[Música] [Aplausos] [Música] Olá hoje eu vou apresentar um tema que diz respeito a Santo Tomás de Aquino e a beleza do ser pessoal eu apresentei recentemente esse tema em um Congresso em um Congresso tomista e queria explicar por esse tema me parece tão interessante na verdade eu sempre gostei de estética filosófica precisamente porque é uma disciplina que envolve muitas outras ela tem relação com a metafísica porque quando a gente indaga sobre a beleza a gente quer saber por que razão algo é belo isso tem a ver com o ser com a metafísica quando a gente
pergunta sobre a beleza a gente tem também se indaga porque razão certas atitudes são feias e outras atitudes são belas então a estética tem muito a ver também com a ética tem muito a ver ainda com a antropologia filosófica o estudo acerca da pessoa humana por razão nós todos somos tão impactados pela beleza Por que razão nós ansiamos pela beleza Por que razão a gente cria beleza à nossa volta a gente se preocupa com adornos com enfeites com ornamentos com vestuários com obras artísticas então a beleza está presente em muitos Ramos da filosofia como se
fosse digamos assim um um ponto de Entroncamento em uma estrada e portanto é um tema que interessa a filosofia e interessou todos os grandes filósofos Desde a antiguidade por exemplo Platão Tem um diálogo belíssimo o banquete onde ele relaciona o tema da beleza com o tema do amor né tem também o Fedro o ion que é um diálogo só sobre a inspiração o famosíssimo diálogo a república trata também sobre a beleza e sobre a arte a importância das realidades estéticas na formação ou mesmo na deformação do homem Aristóteles discípulo de Platão também dedica duas obras
especificamente a uma espécie assim de teoria da arte a retórica e a poética a gente tem também plotino um filósofo da antiguidade tardia a gente tem Santo Agostinho que tem aliás um tratado específico sobre a música E Ele conta também nas suas confissões como ter ouvido músicas na Catedral de Milão aquilo o comu profundamente foi um dos Passos decisivos aliás para sua conversão e quando de fato ele encontra Deus ele entende que encontrou a beleza tão amada tão antiga tão procurada tardiamente amada enfim a beleza está presente eh na obra de filósofos antigos e também
modernos e também medievais a gente vê já modernamente por exemplo como Kant dedica eh um capítulo aliás uma obra A Crítica da faculdade de julgar completando Ass sua trologia crítica exatamente sobre a beleza a gente vê Hegel com um curso sobre estética lições de estética a gente vê heidegger a gente vê nietz e também Santo Tomás de aqu Aquino não foi alheio a essa temática muito pelo contrário a gente encontra no Corpus Ou seja no conjunto da obra de Santo Tomás de Aquino mais de 570 alusões ao tema da Beleza a gente pode se perguntar
mas por que hoje Tomás dequino é importante e por que relacionar Tomás de Aquino a esse tema a beleza e o ser pessoal O que será que a gente quer dizer com isso então de entrada a gente pode dizer que Tomás ja Aquino pode nos ajudar a perceber em primeiro lugar que eh digamos assim há valores reais denotados na ideia de beleza Beleza tem algo de objetivo mas também tem muito de subjetivo e Tomás encontra um equilíbrio muito interessante entre essas duas vertentes como a gente vai ver Tomás também relaciona A beleza não só ao
conhecer e ao querer mas também ao nível da afetividade isso é muito importante Além disso Tomás vai nos fazer ver também que há uma beleza específica que não está presente em todos os demais entes aquelas aquela beleza propriamente humana Então vamos tratar né sobre Santo Tomás e a beleza do ser pessoal e Eu dividi essa apresentação em três partes na primeira a minha ideia é trazer alguns traços sobre a ideia de beleza noção de beleza no Legado de Santo Tomás Joa Aquino na segunda parte a gente vai observar que Tomás de Aquino distingue as noções
de natureza e as noções de pessoa e isso é importante pro nosso tema e finalmente a gente vai prestar atenção nessa beleza única do ser pessoal então Primeira ideia alguns traços da Beleza segundo o legado de Santo Tomás de aqu Aquino então Primeira ideia existe uma beleza que é sensível e existe uma beleza que é espiritual segunda ideia a beleza é real tem notas características objetivas a beleza se identifica com o bem mas se distingue do bem por uma diferença de razão já vamos ver o que é isso a beleza depende da Verdade conhecida vincula-se
