a Globo tem essa novela chamada no Rancho Fundo ela é ambientada no interior da Paraíba né fictício nesse caso e assim como vários outros Produções tenta apresentar o Nordeste pro público sudestino mas é como sempre com vários problemas nesse vídeo eu vou analisar tanto essa visão de Nordeste pro Sudeste ver como também como isso parte da gente como isso parte dos próprios nativos reforçando esses péssimos estereótipos houve uma polêmica quando saíram algumas imagens da série de pronto uma forte crítica a mais uma representação de como a aridez é retratada aliada a sofrimento dor corpos moídos
por simplesmente serem Nordestinos do Sertão mais precisamente sertanejos dessa Paraíba fictícia né o filtro Amarelo o mesmo usado por americanos para com os mexicanos vendo-os como subalternos do jeito que eles veem também é utilizado aqui e eu diria que quase do mesmo jeito a pobreza no audiovisual portanto é amarela e a rapida o desenho dessa imagem do nordestino sofrido que o sudestino adora ver assim como o mexicano daquele jeito que o americano adora ver mas antes de continuar rapidinho uma coisa que eu já deveria ter falado no começo do texto aqui esse vídeo não tem
a intenção de atacar nenhum indivíduo a intenção é refletir sobre um construto que fazem da nossa cultura para o Brasil através da mídia E também como nós fazemos isso para melhor passarmos com nossas Produções para os sudestinos aos conterrâneos que estão aí na novela ou no filme que eu vou citar mais à frente ganhem seu dinheiro em paz peguem o pix não é uma crítica a vocês pois eu sei que vocês estariam em outros espaços com competências mais intensas ainda só que como esses espaços não são Dados a vocês então pegue o que tem e
seja feliz eu fui assistir a novela né para não ficar nas imagens que eu acho Raso demais para fazer essa análise Só através delas só que a novela justifica a mesma crítica também e No Rancho Fundo constrói a sua visão dessa Paraíba fictícia que poderia pertencer à década de 60 não fosse pelo uso de smartphones e outros objetos que denotam estarmos na atualidade muita coisa portanto evolui mas muita coisa permanece de maneira conveniente para retratar o Nordeste aprisionado no retrocesso é esse Sertão que usa lamparinas para iluminar os caminhos mas que poderia usar a lanterna
do próprio celular é onde a comida é servida em um prato de barro e o jeito como é consumida essa comida parece retratar uma pessoa se alimentando pela última vez na vida como se ela fosse comer a sua última refeição até mesmo um grão de comida um grão de arroz mas especificamente falando fica preso aos cabelos daquela pessoa que come sem nenhum molda bizarro ali sabe comendo e como quem tá escavando areia e o grão lá fica a câmera mostra poderia ter cortado mas não isso é é bom é isso essa é a visão do
nordestino perfeito perfeito para quem ora pro sudestino uué gente vá no interior do Ceará onde quer que seja você vai encontrar casas e realidades Humildes só que perfeitamente limpas organizadas impecáveis uma coisa não tá junta com outra não é mais fácil um apartamento da Capital tá abarrotado acumulado de porcarias que a gente tem aí aos montes do que uma casa do interior mas a novela nos põe em um diorama da pobreza até mesmo quando tenta mostrar coisas arrumadinhas coisas bonitinhas fofinhas Olha como eles são fofinhos olha jogam a comida para eles para eles continuarem fofinhos
assim essa construção até mais teatral da novela No Rancho Fundo Ela poderia ser justificada por sua base em a capital federal né que é a peça de origem a obra de origem é uma Peça escrita pelo Artur Azevedo que critica a vida urbana e a vida política carioca lá da sua época 189 quando o RJ era a capital do Brasil Artur Azevedo Maranhense que viveu grande parte de sua vida no Rio de Janeiro usa a sua obra para oferecer uma visão satírica do sudeste em contraste No Rancho Fundo cria uma dicotomia entre Progresso e sertão
