o pessoal hoje a gente vai começar o primeiro um primeiro tema do curso que que a primeira guerra mundial na verdade a gente vai discutir as origens da primeira guerra em duas aulas hoje a gente vai falar mais de questões de longo prazo e na aula seguinte a gente pega mais questões de curto prazo longo prazo aqui não é tão longo assim é mais pensar o período da chamada belle époque européia em particular pós guerra franco prussiana até a eclosão do conflito antes de começar a apresentar um pouco o problema é que vai nortear a
nossa nossa auto vai nortear a discussão eu acho importante a gente lembrar porque é fundamental estudar a primeira guerra mas não só enquanto internacionalista smas quaisquer estudiosos de ciências humanas ciências sociais preocupados com o século 20 precisam parar para pensar a primeira guerra mundial então eu coloquei aqui três questões na verdade poderia colocar várias mais três questões que são muito importantes a primeira é o grau de mortalidade destruição material que a chamada grande guerra os contemporâneos causou evidentemente que o nosso olhar é um pouco enviesado porque nós temos o conhecimento da segunda guerra a primeira
guerra parece da luz alívio segundo conflito mundial algo um pouco menor mas para os contemporâneos o grau de destruição humana e material do conflito foram absolutamente inéditos por exemplo mortos militares evidentemente são números aproximados giram em torno de 9 milhões de pessoas e ferindo os militares mais de 20 milhões de pessoas se você conta por exemplo mortos civis relacionados à privação material falta de condições de higiene pensas como caso da gripe espanhola que sem força centenas milhares de vidas no final do conflito a esse número sobe ainda mais autores que falam em 20 milhões de
mortos juntando a e militares e civis de causas diversas a destruição material também algo absolutamente inédito evidentemente de novo se compararmos com segunda guerra o grau de destruição material foi menor e bem mais concentrado concentrado no nordeste da frança na bélgica em algumas regiões do oeste europeu do antigo império austro-húngaro rússia mas mesmo assim em comparação aos conflitos anteriores um grau de destruição material também sem precedentes também inédito é uma guerra que marca a civilização ocidental marco pensamento ocidental sobre a relação entre povos relação entre nações relação entre culturas o outro motivo que eu acho
que é interessante destacar aqui sobre a importância da guerra só abrangem ciência geográfica e política a gente não vai ter tempo de discutir a guerra em si não é o foco o curso como nós comentamos mas vocês sabem que a guerra ela foi muito longa alguns autores colocam porque houve entre outras coisas bairros em passar um passe militar que normalmente é o mais destacado impasse militar metabolizado por uma guerra de trincheiras um impasse diplomático muito sério tá ou seja os países beligerantes demandando coisas que eram impossíveis para chegar a uma paz e um impacto do
ponto de vista do front doméstico ou seja a sociedades inteiras apoiando evidentemente com vozes críticas com vozes dissonantes mas em sua maioria apoiando os esforços de guerra os esforços de guerra então esses impasses tanto sobretudo o impasse militar o impasse diplomático geram a necessidade de ambos os blocos beligerantes de ampliar o conflito geográfica e politicamente que significa que quer dizer que com a ampliação política do conflito uma intervenção estatal muito forte em particular do ponto de vista da organização produtiva dessas sociedades essa é uma guerra de massa e como uma guerra de massas inédita demanda
produção alimentícia em particular produção de alimentos em massa e evidentemente que para manter uma produção em massa por um longo período chega um momento em que o estado tem que realizar a intervenção atenta intervir no campo econômico social de uma maneira absolutamente inédita e evidentemente isso vai ter impactos futuros ou a dúvida em termos de ampliação geográfica a ideia que fundamental é trazer o maior número de aliados possível para o seu lado visando evidentemente acabar com o impasse militar e terminar o conflito quanto antes então um impasse militar e diplomático crocantes comentava traz não só
a necessidade de domésticas mente os estados intervir em cada vez mais no plano social econômico mas também de novos aliados serem colocados para dentro dessa aliança então por exemplo a entrada do império turco otomano para a tríplice aliança pode ser entendida como essa abrangência geográfica a entrada da itália para o lado da tríplice entente posteriormente aliados também tem que ser compreendida como essa abrangência geográfica e um de vários que poderia estar relacionado à questão da própria destruição do sistema europeu há a grande guerra sobretudo para nós e internacionalista é extremamente importante porque ela abre de
