[Música] muito bem-vindas e muito bem-vindos a sexta semana do curso de literatura infanto-juvenil na semanas anteriores nós já fizemos uma abordagem histórica que eu não vou repetir aqui porque já falei várias vezes sobre isso e fizemos uma abordagem por gênero olhando gêneros mais narrativos os gêneros mais poéticos e vimos na semana passada um gênero que é muito singular da literatura infanto-juvenil mas ao mesmo tempo completamente importante fundamental que é o gênero da contação de histórias bom durante todo esse percurso o horizonte do ensino de literatura infanto-juvenil esteve sempre conosco né Espero que ao longo dessa
semana seja pelas aulas seja pelos cursos né pelos textos pelos vídeos pelas outras partes do curso vocês tenham pensado também Nossa mas como eu daria aula sobre isso mas como que está o ensino de literatura no Brasil como que ele funciona como como que ele se constitui nas diferentes faixas etárias eu acho que esse é um debate Espero que tenha acompanhado o curso todo até aqui mas esse é o momento de a gente falar especificamente sobre isso e o encontro de hoje é sobre talvez a parte mais objetiva digamos mais Mas numerológica ou mais concreto
mais econométrica disso que é as políticas nacionais para o livro infantil então o movimento da aula vai ser mais ou menos o seguinte eu vou primeiro acumular uma série de dados a partir de certos pressupostos da relação do livro infantil com a sociedade para depois apresentar esses programas alguns desses programas E como eles têm agido dentro da literatura infanto-juvenil brasileiro é vou começar recuperando esses dados é apontando de maneira bem concreta algumas coisas primeira delas o Brasil tem quase 70 milhões de crianças e adolescentes entre 0 e 19 anos O que representa 33% da população
Isto é um terço um terço da população brasileira é formado por crianças e adolescentes de 0 a 19 anos desse um terço se nós pensarmos nas crianças de 0 a 3 anos somente 11,7 estão na escola Bom óbvio né esse é o momento da creche assim que Muitos pais não não deixe que as crianças saem continuam a criação da criança não tem como como levar a criança creche esse é o momento enfim que de fato faz todo sentido só 12% das Crianças estarem na escola esse percentual sobe para 68,4% nas crianças entre 4 e 6
anos esse período em termos escolares é o que nós chamamos de Ensino Infantil né que é enfim antes do M1 antes de entrarmos na educação básica das crianças já maiores e com idade obrigatória para estar na escola o percentual é bastante alto mas chama atenção que 30% das Crianças nesse momento ainda não estão na escola Isso é um problema enfim nós vamos ver sobre uma certa alteração na idade obrigatória de estar na escola e nós falamos sobre isso mais adiante dos seis aos 14 anos que é o ensino fundamental é aí eu tenho a Adesão
maior assim no quadro educação brasileira 96,2% das crianças não a qualquer constrangimento em dizer que o centro da vida escolar brasileira é o ensino fundamental é do 6 aos 14 anos eu tô falando isso de maneira tão frisada assim sublinhada porque em geral a gente tem de achar que o ensino médio ao centro mas o ensino médio é o final e pelo contrário olha olha olha os dados de baixo por favor dos 15 aos 17 anos estão na escola 91,3% dos Adolescentes ou seja há um recuo da Adesão de adolescentes nessa faixa Final O que
significa a evasão simples é de saída da escola ou a entrada precoce no mercado de trabalho é são essas reflexões e agora de maneira mais sintética que eu queria fazer com vocês né isto é quando você cruza aqueles dados que eu comentei no slide anterior a gente percebe que a educação infantil tem uma adesão significativa mas ao mesmo tempo muitas das crianças de 4 a 6 anos ainda estão fora da escola embora a obrigatoriedade tenha recuado como nós vamos ver isso e esses dados têm mudado muito rapidamente o centro é o ensino fundamental E aí
claro que a gente pode se perguntar e vai se perguntar aqui é qual é o lugar da literatura infanto-juvenil no ensino fundamental qual é o papel da literatura infanto-juvenil no ensino fundamental ao passo que no ensino médio como eu já comentei tem uma queda maior né ainda tá acima dos 90%, mas eu tenho um índice bastante sensível de evasão ou de entrada precoce no mercado de trabalho se a gente tem essa noção digamos da do quadro mais mais bruto mais concreto da presença das crianças na escola acho que a gente pode sair um pouquinho pelo
lado e discutir um pouco legislação e outros aspectos que vão contribuir para que a gente entenda o quadro do ensino da literatura infanto-juvenil no Brasil bom é claro que os direitos das Crianças foram sendo acumulados progressivamente Mas o Marco moderno ou recente mais claro é a Constituição Federal de 88 e o Estatuto da Criança e do Adolescente o eca de 1990 os dois são absolutamente Claros Como já existia em legislações anteriores de que a criança é o adolescente tem direito à educação somente com as leis a lei de diretrizes e base da Educação Nacional a
