currículo território em disputa de Miguel Arroio uma importante obra descrita no edital do processo seletivo Seduc São Paulo neste livro são apresentadas novas fronteiras de reconhecimento e surgem questionamentos sobre quem somos e quem são os alunos somos formados por várias marcas e resultados das tensas relações em que a educação e nosso trabalho estão inseridos influenciados por condições de trabalho política as diretrizes o salário as avaliações e as relações sociais e interesses políticos o foco está na sala de aula o espaço central do trabalho e das tensas relações entre professor e aluno no currículo a nossa
criatividade é essencial Pois somos resultados de disputas sociais e também profissionais duas movimentações se destacam encontrar nossas identidades e lidar com as artes do conviver educar e ensinar Em uma sociedade fragmentada essas tensões têm impactado noss no trabalho na sala de aula e na nossa luta como professores na sala de aula é onde o currículo é vivenciado com realizações crises e compromissos éticos políticos mudando professor e aluno em uma nova cultura profissional reduzir nossas experiências as tensões intraescolares e intra curriculares empobrece as políticas e as diretrizes curriculares é necessário reconhecer que as tensões também vê
de fora de movimentos sociais como LGBT negro indígena e quilombola que pressionam por um currículo inclusivo e afirmativo ignorar essas demandas sociais é ingênuo pois muitas escolas e redes já propõem reorientações curriculares o território da escola é fundamental para a vida social especialmente para crianças jovens e adultos mais populares o conhecimento e a produção científica estão em disputa nas relações sociais e políticas principalmente de dominação e subordinação o que afeta as minorias étnicas de gênero e também as periféricas questiona-se assim se haverá espaço para esses direitos no currículo a relação entre currículo e trabalho docente
é outra área de disputa pois controlar o trabalho dos professores é Central no processo de produção historicamente o currículo sempre foi um núcleo intocável do sistema escolar mas essa centralidade tornou-se um território de desputa política onde nem todo o conhecimento tem lugar e nem todas as pessoas são incluídas destacamos os seguintes eixos do livro os direitos dos professores de terem voz nos currículos a conformação de identidades profissionais as tensões de identidades profissionais e pessoais e a arte de Educar a crise de identidade profissional é evidenciada diante das demandas por uma educação que valorize mais do
que apenas resultados das avaliações as políticas neoliberais com ênfase em competências e ficações afastam a educação dos seus territórios essenciais a identidade Educadora muitas vezes é negligenciada na formação docente deixando professores despreparados para a arte de Educar mudanças nas identidades profissionais afetam também a identidade pessoal e a função docente com os professores tendo de lidar com novas tensões e a necessidade de Resistir e buscar autonomia profissional no contexto atual os professores enfrentam condições de trabalho difíceis e precisam aprender a lidar com essas novas tensões identitárias tanto individualmente quanto em coletivo de docentes a ampliação das
Fronteiras profissionais e a resistência por autonomia são desafios constantes e a preparação para sermos educadores deve ser reavaliada para melhor atender as demandas da sociedade e dos alunos entendemos que resistência no território dos currículos moldam nossas identidades profissionais quando lidamos com alunos que manifestam suas condições humanas precarizadas Não podemos mais então apenas preparar aulas ou passar matérias sem considerar suas vivências os seus traumas medos e incertezas o que os alunos trazem para a sala de aula e como eles aceitam Ou rejeitam nossas lições reflete diariamente ou diretamente na precarização do nosso trabalho a história docente
está inseparavelmente ligada à história humana e social dos educandos existe uma tensão entre as verdades que vivemos e as verdades ensinamos quando as verdades científicas do currículo não coincidem com as realidades sociais vividas nossas identidades profissionais entram em crise a sala de aula se torna um espaço privilegiado para libertação e exploração de novas funções e verdades enriquecendo a nossa profissão Vivemos um período de retomada conservadora que tenta reduzir a identidade docente a condições de meros transmissores de conteúdo do currículo essa manipulação da nossa identidade ional seja por totalitarismo conservador ou políticas de mercado enfatiza os
resultados nas avaliações desvalorizando o foco nos alunos e também na essência de ser educador essa forma perversa de nos dizer foque apenas em transmitir competências para resultados eficientes exige resistência socializando a conformação de novas identidades em encontros formativos educadores compartilham suas experiências e criatividades aprendendo com a convivência com os alunos esses movimentos de reorientação curricular muitas vezes ignoram as tensões na configuração das identidades Profissionais que são centrais para a prática docente as práticas e saberes dos alunos e dos professores tensionam as visões hegemônicas da Ciência Tecnologia e conhecimento legítimo nos currículos a luta pela autonomia
