a noite era Serena na movimentada cidade de Belo Horizonte e João Pedro Ribeiro um renomado empresário Mineiro caminhava lentamente pelo estacionamento do luxuoso Hotel onde acabara de encerrar um evento de gala vestindo um Impecável terno cinza escuro ele parecia a personificação do Sucesso sua postura firme e o olhar distante intimidavam qualquer um que ousasse cruzar seu caminho porém por trás da máscara de controle e segurança João carregar um vazio que anos de glória e Fortuna não conseguiam preencher desde aquele dia fatídico 20 anos atrás sua vida havia mudado para sempre a perda de Helena o
grande amor de sua Juventude deixou cicatrizes profundas que o tempo nunca conseguiu apagar ela havia sido a luz que iluminava seus dias e a lembrança do sorriso dela ainda o perseguia nas noites mais silenciosas naquele instante enquanto cruzava a praça em frente ao hotel uma brisa leve trouxe consigo um aroma que ele não sentia há anos Jasmim a fragrância despertou memórias tão vívidas que ele precisou parar por um momento segurando o peito enquanto uma angústia antiga ressurgia João olhou ao redor em busca da origem daquele cheiro foi quando seus olhos se fixaram em uma mulher
do outro lado da Praça ela estava atrás de uma pequena banca de flores ajeitando arranjos com um cuidado quase ritualístico vesti um simples vestido azul claro e tinha os cabelos escuros presos de maneira despretenciosa algo nela fez seu coração acelerar ele não sabia o porquê mas sentiu como se o tempo tivesse parado seus pés começaram a se mover quase automaticamente na direção dela cada passo em sua direção parecia carregar um peso crescente era impossível não podia ser Helena mas seus olhos diziam o contrário a mulher tinha os mesmos traços de delicados o mesmo jeito suave
de ajeitar os cabelos quando ele estava a poucos metros de distância ela levantou a cabeça e o olhou o mundo de João girou os olhos dela eram os mesmos ele podia jurar que eram uma mistura de surpresa e confusão tomou conta do rosto dela e João sentiu as palavras travarem em sua garganta Me desculpe ele disse tentando suar calmo mas a voz tremia eu só você me lembra alguém a mulher o encarou assustada sem dizer nada deu um passo para trás apertando um pequeno buquê de flores como se aquilo pudesse protegê-la João levantou as mãos
num gesto Pacífico por favor não tenha medo não vou fazer nada por um momento Parecia que ela iria responder mas então com uma rapidez inesperada virou-se e começou a andar apressadamente pela praça João hesitou por um segundo mas algo dentro dele gritou que não podia deixá-la ir ele correu atrás dela chamando espera por favor só quero conversar mas a mulher desapareceu entre a multidão que começava a encher as ruas João parou ofegante sentindo um misto de incredulidade e desespero não podia ser apenas uma coincidência tinha que haver alguma explicação para o que acabara de acontecer
a mesma aparência o mesmo olhar seria Helena Mas como isso seria possível João passou o restante da noite em seu carro estacionado próximo à Praça na esperança de vê-la novamente enquanto esperava sua mente voltava a momentos do passado as lembranças de Helena a maneira como ela ria de suas piadas sem graça o jeito como fazia questão de organizar pequenos jantares em sua casa simples onde ele se sentia mais em paz do que em qualquer hotel cinco estrelas a dor daquela perda voltou com força total ele sabia que Helena estava morta ele mesmo havia ido ao
enterro segurando a aliança dela nas mãos mas aquela mulher era como se ele tivesse visto um fantasma Quando o Sol começou a nascer João pegou o telefone e fez uma ligação para André seu assistente pessoal André preciso que você encontre uma pessoa para mim disse ele com uma firmeza que não admitia questionamentos uma mulher que vende flores na praça sete quero saber tudo sobre ela onde mora quem ela é tudo André acostumado às ordens inusitadas do Chefe apenas respondeu deixe comigo Dr João João desligou exausto mas sentindo algo que não experimentava há muito tempo Esperança
nos dias seguintes ele não conseguiu se concentrar em nada cada reunião parecia interminável e sua mente Estava sempre ocupada com o rosto daquela mulher finalmente após quro dias de espera André retornou com informações Dr João conseguiu o que pediu o nome dela é Ana Beatriz ela vive em um bairro simples aqui de Belo na região de Santa Teresa parece que vive sozinha e trabalha como florista há anos João absorveu as informações com atenção mas o que mais o intrigou foi o fato de que Ana Beatriz parecia não ter nenhuma ligação com seu passado ainda assim