LDB de 1996 é que foi definida a idade de 6 anos como obrigatória para matricular uma criança na escola lembrando que em 2013 essa legislação foi modificada e hoje O que vale é eu acho isso muito bom a idade de quatro anos então recuou um pouco a cidade outros aspectos que eu ainda queria acrescentar para que a gente chegasse a uma conclusão é que 75% daquelas crianças que eu comentei nos likes a dois slides atrás daquele um terço da população brasileira 75% dessas crianças são atendidas na rede pública e 25% são atendidos na rede privada
das Crianças atendidas na rede pública 70% a maioria bastante significativa são atendidas na rede pública Municipal menos um pouco na rede pública estadual e só uma ínfima parte na Rede Pública Federal né a partir de alguns institutos enfim colégios de aplicação que são muito mais raros do que a Educação Municipal e estadual com esses dados a gente já pode entender o seguinte né que é fundamental um investimento massivo e maciço na educação pública do ensino básico no Brasil porque a resposta seria porque 75% das crianças são atendidas nesse ensino e não no ensino privado Esse
é o primeiro ponto o segundo ponto é dá 75% das Crianças atendidas no ensino público 70% delas estão nas redes municipais logo as redes municipais também precisam de grande investimento para que a gente consiga alterar os quadros da sociedade brasileira como eu vou argumentar ali adiante isso ainda se torna mais grave se nós pensarmos num dado que esse dado sai de tempos em tempos Então esse aqui é a versão mais recente desses dados de que um brasileiro em média lê cinco livros por ano e metade disso quer dizer não dá para ler dois livros e
meio mas metade desses cinco livros estatisticamente ele lê do início ao fim por que que por que que a soma desses dados gera uma um problema interessante para nós pensarmos para pensarmos numa política do livro mais eficaz Porque como a Ana Maria Machado tinha dito na conferência há duas semanas atrás dentro do material do curso em geral o lugar do livro na sociedade brasileira é dentro da escola e não dentro de casa isso é é na média claro que existem sessões na média as crianças vão ler livros mesmo na escola e a partir de orientações
da escola porque em casa a média de livros lidos por um braço pelos brasileiros é de cinco livros né enfim de francês é cinco vezes esse número então é esse tipo de ambiente faz com que eu tenha uma percepção muito clara do quanto a escola é o centro da vida letrada para muitas pessoas e quando a gente vai pensar nos livros lidos ao longo da vida muitas vezes a maior quantidade de livros que o sujeitos leem é durante o período escolar então assim a gente tem uma taxa de leitura das crianças de 10 20 livros
por ano enquanto que a taxa de leitura dos adultos a partir de 20 anos cai para cinco quatro seis livros né é esse esse essa somatória de dados é a gente uma série de questões né Por exemplo mesmo que nós tenhamos o maior mercado de tutorial da América Latina com 500 editoras comerciais e sem editoras universitárias o baixo abaixa a presença de literatura nas casas é notável né Ou seja a gente tem um número de analfabetos bastante de analfabetos bastante bastante preocupante 16 milhões e de um analfabetismo funcional de 17 milhões então tem temos 33
milhões de pessoas ou analfabetas ou analfabetas funcionais e isso contribui para um índice de desenvolvimento humano muito baixo né fazendo com que a gente ocupe hoje ao tutoriais mais sétima posição dentre 191 países se nós quisermos alterar isso nós temos que alterar a maneira como as escolas por meio da Literatura Infantil e literatura juvenil intervinha na sociedade num processo contínuo e gradativo de letramento bom É nesse contexto depois de 10 minutos de Exposição que a gente consegue pensar o quão importante são as políticas para o livro infantil no Brasil Isto é as políticas para o
livro infantil no Brasil lidam com uma sociedade em geral pouco a feita ao livro e isso não tem a ver é importante que seja dito isso não tem a ver necessariamente com recorte de classe isso é é uma sociedade pouco afeita ao livro em geral mesmo pessoas ricas não necessariamente leem mais livres que as pessoas mais pobres né Então as políticas nacionais do livro no Brasil as políticas para o livro elas precisam pensar nisso que é Normalmente quando as crianças voltam para casa Elas encontram um ambiente que não está voltado para o livro logo aí
o item dois são profundamente importantes todos os planejamentos para que esse núcleo letrado da sociedade brasileira quem geral está em torno de escolas bibliotecas universidades centros culturais etc se expanda para aumentar o índice de desenvolvimento humano e produzir uma sociedade mais igualitária diante disso é que eu apresento a parte já caminhando para as reflexões finais três políticas públicas decisivas no Brasil recentemente né eu vou por ordem cronológica Então vou olhar a última primeiro o pnl que é o programa nacional do livro da leitura de 2006 que estabeleceu eixos metas e diretrizes básicas para implantação de