profissional e a ampliação dos currículos tem sido contínua mas enfrenta a rigidez do ordenamento curricular e as diretrizes disciplinares e de avaliação mesmo com o aumento da autoria profissional sobre o trabalho docente os sistemas de controle permanecem rígidos reagindo ao crescimento das autorias docentes a disputa então pela autoridade e criatividade docente continua muitos professores desafiam o trabalho tradicional com suas práticas inovadoras mas mesmo assim são cobrados por seguir o currículo a luta pela onomia profissional embora avançada nas últimas décadas ainda enfrentam resistências as avaliações se tornaram o foco do currículo tirando a autonomia do professor
e gerando tensões entre controle e consciência docente a formação de um coletivo profissional mais autônomo é um campo de debate constante historicamente sempre houve um controle aos profissionais da educação mas eles não ficaram passivos reivindicando mais autonomia profissional a defesa da democrática e elaboração de projetos políticos pedagógicos são fundamentais os docentes devem abrir os currículos para enriquecê-los com novos conhecimentos e garantir o direito dos alunos a uma rica produção de significados a rigidez da bncc no entanto impede avanços da incorporação de valores princípios recursos formativos e forma de organização do tempo de trabalho é crucial
então manter o embate profissional e ético nos territórios do conhe por novas políticas de currículo avaliação e valorização que são atreladas a um projeto de sociedade mais justa devemos contestar os conhecimentos desnecessários e confrontá-los com outros mais justos e humanos em nome do direito à vida digna nas escolas onde chegam os filhos dos coletivos sociais éticos e raciais das periferias e do campo a Inovação se traduz em práticas e projetos criativos descartando então conhecimentos em favor de vivos e instigantes para que a docência continue a ousadia em nome do compromisso ético é essencial mesmo quando
gestores e a mídia condenam os docentes como antiéticos e irresponsáveis observamos um crescente compromisso ético dos docentes com com os educandos e também com os projetos sociais alternativos resistir ao conhecimento tradicional a racionalidade científica a cultura Nobre Norma culta faz parte da ética do em busca de autonomia liberdade e criatividade nesta luta ética por autoria e liberdade o currículo emerge como um campo de disputa ética e reconhecimento da diversidade a riqueza afirmativa está entrando na sala de aula através de criatividade e ousadia dos educadores que tem avançando no reconhecimento da diversidade os educadores rejeitam a
literatura que reproduz estereótipos racistas e inferiores sobre provos indígenas quilombolas negros e pobres não se trata de abandonar a produção intelectual mas de incorporar outras literaturas de mundo e saberes essa pressão por desac realização dos currículos exige projetos coletivos ousados de respeito e também de conhecimento de diversidade politizando as disputas do território dos currículos a imposição de currículos únicos de material didático padronizado e mínimos padrões de qualidade desafia as autorias docentes currículo ordenamento e avaliação determinam a organização do trabalho a valorização ou desvalorização do magistério e também a manutenção ou perda de direitos conquistados diante
da negação de autorias o movimento docente repolitização limitam a autonomia e a criatividade docente justificando o controle sobre os docentes inferiorizando-os por longas décadas ser fiel aos conteúdos sagrados aprendidos e cultuados nos cursos de Formação não é fácil a sequência de conteúdos ela é intocável e alunos que não a seguem podem ser reprovados gestores consideram competentes os professores que são fiéis a essa visão Sagrada e cumprem os certos rituais perpetuando as crenças redentoras da ciência o controle das autorias tem raízes Profundas em crenças arraigadas enfrentar e aprender a desconstruir essas crenças e o controle social
exige um debate docente que desafios rituais seletivos as competências curriculares pesam sobre os coletivos pobres jovens e crianças se seguirem a sequência de conteúdos e passarem por avaliações oficiais seu futuro está garantido Caso o contrário estarão condenados ao atraso e também à pobreza estamos em um jogo político econômico onde o conhecimento mantém relações de dominação e subordinação sem autonomia é difícil garantir o direito ao conhecimento dos educandos a racr realização conservadora dos conteúdos e a política nacional de avaliação reforçam essa visão conservadora focando em competências e habilidades mensuráveis os enfrentamentos se concentram na avaliação de
conteúdos e docência formas sofisticadas de controlar a criatividade e autoria docente as políticas diretrizes e normas priorizam currículos baseados em competências e resultados de avaliação pressionando os docentes e também os seus compromissos o campo do conhecimento é um objeto de disputa política e Libertadora mas também é de controle ter consciências desses embates é fundamental pois os coletivos docentes e gestores que ousam criar no campo do currículo enfrentam novas disputas políticas os profissionais da educação não devem ser meros executores de rituais previstos devem lutar por seus direitos de criar selecionar incluir novos conhecimentos didáticas e materiais
pedagógicos as apostilas vendidas pela indústria do ensino impostas por gestores públicos elevam a média do idep mas não refletem a verdadeira docência Educadora a desvalorização dos professores públicos é evidente Será que o sistema currículos e políticas se importam com quem ensina ou aprende o foco na avaliação dos alunos responsabiliza os professores pelos resultados ocultando-lhe professores são desqualificados e controlados a escola enfrenta dificuldades em superar a cultura perversa do preconceito que é acumulado contra os coletivos de origem preconceito se estende às escolas e aos profissionais que trabalham com esses indivíduos sendo julgados de maneira Cruel gestos
