Rússia... e Ucrânia. falavam ucraniano, Nas últimas semanas, o mundo inteiro parou para assistir à poderosa Rússia invadir uma Ucrânia dividida e à beira do caos. E conforme as imagens chocantes desse conflito vão sendo transmitidas para todo o planeta... Uma dúvida começa a pairar na mente de todo o mundo. Será que estamos à beira de uma Terceira Guerra Mundial? Olá, meus queridos amigos, tudo bem com vocês? Meu nome é Felipe Castanhari, e hoje, mais uma vez, com a ajuda do nosso time de história, vou tentar explicar o que está acontecendo entre Rússia e Ucrânia. E também
vou explicar como essa briga começou. Desde o ano passado, Vladimir Putin, o homem que manda na Rússia com mão de ferro, estava ameaçando enviar suas tropas para dentro da sua vizinha de fronteira, Ucrânia. Muita gente achava que ele estava apenas blefando ou que isso acabaria sendo resolvido de forma diplomática. Só que aí, o Putin deu o sinal verde e os militares russos começaram ataques por terra, água e ar. E como começou essa briga? Por que a Ucrânia se tornou uma ameaça para a toda poderosa Rússia? E o mais importante: O que os russos querem com
essa história? Será que resolvendo a situação da Ucrânia, o Putin vai ficar satisfeito? Só que você só vai descobrir se este vídeo até o final. Por isso queria já pedir para você deixar o seu 'like' e deixar também a sua inscrição aqui no canal. Tem um botãozinho vermelho de se inscrever, clica ali e se inscreva para receber todos os vídeos novos e fazer parte dessa comunidade linda, que é a do Nostalgia. Muito obrigado também a todos os membros Super Sayajin 3, que contribuem aqui com o canal. O nome dessas pessoas lindas estão aparecendo aqui para
você. Se vocês querem o nome de vocês aqui é só virar um membro do Canal Nostalgia Super Sayajin 3. O link para se tornar um membro está aqui embaixo. Mas vamos lá. Está mesmo rolando uma nova guerra? Sim, uma guerra entre Rússia e Ucrânia. está acontecendo nesse exato momento. Mas a verdade é que essa guerra faz parte de uma briga muito maior e mais antiga. Uma briga entre dois adversários históricos, a Rússia e a Otan. Vamos começar pela Rússia, o maior país do mundo em território. O poder da Rússia vai muito além do seu tamanho,
porque ela possui países de várias regiões do planeta dentro da sua esfera de influência, como Venezuela e a Síria. Isso, claro, sem falar no seu arsenal nuclear, que é o maior do mundo, com pouco mais de 6 mil ogivas prontas para serem usadas. Do outro lado, temos a Otan. O que significa a Organização do Tratado do Atlântico Norte. Otan não é um país, e sim uma aliança militar que os Estados Unidos e seus aliados criaram em 1949, ou seja, no começo da Guerra Fria. "Ah não, Castanhari, Guerra Fria?" "Isso não acabou já faz uns trinta
anos?" Bem, se você não lembra porque dormiu na aula, eu vou relembrar. No século 20, rolou a Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, que disputavam quem mandava mais no mundo. E isso só terminou quando a União Soviética implodiu se separando em várias repúblicas independentes, como são os casos da Rússia e da própria Ucrânia. Mas, mesmo sem Guerra Fria, a Otan continuou existindo. Nesse novo cenário mundial, ela se tornou essencial para aumentar a influência das potências ocidentais e passou a aceitar cada vez mais países como membros. Dos anos 90 pra cá, várias nações que
entraram para a Otan são da vizinhança da Rússia no Leste Europeu, como a Polônia e a Romênia. Até mesmo antigas repúblicas soviéticas, como a Estônia e a Letônia e Lituânia, agora fazem parte da Otan, que tinha doze países quando foi crida e hoje conta com trinta nações. Então, o que aconteceu é que a Otan começou a aumentar sua influência pelo Leste Europeu. Só que aí tem um detalhe muito importante: Qualquer grande potência que manda na Otan, como os Estados Unidos, pode montar bases militares no território desses países que entram na aliança. Sabe quem é que
não curte muito essa ideia, né? A Rússia, é claro. A verdade é que eles não lidam muito bem com esse negócio de ver exércitos de outros países perto da fronteira deles. Quando a Rússia era um império, foi invadida pelo Napoleão. Aí, depois que virou União Soviética foi invadida pelo Hitler. Então, se você chegar amarrado perto da fronteira da Rússia, eles já vão te olhar bem torto. Então, a Rússia odeia essa história de que os membros da Otan podem ter exércitos cada vez mais perto dela. E isso faz sentido. É só inverter essa história para ficar
fácil de entender. Você acha que os americanos ficariam felizes se a Rússia começasse a construir suas bases militares no México ou no Canadá, bem do lado da fronteira com os Estados Unidos? É óbvio que não é exatamente assim que a Rússia vê esse domínio da Otan perto das suas fronteiras. Mas como é que isso virou uma operação militar de larga escala, com exércitos russos atacando pontos estratégicos na Ucrânia inteira? Basicamente, o problema todo que está rolando agora é que a Otan quer que as regiões perto da Rússia fiquem alinhadas com a agenda dos países ocidentais.
E a Rússia não quer nem ouvir falar disso. A Rússia entende isso como ameaça à sua segurança, ao seu território e seu povo. E é isso que nos leva à Ucrânia, que é uma espécie de joia da coroa nessa disputa. É só olhar o tamanho da fronteira que a Ucrânia tem com a Rússia. Para entender, por que a Otan adoraria controlar esse lugar. A Rússia nunca engoliu o direito a história de que alguns países aliados mudaram de lado depois da Guerra Fria, preferindo andar com a turminha da Otan e não com a galera de Moscou.
