Judith Butler e as Filosofias para Entender o Mundo Atual - Aula 03 do curso com Rodrigo Petronio

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Casa do Saber
Veja a terceira aula do curso "Viver com os Outros: Filosofias para Entender o Mundo Atual", ministr...
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essa aula que você vai ver agora faz parte de um curso da casa do Saber mais a nossa plataforma de streaming nas próximas semanas a gente vai disponibilizar esse curso na íntegra aqui no canal do YouTube Então se inscreva para ficar por dentro de cada novidade E também aproveite para clicar no link que está aqui na descrição e se tornar assinante desse mundo de conhecimento em primeiro lugar eu acho que o importante a gente sempre demarcar que a questão de gênero ela tá ligada como quase que uma ponta de lança né a movimentos de representatividade
de minorias lgbtqia+ isso é super importante ou seja toda minoria ela precisa de uma militância ela precisa de representatividade só que a questão de gênero ela concerne todos os humanos Se nós formos pensar né muitas questões aí né [Música] heterossexuais ou de relacionamentos heterossexuais Há muitos problemas envolvendo por exemplo heteronormatividade ou masculino eu vou fazer uma recapitulação né assim como a gente tinha proposto no último encontro para fazer essas conexões entre os nossos dois primeiros encontros a abertura né e o trabalho que a gente vai fazer hoje então assim para a gente poder reconstruir um
pouco nosso fio argumentativo é que é muito importante para nós aqui né A questão das chamadas filosofias da diferença então desde a antiguidade nós temos um predomínio da categoria e identidade né a identidade ela é fundadora do pensamento então para se pensar quaisquer ordens de realidades né os filósofos Desde a antiguidade estabilizavam a categoria e identidade e a partir de Aristóteles nós temos essa categoria de identidade associado ao que se chama de substância né E isso gerou né criou essa chamada metafísica da substância então na se pensar né O que que são seres ou seja
do que que os seres são constituídos nós como sempre qual que qual é a substância desses seres Então não é como havia dito a gente tem lá as 10 categorias de Aristóteles né tempo relação quantidade qualidade espaço quantidade né e os diversos categorias mas a categoria primordiada substância então para se pensar né O que que Como definir os seres em si mesmos é preciso definir a sua substância então uma árvore ela pode ter diversos localidades mas não é possível permutar a arvoridade da árvore Ou seja a essência da árvore está na sua substância assim como
a essência de um cavalo a essência do ser humano tá muito ligado a substancialidade desse ser e nós vimos que essa questão da substância e da identidade ela permeia todo pensamento né Então a partir também do princípio de não contradição de Aristóteles Ou seja a árvore A árvore O cavalo é cavalo não é possível uma permuta de substâncias a partir do princípio de não contradição só que isso na verdade gera vários problemas né Porque já era um problema exatamente um problema de alteridade ou de se pensar o fundo comum de onde emanam todos os seres
E aí então rei o que é o grande filósofo ali no século XIX no idealismo alemão reigner que vai alterar a substancialmente essa questão né primeiro lugar Reguel vai propor uma dialética da contradição ao invés de um dialética da não contradição como a dialética aristotélica e a dialética da contradição regueliana ela pressupõe que todos os seres eles se encontram numa espécie de fio infinito uma espécie de linha infinita que é o que Rei chama de absoluto e nessa nesse fio infinito em que dissolve todos os seres todos os seres eles estariam identificados né nesse nesse
absoluto então em alguma medida em algum momento né da formação do Espírito define esse movimento da natureza da Fórmula configuração dos seres Em algum momento a árvore ela foi cavalo e o cavalo foi árvore ou existe né uma permuta entre os seres muitos de nós podem podemos pensar né Isso é um absurdo né isso não faz sentido mas isso é a base da ciência moderna começar pelo próprio teoria da arminiana em que nós temos umas únicos único ser unicelular que deu origem a toda a origem toda a diversidade da vida então quer dizer que todos
os seres vivos hoje no Planeta Um dia estiveram dentro da código genético de uma esponja de um cnidário de um ser unicelular do Oceano lá na origem da vida né na explosão do pré-cambriano 430 milhões de anos atrás então a teoria reguliana era absolutamente racional um dia árvore foi cavalo foi árvore isso embaralha totalmente nossas questões de alteridade e de subjetividade porque nós precisamos pensar nesses pés de fundo quase que de um fundo no qual todos os elementos seres emanam cada elemento se constitui na sua identidade mas existe uma espécie de identidade comum e isso
então é a base né para se pensar a partir da filosofia heideggeriana como eu tinha dito né o rádio que ele vai trazer esse problema que é o problema né da chamada de diferentes ontológica qual que é esse fundo comum qual que é essa base né que hardware vai chamar de originária de onde vem qual que é essa dimensão originária de onde todos os seres humanos e aí hacker vai fazer essa crítica da chamada intificação né quando nós posicionamos os seres e definimos essa identidade dos seres no fundo nós estamos identificando ou seja nós estamos
cristalizando esses seres nós não estamos submetendo seres a essa base comum que seria esse lugar aí mais originário né do ponto de vista do lugar originário né também essa estrutura né identitária dos seres elas também tende a se E aí é preciso então pensar nesse outro Grau né esse outro Grau essa diferença e radical que Rider discurtina é uma diferença ontológica e que no fundo também é uma crítica a essa herança né da chamada metafísica da substância Porque então de uma certa maneira Rider ele de substancial liso seres né Os seres não tem uma substância
prévia né uma substância anterior que os identifica então para identificar o que o que é um cada ser para nós identificarmos né O que que cada ser é nós precisamos pensar-los na sua existência e pensar o ser na sua existência pensar o ser os seres né na sua radical diferença então vocês que estão aí me vendo Vocês estão em situações existenciais radicalmente distintas da que eu estou estou nessa cadeira Estou percebendo essa cadeira e estou com esse entorno pensar do ponto de vista existencial isso Raider vai trazer com muita força é pensar que não existe
