VIDA E MORTE DE M J GONZAGA DE SÁ por Profa Dra Miriam Bevilacqua

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Miriam Bevilacqua - Biblion
Resumo e análise de VIDA E MORTE DE M.J. GONZAGA DE SÁ de Lima Barreto, por Profa. Dra em Literatura...
Video Transcript:
o vídeo de hoje é para atender vários pedidos que me chegaram para analisar o romance vida e morte de MJ Gonzaga de Sá do escritor carioca Lima Barreto eh eu estou fazendo esse vídeo né porque eh o romance cai em vários vestibulares né Parece que entrou na moda esse romance e a gente já tá perto do final do ano mas eu quero eh lhe fazer uma Alerta que este não é o melhor romance para você entrar na obra de Lima Barreto né O ideal seria eh você começar a leitura por recordações do escrivão Isaías caminha
né que é eh o seu romance de estreia e é o seu romance mais autobiográfico né E que nos ajuda a entender melhor toda a obra do Lima Barreto né Tem vídeo aqui no canal do escrivão das recordações do escrivão Isaías caminha eu vou deixar o link mas eu lhe peço que se você não leu eh o livro do do caminha do das recordações do escritor Isaías caminhas Pelo menos você veja o vídeo para que você possa ter uma visão um pouco mais Ampla da obra do escritor eh É claro que eu vou falar de
praticamente ao longo da da da vida do canal eu vou falar de todos os livros se Deus quiser de Lima Barreto mas eu acho que esse caminho que eu acabei de te dar é para entrar na obra é fundamental e ainda eu acho que se tiver se eu tiver tempo ainda vou fazer eh uma biografia do escritor na sessão Quem foi com as suas principais eh fatos da vida né uma biografia mas também com as principais características da sua obra para que você possa conhecer então melhor Lima Barreto se você não vai fazer prova nenhuma
e se você for fazer alguma prova que você possa gabaritar as questões eu sou Miriam vilaca professora pesquisadora de Literatura e escritora e eu peço que você eh nos ajude a divulgar literatura no Brasil deixando se seu like se você gostar do vídeo Claro e se inscrevendo no nosso canal né então se você ativa o Sininho você sempre vai saber de outras obras do Lima Barreto bom se você ainda não leu eh então Morte e Vida vida e morte de MJ Gonzaga de Sá eu quero lhe dizer que então eu vou fazer o resumo vou
analisar e ainda reforçar com vocês e os principais pontos da obra Ou seja eu vou dar muitos spoilers né Para aqueles que não vão fazer prova nenhuma eh eu tenho certeza que o vídeo de hoje também vai ajudar a divulgar uma obra de um escritor que eu considero bastante injustiçado porque ele é e ele tá há muito tempo esquecido pelo brasileiro em geral né não tô falando de gente que estuda literatura mas do brasileiro em geral como Lima Barreto era um escritor muito crítico muito satírico né e havia feito várias críticas à imprensa no seu
romance que eu já falei no seu romance de estreia recordações do escrivão Isaías caminha né e o que que aconteceu né E quando o os jornalistas os críticos literários leram o romance é óbvio que eles não gostaram né Então a partir daí ele não começou a não ter uma atenção da crítica aos seus romances principalmente a esse que é o quarto romance e é o o vídeo de hoje esse romance só foi publicado graças ao escritor Monteiro Lobato então era dono né o lobata era dono da da editora revista do Brasil agora vejam que interessante
o mesmo moteiro Lobato que hoje não é lido nas escolas porque é acusado de racista foi o primeiro a reconhecer o talento do Lima Barreto né um escritor pardo e a publicá-lo O que significa significa que ele em muitos aspectos pode ser que tenha algum até que tenha ali um um ranço de racismo ele não era racista Então acho que alguns professores de literatura de hoje Tem que rever as suas posições porque nem tudo é tão simples né e todo ser humano ele é muito mais do que os rótulos que lhe atribuem né Principalmente Eh
100 anos depois 200 anos depois que a gente esquece qual era o contexto aliás é de monteiro lobato o texto de introdução desse romance né E que diz que Lima Barreto lançou um novo tipo de romance o que diso Lobato abre aspas o romance de crítica social sem doutrinar ismo dogmático ou seja eh ele quer o Lima Barreto com esse romance ele não quer doutrinar ninguém ele só queria mostrar as injustiças que ele via na sociedade em que ele vivia e é também Monteiro Lobato que lhe tece inúmeros elogios Então acho que tá na hora
