Olá a todos e a todas aqui Fernando rim psicólogo hoje nós vamos falar sobre Talvez o livro mais famoso ao menos aqui no Brasil do filósofo coreano Ban O livro é intitulado a sociedade do cansaço ou Sociedade do Burnout do esgotamento para isso é preciso que a gente fale um pouco sobre o contexto sociológico dos nossos tempos ou melhor da mudança de contexto dos nossos tempos de uma disciplinar na modernidade século XX até hoje em dia na chamada pós-modernidade século X e uma sociedade que virou portanto uma sociedade desempenho da sociedade disciplinar nós rumamos para
uma sociedade de desempenho bom Vamos por partes o que que é a sociedade disciplina quem primeiro introduz esse conceito de sociedade disciplinar foi Michel foua filósofo francês que mesmo vivendo no século XX ele morreu em 84 ele já previa e via sinais desta mudança de paradigma da sociedade disciplinar para a sociedade de desempenho que de fato ocorreu Foucault percebeu então que prioritariamente nós tínhamos um modelo de sociedade naquela época pautado como o nome já diz na disciplina então pensem hospitais psiquiátricos ponto eletrônico no trabalho né controlando a entrada e saída das pessoas gerentes nas fábricas
monitorando o trabalho do pessoal o que que era feito uma hierarquia bem clara e definida nas empresas eh e até em casa né no modelo patriarcal clássico né O pai manda na mãe a mãe manda na criança a criança obedece E queç se sobrar tempo e tiver um pet manda no cachorro e as próprias escolas onde nós estudávamos tinha esse contexto certo e ainda são assim as matérias português matemática geografia se chamavam disci olha os nomes disciplinas de tempos em tempos toca uma sirene para avisar que tava no início o intervalo então nós tínhamos um
intervalo para pegar sol no pátio e nós voltávamos e ficávamos sentados disciplinados em salas quando a sirene tocava novamente ou seja tudo era pautado pelo tempo pelo relógio pelas regras existia na no no colégio também o o tio que ficava no corredor que era o chamado monitor ó o nome monitor que monitora a tarefa dele era ver se tá tudo em ordem né Se todos estavam disciplinados se ninguém estava no corredor no banheiro matando aula na minha escola tinha inclusive uma janelinha retangular na porta de cada aula de vidro para que o monitor ou o
diretor pudessem nos observar enquanto nós estávamos sentados na aula estávam todos disciplinados trabal olhando e escutando o professor então pensem em uma estrutura né pensem em uma estrutura externa que observa os nossos movimentos e age para nós termos determinados tipos de movimento conforme o que que é essa estrutura externa esse ente externo quer essa é a sociedade disciplinar bem ilustrado por uma prisão oval em que no centro tem uma torre de controle chamado panóptico essa torre de controle no centro observa a todos os presos em todas as aulas as as as as grades as jaulas
ali né quem não se adequa as normas nesse tipo de sociedade não era considerada uma pessoa disciplinada o suficiente era considerado um Rebelde Sem Causa E era portanto punido isso também tanto n escolas como nas fábricas nesse modelo de sociedade vigorava portanto a vigilância e a punição então mais ou menos esse era o contexto aqui o trabalho era imposto para nós ninguém gostava tanto de trabalhar não tinha Esse tesão todo por trabalhar e crescimento e desenvolvimento pessoal como nós vamos ver na sociedade que nós temos hoje a sociedade do desempenho tá ninguém gostava tanto de
trabalhar mas era era visto como um mal necessário enfim para sobreviver para pagar as contas e tudo isso através da disciplina se docilizaram os corpos como diria Foucault torna os corpos dóceis eles não querem trabalhar mas a base do chicote eles obedecem se tinha um meio de fazer o sujeito produzir hum tirar do sujeito e de sua energia aquilo que ele pode dar nós vamos aplicá-lo era base na Que Nós chamávamos na psicologia clássica de reforço e punição eu quero que você emane determinado comportamento então se você o fizer eu vou reforçar você vou dar
um prêmio um aumento um bônus Se você não se fizer eu vou punir você a criança indisciplinada levava um a palmatória né uma reguada na mão ou ia pro Cantinho da vergonha ou ia falar com o diretor ou era suspenso então nessa sociedade eh vigorava a disciplina entretanto assim que eu saía da escola assim que eu saía da fábrica eu era entre aspas livre o tempo era bem dividido entre deveres e lazeres assim que eu terminasse o tema eu podia brincar assim que eu terminasse o horário da aula eu podia me divertir com os meus
amigos então até o relógio bater 9 horas do dia seguinte pro trabalhador ou 7 horas hor 7:30 da manhã pras crianças voltarem ao Colégio eu podia brincar eu podia viver sem culpa o pai podia abrir uma cerveja ver um futebol na televisão né ficar deitado lá à toa cuidar do jardim qualquer coisa do tipo quando o relógio batesse 9 horas daí ele tinha que se submeter ao trabalho essa então era a sociedade disciplinar vista por Foucault uma disciplina do trabalho mas bem dividido entre dentro e fora entre trabalho e não trabalho Esse era o contexto
que nós vivimos até o século XX inicinho do século XX hoje em dia nós não temos mais esse modelo esse modelo é considerado ultrapassado Nós entramos portanto no que chamamos de sociedade do desempenho o que que é a sociedade do desempenho o que acontece hoje a tendência é nós não termos mais muros divisas Ou seja a tendência é não ter mais ponto eletrônico a separação de ambiente de trabalho e casa não existe mais nós levamos o trabalho para casa seja no celular seja no laptop seja até em Home Office os hospícios que segregavam os loucos
