[Música] k [Música] Olá boa noite tudo bem vamos conversar um pouquinho hoje bom para quem não me conhece eu sou Renata virma eh Sou professora do curso de psicologia da Universidade Federal de Catalão sou psicanalista e escritora tenho graduação em psicologia mestrado e doutorado em psicologia pela Universidade de Brasília e pós-doutorado em teoria psicanalítica pela UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro e hoje a gente vai conversar um pouquinho sobre a psicanálise e a neurose na clínica com crianças hoje então é o primeiro encontro que abre aí uma um início de conversa para o que
a gente vai continuar inclusive conversando no curso com o mesmo nome que é psicanálise a neurose na clínica com crianças bom então primeira coisa é imprescindível então quando a gente fala de neurose na clínica com crianças a gente começar fazendo uma distinção entre a neurose infantil e a neurose da criança né a gente vai partir da constatação de que a a neurose infantil não se relaciona com a idade cronológica e não tem a ver com acontecimento específico da criança ou nesse período específico da infância tanto que o caso mais famoso de neurose infantil na obra
do Freud não foi o caso de uma criança foi o caso de um adulto que é o homem dos lobos um paciente do Freud que ele atendeu e no qual a gente estudou então a neurose infantil pela primeira vez a neurose da criança por sua vez ela tem a ver com as manifestações neuróticas da Histeria da neurose obsessiva da fobia durante ainda esse período da infância durante ainda eh esse período que a gente chama né Essa essa esse personagem aí de de criança eh o tratamento então Eh dessas manifestações né neuróticas da Histeria da neurose
obsessiva ou da fobia eh durante eh a infância em que a gente vai tratar inclusive na clínica psicanalítica com crianças né que a clínica da psicanálise que que recebe a criança que se propõe a escutar a criança nos seus tempos iniciais desde os seus tempos iniciais bom essa Clínica a gente também tem um caso famoso que é talvez o mais famoso do Freud e o único né que ele relata de uma numa criança que ele super iou eh e acompanhou a partir do relato dos Pais atendeu numa única sessão que é o caso do pequeno
rans né então o caso mais mais famoso né de uma criança eh com o quadro de neurose durante o período ainda da infância foi o pequeno Rance e o caso mais famoso de neurose infantil foi de um adulto o homem dos loucos por que que eu começo dessas duas constatações justamente pra gente poder falar um pouquinho eh da diferença entre a neurose infantil e a neurose da criança pra gente poder então alcançar Inclusive durante o curso a gente vai dividir em quatro partes o foco é a clínica com crianças então no primeiro momento a gente
vai estudar né no curso de psicanálise e a neurose na clínica com crianças as particularidades da neurose na criança depois a gente vai avançar um pouquinho para falar da criança sintoma ao sintoma da criança que é basicamente o percurso do tratamento E aí é importante a gente apontar que que é esse criança sintoma ou sintoma da criança porque a criança ela não chega ao tratamento com os seus próprios sintomas ela chega sendo o sintoma dos Pais ela chega na posição de sintoma e não na posição de quem tem os sintomas então o tratamento passa dessa
função de ser o sintoma para ter os sintomas Então como é que funciona isso no percurso do tratamento eh um terceiro ponto que a gente vai abordar também são as intervenções do analista em relação aos pais que o Freud chamou de influência analítica né como é que funciona então a presença dos pais no tratamento das da neurose infantil né na clínica com crianças e o quarto momento as intervenções do analista fundamentalmente sobre a relação entre o brincar e a estrutura o modo em que se brinca o que se propõe do brincar o que se alcança
a partir desse brincar modifica muito conforme as estruturas então vocês vão perceber que tiveram outros cursos já estão tendo inclusive recomendo enormemente eh a psicanálise e o autismo na clínica com crianças também tá aí no espes a psicanálise e as psicoses também na clínica com crianças e aqui agora tô propondo a psicanálise e a neurose na clínica com crianças eh pra gente pensar aí a possibilidade da Clínica com o autismo a clínica com a neurose a clínica eh das psicoses no campo da Infância no campo das Crianças Então se o propósito é justamente fazer essa
diferenciação primeira entre a neurose infantil e a neurose na infância lembrando então que a neurose infantil é a lá do homem dos lobos então não tem a ver com ser criança eh com a neurose na infância que aí a neurose que aparece nesses primeiros anos né nos anos iniciais da vida do do sujeito a gente vai começar então fazendo uma distinção entre infância e infantil Então vamos começar a aprofundar um pouquinho nessa diferença entre infância e infantil queria começar inclusive do senso comum da palavra infantil na nossa cultura por algum motivo que não é difícil
de constatar por eh mas me entristece enormemente a gente perceber que o infantil ele é ele é utilizado regularmente como um adjetivo depreciativo e eu queria que a gente repensasse um pouco isso então se alguém faz uma besteira diz que essa pessoa foi infantil se alguém eh deixa eh ah por exemplo Marca um compromisso e não comparece ele foi infantil eh se ou seja a o infantil no senso comum infelizmente é utilizado com uma certa frequência como sinônimo de imaturidade como sinônimo de malandragem como sinônimo de falta de compromisso e isso me entristece enormemente porque
o infantil não é uma coisa ruim o infantil Ele simplesmente ele é algo pra gente pensar e que existe e é extremamente importante para pensar na teoria psicanalítica Então a primeira coisa que eu queria aqui é limpar um pouco a palavra infantil de toda essa depreciação que ganha no senso comum desse adjetivo depreciativo que as pessoas inclusive utilizam para xingar umas às outras deixa de você deixa de ser infantil Nossa mas que coisa infantil essa que você falou ou seja primeira coisa que eu vou pedir é para limpar essa função depreciativa desse significante infantil e
vamos avançar um pouquinho mais então segundo ponto sobre o infantil o infantil se relaciona só com a infância não tanto que como a gente disse o homem dos lobos era um paciente adulto do Freud e que o Freud chamou de neurose infantil então outra constatação o infantil ultrapassa infância e isso é muito importante então o infantil não é uma experiência única da criança o infantil é uma experiência que aparece em todos os tempos do sujeito ao longo de toda uma vida então o infantil ultrapassa a infância o infantil não é uma experiência exclusiva da criança
o infantil ele é uma experiência que ultrapassa todos os tempos essa a segunda premissa Então a primeira premissa tirar a lógica depreciativa que tem nesse significante infantil a segunda premissa entender que o infantil então ultrapassa a infância ultrapassa a experiência da criança terceira premissa que eu queria pra gente poder conversar o Freud ele buscou então diferenciar infância e infantil e um dos modos que ficou muito claro que isso é importante pro Freud fazer essa diferenciação é quando o Freud apresenta o caso de um jovem adulto né Eh que é o homem dos lobos como o
parad da neurose infantil então ele coloca o paradigma desse significante infantil sobre um adulto e não no caso de uma criança de 5 anos ele não utilizou a palavra infantil e nem essa lógica da neurose infantil no caso do pequeno rans no caso do pequeno Hans ele deu outra nomenclatura deixou a neurose infantil para um jovem adulto vou agora pro quarto ponto eh nos textos do Freud a maioria eh das vezes que o infantil é empregado ele é empregado como adjetivo não só mas ele é sobretudo empregado como adjetivo eh por exemplo para caracterizar algumas
noções sexualidade infantil amnésia infantil cena infantil eh que mais que a gente pode lembrar organização genital infantil exibicionismo infantil né uma teoria infantil ou seja o o o Freud utiliza a palavra infantil para demarcar um campo importante da da área e um campo importante da sua pesquisa né Eh então e quando Freud utiliza a palavra infantil ah normalmente ele fala sobre algo que reenvia né Eh reenvia a algo que teria se passado ali no período da infância ou seja algo que acontece na vida adulta que é uma certa repetição de uma experiência que começou lá
na infância mas que ultrapassa a infância então a organização genital infantil vai acontecer só na infância a Sexualidade infantil amnésia infantil vai acontecer só na infância não ele vai apontar que há algo que busca que na idade adulta é buscada lá na infância no período da infância nesse passado da criança mas que acontece durante o período adulto O Último Ponto sobre essa distinção entre infantil e que eu queria colocar também é a noção E aí já vamos com Lacan a gente foi com Freud até aqui agora vamos com Lacan e incluir aí Lacan nessas minhas
premissas iniciais pra gente começar a conversar eh a premissa do Lacan é que a criança nada mais é do que um dos tempos do sujeito e o sujeito na verdade que é o sujeito do inconsciente ele é atemporal se ele é atemporal eu não posso pensar em cronológico não posso pensar se eu vou atender uma criança de 1 ano 2 anos 3 anos ou um adolescente de 12 13 14 ou um adulto ou um idoso não é essa a a o modo que se pensa o lacam abandona essa ideia de desenvolvimento ele abandona essa ideia
de cronologia e passa a trabalhar com a ideia não de idade mas de tempos os tempos do sujeito e por que os tempos do sujeito Porque como o sujeito é atemporal a sua organização se dá mais em tempos do que em idades e a gente vai tentar aprofundar nisso Então essas são as minhas cinco premissas paraa gente começar a trabalhar então abandonar um pouco essa lógica depreciativa do senso comum de que infantil como algo ruim segunda eh a ideia então de que o infantil ultrapassa a infância infantil Então não é uma experiência só da criança
terceira então que o Freud deixou muito claro que ele tinha interesse em diferenciar o infantil da infância ao apresentar a neurose da infância num jovem adulto e não que é o homem dos lobos e não no pequeno Hans que é uma criança de 5 anos a quarta premissa então é que os textos eh do Freud apresenta o infantil fundamentalmente como um adjetivo para caracterizar noções como por exemplo sexualidade infantil organização genital infantil que são acontecimentos na vida adulta eh de algo que teria se passado no no período da Infância e finalmente passando aí de Freud