políticas do livro e para leitura no país né no finalzinho do primeiro governo Lula e mais recentemente de 2018 ou seja nesse último furacão assim que tomou o Brasil é eu tenho o pnle e o PNLD o programa nacional de leitura e escrita vou pela primeira pelo menos imediatamente conhecido que é a lei Castilho que possibilita que a sociedade cobre do Poder Executivo políticas Claras e efetivas para o livro para leitura e o que todo mundo conhece pela sigla sigla mais famosa o PNLD Programa Nacional do livro didático que recentemente expandiu também para de literatura
em que as editoras escrevem os seus livros as obras são selecionadas pelo MEC e pelo FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento de educação e dentre as obras selecionadas as escolas em geral por seus diretores professores bibliotecários seleciona dentre aqueles aprovados os livros que ela quer para compor os acervos escolares bom eu espero que eu tenha feito aqui é esse quadro geral isto é uma análise mesmo que muito pontual isso sinta do lugar do livro na sociedade brasileira e no lugar do livro infanto-juvenil na cidade brasileira e ao mesmo tempo a partir dos problemas que esse lugar
encontra qual a importância das políticas pensadas para o livro de caráter conclusivo eu queria convidar vocês e a mim mesmo que eu penso nisso bastante É algumas reflexões e conclusões Provisórias eu fiz questão de deixar isso no slide sobre o que que a gente pode fazer e como que a gente pode fazer para lidar com uma com um objetivo de ter uma frequência maior na literatura mas aí no sentido social mesmo não só no sentido estrito escolar primeira coisa né A gente precisa ampliar as políticas públicas para o livro infanto-juvenil em razão dos problemas socioeconômicos
vividos em nossa sociedade Isso é se o lugar dos livros é na escola é com as crianças a gente tem que intensificar isso ainda mais na minha leitura para que esses livros transbordem para o restante dos outros lugares sociais né como a escola ponto dois é ainda o lugar do livro no Brasil os esforços têm que ser constantes de manutenção desse espaço e de expansão desse espaço para o restante da sociedade e que nós vamos ver na última aula do curso é algo que o pé que o PNLD tem conseguido né Isso é ele tem
de fato alterado o sistema do livro no Brasil como a gente vai ver bom embora a sociedade da informação essa é uma observação do Antônio acompanhou que é um teórico da literatura do fim francês embora a sociedade da informação possa se comportar como uma rival da literatura se a gente fala assim ah mas as pessoas não lêem porque vêm em série As pessoas não lerem porque vem YouTube e tal a gente também pode é nos valer dessa tecnologia para pensar em novas estratégias de letramento né Eu acho que é muito mais interessante em vez de
ficar brigando com o futuro pensar como que o futuro pode influenciar na maneira como as pessoas e as Crianças são capazes de trabalhar literatura né e preciso dizer a parte de várias experiências pedagógicas desenvolvidas e tal que isso é muito isso é em vez de você dizer assim não é o Game of Thrones é meu inimigo utiliza o Game of Thrones para introduzir a literatura de fantasia ou a literatura medieval ou a literatura de castelos em vez de dizer a série tal é minha inimiga não utiliza para para trazer outras literaturas correlatas né é utilizar
esses pontos de interesse como caminhos que são possíveis serem traçados pela literatura infanto-juvenil como a gente vai ver na próxima aula ainda nesse nessa semana e por fim queria também fazer uma observação pelo pelo lugar de destaque valiosíssimo que ocupa a professora e o professor né ou seja eles são uma posição chave nesse processo né junto com curadores bibliotecários incentivadores mediadores e tal ou seja é essa figura que em geral é a professora e o professor que escolhe o livro incentiva a leitura e medir a leitura é uma figura muito Central no processo de transformação
da maneira como o livro e como a literatura infanto está na escola e mais do que isso pelo que eu tentei argumentar espero ter conseguido como livre a literatura infanto-juvenil estão na sociedade né Essa figura é uma figura chave e não por acaso é uma figura tão vilipendiada né Ou seja a quem não interessa a transformação social a desvalorização do professor é uma política né então eu preciso valorizar os professores para promover a transformação social para aumentar o IDH para ou seja não sei se você sabe mas os anos de educação e a maneira como
uma sociedade lida com os livros é um índice do IDH né do índice de desenvolvimento humano da ONU então assim para alterar esse índice para que seja para que sejamos um país cujos índice de desenvolvimento humano sejam mais interessantes eu preciso investir em educação e para isso os professores estão lá nessa posição central de curadores incentivadores mediadores junto com bibliotecários com Editora etc como eu vou comentar na aula seguinte Maravilha é espero que eu tenha que a gente tenha conseguido passar bem por essa aula que é a mais Roots do curso assim a aula mais
difícil com mais coisas objetivas e tal e menos menos literária qualquer dúvida fiquem à vontade entre em contato com as facilitadores ou comigo participem dos fóruns e teremos mais uma aula agora nesse curso nessa semana do curso sobre o que que abrange o ensino de literatura infanto-juvenil ainda pertinente a essa semana do curso Maravilha um grande abraço [Música] [Música]