coletivos e presença afirmativa indicam Novos Tempos onde sujeitos pré-julgado reagem afirmando sua posição na área social política e também pedagógica diante dessas presenças afirmativas gestores currículos e rituais de avaliação muitas vezes falham em reconhecer alunos Mestres e seus coletivos como sujeitos de ações positivas e autorias dignas de reconhecimento é necessário reforçar essas presenças afirmativas dos setores populares pois escolas e diretrizes tendem a nomear alunos populares como indisciplinados de vasados ou com problemas de aprendizagem até mesmo violentos a prova Brasil desde cedo reforça essa imagem e a mídia sacraliza ao divulgar os resultados escolas e educadores
reagindo Contra esse cenário promovendo gestos de presença afirmativa importa trabalhar essas questões conhecer mais sobre as presenças afirmativas e desenvolver ações e estratégias de reconhecimento e fortalecimento é urgente reconhecer as autorias positivas de milhões de crianças jovens adultos populares e professores que tratam com dignidade aqueles que a sociedade trata com indignidade reprovar alunos é um gesto antiético que destrói as suas identidades a reprodução de representações sociais negativas é um trato antiético que perpetua em nossa sociedade a instituição os espaços que frequentam e os profissionais precisam enfrentar fronteiras de disputa reconhecer as múltiplas formas e afirmação
dos Trabalhadores em educação e dos setores populares é crucial os docentes devem ser reconhecidos como autores de gestos éticos e não como meros executores de rituais a reprovação dos alunos é um gesto antiético que inferioriza e destrói identidades é preciso cobrar a responsabilidade ética mesmo que muitas vezes esses gestos não tenham autores claramente definidos Pesquisas mostram que os piores resultados nas avaliações escolares e as maiores taxas de in ação estão entre os pobres negros e Moradores de Periferia e do campo conhecer a ética e a luta dessas comunidades é fundamental para garantir Um percurso educativo
exitoso as avaliações oficiais condicionam a sorte do aluno os esforços éticos dos educandos as suas famílias e dos docentes educadores não são captados nessas avaliações é necessário então reconhecer o educando como sujeito político esperançadesejos para reconhecer a resistência afirmativa e também a presença ética de mestres e alunos na sociedade nos currículos os saberes docentes disputam lugares nos currículos tanto Mestres quanto educandos acumulam muitos saberes que são frequentemente ignorados incorporar esses conhecimentos no currículo contribuiria para visões mais realistas e humanistas a condição social desprestigiada dos docentes deve ser debatida pois a ausência desses conhecimentos no currículo
impede os avanços significativos escola pública é vista como uma instituição de subcidadania a proclamação da escola para cidadania pressupõe que os coletivos populares só mereciam o reconhecimento pleno se saíssem da ignorância o currículo e os livros didáticos são pensados como espaços de saberes deslocados das vivências sociais e políticas o que desvaloriza as experiências do coletivo social dos educadores é necessário superar no currículo as diferenças entre o núcleo comum e a parte diversificada projetos pedagógicos que partem de saberes de alunos e professores já são vistos em algumas escolas no entanto enquanto não avançarmos na superação dessas
diferenças e hierarquias de classe gênero e Raça não reconheceremos plenamente os saberes dos Mestres e dos educandos proclamar uma política de valorização docente enquanto a escola pública permanece precarizada e os setores populares que a frequentam São inferiorizados é uma postura inconsequente quando a escola os currículos as avaliações e até a cultura docente se prestam à reprodução dessas diferenças a desvalorização do trabalho docente é inevitável a falta de avanços da valorização dos docentes e na superação das Diferenças é evidente a falta de avanços na valorização dos docentes e também a superação dessas dicotomias são evidentes o
trabalho humano disputa a centralidade nos currículos importa quem trabalha e os saberes que são produzidos nesse processo essa nossa cultura política o trabalho é desvalorizado o direito ao conhecimento produzido no trabalho não se limita ao trabalho docente mas a todo o trabalho humano frequentemente visto como insignificante nos ordenamentos curriculares essa Ausência contrasta com a centralidade do trabalho na vida dos jovens e dos adultos nas escolas públicas ameaçados pela sobrevivência a retomada dos saberes do trabalho docente já mostram avanços em seminários e congressos onde a experiência profissional é reconhecida como produtora e destruidora de imagens culturas
e valores eventos como esse são caminhos fecundos para aproximar Mestres e alunos em experiências comum e também na luta contra a inferiorização a visão da escola como um lugar de trabalho deve ser redescoberta com tempos de sala de aula sendo vistos como tempos de trabalho onde professores e alunos mostram avanços para os estudantes das escolas públicas o trabalho é o mediador de um conjunto de direitos muitas vezes negados direito à vida à igualdade à dignidade à justiça e a libertação da opressão e segregação histórica