ficavam hospício Muros afastados da Cidade né onde nós colocávamos as pessoas indesejadas que segregavam os loucos inadequados da sociedade também não existe mais hoje tá todo mundo misturado não tem mais separações essa essa é o primeiro ponto que marca a mudança da sociedade disciplinar que é de dentro e fora pra Sociedade do desempenho que é misturada não tem mais esse dentro fora não um agente externo que vigia e com a mão pesada coloca as leis como na do disciplinar não tem mais não tem mais esse pai punitivo do tu não deves fazer isso ou tu
deves fazer aquilo eu sou pai e eu que [Música] mando isso tem mudado inclusive na criação reflete na criação das das crianças dos dias de hoje perceba na sociedade do desempenho não precisamos mais hoje ter alguém que manda a gente fazer algo e a gente contra a contra goosto obedece isso sou arcaico isso sou abusivo isso sou autor não somos mais em outras palavras Empregados subjulgar de nós mesmos empresários de nós mesmos o tu deves externo virou um eu posso interno a síndrome do basta eu me esforçar que eu chego lá todos conseguem atingir o
topo basta querer senso meritocrático o céu é o limite quanto mais eu me esforçar melhor eu vou essa a ideia que passou a vigorar na sociedade que vamos chamar de sociedade do desempenho perceba não mais disciplinar das regras externas do fazer a contra goosto amando do Chefe mas do desempenho pessoal do querer internalizado agora eu quero produzir por mim mesmo cada um é dono do próprio destino o que esse tipo de mentalidade gera em termos psíquicos isso gera um sujeito que mistura Liberdade com coação mas uma coação veremos ao longo da aula interna do próprio
sujeito para com ele porque em nossa sociedade o tempo livre é um tempo que eu tenho que ser útil produtivo em que tenho que me aprimorar em algo seja no meu trabalho seja no meu corpo com exercícios físicos seja até em um hobby Então eu preciso tocar melhor piano preciso tocar melhor violão preciso vencer o tempo do meu colega no crossfit ou meu próprio ser uma melhor versão de mim mesmo o tempo inteiro preciso performar na cama com meu parceiro Então hoje nós vamos ter jovens de 20 anos tomando Viagra para durar mais a ereção
para performar melhor que o outro para impressionar a parceira ou parceiro tudo virou desempenho métrica nem o sono escapa tem como dormir melhor tomar medicações para melhorar os sono melatonina fazer ritual do Sono tudo para desempenhar melhor até dormindo ou bebendo água então existem garrafas por exemplo que medem o meu desempenho enquanto bebedor de água né o quanto eu tenho que tomar de água por dia aplicativos que medem quantos passos eu tenho que dar no dia então hoje as pessoas monitoram elas mesmas e exploram elas mesmas por isso o nome é uma sociedade do desempenho
todos estão desempenhando não mais por um chefe que manda mas por um um chefe internalizado de nós mesmos que diz eu quero eu posso o céu é o limite eu preciso sempre estar me aprimorando Claro alguém pode argumentar mas o sujeito que explora a si mesmo explora porque quer Fernando cada um controla o quanto quer produzir e o quanto que vai ter em troca né e e isso sim sim seria um o ideal de liberdade vamos dizer assim muito interessante cada um é dono de si se eu quero produzir mas eu produzo eu tenho o
bônus disso hum se eu não quero produzir eu não faço eu tenho ônus disso né e Vivo de uma forma mais simples talvez produzindo menos até aí parece tudo certo cada um escolher o seu caminho em tese um sujeito plenamente autoconfiante que conhece a si mesmo pode conseguir até buscar esse balanço o balanço do quanto eu quero genuinamente investir e gastar as horas da minha vida com trabalho versus o benefício que eu tenho com isso e aqui de fato cada um é livre para fazer escolhas né para tentar achar esse balanço acontece que a sociedade
de hoje com seu marketing digital e o seu estilo de vida ao menos no que nós trabalhamos aqui no ocidente nos Empurra a produzir sempre mais consumir sempre mais o que não trabalha é visto como vagabundo por exemplo por mais que as empresas coloquem né que são 8 horas de trabalho por dia quem não fica 10 é mal visto se a pessoa Às 18 horas que chega o seu horário de sair do trabalho às 17 bate o ponto e vai embora ou dizer ó pessoal chegou meu chegou meu horário eu tô indo embora vou deixar
esse trabalho aberto aqui amanhã às 9 eu retomo isso é mal visto o que não trabalha por exemplo é visto como vagabundo então por mais que nós tenhamos uma liberdade para poder escolher existe uma pressão muito grande para a produção o não trabalho é visto como uma não é visto como uma escolha Nobre perdão tá é visto como uma escolha deficitária como um problemático como um vagabundo o conceito de não útil na nossa sociedade é algo pejorativo né até o adjetivo inútil é pejorativo tá a pressão implícita Então seja por nas redes sociais que nós
vamos ver que é muito forte seja do conceito do que é vencer na vida em uma sociedade como a nossa empurra o sujeito a explorar a si mesmo sem pausas vai dizer r a vida meramente vivida em que eu não produzo nada virou sinônimo de coisa ruim e aqui que nós temos um problema reparem porque isso interfere nessa escolha da pessoa conectada aos seus próprios valores e vontades do que que ela quer fazer com a vida hum nós somos coagidos e nós já nascemos em um mundo assim muitas vezes on nós seguimos a maré então
A ideia é que esse vídeo hã essas aulas elas possam fazer as pessoas refletirem e com base nisso melhor tomarem escolhas conscientes seja para produzir mais de uma forma consciente seja para não mas que nós consigamos reflet so reflet refletir sobre isso tá então reparem na sociedade do desempenho O que que a gente enxerga ninguém ninguém não tem um chefe obrigando as pessoas a acordar às 5:30 da manhã se privar de sono para ir trabalhar mais horas digamos 10 12 horas né Por dia ou fazer atividade física H tem gente que acorda 5 hor da