para Lacan a ideia então de que a gente vai ter que pensar criança não como o algo cronológico mas um dos tempos do sujeito que é atemporal Afinal sujeito do inconsciente o inconsciente atemporal sujeito que é o sujeito do inconsciente também a gente vai pensar de um modo atemporal seguindo adiante seguindo adiante o próximo ponto que eu queria colocar então o que que é um adulto e que que é uma criança para psicanálise por que que eu incluí na minha pergunta o que que é um adulto porque de modo geral as pessoas perguntam o que
é uma criança para psicanálise ninguém pergunta que que é um adulto para psicanálise como se o adulto ele fosse como diz po pressato um espécie de um Universal Então você tem Universal que é um homem adulto hétero europeu provavelmente eh Branco provavelmente E aí tudo que foge e isso é a concepção do po pressato né Eh que aponta acho muito interessante esse conceito desse Universal então tudo que não é esse Universal é perguntado sobre Então o que é o que é a mulher porque o Universal é o homem então o que é a mulher o
que é a criança porque o Universal é adulto então é necessário perguntar sobre a criança eh O que é então para tudo que não é o Universal bom nesse sentido então a eu faço uma provocação de não perguntar só o que é a criança mas perguntar também o que é adulto não faz sentido então a gente sustentar essa ideia de que então existe um Universal então a psicanálise por Excelência é pro adulto a psicanálise então que para qualquer outro que não esse Universal terá que ser repensada terá que ser outra é outra teoria como é
que funciona isso claro que não então vamos perguntar o que que é um adulto O que que é uma criança para psicanálise Eu gosto da ideia e essa e eu tô bem acompanhada aí com vários autores inclusive o próprio Lacan mas não só e eh vários outros autores da psicanálise fizeram essa proposta essa provocação de trocar palavra adulto e criança por pessoa grande e pessoa pequena eh então eu vou propor pra gente trocar a ideia de adulto por pessoa grande e criança por pessoa pequena para poder capturar a palavra pessoa o significante pessoa então o
que que a gente pode dizer eh que nós temos pessoa que são grandes pessoas que são pequenas mas o que são essas pessoas que nos apresentam na sua forma pequena durante um período na sua forma grande depois de um outro período Primeiro vamos capturar aí a palavra pessoa o significante pessoa a palavra pessoa em português é uma palavra que vem do latim Persona Persona que como a gente sabe do teatro se relaciona máscara personagem Persona como personagem então voltando a pessoa pequena e a a pessoa Grande a gente pode dizer que a criança né Eh
nada mais é ou a infância nada mais é do que um período no qual a Persona representa este papel esse papel de pessoa pequena ou seja Persona pequena e portanto o adulto nada mais é do que um certo período em que essa pessoa interpreta um papel de pessoa grande e é legal pensar essa ideia de papel e de eh eh de representar então um papel porque então isso significa que as coisas podem se trocar por exemplo alguns interpretam muito bem esses papéis mas outros nem tanto por exemplo que que seria interpretar bem esse papel seria
uma pessoa grande interpretar uma pessoa grande enquanto pessoa grande uma pessoa pequena interpretar ser uma pessoa pequena enquanto pessoa pequena no entanto a gente percebe que algumas pessoas grandes parecem pessoas pequenas e algumas pessoas pequenas parecem pessoas grandes antes como por exemplo essas máscaras se trocam na clínica com crianças quando de repente a gente vai escutando ali a dinâmica da família estrutura familiar e a gente percebe que as máscaras foram trocadas que as personas estão todas trocadas e que a criança tá fazendo o papel de pessoa grande que cuida do pai que ah que não
se cuida direito e que não se cuidando direito se deixa ser cuidado por alguém como se ele fosse uma pessoa pequena uma Persona pequena eh que espera então ser cuidado ao invés de cuidar e a criança que deveria ser cuidada na sua função de pessoa pequena encarna ali a máscara da pessoa grande que cuida a pessoa grande que tá usando a máscara da pessoa pequena Deu para entender a brincadeira olha que coisa interessante Então se a gente pergunta o que é uma criança é importantíssimo a gente perguntar o que é um adulto e eu sei
que essa pergunta raramente é feita então tanto a ideia de criança quanto de adulto guardem essa ideia são personagens e se são personagens são máscaras que podem ser colocadas e podem ser retiradas eh inclusive toda criança necessariamente utiliza a máscara para aquele período que se espera dela por exemplo você tem crianças de 8 9 anos que ainda usam fralda eh tomam uma madeira dormem na cama com os pais vão no banheiro e gritam terminei para alguém limpar o bumbum e não tomam banho sozinhas ora Aos 8 anos de idade Teoricamente uma criança consegue comer sozinha
aos dois se a gente partir das tabelas de desenvolvimento da Psicologia desenvolvimento as tabelas não são da psicanálise são da psicologia do desenvolvimento Se você olhar as tabelas de desenvolvimento você vai ver que a criança tem uma capacidade física de se alimentar sozinha comendo sozinha a partir ali de 1 ano e se 1 ano E7 Ela já tem condições motoras e capacidade física de fazê-lo Por que então não faz aos oito se a a um ano e se ela podia começar e aos dois já ter conquistado toda essa autonomia Por que não faz esse por
não faz nos chama atenção agora no outro sentido porque essa criança de oito veste a Persona da criança de dois veste Então esse personagem da criança de dois isso é muito importante pra gente então a pessoa grande ou pequena não passa de um Person agem então por favor todas vezes que vocês perguntarem O que é uma criança para psicanálise lancem a pergunta também o que é um adulto para psicanálise porque a gente não faz essa pergunta como se ela fosse dada assim como a gente tem inúmeros livros sobre sexualidade feminina e sobre mulher e pouquíssimo
sobre masculinidade sobre sexualidade masculina é como se a gente tivesse dizendo que o Universal que é este homem adulto tá tudo resolvido com ele nada precisa ser pensado tem que ser pensado sobre a diferença então provocativamente não não tá tudo pensado sobre absolutamente nada então a pessoa grande ou pequena não passa de um personagem de uma máscara ou seja de um falso ser vocês já ouviram falar de fala ser de letra de gozo de sujeito de eu de outro e agora a gente vai colocar aí essa brincadeira do falso ser Então essa pessoa Grande pessoa
pequena chamada de criança ou adulto na não passa de um personagem de uma máscara ou seja de um falso ser e o Lacan diz o seguinte nos escritos página 37 dos escritos quem tiver a versão de 1988 ele diz assim quando falamos do ser adulto a que referência estamos a que referência estamos referindo ficou estranha a tradução eh Onde está o modelo do ser adulto Olha que pergunta Sutil que o Lacan tá nos dizendo quando nos nós falamos de um ser adulto qual a referência né que modelo é esse do ser adulto Ou seja a
psicanálise com crianças pergunta o tempo todo o que é uma criança porque a psicanálise com adultos não pergunta o que é um adulto o Lacan disse nos escritos para perguntar por que não não tá nos escritos perdão P eh ano 1959 1960 Deixa eu olhar aqui qual seminário tá eu esqueci de anotar a data 1959 1960 é o sete perdão tá no seminário 7ete agora que eu Oli a citação certa no Lacan seminário 7 página 37 eh então quando a gente fala do ser adulto que referência é essa que a gente tá tomando né e
eh qual é o modelo do ser adulto agora vou pro meu terceiro ponto então lembrando meu primeiro ponto aqui é fazer a distinção entre infância e infantil meu segundo ponto foi foi o que que é um adulto e o que que é uma criança para psicanálise me recuso a perguntar só o que que é uma criança para psicanálise porque fica parecendo que o que é um adulto já tá dado tá resolvido eu preciso perguntar só sobre a criança o adolescente o idoso o adulto tá tudo de bobs tá tudo resolvido e não é e aí
fica parecendo então também que a clínica com crianças é inferior do que a clínica com adultos porque a de adultos eu nem preciso dar um nome eu preciso dar um nome ess só para de criança e aí a minha próximo tópico que é o terceiro é a clínica de crianças e a clínica de adultos e de novo por que que agora eu tô introduzindo essa ideia de psicanálise com crianças e psicanálise com adultos eh a mesma brincadeira todas as vezes que a gente coloca psicanálise com crianças fica parecendo que a gente tá falando de uma
outra coisa que não psicanálise Então vou começar a brincar Esse chamado de psicanálise com adultos para deixar muito claro eh que se eu posso colocar então o de crianças na frente de psicanal eu vou colocar o de adultos na frente do adultos brincar um pouco com isso aí para modificar esse lugar que a clínica com crianças às vezes ocupa como se eh o paciente criança não fosse um paciente inteiro fosse um meio paciente e aí eu fico pensando o que que seria esse meio paciente o braço do pai a perna da mãe a cabeça da
criança ou a cabeça vai ser da mãe a perna que vai ser qual parte qual parte que falta pra criança ser um paciente inteiro o e eh o casal lefor né rosinho lefor Robert le ah deram essa essa brincadeira que eu achei muito interessante brincando né a criança Ela é um analisante por inteiro ela não é um pedaço de analisante ela não é um fragmento de analisante ela é um analisante por inteiro e eh mas parece que a gente Às vezes tem que se lembrar disso então para se lembrar disso terceiro tópico Hoje é a
clínica de crianças e a clínica de adultos eh Então essas considerações sobre infantil e infância primeiro tópico que eu trouxe sobre personas grandes e personas pequenas Lembrando que que são as personas grandes ou pequenas são nada mais nada menos do que um falso ser eh o ser é vazio vocês se lembram disso né a a gente tem o eu é Imaginário né o sujeito ele se dá no intervalo vou falar um pouquinho sobre isso no intervalo entre o significante e outro o sujeito então é o efeito eh de linguagem uma é uma resposta e o
ser o ser é vazio se o ser é vazio eu posso lhe colocar máscaras maquiagem roupagem posso chamá-lo de criança e posso chamá-lo de adulto então o ser sendo vazio eu posso dizer que a criança ou o adulto são nada mais nada menos do que um falso ser ou seja um personagem uma máscara porque o ser na verdade é vazio isso que eu coloco lá não é absoluto e é importante que não seja caso contrário corro sérios riscos da prática que eu vou ter Então vamos lá Clínica com crianças e clínica com adultos essas considerações
sobre infantil e infância sobre personas grandes e personas pequenas né Eh vai permitir pra gente pensar melhor a psicanálise com crianças a psicanálise de adolescentes a psicanálise de adultos a a psicanálise de idosos para demarcar apenas eh que essa essa demarcação de colocar a idade e lembrando a gente não coloca pro de adulto e de idoso a gente coloca de idoso também às vezes coloca mas para de criança de adolescente normalmente a gente coloca mas é importante que isso fique claro que é só pro público Lego quem não é psicanalista saber onde buscar ajuda né