abstração possível a existência ela é um conjunto de singularidades de diferenciações eu estando aqui nesse lugar eu estou tendo uma percepção específica desse entorno quando o seu sair daqui for adiante eu já vou ter uma outra percepção e os modos existenciais né eles vão gerando né processos de diferenciação E aí Nós entramos naquela questão né uma pessoa né uma de uma etnia da melanésia ela tem uma existência específica ela tem uma língua específica ela tem pressuposições específicas Elas têm que religião crenças específicas ela tem uma relação com entorno que é específico e tudo isso constitui
as diferenças dessa etnia dessa singularidade desses humanos em determinadas regiões do mundo então para se pensar então a diferença é preciso levar em conta isso não existe uma grande unidade ou uma identidade subjacente capaz de homogeneizar ou de universalizar todas as experiências humanas né as experiências humanas elas estão sempre nesse processo diferencial e daí então a partir de hardware que nós temos outros aí filósofos pensadores né da diferença também E aí sobretudo né devinar falamos um pouco Levi nós vai falar muito da epifania do rosto de como né o rosto a experiência do infinito é
o que constitui humano a experiência do infinito é esse constante essa constante desfazimento de toda a totalidade né quando eu olho o rosto do outro tem uma experiência do infinito olha mas o infinito ele atravessa o outro ele me atravessa ele não tá ele não começa no outro né ele não se esgota numa identidade ou numa identidade de cada ser humano e nós somos permeados por esse infinito e esse infinito então ele tá muito ligado à alteridade Ou seja a percepção do rosto do outro deve nas vendas de reflexão redegueriana né E daí depois também
principalmente derridar que é o filósofo da chamada desconstrução e que vai propor então isso né eu tô retomando para a gente ambientar porque hoje o nosso debate vai ser vai circundar muito esse debate que já é meio que levantado né pelo DDD que é o debate da desconstrução e principalmente da desconstrução do que define como o fono centrismo logocentrismo eu falo centrismo né então logo assim três desconstruir a razão como unidade estruturante que vem desde a filosofia então a razão Logos né ele não é majoritário ele foi uma construção europeia ocidental né falocentrismo clássico né
desconstrução do falo própria categoria psicanalítica dono da masculinidade da heteronormatividade também e isso é o modo de é uma das questões que estão implícitas no pensamento e que derridade sugere uma desconstrução né ou seja pensar a partir de um outro ponto de vista e a desconstrução do forno centrismo que é um pouco mais abstrata né que diz respeito a essa noção de que sempre que nós lemos um texto sempre que nós nos relacionamos com categorias de pensamento nós somos sempre imaginamos que existe um sujeito né uma identidade por trás daquele texto daquela daquele daquela estrutura
de pensamento e derridar então diz que também chama ilusão né o texto isso a psicanálise já nos trouxe né hoje a gente vai falar bastante com a psicanálise de um modo crítico também a psicanálise já nos trouxe essa noção de intertextualidade seja que qualquer autor autoria ela é sempre múltipla né muitos textos muitas vozes muitas autores que atravessam um autor então eu derridar vai trazer essa ilusão da identidade também no sentido da ilusão da identidade autoral então vejam né aí a gente começa a se mover também num lugar assim bem curioso né um lugar de
multiplicidade de vozes né um texto ele nunca se refere a um autor mas ele se refere a uma multidão né de vozes e é isso que Deus gota e traz também para o debate a se esse delineamento do que seria pensar a partir da multiplicidade do desejo né Então aí a questão é muito candente para nós é forte é a própria o conceito de subjetividade para eles é um conceito esquerdo é esquizo porque não existe unificação do subjetividade o processo subjetivo ele sempre produz heterogênese diferenciação humano está sempre produzindo novas imagens fragmentos de imagens né
fragmentos de representações e isso é próprio do próprio próprio força do desejo humano parte disso E aí então a gente já tem já nós temos aqui uma alteração bem substantiva né Nós não podemos sequer dizer que falar em sujeito e esse é a questão de desgastar Ricardo eles falam de processos de subjetivação e não necessariamente em sujeito eles realizam uma grande crítica da psicanálise no sentido de que seja em determinados espectros né a psicanálise ela sempre está tentando de uma certa maneira biografizar né ou tornar a experiência subjetiva biográfica na recepção freudiana para haver uma
anamnese né para se buscar a Gênese de um trauma né de um sintoma psicanalítico no sentido clínico é preciso haver aí uma reconstrução que é biográfica no sentido freudiano e a psicanálise ela estaria muito ligada a essa tentativa de unificação do sujeito segundo Beleza então eles vão fazer uma crítica muito potente mesmo essa noção de um sujeito relativamente estável unificável né que seria o modelo burguês Vianense né do teatro de piano da psicanálise e que trabalha com esse nível né de estabilidade de unificação do processo subjetivo é alternativamente a isso a gente teria esse processo
que é o processo esquizo de dureza guitarri que tens todos os seus momentos a gente falou aqui né de territorialização deste territorialização e redetectualização da subjetividade toda Odisseia humana para beleza guatarriel maldisseia da subjetividade então o capitalismo não molda o desejo é subjetividade o capitalismo é apenas uma manifestação do desejo da subjetividade não é o capitalismo que mal do desejo deseja que produzir o capitalismo então o capitalismo é apenas uma figura é um momento provisório e a alteração do desejo vai poder criar novas linhas de fuga como seja novas formas né desejantes e novas formas
de subjetividade que vão ainda continuar proliferando né o movimento de diferenciação Então como é que a gente consegue pensar o outro né pensar a relação pensar a alteridade é imaginando que nós cada um de nós é um abismo infinito de linhas de fragmentos de filamentos de [Música] singularidades como dizem inglês gotari né E a gente já pensa já precisa já reposicionar esse sujeito que é um sujeito poroso né E aí então mas é um sujeito que tá sempre se estruturando né se desestruturando e depois se reestruturando em uma outra dimensão para que a gente possa
