"Batman": o hiper noir épico e opressivo de Matt Reeves

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Isabela Boscov
Crítica do filme "Batman (The Batman)", dirigido por Matt Reeves, com Robert Pattinson, Zoë Kravitz,...
Video Transcript:
[Música] não é uma delícia quando a gente cria expectativas e elas são não só preenchidas como são também superadas pois esse é o caso do Batman do Matt raves um filme sólido é um filme compacto e tem uma visão muito bem amarrada por trás dele não Só isso como ele cumpre essa missão quase como quem tá cumprindo um objetivo militar Matt Reeves é um tanque de guerra dirigindo o Matt Reeves já tinha feito um trabalho de reconceituação notável com o Planeta dos Macacos O Confronto e Planeta dos Macacos A Guerra e aa Batman que no
Brasil se chama só Batman mas devia se chamar o Batman porque merece ele leva essa capacidade dele ao extremo começa pelo conceito prossegue no roteiro ganha corpo com a excelente escalação de elenco estou falando desde os menores papéis secundários até Lógico o ótimo Robert Pattinson no papel do Batman materializa isso na tela com uma concepção visual forte arrojada e cheia de propósito funcional dá para tudo isso aquela direção ao mesmo tempo febril e musculosa dele duas qualidades que é muito difícil combinar e põe tudo isso a serviço de uma visão de uma ideia sobre o
tempo que a gente vive o Batman é na minha opinião o personagem mais interessante de quadrinhos porque ele é maleável ele sempre se presta a ser um comentário sobre o momento a ser uma expressão do momento em que a gente tá E porque ele não tem nenhum superpoder não tem essa fantasia aqui não tem atalho aqui ele tem que entrar na briga mesmo Vamos aos particulares da coisa então primeiro este Batman porque que eu falei que deveria se chamar o Batman porque o Batman de fato é o personagem Central desse filme A gente sempre vê
o Batman em Oposição a outros personagens Mas é difícil a gente ver ele em Oposição a ele mesmo e aí tá muito do brilhantismo da interpretação do Robert pinson só uma parte aqui quem ainda pensa no Robert pinson como ai o vampiro do Crepúsculo tá muito atrasado na história terminou o contrato dele com Crepúsculo Robert pinson foi tratar de ser um tremendo ator ele fez o que precisasse ele topou todos os riscos não teve medo de nada trabalhou com alguns dos diretores mais instigantes que estão em atividade e nunca parou para pensar se o papel
era de protagonista ou de coadjuvante se o filme ia fazer dinheiro ou não ele queria aprender ele queria ser mais ator a cada filme que ele tava fazendo e ele conseguiu essa é a Encarnação mais jovem do Batman tô falando da caracterização do personagem não da idade do ator tá ele tá no começo da carreira dele como Justiceiro tá dando os primeiros passos de maneira que ele ainda tem certa dificuldade em lidar com a sensação Libertadora de Anonimato que o traj dá para ele com a renúncia à responsabilidade que ela torna possível ela atitude moral
que o traje torna possível não bastasse isso ele é a versão mais traumatizada do Batman que a gente teve até hoje trauma mesmo no sentido Clínico da palavra o Matt Reeves felizmente poupa a gente de reencenar aquilo que a gente já tá cansado de ver que é a morte dos Pais do Bruce Wayne em compensação ele retrata melhor do que ninguém o que acontece com uma pessoa que passa por isso Bruce Wayne aqui é um vazio não tem essa de ser Playboy para desviar a atenção da identidade oculta dele não tem uma caverna fantasticamente tecnológica
não tem no Alfred WY cerques nem o mordomo que cuida de tudo e nem a figura com a qual ele tinha em outras encarnações uma relação de afeto o Alfred aqui é um Guardião para ele só e uma figura também muito atormentada pelo que aconteceu esse Bruce Way aqui não tem nem o dinheiro que os outros têm a depressão dele é tão grande a apatia dele é tão profunda que ele nem se interessa mais por Esse aspecto das coisas e pelo jeito tá deixando a fortuna minguar ou seja desta vez não é o Bruce Wayne