saber se a pessoa atende ou não atende o sujeito naquele período da vida na dos zero aos dois dos dois aos cinco porque nem todo mundo atende em todos os períodos da vida do sujeito Mas é só para isso paraa pessoa saber aonde buscar quem procurar né qual analista será contratado para essa tarefa da escuta eh mas no campo da psicanálise é muito importante que a gente lembre que na prática da psicanálise essa diferença entre criança adolescente e adulto não pode existir pro analista Porque se houver essa diferença eh o analista não vai saber ouvir
ele vai ficar prestando tanta atenção no falso ser ou seja na máscara eis uma criança eh que ele vai parar eh não conseguir escutar o sujeito propriamente dito então ele não vai saber ouvir o sujeito nos seus tempos iniciais e vai acabar correndo um enorme risco de impor o dizer dos pais sobre o sobre a criança né porque eu não vou vê-lo como sujeito eu não vou vê-lo como analisando eu vou ver como uma Persona pequena ou seja como uma criança então é interessante esse exercício de retirar a palavra criança e colocar sujeito porque quando
eu coloco a palavra palav criança Corro um risco de supor que eu não posso escutá-lo sobretudo se for muito pequeno se for não verbal eh Então essa coisa por exemplo Ah mas como é que você escuta alguém que não é verbal escuta você escuta como o o sujeito não verbal por exemplo a gente tem uma uma grande parte dos sujeitos autistas que são não verbais sobretudo nos anos iniciais e nós os atendemos e nós escutamos mas o que que a gente escuta e eles são estremamente e eh verborrágico né Eles falam bastante só que eles
não falam do mesmo modo que eu tô falando agora para dar aula eles vão falar na relação com os seus objetos autísticos na relação com os seus duplos na relação com os seus interesses específicos Ou seja a gente vai falar com eles a partir da relação deles com os elementos da borda do mesmo modo que o neurótico ele faz uma viagem no final de semana e volta me contando tia eu fui para para Caldas Novas esse final de semana e eu entrei na piscina e a água tava quente e fiz isso e fiz aquilo bom
isso é uma criança neurótica regularmente me narrando porque a criança ela antecipa esse final de semana eu vou para Caldas Novas ela conta ela manda mensagem de lá Adivinha onde eu estou com foto e tudo e quando ela chega na outra sessão ela vai me contar de novo eu fui esse funcionamento de gozar pela linguagem isso é da neurose né se ele goza pela linguagem ele tem como se satisfazer com a viagem pelo menos três vezes uma antes de ir contando que vai uma enquanto tá mostrando para todo mundo que tá lá e uma depois
que chega contando que foi ó Que maravilha então o neurótico ele se satisfaz sobretudo na experiência com a linguagem ele se satisfaz às vezes até mais contando do que na coisa em SOS ele pode contar uma coisa que nem aconteceu né Eh que ele gostaria que tivesse acontecido e para não se decepcionar assim mesmo elhe conta que aconteceu mesmo tendo acontecido agora esse esse é o discurso que nos apresenta alguns sujeitos todos não todos não nas psicoses infantis não no autismo não são outros modos de dizer que vão aparecer mas nesse curso a gente vai
trabalhar sobre o modo de dizer da neurose na criança é esse discurso que a gente vai pegar aqui nesse curso Lembrando que tem o curso da do autismo e tem o curso da Psicose também o título inclusive é bem pareo Cido tá e eh o título que a gente deu para esse curso psicanálise e a neurose na na clínica com crianças o do autismo e das psicoses também tem um título bem parecido só muda neurose ali então Clínica com crianças e clínica com adultos Então essas considerações pra gente lembrar que a gente tem um analisando
inteiro quando a gente recebe a criança para poder conseguir ouvi-lo mesmo quando ele não é verbal quando ele é muito pequeno mesmo quando ele tá nos seus tempos mais e não correr o risco de só ouvir quem eu entendo e fala a mesma língua que eu que são os pais e acabar impondo esse discurso à criança pela minha incompetência pela minha incompetência de escutar a criança porque a criança diz eu não entendo mas entendo os pais eu pego aqui o discurso que eu entendi e ignoro aquele que eu tenho mais dificuldade não aprenda a escutar
esse discurso mais difícil que é o discurso da criança mas nunca impõe o discurso dos pais sobre a criança são sujeitos separados e inclusive quando a gente faz essa diferença aí entre psicanálise de crianças e a psicanálise sem nada na frente sem se chamar de psicanálise de adulto a gente comete esse erro que a gente falou lá de considerar que existe então o um Universal e o adulto seria esse Universal quando a gente coloca esse complemento aí criança em um chamando de psicanálise com criança e não no outro chamando psicanálise com adulto a gente faz
algo parecido por exemplo com o futebol que me incomoda enormemente você chama o futebol masculino de futebol e você chama o futebol feminino de futebol feminino Ora se tem futebol feminino é futebol masculino Eu particularmente acho que tinha que ter copa do mundo de futebol masculino copa do mundo de futebol feminino igual você tem nas olimpíadas todos os esportes estão o nome do esporte masculino o nome do esporte feminino se a gente tá na lógica binária que deu o nome PR os dois agora quando você vai para Campos Como por exemplo o futebol você tem
Copa do Mundo futebol pronto não falou mais nada eh eh mas quando é do feminino você acrescenta o feminino esse acréscimo desse complemento é como se houvesse um correto um melhor um Universal e o outro Uma subcategoria cuidado porque nessa lógica da subcategoria a criança se torna um sub um sub cliente um sub analisando um sub uma sub pessoa então voltando agora à teoria não há diferenças então no dispositivo analítico entre uma criança e um adulto a criança então é segundo lefor essa frase é do lefor um analisante por inteiro iso é bem legal então
a criança Ela é um ser falante dividido então pelo significante né que exige do analista lidar com a sucessão Temporal da linguagem inclusive com a criança que não fala porque a criança que fala até a criança que escreve por exemplo eu tenho várias possibilidades de lidar com o discurso que me chega seja o discurso que chega pelo desenho chega o discurso que chega falado seja o discurso que chega pela Escolha dos objetos seja o discurso que chega da criança não aceitar ficar comigo na sala e ficar checando se a mãe tá lá fora o tempo
todo seja o discurso captur o discurso por todas as vias que ele chega em toda a sucessão Temporal da linguagem que que é essa sucessão Temporal da linguagem um período em que a criança não fala um período em que a criança fala um período que a criança ainda não escreve período que a criança escreve um período que a criança faz garatuja outro período em que ela desenha e qual que é a diferença da garatuja na garatuja a criança consegue contar um texto sobre a garatuja mas ela dá um sentido posterior ela não planeja o que
ela vai fazer ela faz lá a garatuja E aí cada vez que você mostra a mesma garatuja ela dá um novo sentido é maravilhoso você mostra a mesma garatuja que que você desenhou aí um elefante aí depois você guarda a garatuja duas semanas depois você pega a mesma garatuja e mostra de volta que que você desenhou aí um hipopótamo eu acho maravilhoso cada vez que ela se depara com o desenho ela permite dar um novo sentido isso é a linguagem nesse período de uma criança aí com seus 3 anos de idade agora quando é uma
criança eh que já produz aquele desenho mais do do Realismo formal por exemplo já é uma criança eh que planeja o que ele vai desenhar falar que que eu vou desenhar Ah me dá uma ideia do que eu vou desenhar Eu acho que eu vou desenhar ou seja ele ele fica aqui na linguagem do que vai desenhar até então desenhar e normalmente fica bem insatisfeito com o que desenha dependendo da época por exemplo bom então esse é um ponto a criança é um analisante inte inteiro eh dividido pelo significante o significante vai aparecer de um
modo diferente a cada tempo desse sujeito agora é claro que até por questões relativas à lei a gente tem que receber os pais eles que autorizam ou não autorizam o tratamento da criança mas o que não significa que a gente vai submeter à criança à vontade ou Capricho ou outras questões dos Pais inclusive nem juridicamente segundo o estatuto da criança do Adolescente e muito menos segundo a psicanálise a gente pode impor a vontade dos pais sobre as crianças lembre que às vezes a o desejo da criança eh ele causa o malestar nos pais por por
ir numa direção muito diferente do que os pais tinham de expectativa mas não porque necessariamente é errado não porque necessariamente é patológico não necessariamente porque é ruim talvez porque cause nos pais uma sensação de luto de perda que eles preferem impor a criança um prejuízo do que impor a si mesmo esse prejuízo Então para que os pais não lidem com a frustração ou o luto de uma expectativa que eles tinham com os filhos às vezes ele joga o problema para os filhos então é necessário fazer uma certa leitura do quê que é da criança do
que que é dos Pais né Eh lembrando sempre então que a criança é um analisante por inteiro e é necessário escutá-lo em todos os tempos da linguagem que ele estiver bom um penúltimo ponto então pra gente avançar e vi ali o tempo que Para variar eu preparei mais do que cabe mas eu vou eh eh enxugar um pouquinho eu queria fazer uma diferença entre o sujeito e o eu ou seja entre o g e o moá né Eh a partir de lacam né por isso em francês Desde da da década de 50 em 1950 mais
ou menos o Lacan ele estabelece uma importante diferença entre o sujeito que é o g e o eu que é o moá né Eh e a principal diferença é que o sujeito não é o eu é necessário diferenciar o eu o sujeito eh Inclusive a gente não fala eu do inconsciente a gente fala sujeito do inconsciente né E a gente não fala eu do inconsciente e sim sujeito do inconsciente porque o eu tá no campo imaginá de uma outra ordem eh então o eu ele é uma função que se constitui então na dimensão imaginária né
Ou seja que que significa dizer que ele se constitui na dimensão imaginária que ele se forma por intermédio da imagem do outro antecipando uma unidade eh então eu antecipo uma unidade de Eu a partir de uma certa imagem de uma dimensão da imagem que me vem do outro ou seja o eu tem um caráter ilusório caráter ficcional É só vocês lembrarem da explicação que o Lacan dá a partir do estágio do espelho o estágio do espelho nos demonstra claramente como é que esse caráter ilusório esse caráter ficcional em que a criança descobre uma imagem no