da a gente e estudar o contexto e de vida e de produção de Monteiro Lobato para não falar bobach vida e morte de MJ Gonzaga de Sá começa com Lima Barreto fazendo uma advertência dizendo que um antigo colega seu de escola lhe pediu para revisar uma biografia e o o Lima Barreto ele ele se assume ali naquele momento como Lima Barreto ele diz que ele leu e que aquilo não era bem uma biografia por quê Porque faltavam mais dados e dados exatos do biografado e porque o seu amigo da escola às vezes falava mais de
si próprio do que do seu herói eh eu eh vou falar sobre essa coleção que é muito bacana mas eh é claro que tanto o colega de escola chamado Augusto Machado como o biografado que é o o o Gonzaga de Sá né que é o o título aqui do nosso livro não existem de verdade os dois são personagens principais do romance né Eh eu usei este livro que faz parte desta coleção que eu já falei dela em outro vídeo mas que eu gosto bastante então o personagem que vai narrar será o Augusto Machado e ele
vai falar do biograf fado que é o seu grande amigo Manuel Joaquim Gonzaga de Sá o m é de Manuel o J é de Joaquim do título né que dá título ao livro e do que que vai falar esse romance vai trazer vários momentos de amizade entre os dois e também das muitas conversas que os dois têm né quando eles fazem muitos passeios pelo Rio de Janeiro e eles vão falar muito das eh mudanças que vinham acontecendo no Rio de Janeiro a pretexto de uma modernização né O Rio de Janeiro queria se modernizar aliás Logo
no início né Tem um um trecho chamado explicação necessária em que o narrador o machado né explica por que ele resolveu escrever uma biografia eh principalmente do seu amigo que era uma pessoa anônima né né e ele já pede desculpas por não ter o estudo necessário para escrever uma biografia H há um momento né em que ele diz abre aspas eh não sei grego nem latim Não li a gramática do Senhor Cândido do Lago nunca pus uma casaca e não consegui até hoje conversar 5 minutos com um diplomata bem talhado Claro que quem conhece a
obra do Lima Barreto quem conhece o estilo e as marcas principais do escritor sabe que ele tá sendo irônico né mostrando eh que ele tinha o machado né E que pode ser também o o escritor mostrando que ele tinha uma origem humilde e talvez ele não fosse então a pessoa mais apropriada porque ele não sabia dessas línguas mortas não usava casar coisas que uma sociedade preocupada com esse conhecimento tantas vezes inútil e muito mais com aparência Gostava tanto né Então essa é já Fique atento essa é uma marca da narrativa de Lima Barreto que você
não pode esquecer o emprego o tempo todo da ironia da sátira né como ele ironizava esses eh eh homens poderosos né que se ocupavam tanto em demonstrar que eles eram muito cultos achado o o personagem narrador vai nos con vai nos contar que ele conheceu Gonzaga de Sá que era um bacharel em letras na Secretaria dos cultos quando foi até lá resolver uma pendência a pendência do Machado era uma coisa completamente fútil pois era saber quantas sal de canhão alguém tinha que dar quando um navio trazendo um bispo ou um Cardeal entrava no no porto
então ali de novo ele tá ironizando né e eh essa preocupação tão boba né e e e a própria referência a uma Secretaria dos cultos né já era outra ironia do escritor Então você percebe que o tempo todo de desde o início do livro ele tá ironizando E essa gente pomposa né abre aspas pouca gente conhece a secretaria dos cultos e tem notícia dos seus serviços é de admirar que aconteça isso porquanto penso eu se a secretaria que Deva merecer o respeito e a e a consideração da nossa população é a dos cultos então mais
uma vez ele vem ironizando essa cultura inútil veja eu tô falando sempre da cultura inútil a cultura para é para mostrar pros outros não a verdadeira cultura Machado personagem descreve o amigo Gonzaga de Sá como um velho alto grisalho de idade avançada todo seco com um longo pescoço um grande Gogó e de tes amarelada eh diz também que soube logo que ele era um velho inteligente ilustrado e bondoso além de solteiro e sem filhos e aí nesse ponto né Parece que ele vai contar a vida inteira a partir da elida que ele quando ele conhece
mas não há uma inversão na cronologia da narrativa pois Machado diz eh que para se conhecer alguém é muito mais importante saber como esse alguém morreu do que como Ele viveu e conta que eh vai contar então imediatamente Logo no início a morte do amigo ele diz que depois de um longo passeio por diversos cenários ali do Rio de Janeiro ele se encontrou com o amigo Gonzaga de Sá no terraço do passeio público né e é os dois já eram ali amigos apesar da diferença de idade o machado tinha apenas 20 anos né o o