trazer isso um pouco de uma forma um pouco mais visual né Tem um exemplo Que beleza que eu acho que é um exemplo bem didática assim bem Visual na formação da vida né existe um tipo um besouro que ele tem a forma de uma orquídea né então qual que é a análise de esgotarina informação da vida né as orquídeas a formação dessa planta essa desse vegetal Dessa flor ela se territorializou como orquídea ou seja ela foi ela construiu uma subsistência só que ela teve que se desse territorializar como orquídea e assumir a imagem do Besouro
para que o Besouro viesse mimetizá-la e levar o pólen para polinizar essa orquídea em besouro para que a sua orquídea continuasse a viver e ela adquirir sua potência e ela continuasse se expandindo essa é uma imagem metafórica Mas beleza então pensando esses processos de subjetividade no sentido muito em larga escala né aquilo que eles chamam de Geologia do pensamento a subjetividade não diz respeito apenas ao sujeitos constituídos humanos a subjetividade era distribuída também dentre os não humanos todas as formas de vida mas até mesmo os inorgânicos tudo isso é obra do pensamento para delegatar então
nós já temos uma modalidade uma relação com a alteridade que hoje em dia Tem se tornado muito forte a partir de linhas né como os animal stads estudos dos animais a questão da sensciência relação do humano e dos não humanos o movimento bem recente agora de 10 15 anos né chamado não Human Turner na virada dos não humanos que é de tentar compreender o ser humano a partir disso que a gente pode chamar de uma consciência distribuída subjetividade distribuída e agentes né agências que não são humanas são métodos humanos transa humanas né [Música] anti humanas
até que agem contra o ser humano mas que fazem parte desse tipo desses deveres aí como dizem inglês da Orquídea hífen besouro Esse é uma metáfora de territorialização a Constituição de um território que é um ser vegetal substantivo uma desse territorialização Ou seja eu perco na orquídea ela perde a sua essência substancial de orquídea e ela né Se para Que ela possa assimilar o Besouro e ela possa ser territorializado reterritorializada né e continuar na potência da vida como diria Espinosa né um dos filósofos favoritos de beleza né o ser quer se preservar em si mesmo
seja a vida potência da vida ela quer sempre mais potência a vida ela não quer não tem a extinção a vida tende a penificar expandir cada vez mais a sua potência mas vejam eu tô fazendo todo esse preâmbulos né isso para a gente entrar no série aí das teoria da teoria de gênero e também da crítica ao princípio da identitário que está subjacente a teoria da jurídica que é uma crítica da metafísica da substância ou seja é preciso de substancializar Os seres para que nós consigamos entender essas séries em toda sua movem da sua a
sua multiplicidade né e é isso já tá subjacente aqui a teoria ela não tem um diálogo exatamente direto com delegatari um diálogo um pouco mais enviesado embora a gente pode dizer que são pensadores e pensadores que estão indo em caminhos assim então seguindo percursos semelhantes aí horizontes semelhantes mas estão indo por outros caminhos mas o problema aí da metafísica da substância tá posta né tá posto eu já vou falar um pouco mais adiante sobre isso e tá posto justamente nesse problema né um problema da identidade de onde vem esse problema desde antiguidade né E como
que que os autores modernos têm lidado com ele só para fechar esse preâmbulo né vocês se lembram lá atrás que eu falei tem um autor super importante nessa mudança moderna que a libids ele é um racionalista ele tá ali no final do século 17 começo do século 18 e o lábios então ele vai pensar vai começar ele desenvolve uma teoria chamada monoaudiologia mas Resumindo bastante né O que lábios vai observar é que existe uma grande metamorfose dos seres da natureza lá eles está observando os fósseis né ele tá observando os resíduos fósseis ele tá observando
aquilo que ele chama de lei da continuidade da natureza Então qual é a questão da veneziana né bom se existem se existiram seres unicelulares se existem resíduos fósseis de Nautilus por exemplo se existe o ser humano quer dizer que a natureza ela não dá saltos é sinal de que existe uma lei de continuidade então de alguma maneira nós já fomos esse unicelular nós já estivemos Tivemos alguma conexão com esses náutilos e com todas as criaturas que viveram aqui na terra vejam ele é um precursor da teoria da arminiana Já tá pensando no sentido de Geologia
numa obra dele chamado protogeia né a história da terra a história da vida essa lei da continuidade então né desvela revela para a Live um grande problema porque ele vai dizer Vai pensar o seguinte Ora se tudo se transforma é sinal de que não existe uma essência inerente a nada não seja não é possível a gente pensar um mundo aqui de arquétipos né no qual é uma girafa uma árvore um ser humano a forma desses seres ela se transformou ela faz parte de uma longa metamorfose são substâncias que estão o tempo todo se transformando para
que nós imaginamos essa lei de continuidade não pode haver uma fixidez a substância A substâncias dos seres estão em constante metamorfose porque é um seres estão gerando outros seres né Então essa que é a noção de lábios que ele vai descolar o que seria substância e substrato Ou seja a substância dos seres ela não tem um substrato fixo algo que confira digamos imortalidade ou eternidade a esses seres singulares essa substâncias singulares e isso é uma das Linhas básicas do pensamento de beleza para fechar aqui essa retrospecção porque nós temos que imaginar sempre essa substâncias indevidas
essa substâncias em transformação incluindo o ser humano e não existe nenhuma identidade Né nenhuma substância eterna que salvaguarde o que Preserve essa eternidade de cada humano de cada ser singular em algum espaço aí transfisico metafísico para além da natureza né porque tudo está o tempo todo indevido Então se as coisas são assim é sinal de que no fundo da subjetividade e o desejo humano também operam nessa chave né então de onde a gente então montando-se aí esse cenário em que todos esses autores e autores aí a cada um a cada qual a sua maneira eles