que preenche o traj do Batman que lógico da vazão a outros aspectos da personalidade dele quando ele tá oculto pelo traj dessa vez é o trage que preenche o Bruce Wayne este Batman do Matt Reeves é um hiper no ar ele é uma versão extrema de digamos Chinatown do Roman polansky ou por exemplo de operação França do William fredkin dois grandes filmes mas só para dar uma ideia mais ou menos como se operação França e Chinatown tivessem sendo feitos pelo David Len Eu acho que eu nunca vi um filme trabalhar tão bem escuridão quanto este
Batman o Matt Reeves e o excelente diretor de fotografia dele trabalham a escuridão como se ela fosse uma paleta de cores eles trabalham com diferentes densidades de escuridão o tempo todo quase todas as cenas são noturnas quando tem uma cena de urna ela é drenada de cor quando tem que haver uma explosão de cor em alguma cena é sempre um laranja ou um vermelho quentíssimos e eles trabalham muito também com ambientes que correm na sua perpendicular então É frequente você ter a sensação de que as paredes daquele cenário estão se fechando uma contra a outra
e dentro dessas paredes ele coloca às vezes um monte de gente em orquestrações de movimentos que são maravilhosas e super aflitivas Gotham City nunca foi tão doente tão corrupta tão degradada tão suja quanto neste Batman e nunca foi tão desesperançada também o Mat Reeves tem também uma cultura visual muito boa e parte desse sufocamento dessa deses de Gotham ele exprime usando muito muito muito como referência o Edward Hopper que é o pintor da Solidão urbana é o pintor do fim de linha Urbano entre muitos quadros do Hopper k aproveita no filme esse aqui vocês vão
reconhecer numa certa cena o nigh Hawks isso aqui na verdade é uma versão do inferno eh não do inferno na concepção cristã mas do o inferno na concepção dos gregos antigos é uma terra de penumbra em que as pessoas são Fantasmas delas mesmas elas não tão mortas Mas elas também não tão completamente vivas e o Bruce Wayne lógico só se sente vivo quando está sendo preenchido por aquele traj dele quando aquele traj dá um sentido pra vida dele que sentido é esse é uma questão complicada o fato é que ele não tá fazendo a menor
diferença nessa gota cheia de violência e de crime mas quando um sujeito muito importante da cidade é assassinado de forma horrenda e o filho pequeno dele encontra o corpo aí as coisas mudam pro Bruce porque obviamente tudo que tá no passado dele vem à tona o vilão a gente sabe é o Charada e ele foi diretamente inspirado no Zodíaco aquele serial killer que aterrorizou a região da Bahia de São Francisco entre 68 e 69 em uma entrevista que eu adorei fazer o Matt raves diz que o Zodíaco foi a primeira coisa que veio à mente
dele quando ele pensou em como eu faço para tirar essa ideia de pessoas mascaradas pessoas fantasiadas do terreno da fantasia como é que eu faço para trazer isso pro mundo real de uma maneira que seja muito próxima de quem tá na plateia até hoje a gente não sabe quem foi Zodíaco a polícia Nunca Conseguiu descobrir e ele é uma imagem um bocado real um bocado concreta do terror sem rosto ou seja este Batman é uma caçada a um criminoso Esse é o objetivo principal são 3 horas fantásticas mas eu não vou dizer que são 3
horas de diversão porque a gente teria que reajustar bastante aí o conceito de diversão o Mat Reeves apara que toda a gordura que poderia ha deixa só carne e osso mesmo por exemplo o Batman tem um Arsenal limitadíssimo ele tem basicamente lentes de contato com as quais ele consegue gravar o que ele viu para rever depois e elas deixam a imagem afunilada e avermelhada é como se esse Bruce Wayne sempre vice as coisas mesmo tingidas de sangue e distorcidas pelo trauma dele ele tem a armadura a Prova de Balas e até o emblema da armadura