espelho como se fosse um outro e depois ela descobre essa mesma imagem do espelho como sendo um eu né então Eh se o eu se forma por intermédio do outro inclusive um testezinho que a gente faz a às vezes com criança pequena com bebês né a criança tá lá no espelho Encantado aquele encantamento tem vários videozinhos do YouTube sobre esse encantamento aí a gente vai e passa um pouquinho de tinta aqui na bochecha do bebê ele vai lá no espelho para limpar a tinta eh e aí a tinta no limpe ele começa a ficar bravo
ele demora um tempo para perceber que para limpar a tinta do outro ele tem que limpar do eu então ele vai ter que passar a mão na própria bochecha para poder ver o outro sem a tinta no rosto então percebe ver se eu se forma por intermédio da imagem do outro antecipando uma unidade que que é essa unidade essa unidade de que o outro sou eu olha só eh mas esse outro sou eu tem um caráter ilusório do do do eu é um caráter ficcional porque aquilo lá não é suficiente para dar conta de si
é só uma imagem né Mas e o sujeito bom o sujeito para lacam eh ele é portanto como a gente falou sujeito do inconsciente né E aí repito por isso que a gente fala sujeito do inconsciente não eu do inconsciente né Eh então o eu ele fala né eh e aí eu acho super divertido disso pro eu né que fala o sujeito do inconsciente é um ele não um eu por isso Inclusive percebam a gente fala do inconsciente como se ele fosse um terceiro não mas por que que você falou isso não não fui eu
que falei é porque meu inconsciente né ele aquele inconsciente terrível aquele inconsciente malvado me lançou aqui a o nome errado na boca né você tá ali com com com a tua namorada com o teu namorado e fala o nome do namorado anterior não não fui eu foi foi o inconsciente foi o inconsciente não fui eu ou seja o eu ele fala do inconsciente como se o inconsciente fosse um ele fosse um terceiro isso É bem interessante Então fica muito claro que o eu o sujeito não é um eu tanto que o eu fala do sujeito
que é sinônimo aí de inconsciente como um terceiro né então o que que é o objeto da psicanálise eh e por isso Inclusive a ideia de psicanálise com crianças é algo que a gente coloca só para localizar de novo Aonde que eh eh na busca a pessoa vai buscar o profissional para atender um sujeito naqueles tempos iniciais da vida dele a cronologia é importante aos pais é importante à escola é importante paraa psicologia do desenvolvimento é importante para pedir Pediatria é extremamente importante eh então a gente não ignora a existência da cronologia o fato da
criança ter 1 ano 2 anos 5 anos 7 anos 10 anos não ignoramos isso a gente só não pode submeter eh o discurso e submeter às intervenções a essa idade cronológica é necessário escutar para Além disso é necessário escutar Portanto o sujeito a idade cronológica Entra lá na Persona grande e Persona pequena a idade cronológica é um falso ser tá eh tanto é um falso ser que pode haver uma criança que cronologicamente tem oito mas se comporta usando fralda e chupando chupeta como um bebê de dois né e eh então o falso ser essa criança
pequena né Essa Persona pequena perdão eh não é suficiente para análise não que a gente vai ignorar a existência dela mas não é suficiente a gente precisa de um pouquinho mais além do desenvolvimento da da cronologia tá que são extremamente importantes a gente vai pro sujeito então o sujeito ele não nasce ou se desenvolve o que significa que ele não é inato ou seja ele não é biológico ele não está lá eh eh já no na nas células nem do óvulo nem do espermatozoide ele não está lá não se trata disso e ele também não
se desenvolve num processo gradual o sujeito ele se constitui né então o sujeito ele se constitui ele é de uma vez ele não é um processo então de novo existe desenvolvimento existe mas não do sujeito existe desenvolvimento no sentido das capacidades psicomotoras o desenvolvimento da linguagem o desenvolvimento físico peso e altura tem muita coisa que desenvolve mas o sujeito não a gente pode falar de processos de subjetivação mas o sujeito já está lá então a gente tem o sujeito que se constitui e seus processos de subjetivação como assim processo subjetivação ora o sujeito como que
ele lida como que ele responde a tudo que se desenvolve o sujeito ele já está lá constituído mas o mundo tá acontecendo ou seja as coisas estão acontecendo esse corpo está crescendo a psicomotricidade está mudando a idade cronológica aquisição da linguagem e como que esse sujeito que já está aqui responde a esses acontecimentos porque o sujeito ele é uma resposta ele é um efeito de resposta né então o sujeito ele não nasce ele não se desenvolve o que não significa que não exista Nascimento o corpo nasce e não exista desenvolvimento o corpo desenvolve eh o
sujeito ele se constitui a partir do campo da linguagem então o sujeito a gente diz que ele é um efeito de linguagem se o sujeito ele é constituído Então é porque para psicanálise ele não é inato né Eh ele não é equivalente ao corpo biológico tá eh se ele fosse equivalente ao corpo biológico a gente não precisaria de um conceito para ele ele ele é outra coisa então a psicanálise pensa o sujeito portanto eh como a partir de uma raiz social o sujeito como efeito de linguagem significa que o o sujeito vai se constituir articulado
ao plano social que que é articulado ao plano social por exemplo no encontro com grande outro que vem da cultura diga as passagem do encontro com a linguagem que vem da Cultura né Eh então o sujeito ele vai se constituir deste encontro que tá na Esfera do plano social então paraa psicanálise sujeito só pode se constituir a partir por exemplo do encontro com elementos da família ou são substitutos sociais substitutos jurídicos tipo instituição enfim alguém que venha ocupar esse lugar de grande outro de outro com letra maiúscula sem Essa ordem social ou seja sem que
eh haja esse encontro entre a libra de carne eh e essa essa Libra de carne mítica tá esse esse essa Libra de carne e o campo da cultura o sujeito não se constitui o sujeito precisa da ordem social para se constituir então o lacam ele propõe eh a categoria do grande outro esse outro com letra maiúscula para designar não só esse adulto próximo né Eh que cuida ali daquele corpo que acabou de nascer daquele bebê ali mas eh ele também de algum modo encarna pro recém-nascido pro neném que acabou de nascer por exemplo eh a
cena a notícia de que existe um mundo humano social cultural que já estava lá antes dele nascer ele vai ganhando essa notícia né Eh eh o outro então esse outro com maiúscula ele não é apenas então uma pessoa física um adulto né Eh ele é também aquele que oferece nomeação que oferece cuidado que oferece lei que oferece linguagem Ou seja que exerce uma função simbólica e portanto eh permite com que toda a ordem simbólica se instaure a partir por exemplo do ato de cuidar do bebê então o ato de cuidar do bebê instaura por exemplo
uma ordem simbólica isso é importante pra gente pensar nas estruturas Mais especificamente nesse curso a neurose bom então pra gente fechar eh esse ponto então o que que chega ao mundo né O que que chega a ao bebê e eu acho isso muito legal a gente fala F aí de um enxames de S1 o que chega ao bebê é um conjunto de eh marcas materiais e simbólicas mas imagine sobretudo que chega ao bebê um monte de significante esse essa ideia de enxame de S1 é legal enxame no sentido de abelha mesmo um monte de palavras
e lembra-se que o bebê ele não sabe as palavras então é um barulho Inclusive tem um videozinho na internet que eu achei muito legal que eles colocaram o l leis essa la língua essa primeira idiom Zinho da criança essa pequena língua né que a criança fala ainda quando não sabe falar bebês pequenininhos aí eles colocaram vários bebês de de eh um brasileiro um italiano que eu achei mais bonitinho foi italiano um argentino e eh qual outro país enfim um bebê de cada país aí eu achei muito bonitinho porque tem esse lal língua que é Ná
aquele aquele cantadinho do bebê que ainda não forma palavra né mas você vê que ele tá com a expressão facial e com movimento de quem quer se comunicar E aí o o o bebê italiano falava assim lá lá com a mãozinha assim como como a gente brinca né que os italianos fazem a gente nem percebe que a gente faz mas o bebê captura isso né o bebê argentino ficava colocando a mãozinha na cabeça o tempo todo achei muito engraçado e o bebê brasileiro ficava esticando os bracinhos assim para baixo eu achei todos tão dramáticos e
eu fiquei pensando Olha como a nossa cultura Latina né e eh Espanha Argentina Itália Brasil enfim a cidade nossas línguas latinas o quanto nós somos dramáticos no modo de dizer eu tô aqui ó falando com as mãos e o quanto o bebê captura isso então o que que o bebê captura imagine isso esse enxame de S1 que são o os sons que a gente pronuncia os gestos que a gente faz todo esse enxame de informações o bebê vai lá e captura tem alguns desses né que são introduzidos pelo grande outro então Então esse enxame esse
monte de coisa mas você não sabe qual que o bebê vai capturar né O que que ele vai capturar primeiro ele vai ali vai capturar então nisso que ele captura a gente tem notícia de um primeiro ato de resposta a gente tem notícia de um sujeito então o sujeito é justamente eh todo esse enxame de informações todo esse enxame de significantes eh que ficam ali girando em torno do bebê em torno do corpo do bebê introduzido pelo campo da cultura pelo campo do grande outro o bebê de repente captura um ele repete um Ele olha
para um ele chora para um e no que ele dá esse ato de resposta a gente pode olhar e falar Eis um sujeito o sujeito então é esse ato de resposta então o sujeito é portanto um ato de resposta ou uma resposta eh dada em ato E aí para fechar eh nesses últimos minutinhos aí vamos para as perguntas lembrando façam perguntas aí no chat que eu vou responder algumas perguntas eu esqueci de avisar isso no começo né então só lembrando antes de eu passar pro finalzinho aqui eh a gente tá falando hoje sobre a psicanálise
e a neurose na clínica com criança é uma primeira conversa de um curso que a gente vai ter quatro encontros o primeiro vão ser as particularidades nas neuroses da criança segundo encontro da criança sintoma ao sintoma da criança o percurso de tratamento terceiro encontro as intervenções dos analistas e os pais que o Freud chamou de influência analítica o quarto encontra as intervenções do analista e a criança que é basicamente a relação entre o brincar e a estrutura particularmente a quarta Foi a que eu mais me diverti fazendo eh porque a neurose e o brincar é
uma coisa maravilhosa e aí eu queria fechar com uma música Eu tava escutando uma música do Caetano Veloso tava cantada pela Maria Betânia eu acho ou galcosta agora tô confundindo tudo uma que chama força estranha vocês já devem ter ouvido inclusive cantado também pelo Roberto Carlos enfim eh e aí eu me deparei que essa música força estranha ela fala justamente sobre isso que eu tô falando sobre essa questão da Infância e do infantil e sobre o infantil daquilo que ultrapassa a infância eu peguei eh quatro estrofe zinhas quatro trechinhos pequenos da música para para poder
