Fala, galera! Tudo bem? Meu nome é Leandro Almeida, sou professor de Geografia, e vou falar um pouco sobre as características das principais Teorias Demográficas.
Vou começar pedindo para você curtir esse vídeo, e para compartilhar nas suas redes sociais. Como você talvez já saiba, a população mundial já passa de 7 bilhões de pessoas, e vai continuar crescendo. É justamente o crescimento populacional que há muito tempo é motivo de preocupação da sociedade, de políticos, e especialistas em demografia.
É por isso mesmo que já surgiram várias teorias populacionais também conhecidas como Teorias Demográficas, que se preocupam em explicar as características do crescimento populacional e sugerir quais são as possibilidades de políticas públicas para minimizar os impactos do aumento populacional no nosso planeta. A primeira dessas teorias demográficas a aparecer e fazer muito sucesso foi a chamada Teoria Malthusiana, desenvolvida ao fim do Século XVIII, pelo frei anglicano Thomas Malthus no contexto de 1ª Revolução na Inglaterra. onde muita gente migrava do campo para a cidade, o que fazia com que com a queda na mortalidade, a Inglaterra passasse por uma explosão demográfica.
Preocupado com aquele crescimento populacional visto em território inglês, Malthus se apressou para publicar ensaios sobre a população, dizendo que no futuro não tão distante, haveria um grave problema relacionado à fome. Isso porque para ele a população crescia em um ritmo de Progressão Geométrica, enquanto a produção de comida crescia em um ritmo de Progressão Aritmética. Essas ideias já foram apresentadas a vocês na nossa série ProENEM Pop.
Você pode dar uma conferida nos cards que vão aparecer aqui em cima. Para o Malthus, a solução era implementar políticas anti-natalistas, que fizessem com que a população crescesse mais devagar. Ele dizia que a própria natureza já se encarregava de diminuir o crescimento populacional, através de epidemias e catástrofes naturais.
É isso mesmo. Segundo Malthus, esse tipo de coisa era necessário e importante para impedir que a população crescesse muito. Ele afirmava que isso não era suficiente para conter a população que não parava de crescer, mas a verdade é que ele errou.
Ele errou porque acreditou que a população mundial cresceria sempre naquele ritmo acelerado que ele identificava na Inglaterra no momento, enquanto a verdade é que a população de cada país do mundo cresce em um ritmo diferente, de acordo com a posição que o país se encontra na chamada "Transição Demográfica". Ou seja, dependendo do nível de desenvolvimento econômico, social, do grau de urbanização e da quantidade de pessoas que moram no campo ou na cidade, a população cresce mais rápido ou mais devagar. E isso, o Malthus não "preveu".
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Preveu? E isso, o Malthus não previu! Uma outra coisa que ele não imaginou, é que aconteceria uma Revolução na produção de alimentos, a chamada Revolução Verde.
A partir dessa revolução, a produção de comida aumentou muito, fazendo com que inclusive nos dias de hoje, tenhamos condição de produzir comida suficiente para alimentar mais de 9 bilhões de pessoas. Ou seja, se existe fome nos dias de hoje, a culpa não é do tamanho da população, mas sim da má distribuição de renda, e da má distribuição de alimentos. É por isso que as ideias de Malthus, apesar de terem feito sucesso quando surgiram, ficaram no limbo, abandonadas por muito tempo.
Até que na metade do século XX, no pós-Segunda Guerra Mundial, num contexto que os países subdesenvolvidos começaram a se industrializar, e cuja população começava a migrar para as cidades e crescer muito rápido, as ideias Malthusianas ressurgiram, mas renovadas e ressignificadas através dos que ficaram conhecidos como Neomalthusianos ou Alarmistas. Para eles, a população dos países mais pobres, quando crescia muito rápido, criava um problema, que era a manutenção e agravamento da pobreza. Ou seja, para os Neomalthusianos, a alta natalidade era a causa da pobreza, e por isso era necessário que os países mais pobres intensificassem as campanhas de planejamento familiar e de distribuição e uso de contraceptivos, pois segundo os Neomalthusianos, os países subdesenvolvidos só alcancariam o desenvolvimento quando sua população crescesse mais devagar.
Acontece que de imediato essa teoria foi contestada por aqueles que diziam que, na verdade, a alta natalidade não era a causa da pobreza, mas sim a consequência. Segundo esses, que ficaram conhecidos como Reformistas, o grande problema era a má distribuição de renda, a desigualdade social, a falta de oportunidades de educação e emprego, que faziam com que as pessoas mais pobres acabassem não conseguindo por conta própria planejar suas famílias. Nesse cenário, os mais pobres acabariam tendo mais filhos.
Portanto, para os Reformistas, a pobreza é a causa da alta natalidade. É, portanto, a pobreza que deveria ser combatida. Uma vez que eles afirmaram que era necessário o combate à pobreza, houve quem os qualificasse como Marxistas, ainda que não houvesse quase nada de Socialismo nas ideias apresentadas por esses especialistas, políticos e demógrafos.
Fato é que a teoria Neomalthusiana e a teoria Reformista identificam em fatores diferentes os elementos a serem combatidos. Enquanto para os Neomalthusianos é preciso combater a alta natalidade, para os Reformistas é preciso combater a pobreza. Por fim, vale citar que os Neomalthusianos, nos anos 1970 e 1980, em um momento que as preocupações com o meio ambiente começaram a crescer, passaram a afirmar também que o rápido crescimento populacional nos países mais pobres era uma ameaça não só porque agravava a pobreza, mas também porque provocava a destruição dos recursos naturais.
Portanto, segundo esses, que passaram a ser chamados de Neomalthusianos Ecologistas, ou Ecomalthusianos, era fundamental controlar a natalidade, e também promover um desenvolvimento sustentável, como forma de evitar que o planeta acabasse ficando sem recursos naturais o suficiente para as próximas gerações. É isso. Espero que tenham aprendido e percebido quais são as características e diferenças entre as principais teorias populacionais.
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