A Ucrânia não faz parte da Otan. Isso é importante entender. Mas a Otan cem flertando com eles já há algum tempo. E a Rússia não admite que a Otan cresça os olhos para a Ucrânia. E o motivo disso vai além dos países dividirem fronteiras. O lance é que, na opinião do pessoal de Moscou, quando você fala da Ucrânia, você está falando de um país que sempre foi quintal da Rússia. Vamos olhar um pouco para esse histórico: A Rússia mandou, ou pelo menos teve grande influência sobre a Ucrânia durante boa parte da sua história. Com sua
enorme produção de trigo, a Ucrânia sempre funcionou como um grande celeiro de Moscou. Agora, isso não quer dizer que a relação entre os dois países sempre foi tranquila, mesmo porque uma parte da população ucraniana, historicamente falando, sempre foi oposição ao domínio político da Rússia. Essa relação conflituosa teve alguns momentos muito violentos, especialmente no século XX. Um deles é uma tragédia humana que aconteceu quando a União Soviética era comandada pelo Josef Stalin. Explicando de forma rápida, a partir de 1929, a União Soviética começou um processo acelerado e violento de coletivização das terras das suas repúblicas, se
apropriando das fazendas e tomando parte da produção agrícola. E foi na Ucrânia onde isso aconteceu de forma mais brutal. O resultado foi o que os ucranianos chamam de "holodomor", uma palavra ucraniana que significa "morte pela fome". Porque essa política do Stalin, ao mesmo tempo em que aconteciam problemas climáticos, fez milhões de ucranianos morrerem de fome entre 1932 e 1933. Várias regiões da União Soviética passaram fome nessa época. A Ucrânia foi uma das que mais sofreu com isso, porque a repressão do governo do Stalin foi violenta contra os camponeses, que escondiam alimentos para não entregar às
autoridades ou tentavam fugir do campo e da Ucrânia para sobreviver à fome. O Holodomor ainda é alvo de muita discussão no meio acadêmico. Existem algumas interpretações sobre esses fatos, mas são duas as tendências principais. Uma acha que foi uma fome intensificada deliberadamente pela ditadura de Stalin, para punir a resistência camponesa ucraniana contra a coletivização de terras, condenando a maior parte do povo. A outra diz que não existem evidências suficientes para afirmar isso e que a fome foi uma consequência não proposital dos conflitos no campo, da negligência do governo e das más condições climáticas. Qual dos
dois lados está certo? Para vocês terem uma ideia, não se sabe ao certo nem mesmo o número de vítimas do Holodomor, que pode variar de dois a doze milhões de pessoas. Existem vários debates sobre o Holodomor, com Historiadores analisando outras possíveis causas para isso, e uma galera que estuda os verdadeiros objetivos do Stalin nessa ação. Mas independente do que se sabe, do que não se sabe sobre o Holodomor, é claro que essa tragédia humana se tornou um símbolo do povo ucraniano e foi construído como uma das bases da sua identidade nacional, o que aumentou ainda
mais a bronca de uma parte da população em relação a Moscou. O reflexo disso, é que durante a Segunda Guerra Mundial teve gente da Ucrânia que lutou ao lado de soldados nazistas. "Ah então, a Ucrânia era nazista?" Calma, a Ucrânia não era nazista! Ela foi invadida pelas tropas nazistas na Segunda Guerra Mundial e Hitler montou um governo alemão lá, com a colaboração de ucranianos que se alinharam aos alemães, porque acharam que isso poderia ser um caminho para livrar o seu país do domínio soviético. Sabe aquela história de que "O inimigo do meu inimigo, é meu
amigo"? Foi mais ou menos isso. Agora, é claro que no meio dessa galera tinha gente que se identificava com a ideologia totalitária do nazismo, inclusive o antissemitismo. Porque o ódio aos judeus era algo muito forte na Europa, naquela época. Alguns dos maiores carrascos nazistas que atuaram no Leste Europeu eram, sim, ucranianos. Dito isto, isto suposto, que fique claro que a maior parte do povo ucraniano não era nazista e lutou contra Hitler! E eles também se ferraram muito na mão dos nazistas, como vários outros povos, inclusive vários judeus da Ucrânia nessa época fugiram para outros países,
incluindo o Brasil, que hoje tem a quarta maior comunidade de ucranianos fora da Ucrânia no planeta. Aliás, uma das maiores atrocidades nazistas aconteceu na Ucrânia. Foi o massacre de Babi Yar, quando cerca de 35 mil judeus de Kiev foram fuzilados em menos de 48 horas num barranco ao lado da cidade. Então, juntando toda essa história complicada entre Rússia e Ucrânia mais o fato de que muita gente do país tem origem russa, o resultado é um país rachado, com um povo dividido em dois grupos. Os dois lados vêm da mesma etnia, que é o povo eslavo
e tem tradições culturais muito parecidas. Mas existe uma diferença de pensamento dividindo o país. O pessoal do Oeste, onde fica a capital Kiev, que teve mais relações históricas e culturais com a Europa, não vai com a cara dos russos e olha com bons olhos a Otan e a União Europeia. Eu já estive em Kiev e ao andar pela cidade, você vê nitidamente o ódio ao Putin. Ele está em muros, cartazes e até mesmo em papel higiênico estampado com sua cara. Já a galera do Leste, justamente aquela mais perto da fronteira com a Rússia, tem origem
russa ou se identifica culturalmente com os russos. Basicamente, podemos dizer que um lado é ucraniano-ucraniano e o outro é ucraniano-russo. E não é de hoje que o Putin se aproveita dessa enorme divisão do país. É só observar o que aconteceu nos últimos anos. Em 2013, a Ucrânia tinha um presidente alinhado com a Rússia, que decidiu não assinar um tratado com a União Europeia. A população da capital Kiev, que não curte a influência russa no país, foi para as ruas e fez esse cara ser deposto. E aí quem assumiu foi um governo mais favorável às potências
ocidentais. O Putin, vendo que sua vodka ucraniana podia azedar com isso, contra atacou usando seus soldados para anexar uma região da Ucrânia chamada Crimeia, que é peça chave no controle do Mar Negro e onde quase toda a população É o que? Russa. Só que a coisa não parou por aí. Em 2014, quando esse governo ucraniano, não alinhado com a Rússia chegou ao poder. Estouraram conflitos na região leste do país , que é aquela parte cheia de russos. Nisso, começaram a surgir movimentos separatistas dentro de uma região chamada Donbass. Essa briga acabou escalando para uma guerra