estão tentando responder ao problema da identidade mostrar a insuficiência do conceito de identidade aí dessa substância estável dos seres para pensar mesmo aquilo que deles gostar chamam de diferença loucura né Será então que aquilo que nós definimos como orientações sexuais múltiplas línguas faladas culturas etnias pontos de vista será que tudo isso então são só predicados e São só [Música] modalizações são só variações em torno de um humano Universal e uma identidade Universal do humano Essa é o problema isso que nós chamamos de uma identidade de universal de humano Isso está muito atrelado a um discurso
Euro americano e é uma construção que no fundo se pretende Universal inclusive mas no fundo ela fruto de grandes violências e de grandes movimentos de exclusão de várias populações não ocidentais e Por conseguinte de vários de várias populações e pessoas e seres humanos que não estão orientadas de acordo com esses pressupostos do Universal construídos pela é né pela Europa ou por esse pensamento euro-americano Então dentro desse nível de questões né de debate vamos entrar um pouco mais na questão da teoria da butler entender um pouco quais os pressupostos em primeiro lugar eu acho que o
importante a gente sempre demarcar que a questão de gênero ela tá ligada como quase que uma ponta de lança né a movimentos de representatividade de minorias lgbtqia+ isso é super importante ou seja toda minoria ela precisa de uma militância ela precisa de representatividade só que a questão de gênero ela concerne todos os humanos Se nós formos pensar né muitas questões aí né [Música] heterossexuais ou de relacionamentos heterossexuais Há muitos problemas envolvendo por exemplo heteronormatividade ou masculino então violência contra mulher violência de homens machismo endógena internalizado em relações heterossexuais a simetria das relações entre homens e
mulheres então né preciso então que a gente entenda essa relação específica dentro de movimentos minoritários e que absolutamente legítimo mas que também às vezes se tem uma noção de que é então a questão de gênero é só assim é apenas entre aspas algo concernente a essas minorias e não é exatamente isso tem muitos problemas de relacionamento de casamentos que fracassam de violência endógena de violência perpetrada pela sociedade que vai se multiplicando e se multiplicando e que é infinito e que já vem já de muitos séculos e milênios por conta de uma questão que é a
questão do masculino do Fala o centrismo e da heteronormatividade então quando a gente vai para esse tipo de debate a gente tem que entender que o problema é algo que consegue toda a humanidade né todos os seres humanos eles têm que refletir sobre isso Então esse é um primeiro preâmbulo não é um segundo ponto sobre questão de gênero também é que é importante ser demarcado é que ele esse problema de gênero ele não conserne apenas e coloco apenas entre mil aspas né seja ele não é restrito a uma questão de orientação sexual ele tá ligado
a dispositivos mentais cognitivos a gente poderia chamar de epistemológicos e até mesmo ontológicos de definição da natureza e do mundo e da realidade então quando era ela disse que nós temos uma origem né uma construção heteronormativa que pressupõe sempre o masculino como centro da organização do pensamento e o feminino é uma categoria flutuante por isso que ela chega a dizer até que só existe um gênero que seria o feminino ou seja tudo aquilo que é alternativa masculino compulsório como ela diz ou seja quase que obrigatório que faz parte Imaginário tá constituído na civilização e isso
permeia toda toda atividade Então veja né quando tem um debate interessante quando se fala por exemplo de natureza e às vezes se usa por exemplo categorias femininas para falar da natureza natureza é frágil a natureza x a natureza e y ora tudo isso tá dentro de critérios que foram estabilizados heteronormativos que foram estabilizados por feminino para se definir a natureza de uma tal forma e da mesma maneira que até um cientista ele pode recorrer a linguagem ele pode pensar a partir de gêneros né daqueles seres que ele tá estudando do ponto de vista de uma
ciência dura até da ciência na ciência nada ciências naturais então nós temos Nossa aparelho cognitivo ele age a partir de conceitos de gênero e um outro exemplo né um problema epistemológico Central que vem desde a antiguidade através da idade média que se consolida na ciência moderna com Descartes o problema toda a divisão epistemológica né que nós temos e que adentra com toda força ciência moderna desde o século 17 até os dias de hoje o problema do dualismo o que que é o dualismo a divisão natureza e cultura interna e externo subjetivo sujeito objeto matéria e
mente cérebro em mente então e aí eu poderia fazer uma lista aqui infinita ora Quem disse que a natureza dualista quem é que está estipulando essas dualidades quem é que é o problema que a Butterfly dos binarismos ora Será que o binismo não é uma operação cognitiva de uma impossibilidade de ver o cromatismo que existe entre duas partes e será que esse problema ele não tá inerente a nossa mente Porque a gente já tem o binárioismo sexual de gênero embutido e naturalizado dentro de nós então vejam né quando a gente repensa isso nós estamos pensando
toda epistemologia da ciência moderna o fundamento clássico cartesiano da ciência moderna faz parte de um pode ser derivado de um binismo de gênero que já tá aparelhada já tá dentro do nosso cognição de modo naturalizado e esse processo de desnaturalização né do pensamento do corpo da sexualidade das personas das representações esse que é o movimento como uma pensadora construtivista né quando a gente fala de construtivismo né Ela é uma construtivista radical nós estamos pensando numa linha né Nós estamos nos referindo a uma linha de que permeia ali vende Foucault é óbvio né que é um
grande mestre aí do pensamento construtivista e que é um tipo de pensamento de filosofia que pretende uma desnaturalização radical de tudo ou seja não existe uma natureza dada toda a natureza ela é construída pela linguagem e então não existe um corpo prévio não existe um sexualidade prévia não existe uma construção orgânica prévia não existe nada que seja anterior a linguagem e a linguagem é que está performando essa realidade a linguagem é que gere produtos essas realidades Então isso é uma perspectiva construtivista tá muito presente aqui nesse tipo de pensamento não vejam né a gente já