um século digamos assim o qual havia um sistema internacional de estados e generalizado por estados europeus evidentemente que estados unidos japão estados unidos sobretudo vinham numa ascensão muito clara na segunda metade do século seu nome mas ninguém duvida que esse sistema europeu prêmio 11 era um sistema basicamente hegemonizado por estados europeus a primeira guerra inicia a destruição desse processo o processo que vai ser completado pela segunda guerra mundial então a gente pode até dizer que se há uma característica marcante do século 20 que é a globalização do sistema internacional ou seja aquele sistema internacional hegemonizado
por estados europeus no século 20 e torna-se eminentemente global do século 21 ainda mais esse processo claramente tem a primeira guerra como um marco inicial extremamente importante e que se fecha com a segunda guerra pós segunda guerra o estado é o sistema internacional europeu praticamente deixa de existir praticamente deixa de existir seja ao mundo da bipolaridade com as suas complexidades evidentemente mas aquele sistema de estado europeu que marcou o século 19 marcou séculos anteriores deixa de existir acho que esses são três pontos para nos lembrarmos porque internacionalista devem parar e olhar com calma as origens
desse conflito agora é interessante na última documentava com vocês sobre o quanto o tema da primeira guerra mundial é um tema historicamente muito estudado até comentei com vocês sobre o fato de que há é centenas e centenas de milhares de obras livros artigos sobre as origens da guerra então se debate é muito antigo é interessante que no século 21 em particular no contexto pós guerra fria ele ganhou uma qualidade enorme o contexto do ato da guerra fria anos 50 anos 60 é interessante que a segunda guerra evidentemente era muito mais estudada origem da segunda guerra
muito mais estudada do que as origens da primeira guerra a gente olha os anos 90 primeira década do século 21 a atualidade da primeira guerra mundial é chocante por causa das transformações globais pós guerra o crédito está cá com relação a isso quatro pontos eu acho que vale a pena nós pensarmos juntos a primeira é o fato de que aquele mundo pré 1914 era marcado por um sistema basicamente multipolar com o qual nos encontrávamos algumas nações em ascensão notadamente o caso alemão caso japonês kazu norte americano que antes mesmo da primeira guerra já era a
maior potência industrial do mundo antes mesmo do primeiro conflito mundial evidentemente isso vai se exacerbar pós-primeira guerra e algumas nações em declínio no caso francês o pequeno demográfico muito claro caso britânico que vinha perdendo participação no comércio global perdendo participação do ponto de vista industrial e hoje a gente também tem um questionamento de alguns falam mundo me multipolar outros dizem mundo já multipolar em que claramente a um processo de ascensão ensinam declínio mas pelo menos de aproximação relativa de determinadas potências para com outras caso mais claro o caso chinês na importância geopolítica da ascensão chinesa
uma outra coisa interessante que faz a gente pensar num uma ponte entre o mundo contemporâneo esse mundo pré primeira guerra mundial é o papel que nesse contexto pré 1914 algumas organizações terroristas clandestina vão ser no ponto de vista de acirramento de conflitos entre estados nacionais organizações terroristas muitas delas é com bases territoriais conquiste muco claras muitas delas extra nacionais por exemplo caso da mão negra que vai ser responsável pelo assassinato do francisco ferdinando em bases na bósnia portanto dentro do império austro-húngaro com base na sérvia é muito difícil colocar uma responsabilidade muito clara um determinado
estado nacional pelo que esta organização são pais ou deixa de fazer e sem também uma base política muito evidente também não dá para responsabilizar diretamente a sérvia porque os vínculos entre mão negra e sérvia eram muito obscuros vínculos com destinos também não dá para responsabilizar um partido político na sérvia ou uma organização política legal dentro da bósnia do império austro-húngaro evidentemente quem faz relação não é com a questão do taleban ao caída há relação direta que os estados unidos fazem pós 11 de setembro entre al qaeda segunda edição apesar dos sérios problemas para o sistema
internacional que isso gerou evidentemente que são outras similitudes que nós podemos tirar desses dois mundos separados por um século uma outra questão muito interessante né que acho que também nos aproxima e torna a primeira guerra mundial um tema muito atual cada vez mais atual é o fato de que hoje a gente tem uma visão muito menos romântica da questão da auto determinação mas nós que conhecemos e vimos o século 20 e início do século 21 entendemos que a autodeterminação se levada ao extremo pode em alguns contextos em alguns casos ter um papel muito destrutivo voltando