civil que deixou quase 15 mil mortos. Ah, e uma coisa importante: Muita gente diz que quem está por trás desses movimentos separatistas é o próprio Putin, que teria organizado secretamente rebeliões, disseminado fake news e promovido ataques cibernéticos. Caraca, mas será que o Putin é tão podre assim mesmo? O que ele ganharia transformando a Ucrânia num caos? Muito simples, galera! Vocês sabiam que um país que está passando por um conflito interno não pode entrar na Otan? Entenderam? Ao ajudar a criar uma guerra civil dentro da Ucrânia, o Putin conseguiu impedir que a Ucrânia fosse aceita na
Otan até que o conflito se resolvesse. E olha, essa guerra civil ficou perto de acabar em 2015, quando chegaram a rolar alguns acordos que iriam dar mais autonomia para as regiões controladas por esses separatistas russos na Ucrânia. Mas como esses acordos nunca foram realmente colocados em prática, então os conflitos continuam até hoje. Para o Putin, isso não mudaria muita coisa, já que a guerra civil era interessante para a Rússia. O problema é que, mesmo com o "pau comendo" na Ucrânia, o apoio da Otan ao governo do país foi crescendo cada vez mais. E aí o
Putin, claro, começou a ficar bem bravo com isso. Esse clima de namoro entre a Ucrânia e a Otan continuou nas eleições de 2019, que apontaram Zelensky como novo presidente da Ucrânia com 73% dos votos. A maior votação de um candidato na história da Ucrânia Isso foi algo que pegou o mundo de surpresa, porque o Zelensky não era político. Na verdade, ele era um comediante e ficou famoso justamente fazendo uma série em que vivia um professor de história que se tornava presidente da Ucrânia. A questão é que, assim que tomou posse, Zelensky rompeu de vez com
a Rússia, alegando que só iria dialogar com Moscou depois que os territórios ocupados pelos separatistas fossem devolvidos para a Ucrânia. Ou seja, aquele acordo feito na guerra civil que daria autonomia para essas regiões pelo ralo. Isso nos leva ao final de 2021, quando Putin se cansou de vez e resolveu enviar mais de 150 mil soldados para a fronteira da Ucrânia. Uma parte dessas tropas ficou na própria Rússia e a outra parte foi para a Bielorrússia, que é aliada deles. Durante semanas os caras ficaram ali na fronteira, só fazendo exercícios de guerra. Imagina que um dia
você acorda e descobre que tem 150 mil soldados russos armados até os dentes treinando tiro do lado da sua casa. Você não ficaria completamente em choque? Esse foi o sentimento daquela parte da Ucrânia que é alinhada com o Ocidente. É claro que imediatamente os países ocidentais começaram a trocar mensagens lá no grupo do zap da Otan. "Vocês viram o que o louco Putin está fazendo ali, cara?" "Vamos fazer uma call aí! Vamos conversar sobre isso." "O cara é maluco, vamos parar esse cara!" Esse era exatamente o objetivo do Putin: colocar pressão na Otan. Ao mandar
suas tropas para a fronteira com a Ucrânia, O Putin simplesmente jogou a bola para a Otan e obrigou os caras a decidirem de uma vez por todas que eles iriam desencanar da Ucrânia. ou se iriam comprar de vez essa briga. O Putin sabia que tinha duas coisas a seu favor. Primeiro, a Otan não está a fim de manter a Europa e o mundo numa guerra aberta e direta com a Rússia. Aliás, sempre que a Otan se mete em uma confusão, os caras preferem tentar resolver a situação com ataques aéreos, porque eles sabem que conflitos envolvendo
tropas terrestres acabam custando a vida de muitos soldados, gerando uma repercussão pública negativa demais. O segundo elemento que dava vantagem para o Putin é o fato de que ele é dono de uma coisa extremamente importante na Europa. Ah, o gás natural. Galera... Cerca de 35% do gás natural usado na Europa vem da Rússia. E aqui eu não estou falando apenas de gás usado como combustível em carros e indústrias, mas também no aquecimento de casas. E nunca é demais lembrar que em boa parte da Europa, se você não tiver aquecimento no inverno, você congela. E o
presidente russo, claro, usa isso como forma de pressionar as potências europeias, especialmente a Alemanha, onde 50% do gás usado pela população é russo. A Alemanha, que faz parte da Otan, quer ver a Rússia controlando a Ucrânia. Não. Mas ela sabe que não pode deixar o Putin enfurecido a ponto dele cortar o abastecimento de gás da Europa. Isso também jogava a pressão no governo ucraniano. O gasoduto russo que vai para a Europa passa pela Ucrânia, que ganha cerca de 2 bilhões de euros por ano com isso. Só que agora a Rússia tem dois novos gasodutos no
mar Báltico. Se o Putin fechar a torneira do gasoduto que passa pela Ucrânia, ele continua vendendo o gás para a Europa com esses novos gasodutos e a Ucrânia não veria mais um centavo disso, causando um rombo nos cofres do país. Então, com tudo isso na mesa, está claro que a vantagem era do Putin. As tropas dele estavam a postos e ninguém na Europa pode ficar sem o gás que ele vende. Então, parece que a saída menos problemática seria... "Olha... Dá a Ucrânia para esse cara louco do caramba." "E paciência. Depois a gente vê o que
faz, é melhor." A verdade é que muita gente apostou que a história seria parecida com aquela vez que ele anexou a Crimeia A Otan inteira, reclamou. Disse que aquilo era um absurdo, mas não moveu uma palha para impedir o Putin de pegar a Crimeia para ele. Agora que você já sabe um pouco de contexto dessa história, eu entendo que deve estar faltando alguém aí. "Ué? Como assim não falaram ainda de um cara importante nessa história?" "Estão falando de guerra de mundo e não falaram de quem?" "Ué? Como assim não falaram ainda de um cara importante
nessa história?" "Estão falando de guerra de mundo e não falaram de quem?" <i>The United States of America.</i> Era óbvio que os americanos, líderes do mundo ocidental, os verdadeiros campeões da liberdade e da democracia, decidiriam salvar a Ucrânia, é claro, é óbvio. Eu sei que tem muita gente que tem vontade de transformar os Estados Unidos em mocinho, até porque, se bobear, os caras já têm até um filme com soldado americano salvando um ucraniano sozinho. Mas vamos com calma! Os americanos realmente falaram para o Putin que não engoliriam esses tora. Mas, como sempre acontece na vida dos