indiretamente ao querer e ao conhecer mas Tomás também relaciona a beleza com a afetividade vamos ver como isso se dá então Primeira ideia existe uma beleza sensível mas também uma espiritual e aqui citando a Suma Teológica a beleza do corpo consiste pois em ter o homem membros bem proporcionados com certo brilho harmonioso de cor do mesmo modo a beleza espiritual consiste em ter o homem comportamento e atividade bem equilibrados pelo esplendor da razão ele aqui admite tanto uma beleza corpórea como uma beleza espiritual ambas com algo de luz e diz também que a beleza se
encontra por si mesma e essencialmente na vida contemplativa que consiste num ato da razão então essa é a primeira ideia existe uma beleza sensível existe uma beleza espiritual e a beleza consiste num ato da Razão vamos entender melhor por quê dentro disso de entender a beleza como algo real Santos Tomás fala de três notas objetivas que se predic ou que se percebem em tudo o que a gente qualifica como Belo e essas notas já são até familiares né Para muitos são as notas da integridade ou acabamento aquela finalização que dá razão estética a proporção ou
Harmonia como ele acabou de dizer membros bem proporcionados equilíbrio razão proporção e claridade ou esplendor que é uma nota eh menos fácil de definir propriamente Mas significa que a beleza tem algo de resplandescente ela faz resplandecer algo além da pura formalidade quando a gente Aprecia por exemplo vinho é uma o caso a gente percebe que uma taça de vinho denota algo que não está ali o terror a a produção daquela bebida envolve notas de aroma notas de terra de sal de flores e aquilo está ali resplandecendo De algum modo naquela taça Esse é o resplandecer
né de uma realidade estética ela anuncia algo que não está ali mas que é possível vislumbrar agora olha que coisa interessante Santo Tomás diz que essa nota de claridade ou esplendor vincula a beleza a razão por quê Porque a claridade assim como a verdade denotam luz então diz Santo Tomás a beleza consiste num certo esplendor e proporção de vida ora tanto uma quanto outra encontram-se radicalmente na razão a qual incumbe fazer brilhar a luz e ordenar a justa proporção das coisas então a nota de claridade uma dessas notas objetiva segundo Santo Tomás vincula a beleza
a razão mas as notas de perfeição e de Harmonia vinculam a beleza à ideia de bem por porque sem harmonia não existe perfeição e a perfeição tem a ver com algo de bom portanto a beleza se identifica com um bem real mas possui uma diferença de razão vamos ver como é que Santo Tomás explica isso também na Suma Teológica o belo é idêntico ao bem mas possui uma diferença de razão de fato sendo o bem o que a todos apetece é de sua razão acalmar o apetite ao passo que é da Razão do Belo acalmar
o apetite com a sua vista ou conhecimento né aquela famosa frase de Santo Tomás Belo é aquilo cuja Vista apraz agrada ou seja há uma diferença entre o simples e apetecer e apcer segundo a razão do Belo porque há esse agrado que por sua vez tem a ver com o conhecimento a gente se agrada em conhecer e por isso mesmo Santo Tomás vai dizer que a beleza tem relação com os nossos sentidos mais intelectivos ou seja mais aptos à abstração Como assim né sentidos se a gente for pensar por exemplo o tato ele exige um
contato mais direto pra gente perceber algo né Eh o valadar também embora já acrescente algo ao sentido meramente táctil o olfato é capaz de perceber mais e a uma distância maior mas a gente não diz normalmente eh belos toques ou belos sabores ou mesmo belos odores a gente fala belas paisagens aquilo que apraz a vista belas audições belas músicas aquilo que apraz a ouvido então a beleza segundo Santo Tomás se refere principalmente aos sentidos mais intelectivos que são a audição e a visão Aliás a gente pode até observar uma ordem crescente né de baixo para
cima o tato o paladar o fato a audição e a visão e a beleza também aparece segundo Santo Tomás relacionada ao querer e ao conhecer as coisas agradam isso supõe um certo afeto mas agradam vistas isso supõe um conhecimento Ora se a gente só admite dualidade de potências no homem a potência volitiva vontade e a potência cognoscitiva razão não se poderia dizer que a beleza é um aspecto transcendental doente como são o verdadeiro e o bom e em todo o Corpus tomista em todo o conjunto de citações E são muitas em que Santo Tomás se