aqui para o caso europeu dos anos 90 as guerras balcânicas em particular o massacre que acontece na bósnia encostou no final dos anos 80 mostra muito bem isso fazendo um paralelo entre o outro lado acho que nós temos uma posição muito mais compreensiva sobre a importância do multiculturalismo sobre a importância de se pensar estados multinacionais etnias culturas com vivendo dentro de uma mesma territorialidade e portanto dividindo uma determinada subterrânea ou seja a visão bastante crítica que contemporâneos vão ter um império austro-húngaro por exemplo como sendo um caleidoscópio de nacionalidades algo absolutamente retrógrado e datado é
uma visão que o gy evidentemente olhando para uma união européia em constituição ainda em constituição e com sérios problemas não há dúvida é óbvio que esse olhar ele muda esse olhar de colocar esse império austro-húngaro por exemplo como algo absolutamente datado pode a gente repensar um pouco nessa europa press 1914 isso é o que eu chamo de visão um pouco menos romântica da autodeterminação e um pouco mais compreensiva com relação ao multiculturalismo eu acho que um outro ponto que que nos aproxima é que apesar deste um século nos aproxima é que nós sobretudo pós 11
de setembro nós reconhecemos o quanto determinados eventos singulares específicos mesmo que reflitam estruturas históricas mais amplas são capazes expulso só de gerar mudanças muito relevantes existe uma uma perspectiva na historiografia hoje sobre as origens da primeira guerra mundial que vale a pena a gente ressaltar é o quanto o assassinato do francisco ferdinando por muito tempo visto como um mero pretexto cada vez mais vem sendo analisado como um fato estrutural extremamente importante para discussão do sistema internacional europeu do início do século 20 está inclusive um explorador que faz esse trabalho maravilhosamente bem e que eu parei
referência ao longo da aula diversas vezes hoje é um historiador australiano chamado custo por clark o quarto ele publicou um livro em 2013 e que uns poucos casos de um livro extremamente interessante sobre as origens da primeira guerra que já foi traduzido para o português traduzido em 2014 pela companhia das letras chamado o sonâmbulos como a europa entrou em guerra em 1914 o clark é um dos historiadores junto com outros vou mencionar nomes aqui ao longo da aula que bate na tecla sob impacto sobretudo dentro da áustria-hungria sobretudo em viena do assassinato do herdeiro do
trono austríaco ele cita vários casos interessantíssimos de pessoas particularmente literatos políticos que todos eles lembram exatamente aonde estavam com quem estavam o que estavam fazendo quando descobriram a notícia do assassinato do francês com ferdinando seja um claro divisor de águas para muitos evidentemente que eu estou fazendo aqui uma comparação com 11 de setembro que tem um pacto exatamente por ter sido um ataque a maior potência econômica e militar do mundo estou fazendo uma comparação direta mas tô levantando uma questão sobre quanto determinados eventos podem sim tornar determinadas opções que pareciam óbvias o dia pra noite
obsoleta e opções que pareciam soletrar e pareciam distantes do dia pra noite possíveis essa reflexão que eu os convido a fazer junto comigo até então a gente está só pensando porque a primeira guerra mundial é importante a gente hoje aqui como eu disse a ela tem dois momentos primeiro momento a pensar a longo prazo e no próximo encontro a gente vai falar sobre questões mais de curto prazo como toda a aula eu vou lançar algum problema pra vocês né um tema muito amplo a gente não tem como abordá lo na sua completude muito longe nisso
a gente mais uma certa maneira fazer uma reflexão com base em um problema com base em uma questão não necessariamente visando respondê la mas trazendo algumas possíveis respostas para esta e outras perguntas a pergunta que eu acho que todos aqui devem estar se fazendo imagino é exatamente como a guerra começou eu prefiro não só eu mas aí é uma é uma tendência vários historiadores fazem semelhante perguntar como do que perguntar por que vocês podem ser bons é uma discussão meramente retórica é uma questão retórica porque como são a mesma coisa evidentemente que o porquê está
de alguma maneira contínuo como a mais um porque ele é um pouco complicado em história porque normalmente para responder perguntas com esse tipo de estrutura você chega em fatores definidos quase que objetivos por que a guerra começou disputas imperialistas corrida armamentista anarquia um sistema internacional seja tem grandes fatores mesmo que você assistir não são todos eles com pesos distintos a pergunta do porquê ela ela traz uma quase que uma clareza analítica mas ao mesmo tempo ela esconde um pouco de uma simplificação ela não permite muitos muitas nuances muitas contradições muitas idas e vindas são tão