manhã saue correr na rua no escuro fazer CrossFit agora nós fazemos isso por gosto ou vontade própria e quando as pessoas postam né Depois do CrossFit e atividade física que elas colocam de Tá pago hoje foi na força do ódio Nossa ou seja tem um chefe interno que obriga a pessoa a fazer algo que ela não quer porque ela julga que aquilo é importante dado do contexto Então antes alguém nos obrigava e era o chefe e era o gerente era de fora para dentro agora é de dentro para fora ninguém tá nos obrigando em tese
não tem uma entidade física que diz vai trabalhar mais nós viramos nossos próprios chefes e capatazes ISS viram uma voz internalizada então na sociedade de desempenho Deixa eu só trocar uma coisinha aqui deu na sociedade do desempenho vai dizer rã nós exploramos a nós mesmos e confundimos isso com Liberdade nós exploramos a nós mesmos e confundimos isso com Liberdade confundimos isso com querer muito daí Porque pare parece que é o certo a fazer todos estão fazendo então é o certo a fazer e não é a propaganda na TV que me diz para fazer isso são
meus pares são os meus amigos no Instagram Então o que se questiona é se essa escolha de eu querer fazer isso é genuinamente um querer autêntica ou se eu estou seguindo o que me disseram para seguir Hum porque é muito forte essa pressão dos pares do Instagram das redes de todo mundo fazendo algo nós temos medo de ficar de fora nós vamos ver isso na na aula de hoje tá e Aquela Velha História né como nós não vivemos tempos distintos nós não vivemos outra época não nci na Idade Média não nasci na Renascença não nasci
no paleolítico né eu nasci agora sei lá eu na modernidade ou pós-modernidade dependendo de quantos anos você tem nós não vivemos tempos distintos para ter um comparativo que nem sempre foi assim então nós achamos que o que nós vivemos é normal e que sempre foi assim e é como deve ser e o ponto que Ban senta é que nem sempre foi assim no que Tang de desempenho nem sempre houve toda essa pressão por crescimento desenvolvimento e produção de nós mesmos nem sempre houve mídias sociais que coagem as pessoas eh com rede de propaganda e através
de algoritmos sofisticados a produzir e consumir mais nem sempre nós somos viciados em smartphones e acordamos com eles e dormimos com eles até vamos ao banheiro com eles né É É uma visão interessante entender que em outros tempos que evidentemente tinha outros problemas É claro aqui nós não estamos dizendo que um é melhor que o outro ou que existe certo ou errado né mas que em outros tempos Nós só estamos diagnosticando a nossa sociedade atual em outros tempos não existia esse fenômeno todo de produção e desempenho pessoal não existia tanto se nós pegarmos por exemplo
Aristóteles vamos vamos vamos vamos longe Aristóteles por exemplo valorizava que que ele valorizava o ócio e a vida contemplativa como caminhos dizia ele paraa verdadeira felicidade e virtude Se nós formos ler a GIA ciência de niet tem uma citação dele que diz aquele que não dispõe de dois ter 2 ter do seu dia para si é um escravo seja ele o que for estadista comerciante funcionário público ou estudioso aquele que não dispõe de 2 ter do seu dia para si é um escravo então percebam existia outras métricas em outros tempos novamente melhor ou pior não
é a questão não estamos aqui dizendo que trabalhar é ruim ou bom ou que antes era melhor antes era pior estamos apenas fazendo um diagnóstico dos tempos atuais Tudo na vida tem suas vantagens e tem suas desvantagens tá toda escolha uma renúncia o cobertor é curto se eu puxo pro peito eu destapo os pés se eu puxo pros pés eu destapo o peito temos portanto que como dis nit ia além do bem e do mal né além de classificar as coisas como boas ou ruins você é muito simplório e e e é aquela eh aquela
história do peixe né Aquela Velha História do Peixe eu não não sei se eu já contei aqui em alguma aula senão eu eu conto de novo é da chamar de Maria uma certa vez a Maria que é tipo filha de uma mulher né ao observar sua mãe preparando um peixe notou que a mãe Eh sempre cortava a cabeça e o rabo do peix antes de assar só só vinha o corpo assim ela cortava a cabeça e o rabo botava no forno e eles comiam curiosa sobre essa prática né a Maria questionou a mãe disse mãe
por que que tu corta a cabeça e o rabo né que fica mais saboroso tem alguma coisa ali que é que sei lá eu é ácida e tem que tirar faz mal ela disse não sei minha filha a a tua avó no caso a minha mãe né a mãe da mãe da Maria me assim Então essa é a receita aí a Maria curiosa foi lá falar com a avó e e perguntou vó Por que que corta a cabeça e o rabo tem algum segredo fica mais saboroso é é é para quê por causa da apresentação
e a avó falou assim não sei minha filha eu sempre aprendi que era assim né eu aprendi com a minha mãe a sua bisavó a a Maria curiosa foi perguntar a bisavó que ainda era viva e a e a bisavó disse olha é simples Eu sempre corto a cabeça e o rabo porque na época que eu fazia essa receita o forno que eu tinha era pequeno e não cabia o peixe inteiro então Eu cortava a cabeça e o rabo para caber Ah então percebam eh a mãe da Maria corta o rabo e a cabeça do
peixe porque sempre foi assim mesmo tendo um forno maior hoje em dia que cabe a cabeça e o rabo do peixe daria menos trabalho melhoraria apresentação Sei lá eu eh ela não questionava isso ela fazia a receita conforme foi aprendido ela já nasceu Nesse contexto então o o interessante de estudar um pouco de Filosofia e Sociologia é pra gente ter uma melhor percepção de onde que a gente tá pisando em qual tempo a gente tá vivendo isso nos ajuda a criar uma dissonância cognitiva de as coisas nunca sempre as coisas nem sempre foram assim né