Estados Unidos, essa decisão não tem nada a ver com liberdade, democracia ou com o bem estar do povo ucraniano. A grande questão é que o presidente americano, Joe Biden, está numa situação política bem delicada. Primeiro, os Estados Unidos estão com uma inflação muito alta para os padrões americanos e o povo lá já anda bem insatisfeito com isso. Mas o que pega mesmo, é que os americanos passaram uma vergonha monstruosa na retirada das tropas do Afeganistão alguns meses atrás. O mundo inteiro viu ele se ferrando na mão do Talibã. Então, agora, a pressão em cima do
Biden dele está maior do que nunca. Por isso que ele começou a gritar para o mundo inteiro que o Putin estava invadindo a Ucrânia e que isso é um absurdo, que a Rússia tinha que pagar caro por isso. Só que ele indicou várias vezes que esse pagar caro viria na forma de sanções econômicas... Mostrando que não estava muito afim de uma guerra. A verdade é que o Biden ficou meio "amarrado", porque ele não podia ligar para o Putin, mas também sabia que não podia simplesmente sair declarando guerra contra a Rússia. Então, alguns analistas apostam que
quando as tropas russas ainda estavam na fronteira, o Biden teria começado a fazer essa gritaria toda sobre a invasão para forçar os países europeus a resolver o problema por conta própria. O ponto aqui é que durante semanas rolaram várias reuniões e encontros com as potências ocidentais tentando descobrir uma maneira de desarmar o que para eles era uma enorme bomba. Mas nada mudou e as tropas russas continuaram ali na fronteira. Isso durou até a hora que o Putin disse que a Rússia não podia mais ignorar a situação dos 800 mil ucranianos com cidadania russa que moram
na região de Donbass e que a Rússia reconhecia oficialmente as independências de Donetsk e Lugansk, duas partes da região ucraniana do Donbass que são controladas pelos separatistas russos. E ele ainda disse que iria mandar tropas para apoiar esses caras. Então não tem discussão. A Rússia invadiu mesmo a Ucrânia. Como foi essa invasão? Os ataques pegaram muita gente de surpresa, porque o Putin tinha indicado que mandaria tropas apenas para as regiões controladas por separatistas russos. Mas a verdade é que ele ordenou uma ofensiva na Ucrânia inteira. Isso começou com uma chuva de mísseis russos direcionados para
várias cidades, incluindo a capital Kiev. Logo no primeiro dia, começaram também os combates por terra, como você pode imaginar. O exército russo é muito maior que o ucraniano. A Rússia tem muito mais soldados, muito mais tanques e muito mais poder aéreo que a Ucrânia. É só olhar o orçamento militar de cada país. Em 2021, a Rússia investiu 57 bilhões de dólares em suas forças armadas. Um orçamento cerca de 13 vezes maior que o da Ucrânia que foi de 4,3 bilhões de dólares. Por isso, o presidente promoveu uma mobilização geral do povo ucraniano. Homens de 18
a 60 anos não tinham mais permissão para sair do país e todos os reservistas, ou seja, os caras que já foram dispensados pelo Exército deveriam se apresentar em postos militares. O presidente da Ucrânia também disse que todo mundo que quisesse lutar contra os russos receberia armas de graça Um dos principais alvos dos russos estava na região sudeste do país, porque assim a Rússia conseguiria fazer um corredor entre o seu território e a Crimeia. Outra era a cidade de Kharkiv, que é a segunda maior cidade da Ucrânia e fica perto das áreas ocupadas pelos separatistas russos.
O Putin também colocou na mira cidades ao longo do rio Dniepre, que corta a Bielorrússia, Rússia e Ucrânia e é peça chave na estratégia de invasão. Também é fundamental conquistar Odessa e seus portos marítimos, os mais importantes da Ucrânia, e isolar o país do Mar Negro. Isso, claro, sem falar na capital Kiev, que é um dos grandes troféus que Moscou quer nessa guerra. Essas regiões registraram muitos conflitos, mas a verdade é que a guerra se espalhou pela Ucrânia inteira. E como em todas as guerras, as principais vítimas foram os civis. Então, os moradores da Ucrânia
foram os grandes prejudicados dessa história. O tempo inteiro, edifícios públicos e até residenciais eram atingidos por bombas e muitas vezes, os confrontos entre russos e ucranianos rolavam nas ruas, no meio de grandes cidades. Resultado: mais de três milhões de refugiados deixaram a Ucrânia nas últimas semanas. A ONU estima que até 7 milhões de pessoas podem fugir do país, o que é equivalente a 15% da população da Ucrânia, que tem cerca de 44 milhões de habitantes. Essas pessoas, em grande parte, fugiram para nações vizinhas como Romênia, Moldávia, principalmente Polônia, e por mais que vários países da
Europa tenham facilitado a entrada dessas pessoas, muitas vezes nem mesmo pedindo documentos, a viagem está longe de ser fácil. São multidões tentando entrar nos trens que deixam o país e muitos não conseguem. Além disso, na Polônia, que tem recebido o maior número de refugiados os ucranianos, muitos deles idosos e crianças, precisam esperar na fila de imigração durante quase 60 horas em temperaturas baixíssimas. Isso sem falar no racismo, porque existem casos de refugiados que estão encontrando dificuldades para entrar em outros países europeus por não serem brancos. Outro capítulo importante dessa guerra e que deixou todo mundo
ainda mais assustado. Foi quando os russos tomaram a área da usina de Chernobyl, que ainda tem muitos resíduos nucleares do famoso acidente dos anos 80 e foi registrado um aumento de radiação no ar da região, provavelmente devido aos tremores no solo causados pelos ataques. Mas o que os russos queriam com uma usina que já explodiu? Bem, muita gente diz que esse ataque, em especial, foi a reconquista de um símbolo. O Desastre de Chernobyl foi um dos agravantes nos eventos que levaram ao fim da União Soviética, e alguns analistas apontam que a posse do que sobrou
desta usina é importante demais para Moscou. Agora, independente do motivo, a conquista de Chernobyl abriu caminho para duas novas preocupações: Primeiro, a Ucrânia tem várias usinas nucleares em atividade e o ataque a Chernobyl indica que essas instalações estão na mira russa. Aliás, na segunda semana de conflito, um ataque russo provocou um incêndio na usina de Zaporizhia, que fica numa região entre o centro e o sul da Ucrânia. Essa é a maior usina nuclear da Europa e as autoridades da Ucrânia alertaram que uma explosão ali poderia ser até dez vezes mais violenta que a de Chernobyl.