características de vários processos históricos o como eu acho que mesmo sendo menos claro analiticamente mesmo nos fornecendo uma resposta talvez menos objetiva - fechada nos pronta e portanto sendo muito mais contraditório muito mais aberto eu acho que ele nos fornece uma visão mais crítica sobre aquilo que nós estamos nos propondo a pensar bom então a idéia é pensar como que esta guerra começou como que uma guerra com impacto em tão impressionante no sistema de estados sobretudo europeus em termos de mortes destruição material como um conflito como esse iniciou-se há um debate historiográfico enorme sobre isso
como eu comentei rapidamente na última aula eu fiz temático esse debate que de uma maneira muito rápida e concisa em três grandes posições evidentemente que aqui bem de cada uma dessas posições você tem uma enorme e heterogeneidade mas a gente não tem tempo para abordar isso agora então é só para ter uma idéia um mapa muito claro sobre quais são as grandes questões que historiadores normalmente levando em conta quando penso na origem da guerra há uma perspectiva que nasce com o próprio tratado de versalhes de 1919 de culpabilização de determinados estados nacionais pela ocorrência do
conflito é interessante que ao longo de um século de debate historiográfico vários estados já foram culpabilizados estados eo elites políticas e um determinado os bichos de policy makers alguns trabalhos até que chegam a cair uma individualização extrema para atingir a resposta do como a guerra começou mas normalmente ao invés de responsabilizar indivíduos responsabilizados demais estados como disse que vários já foram responsabilizados mas sem sombra de dúvida o campeão da responsabilização como vocês podem imaginar é a alemanha alemanha que como eu disse já no próprio tratado de versalhes é responsabilizados funcionalismo alemão militarismo alemão um suposto
projeto hegemônico alemão que conquista do continente europeu já parece implicitamente em versalhes morre o período entre guerras da fapese de expansionismo alemão morre no período entre guerras e pós segunda guerra mundial também sobretudo pelo contraste é dos funcionalismo hitlerista claramente agressivo e alemanha guilhermina pré primeira guerra mundial começa uma tese ponte de culpabilização da alemanha logo após o conflito legitimada conversações mas por várias décadas isso é digamos colocado em segundo plano até que um trabalho de um alemão isso não é pouco importante de fato de ter sido um alemão que levanta o que quase que
ressuscita digamos a sim essa tese da culpabilização com novas evidências traz o debate à tona novamente um historiador alemão chamado triqui fischer ele publicou um livro em 1961 chamado os objetivos da alemanha na primeira guerra mundial obteve pontes novas sobretudo com a abertura de arquivos da guerra mundial e aponta tese de que apesar de outros estados terem responsabilizações pontuais o principal motivo da primeira guerra ou um projeto expansionista hegemônico alemão e que tinha como base uma razão doméstica uma necessidade dessa stokr a cia militarista germânica de justificar a manutenção do poder em suas mãos por
meio de um spam sionismo militar colocando aqui nenhum dos de maneira muito rápida e simples estratégia do ficha que gera um impacto enorme porque de uma certa forma que o livro está dizendo é que o expressionismo hitlerista nos anos 30 tem uma continuidade não é algo sui generis ele tem raízes históricas muito mais profundas do que o navio rumo isso é muito sério tanto que o fish teve problemas com o governo da alemanha ocidental não conseguia por exemplo financiamento para pesquisa foi extremamente criticado como quase um traidor por isso é interessante a relação entre origem
da guerra e esses sentimentos nacionais mesmo depois de tantas décadas só que nos anos 70 e 80 as evidências que o pt trouxe ganhar respeitabilidade e nos anos 80 dá até para dizer que o trabalho dele ganhou uma certa hegemonia seja a alemanha de fato foi colocada como a principal responsável não a única mas aquela que de fato teria sido a principal responsável pela eclosão do conflito os demais estados estariam agindo o fim defensivos diante de um projeto expansionista alemão ao outro grupo de trabalhos que ganha força no período entre guerras perde força quando os
fish n anos estão sob controle e ganha força novamente a partir dos anos 90 primeira década do século 21 que pensa mais questões sistêmicas ou seja não um estado nacional não determinado grupo de policiamento mas a questão é muito mais estrutural sistêmica envolve o sistema como um todo o sistema internacional como um todo e não um determinado estado evidentemente que aqui quando a gente fala em aspectos estéticos as várias linhas interpretativas o gol só vocês entenderem a eternidade eu vou só destacar duas de várias possíveis mas duas são muito importantes há uma linha mais política
digamos assim e há uma linha mais econômica nessa perspectiva de aspecto sistêmico sem culpa de realizar um ou dois ou um determinado grupo de estados nacionais [Música]