começa a alterar bastante não sabe bastante o que que venha ser o outro o outro não pode ser visto de maneira dicotômica ou outro precisa ser prismado ele precisa seguir aquilo que a Butter chama de flutuação da experiência ou flutuação do desejo o desejo ele não pode ser dicotomizado ele não se orienta apenas para corpos ele se orienta também para construção de Corpos que são os nossos próprios corpos dos corpos alheios e eles se orienta também para um cromatismo que tá na nossa própria experiência para além da experiência subjetiva sexual amorosa afetiva e que vai
que transborda para outras categorias para outros âmbitos da realidade né então pensando nisso então assim de onde vem esse pensamento da era uma filósofo pragmática e que tá muito ligado a chamada filosofia da linguagem então aqui existe aí uma derivação uma linha né que se distingue um pouco daquilo que nós vimos raiva também beleza e o que que é o pragmatismo né e o que que a filosofia da perspectiva pragmática dentro da filosofia da linguagem vou resumir bastante isso bem rápido só para a gente ter um pouco a dimensão de onde vem nessa essa concepção
para que a gente possa entender um conceito Central ali da Butter e de todo o debate de gênero a filosofia da linguagem tem muitas correntes mas a visão pragmática da filosofia da linguagem tem muito ligada dois autores chamado John Surf e Austin esses autores eles pensaram a linguagem a partir de pontos de vista diferentes o que eles chamam de atos e locutórios e atos precotórios um atolocutório descrever algo então atolocutório então essa cadeira Verde um atopelocutório aquele que já envolve algum nível de transformação naquilo que eu produzi naquilo não ia proposição seja na minha no
meu enunciado linguístico o que que diz como que é que eu posso então pensar que a linguagem ela produziu algo ora todos esses atos perlocutórios eles estão ligados a uma função que a gente chama de função performativa da linguagem então se eu digo para uma criança você está presa você está preso eu tô brincando com ela mas eu tô produzindo alguma coisa tô Produzindo um jogo se um policial diz você está preso ele está me prendendo a frase dele você está preso tá produzindo alguma coisa na realidade ora o que que esse filósofos da linguagem
incluindo a butler o que que eles começam a pensar vejam na verdade as o a performance ela não é um dado isolado da linguagem Porque o fato de eu chamar uma pessoa de um nome ou de outro ou eu designar Um valor o eu ter um com a língua qualificação o eu ter um atributo e um adjetivo eu já tô produzindo uma realidade diferente então eles começam a suspeitar desse tipo de descrição neutra seja a linguagem não descreve realidades neutras ela tá sempre produzindo alguma coisa valorativa ela tá sempre produzindo a realidade por meio desses
atos né E daí é que vem o conceito de performance a performance ela Central na Butter era Central em todo o debate de gênero porque performar é criar realidades por isso que nós temos a performance na arte né e na arte a performance é o ato de produzir uma nova realidade então a noção não é de uma obra de arte não é de uma obra que vai ser fluida mas o performa era aquele que produz uma intervenção na realidade ele altera de uma certa forma a realidade ora na teoria pelo fato de eu me vestir
de uma determinada maneira de usar um determinado língua um determinado linguagem um determinado código deu me relacionar com meu corpo junto determinada maneira de grupos específicos diversificar em suas linguagens os seus códigos os seus signos eles estão performando e mas no fundo todo ser humano está performando porque essa visão performativa altera o estatuto da linguagem não tem linguagem neutra descritiva toda a linguagem Está transformando e está produzindo a realidade a medida em que a gente usa um simples adjetivo né Essa pele Está Madura eu tô alterando a pera eu não posso descrevendo eu poderia ter
um outro adjetivo e uma outra qualificação para essa fruta então daí é que vem nessa questão que a questão da performance quer construtivista que altera a realidades que altera a natureza o corpo não existe né sexualidade não existe fora da linguagem como elemento prévio e esse é um debate Central para Butter para a gente desnaturalizar e desensencializar a natureza o corpo e tudo mais né então um dos primeiros pontos né elencando alguns pontos o que ela chama de sujeitos do sexo barra gênero barra desejo né Esse é um dos pontos então de novo né sexualidade
não implica necessariamente né tá implicado a gênero e o gênero é uma flutuação do desejo voltamos a questão de beleza é múltiplo ele é esquizo ele vai ser diferenciando e essa é a essência do desejo então um dos primeiros debates é dispensar né o que ela chama de mulheres entre aspas como o sujeito do feminismo porque ora então pressuposto existe uma héteronormatividade que surge lá na origem da civilização lá com a origem do patriarcado seja desde antes lá no sedentarismo 10 12 mil anos atrás até um pouco antes que a emerge essa figura do masculino
essa figura do masculino e do estrutura hétero ela emerge como uma normatização E aí tudo aquilo que corre por fora disso vira uma forma gravitacional uma exceção entre aspas em relação a isso que foi construído ora não existe heterossexualidade na natureza porque não é tem natureza né e não existe masculinismo na natureza porque não existe masculino porque existem macho e fêmea mas dentro da ordem simbólica não tem masculino prévio então a ideia básica né que ela vai trazer é essa noção de que é preciso pensar toda Miria de produções de gênero sem se sem recorrer
a essa identidade que foi construída naturalizada preciso dissolver essa identidade que foi naturalizado e Por conseguinte nós não podemos nem falar de mulheres no sentido universal por isso que ela usa entre aspas porque porque ele ele deriva e ele tem flexibilidade em relação a isso que isso poderia chamar de mulheres né Então esse é um ponto que é um ponto interessante daí tem vários debates ali interseccionista da Ângela Davis né como se pensar a categoria mulher como é possível interseccionar né as mulheres dentro de uma de um debate mais plural e não apenas determinado né
porque vai definir o que o feminino a partir da anatomia né de um recurso anatomizante não é possível ou de um recurso de universalismo é como se nós estivéssemos espelhando a artificialidade do universalismo heteronormativo masculino numa outra categoria aqui que seria pretensamente Universal que seria as mulheres isso não funciona né é preciso modular isso aqui também pensar nessa nessa nessa modulação e nós temos que o tempo todo nos haver com isso que a Butter chama de ordem compulsória do sexo gênero desejo que que a ordem compulsória é tudo aquilo que nos é dito ou que