construindo uma imagem de um sertão sofrido para talvez discutir o impacto do Progresso e da urbanização nesse local porém ao adaptar a capital federal sem tocar nos temas originais que ele traz né que que essa obra traz que inclusive não tem nenhuma referência ao Sertão a novela parece distorcer a intenção original do autor utilizando uma obra de Um Nordestino para reforçar estereótipos nordestinos quando na verdade ela Originalmente expõe problemas do sudeste problemas do Carioca veja você não é aí que o autor vai trabalhar é tipo o oposto do que o po Rover fez com Tropas
Estelares a obra original é uma passagem de pano intensa al fac pover rve corrige isso na sua adaptação para o cinema fazendo o oposto do livro que é no caso que ele faz uma crítica satírica e antifascista dos temas que o livro aborda só que aqui pasm a crítica aos estereótipos do Carioca que tá na obra original se torna um reforço do arquétipo da pobreza do nordestino sertanejo Por que que isso acontece né Vamos lá o criador da série é o Mário Teixeira sudestino e foi criador de Mar do Sertão outra novela que também se
passa ali pela Paraíba ambas abordagens são muito parecidas né até essa questão da o amarelo pobre né A ideia é essa então de querer produzir uma imagem onírica do Nordeste a partir de uma pausa no tempo você pausa o tempo especialmente em questão a costumes sempre a favor do Fascínio por por esse momento por essa representação a ponto de trabalhar sua obra toda em torno dessa visão th existe riqueza existe sim da exploração da terra do garimpe E por aí vai existe riqueza tem personagens esbanjando ouro esbanjando Posses alguns inclusive antagonistas porque o bonzinho é
o pobre que come como se o mundo fosse acabar amanhã aquela questão do bom selvagem que a gente já viu várias vezes eu falando por aqui no YouTube de fato Trabalhadores em situações extremas a gente tá falando de garimpo ali eles se sujam né eles têm no corpo marcas do trabalho mas daí a sugeri que fora desse cenário são out que não conseguem ter modos aí não por que há esse reforço constante do estereótipo Por que ocorre esse estereótipo sempre sendo entranhado mantido fortificado e a ideia é muito simples porque a imagem idealizada do Nordeste
ou da Paraíba né Por Conta aí da do contexto da da novela não serve se vier de um auge Não serve o auge para eles é é essa vivência exótica é como se estivéssemos nesse Globo Binho de neve para sermos observados e chacoalhados a bel prazer o sul e o Sudeste Eles olham pro norte e pro Nordeste apesar de estarmos em cima como se olhassem para baixo como se olhassem para um povo que apesar do smartphone estar lá precisa ser retratado a partir da subsistência No Rancho Fundo é mais uma novela da Globo que nos
representa para que o que de Fora quer que a gente seja mas eu quero levar essa crítica para um outro lado inclusive um lado bem espinhoso dessa discussão nó nós mesmos nós nordestinos em geral ao termos essa ânsia e a necessidade de querer nos adaptar ao Sudeste e também ao sul do país perpetuamos e reforçamos essa visão que tanto deveríamos [Música] reclamar tem um filme cearense chamado bem-vinda aqui xaram buim eu destaco ele porque chegou a ganhar prêmios nacionais do júri popular teve uma boa bilheteria E também porque é dirigido por um cear que é
o rde Gomes é inclusive de quem eu quero muito assistir o vermelho Monet filme que parece que vai finalmente tirá-lo desse ciclo vicioso no qual eu vou falar agora tá mas voltando bem-vinda a k xaram buim apresenta algumas das cenas mais toscas que eu já vi para retratar a nossa cultura Eu Chego nela Porque antes eu preciso contextualizar o filme A Trama parte de uma personagem que perde tudo ela é sudestina é herda uma casa que sharam buim uma cidade do interior do Ceará e isso a faz sair ir do seu berço esplêndido em busca