Gonzaga já tinha mais de 60 né os dois tinham eh desenvolvido amizade o Gonzaga ele tinha se afeiçoada ao Jovem né Eh muito E ele convidou então o machado para ir jantar em sua casa lá e na encosta ali de Santa Teresa o machado ou os dois foram e assim que eles chegaram ali ao Jardim da casa o Gonzaga olhou o mar ele se abaixou para colher uma flor que ofereceu ao amigo em seguida caiu e morreu então eh ele dá só como eles conheceram já vai pra morte e aí então depois é que ele
vai contar do desenrolar dessa amizade dessa vida isso acontece mais tarde quando ele herda os papéis do Gonzaga e aí ele vai entendendo melhor o amigo e também aquela morte né ão de repente porque tinha um trecho que o próprio amigo tinha escrito sobre o acaso que que dizia abre aspas o acaso mais do que qualquer outro Deus é capaz de perturbar imprevistamente os mais sábios planos que tenhamos traçado e zombar da nossa ciência e da nossa vontade e o acaso não tem predileções que é um pouco né o acaso é é claro que é
uma maneira ali do do Machado ou do do Lima Barreto nos dizer o quanto somos pequenos perto do destino né perto do acaso não importa os planos que a gente tenha feito não importa se nós somos poderosos ou Humildes né o acaso sempre muda eh a nossa rota né ou pode vir a mudar a nossa rota o personagem Gonzaga de Sá Isso é uma visão minha ele sempre me lembra quando eu leio Don K shot que é um personagem Vivendo em um passado que não existe mais né e eh que não se adapta bem a
a essa nova era né então ele vai assistindo a modernização do Rio de Janeiro eh e essa modernização muitas vezes ela é feita às custas dos mais pobres né porque os mais pobres são sempre eh praticamente expulsos ali do do centro não apenas no Rio de Janeiro em qualquer grande cidade né e obrigados a morar cada vez mais longe nos subúrbios né enfrentar horas e horas de transporte público o Gonzaga de Sá eh ele poderia ter sido doutor né um homem importante mas ele não quis ele era um um funcionário público um amanuense que é
como se dizia na época dos Funcionários Públicos como eles eram chamados sem qualquer destaque mas era sem dúvida um personagem muito interessante ele era filho de um general né e ele vinha de uma família que teve muita importância o né Eh que te teve muita posse e tal mas que já não tinham mais e o seu personagem representa assim como o antigo Rio de Janeiro o fim de uma era por isso que eu falo que ele me lembra eh Don qu shot né Eh sei lá né um cavaleiro importante eh vivendo no passado é um
personagem pessimista o Gonzaga de Sá porque ele percebe eh que errou ele ele seguiu o caminho da intelectualidade Mas essa intelectualidade não lhe serviu para nada né e ao invés de se preocupar tanto com essa intelectualidade ele deveria ter sido um cidadão comum que se casa que tem filhos né que constitui família né E porque Apesar dele viver eh com uma tia que era mais idosa chamada Dona escolásticas né Escol plástica eh o Gonzaga de Sá é um personagem solitário e por isso justamente por ser solitário é que se ele se afeiçoa tanto a Machado
principalmente por causa da Juventude do Machado da possibilidade que os jovens têm né de ainda poder fazer qualquer coisa na vida já que ele depois do 60 ele praticamente não tinha mais eh muito como mudar de vida este livro não é um livro de grandes fatos de aventuras né o romance é muito mais uma tentativa do escritor Lima Barreto de decifrar a alma humana eh nós leitores nós vamos percebendo que o personagem o Gonzaga de Sá ele vai definhando aos poucos pelo próprio envelhecimento né Eh e é como se fosse uma coisa natural entretanto eu
falei que não tem muitos fatos mas tem um fato que altera o ânimo do personagem que é a morte do seu compadre o faxineiro que trabalhava ali junto com ele na Secretaria dos cultos né e e de quem ele era compadre Por que que ele era compadre do faxineiro porque o gozaga de Sá ele era padrinho do F filho do faxineiro chamado Aleixo Manuel né que ainda ali naquele momento era um menino uma criança a pedido do Gonzaga o machado acompanha o velório acompanha o enterro Então tem um capítulo ali destinado ao velor e ao