nos é que se mistura dentro de nós e que nós imaginamos que aquilo tem que ser daquela forma porque é como se fosse uma lei é preciso desnaturalizar Essa ordem compulsória para pensar né a orientação desejo gênero como algo facultativo pode ser de uma forma pode ser de outra porque porque no sentido pragmático a linguagem que está construindo a realidade e a linguagem que convém é o sujeitos que estão envolvidos naquele jogo linguístico aqueles jogos de linguagem Como diz vitamina o grande filósofo da linguagem é Vienense Então esse é um problema né o que eu
acho muito sofisticado no pensamento da Butter e ela é uma filósofa difícil assim né Tem trechos muito difíceis é que ela tá o tempo todo colocando pontos de interrogação isso gera até um debate interno os debates de gênero né de achar que é pouco pragmática e com perdão do trocadilho porque é porque ela tá levantando dilemas né o que ela chama de ruínas circulares do debate contemporâneo que que é nós temos que levantar todos os problemas levantar todos os pontos de vista para entender Qual que é a relativo Qual que é o nível da relativização
que está sendo posta né teorizar o binário unitário e além disso então binário origem lá da estrutura patriarcal universalizante universalizante entre mil aspas gerou-se o gerou se a regra a lei todo o resto acaba sendo derivado dessa lei universal entre aspas origem do binarismo né binarismo como categoria de pensamento cognitivo Mas também como categoria anormatizadora dos corpos como diria lá o focou Então essas coisas elas vão se inscrevendo no corpo né e o corpo ele começa a agir a partir disso O unitário o que que é unitário unitário o que que é o ser humano
são as mulheres é o homem né como é que a gente pensa unitário dentro dessa flutuação e como é que é possível Ir Além disso porque pensar unitário veja não sei se está ficando Claro mas falar de unidade por exemplo né ela pode ser um recurso muito capcioso porque é como se a gente tivesse replicando um discurso hegemônico homogeneizando práticas diferenciadas distintas para se criar uma ideia de universalidade sendo que a universalidade ela é uma ilusão produzida pelo discurso até normativo então essa que é o problema né identidade sexo e a metafísica da substância um
tópico trazido metafísica da substância O que que a identidade e Vejam só né já entra já nos debates né depois no indame nós vamos falar um pouco sobre isso O que é que são as teorias identitárias como as teorias identitárias elas geram pequenas identidades que querem reivindicar e devem reivindicar representatividade política certo só que como as teorias identitárias elas são insuficientes para se pensar a flutuação do desejo esta mais ou menos essa ideia seja se eu tenho um grupo trans né de mulheres trans se esse grupo né ele reivindica uma identidade e ele essencializa essa
identidade ou se as rádios as feministas radicais elas constituem uma identidade e elas essencializa essa identidade elas perderam a flutuação elas perderam processo pesquisa de diferenciação do desejo então nós temos então um processo identitário que é essencializante que tá ligado a metafísica da substância ou seja lá atrás e o pressuposto desses autores de pensar o outro é não existe identidade prévia a identidade ela tá o tempo todo sendo construída em função da autoridade em função do outro do outro que já está em mim e que eu tenho que investigar para que eu me torne outro
e não me fixa apenas né Para que eu não me identifique no sentido Adriano como né uma mulher trans x y z uma mulher x y z então o debate é muito complexo é muito árido porque ao mesmo tempo né em que a Butter diz é preciso haver a identidade para gerar é inteligibilidade ela usa um termo de cães que que é inteligibilidade eu preciso entender mais ou menos o que que acontece ou Quais as nuances ali Quais os pontos de convergência só que ao mesmo tempo essa inteligibilidade ela pode confiscar a relação com o
outro porque ela pode ser uma cristalização de uma fixidez em uma determinada identidade e esses autores que eu tenho trazido aqui eles estão tentando tensionar esse conceito de identidade para além seja ir para além da noção identitária né das políticas e perspectivas identitárias eu vejo hoje que tem um debate que eu consigo acompanhar é um debate interessante Tem muito gente dentro do movimento LGBT que é mais dentro desse movimento desses movimentos negros né de populações pretas que já estão fazendo propostas após identitários né porque eu identitarismo ele traz alguns problemas internos né falar um pouco
quando a gente falar do bem mas ele traz esses problemas internos que não diz respeito à própria pressuposto lá beleza nas devidar né esses autores e a Button também que eles estão vendo os limites dessa definição da identidade linguagem poder estratégias de deslocamento isso é um tópico importante também na Butter o que que é como é que a linguagem ela descreve sistemas de poder né formas normatizadas como é possível transgredir essas normatizações né E aí o papel do deslocamento esse papel do deslocamento esse conceito de deslocamento eu gosto muito desse termo a gente já entra
no debate mais da psicanálise e a Butter faz esse debate com a psicanálise deslocamento quer dizer mais ou menos o seguinte né não existe nenhum signo próprio signo ele é derivado porque na ordem do desejo na ordem simbólica não existe sentido próprio todo sentido é derivado por isso que é tão importante na psicanálise né A questão do xist do trocadilho da troca de palavras eu ia falar tio eu falei pai por quê Porque não existe o sentido próprio de tio e não existe sentido próprio de pai como não existe sentido próprio de nada porque dentro
da psicanálise existe simplesmente a ordem da linguagem que a ordem do simbólico o que que é o deslocamento Então a hora o deslocamento é o modo pelo qual a gente faz um signo se passar por outro e a gente consegue operar nesse nível cínico né dessa deslocamento dos signos para que os signos possam é adquirir novos sentidos vejam lá né territorialização Desse territorialização Rede territorialização dos signos não existe sentido próprio de um signo né Pois vamos falar sobre isso também aí tem mais questões aí podem emergir podem ser polêmicas né no sentido de que o