não existe uma verdade absoluta que atravessa o tempo feita essa reflexão vamos voltar à aula então o sintoma de uma sociedade hiper produtiva que nós vivemos hoje que é uma sociedade do desempenho uma sociedade do desempenho de um certa cobrança internalizada por produção constante não é mais um chefe externo né uma cobrança interna né e o sintoma dessa sociedade produtiva que não dorme que se priva de sono que trabalha mais do que as 8 horas que enquanto tem energia produz é O esgotamento Emocional e as doenças psíquicas Esse é o efeito colateral do excesso de
produção não à toa as drogas de momento são estimulantes como anfetamina e cafeína Hoje em dia as pessoas bebem café como se fosse água não à toa é a hiperatividade e desatenção a temática principal dos nossos tempos né tem muito a ver com esse excesso de estímulos excesso de produção excesso de eu não posso ficar parado n que gera todos esses sintomas e as mídias sociais vai dizer rã reforçam muito essa questão do desempenho como a gente já falou um pouquinho alguns minutos atrás porque uma paração aos meus pares né porque uma vez que as
pessoas ficam ali postando seus Seus supostos grandes feitos ninguém posta algo que não deu certo ninguém posta Hoje eu estou triste hoje eu tive gases Hoje eu fiquei gripado tô aqui todo ranhento não João fez um novo curso sua sétima pós--graduação né Antônio bateu seu tempo no crossfit em 7 segundos a a a a Joana já tá na quarta maratona o Paulo tem um relacionamento perfeito olha ali as fotos os dois muito M felizes e estão em lua de mel na Itália em Roma e ano passado Eles estiveram em Sei lá eu nas Maldivas né
coaches se ploriferação espartana melhorada de você mesmo né eles pegaram reviveram essas figuras de guerreiros heróicos fortes peitudo né com aquele dorso forte depilado né aquela barba grande cursos em que as pessoas pisam Em Chamas cacos de vidro né como superação pessoal esperte o leão em você esse tipo de coisa como você feliz como ter um reservatório maior de dopamina como arranjar o parceiro ideal e por aí vai então quando eu olho pro Instagram e e lembrando eu tô com ele do acordar até o dormir quase 24 horas por dia o tempo de tela das
pessoas hoje é altíssimo Ram vai dizer que o celular virou um novo Cruz fixo que de certa forma catequisando eu olho para Instagram todos estão fazendo algo interessante todos estão produzindo que ninguém posta quando não está produzindo ou não tá sendo útil cria uma rede de propaganda indireta que parece que eu tô ficando para trás logo eu devo fazer também como eu vou resistir essa propaganda que eu visualizo diariamente de hora em hora e dos meus pares ainda a comparação é muito mais forte quando é com os meus pares se o Elon musk se o
Bill Gates ficou bilionário bom para eles boa sorte agora se meu parceiro de colégio tá ficando ou de faculdade tá ficando e eu não aí o bicho pega aí eu fico incomodado eu não posso ficar para trás percebem qu como isso é eficaz pois leva a crer que é minha vontade eu explorar a mim mesmo e produzir mais aqui a lógica é que a vida é igual a aperfeiçoamento constante sociedade desempenham a lógica que a vida é aperfeiçoamento constante e o que R vai perguntar é de onde nós tiramos isso quem disse que a vida
é aperfeiçoamento constante nesse tipo de cenário tem a inveja dos mortos que ao menos eles conseguem ter 8 horinhas de sono por dia né não precisa acordar às 4 da manhã eles não se privam de sono não precisa ficar tomando café que cansativo vai dizer rã Hum só posso descansar quando eu morrer então para rã nós estamos em um estado de sobrevivência e não de aproveitamento da experiência de vida a capacidade de contemplação é única do ser humano e nós não estamos usando ela nós estamos apenas usando o modo de sobrevivência de hipervigilância constante de
produção constante de caçar alimento o tempo inteiro isso vai levar a um sintoma H vários né mas o que han vai dizer em termos psíquicos um sintoma de falta de conexão com os outros e com Na vida nós não vamos conseguir sentir o que ran chama de o Aroma do tempo das coisas porque nós estamos sempre em um modo ativo de produção quem tá se produzindo o tempo inteiro não está se conectando com o seu redor ou consigo mesmo essa pessoa vê o sol essa pessoa vê o parceiro essa pessoa vê o seu Pet essa
pessoa vê os seus pais essa pessoa vê a sua avó mas não consegue sentir o cheiro que isso tem não consegue se conectar com esses objetos porque na lógica da Vida Ativa esses objetos Eles não têm utilidade para eu me conectar com algo é preciso que eu me demore nesse algo é o tempo investido nesse algo de forma constante demorada que cria vínculos que cria histórias e que cria lembranças que cria vida onde não tem é como me relaciono com o objeto então pro pessoal que vive uma vida meramente e o tempo inteiro ativa tá
é como se tivesse um filtro que a gente somente vê a utilidade das coisas a pessoa que tá no modo ativo tem um filtro que não consegue se relacionar com osos objetos só vê a utilidade deles para si utilidade para si né E esse filtro nos priva de sentir e ver o colorido das coisas simples das trocas Só quando eu estou no modo contemplativo eu consigo de fato me relacionar e sentir a vida eu consigo interagir com ela quando eu tiro o pé do acelerador quando eu paro de olhar para mim e me projeto no
outro eu esqueço de mim consigo daí criar histórias narrativas que me transportam pro mundo eu quebro esse filtro certo então as pessoas estão e muito no modo de vidativa e não contemplativo vai dizer r e qual a mensagem que vemos nesse tipo de sociedade do desempenho da vidativa nunca pare de estudar nunca pare de se aperfeiçoar nunca pare de se aprimorar não tire o pé da acelerador não tire o pé do acelerador não vá paraa contemplação contemplação é perda de tempo não não tem utilidade você não vai se aprimorar na contemplação fique ativo consuma mais