refere à beleza não há uma menção explícita ao caráter transcendental da Beleza então em alguns textos ele declara o bem e o belo no sujeito são idênticos pois estão fundados sobre o mesmo a saber sobre a forma o belo é idêntico ao bem mas possui uma diferença de razão e é curioso porque a autores que sustentam que sim o belo é um aspecto transcendental doente Exatamente porque que acrescenta Essa ordem distinta do conhecer e do apetecer e outros que diz bom se o belo se conente com se converte com o bem é idêntico então não
precisamos multiplicar os entes né sem necessidade né citando aqui a máxima de Guilherme de hen ouan né então não está claro né no Corpus tomista assim de uma maneira direta se a beleza seria um aspecto transcendental doente mas esse era o ponto que eu gostaria de sublinhar chamando atenção agora pro digamos assim sintetizando o legado tomista nos aspectos em que eu quero ressaltar sobre a beleza ele relaciona a beleza e a afetividade olha que coisa interessante o deleite aperfeiçoa a operação como a beleza a juventude e aqui ele segue diretamente Aristóteles que na ética nicomaco
diz exatamente isso O prazer leva a atividade a uma maior completude não da mesma maneira que a disposição faz estando já disponível de modo imanente mas como uma espécie de finalização superveniente H um processo de desenvolvimento semelhante ao modo como a força e o vigor sobrevém a aos que estão na flor da idade Então essa finalização superveniente uma maior completude isso se dá em razão do afeto Isso quer dizer o seguinte né que os atos adequados as faculdades causam agrado causam afeto e na na lição aristotélica que é seguida por Santo Tomás a felicidade última
que o homem pode adquirir nesta vida portanto isso tem a ver com agrado mas em um nível espiritual é o conhecimento das coisas divinas né Eh no qual né se pode ao qual se pode chegar por meio das ciências especulativas então resumindo tudo que a gente disse até aqui a beleza segundo o legado tomista ela é real ela se identifica com o bem real Ela depende da Verdade conhecida ela se vincula indiretamente ao conhecer e também ao querer e ela também se relaciona ou diretamente se relaciona com os afetos Então esse eram os primeiros pontos
que eu gostaria de ressaltar agora já chegamos na segunda parte que é que Santo Tomás distingue natureza e pessoa se nós queremos falar da Beleza do ser pessoal é importante detectar essa distinção que faz Santo Tomás muito claramente e vejam que coisa interessante de Santo Tomás pessoa é o que há de mais perfeito em toda a natureza ora a maior perfeição corresponde maior beleza e segundo ele o que há de mais perfeito na natureza é a pessoa e diz também Santo Tomás pessoa porém não foi dado para significar o indivíduo por parte de sua natureza
mas para significar a coisa que subsiste em tal natureza então vemos aqui claramente uma distinção E aí vamos então falar sobre o que nós conhecemos nós conhecemos a beleza exterior né E aqui numa cidade como o Rio de Janeiro né O que mais se vê é essa beleza exterior né vemos também na natureza e observando através da Razão teórica as causas né a causa final a causa material a causa efici causa formal isso nos desafia intelectualmente vemos também que o homem é capaz de produzir beleza com seu saber prático mas vemos que o ser humano
acrescenta beleza ao mundo com essas suas ações por outro lado também as suas ações de algum modo também podem ser predicas como Bela ou seja existem virtudes que são belas e depois vemos tambémm uma beleza em cada pessoa se alguém tem dúvida né veja como as pessoas se comovem diante de um recém-nascido por exemplo impressionante isso sempre com a beleza de cada pessoa fundamentalmente também a gente pode chegar como chegou Santo Agostinho a exclamar ó beleza suma beleza tarde aende amada a beleza Divina que a gente encontra Interessante não olhando para fora mas olhando para
dentro né então como é isso olhar para dentro como é captar essa beleza pessoal e também a beleza Divina Então vamos olhar um pouquinho para qual relação de agrado se acrescenta a cada um desse tipo de conhecimento seja exterior seja eh observar essa tetra causalidade real seja observar as virtudes seja observar harmonia do Cosmos como um todo seja se abrir a a possibilidade de alcançar pessoas e seja finalmente essa abertura do nosso intelecto à própria divindade que é tão mais íntimo talvez que nós podemos encontrar e ao mesmo tempo o mais superior a nós então