apontar eh como uma certa revisão disso que a gente veio conversando a música começa assim eu vi o menino correndo eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino Olha que bonito eu vi o menino correndo eu vi o tempo o menino correndo como uma certa equivalência do tempo e o que que o tempo tava fazendo brincando ao redor do caminho daquele menino quem tava brincando com o menino era o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino aí eu vou pra segunda estrofe eh eu vi a mulher preparando outra pessoa Vocês já
viram uma uma frase melhor paraa gestação olha que coisa mais bonita em vez de de o Caetano falar a mulher está tava grávida ele diz eu vi a mulher preparando outra pessoa O tempo parou para eu olhar aquela barriga Olha que coisa maravilhosa ou seja ele fala então desse sujeito no momento em que ele está correndo e o Correr faz dele um menino aí ele fala então desse sujeito sendo preparado ainda dentro da barriga por uma outra pessoa por por essa mulher e aí temos então o sujeito aí nessa posição que ainda não nasceu e
aí avança um pouquinho na música ele diz assim eu vi muitos cabelos brancos na Fronte do artista O Tempo Não Para e no entanto ele nunca envelhece olha que coisa mais linda eu vi muitos cabelos brancos na Fronte do artista O Tempo Não Para O Tempo Não Para e no entanto ele nunca envelhece olha que maravilha olha o sujeito sujeito não envelhece essa frase inclusive é a da Ângela mucida a tese de doutorado dela sobre psicanálise com idosos eh e ela também faz esse jogo né porque apontar com idosos assim como eu tô fazendo esse
jogo de porque apontar com crianças ela tem a tese dela chama sujeito não envelhece Olha que coisa maravilhosa essa ideia da Ângela MDA eh O que que significa esse o sujeito não envelhece porque o tempo não envelhece o tempo não envelhece o inconsciente não envelhece porque o inconsciente é atemporal eh Então eu vi muitos cabelos brancos na Fronte da artista o tempo não para E no entanto ele nunca envelhece Então quem que nunca envelhece este sujeito o tempo passa e no entanto ele nunca envelhece e por fim o último pedacinho estive no fundo de cada
vontade encoberta esse estive no fundo de cada vontade encoberta Olha que interessante Quem que tá no fundo de cada vontade encoberta o inconsciente então estive no fundo de cada vontade encoberta cada vontade encoberta cada vontade que você inclusive desconhece que tá ali guardada recalcada eu estive no fundo quem está no fundo o inconsciente Então essa música força estranha ela é interessante Porque para mim é como se ele tivesse dizendo sobre o sujeito do inconsciente ou seja Parem de olhar para para esse ser humano aí e dizer que ele é um bebê que ele é uma
criança que ele é um adulto que ele é um velho ele na verdade é um sujeito que o tempo passa e no entanto ele nunca envelhece é maravilhosa essa letra Então vou retomar isso e vamos para as perguntas Então veja eu vi o menino correndo eu vi o tempo brincando ao redor do caminho naquele menino eu vi a mulher preparando outra pessoa O tempo parou para eu olhar aquela barriga eu vi muitos cabelos brancos na Fronte do artista O Tempo Não Para e no entanto ele nunca envelhece e chive no fundo de cada vontade encoberta
não é maravilhoso manã eu vou fazer um post só com essa música porque essa música que é completamente maravilhosa eu queria fazer hoje cedo mas não tive tempo Mas para amanhã cedo sem dúvida bom vamos começar a conversar então me diga então que perguntas vocês têm pra gente poder conversar o Fernando pergunta oi oi Fernando eh a extensão da psicanálise por meio dos dispositivos grupais proposto por Renê pode ser utilizado quando houver grande dificuldade de ouvir a criança Fernando pergunta Boa pergunta muito boa Lembrando que eu eu não vou nem usar só a palavra grupo
por exemplo eh a coisa da a a criança em análise ela sempre vai entrar sozinha no consultório não necessariamente eh quem vai entrar primeiro sempre vão ser os pais não necessariamente isso que é a coisa genial é necessário escutar o que que tá acontecendo se alguém entra em contato com você e diz eu queria marcar análise pro meu filho a primeira pergunta que você vai fazer é de quem que a procura né Ah o meu filho que pediu pera aí seu filho que pediu foi meu filho que pediu Então deixa eu escutá-lo primeiro Deixa eu
entender que pedido é esse ah eh tô procurando análise pro meu filho de quem que é a procura não é minha eu estou preocupada ele nem pensou nisso ele ainda nem sabe que eu vou conversar com você eu tô preocupada e queria trocar uma ideia não então vem deixa eu te escutar e vamos entender o que tá acontecendo até para eu entender se seria uma análise para ela ou para a criança porque que que ela tá dizendo Eu vi umas coisas aqui eu fiquei preocupada eu fiquei preocupada isso é meu eu fiquei preocupada Isso é
do outro aí vamos avançar mais um pouquinho eh a criança por exemplo ela chega no consultório e ela fala eu só quero entrar se meu irmão puder entrar também ora você vai comprar essa briga de modo algum então chama teu irmão vamos então saber que que você precisa né Por que que você tá precisando do seu irmão aqui eh e esse eu você precisa do seu irmão aqui você vai se ficar numa posição muito muito interessante porque você ao brincar com os dois você vai ter o privilégio eh de ver como um sujeito Responde ao
outro sujeito e você vai poder assistir uma coisa que talvez ele não teria sobretudo se muito pequeno condições de relatar eh do modo em que você vai assistir ali sobre por exemplo trazer os pais e a criança dentro da sessão a criança no determinado momento vira para você e fala eu queria conversar com minha mãe sobre uma coisa mas eu não dou conta sozinho você me ajuda e aí você fala então vamos trazê-la aqui e de repente vai vir mãe pai criança quem for gente tem criança que é deot que é de tia que é
Vocês entenderam são funções não são exatamente pessoas e aí você pode trazê-las também então pensando aí desse dessa ideia a criança sempre necessariamente entra sozinha no consultório não necessariamente Esse é um ponto interessante eh eh do manejo dessa clínica que na clínica com adultos não acontece né mas veja tudo isso que eu tô dizendo é o que o sujeito é um ato de resposta né uma resposta dada em ato às vezes eu preciso ter condições que ele possa responder E aí para ele responder Eu ofereço brinquedo ofereço jogo ofereço o irmão Eu ofereço entende eu
preciso oferecer condições para que ele me responda e às vezes o grupo é uma dessas condições e eh entende Fernando então sim eu acho muito interessante até porque lembrando também se vocês avançarem para além da Clínica privada e a gente for pros convênios a gente for pra clínica pública a gente for pro CAPS Infantil eh é impossível que a gente faça só atendimentos individuais é realmente impossível estamos num país de mais de 200 milhões de pessoas né Eh a gente nem tem condições de ter tanto profissional para isso e nem todos TM condição financeira para
isso eh e é possível ter um excelente trabalho também então nem vou dizer só por dificuldade de ouvir a criança Fernando eu vou dizer inclusive como proposta da instituição também dependendo espero que eu tenha respondido Oi Maria tudo joia Mari linda eh poderia delinear a diferença entre a psicanálise de criança lacaniana e a psicanálise kleiniana são diferentes eh eu eu falo da lacaniana porque eu sou lacana e Ana né Eh mas assim Nem melhor nem pior apenas diferente o que que significa essa essa diferença na psicanálise lacaniana e aí a kleiniana eu eu vou me
abster de responder para não falar bobagem então vou falar da lacaniana a psicanálise lacaniana com crianças para mim ela ela é extremamente importante porque ela sobretudo por causa dessa coisa do sujeito como atemporal eh a psicanálise lacaniana com crianças ao propor eh a questão dos do da linguagem como Ponto Central da teoria e ao propor o o sujeito como atemporal nos dá duas condições extremamente importantes pro tratamento de crianças que eh a gente não tinha em Freud o suficiente tinha quase né Eh e eu não acho que encontra do mesmo modo inem cline mas não
vou entrar tanto na cline vou entrar aqui na D Lacan Então como a gente trabalha com linguagem eh e a a relação da da da do sujeito com a linguagem que modo que ele me diz que modo que ele responde como ele se posiciona Como ele articula como ele articula as palavras como ele posiciona os brinquedos como e ele utiliza o corpo ou as trocas pulsionais enfim como eu tenho todo esse aparato para poder e eh localizar o sujeito eu consigo atendê-lo desde muito pequenininho desde os seus tempos iniciais então você pode ver inclusive que
na clínica lacaniana a gente tem inclusive uma clínica com bebês que Óbvio que não é com bebê sozinho porque a clínica com bebês é é é o bebê em interação com aquele que ocupa o lugar de cuidado né Por exemplo que ocupa a função materna então é uma clínica que vai analisar a interação que vai analisar essa essa resposta o sujeito como ato de resposta então Eu ofereço o olhar ele olha de volta Eu ofereço a voz eh eh ele ele percebe essa voz como diferente da outra voz e assim por diante então tem diferença
entre as duas e eu diria que no caso do lacam especificamente colocaria esses pontos a a questão da linguagem como eixo central de toda a articulação teórica e o sujeito como atemporal Ok Maria Oi Oscar tudo bem a questão das Telas doos primeiros anos de vida atropela ou confunde tudo ao mesmo tempo as castelas são a doença da da da da vez e aí eu vou chamar de doença mesmo porque a coisa tá grave a gente tem E aí de novo Lembra quando eu falei para vocês que eh desenvolvimento idade cronológica é importante para todos
os campos e a psicanálise não tá blindada de conversar com esses outros Campos Ele só não é suficiente pra gente por isso a gente não vai abordar a criança pela Via cronológica porque isso não permitiria que eu escutasse o sujeito para lé do que a cronologia me determina por isso que eu deixo para Além disso mas eu não ignoro a existência dela por que que eu T dizendo isso tem uma tabela que é feita pela associação sociedade de pediatria pela pelo Ministério da Cultura vinculada e a Organização Mundial de Saúde que estabelece critérios para as
telas então de zero a dois zero tela crianças de zero a 2 anos não deveriam estar na tela não precisam de tela essas crianças precisam de um olhar mais amplo do mundo precisam de profundidade de tridimensionalidade precisam de um olhar que acompanhe movimento ento corpo barulho né Ou seja a tela não oferece tudo isso a tela é plana a tela opaca a tela não tem perto e longe a tela não tem grandes variações de som o som é mais ou menos na mesma altura você que inclusive sobe ou desce a criança pequena de zero a