é funcional ele é destacável e vira um chuquin e ele tem o carro dele que parece uma mcar dos anos 70 com uns ângulos bem duros linhas retas e no qual ele colocou tudo de motor e tudo de armamento que ele foi capaz nada estético aqui tudo é prático tudo tem uma razão para existir e isso vale também para os personagens Esse é um Batman tão travado tão mergulhado no trauma dele que ele só consegue se comunicar com as pessoas quando ele consegue se comunicar com alguém por meio do sofrimento delas com o detetive Gordon
interpretado aqui pelo maravilhoso Jeffrey Wright a comunhão que ele tem é a sensação de fracasso dos dois sensação de fracasso ante aquela cidade que devora todo mundo e se devora constantemente e também do isolamento em que eles estão o Batman pelas circunstâncias óbvias dele e o Gordon pelo fato de que essa é uma polícia muito promíscua com o poder muito corrupta e a honestidade dele é como um cheiro ruim que se espalha e ele encontra uma ligação também com a Mulher Gato por intermédio da perda e olha Zoe Kravitz é outra atriz que só cresce
a cada trabalho que eu vejo com ela a Selina caa que é uma mulher jovem que teve uma vida muito dura que tá acostumada a se virar mas um bocado cansado de ser usada e que está à procura de uma amiga dela que desapareceu também ela não é a mulher gato ainda ela também tá se iniciando nessa Persona tá tateando eh em busca dos limites para essa Persona dela da mesma maneira que o Bruce Wayne rola um climão ali rola tem uma química ótima entre o Robert pinson e a kravits mas tem tanta coisa em
volta deles tem tanta coisa puxando esses dois personagens em direções diferentes que felizmente Essa não é uma preocupação fundamental do filme Por que eu digo felizmente porque filmes com personagens de quadrinhos vem com toda aquela bagagem os filmes que vieram antes as Graphic novels os próprios quadrinhos as outras versões as outras adaptações as expectativas e é natural que um diretor sinta a pressão e queira atender tudoo isso colocando penduricalhos nos filmes mas aqui como eu disse tá tudo cortado até a carne o nome do jogo é compressão uma pequena desvantagem disso é que este Batman
não tem aquele momento de arrebatamento ou de escalada do espetáculo que a gente tinha por exemplo na trilogia do Cavaleiro das Trevas o Christopher noland sempre fez isso muito bem esse aqui não ele martela martela Martela martela Martela você até o final por outro lado eu só posso admirar essa coesão tanta atenção a cada detalhe para que cada um seja indispensável e nenhum esteja lá por acaso isso vale por elenco também já mencionei aqui a Zoe cravit e o Jeffrey Wright tenho que mencionar também o trabalho muito interessante do Colin farrow como o pinguim não
é só uma questão de maquiagem e das próteses que deixaram ele reconhecível não é que tem aquela coisa forte que vem de dentro do Colin farrow mesmo e torna ele muito convincente como essa figura repelente repugnante abjeta que cuida de fornecer e propiciar Vícios e perversões para todos os poderosos da cidade e que nessa Gotham nem sequer se gradua como um vilão porque tem gente muito pior do que ele dando as cartas Junter turo tem um papel importante e tá muito bem também Olha não tem ator aqui que não esteja perfeitamente escalado Mas nenhum deles
Claro é tão decisivo para esse batma quanto o próprio Robert pinson não é fácil ser apático e Furioso ao mesmo tempo embriagado por uma mulher indiferente a ela simultaneamente ou qu ter de uma vez só o desejo de salvação de outros de uma cidade e o desejo de autodestruição e o Robert pinson não só faz isso muito bem como ele tem aquela presença física e aquele maxilar muito bem definido que todo Batman tem que ter eu diria que essa combinação Robert pinson e Matt Reeves tem perna para ir muito longe com o Batman se você
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