Esse conflito terminou com os russos dominando a usina, que responde por 25% da energia consumida na Ucrânia. Sabia que quando a União Soviética desapareceu do mapa e a Ucrânia se tornou independente ela se tornou a terceira maior potência nuclear do mundo? Sim, ela herdou cerca de 5 mil armas nucleares da União Soviética. E onde estão essas armas hoje, você me pergunta? Estão com a Rússia. Em 1994, a Ucrânia assinou um acordo com a Rússia os Estados Unidos e o Reino Unido. No tratado, a Ucrânia se comprometeu a se livrar de seu arsenal em troca da
promessa dessas potências de que elas jamais atacariam a Ucrânia. Então, todas as armas nucleares da antiga União Soviética que estavam em solo ucraniano foram cedidas para a Rússia, que agora rompeu o acordo e está atacando a Ucrânia. Agora eu, você, o Putin e todo mundo imaginava que a invasão se resolveria em um ou dois dias. Afinal, estamos falando a toda poderosa Rússia, não é mesmo? Mas não foi bem assim. A Rússia enfrentou vários problemas logísticos e estratégicos, como ataques em diferentes frentes, dividindo suas forças e veículos militares parados porque ficaram sem diesel. ou peças de
reposição e até mesmo tropas ficando sem mantimentos, como informaram oficiais da Otan. Mas o grande ponto é que as forças russas encontraram muito mais resistência dos ucranianos do que imaginavam. Eu não estou falando do número de soldados, mas sim da forma como os ucranianos lutaram contra um exército muito maior que o deles, e Kiev se tornou um símbolo disso. A cidade foi bombardeada, atacada por tropas especiais de sabotagem russas e os ucranianos não mostraram nenhum sinal de que iriam se render. Aliás, foi a região de Kiev que morreu o primeiro americano nessa guerra. Era um
jornalista de 50 anos que cobria o conflito e o governo ucraniano diz que ele foi assassinado pelo exército russo E claro, no meio disso, rolaram alguns encontros entre os governos da Rússia e Ucrânia, para falar sobre um possível cessar fogo. Mas essas primeiras conversas não deram em nada, especialmente por causa das exigências russas. Porque Putin não quer apenas que a Crimeia seja reconhecida como território russo e que as regiões separatistas do Donbass sejam independentes. Ele também exige uma mudança na Constituição da Ucrânia, para que as próprias leis ucranianas proíbam o país de fazer parte da
Otan ou da União Europeia. Mas claro que, enquanto isso, civis morriam a cada minuto. Aliás, um dos únicos acordos que os governos russos e ucranianos conseguiram chegar foi sobre a criação de corredores humanitários, que não seriam usados como alvos para que os civis pudessem deixar as regiões de guerra ou para transporte de remédios e alimentos para cidades bombardeadas. Só que o governo ucraniano vem afirmando que os russos estão bombardeando esses corredores, coisas que a Rússia nega. Aliás, Moscou já afirmou que quem está atacando civis em alguns desses corredores são grupos neonazistas ucranianos. Para colocar o
mundo contra os russos, E nesse "diz que me diz", os ucranianos também acusam os russos de bombardear um complexo de saúde que funciona como maternidade e hospital infantil na cidade de Mariupol. Justamente no meio de um desses acordos de cessar fogo, feitos para a retirada de civis. Outra coisa que aumentou ainda mais a tensão foi os russos terem afirmado que desmantelaram laboratórios de armas químicas e biológicas dentro da Ucrânia. E o pior é que os russos falaram que os Estados Unidos e a Otan, que patrocinam esses laboratórios, E o governo americano ficou totalmente em silêncio
sobre isso o que deixou muita gente com a pulga atrás da orelha. Sobrou para o governo da Ucrânia desmentir essa história anunciando que não existe nenhum laboratório assim na Ucrânia. E que isso é mais uma mentira de Moscou. Aliás, os ucranianos estão falando que quem planeja usar armas químicas ou biológicas nessa guerra é a Rússia. Bem, com tudo isso que já vimos, A ONU calcula que cerca de 1.104 civis já morreram na Ucrânia, incluindo 96 crianças e mais de 1754 pessoas feridas. Esses são apenas os números checados pela ONU. A quantidade de vítimas, mesmo a
de crianças, já deve ser muito maior. É só olharmos para a própria cidade de Mariupol. O governo ucraniano e a União Europeia apontam que só nessa cidade 2.500 moradores já foram mortos. Mas a ONU não computa essas mortes, porque como Mariupol está cercada pelas tropas russas, é impossível conferir o número exato Esse foi um dos motivos que fez a maior parte do mundo ficar ao lado da Ucrânia, com muita gente usando as cores do país nas roupas ou nas redes sociais como uma forma de homenagem. Mas a questão é que o mundo entrou em uma
espécie de cabo de guerra que vai além da Ucrânia. Quanto mais a Rússia puxa de um lado, mais o Ocidente puxa do outro. Então, podemos dizer que o planeta está vivendo seu momento de maior tensão desde a época da Guerra Fria. Afinal, estamos vivendo também uma guerra econômica e outra guerra de narrativas. Vamos falar da guerra econômica. A estratégia do Ocidente foi exatamente o que o Biden tinha ameaçado: Sanções econômicas que incluíram bancos russos mas também o próprio Putin e membros do governo e da elite russa, que tiveram seus bens em bancos ocidentais congelados. Mas