dois ela precisa até pela plasticidade neuronal se a gente for por essa via ela precisa de uma de uma quantidade de estímulo que a tela não só não é suficiente como impede que ele Vas outros estímulos quando a criança ao invés de pra tela vai pro mundo você tem aquela pessoa que fala baixinho aquela pessoa que fala alto você tem um Cachorro que late aqui perto O outro que tá latindo lá na longe você tem uma moto barulhenta que passa por perto um trem que toca lá longe ou seja você tem toda essa variedade de
espaços de movimentos de distâncias e etc que faz todas as coisas se organizarem lembra que quando a criança nasce ela nasce com campo visual e um campo visual é essa essa circunferência né um campo visual curto né uma distância curta e ela precisa ampliar isso a tela é curta então a tela não vai permitir a a a devida ampliação desse campo visual de tudo que a criança precisa Então de zero a dois zero tela para começ de conversa o que a criança precisa é tudo menos tela ela precisa de chão ela precisa de barulho ela
precisa de cachorro ela precisa de subir descer jogar para cima brincar rolar no chão Terra então nem se fala uma maravilha a criança precisa disso de se sujar inclusive as crianças não se sujam mais não as crianças não torce um dedo ortopedista coitado tá tudo falido ninguém mais enga um pé porque ninguém sobe em árvore mais quem que vai cair de uma árvore se ninguém sobe em árvore agora no caso de crianças de dois a 5 as telas são autorizadas mas não celulares e Tablets a tela autorizada é a tela da TV pregada na parede
pregada na parede para tela não virar na criança e a criança é né amassada pela tela a tela na parede não celular e tablet por quê o celular e tablet é como se você desce pra criança a experiência da Sua Majestade o bebê se tornar ainda mais real que que essa Sua Majestade o bebê eu mando essa pessoa fala essa pessoa não fala essa pessoa desliga esse vídeo passa é como se a criança se tornasse um pequeno Imperador um pequeno Rei um pequeno sei lá me veio um monte de figura de de de eh eh
daquele daquela as pessoas bem autoritárias eh e e ela depois vai querer exercer esse autoritarismo que ela tem na tela na relação com as pessoas Então ela fica extremamente irritada como se ela quisesse resposta pronta para tudo sem período sabe que esse período de intervalo entre você perguntar esperar a pessoa escutar a pessoa responder sabe assim não não tem é insuportável Porque como o celular ele responde prontamente eh eh no final das contas a criança fica irritada com qualquer coisa que não seja absolutamente prontamente e não seja comandada por mim então de dois a CCO
tela na tv porque a tela na TV você coloca um desenho animado ele dura 30 minutos e a criança vai ter que assistir aquele desenho por 30 minutos sem ficar passando C em 5 segundos um vídeo de tiktok enlouquecidamente eh agora a partir aí dos 5 anos de idade mais ou menos é perceba que eu tô indo na lógica cronológica porque a tabela da Organização Mundial da Saúde ela é cronológica até porque os pais têm que entender e tudo bem não tem problema a partir dos cinco a criança já pode o tablet por exemplo Então
se dos dois aos 5 ela podia 1 hora por dia ela vai poder um pouco mais que isso Du horas por dia mas celular ainda não eh e cuidado com a coisa de WhatsApp redes sociais e etc deixar isso o mais tarde possível não colocar antecipadamente agora é engraçado quando a gente pergunta PR os pais mas vem cá por que que você deu um celular pro teu filho criança de 2 anos Ah porque seu não deu para ele ele vai querer o meu ou seja os pais têm dado o celular pros filhos para que eles
próprios não tenham que sair dos seus celulares Então os pais estão viciados em telas e a criança tá viciada agora se a gente avança um pouquinho mais e vamos ali paraa pré-adolescência Qual o qual o problema que a gente tem aí Oscar também o pré-adolescente ele já é extremamente inseguro E aí você lida com uma tecnologia que não só é inteligente como a inteligência artificial e ela responde de tudo como é que você vai conseguir formular suas próprias respostas se eu virar pro meu celular agora e falar assim ó Ok Google Estou entediada o que
eu posso fazer Deixa comigo você pode se divertir com um jogo posso te contar uma piada ou se quiser podemos ter uma diversão surpresa percebe eh eu não posso mais nem ficar entediado e pensar mesmo no tô intediado o que que eu vou fazer acho que eu vou montar um lego não eu pergunto pro celular e ele imediatamente me dá resposta e não demora um segundo e ele me dá só uma não ele me dá todas as respostas então eu não tenho que formular nenhuma resposta o que tem acontecido por exemplo com a meninada na
hora de fazer prova na hora de fazer prova eles querem perguntar para o celular qual é a resposta porque eles não Confiam que no que Eles estudaram eles não Confiam que eles saibam responder eles acham que o seu celular vai responder muito mais prontamente e vai o celular responde tudo mas Qual a consequência disso para esse sujeito então se eu pensar nas telas E aí tem um outro ponto o Eric loran escreve esse aqui ó esse livrinho estamos todos loucos tem um capítulo aqui e bem interessante do Eric loran em que ele fala chama a
crise do controle da infância nesse capítulo a crise do controle da Infância É é interessante que o Eric loran botar a prateleira para não ficar bagunçado o Eric loran ele fala assim não são as crianças que assistem as telas são as telas que assistem as crianças e é verdade ele fala melhor que isso e mais que isso mas o que que ele tá dizendo quando ele fala que as telas assistem as crianças as telas assistem as crianças e assistem a gente por exemplo se eu ficar falando Machu pit matchup pit Machu Pitu a hora que
eu abrir meu celular vai ter viagens para Machu Pitu ou seja ele escuta tudo que eu eu falo e vai me respondendo então a o que que acontece é a criança que assiste a tela ou a tela que assiste a criança a tela que assiste a criança e se a tela assiste a criança ela vai dando elementos para que a criança nunca saia de lá ah a criança gostou desse vídeo eu mando o outro igual Nossa esse vídeo aqui ela ficou mais tempo eu vou mandar mais desses e ela vai mandando mandando mandando para que
a criança não saia da tela Então quem tá assistindo quem não é a criança que assiste a tela é a tela que assiste a criança e assiste uma criança que está se esvaziando o ser é vazio lembram disso e a gente nunca tinha tido até então alguma coisa que faz um falso ser também até as telas bom já Demorei demais essa pergunta desculpa Oscar me excedi próxima pergunta eh Francisco você pergunta na nota sobre a criança né Eh do Lacan fala sobre o sintoma dos Pais nesse sentido Ah até que ponto podemos falar de sintoma
da criança eh é possível tratar na criança sem o intervalo junto com seus cuidadores Olha só Francisco ele fala lá na nota sobre a criança que é um texto super curtinho quem não conhece nota sobre a criança é um texto que o Lacan escreveu a mão duas páginas frente e verso entregou para uma colega dele que trabalha lá na unidade de saúde que ele que ele trabalhava que era pediatra eh Então ela é em tópicos basicamente frases muito Anes frases muito certeiras e que você tem que traduzi-las E aí quando ele fala de sintoma ele
fala assim o a a o sintoma da criança Responde ao que há de sintomático na estrutura familiar a frase do lacão é exatamente essa então perceba Francisco que ele fala de um sintoma da criança só que o que ele tá dizendo é que o sintoma da criança não responde aos seus próprios desejos o sintoma da criança Responde ao que h de sintomático no sintoma familiar até tô com ele aqui aberto aqui na minha mão eh porque tem um um capítulo que a gente tá escrevendo para um livro da sintoma que inclusive o meu Capítulo é
justamente do sintoma da criança ao sintoma familiar mas não vou pegar a frase exata agora aqui Não não deixa quieto eh mas ele disz o seguinte Então veja e ele trabalha a palavra sintoma nos dois sentidos E aí ele avança um pouquinho mais Francisco olha só Então a primeira formulação é o sintoma da criança Responde ao que há de sintomático na estrutura familiar Ok então o sintoma da criança não é para a criança o sintoma da Criança é para se localizar na estrutura familiar e mais para que localizar o que há de sintomático na estrutura
familiar aí ele avança mais um pouquinho e ele fala e essa é a melhor das hipóteses porque havendo uma estrutura familiar eu tenho então um certo triângulo por exemplo um triângulo da Criança mãe e pai lembrando de novo mãe e pai não tô falando de de ores tá eu tô falando de haver pelo menos dois mais um um terceiro elemento que vem intervir eh para que a relação entre a mãe e a criança ou a a criança e quem cuida né que a gente chama carinhosamente de mãe não seja uma relação Dual ou seja não
seja uma relação fusional que não é bom pra criança mas ele na nota sobre a criança também ele aponta para isso só que lá ele chama de Dual a relação ele não usa fusional ele diz e entretanto quando o sintoma da criança responde onde a que sintomático na estrutura familiar é exatamente o que a gente espera receber entretanto quando não há uma estrutura familiar e no lugar da estrutura familiar há só um fazendo a função o sintoma da criança responde então a esse um E aí já não é mais o sintoma da criança a criança
se coloca como objeto para este um na relação Dual E aí a gente teria uma clínica mais complicada é seria necessário nesse caso introduzir um terceiro elemento para que o sintoma da criança responda ao que é a sintomático numa estrutura e não a um para que depois a gente pudesse falar no sintoma da Criança e aí pegando a sua segunda parte da pergunta é possível tratar a criança sem a intervenção junto os cuidadores Depende por exemplo eh pense a criança em tempos então no primeiro Vamos pensar a criança dividido em tempos desde o nascimento até
adolescência Vou colocar até adolescência Então você tem num primeiro tempo a criança Ser ou não ser eu falo da mãe ou seja o grande outro propõe a criança se aliena na resposta Então nesse primeiro tempo Francisco a criança é completamente dependente alienada submetida ao grande outro que é sobretudo bebê né a gente tá falando ali do no momento em que a criança nasce bem pequenininha nesse momento é impossível atender a criança sem a presença a quem ela está alienada então o o o grande outro propõe E ela diz sim e se aliena na resposta é