em relação à beleza externa Santo Tomás observa que essas realidades que agradam a vista e ao ouvido captam os acidentes e não a substância Pois a cada coisa gera o conhecimento de si na alma por aquilo que dela exteriormente aparece porque nosso conhecimento tem início nos sentidos cujo objeto próprio são as qualidades sensíveis mas também captamos não só as aparências mas a essência da realidade física e Tomás Jaino entende o que a razão teórica é superior à própria razão prática Então os atos da Razão permitem conhecer a causa material a causa formal a causa final
a causa eficiente e essa razão teórica contempla não só a ordem cósmica mas também realidades metafísicas que dizem respeito à própria causa daquele ser e finalmente a ideia de que a nossa ação pode acrescentar beleza universo nós podemos aperfeiçoar a realidade né E com isso também trazer beleza Hum mas podemos ainda avançar né e a beleza proveniente ou produzida pelas próprias faculdades superiores humanas quero dizer né a vontade a inteligência elas podem crescer indefinidamente podem se aperfeiçoar indefinidamente por quê Porque carece sim de base orgânica então nós podemos adquirir hábitos intelectuais e a gente pode
adquirir virtudes Morais Ou seja a essência denota perfeição e a perfeição também indica Beleza então de Santo Tomás que as faculdades quando adquirem hábitos ou virtudes se embelezam né a virtude embeleza a alma né Ele diz isso em um comentário ao Credo dos Apóstolos ou símbolo apostólico ou também a honestidade é uma beleza espiritual então que que a gente está percebendo que existem gradações não só na beleza real mas também na forma como nós captamos essa beleza e Santo Tomás considera belas as virtudes E aí algumas citações que eu acho assim muito interessantes e precisas
a primeira também um comentário a como o pecado conspurca a alma a virtude a imbele nas coisas humanas é belo o que é conforme a razão nas virtudes Morais encontra-se a beleza de modo participativo Isto é Enquanto elas participam da Ordem da Razão Santos tomá estás dizendo que atuar segundo a virtude é participar da Ordem da razão e a beleza no consiste em atuar em concordância com a razão e aí a gente se pergunta mas por qual faculdade cognoscitiva nós percebemos isso essa harmonia entre o nosso agir e o nosso conhecer essa perfectibilidade dessas nossas
próprias faculdades espirituais isso faz lembrar de algum modo aquilo que Kant intuía de algum modo né esse livre de jogo de de de Harmonia né Entre a Razão e o entendimento a razão prática a razão teórica então Santo Tomás alude a um princípio cognoscitivo esquecido Talvez né em muitos autores mais recentemente que é a cinderes Esse princípio digamos assim que de alguma forma nos permite eh perceber o bem o mal corresponde a essa verdade mais íntima mas que capta que nos conecta com o Real com a natureza às vezes eu gosto de relacionar a cinderes
é uma espécie assim de anamnese uma lembrança uma verdade íntima e última que nos permite de algum modo advertir né o bem e o mal o certo e errado mas que de fato é uma forma de conhecer então por que que às vezes a gente vê né uma imagem por exemplo como a dramad Teresa de calcut tá não é que tenha né uma proporção perfeita na face mas aquilo nos comve nós percebemos beleza O que que a gente percebe aí senão talvez Essa ordem essa harmonia entre o intelecto e a vontade entre a razão aqui
melhor dizendo e e a vontade essa harmonia das faculdades humanas estão ali perfeitamente coordenadas né então seria esse hábito inato seses que nos permitiria conhecer essa harmonia entre as faculdades humanas e essa redundância esse refluxo positivo causado por esse conhecimento é o que nós chamamos de suavidade aqui a gente já digamos assim segue uma pista aber por Santo Tomás Mas vamos um pouco em frente e aqui eu sigo um artigo que me pareceu assim luminoso do professor Juan fando em um livro interessantíssimo que se chama antropologia da afetividade né em que ele traz toda a
antropologia de Polo e a desenvolve de uma maneira muito didática né que associa certas redundâncias ou conhecimentos afetivos a esses graus cognoscitivos da realidade que é bela que é perfeita e que nos causa Então esse agrado E aí a gente tem que então pensar que Quem somos nós né E aí vamos então chegar à beleza do ser pessoal temos esse sentidos externos internos que se agradam ao ver ao contemplar temos essa razão teórica que que que que que fica feliz né que ao contemplar né as realidades que nos cercam temos esses hábitos cognoscitivos esses princípios