a verdadeira paulada foi a retirada da maior parte dos bancos da Rússia do Swift. Um sistema bancário internacional. Na prática, significa que a Rússia não consegue mais fazer transações com bancos e instituições financeiras em mais de 200 países. Num mundo quase totalmente globalizado, e onde países dependem muito de importações e exportações, isso é uma baita puxada de tapete na economia russa. Hoje, a Rússia tem mais de 600 bilhões de dólares em reservas internacionais. O problema é que, como a maior parte desses recursos estão em aplicações fora do país, vai ser muito difícil para a Rússia
colocar as mãos nessa grana com seus bancos fora desse sistema internacional de pagamentos. As únicas exceções, claro, foram o petróleo e o gás russo. Tanto que os dois principais bancos da Rússia que recebem esses pagamentos foram mantidos no Swift. Essas exceções eram esperadas, porque muitos países dependem do petróleo do gás russo. Por outro lado, Biden já baixou uma lei proibindo que qualquer empresa dos EUA importe petróleo da Rússia, o que é mais um golpe na economia russa. Resta saber se a Europa vai seguir o baile, porque o Putin já avisou que se a União Europeia
reduzir a compra de petróleo da Rússia, ele vai suspender a venda do gás natural para a Europa, que, como vimos aqui, é essencial para muitos países. A ideia era fazer a economia russa começar a sangrar. E parece que funcionou. Assim que as sanções foram decretadas, o valor do rublo a moeda russa despencou no mercado internacional e a galera na Rússia foi correndo sacar seu dinheiro para tentar trocar por dólar e guardar embaixo do colchão. Agora, a longo prazo, essa guerra econômica pode prejudicar muito outros países, inclusive o Brasil. Afinal, a Rússia não é exatamente um
coadjuvante no mercado internacional. E tem negócios com vários países que podem ter sua economia afetada por isso. Eu não estou exagerando. Em 1998, A Rússia passou por uma crise econômica violenta que fez o país suspender o pagamento das suas dívidas internacionais, porque não tinha mais grana. Isso gerou uma crise global tão forte que acabou com a paridade entre o dólar e o real. Sim, nos anos 90, quando surgiu o Plano Real, um real valia um dólar. E essa crise na Rússia, que estremeceu o mercado internacional no fim dos anos 90, foi um dos motivos que
fez isso acabar. E vários analistas apontam que as sanções de agora podem causar uma crise econômica ainda pior que essa na Rússia. Isso sem falar que a Ucrânia, é uma maiores produtoras de trigo do planeta, o que pode afetar até mesmo o preço do pãozinho que você compra na padaria do lado da sua casa. Aliás, a ONU está projetando um aumento de até 20% no preço dos alimentos no mundo inteiro por causa da guerra. Agora, vem cá, e a China? Afinal, hoje em dia a gente não pode falar em geopolítica ou mercado internacional sem pensar
na China, certo? Especialmente porque China e Rússia são parceiras em vários negócios O governo chinês disse que essa história de sanções nunca é a melhor maneira de resolver algum problema internacional, especialmente quando essas decisões são tomadas por apenas alguns países. E avisou que não vai colaborar com isso. Então, a China não está apoiando a Rússia abertamente, mas vai continuar dando bom dia normalmente para o Putin. Isso pode ajudar o Putin, mas só até certo ponto, porque nem mesmo a China conseguiria carregar a Rússia nas costas e isso nem passa pela cabeça do governo chinês. Agora,
como eu disse, temos uma terceira guerra acontecendo, uma guerra de narrativas. Aliás, para o Putin que começou essa bagunça toda. A justificativa da guerra é quase tão importante quanto a guerra em si. Para ele, os exércitos russos não estão invadindo o país nenhum, mas sim executando uma missão de desmilitarização e desnazificação para proteger o seu povo das ameaças militares e neonazistas da Ucrânia. Isso de neonazismo não é algo que ele inventou. Existe um movimento nacionalista de extrema direita muito forte na Ucrânia, que participou daqueles protestos que derrubaram o presidente alinhado com a Rússia e também
está envolvido até o pescoço na luta contra os separatistas russos. Na Rússia, o governo e a imprensa dizem que esses caras estão por trás de um genocídio, com execuções, torturas e estupros na região do Donbass. E foi justamente essa luta contra os separatistas russos que ajudou esses grupos de extrema direita a ganharem poder político e criarem conexões com vários escalões do governo. Mas então o governo, da Ucrânia é neonazista? A versão oficial é que o atual governo tentou isolar esses grupos e reduzir sua influência. Mas tem gente que diz que esse combate não foi pra
valer ou que pelo menos não foi eficiente, porque esses grupos continuam com conexões importantes nos ministérios, no Parlamento e nas Forças Armadas da Ucrânia. E um detalhe: o Zelenskyt, presidente da Ucrânia, é judeu e sua família conta com vítimas do Holocausto. Então ele afirma que essa história do Putin falar que ele comanda um governo neonazista é algo no mínimo ridículo. Aliás, o governo de Israel se declarou solidário à Ucrânia no conflito. Inclusive, já viralizou na internet uma foto com os judeus cobertos com bandeiras da Ucrânia e rezando no Muro das Lamentações, em Jerusalém. Sim, existe
uma extrema direita bem forte na Ucrânia hoje, mas não podemos deixar de dizer que o fortalecimento de grupos de extrema direita não é exclusivo da Ucrânia, isso vem rolando pelo mundo inteiro, incluindo outros países da Europa e até mesmo aqui no Brasil. Muita gente tem falado que o fato do Putin bater nessa tecla de colocar a Ucrânia como nazista é uma estratégia para ganhar o apoio da esquerda mundial e mobilizar o povo russo, que tem um verdadeiro ódio de nazistas. Aliás, sabia que chamar alguém de nazista é um dos piores xingamentos que existem na Rússia.