impossível então atender sem as sem os dois estarem juntos porque a criança tá numa relação Dual não tem uma estrutura ainda não tem como atender a criança porque ela não tá vinculada a uma estrutura ainda familiar ela tá vinculada ao um numa relação Dual criança e mãe então é junto depois então Ser ou não ser eu falo da mãe depois você vai ter o ser ou ter que que é o ser ou ter vai ter um determinado momento eh real da ordem real essa primeira experiência imaginária tá esse Ser ou não ser o falo da
mãe Imaginário depois você vai ter uma experiência rápida né que é de ordem real de imprevisto em que a criança vai perceber que a mãe às vezes vai e às vezes vem a criança vai perceber pela primeira vez a ausência da mãe a falta o furo a ausência vai ser notada pela primeira vez no que ela percebe que às vezes a mãe vai às vezes a mãe vem a criança percebe que existe alguma outra coisa para além da mãe ó que maravilha quando ela percebe que existe alguma coisa para além da mãe inclusive para onde
a mãe vai e de onde a mãe vem a criança percebe então que ela também pode dirigir o seu interesse para outro lugar que não sou a mãe surge então primeiro foi alienação agora separação Por que separação ora a criança que dizia sim para toda a proposta do grande outro grande outro propunha e a criança dizia sim se aliava na resposta agora a criança pode dizer a Às vezes sim às vezes não temos alienação e separação Lembrando que isso é só didático tá não é tão bonitinho assim não eh temos agora alienação e separação Se
temos alienação e separação temos a instauração da ordem simbólica neste momento de instauração da ordem simbólica Francisco eu já consigo atender a criança e os pais conversando com os pais conversando com a criança conversando com os pais conversando com a criança porque eu tenho a instauração da ordem simbólica percebe a instauração da ordem simbólica me dá uma lógica de estrutura se dá uma lógica de estrutura estrutura social estrutura familiar estrutura significa que a criança pode despreender dos pais e entrar no consultório comigo sozinho passado esse período eu tenho o meu preferido que é período de
latência que é o o Lacan vai falar de de período de compreender né ele vai falar instante de ver né É Tempo de elaborar perdão compreender não elaborar tempo de elaborar e período de compreender né de concluir esse esse da elaboração que é a latência em termos freudianos é o meu preferido e é longo a latência é é o período mais longo da infância é a latência né que vai ali do do Édipo né até o precipitado até o drama puberal é o período mais longo da infância a latência que é o meu mais divertido
é é o melhor da clínica da neurose a latência é quando a criança quer saber que lugar que ela ocupa no amor dos Pais para poder cascar fora ó que maravilha Então nesse período da latência os pais vão ficando cada vez mais distante Francisco Deu para entender a lógica Então veja eu consigo receber a criança quando ela entra na ordem simbólica eu consigo tirar os pais e receber mais a criança mas eu ainda tô conversando bastante com os pais Faço umas três quatro sessões com a criança uma com os pais os pais ainda estão bem
presentes quando vai pro período de latência E aí você percebe que as questões da criança começam a apontar pro coleguinha da escola mais do que pros pais isso é uma delícia e tem que acontecer você pergunta e como é que estão as coisas meu colega isso meu colega aquilo meu colega aquilo e de repente Você persegue passou uma sessão duas sessões que os pais não apareceram em compensação outras relações sociais apareceram no discurso da criança porque diabos Francisco você tem que ficar chamando os pais com tanta frequência se a questão da criança já tá desgarrando
deles e aí você vai apontar pros pais Olha estou chamando você com vocês com menos frequência porque que a questão aqui do fulaninho tá com são coisas dele dele na relação com os colegas com a escola que não passa tanto por vocês tudo bem Se tiver alguma coisa que vocês precisam me avisar vocês me falam Caso contrário eu vou demorar mais tempo para chamar vocês e os pais falam não Que bom se ele tá falando disso se ele tá trazendo essas questões Maravilha eh e aí a gente tem finalmente o drama puberal esse termo é
do Freud que seria pré-adolescência digamos assim e depois o precipitado fantasía da adolescência que é a passagem da infância é paraa idade adulta né precipitado fantasía da adolescência também é bem Comprido tá o período de latência é comprido e o precipitado fantasía também é comprido que é justamente quando entra aí o rsi lembra que eu fui falando que o primeiro era Imaginário o ser ou não sero fala da mãe depois é real né a descoberta da falta depois a gente tem de novo o Imaginário depois a gente tem o período de latência que é simbólico
isso é muito importante eh e aí Finalmente eu tenho então Eh real e imagin e o rsi Deu para entender Francisco então assim é é possível uma intervenção sem os cuidadores depende do tempo do sujeito não é da idade é do tempo o gozo a libido o desejo Qual a direção da criança não dos Pais né para a em qual a direção que a criança eh aponta o dizer dela aonde que ela busca as suas relações de onde vem aquilo que a satisfaz olha pro discurso da criança que você você vai saber quando os pais
devem entrar e quando não devem entrar inclusive quem entrar tá outro dia na supervisão o o eu achei muito interessante excelente analista de vi de passagem ela a gente tava fazendo supervisão e ela tava me contando o caso e aí a criança Ah porque eu tenho o mesmo nome do meu pai eh porque meu pai isso Dizem que eu sou a cara do meu pai e não sei o que meu pai aí ela o menino já tinha falado pai 50 vezes eu perguntei para ela e como é que foi a entrevista com o pai porque
era uma criança pequena Eh aí ela falou assim não só conversei com a mãe eu falei mulher o menino fala pai 50 vezes e você só conversou com a mãe ele tá te contando traga meu pai aqui né então é importante escutar a criança então às vezes eu recebo um às vezes eu recebo outro às vezes recebe os dois juntos os pais às vezes é importantíssimo receber separado Lembrando que é importante extremamente importante que você para que que a gente recebe os pais eu quero saber que lugar que a criança ocupa no saber dos pais
e no amor dos pais se eu coloco o pai e mãe juntos só a mãe fala e o pai fica silencioso já sabe Francisco vou ter que chamar esse pai depois porque eu não descobri que lugar que a criança ocupa no dizer do pai porque o pai entrou mudo seu calado então vou ter que chamar ele depois deu para entender próxima pergunta Oi Renata tudo joia eh bom você me pergunta me achará como é que faz a o bebê que que o bebê capturar um ou outro S1 aí é o acaso é o Real Renata
a primeira notícia de como ela se se relaciona com a linguagem eh logo de sua estrutura então tem uma acaso a gente não sabe eh qual S1 que a criança vai capturar né tanto que eu eu lembro eu vou posso falar até da minha experiência a primeira palavra eh que meu filho falou antes de mamãe foi papai pro meu desgosto né e eh e antes de papai foi Kaká cachorro pro desgosto também do pai no caso eh então e aí é interessante porque porque assim a a Eu sempre tive muitos cachorros nessa época eu tinha
eu tinha só uns cinco ou seis cachorros Não era nem tantos assim e eh e aí e os cachorros sempre ao redor inclusive tinha um cachorro específico I quinho que quando Meu filho nasceu e ele ficava no pé do berço e não saía de lá de jeito nenhum quando acordava a babá não precisava nem de babá eletrônica era o cachorro que ele descia subia descia subia descia subia desesperado tipo assim você não vai prestar atenção assim e eh o cachorro ele fazia uma função ali que era um negócio impressionante ele não deixava falta de tanta
angústia que que era ali esse todos os cachorros eram muito grudados mas esse especificamente ele era terrível E aí o por que que eu tô apontando isso eh os cachorros eles eram tão importante na tão importantes na convivência que inclusive foi o tema da festa de aniversário de um ano diga de passagem foi cachorros né as figurinhas dos cachorros que a primeira palavra quando tava ali por volta dos 10 meses eh foi Kaká né que é era cachorro depois foi papai e mamãe Demorou depois mamãe Demorou bastante ainda E aí veja essa coisa do capturar
o significante e eh é é óbvio que de depois olhando tanto que os cachorros eram presentes era de se esperar que cachorro viesse primeiro que mãe e pai ali mas e eh a gente não tem como ter notícia de qual que a criança vai capturar mas o que nos tem notícia é ao capturar a gente tem notícia de que ela tá assistindo o mundo ao redor isso que que é bonito Renata Isso significa que ela tá ali ó Aquela aquele enxame todo e ela tá assistindo o mundo ao redor E disso que ela assiste tem
alguma coisa que é da criança que é singular e isso a gente pode colocar da Ordem do real do acaso que faz com que aquele né aquele sujeito capture aquele significante dando notícia da sua existência Então a primeira notícia de existência é essa captura agora quando você pergunta isso em a estrutura aí vem e quando essa captura demora demais aí a gente já fica preocupado Por que que não tá capturando né e eh Por que que tá demorando tanto para capturar tanto que o inventário de risco de Desenvolvimento Infantil uma das perguntas que faz tem
a ver com essa captura de sons Ou seja quando você fala a criança presta atenção diferente eh você conversa com mamanhe e a criança responde você lembra olha lá no inventário de risco do Desenvolvimento Infantil nod você vai ver que é just amente pergunta sobre a relação e eh sobre se o sujeito responde como ele responde ao que é proposto né então a gente tem uma notícia da estrutura desde muito cedo mas a gente não fecha nada lembrando o diagnóstico na infância é feito a lápis né Essa é uma frase da uma psicanalista Argentina que
agora esqueci o nome eh a diagnóstico na infância é a lápis Então a gente tem uma notícia E já começa então a intervir já começa a fazer o que é necessário para tentar ajudar nessa captura do S1 próxima pergunta Oi Luciana tudo joia eh o suicídio infantil seria uma falha do adulto no espelhamento ou Constituição do sujeito eu posso falar sobre a questão do suicídio infantil mas essa coisa da falha do adulto é tipo assim como se os pais tivessem falhado com a criança eu acho muito complicado e eh Eu particularmente Luciana não gosto da
ideia de procurar culpados né a é importante lembrar que a psicanálise a análise eh eh de modo geral nós não estamos numa posição de detetive de Juiz de investigador eh ou qualquer outra função moral né então é importante não procurar nesse sentido uma falha do adulto na no acontecimento da criança o fato é que o suicídio que era mais frequente a partir dos 12 anos a gente tem encontrado eh com uma frequência maior a gente não deseja frequência nenhuma mas tem encontrado com uma uma frequência maior em crianças de oito 9 10 anos que tinha
