filhas dos da casa grande pera aí quem que vai para cozinha até hoje aí cozinha africana cozinha francesa para aí quem cozinha quem faz esses Quitutes salgados os doces então nós civilistas nós construir nesse país e parece que a gente tem que pedir licença para gente tem que pedir permissão os cara para fazer um
evento só de mulheres permissão para cantar mas os caras vão sozinho assim nunca fizeram ele que chegam chegando falar é assim mesmo o bagulho é assim e a gente não pode chegar e falar o bagulho assim tem que falar agora tem que falar sabe não é nem sabe nem querer agora tem que chegar no lugar e falar o bagulho é assim com a gente pronto E aí [Música] o projeto de mundo para mim é muito importante a partir da perspectiva desse lugar que a mulher negra ocupa na sociedade porque Quantos você reconhece a estrutura e
entende a importância de ser mulher negra é de se rever rever o mundo aí tratar o mundo de uma forma diferente eu acho que isso é muito importante assim que eu gostaria muito que essas meninas tivessem referências e narrativas a ponto de se viver de outra forma né e um exercício de paciência então dá para ter paciência eu não tenho paciência eu escuto Por acreditar no de aula eu escuto por isso mas que por dentro Eu estou fervilhando querendo explodir Não tenha dúvidas de que eu recebi muitas críticas com relação ao meu disco só fala
de mulher preta que só fala de racismo eu falei mas é o que eu fico todo dia escrever sobre o que eu soubesse que eu tomo de vez em quando bem entender que negar quando a gente nega em outras epistemologia sou esse conhecimento não é que a gente está desde a gente mando eles ele fica muito claro a gente só tá apontando os limites deles e quando a gente quer pensar outras formas de conhecimento significa reconfigurar o mundo por outro olhar e por outra forma né a gente não quer mais olhar o mundo através desse
olhar que disseram para nós a gente quer e reconfigurar a partir do nosso um e o que é o mundo o mundo onde mais horizontal no sentido das edificações então mundo que tem quintal o mundo que a que é um de as mulheres levam pouco conhecem as mulheres pobres no geral e as mulheres negras o mundo mais solidário é né eu fico olhando para minha neta meu neto Eu falo por mim eu ia aí né mas se agora eu entrego eu falo assim ah vou parar Então eu tô tudo que eu falei aí é mentira
né vou conseguir tudo que eu falei então assim é uma briga todo dia essa briga de área que a gente fala fala de você querer fazer as coisas não têm a moeda de vocês saber que que que o que você tá fazendo vale mais e as pessoas não querem dar aquele valor saca é dói não é por isso que eu falo que é sangrando parada é sangrando a Lei Maria da Penha poderia funcionar te falo a mulher quando ela apanhasse Ela poderia ter um lugar que ela realmente fosse segura a delegacia realmente fosse um lugar
que é nós quando sofrer assim qualquer tipo de agressão que seja ela física moral psicológica nós sentimos seguras de lá e eu acho que o lugar perfeito mesmo para se viver e eu acho que a priori seria um lugar que tivesse de fato respeito então se hoje fosse muita a primeira metade soubesse dividir um pouco do que tem eh com as outras pessoas ou então até um diálogo escutar o outro seria tão melhor G1 E aí E aí a força determinação várias noites em claro revezando o meu trabalho preta áreas Aliados o que conquistei O
que concretizei são resultado das Barreiras que eu mesmo quebrei sou fruto daqui coração corpo mente alma espírito nativo a flora EA fauna quebra concreto não sou objeto tem o palavras demais para romper meu dialeto guerreira brasileira minha arma o microfone munição Papel Caneta e o meu fone quem quiser para ficar aí eu vou me adiantar sempre se fosse assim vontade para continuar mantém a pulsação sua estadia não quero miséria panela vazia orgulhosamente rimando consentimento preta a agradece a todos sem por cento é isso não errou é [Música] E aí [Música] [Música] [Música] [Música] [Música]