de uma herança só que ela acaba encontrando uma outra realidade a ideia do filme é muito nobre que é demonstrar os impactos culturais dessa sudestina para com o sertão cearense então o filme é essa dicotomia né O problema é que para isso ele recorre a um amplo exagero e a uma definição hiper caricatural de quem nós somos eu entendo que isso foi feito para criar essa dicotomia entre uma realidade e outra realidade eu entendo mas o problema é o que que se sacrifica para atingir esse fim é o que se sacrifica para atingir isso porque
não a cultura alheia porque sempre o sacrifício é a nossa cultura na cena mais bizarra do filme a personagem da Monica Alfradique pega carona ali em um caminhão o motorista tá desesperado para ir ao banheiro mas parece que não há lugar adequado na estrada para isso então ele faz de qualquer jeito a qualquer momento eu entendo a piada tá é mais uma escatologia para agradar de maneira Rasa falar de cocô peido bunda essas coisas né Tem aos montes só que dentro dela tem outra piada acontecendo que é isso que é muito bizarro a personagem da
Monique tá diante de uma né de um de um Panorama de nordestinos uma micelânia de nordestinos como se ela tivesse diante de um zoológico ou de uma vitrine de algo muito exótico dessa vitrine dentre outras coisas as pessoas tratam a comida e a saúde da pior maneira possível um menino com o nariz escorrendo tá comendo uma manga aí ele passa a mão pelo catarro que sai do n is coloca na horrendo coloca na boca a manga cai no chão outro sujeito pega a manga chupa tá nem aí com questão de né de limpeza tem farofa
Voando para tudo quanto é canto a mãe do garoto come farofa como se um animal tivesse ali atacando uma refeição de dentro de uma lata inclusive Lembrando que o filme ele não se passa Em um passado distante e mesmo que fosse eu tenho dúvidas se essa seria a melhor maneira de abordar Esse povo tem esse povo e Essa sociedade tem muitas dúvidas porque os utensílios podem até ser modestos mas jis imundos como essa cena tenta vender para fazer a sudestina parecer mais semelhante ao nordestino Olha só o filme A coloca comendo farofa e acertando a
testa como se a comida nordestina por si só representada por essa farofa fosse algo tão sem refino que mal dá para comer sem se melar inteiro se fosse farofa mas chamasse de crum n é assim né Crumb de não sei o qu daria para comer com a boca mas a farofa não espalha pelo rosto É bem assim mesmo até acho que no final o filme abranda um pouco isso tá mas não anula o exagero exótico de mais de 80% dessa história não anula eu acho essa cena terrível e vinda de um cearense pior ainda mas
o pior é que eu entendo porque isso acontece eu entendo de onde vem isso existe aí um dinheiro grande muito grande girando em torno dessa nossa caricatura da subsistência da pobreza a produtora do filme A Glass é paulista a dtown filmes que distribui a carioca a Globo filmes que faz a coprodução é carioca o apoio é da Paris filmes São Paulo então sim o filme é cearense mas o cearense que o sudestino gosta de pagar quem financia isso adora essa caricatura como adora a da novela que eu citei também é quase a mesma galera não
se engane não pro criador que precisa de dinheiro é como se para chamar a atenção tivesse que usar a nossa caricatura como quem chega numa roda de sudestinos e para chamar atenção precisa deixar o sotaque mais exagerado mas o fato do Ceará ser um dos maiores aprovadores do Ita parece não ser relevante pra Construção dessa figura nordestina que o sudestino quer pagar esse é o ponto Agora a do sofrimento a da imundícia Ah isso sim essa é a figura subalterna perfeita perfeita que eles gostam nem mais nem menos perfeita eu não quero pintar o Nordeste
aqui como um Oasis como esse Olimpo essa Atlântida que não tem problemas tem muitos problemas muitas contradições Mas é possível trazer as nossas questões complexas as nossas contradições de forma crítica sendo que de uma maneira que venha enriquecer o assunto e não destruir a nossa imagem gente senorita Bira fala demais tá lá no no YouTube dela imagem é uma palavra muito importante é semiótica cara por que que São Paulo tem a imagem dos prédios do Progresso sendo que São Paulo em si tem um interior enorme tem muitas realidades mas São Paulo se vende dessa maneira