E vamos ser sinceros, o Putin não é nenhum símbolo da liberdade e da democracia. Vários protestos contra a invasão da Ucrânia aconteceram em Moscou, porque muitos russos são contra a guerra e a polícia prendeu milhares de pessoas e !desceu o sarrafo" nos manifestantes. De quebra, o Putin proibiu a imprensa russa independente. Ou seja, que não é alinhada com o governo de usar as palavras 'guerra', 'invasão' ou 'ataque', quando falarem da guerra na Ucrânia, Os jornalistas russos são obrigados pelo governo a usar o termo 'operação militar especial do Donbass'. Agora, esse controle da imprensa virou a
censura mesmo. O governo russo decretou que um jornalista que publicar alguma coisa que o Putin considere mentirosa sobre a guerra, pode pegar até 15 anos de cadeia. E quem vai decidir o que é certo ou errado? É claro que é ele. Como protesto, vários jornais russos anunciaram que não vão mais cobrir a guerra. E jornalista os ocidentais estão abandonando Moscou com medo do Putin. Claro, não podemos esquecer das redes sociais. Putin já bloqueou o acesso ao Facebook, Instagram e Twitter na Rússia inteira. É, claro, o nome disso é censura. Aliás, muita gente na Rússia, especialmente
o pessoal mais velho que acompanha notícias só pela imprensa tradicional, que agora é totalmente controlada pelo Putin, nem sabe direito o que está acontecendo nessa guerra. E é óbvio que aquele discurso de operação militar especial não colou com a galera da Otan. Para eles, nem precisa de VAR. As tropas russas cruzaram a fronteira com a Ucrânia? Sim, então a Ucrânia foi invadida porque isso é uma agressão à soberania da Ucrânia. É isso. É isso que a Otan pensa. Será que o Putin perdeu essa guerra de narrativas e não foi para a Otan. Afinal, está bem
claro que a narrativa dessa guerra foi dominada pelo presidente da Ucrânia e seus vídeos andando pelas ruas de Kiev. Ele usa as redes sociais para atacar o Putin, convocar o povo ucraniano para defender o país e cobrar a intervenção militar direta do Ocidente. Com isso, o Zelensky deixou de ser um político que ninguém conhecia e se tornou um herói para muita gente na internet. Sim, ele foi criticado por algumas pessoas que disseram que, ao armar o povo, ele colocou civis na linha de tiro. Mas o ponto é que ele é quem está contando essa história
para o resto do planeta e isso tem muito poder hoje em dia. Ou vocês acham que sem o movimento que eles e a Ucrânia criaram nas redes sociais nós teríamos tantas empresas e associações boicotando a Rússia? Os russos começaram a ser boicotadas de todas as maneiras possíveis. Apresentações de companhias de balé e concertos que seriam regidos por maestros russos no Ocidente foram cancelados e os russos também não vão poder participar este ano do Eurovision, que é a maior competição musical da Europa. Nos esportes foi a mesma coisa. Fórmula 1, tênis, vôlei, atletismo, até mesmo xadrez.
Ninguém quer os russos por perto. A final da Champions League, que seria em São Petersburgo, justamente a cidade onde Putin nasceu, foi transferida para Paris. Além disso, a Fifa suspendeu a seleção russa, que não vai mais poder participar da Copa do Mundo, que rola agora no final do ano no Qatar. E caso você não se lembre, a última Copa, em 2018, rolou justamente na Rússia! Tudo isso, claro, são partes da estratégia do Ocidente de criar um sentimento anti-Putin dentro da própria Rússia. Além disso, existem multinacionais de todos os setores que interromperam ou pelo menos suspenderam
suas operações na Rússia, como forma de protesto. Estamos falando de marcas enormes como McDonald's, MasterCard, Coca-Cola e Starbucks. Só que o Putin já avisou que essas empresas estrangeiras têm algumas semanas para voltar a funcionar na Rússia e que, se isso não acontecer, ele vai nacionalizar todas as instalações delas. Em termos práticos, o governo russo vai desapropriar todas essas lojas, escritórios e fábricas e entregar na mão de empresários russos. Agora, mesmo com muitos russos sendo contra a guerra, a aprovação do governo Putin subiu de 71 por cento para 83 por cento em apenas um mês. O
Putin está censurando a mídia e manipulando as informações? Sim, mas isso não muda o fato de que, ao menos dentro da Rússia, a estratégia de comunicação do governo sobre a guerra, ou melhor, sobre a operação militar especial, tem sido muito eficiente. Antes da invasão, o Putin disse que o final da União Soviética prejudicou a Rússia e foi um desastre para si pública soviéticos que se tornaram independentes. Aliás, ele também disse que a própria existência da Ucrânia não faz sentido, porque como existe apenas um enorme povo russo formado por etnias diferentes, a Ucrânia faz parte da
Mãe Rússia. Ou seja, ele não estaria invadindo o país nenhum, porque a Ucrânia faz parte da Rússia e quem mora ali é tudo russo e fim de papo. E uma curiosidade histórica: A Ucrânia nasceu antes da Rússia e Kiev é mais antiga que Moscou. Na verdade, o Putin nunca escondeu que o que ele quer mesmo é que a área de influência da Otan volte para o que era em 1997, antes da entrada da Aliança no Leste Europeu. Ele quer um cenário sem bases militares da Otan em países que fazem fronteira com a Rússia e quer
também diminuir a influência econômica da União Europeia, deixando a Rússia como ator principal do Leste Europeu. Então, significa que ele quer de volta a União Soviética? Bem, isso na verdade, hoje seria impossível. Por isso alguns analistas dizem que seu objetivo mesmo, é desestabilizar a democracia liberal típica do Ocidente em alguns lugares do mundo. Ele abriria, assim, espaço para que surjam governos nacionalistas e autoritários que enxergariam Putin como uma espécie de líder modelo e se alinhariam a Moscou contra o domínio único dos Estados Unidos e seus aliados. E contra a decadência moral do Ocidente. Bem ousado.