inatos e aí a gente pode desenvolver um pouquinho não só as cinderes mas os hábitos inatos né de primeiros princípios essa advertência em relação ao Cosmos como um todo que o nosso núcleo pessoal é capaz de perceber e ao mesmo tempo essa possibilidade que nós temos de advertir que estamos diante de pessoas isso nos traz um agrado também comovedor né um sabor todo especial né Eh já vamos ver isso né esse hábito inato de cinderes cando a harmonia entre as faculdades superiores humanas Traz essa suavidade esse hábito inato dos primeiros princípios que adverte o Cosmos
nos traz essa tranquilidade ou serenidade se a gente quiser e finalmente esse hábito inato de Sabedoria ao alcançar as pessoas nos traz um n uma ciência saborosa aqui lendo Santo Tomás assim ele explica o hábito de Sabedoria Santo Tomás então explica o que é esse hábito de Sabedoria como S ciência ciência saborosa então asis conhecidas vistas agradam e existem muitas maneiras de ver as coisas a beleza por outro lado é real a beleza corresponde a sentimentos positivos claro que há também realidades que não geram sentimentos positivos mas as realidades na medida em que são belas
geram esses conhecimentos positivos mas Santo Tomás e daqui seguindo também de cerca Aristóteles seguindo de perto Aristóteles fala de uma potência que se chama intelecto agente aquilo que é de mais digamos assim primário nessa nossa abertura ao mundo que existe antes propriamente do conhecimento discursivo da racio então o que que é esse intelecto agente ao qual Aristóteles se refere no deima e e Santo Tomás na Suma Teológica afirma que o intelecto agente é impresso em nós imediatamente por Deus e diz também né comentando o de anima é próprio de Deus iluminar os homens imprimindo-lhes a
luz natural do intelecto ag gente e segundo Santo Tomás essa luz natural do intelecto agente é o que poderá ser iluminada com a luz da fé e com a luz da Glória ou seja existem novos modos de conhecer ainda superiores muito bem então esse conhecimento que nos leva a essa abertura ao Divino esse conhecimento impresso né em nós imediatamente por Deus esse intelecto né traz um nível superior né de agrado que é o que a gente pode chamar de confiança e aí a gente vê o quantos agnósticos né são desconfiados por quê Porque parece que
o intelecto a gente se otou parece que é intelecto está para o qual o nosso intelecto está precisamente projetado Então se a gente quiser assim apresentar um quadro né Eh ainda digamos assim um pouco eh temeroso né mas a gente poderia ver né que esse conhecimento afetivo ele se dá em diferentes níveis de acordo com o modo como nós conhecemos de acordo com aquela potência correspondente se a gente ficasse só no nível do sensível das formas ou ainda antes das aparências a gente teria Talvez o risco de cair numa espécie de esteticismo impessoal vazio pobre
e não é isso a beleza do ser pessoal no nível da cinderes a gente alcança algo muito mais eh surpreendente eh e que de fato acalma o nosso o nosso ser que é precisamente essa harmonia Entre a Razão e a vontade no nível ainda superior a gente adverte o Cosmos isso nos traz tranquilidade no nível ainda superior a gente alcança as pessoas né isso nos dá um sabor todo especial mas finalmente abrindo-se a Deus né e entrando eh em conexão o nosso intelecto a gente com o criador de toda a beleza a gente alcança essa
confiança e acima disso esse conhecimento mobiliza a nossa liberdade esse esse movimento nos leva ao dom de amar por quê Porque nós nos sabemos amados previamente então no nível mais profundo do nosso ato de ser pessoal nós somos intelecto agente Liberdade coexistente porque não existe Liberdade isoladamente é abertura A um outro ao sumamente outro e ao mesmo tempo aceitar quem nós somos e doarmos isso é o amor então a gente chega naquele nível onde a gente encontra esperança a nossa liberdade e paz e alegria na medida em que a gente se sabe amado e é
amado e esses são né segundo Leonardo Polo os aspectos transcendentais do ser pessoal Depois teremos oportunidade né de ver aulas ou as obras do professor Juan Fernando CLS onde ele trata disso maravilhosamente desglosado né algo do que traz a antropologia desse autor Leonardo Polo que ainda não é muito conhecido no Brasil não está praticamente traduzido mas é um autor assim que realmente abre muitas pistas né e vejam com coisa interessante nós podemos captar Deus como um ser Supremo digamos assim a gente vê que o universo a gente diz assim é uma espécie assim de pensamento