enterro do do faxineiro e termina com o machado olhando aquele órfão né já era órfão de mãe agora era órfão de pai né e fazendo uma reflexão que mesmo que o o padrinho o levasse para morar na sua casa que é o que vai acontecer desse bons livros uma boa escola né lhe pagasse eh Bons estudos né Eh Esse estudo eh no futuro né abriria a mente desse menino e ele perceberia nos lugares em que ele fosse nos teatros nos cafés nos Bondes né ele perceberia sempre a dor de ser diferente por quê Porque Ele
era negro e aqui Claro é uma transferência do escritor Lima Barreto para o personagem daquele menino já que também ele foi ajudado pelo seu padrinho o Visconde de Ouro Preto então ele teve muito estudo eh Mas mesmo sendo estudado mesmo sendo culto por ser Pardo ele não deixava de sentir o do racismo então aqui você percebe a relação na vida e do do escritor com esse personagem aqui ali a gente pode pensar na fala dos personagens frases que o Lima Barreto também eh gostaria de dizer como por exemplo ele diz o momento ninguém quer ser
negro no Brasil óbvio que ele não tá falando isso pela cor não tem nenhum problema ser negro mas pelas injustiças que o negro continuava sofrendo mesmo com fim da escravidão então assim se até hoje a gente vê racismo Imaginem vocês eh esse meu brinco sempre cai toda gravação imagine vocês logo depois da escravidão aos poucos o Gonzaga de Sá então ele vai se tornando mais desesperançado com a injustiça social que sempre beneficia os mais ricos aos mais pobres ele vai percebendo aquele racismo que faz com que os juízes ali logo depois da escravidão fizessem chacota
dos negros que desejassem apenas se casar legalmente né como se eles não tivessem esse direito e ele também ele vai se eh desesperançado com a literatura brasileira que não consegue eh tá um dostoyevski um tostoi que eram escritores que traziam para os seus livros a simpatia pelos Humildes pelos humilhados né então são aqueles romances de crítica social que no Brasil naquela época Ainda não tinha aos poucos o Gonzaga de Sá vai perdendo a sua calma a sua paciência né Eh nesse momento ali do fim e vai desabafando com raiva né ao perceber que o fim
tava perto ele tava muito perto tava velho né mas que ele tinha ficado entre aspas covardemente entre os patos ou seja ele não tinha feito durante sua vida nada digno de nota nada que ajudasse a transformar a sociedade bom quando o machado viu aquela transformação no amigo né Eh assistiu aquela revolta foi o momento que o machado compreendeu que o temperamento de do Gonzaga era feito dessas fortes paixões mas que ele havia sepultado em seu íntimo durante todos aqueles anos durante toda a vida e para parecer um Um Ser calmo equilibrado etc ao final o
machado diz que mesmo Gonzaga de Sá tendo morrido a sua tia completou a educação do do afiliado do Aleixo Manuel e que apesar de reconhecer que isso claro eh era uma coisa boa né ele lembrou que o estudo o hábito da nálise né então era com abrir os olhos né Eh formava consciência na criança e ela viria surgir nela a mágoa constante uma inadaptação ao meio que resulta eh no quê em um desgosto pela vida e o pensamento sempre presente da morte então isso é o Lima Barreto gente eh ele começou quanto mais ele viu
o racismo mais desgostoso ele ficava então mais uma vez era o limaa Barreta transferindo para esse personagem o que ele mesmo sentia e que talvez essa tristeza essa mágoa o tenha levado ao alcoolismo à depressão que depois vai ser a marca da na vida dele né pelas passagens que ele vai ter pelo Manicômio para tentar se recuperar né e que depois tudo isso resulta em sua morte precoce apenas com 41 anos de idade Então esse que eu acabei de fazer agora é o resumo da história né e E você tem que lembrar então vamos fazer
junto não esquecer os temas que predominam é a crítica social em todas as suas dimensões né mas também uma admiração pela beleza da cidade que tava praticamente indo embora né era uma tristeza pela transformação que o Rio de Janeiro estava passando rumo à modernidade eh como eu já disse antes né era o fim de uma era Então esse é o tema do livro tá então é um livro de crítica social Talvez o primeiro livro de crítica social da literatura brasileira costumamos dizer que a narrativa do Lima Barreto ela mescla a linguagem culta com a linguagem