cursos treine mais faça mais abdominais faça mais sei lá eu agachamentos hã faça mais um curso faça um curso de mergulho faça um curso de francês seja esse ativo na vida pessoal seja na vida profissional faça um curso de como ser melhor pai a palavra é aprimoramento eterno e constante como se o melhor parceiro melhor pai melhor cuidador de Pest tudo tudo tudo tudo né esse tipo de coação interna Quando eu digo coação interna é porque a gente se convence que a gente quer isso porque todo mundo tá fazendo a história do peixe lá né
eu nunca vivi outro tempo e tem a pressão para eu ser assim então logo é natural ser assim esse tipo de coação é muito m mais eficaz do que a coação externa de um agente externo da sociedade disciplinar percebem porque essa coação interna ela ela é confundida com liberdade é eu quero não o outro dizendo tu deves aqui o sujeito por livre espontânea vontade se submete à lógica da produtividade é uma produtividade excessiva a motivação intrínseca é muito mais potente do que o reforço e a punição da sociedade disciplinar percebem muito mais potente porque o
sujeito não para ele se produz até se exaurir e aqui que entra o ponto do Liv Ponto Alto do Liv que é o Burnout O esgotamento então o termo Burnout que é do inglês refere-se a um estado de exaustão física emocional e mental causada por estess prolongado ou excessivo que vem do nunca parar ou querer sempre mais o corpo entra um estado fisiológico simpático sistema nervoso simpático de constante adrenalina e cortisol a etimologia de Burnout né vindo em inglês Burn que significa queimar e out que implica algo que foi completamente consumido Pens em um fósforo
Riscado que foi queimado esse algo que foi consumido somos nós no caso somos nós nas palavras de hanan o excesso de elevação do desempenho leva a um infarto da Alma então B churan vai falar que a falta de relação Esse é um outro ponto importante que a falta de relação com o outro porque nesse tipo de sociedade nós estamos sempre voltados para nosso próprio a aprimoramento nós não nos relacionamos com o outro hum leva a uma crise de gratificação e significado a gratificação como reconhecimento né Tipo eu eu eu eu conquistar alguma coisa e ficar
grato por isso gratificação como reconhecimento ela pressupõe a Instância do outro ou de um terceiro a felicidade S real quando compartilhada então aqui por mais que o sujeito desempenho performe e conquiste ele nunca vai estar satisfeito veja que vira uma bola de neve como eu sou tô eu sou autocentrado na minha própria produção no momento que eu consigo chegar em determinados locais e grandes feitos não vai ser o suficiente porque tem sempre mais o céu é o limite e não Ten o outro para eu me sentir eh feliz compartilhado porque o outro vira na verdade
ou um obstáculo ou um rival então aqui eu nunca vou estar satisfeito em parte porque o outro já não existe mais para nós compartilharmos os nossos feitos o outro existe como uma ameaça de comparação a nós mesmos no sentido de que não é suficiente o que eu fiz eu tenho que fazer mais é preciso ir atrás se eu ganhe um campeonato Vamos pro segundo se eu já fiz uma graduação vamos pra próxima se eu já fiz uma quinta especialização vamos pra sexta quando um amigo colega meu Conquista algo por exemplo não é algo a ser
comemorado meu amigo teve uma vitória é algo a ser invejado como que ele conseguiu e eu não eu preciso me esforçar mais é um aut centrismo Solitário vai dizer rã por qu Porque existe a competitividade de todos contra todos de nós mesmos contra nós mesmos o tempo inteiro isso é desempenho uma guerra campal nua com isso vive-se constantemente Num sentimento de eu não tenho aquilo tudo que que eu gostaria nunca é suficiente e de culpa e de cobrança por esse não ter e visto que em última instância nós nunca alcançamos um ponto de repouso e
Plenitude por isso que nós nos esgotamos nunca é o suficiente porque aqui tá o segredo a felicidade Ela depende de nós a compartilharmos e vivenciarmos em comunidade se eu estou sempre concorrendo comigo mesmo eu procuro superar a mim mesmo o tempo inteiro até sucumbir é Solitário Então nesse modelo de sociedade disciplinar só é permitido descansar na exaustão eu só o meu superg só permite que eu pare de trabalhar se eu tiver morto ou quase isso aquele aquele exaustão que diz assim feito por hoje hoje tá pago mas amanhã tem mais hein Amanhã tem mais 5
horas da manhã o despertador vai tocar sofre-se um colapso psíquico o sujeito do desempenho se realiza na morte vai dizer rã realizar-se e autodestruir-se se coincidem o sujeito desempenho se realiza na morte e a provocação é a seguinte produzir mais para qu produzir mais para que estamos mais felizes ou mais estressados ou a Vida Vivida a vida para ser gozada está sendo deixada de lado a vida do inútil a vida do dançar do comer do cantar do beber do se divertir do se demorar nas coisas a vida da profundidade de trocas das relações essa que
traz o Aroma do tempo vai dizer B churan essa que traz o propósito do viver naquilo que não é útil naquilo que não produz a felicidade portanto não tem utilidade Hum percebam que pro capital a Vida Vivida né ela ela ela não gera ela não gera produção ela não é útil a Vida Vivida essa que nós estamos comentando agora a felicidade portanto vou repetir não é útil não tem propósito uma dança um demorar-se na cama com o parceiro não tem propósito uma caminhada no parque não tem propósito uma festa em que as pessoas ficam conversando
e dançando até o ósseo né já entrou nessa lógica do desempenho que é o ócio produtivo Eu vou ficar em ósseo para produzir mais né tudo ligado à produção mas o ósseo por si só ele não produz nada né Nós sequestramos eles para tentar colocar aando do Capital então a felicidade não é útil embora sejam esses os momentos que nos preenchem E que nos fazem ter o gosto da vida a troca com o parceiro a festa o beijo a dança hã só que nós tendemos a fazer cada vez menos isso e cada mais cada vez