Mas alguns outros analistas vão por outro caminho e dizem que o fato dele bater muito na tecla do "povo russo" significa que ele não está mais olhando para a União Soviética. Ele estaria olhando mesmo para o antigo Império Russo... Querendo deixar como seu legado a imagem de grande estrategista militar e líder de uma nação que comanda toda uma região do planeta. Qualquer que seja o caminho, isso vai causar um racha no mundo. Porque olha só: A Otan foi criada em 1949 para afastar o perigo de uma invasão soviética na Europa. Mas a Guerra Fria já
acabou há 30 anos. Então, muitos governos ocidentais vinham questionando o quanto a Otan ainda era necessária no mundo. Mas a invasão na Ucrânia pode ter mudado essa história e feito a aliança ganhar um novo fôlego. Nas últimas semanas, Suécia e Finlândia já começaram a dar alguns passos na direção da aliança. E o Putin por outro lado, já avisou que, se esses países entrarem na Otan, a retaliação vai ser pesada. Afinal, dá só uma olhada no tamanho da fronteira entre Finlândia e Rússia. É claro que é muito difícil prever se tudo isso pode virar uma Terceira
Guerra Mundial. Mas alguns acontecimentos recentes colocaram o mundo em alerta. Primeiro, Biden deixou bem claro que se a Rússia relar o dedo em qualquer país da Otan, a aliança vai contra atacar. Aliás, o presidente da Ucrânia já falou que um ataque russo a um país da Otan é questão de tempo. E, logo depois disso, os russos bombardearam uma base militar ucraniana que fica a 25 quilômetros da fronteira com a Polônia, que faz parte da Otan. Galera, numa guerra 25 quilômetros, não são nada. Isso é colado na fronteira Se um míssil russo cair na Polônia, seja
por erro de cálculo ou não, os países ocidentais não vão deixar isso barato. E sempre lembrando que o Putin não tem o menor receio de jogar na mesa a carta de armas nucleares, que eram tão temidas durante a Guerra Fria. Desde o começo da crise, o Putin chegou a fazer exercícios de guerra com armas projetadas para guerras nucleares e colocou suas equipes de armas nucleares em alerta. E claro que ele não é dono das únicas armas nucleares do planeta. Só os Estados Unidos têm cerca de 100 armas nucleares espalhadas pela Europa. Então, muita gente aposta
que isso é apenas blefe do Putin para fazer pressão diplomática. Mas mesmo assim estamos falando de armas nucleares. Já ouviu seus pais ou seus avós dizendo que na época deles o mundo morria de medo de uma nova bomba atômica? Blefe ou não, Essa história já devia ter ficado para trás. E o presidente dos Estados Unidos também já avisou que, se o mundo cair em uma nova guerra mundial, ela vai ser sim, nuclear. E é importante lembrar aqui, que as bombas nucleares de hoje são centenas de vezes mais poderosas que as que foram lançadas em Hiroshima
e Nagasaki pelos americanos no final da Segunda Guerra Mundial. Você já imaginou quantos países seriam varridos do mapa se jogassem uma bomba nuclear no meio da Europa? E tem outro fator aí que é o verdadeiro papel da China nessa história. Como eu disse, a China não condenou o ataque russo, mas tem falado que é a favor de uma solução pacífica. Só que alguns jornais americanos bem grandes publicaram matérias dizendo que possuem informações de que a China estaria disposta a ajudar a Rússia na guerra. Os Estados Unidos avisaram seus aliados europeus sobre o risco disso acontecer
mas a Rússia negou que essa história é verdadeira. O lance que já rolou uma conversa entre Estados Unidos e China. E os americanos deixaram bem claro para os chineses que se o apoio à Rússia rolar, o relacionamento da China com os Estados Unidos e seus aliados vai piorar bastante, E Pequim sabe que precisa desses mercados internacionais. Eu já disse antes aqui no canal eu vou dizer de novo. Países não têm amigos, países têm interesses. A diferença é que alguns países têm mais poder que outros para conquistar esses interesses. Entenda isso. Então, que fique claro que
a Rússia agredir um país sem ser agredida. Ao mesmo tempo em que as potências ocidentais, como os Estados Unidos, estão bem longe de ser anjinhos nessa história, nunca é demais lembrar que, do lado ocidental, esse racha vai ser comandado pelos EUA que têm o maior peso militar dentro da Otan. Além, claro do maior telhado de vidro do planeta. Afinal, eles se colocam como os campeões da democracia e dos direitos humanos. Mas ficam o tempo todo atacando outros países ou patrocinando golpes de Estado para derrubar governos que eles não aprovam. E todo mundo sabe que os
americanos não fazem isso em nome da liberdade, mas sim de interesses políticos e, principalmente, econômicos. E nessa mudança geopolítica que está pintando no horizonte, a gente precisa falar novamente da China, que é um jogador importante nessa história. Recentemente, o governo chinês e o russo declararam que sua amizade continua mais forte que nunca e que eles vão precisar dessa amizade para enfrentar a ameaça do Ocidente. E parece que essa amizade vai bem, já que relatórios de inteligência dos países ocidentais dizem que Putin adiou o início da guerra até o final das Olimpíadas de Inverno que estavam
rolando na China. Ele fez isso para atender a um pedido do governo chinês, que já sabia que a Ucrânia seria invadida. Acho que ficou bem claro que a China e Rússia estão tentando mudar a geopolítica do planeta. Hoje, muita gente acha que o poder das democracias ocidentais eriam chegado a uma espécie de limite com políticos corruptos e o povo de saco cheio de governos que parecem ser incapazes de resolver muitos dos problemas que as pessoas acham importantes. Tanto a China como a Rússia sabem que isso é a oportunidade perfeita de aumentar o seu poder político
e econômico. Aliás, a China também está olhando tudo de perto como uma espécie de laboratório, porque eles querem ver como o Ocidente reagiria, caso eles tentassem tomar Taiwan, que é um território independente, mas que o governo chinês enxerga como parte da China. É triste pensar que, depois de deixar a Guerra Fria para trás, ao invés de olhar para o futuro, nós resolvemos dar um passo para o passado dividindo o mundo novamente. Enquanto as principais potências brincam com suas peças no tabuleiro da guerra, na Ucrânia. Famílias inteiras estão sendo destruídas Para os que não concordam com
a guerra, fugir de seu país, deixando suas casas, familiares, sem ter para onde ir se tornou a única opção. Estamos vivendo a maior crise de refugiados que a Europa já viu. Nenhuma narrativa por mais bem contada que seja, vai mudar o sofrimento dessas pessoas. E esse foi o vídeo explicando a guerra entre Rússia e Ucrânia. Se vocês gostaram, por favor, se inscrevam aqui no canal. e tem uma função nova no YouTube, que é o botão 'valeu' Fica do lado do 'compartilhar'. Lá você pode fazer uma contribuição para o canal, caso você acredite que esse vídeo
tenha valido a pena para você. Sua contribuição ficará visível para todo mundo aqui nos comentários. Me siga lá no Instagram @fecastanhari. E calma, não vá embora! Você pode clicar aqui para assistir o vídeo sobre a queda do Império Romano ou clique aqui para assistir o vídeo que mostra a verdade por trás da morte de Hitler. É isso, obrigado pela audiência. Um beijo para vocês! Tchau!