Sociologia da Educação - Aula 01 - A Sociologia e o campo de estudos da Sociologia da Educação

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Universidade Virtual do Estado de São Paulo - Univesp Sociologia da Educação - Aula 01 - A Sociologi...
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[Música] esse é o nosso primeiro momento é o primeiro encontro na disciplina sociologia da educação nós vamos discutir hoje a algumas temáticas e problemáticas que são fundamentais para a reflexão durante a disciplina que se desenvolverá a partir dessa primeira aula a queixa sociológica surgiu para explicar a vida social no capitalismo ela aborda a dinâmica das relações sociais a partir de vários pontos de vista por isso ela se organize se divide em diversas disciplinas complementares e convergentes de acordo com o sociólogo professor florestan fernandes os estudos sociológicos podem ser aplicados a investigação de qualquer fenômeno social
no entanto ele mesmo chama atenção para o risco de se subdividir indefinidamente o campo da sociologia a professora marília pontes espósito da faculdade de educação da usp alerta também para o risco de que isso poderia impedir o fluxo das idéias e reflexões advindas do desses estudos mais específicos em síntese ea sociologia da educação ocupa se examinar os fenômenos educativos ela não se faz como uma mera sub divisão arbitrária da sociologia na verdade seus estudos encontram eco na realidade social o sociólogo francês pierre bergé referindo-se à educação escolar esclarece a sociologia da educação configura seu objeto
particular quando se constitui como uma ciência das relações entre a reprodução cultural ea reprodução social ou seja no momento em que se esforça por estabelecer a contribuição que o sistema de ensino oferece com vistas a produção da estrutura das relações de força e das relações simbólicas entre as classes não escutar com parceria com um clube que eu tenho com a irmã acha que faz downloads online é assim que se trabalha zé embora a sociologia da educação desde os seus primórdios tenha privilegiado e priorizado estudo da escola ela encontra um vasto campo de análise de outros
fenômenos socializa dores mesmo assim é bom considerar com o sociólogo francês pierre bergé que o modo de reprodução contempla uma dominante escolar podemos falar de uma função inicial mais ampla para a escola considerando que a educação é uma exigência para suprir a incompletude do ser humano e que a humanidade elegeu a escola para realizar essa tarefa a escola conferir sua função social ao produzir reproduzir relações sociais e ao atender de forma muito variável os interesses das diversas parcelas que estão ali representados como alerta a professora marília tozoni reis da unesp de botucatu cada grupo social
compreende esse papel segundo seu próprio conjunto de valores e interesses sociais culturais e políticos a escola não é uma instituição neutra a serviço de todos igualmente ela ainda acrescenta que a educação no interior da instituição chamada escola diz respeito aos valores e ideologias e intenções dos diferentes grupos sociais que disputam o seu lugar na hierarquia social há mudanças sociais que ocorreram nas últimas décadas exigem um olhar ampliado para as características específicas que marcam os fenômenos de formação e desenvolvimento das novas gerações e também da própria reprodução social nesse sentido vêm ocorrendo a ampliação do campo
da sociologia da educação essa ampliação toma as ferramentas de análise sociológica no entendimento das situações educativas e das práticas socializadoras próprias das famílias dos grupos de pares formados por afinidades da diversidade de associações das trocas de informações na esfera pública e de movimentos sociais e mais recentemente das mídias sociais a professora marília esposito destaca que ocorre o reconhecimento da perda do monopólio cultural da escola ea cultura escolar apesar de sua especificidade tende a se transformar em uma cultura dentre outras convém ressaltar que o processo de escolarização é o mais importante processo social vigente no país
é o sistema escolar está orientado constitucionalmente atender a totalidade dos milhões de crianças jovens e adolescentes esse processo envolve o deveria envolver parte significativa da vida de cada cidadão e de todos os brasileiros é o processo formal mais longo intencional e consciente é destinado a suprir os indivíduos com as ferramentas que permitem o entendimento ea compreensão das leis da natureza da cultura e da sociedade hoje ele é um ensino que tem que ser pensado para atender a segmentos de jovens cujos pais não estiveram na escola cujos pais não foram alunos do ensino médio é a