mais nós nos voltamos a produzir e como nossa vida ela tá esvaziada de significado e Conexões quando eu paro de produzir eu caio em um vazio tão grande que o Ted não se torna suportável eu não tenho mais nada na minha vida a não ser a produção eu eu pautei a minha vida inteira nessa produção eu não teci histórias eu não criei conexões então fica muito assustador eu parar de produzir quando eu paro de produzir eu não consigo ficar sozinho com mesmo o té não é suportável essa mudança da Vida Ativa para contemplativa é assustadora
porque meio que eu não tenho nada para contemplar eu não criei nada hum é assustador é Solitário então para escapado tédio num domingo onde eu não trabalho e produzo eu busco gratificações imediatas Eu consumo então o próprio capital traz soluções consuma gaste n seja nas comidas seja nas viagens seja no cinema seja no Netflix eu não consigo mais ficar parado comigo mesmo eu tenho que ter estímulos ativos que me distraiam os chamados passatempos eu preciso passar o tempo eu preciso perder a vida não viver ela fugir dela porque a vida em si não é suportável
para mim é insuportável olhar o nada criado em minha vida ou não criado melhor dizendo nada referente à construção de narrativa de uma história o eu virou uma máquina de emendar dias consecutivos de trabalho e quando se vê Já se passaram 5 anos 10 anos 20 anos e se nós não criemos histórias se nós não colocamos rituais de passagem né fechamentos nós nos perdemos e nos esvaziamos no tempo a vida passa e nós só produzimos então han vai argumentar que nós estamos em um estado de mortos vivos vivos Demais para Morrer mortos demais para viver
eu acordo Eu malho eu estudo eu trabalho eu volto cansado eu consumo uma série que eu tô exausto demais para fazer outra coisa eu durmo eu acordo novamente no outro dia para malhar viramos nas palavras deles viramos zumbis do desempenho e do Botox zumbis fitness vai provocar mian então aqui vou trazer um trecho do livro para nós refletirmos até aqui o que foi visto abre aspas vivemos numa fase histórica muito específica a liberdade das habilidades gera até mais coações do que as dos deveres disciplinares que proferia a ordem de proibições o dever ele possui um
limite mas a habilidade não possui limite algum está aberta para elevar-se e crescer assim a coação interna que provém da habilidade ela é ilimitada as enfermidades psíquicas como a depressão ou Burnout são a expressão mais profunda dessa autocobrança isso é um sinal patológico do que hoje a liberdade está se transformando em coação isso é um sinal patológico de que hoje perdão a liberdade está se transformando em coação é bem possível que a sociedade antiga fosse bem mais repressiva que a atual mas hoje não somos essencialmente Livres a repressão cede lugar a depressão A Vida de
hoje se transformou num sobreviver a vida enquanto um sobreviver acaba levando a uma Histeria da saúde a pessoa Sadia irradia paradoxalmente aqui Sadia entre aspas né a pessoa Sadia da sociedade de desempenho vamos dizer assim ironiza rã irradia paradoxalmente um que de mórbido algo sem vida então de uma vida contemplativa que defende nós estamos 100% do tempo na verdade numa Vida Ativa o contrário da contemplação nós estamos 100% do tempo em uma vida de sobrevivência novamente eu trago aqui o exemplo do Instagram Perceba como ou qualquer outra mídia social da época tá Quando você vê
esse vídeo talvez não seja o Instagram mas vai ser a mesma coisa todo mundo hoje virou um produto hoje todo mundo vende seu próprio curso vende a si mesmo quiçá sua própria faculdade aprovada pelo MEC então academia do Joãozinho Centro de Estudos de independência financeira do Paulo por aí vai você abre o Instagram tem médicos médicos filmando suas próprias cirurgias para mostrar o seu trabalho no Instagram influenciador mostrando seu próprio parto ao vivo pros seus seguidores mostrando seus próprios filhos pro público os vendem como produtos plataformas como ol fans as pessoas vendem seus próprios corpos
como produtos as pessoas se vendem como produtos novamente tudo isso acontecendo aos nossos olhos e quando daí nós não temos uma crítica perspicaz do que que tá acontecendo dessa edade do desempenho e da pressão por mais isso gera uma enorme carga sobre o nosso sug essa pressão que diz eh e nós nós não vamos fazer nosso próprio curso pressão interna que diz nós nós não vamos fazer nosso próprio curso o Paulo tá no oitava após especialização Acabei de ver aqui no Instagram nós não vamos fazer também nós vamos ficar para trás então começa a surgir
um fenômeno de culpa pelo tempo livre Vejam Só tempo livre portanto é perda de dinheiro e oportunidade no tempo livre nós não estamos produzindo nessa visão parece que nós não estamos na terra para gozar mas sim para trabalhar e produzir não estamos aqui para nos relacionar porque novamente se relacionar com o outro se demorar com o outro em um almoço de domingo lento e demorado aos risos enquanto escutamos uma música não é útil não produz não agrega as palavras de Ram abre aspas nós enchemos o mundo com objetos e mercadorias essa loja de mercadorias não
se distingue muito de um Manicômio aparentemente temos tudo só nos falta o essencial a saber o mundo nosso sistema de vida hoje dissolve totalmente a existência humana em uma rede de relações comerciais já não existe nenhum âmbito da vida que não consiga se eximir da degradação provocada pelo comércio arranca se a dignidade do ser humano substituída completamente pelo valor de mercado tudo se transformou numa grande e única loja comercial e cada um de nós nos tornamos vendedores sempre espreitando na busca de clientes o mundo perdeu sua alma e sua fala se tornou desprovido de qualquer
