Um bom dia a todos vocês, meus irmãos! Sejam muito bem-vindos à nossa reflexão diária, à nossa meditação a partir dos textos de Santa Teresa. Peçamos a Deus a sua bênção sobre nós.
Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.
Amém. O Senhor nos abençoe e nos guarde, nos livre de todo mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Muito bem, no dia de hoje nós vamos seguir aqui a leitura do Capítulo 30 do "Caminho de Perfeição". Sigamos, pois, disse o Bom Jesus, que proferimos estas palavras, as palavras do Pai Nosso, com as quais pedimos que venha a nós um tal reino. Santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino.
Agora vede, filhas, que sabedoria tão grande é do nosso Mestre. Considero aqui, e é bom que o entendais, o que pedimos com este reino, como sua está de viio, que não podíamos santificar, nem louvar, nem engrandecer, nem glorificar o Santo Nome do Pai Eterno de maneira adequada se Deus não nos desse o seu reino aqui na terra. O Bom Jesus ponha o louvor e o pedido um ao lado do outro, para entendermos, filhas, o que pedimos e quão importante é para nós importunar por isso e fazer o que pudermos para contentar Aquele que nos há de dar o que pedimos.
Desejo explicar aqui o que entendo; se isso não vos contentar, fazei vós mesmas outras considerações. Nosso Mestre vos dará licença, desde que em tudo nos sujeitos ao que diz a Igreja, como faço aqui. Então aqui eu retomo a leitura do último trecho de ontem e começamos, então, com aquilo que ela diz hoje.
Ora, o grande bem que, a meu ver, há no reino dos céus, com muitos outros, é já não se levar em conta as coisas da terra, adquirindo um sossego e glória íntimos, um alegrar-se de que se alegram todos, uma paz perpétua, uma grande satisfação interior que vem do fato de se ver que todos santificam e louvam o Senhor e bendizem o seu nome e que ninguém o ofende; todos o amam, e a própria alma não se volta senão para amá-lo, não podendo deixar de fazê-lo porque o conhece. E assim o amaríamos aqui, embora não com essa perfeição, nem com estabilidade, mas, por certo, de maneira muito diferente do que amamos agora, se o conhecêssemos. Parece que vou dizer que temos de ser anjos para fazer esse pedido e rezar bem vocalmente.
Eu gostaria, nosso Divino Mestre, visto nos mandar fazer pedido tão excelsos, sendo bem certo que não nos manda fazer pedidos impossíveis, pois seria possível, com o favor de Deus, chegar a isso a uma alma que ainda está neste deserto, se bem que não com a mesma perfeição em que estão as almas que saíram deste cárcere. Porque andamos no mar e seguimos este caminho, há, porém, momentos em que o Senhor, vendo-nos cansados, nos dá um sossego das faculdades e uma quietude da alma que nos fazem perceber claramente, como por sinais, um pouco daquilo que recebem os que o Senhor leva ao seu reino. Ele concede aos que estão aqui, de acordo com o pedido, penhores que lhes permitam ter grande esperança de ir gozar eternamente o que gozam aqui.
Se não fosseis dizer que estou tratando da contemplação, seria oportuno falar um pouco aqui do princípio da pura contemplação, denominada pelos que têm oração de quietude, mas como falo da oração, quem não entender do assunto pode pensar que uma coisa não é compatível com a outra, embora eu saiba que o é. Perdoai-me por insistir, porque sei que muitas pessoas, rezando vocalmente, como já foi dito, são elevadas por Deus sem saber como a uma elevada contemplação. Conheço uma pessoa que sempre só pode ter oração vocal, mas que mergulhada nesta tinha tudo, e se não rezava, o seu intelecto ficava tão confuso que ela não podia suportar.
Quem dera a nossa oração mental fosse tão elevada quanto a oração vocal dessa alma! Em algumas ocasiões em que rezava o Pai Nosso, pelas vezes em que o Senhor derramou o sangue ou fazia outras orações, ela deixava-se ficar por horas. Certa feita, procurou-me muito contrita porque não sabia fazer oração mental nem contemplação, mas apenas rezar vocalmente.
Perguntei-lhe o que rezava e vi que, rezando o Pai Nosso, ela tinha pura contemplação e que o Senhor a atraía até uni-la a si; e ela bem revelava, em suas obras, receber graças tão grandes, pois aproveitava muito bem a sua vida. Louvei o Senhor e tive inveja de sua oração. Se isso é verdade, como o é, não penseis vós que sois inimigos de contemplativos que estais livres de se-o se rezais as orações vocais como se deve.
Tendo a consciência limpa, alcançareis. Então esse é o Capítulo 30. Neste Capítulo 30, Santa Teresa segue insistindo em alguns pontos.
Aqui, primeiro ela reforça a questão da oração vocal. Contemplar não é simplesmente atingir aquele estado de quietude, aquele estado de ordenamento da própria alma que aquieta tudo e se entrega somente a Deus. Não é somente isso, né?
A oração vocal vai nos preparando, nos predispondo. Santa Teresa vai dizer que devemos sempre agir e pensar querendo fazer o que faz a Igreja, querendo desejar aquilo que. .
. Deseja a Igreja, então, que nós possamos aprender de Santa Teresa a dar estes pequenos passos com humildade, com consciência da nossa fraqueza, da nossa limitação, da nossa pobreza pessoal. Que a nossa oração seja uma oração de uma alma despojada, uma alma que se apresenta diante de Deus na sua pobreza, na sua pequenez.
Façamos isso; busquemos esta pequenez, esta simplicidade de alma. Nos apresentemos diante de Deus como somos, confiando que, se formos perseverantes na oração, não seremos nós que conquistaremos postos mais altos, mas será Deus mesmo quem nos dará das suas graças, das suas bênçãos. Que Deus nos abençoe e nos conduza neste dia.
Que Nossa Senhora, nossa Mãe, também nos ajude a conhecer mais para amar mais o seu Divino Filho. Daqui a uns dias já começamos a quaresma; quarta-feira da semana que vem já começamos a quaresma. Que já comecem também a entrar neste espírito de penitência, de aproximação ainda maior das coisas de Deus.
E sigamos rezando pelos doentes, pelos aflitos, sobretudo pelo Santo Padre, o Papa Francisco, né? Que vem apresentando uma melhora de ontem para cá. Que ele siga melhorando e possa ainda cumprir a sua missão por quanto tempo Deus quiser.
Recomendem essas nossas intenções a Nossa Senhora. A vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos. Ó Virgem gloriosa e bendita, Amém!
O Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo mal. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém! Fiquem com Deus e até a nossa meditação de amanhã, se Deus quiser.