objetivado porque a gente vê razão ordem proporção Harmonia causalidade finalidade em tudo que a gente observa mas esse ser é impessoal é uma espécie assim de eu diria geômetra do universo né Talvez o que a gente poderia chamar de Deus dos filósofos né e um pensamento que se contempla a si mesmo mas nós percebemos de acordo com a revelação Cristã que esse mesmo Deus é o Deus dos nossos pais é o Deus da saça ardente é o Deus que é coração né segundo a gente pode pensar nas parábolas evangélicas né aquele que deixa as 99
ovelhas em troca de uma Isso é uma excentricidade né de amor né E esse é o Deus pessoal né a gente diria que Deus eh digamos assim não é exatamente aquilo que os filósofos pensam né esse Deus é um Deus que se apresenta fundamentalmente mediante a categoria de relação né Professor Fábio bertato que é professor de lógica né aprofunda bastante nesse tema inclusive Apresentou um trabalho especificamente sobre isso nesse congresso tomista Ao qual eu me referi no início Então não vamos aqui eh enfim né seria ir mais longe do que a gente poderia no espaço
aqui de um encontro Mas Deus é pessoa e olha que coisa interessante voltando à aquilo que nós havíamos afirmado Santo Tomás afirma que pessoa significa o que há de mais perfeito em toda a natureza a saber o que subsiste uma natureza racional ora tudo o que diz perfei Dev ser atribuí a Deus pois sua essência contém em si toda a perfeição e o Cardal renger que é uma autoridade em Teologia diz algo muito sugestivo diz assim a qualidade mais profunda da fé cristã é o seu caráter pessoal Nós cremos em Deus eu creio em alguém
Deus não é uma força não é uma energia não é uma razão Deus é amor Deus é alguém e aí Santos Tomás escreve também que embora a pessoa não convenha a Deus considerando a origem do termo porque ele diz isso porque Persona vem de personar era uma espécie de máscara né que os atores utilizavam em peças de teatro mas depois esse termo passou a indicar personalidades ali representadas e até dignidade de alguém que é representado Então Deus tem a máxima dignidade então convém de convé máxim a Deus e eu aqui já encaminhando fim cito mais
uma vez oer que diz assim é verdade que encontramos no mundo uma matemática objetivada mas encontramos também nele o milagre inaudito e inexplicável DAE ou diend ex enta ao Espírito humano na forma do Belo obrigando a reconhecer que o matemático e que construiu esses processos desenvolveu uma incrível fantasia criativa bem o que que é esse matemático que desenvolve uma incrível fantasia criativa é o matemático livre e é o matemático que é amor né que tem digamos toda essa excentricidade própria do amor é esse Deus que é pessoa né então descobrir essa beleza do que é
sermos pessoas né Liberdade amor fundamentalmente amor e isso a gente chega a partir do nosso intelecto a gente nós somos mobilizados vejam como isso está distante de reduzir a pessoa as capacidades da pessoa até as suas próprias virtudes não né a pessoa não é a mesmo que natureza já disse Santo Tomás né pessoa que é de mais perfeito Então nós não somos a nossa natureza a natureza a gente tem a gente erda a gente recebe Essência a gente vai construindo na medida em que a gente vai desenvolvendo certas qualidades e podemos aperfeiçoar essas qualidades mas
a pessoa se encontra eh com esse intelecto agente liberdade coexistente e amor né os aspectos transcendentais do ser do ato de ser que é a pessoa segundo Leonardo Polo e eu termino então com essa citação que me parece muito bonita né do cargal hinger no mundo que em última análise Não é matemática e sem amor é justamente o mínimo o máximo o menor que sabe amar é um maior o específico é mais do que genérico a pessoa o singular o irrepetível é ao mesmo tempo definitivo e o máximo nessa visão de mundo a pessoa não
é apenas indivíduo um exemplar multiplicado pela divisão da ideia da matéria mas é precisamente isso pessoa o cristão não vê o ser no ser humano um indivíduo e sim uma pessoa parece-me estar nessa passagem do indivíduo para a pessoa toda a diferença da passagem da antiguidade para o cristianismo e do platonismo para a fé [Música] [Aplausos] [Música]