som o alard de comunicação sufoca o silêncio Olha que bonito o mundo perdeu sua alma e sua fala se tornou desprovido de qualquer som o alarde de comunicação sufoca o silêncio as coisas superpo o céu e a terra esse Universo de mercadorias não é mais apropriado para se mor ele perdeu toda a relação para com o Divino para com o sagrado com o mistério com o infinito com o Supremo com o elevado perdemos toda a capacidade de admiração e contemplação vivemos numa loja Mercantil transparente onde nós próprios enquanto clientes transparentes transparentes aqu ele diz assim
que fica se mostrando o tempo inteiro né somos supervisionados e governados já é hora de transformar essa casa Mercantil novamente em uma moradia em uma casa de festas onde vale a pena viver e acontece que quando nós tiramos da vida a graça que ela tem as histórias e as narrativas que nós inventamos troca com o outro senso de comunidade quanto mais a gente tira isso mas a gente fica só só com o nosso tempo só com o nosso corpo nu e cru isso é sem graça isso é sem contexto E aí o que que sobra
bom eu pegar esse corpo no cru e tentar aperfeiçoar ele cada vez mais numa lógica produtiva seja de fazer esse corpo ficar forte seja desse corpo ficar cada vez mais saudável seja desse corpo ficar cada vez mais inteligente eu aperfeiçoar esse corpo até a morte Mas a vida não é o corpo a vida é a troca para com os outros é eu esquecer do meu corpo e me jogar no mundo eu criar histórias tá eu optar por preencher esse tempo vazio de narrativas e trocas com trabalho e consumo cai-se na vidativa do desempenho com maratonas
de série e tudo mais que me distraia da vida e tudo isso é muito solitário porque a gente vê tudo isso como um fenômeno individual e não coletivo né todos nós sentimos isso e todos nós achamos que nós mesmos somos os problemas individualmente porque não tem comunidade para trocar ninguém checa com outro ninguém posta no Instagram Você também está triste você também tá se sentindo sozinho se eu estou triste nesse modelo de sociedade a culpa é minha eu que sou um Loser né eu que sou um perdedor eu que não estou dando conta da vida
se eu se eu estou infeliz com a vida é porque eu não fiz por onde as palavras de han e o cansaço da sociedade de desempenho É um cansaço solitário que atua individualizando e isolando É um cansaço do eu aqui ou o meu eu aqui e o teu para esse tipo de mecanismo de violência é o que destrói qualquer senso de comunidade nem que seja para sentirmos o cansaço juntos todos hoje estamos cansados e exaustos mas todos vemos como uma questão um fenômeno um individual a ser superado e não como uma questão coletiva de comunidade
fecha aspas então que o r vai dizer que o mundo digital esse das mídias ele é pobre em alteridade ou seja diferença nos círculos virtuais o eu pode mover-se praticamente desprovido do princípio de realidade não tem compromisso com a realidade prova disso são as fake News por exemplo Esse princípio de realidade que não precisa nesse universo é um princípio do outro é um princípio da Resistência novamente a ideia é de que eu me moldo a partir do outro dos limites do outro criança se molda a partir do Olhar dos pais que o castram que os
colocam com os limites nas redes sociais o eu narcísico infla porque nessas mídias digitais não tem limite eu só me encontro comigo mesmo a tela do celular é Lisa é plana ela não tem dois olhos que me atravessam o os olhos do outro nã se eu xingo alguém na rede social fica por isso mesmo é diferente de eu xingar alguém ao vivo onde eu corro o risco de ser agredido ou repreendido vou pensar mil vezes antes de fazer isso ou eu vou ter empatia pelo outro e vou dizer Nossa eu não vou fazer isso coitada
dessa pessoa hã até ela é lisa ela é plana nós só vemos a nós mesmos Hum Tem o Olhar do outro que me atravessa e me julga que me coloca limites pelo contrário tem somente o reforço de outras pessoas né então quando eu posso alguma coisa lá eu posto uma foto minha sem camisa com dorso forte depilado E aí a as pessoas vão dizer Nossa lindo palminhas coraçãozinho você tá que nem o bread Pit gato a virtualiza só tem reforço positivo podem reparar antigamente no início das mídias sociais tinham o botão de menos de de
para baixo ou para cima Eles tiraram para baixo Eles tiraram eles deixaram só reforço positivo paraa pessoa se perder naquilo tá a virtualização e a digitalização Estão levando cada vez mais ao desaparecimento da realidade realidade é essa que nos fornece resistência a partir do outro não tem mais o outro é só eu que importa o sujeito do desempenho pós-moderno que dispõe de uma quantidade exagerada de opções não é capaz de estabelecer ligações intensas porque o outro não existe justamente porque ali não habita mais o outro somente o eu mesmo você já viram muito engraçado eh
fotos que às vezes os amigos postam de outros amigos para homenagear esse amigo que tá de aniversário então digamos assim meu amigo João tá de aniversário Vou postar uma foto eu e o João né E aí a gente posta a foto junto mas a foto escolhida privilegia muito mais não aniversariante mas eu eu bonitão lá num ângulo bacana E o João todo torto piscando o olho eu escolho a foto da homenagem que eu vou fazer do João que melhor Eu Me apresento né Vocês já já não viram isso tá lá a amiga linda de biquíni
um ângulo altamente favorável sensual quase pornográfico e e e e a aniversariante Toda torta ali parecendo um Cruz credo vocês já viram isso então o outro não existe é a fase do eu eu eu não à toa e os consultórios clínicos estão abarrotados de síndromes narcísicas tem muito a ver com os nossos tempos o Outro ponto importante de salientar referente ao livro é que nos Ram vai dizer que nos está faltando essa coragem para a introspecção para a vida contemplativa e e a falta dessa coragem que a gente fica sempre nessa superfície Rasa e plana