primeira geração que tem uma escolaridade mais prolongada e ao mesmo tempo uma geração que vive num mundo diferente né ou seja se há alguma coisa que é preciso reconhecer que os jovens de hoje são diferentes não são iguais aos jovens de 40 anos atrás de 30 anos nem de 2011 então essas duas questões são importantes uma quer social ou seja a escola está atingindo os setores que ela não atinge a todos então cuja bagagem cultural cuja experiência de vida cuja demanda é para sobrevivência diferente ea escola também está no século 21 mergulhada num tipo de
cultura contemporânea que ela também tem que habilitar o processo de escolarização das novas gerações traz marcas que ficam impregnados na sociedade e essas marcas precisam ser estudadas e entendimento desse processo socializador da escola é essencial para a formação de dos profissionais da educação podemos afirmar que a escola está submetida a uma pluralidade de forças em relação às forças externas eu destaco o rendimento econômico das famílias o próprio contexto familiar cultura valores modos de vida a mídia à comunidade as religiosidades as associações de classe em relação às forças internas eu vou chamar a atenção para as
políticas públicas a legislação educacional recursos de mantenedores públicos ou privados estrutura e regime escolar regulamentos disciplinas educadores funcionários recorrendo a contribuição de antonio candido maria espósito afirma que se a vida escolar e amplamente determinada pelas relações sociais externas a ela em seu interior não ocorre a mera transposição a recriação transformação ou produção de novas relações sociais a professora marília espósito aponta três mecanismos de socialização e de reconhecimento próprios da cultura de rua e que intervém na escola modificando as relações existentes nesses ambientes primeiro a presença da cultura de rua no ambiente escolar cria novas formas
de convivência e até de transformação da cultura de rua segundo na escola onde as trocas sociais são mais contínuas e intensas comportamentos difusos e latentes da sociedade podem ser exacerbadas ganhando possibilidades de concretização como racismo preconceito patriarcalismo e machismo podendo fomentar práticas discriminatórias violentas terceiro a escola é o único território de interações contínuas ainda sobre uma certa proteção do mundo adulto para grande parte de jovens e adolescentes mesmo que esse mundo adulto pareça distanciado e em crise essas considerações reforçam a idéia de que quando se fala de reprodução das relações sociais é preciso considerar que
não há reprodução sem que haja a produção de novas relações sociais eu quero abrir espaço para falar de uma força social interna a escola que atinge diretamente toda a população escolar e indiretamente toda a sociedade essa força interna decorre de preceito constitucional de orientação legal que dão forma e sustentação à atuação dos poderes públicos sobre a educação escolar são as políticas públicas educacionais políticas públicas é o conjunto de disposições medidas e procedimentos que traduzem a orientação política do estado e regulam as atividades governamentais relacionadas às tarefas de interesse público as políticas públicas educacionais escolares são
aquelas que traduzem as ações do estado em relação à educação escolar a política pública educacional escolar representa as propostas os projetos as ações dos diversos níveis de governo municipal estadual e federal e que atinge os processos escolares é preciso ressaltar aqui uma política pública educacional escolar atinge de modo direto ou indireto todo cidadão seja pela sua inclusão pela sua captura numa ação dessa política pública ou seja pela sua exclusão tomarei como exemplo pesquisa que realizei sobre a representação social das políticas públicas educacionais federais pós 1964 essa pesquisa teve como objeto de estudo os planos nacionais
e setoriais de educação por um período de mais de 20 anos a análise dos documentos mostrou a prevalência de duas categorias de educação a educação redentora e educação empresarial a crença na educação redentora advém da perspectiva funcionalista da educação de emílio do carro para ele os indivíduos devem desempenhar suas funções nas diversas esferas que a vida social impõe de acordo com as suas aptidões sob a perspectiva da educação redentora acredita se que a ação educacional pode levar ao desenvolvimento econômico e social do país ao aperfeiçoamento político ea democracia efetiva além disso pode modelar a sociedade