uma frequência menor antes ou não se falava sobre isso ou os números não eram registrados é tudo muito confuso mas eu não diria tanto que tenha a ver com a Constituição do sujeito Porque a Constituição do sujeito é algo lá atrás no encontro da Libra de carne né dessa mítica Libra de carne com o campo da linguagem é lá atrás a Constituição do sujeito e as respostas que vem a partir disso ou seja os processos de subjetivação vão nos dar notícia da Constituição do sujeito Mas vamos vamos nos dar notícia do sujeito que já está
lá eh então a a a estrutura ela não não é um acontecimento tão gradual a gente vai tendo notícias dela aos poucos mas o acontecimento já está lá agora do suicídio infantil eu não gosto de tratar com a ideia de de ser uma falha ou qualqu coisa assim de modo algum em relação à Constituição do sujeito aí o perigo é eu associar sempre o suicídio a uma estrutura todas as estruturas eh T suicídio e todos os tempos sujeito em crianças né eu tô pensando em cronologia agora mas você entendeu E a o sujeito em todos
os seus tempos ao longo de toda a sua vida eh com maior ou menor probabilidade pode ter esse fim infelizmente próxima per Oi Maria tudo joia eh a histeria conversível est triônica é sempre uma consequência de não não a Maria uma coisa importantíssima é sempre uma consequência de uma criança mal acolhida você pergunta não não isso é uma coisa importantíssima seminário 23 rsi do Lacan ele diz por que rsi Real simbólico Imaginário para não correr o risco de um que que significa esse não correr o risco de um desde que Freud começou a psicanálise em
1900 com interpretação dos sonhos lembra que ele escreve um volume inteirinho de interpretação dos sonhos são dois volumes na edição clássica lá da e depois é um colocam num só mas um butel desse tamanho de 500 páginas 600 páginas ele passa a primeira parte de interpretação dos sonhos inteirinho contando todas as interpretações que chegam a conclusões de um ou seja eh tipo Sonhar com cobra significa que você vai ganhar dinheiro sei lá o que que é isso não tem a menor ideia dessas interpretações eh para dizer não é isso o que que o Freud tá
dizendo desde a Interpretação dos Sonhos Não procure uma única Interpretação para Qualquer que seja o acontecimento seja ele um sonho seja ele um sintoma seja ele não procure uma única Interpretação para nenhum único acontecimento e esse é o caso então eh eh eu não posso encontrar por exemplo uma criança mal acolhida a a isso não necessariamente conduz a absolutamente estrutura nenhuma Até porque não a o a estrutura Não não é dada eh por esse mau acolhimento ou bom acolhimento não é exatamente isso é necessário que paraa criança existir ela tem a notícia de que ela
é desejada né Eh e ela tem a notícia que ela é desejada à medida que ela é nomeada à medida que ela é olhada à medida que são dadas ferramentas para ela notar a própria existência e essa própria existência tem a ver com alguém que lhe ofereça a voz o olhar o colo e etc mas não nesse sentido então voltando ao seminário 23 o Lacan quando ele aponta pro rsi ele diz rsi real simbólico Imaginário são três uma Tríade Infernal para lembrar que não existe um ou seja não existe uma única resposta que dê conta
de tudo a gente sempre vai ter que trabalhar mais que isso então não Maria de modo algum próxima Oi K Alves eh é necessário solicitar assinar permissão para fazer análise Depende das instituições eh por exemplo na universidade Eu sou professor da Universidade Federal de Catalão em Goiás eh na universidade assina-se até 16 anos mas aí tem a ver com a documentação da instituição no consultório particular Não mesmo porque no consultório particular nem as crianças né os adultos a gente não costuma assinar contrato agora se você trabalha por exemplo numa UBS num CAPS Infantil eh todo
lugar que for uma instituição regularmente tem contrato né Tem um contrato que e se assina mas isso depende do lugar onde que eh no qual você trabalha e a necessidade de se resguardar então por exemplo em instituições por exemplo na universidade não só assina eh tudo quando tem prontuário de cada atendimento agora por que que tem prontuário de cada atendimento porque o aluno forma hoje daqui 3S anos Alguém pode me pedir um relatório E aí o aluno já foi embora aqui é uma universidade no interior então 90% dos nossos alunos são de fora a gente
praticamente não tem ninguém da cidade fazendo faculdade o curso de medicina tem um da cidade o resto tudo de fora então as pessoas se formam e voltam a gente tem aluno de Manaus a Porto Alegre a pessoa se forma e vai embora ela vai embora daqui TRS anos depois que ela se formou Alguém pede um relatório pela lei você tem que dar um relatório durante 5 anos é um curso de psicologia por exemplo Então eu tenho que ter toda essa documentação agora no caso do consultório particular aí não é uma escolha sua de como que
você quer se preservar aí é documentações do conselho para quandoo tem conselho que mais Luc Lene eh Renata essa fala de falar mais ao pai eh ou da mãe na sessão e chamar o o qual se fala mais funciona para atendimentos para adolescentes então Eh Lucilene que que é interessante eh a gente tem que tomar cuidado para nunca ter um Standard ou seja um modelo pronto que sirva para todos então Toda vez que você perceber na sua clínica que você tá seguindo um modelo padronizado começa a questionar um pouco o que que seria esse esse
modelo padronizado eh esse modelo padronizado basicamente é assim eu sempre chamo a mãe no primeiro atendimento depois chamo a uma criança depois faço o Retorno à mãe já é problemático qualquer Standard eh significa que eu tô seguindo um padrão um modelo e não necessariamente escutando a criança e eu preciso escutar o sujeito se eu preciso escutar o sujeito é a fala do sujeito que vai me dizer quem eu tenho que chamar e quem eu não tenho que chamar então por exemplo é bastante comum na nossa cultura porque a gente é uma cultura machista para caramba
e normalmente a a as crianças são regularmente muito cuidadas pelas mães e a gente tem muitos pais inclusive ausentes fez por outra negligente mas temos pais excelentes também mas estatisticamente as mães acabam cuidando mais das puxando para si mais as responsabilidades ou sendo entregues para elas mais essa responsabilidade eh e aí às vezes a gente meio que automaticamente recebe a mãe Escuta a mãe como se já tivesse escutado toda a estrutura aí lá pelas tantas escutando Você escutou a mãe E aí a criança Fala minha avó minha avó minha avó a minha avó Aí você
pergunta a né sua avó ela falou Não eu moro com a minha avó não mas foi sua mãe que veio aqui conversar comigo não mas eu moro com a minha avó eu vejo minha mãe nos finais de semana minha mãe trabalha lá na outra cidade eu fico com a minha avó semana toda e minha mãe volta né eu fico minha avó semana toda e minha mãe volta no final de semana aí você Opa eu tenho que falar com a avó é a avó que fica de segunda a sexta é a avó que leva na escola
é a avó que dá o almoço eu preciso falar com a avó então com quem que eu vou falar vai capturando aí no discurso da criança né porque o que que você tá procurando que lugar que a criança ocupa naquela estrutura familiar e qual é aquela estrutura familiar é uma estrutura familiar que mora com a avó mora com a tia mora a família toda no no mesmo lugar eu preciso conversar com a escola não tenho conversar com a escola quem vai me dizer é a criança inclusive quem não vai entrar também é a criança vou
pegar um caso eh a o pai queria que que que marcasse no atendimento da criança para conversar com a noite dele porque a noiva dele e a filha dele brigavam igual duas crianças a criança tinha 5 anos de idade a noiva dele eu não sei quantos anos tinha e e ele reclamava que os que as duas se engalfinharam e brigavam como se fossem duas crianças e que não tava dando tava insuportável ele tava noivo ele ia casar e como é que ele ia casar com as duas brigando como se tivessem 5 anos de idade mas
a criança tinha 5 anos de idade a noiva que não tinha 5 anos de idade E aí ele falou assim eu queria que ela viesse é você perguntou pra criança se ela entrar aqui eu nunca mais venho então Lucilene você vai chamar Óbvio que não a criança o lugar ali é da criança a criança diz se ela entrar aqui eu nunca mais venho você vai falar olha ela vai ter que resolver isso com o analista dela eh a criança não quer ela que e a criança né é o sujeito em questão que eu devo escutar
entende então tenta escutar no contexto aí que mais eh no curso pode se distinguir o que é o sintoma da criança do que que não é sim sim a gente vai falar justamente sobre isso ag Garde eh a gente no na segunda aula Inclusive a gente vai falar justamente sobre isso do a criança como sintoma ou seja o sintoma da criança que responde ao sintoma familiar para o sintoma da criança o sintoma da criança tem a ver justamente com essa mudança de posição da criança eh de viver a vida toda para dar conta da estrutura
familiar Ou ocupar um lugar no amor dos Pais para começar a procurar algo que é mais seu não em o amar o amor dos Pais né desejar o desejo dos pais mas começar a procurar algo que seja seu e procurar algo Eu não diria nem procurar construir acho que procurar não é uma boa palavra que fica parecendo que tá pronto a gente vai cavocar e vai achar é construir a gente vai construir então no final das contas eh O que que o que que é da criança naquilo que se difere aos pais e como é
que você faz isso marcando diferença por exemplo a criança eh eh fala assim a minha mãe falou que eu não posso sei lá usar lápis aí você vai perguntar e você concorda a a criança olha tipo eu posso discordar sim sua mãe disse isso mas e você diz o quê E seu pai diz o quê e seu irmão diz o quê e sua professora diz o quê É como se você tivesse dizendo olha não existe só um curso existe um 2 3 4 e pode existir o seu próprio Então você demarca a diferença do discurso
único que a criança traz como não sendo único para Que ela possa construir o dela próprio a gente vai falar especificamente sobre isso No segundo encontro tudo bem bom eh Muito obrigada então pela presença de todo mundo acabaram as perguntas Eu gostei muito de conversar com todo mundo e espero vocês lá no curso espero vocês então a partir a vai os cursos o curso vai ser no sábado pela manhã das 10:30 ao iio E3 Dá para vocês dormirem um pouquinho quem quiser dormir de manhã Eh fica gravado também a gente vai discutir então sobre neurose
na clínica com crianças todas as aulas terão então discussão de casos clínicos para poder entender o manejo da clínica na neurose eh na neurose que acontece ainda na infância a gente não vai falar sobre a neurose infantil no adulto a gente vai falar sobre a neurose na criança nesse personagem pequeno nessa Persona pequena obrigada por todo mundo grande beijo bom descanso para todo mundo tchau [Música]