signo não pertence a ninguém ele pode ser mais ou menos apropriado para um determinado grupo mas não quer dizer que aquele grupo seja detentor daquele signo porque se ele se julga detentor ele já tá construindo uma blindagem ele já tá essencializando o signo em relação a ele mesmo sendo que no fundo do movimento do subjetividade de diversificação de multiplicação do signos e não de retenção e não de definição esse signo é apenas meu né voltando a questão lá do Besouro do Besouro do Besouro orquídea né é preciso diferenciar para polinizar multiplicar para continuar a vida
Então essa é um problema então é preciso haver o tempo todo estratégia de deslocamento esse deslocamento né até uma um conceito bonito do derridar que é o conceito de disseminação a disseminação é mais ou menos isso é disseminar signos esses signos não tem uma Valência primeiro não existe um primeiro da linguagem Isso é uma grande novidade que Freud traz a linguagem Ela tá toda linguagem humana toda referencialidade humana tá dentro de uma flutuação subjetiva não existe um sentido dado né todo sentido é derivado e isso vai trabalhar lá na lógica na filosofia da desconstrução e
as teorias que traz para si isso Qual que é o sentido Então desse deslocamento um sentido performático eu tô criando realidades que eu tô me apropriando de um signo e todo eu mesmo tô produzindo uma valor a partir daquele Signo Eu é que tô dizendo que ele é eu é que tá interferindo na realidade né só que aí existe um problema que é um corte né e a própria produção da chamada Matriz heterossexual da psicanálise a Butter vai criticar isso ela vai dialogar com Lacan com Freud mas existe uma crítica de fundo essa crítica tem
sido feita por vários autores beleza igual tá implodem a psicanálise a partir disso também é Como Se existisse uma heterossexualidade de fundo em toda a estrutura psicanalítica seja a psicanálise ela é um herdeira do patriarcado heterossexual e ela transformou isso num tipo de teoria e ela universalizou esse tipo de Imaginário heteronormativo que ela herdou então a crítica básica é essa ao mesmo tempo que existe uma permuta crítica malignos uma liberdade do sujeito outra novidade importante da psicanálise que ela é uma ciência amoral o desejo o importante dos Canários a importância do sujeito é a ordem
do desejo não da moral o meu desejo pode afrontar totalmente a moral importante a lógica interna do desejo então quando a psicanalizar ela se descola da moral Ela traz todo um campo e maldito um campo ainda virgem um campo que ainda não tinha sido explorado e também isso é muito oportuno para todo tipo de debate que envolva questões de valores de gêneros por conta da gente poder pensar para além da moral porque a moral ela ela não ela só nos leva aos lugares já as trilhas batidas né elas só nos leva só tudo aquilo que
existe que é preciso pensar a partir do novo a partir do futuro então existe essa relação ambígua com a psicanálise mas porque no fundo ela tem essa estrutura é uma estrutura que vem tem essa herança aí é normativa né então tem alguns pontos são pontos assim um pouco mais técnicos um pouco mais difíceis assim na Butter por exemplo ela vai falar da melancolia de gênero no Freud como Freud tem uma estrutura muito melancólica um fundo negativo a noção de castração a castração do sujeito todo sujeito para ser íntegro né para sair da sua fantasia narcísica
ele precisa ser castrado todo todas as metáforas de falo né que estão na psicanálise beleza destruir essas metáforas né as metáforas Melanie Klein então nas linhas da psicanálise inglesa inclusive no Freud no Lacan então isso nem se fala né o Lacan ele define o simbólico como o nome do pai né nome hífen do pai hífen então esses autores vão ver uma grande escancarada na estrutura e falocêntrica subjacente a psicanálise e a Butter vai bater nisso só que existe aí uma permuta né uma permuta de signos também que é uma permuta importante e que traz quer
trazer da tona é só para ter uma um exemplo assim rápido para vocês entenderem né pra gente posicionar um pouco a questão há uma linguista buga muito importante na França né radicou na França chamada Júlia esteval ela trabalha muito no limite entre Literatura e psicanálise e nos anos 70 ela cunhou um termo de intertextualidade a intertextualidade que que é aqueles da viola começou a demonstrar que todos os textos eles são absolutamente impuros né o texto um texto de ficção de um romance ele no fundo ele é um estilhaço de vários fragmentos de vários outros romances
que atravessa a subjetividade do autor e o autor nos dá aquilo como se fosse uma obra pronta fechada e acabada Esses estilhaços subjetivos somos nós nossa subjetividade é um conjunto de pedaços de estilhaços de outros signos que nos atravessam Essa é a Primícias de beleza na França principalmente existe um debate né em torno dessa Liberdade dos signos de recombinação dos signos e a arte né E principalmente a literatura trazem muito isso que o trabalho o tratamento experimental o tratamento de ressignificação dos signos né de uma outra ordem de signos e isso então isso tem uma
fonte nessa visão dos signos que é uma fonte que tá lá ligada a estruturalismo que é uma vertente central do século 20 que se extrai para várias ciências assim Resumindo bastante né Qual que é o diálogo por exemplo né que a Butter ela faz com o Lacan que é um estruturalista atendendo a propósito estruturalismo mas que é alguém que tá vendo codificando a subjetividade a partir da linguagem ora ela vê essa liberdade do signo que não tem uma conexão direta com a realidade e com a naturalidade com a natureza essa liberdade né aquilo que o
Holland barts né também um Pensador genial da cultura da literatura ele vai dizer que os signos eles só se referem a si mesmos assim como desejo isso se refere a si mesmo não tem uma aderência ao mundo externo empírico e portanto Há Uma grande liberdade porque nós podemos produzir esse mundo a medida em que nosso desejo ordena e organiza esse signos Então essa pela chama é isso que a Butter chama de permuta crítica a permuta crítica do signos que é esse movimento então de digamos assim de desconstrução de uma tipo de linguagem hegemônica porque né
Aí é uma herança de foco que também permeia o pensamento do século 20 chega até o século 21 esses autores autores elas estão sempre estão sempre pensando a partir de uma premissa que tá lá no focou que eu acho Central é que não existem é signos ou seres mais ou menos certos ou mais ou menos mais ou menos certo existem na verdade discursos mais ou menos hegemônicos então a gente nunca pode lidar né com a realidade humana pensando se a partir desses critérios de normativos ou valorativos a gente sempre tem que pensar a partir do