configurando suas estruturas econômicas institucionais e culturais acabando com as injustiças sociais e integrando culturalmente a população de todo o território nacional tudo isso pode ocorrer independentemente da existência de relações antagônicas em uma sociedade de classe escola não é uma instituição acima do bem e do mal nela não é eterna na sociedade o quanto ela está é uma instituição social nem portanto é lá ela existe numa sociedade e eu não gosto muito da expressão reflete a sociedade mas ela ela traz pra ela convive com todas a todos os problemas e soluções que a sociedade convive então
é acho que a primeira coisa que a sociologia traz como como contribuição é a gente não achar que a escola é a salvadora do da sociedade não é redentora eu acho que essa é uma discussão já bastante avançada na educação então a escola não vai não vai redimir a sociedade dos seus males nem vai por si só transformar a sociedade nem não então ela é uma instituição que caminha junto com a sociedade bom nesse sentido a ação da escola pode ser uma ação reprodutora da sociedade ou pode ser uma ação transformadora da sociedade então há
a questão fundamental que a sociologia traz a filosofia também contribui bastante para isso né a filosofia da educação é pensar que a ação é educativa é intencional então ela não é ela não é assim ela não está pronta era intencional em todos os momentos no enfoque empresarial da educação quem envolveu os discursos das políticas públicas após 1964 os gestores da educação deixaram explícita à necessidade de melhoria do sistema educacional com base em critérios técnicos está eminente mente empresariais esses critérios técnicos estudos apontam a necessidade de planejamento sistemático relação custo-benefício otimização do sistema e da relação
idade série priorizando a superação do congestionamento é causado pelos alunos reprovados principalmente nas séries iniciais a idéia é redentora permanece como ideologia ou seja como falsa verdade ela já estava presente nas políticas públicas e nos documentos oficiais antes desse período no entanto a partir de 1960 e principalmente a partir dos governos ditatoriais militares os parâmetros da educação empresarial tornaram se mecanismos e estratégias sistemáticas e reais que estão presentes até hoje em todos os níveis de ensino agora já naturalizados esses mecanismos e estratégias reais e sistemáticas dão sustentação aos processos de massificação da avaliação do rendimento
escolar e ainda aos mecanismos que promovem o avanço na escolarização de modo independente da proteção dos conhecimentos necessários à representação da educação empresarial está baseada no uso racional dos cursos financeiros na diminuição do custo operacional no aumento da produtividade e na melhoria da relação custo benefício a educação empresarial evidencia a assimilação de teorias econômicas pelo setor educacional com base nos apontamentos dos economistas da educação e que fazem com que a educação ganha perfil de empresa e o aluno de produto final que deve ser trabalhado nessa estrutura empresarial de modo que seja cada vez mais um
produto perfeito para o fim ao qual se destina um vínculo evidente a idéia de capital humano a representação da educação empresarial deixa de ser tão explícita no discurso das políticas públicas educacionais escolares mais recentes mas o empenho na sua aplicação nas últimas décadas trouxe consequências das quais eu aponto duas que são complementares primeiro praticamente não há mais reprovados provocando congestionamento no fluxo do sistema escolar segundo o modo como esse resultado foi obtido entre outros fatores criou os excluídos do sistema ou a inclusão excludente representada pelos estudantes que permanecem na escola completa os seus ciclos sem
se apropriarem dos conhecimentos necessários para o exercício pleno da cidadania essas decorrências exigem uma reflexão séria e um compromisso pela mudança porque não é um problema social educacional ou escolar uma criança chegar à escola aos 6 anos de idade e letrada mas um jovem e um adolescente sair da escola aos 14 e 15 anos de idade tendo permanecido nela 9 pelo menos nove anos e sair da escola e letrado ou semianalfabeto é de fato um problema social educacional e escolar [Música] [Música] [Música]
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