o sulista o Rio Grandense o gaúcho é o Patriota O Mineiro é rico esbanja pedras preciosas e etc centro-oeste ali desbravador caubói o nordestino é a pobreza é essa imagem que tá sendo [Música] vendida o filme cabeça de Nego filmaço do Del Cardoso cearense também e tem crítica aqui no canal é feito todo com atores locais jovens enfim ele desenha um protagonista extremamente inteligente politicamente engajado e muito capaz de p pegar essa sua inteligência e mover toda a Trama o filme Só existe porque Saulo é inteligente Saulo é um protagonista que lê ele tem a
mesma idade do cidadão que pega uma manga do chão lá do bem-vindo a k xaram buim e bota na boca Saulo duvida que faria isso se questionaria e até criticaria isso Saulo vem das camadas pobres também mas o seu smartphone não é usado como acessório para fingir Progresso Como usa na novela é ferramenta de revolução Saulo lê veja você Saulo aprende estuda e aplica isso D Cardoso tá maluco de fazer cearense que sabe das coisas como é que pode cara onde já se viu D tá errado conforme o índice de desenvolvimento da Educação Básica e
Deb o de 2021 né que é o mais recente até a altura desse vídeo a rede pública cearense teve o melhor resultado do Brasil nos anos finais do Ensino Fundamental e conquistou segundo e terceiro lugares respectivamente nos anos iniciais do Ensino Fundamental e do ensino médio no índice de oportunidades da educação brasileira o ioeb de 202 TR o Ceará apresenta o melhor resultado do Brasil ao lado de São Paulo ou seja somos mais cabeça de nego e menos aquela cena do caminhão de bem-vindo a Karam buim Mas isso é vendável pro sudestino não é e
nunca vai ser se a gente começar andar com eles se vestindo de palhaço para eles aplaudirem bobos da corte assim como o Brasil pro exterior nunca vai ser vendável pelo mesmo motivo e o brasileiro fica chateado enquanto brasileiros odiamos isso mas Ei enquanto nordestinos a gente precisa tá na hora já a gente precisa repudiar isso esse arquétipo sendo aplaudido pro su destino eu até entendo o que eu não entendo é a gente aplaudindo isso nós eem uma matéria do diário Nordeste não há uma discussão crítica em relação ao assunto quando se fala do filme mas
apenas enaltecendo a tal representatividade que representatividade é essa é assim que tu se vê é assim que tu é veja os comentários dos meus vídeos é extremamente comum reclamar que eu tenho um lingua já rebuscado como se esperassem de mim apenas o ralo apenas o simples criadores de conteúdo de outras partes do Brasil do Sul falam de maneira mais complexa do que eu e não recebem essa reclamação de onde vem o fato de esperarem se de mim de onde Fala aí cara imagem é tudo velho tudo nos comentários do bem-vindo a Karam buim no Adoro
cinema né tem uma pessoa que diz assim tá abre aspas sou de Quixeramobim e não me senti nem um pouco representado pelos valores e cultura da minha cidade primeiro porque não foi usada uma cena sequer da minha cidade Igreja Matriz barragem praças e vários outros pontos que poderiam ser utilizados nas cenas segundo pela linguagem utilizada excesso de palavrões do início ao fim do filme nós cearenses temos educação fecha aspas então Eu repito a pergunta que representatividade é essa seão pro sudestino pagar se nós nos tratamos assim se eu tenho certeza que haverá muito melindre doos
envolvidos aqui nos filmes e novelas com relação a essa provocação que eu tô fazendo porque os de Fora Precisam fazer diferente a gente tá dando a eles o conforto de nos verem como eles querem tá na hora de dar o desconforto também ou isso continua aí batendo palma vai o problema é que tu nordestino tu tá batendo palma de dentro da jaula tu tá batendo palma aprisionado tu pensa que tá olhando pro zoológico mas tu é o Zoológico Nós somos o Zoológico e a gente batendo palma de D a Patativa diz que é o Nordeste
a poesia eu digo que também eu quero é tudo tudo que já somos inclusive tudo [Música]