né do Instagram né de coisas rápidas e Breves né em que eu não paro para ter o tédio porque no onde eu me encontro eu vejo a minha vontade eu vejo o que dói eu cresço com o que dói eu tenho autenticidade né Ou até eu me demorar para ler um livro longo em que demore meses que o livro tem lá 1 páginas ninguém mais faz isso é tudo muito rápido tudo muito superficial por quê Porque eu tentei estímulos rápidos e Breves Para quê Para me distrair de mim mesmo né E também porque tem a
pressão por produzir rápido né então isso cria o que o vai chamar de um inferno do igual porque a introspecção e a profundidade que traz originalidade através da Solidão comigo mesmo eu consigo me encontrar escutar minhas vozes criar algo original hoje em dia todos fazem aquilo que todos fazem Como dizia minha mãe no passado se alguém se atirar da ponte as pessoas estão se atirando atrás dizer mas Fernando se alguém se atirar da ponte tu vai te tu vai te jogar atrás vai fazer do que todo mundo tá fazendo as pessoas estão se atirando da
ponte então por exemplo na época da pandemia covid-19 o Instagram tava cheio de lives e todo mundo fazia Live Todo mundo começou a fazer Live depois veio a época em todo mundo tinha um podcast né todo mundo tinha um podcast depois veio a época das dancinhas do Instagram todo mundo tinha uma dancinha do Instagram aí daí tem a época dos roteiros de viagem todo mundo tem que ir paraas Maldivas aí todo mundo vai pras Maldivas aí depois tem a época agora pro Japão hoje é dia 30/06 que tô gravando esse vídeo todo mundo tá indo
pro Japão se por não sei mas tá lá Bruna Marquezini no Japão ca no Japão eh fulano de tal no Japão aí daqui a pouco vai todo mundo para meso roteiro Por que não me pergunte mas que falta de originalidade né que falta de originalidade Então temos esse problema de de de de não autoridade né autoral no sentido de autoral né não somos mais originais até as séries produzidas pelos roteiristas e a Netflix é feita por algoritmo de Inteligência Artificial esse algoritmo não tem coração Esse algoritmo não pensa eles pegam o que que é tendência
e geram a partir disso conteúdos Então nada de novo surge ali nada de novo surge ali o sujeito do desempenho pós-moderno que dispõe uma quantidade exagerada de opções repetindo ele não é capaz de estabelecer ligações intensas consigo e com o outro por isso que não temos grandes artistas grandes pensadores grandes filósofos hoje em dia grandes músicos compositores como antes havia moer betoven donon vin né filósofos como schopenhauer niet não tem mais nós só temos replicadores porque para que isso aconteça é preciso tédio é preciso tempo é preciso profundidade mergulho qualitativo dentro de si e do
outro do objeto para que se construa essa relação E hoje nós estamos numa superficialidade das coisas como eu tenho muitos estímulos eu adquiro aquele conhecimento rápido e já vou pro próximo tudo vira informação um exemplo disso são os aplicativos que tem por aí de leitura rápida de um livro eu fico abismada um livro em 15 minutos n em 15 minutos shopenhauer em 15 minutos né aprenda a ser sei lá o que em 15 minutos 15 minutos gente se você pega uma obra prima como por exemplo Tempo Perdido Tempo Perdido de prst ele demorou 10 15
20 anos para fazer aquele livro né E nós queremos no nosso ego também fazer isso só que em 15 minutos de conhecimento não dá né ou as pessoas pessas escutam um livro enquanto fazem outra coisa né que é o que é o multitask que também é outra coisa horrorosa né que multitasking para rã tá muito ligado à sobrevivência quem faz multitasking que é multitarefa são os animais na Savana na na selva para sobreviver eles têm que estar ligado o tempo inteiro enquanto eles estão comendo vocês vão ser comidos então a multitarefa é uma via de
sobrevivência e não de excelência no viver tá então a pessoa faz multitask né ela tá escutando o livro e tá fazendo academia e dirigindo né ou dirigindo ou fazendo academia ou escutando o livro tudo ao mesmo tempo isso traz uma falta de profundidade nós não temos a qualidade necessária para criar então obras primas e profundas vai dizer r o inferno do igual esse outro ponto tem no livro tá o tédio é necessário para chocar o ovo a partir da experiência do novo e do original Então são mais ou menos esses os pensamentos e as provocações
que bonan traz nesse livro Sociedade do cansaço ou Burnout society novamente não é uma sentença dizendo isso é bom isso é ruim é uma análise dos nossos tempos e dos seus efeitos colaterais cabe a cada um conseguir refletir e achar o seu ponto de corte o seu ponto de equilíbrio mas por favor reflita com tempo demore-se em si mesmo con conhece-te a ti mesmo como diz a filosofia porque daí tu vais tomar uma decisão original uma decisão pautada no seu gosto e não no que os outros acham que você deveria estar fazendo Hum Tem uma
passagem de niet eu gosto muito vou pegar aqui para trazer para vocês ele diz o seguinte se te apetece esforçar esforça-te se te apetece repousar repousa se te apetece fugir fuja se te apetece resistir resista Mas saiba muito bem o que te apetece e não recue ante nenhum pretexto porque o universo se organizará para te dissuadir é isso né então acho que essa passagem ilustra bem eu tento trazer aqui que é são reflexões para nós pensarmos a vida e de novo não é bom ou ruim não é certo ou errado mas nós pensarmos dados à
nossas vontades e nossas necessidades o caminhar que a gente quer tomar tá espero ter ajudado de alguma forma aí vocês com essas reflexões do livro A Sociedade do cansaço de bicho um grande abraço a todos