coloquial então se você lê a obra toda as crônicas tudo você percebe isso principalmente ele traz pros seus escritos aquela linguagem que é falada nas ruas entretanto nesse livro nesse romance até pela cultura que o personagem possui o o Gonzaga de só de Sá eu diria que se trata eh neste livro de uma linguagem muito mais erudita quando você for ler você vai ver que tem muitas citações em francês muitas citações em inglês a utilização de de termos mais sofisticados mais eruditos Então nesse caso na obra não mas nesse caso específico é uma linguagem mais
refinada você precisa saber que Lima Barreto se situa entre os pré-modernistas ainda não é Modernista Hein gente é pré-modernista e faz uma uma literatura ao mesmo tempo realista Mas também de forte apelo nacional então não se esqueça que é nacionalista mas é um nacionalismo crítico que mostra as mazelas da sociedade né não é aquele nacionalismo ufanista que acha que o Brasil é o máximo Tá ele mostra que mazelas principalmente o racismo que ele vivenciou na pele o poder da Imprensa feita por jornalistas não tão sérios ou não tão competentes como a gente esperaria como a
gente gostaria que fosse e a sempre isso é um tema da da obra dele a hipocrisia a corrupção eh da parasita classe política brasileira né a gente vê isso até hoje né Eh as pessoas pouco preocupadas com o Brasil mas preocupadas com cargos né preocupadas com eh dinheiro para si que a gente chama hoje de emendas né então é um retrato por isso que é realista é um retrato fiel daquela obra esse romance né Eh uma característica da escrita do Lima Barreto é a construção física dos personagens então quando a gente lê vida e morte
de MJ Gonzaga de Sá ele nos dá tanta indicações físicas né que eu já falei velho de pescoço longo usava tal roupa óculos pincenê a gente sabia como ele se vestia tudo e nos somos até capazes de imaginar esse essa imagem que o escritor fez né de como ele gostaria que nós leitores enxergássemos esse personagem Então essa é uma característica construção física dos personagens Quando eu digo física maneira de vestir maneira de sentar não é apenas o físico tá um fato importante é entender o contexto em que os romances de Lima Barreto foram publicados era
o começo dos anos 1900 né e o determinismo estava na moda né então Eh achava-se que só porque alguém nasceu mestiço ou nasceu negro ele já estava determinado por isso determinismo a ter uma constituição mais fraca do que a do Branco Lima Barreto Óbvio discordava disso E chegou a escrever em seu diário né Eh uma frase que ficou famosa abre aspas a capacidade mental do negro é medida a priori e a do Branco a posterior ou seja o determinismo só valia se fosse para os negros eh Então já nasceu já era fraco de mentalidade agora
o branco não ele ia se desenvolvendo ao longo da vida e lá no final eh a a posterior é que dizia se ele tinha uma boa mente ou não Lima Barreto ganha uma menção rosa com este livro né Eh é uma menção rosa da Academia Brasileira de Letras e é quase como um prêmio de consolação por quê Porque ele havia se candidatado eh três vezes a última até ele ele tirou a candidatura dele antes da da da votação e em todas as vezes eles ele tinha perdido então eu di disse ao longo do vídeo que
ele foi um escritor sem reconhecimento no seu tempo os críticos por causa daquela obra lá que ele falava mal da Imprensa desde o começo por ele ser sempre tão combativo eh os críticos simplesmente deixaram Lima Barreto de lado e este livro eles não foram capazes de ler os críticos daquela época de entender a importância né de fazer um livro de crítica social quando ninguém fazia de fazer uma literatura engajada e uma literatura que ao mesmo tempo é bela né uma história muito bonita desse personagem idoso e fazendo a relação dele com o Rio de Janeiro
que é uma coisa muito bem construída uma narrativa muito bem construída né a cidade e o personagem eles ali eh acabando né os dois juntos acabando uma era nada disso os críticos foram capazes de perceber né Então hoje tem todo um resgate de Lima Barreto eh por isso que você vai fazer a prova ele tá caindo é justamente pra gente dar o merecido lugar que ele tem na literatura brasileira eh se você tiver qualquer dúvida me escreva eu tenho o maior prazer em responder eh deixe seu like deixe o seu eh se inscreva no canal
e se você quiser conhecer minhas crônicas eu sou cronista toda terça-feira eu as publico no meu site www.mila.com.br Ficaria muito contente se você lesse se você opinasse né Eh eu acho que um escritor sempre precisa um pouco disso até o próximo [Música] post n
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