ele precisava vê-la novamente precisava entender o que estava acontecendo naquela noite ele foi até o endereço fornecido por André estacionou o carro em uma esquina discreta e ficou observando a pequena casa de ada desgastada uma luz amarelada escapava pela janela e ele conseguiu vislumbrar a silhueta dela enquanto ajeitava algo sobre uma mesa o coração de João acelerou mais uma vez seria mesmo Helena e se não fosse porque ela o afetava tanto ele sabia que não poderia ficar apenas olhando no dia seguinte voltaria à praça sete e dessa vez não permitiria que Ana Beatriz desaparecesse Antes
de ele ter as respostas que tanto buscava no dia seguinte João Pedro chegou à Praça 7 antes mesmo do nascer do sol o ar ainda estava fresco e as ruas estavam relativamente vazias com apenas alguns trabalhadores apressados e os primeiros ambulantes começando a montar suas barracas Ele estacionou o carro em um ponto estratégico de onde podia observar o local onde Ana Beatriz costumava montar sua pequena banca de flores sua ansiedade era quase palpável enquanto esperava sentia o coração bater tão forte que parecia encher o silêncio da manhã finalmente viu ao longe uma figura conhecida Ana
Beatriz caminhava carregando duas sacolas grandes provavelmente contendo os arranjos que venderia naquele dia João respirou fundo e saiu do carro cruzando a praça em Passos decididos mas tentando não parecer invasivo quando ela começou a organizar suas flores ele se aproximou devagar para não assustá-la novamente Bom dia Dona Ana Beatriz disse ele Gentil ela levantou os olhos visivelmente surpresa mas não demonstrou a mesma inquietação do primeiro encontro Bom dia respondeu com uma voz hesitante enquanto ajustava um pequeno arranjo de Margaridas João percebeu a desconfiança no olhar dela e tentou suavizar a abordagem Me desculpe por incomodá-la
novamente eu a vi outro dia aqui na praça e você me lembrou muito alguém que conhecia há muito tempo isso me deixou intrigado Confesso Ana Beatriz franziu o senho sua expressão misturando curiosidade e cautela acho que o senhor está me confundindo com outra pessoa disse ela com um tom quase defensivo talvez respondeu João rapidamente mas o que me chamou a atenção Foi algo além da aparência é como se bom fosse algo familiar difícil de explicar Ana Beatriz desviou o olhar mexendo nas Flores em um gesto claramente desconfortável mas João percebeu um detalhe ela tocava as
flores de maneira quase automática como se estivesse tentando organizar seus pensamentos enquanto processava as palavras dele desculpe mas eu não costumo ter muitos conhecidos por aqui disse ela finalmente tentando encerrar a conversa João notou que precisava mudar de tática Decidiu não insistir diretamente compreendo Na verdade eu também gosto muito de flores há algo reconfortante nelas não acha Ana Beatriz levantou os olhos rapidamente surpresa com a mudança de assunto sim eu acho respondeu com menos rigidez na voz sempre gostei é uma coisa simples mas me dá paz João sorriu satisfeito por ter conseguido quebrar a barreira
Inicial são Margaridas certo perguntou apontando para um dos arranjos sim elas são resistentes mas delicadas ao mesmo tempo explicou Ana Beatriz parecendo mais à vontade enquanto falava sobre as flores João comprou um pequeno buquê e enquanto ela o preparava ele observava seus gestos havia algo na maneira como Ana Beatriz manuseava as flores que o fazia lembrar de Helena cada movimento era carregado de cuidado e carinho muito obrigado disse ele ao receber o buquê antes de ir embora acrescentou espero não ter causado desconforto prometo que não vou importuná-la mais Ana Beatriz hesitou por um instante como
se estivesse lutando contra algo dentro de si não foi incômodo só não sei se posso ajudá-lo com o que está procurando respondeu ela antes de voltar a arrumar as flores João assentiu e se afastou Mas sabia que não poderia desistir algo naquelas palavras Parecia um convite velado como se ela também sentisse que havia algo inexplicável naquela conexão nos dias seguintes João voltou à Praça sempre com uma desculpa para vê-la às vezes comprava mais flores em outras apenas passava para cumprimentá-la gradualmente Ana Beatriz começou a baixar a guarda emitindo conversas um pouco mais longas ele descobriu