que é mais ou menos hegemônico Então essa desconstrução da hegemonia é a desconstrução dos discursos de poder só que a gente tem que ir lá embaixo né tentar cavar lá muito fundo para poder entender que medida que esse discurso de poder não está inserido na própria performance de um grupo minoritário que pode estar replicando fragmentos identitários que foram derivados de um discurso hegemônico essa aqui é um pouco o movimento aí que é um movimento muito Sutil e muito difícil né Então a butler ela estabelece um diálogo com a questão essa altura que Eu mencionei né
fala de Atos corporais subversivos que aqui é um ato corporal subversivo é um corpo intertextual nós vamos falar um pouco sobre isso mais adiante eu quero falar da dona Rara e que é uma teórica feminista também a teoria do cyborg que tá muito conectado com essa noção de um corpo cyborg subversivo porque é um corpo desnaturalizado é um corpo que já é um corpo performático já né que já não é um corpo naturalizado e que é um corpo que pode ser então alterado assim quase que há de infinito isso né aqui na butler tem a
ver com uma questão tem a ver com uma política né uma política do corpo e por fim assim para a gente fechar um pouco essa essa endoscópio aí de coisas né Depois a gente vai conversar um pouco eu queria ouvir vocês existe aí um problema que a noção do que chama de desintegração do corpo seja desintegração da unidade do corpo e o que ela define como sexo fictício porque aí entra nesse debate né E aí também o diálogo também com Lacan quando o Lacan diz que a relação sexual não existe Ora se nós não nos
relacionamos com corpos nós nos relacionamos com signo signos Qual que é a efetividade do gozo é rigoso não diz respeito apenas a uma questão física lógico obviamente fisiológica é o gozo é a plenitude do desejo né tanto que o gozo ele tem uma função precípula super importante na teoria lacraniana a esfera do gozo é quase que a espera da intersecção entre real e Imaginário simbólico onde é que entra o gozo né como é possível gozar já que não os corpos eles são se o sexo é uma ficção dentro de uma performance de signos né então
isso fica como uma espécie de questão volta a dizer né vai colocando pontos de interrogação em cima de pontos de interrogação mas sempre a questão toda né Sempre pensar nessa nos que ela chama de subversões performativos seja há um signo hegemônico se é hegemônico dentro de uma constituição política Deve ser subvertido porque toda hegemonia ela precisa ser criticada a hegemonia ela não é naturalizada não tem corpos ou fórmulas orientações mais ou menos certas volta a dizer existem formas mais ou menos hegemônicas Então essa noção de inscrições corporais subverções performativas tá ligado a essa noção de
performance que Eu mencionei e também é aquilo que ela chama de paródia como a relação entre paródia política é a paródia é um gênero da arte um gênero da literatura Gênese a etimologia de paródia paraóides né rodas é canto é um canto paralelo uma paródia Quando nós temos um texto e esse texto ele assume ele algum outro autor que constrói um texto em cima desse texto parodiando esse texto primeiro então é como se a paródia ela fosse sempre uma corrosão geralmente satírica ou cómica né a paródia não necessariamente mas a paródia sempre tem algum elemento
meio subversivo porque é como se eu fosse tirar a Áurea né no sentido bem Geminiano eu fosse corroer ou trazer para baixo um texto que ele tem um nível Sublime ele tá no nível alto então o ato de parodiar é sempre o ato de subverter um signo pré-existente um texto a paródia ela sempre pressupõe alguma inversão valor Ativa é um texto que ele de um gênero alto ele tá no nível Sublime eu vou parodiá-lo então eu vou jogar logo alguns degraus abaixo né eu vou ridicularizado como o nosso Gregório de Matos faz aqui né no
Brasil aqui na Século 17 né o boca do inferno ele é um paródico satírico ele desconstrói vários outros poemas de outros poetas e a paródia Então ela tem essa força para butler a paródia então era uma força política porque ela sempre tá ligada a uma forma de desconstruir né um signo que ele é relativamente hegemônico então o movimento paródia que o próprio movimento da diferenciação dos signos dentro dessa desse Horizonte aí né que é um Horizonte de gênero né muitas questões aqui que ficam né só para a gente levantar um pouco né a própria noção
de proibição na psicanálise ela Analisa essa questão da proibição que medida que certas coisas são produtivas ou não do ponto de vista psicanalítico em que medida que o sujeito pode ser emancipado ou não né no seu desejo né A partir dessa lógica psicanalítica que é a que Vista nessa ambiguidade que eu tinha mencionado problemas ligados né pontos aqui ligados a questões jurídicas também né E a questão do sujeito mesmo para como uma questão crucial para política e particularmente para política feminista como ela propõe porque é preciso que né o feminino eles ele aparece ele ganha
legitimidade né e a própria questão do sujeito perante a lei né que ela também menciona e a própria hegemonia reguladora da Lei Então veja é para onde a gente vai nos debates de gênero nós podemos pensar que até as leis elas são estruturadas de um ponto de vista que vive certo sujeitos e não outros então por isso é que é preciso a ética né Ela é sempre uma abertura de futuros é a geração de novos de novas possibilidades de justiça e não e não aprisionamento dentro de uma estrutura jurídica dada porque ainda dentro mesmo né
dessa no submarino do binarismo masculino e feminino que permeia tudo como eu tinha dito porque uma categoria epistemológica nós temos até esse problema que é uma circularidade é um ciclo vicioso as categorias jurídicas elas são normatizadoras a normatização se baseia no binarismo masculino e feminino para repor isso na sociedade como uma forma circular e por isso que a gente não consegue gerar novos deveres novos novas linhas né de inclusão novas formas de pertencimento ficou com vontade de ver o curso completo as próximas aulas estão disponíveis na casa do Saber mais para você assistir onde quando
e como quiser clique no link que está na descrição e no primeiro comentário desse vídeo e assim agora mesmo para ter acesso ilimitado a esse e outros cursos do catálogo
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