que ela vivia sozinha desde que se mudara para Belo Horizonte há quase 20 anos não tinha família por perto e parecia evitar falar sobre seu passado cheguei aqui jovem com poucas lembranças de onde vim na época só queria começar de novo disse ela em uma tarde enquanto montava um arranjo de rosas vermelhas João percebeu o peso naquelas palavras era como se ela carregasse uma história que não sabia ou não queria compartilhar começos podem ser difíceis comentou ele escolhendo as palavras com cuidado mas também podem ser cheios de possibilidades Ana Beatriz olhou para ele por um
instante e João achou ter visto algo em seu olhar talvez tristeza talvez saudade de algo que nem ela conseguia definir naquela noite de volta ao seu apartamento João pegou uma antiga fotografia de Helena era um retrato dela sorrindo segurando um pequeno arranjo de Margaridas ele passou os dedos pela foto como se pudesse sentir a presença dela novamente por mais irracional que parecesse cada vez mais ele tinha certeza de que Ana Beatriz era Helena mesmo que ela não soubesse disso no dia seguinte João tomou uma decisão voltaria à praça mas dessa vez levaria algo que pudesse
despertar nela a lembrança de quem realmente era vasculhou entre seus pertes até encontrar um pequeno broche em forma de jasmim que havia dado a Helena no aniversário de 3 anos de namoro aquilo seria sua prova com o broche no bolso ele foi até a Praça Ana Beatriz estava lá como sempre organizando suas flores ele se aproximou com uma determinação Renovada Ana Beatriz começou ele em tom suave mas firme tem algo que eu gostaria que visse ela o olhou com desconfiança mas não se afastou João tirou o broche do bolso e o colocou sobre o balcão
improvisado de madeira esse broche pertenceu a alguém muito especial para mim disse ele não sei por mas sinto que deveria mostrar isso a você Ana Beatriz olhou para o broche com atenção por um momento pareceu paralisada como se algo profundo tivesse sido despertado seus dedos tocaram o pequeno objeto com delicadeza e seus olhos se encheram de lágrimas silenciosas eu eu já vi isso antes murmurou ela quase num sussurro João sentiu o coração disparar a lembrança estava ali ele estava perto da Verdade Ana Beatriz Manteve o olhar fixo no broche como se o pequeno objeto carregasse
o peso de um passado perdido seus dedos deslizavam pela superfície do Metal com uma delicadeza quase reverente a respiração dela ficou irregular e por um instante parecia que algo estava prestes a emergir das profundezas de sua memória Onde você conseguiu isso perguntou ela com a voz tremendo João hesitou ponderando se deveria contar tudo de uma vez não queria assustá-la mas também bem sabia que não poderia mentir pertenceu a Helena uma mulher que foi muito importante na minha vida respondeu Ele escolhendo as palavras com cuidado ela usava esse broche sempre e agora você me lembra tanto
ela Ana Beatriz levantou os olhos confusa e visivelmente abalada Helena murmurou repetindo o nome como se fosse familiar mas ao mesmo tempo estranho eu sinto que conheço esse nome mas não sei de onde João um nó na garganta a reação dela era um sinal Claro de que as memórias estavam lá enterradas sob camadas de algo que ele ainda não conseguia compreender Ana Beatriz por favor me perdoe se isso está sendo difícil para você disse ele tentando suavizar a intensidade do momento mas sinto que há uma conexão algo que não consigo ignorar ela deu um passo
para trás cruzando os braços como se precisasse se proteger não sei quem é essa Helena e não sei porque isso parece familiar respondeu ela quase num sussurro mas minha cabeça está confusa talvez você só precise de tempo para entender disse João suavemente não estou pedindo que você acredite em mim agora só peço que me permita estar por perto conversar talvez descobrir juntos o que isso significa Ana Beatriz parecia dividida parte dela queria recusar e se afastar mas outra parte a mesma que segurava o broche com tanta reverência parecia gritar que ela precisava saber mais eu
preciso de um tempo disse ela com os olhos cheios de Lágrimas isso é demais para mim João assentiu percebendo que havia forçado os limites dela tudo bem Não vou pressioná-la se quiser conversar estarei aqui sempre disse ele enquanto dava alguns passos para trás Ana Beatriz Segurou o broche em silêncio sem conseguir dizer mais nada os dias seguintes foram um turbilhão de emoções para Ana Beatriz cada cada vez que olhava para o broche sentia uma onda de sensações que ela não conseguia explicar imagens fragmentadas vinham à sua mente um sorriso uma risada o som de uma
música ao fundo mas tudo era nebuloso como se estivesse olhando para um espelho embaçado enquanto isso João mantinha distância respeitando o espaço dela mas sua determinação apenas crescia ele sabia que Ana Beatriz era Helena mesmo que ela ainda não tivesse consciência disso naquela semana enquanto ele estava em seu escritório André seu assistente entrou carregando uma pasta de documentos Dr João Encontrei algumas informações sobre a senora Ana Beatriz disse ele com o Tom profissional de sempre João pegou a pasta com ansiedade abriu-a rapidamente e começou a ler as informações eram vagas mas suficientes para aumentar ainda
mais o Mistério Ana Beatriz havia chegado a Belo Horizonte cerca de 20 anos atrás com quase nada além de um documento de identidade que parecia recente não havia registros dela antes dessa data como se sua vida simplesmente tivesse começado naquele momento nenhum familiar nada sobre Onde Ela vivia antes perguntou João franzindo o senho nada é como se ela tivesse sido apagada antes de chegar aqui respondeu André João apertou os lábios sentindo o peso da Revelação era impossível ignorar o que tudo aquilo indicava alguém havia deliberadamente criado uma nova identidade para ela mas por quê E
como isso se conectava ao acidente que tirou Helena de sua vida continue investigando ordenou João quero saber cada detalhe André assentiu e saiu do escritório deixando João sozinho com suas reflexões na mesma tarde João decidiu que precisava vê-la novamente voltou à Praça s e para sua surpresa encontrou Ana Beatriz mais cedo do que o habitual como se ela também estivesse esperando por algo quando ele se aproximou percebeu que ela estava segurando o broche na mão como se tivesse pensado muito antes de levá-lo com ela eu sabia que você viria disse ela antes mesmo que ele
pudesse falar João parou surpreso com a afirmação sabia ela assentiu com um leve sorriso que misturava nervosismo e aceitação não consigo parar de pensar nisso disse mostrando o broche e no que você disse João respirou fundo sentindo um misto de alívio e ansiedade Ana Beatriz eu sei que é difícil Sei que tudo isso parece confuso e assustador mas se você me permitir quero ajudá-la a descobrir a verdade ela ficou em silêncio por alguns instantes olhando para ele como se estivesse avaliando suas intenções tudo bem disse ela finalmente Mas só se você prometer que vamos devagar
João assentiu com um sorriso Genuíno prometo nos dias seguintes João e Ana Beatriz começaram a passar mais tempo juntos ele a levava para lugares de Belo Horizonte que poderiam despertar algo em sua memória primeiro a lagoa da Pampulha onde ele e Helena costumavam passear nos fins de semana enquanto caminhavam pela margem Ana Beatriz parecia intrigada Mas nenhum sinal Claro de reconhecimento surgiu Não se preocupe disse João ao notar a frustração dela às vezes as lembranças vêm quando menos esperamos mas foi durante um passeio pela praça da Liberdade que algo mudou enquanto exploravam o Jardim Central
Ana Beatriz parou de repente olhando fixamente para um dos bancos de madeira Eu já estive aqui antes murmurou ela com a voz trêmula João ficou imóvel esperando que ela continuasse era a noite estava tudo tão iluminado e eu estava sentada ali com alguém disse ela apontando para o banco João sentiu o coração acelerar ele sabia exatamente de que noite ela estava falando era o lugar onde ele havia pedido Helena em casamento com alguém Quem era perguntou ele cauteloso Ana Beatriz fechou os olhos pressionando as têmporas como se estivesse tentando puxar a memória para fora da
Escuridão eu não sei é como se o rosto estivesse borrado João segurou a mão dela com delicadeza Não tenha pressa já é um começo Ana Beatriz o olhou seus olhos cheios de Lágrimas pela primeira vez ela parecia aberta a possibilidade de que o que ele dizia pudesse ser verdade e se eu nunca me lembrar perguntou ela quase num sussurro João apertou a mão dela com mais Firmeza então vou te ajudar a construir novas memórias Mas de qualquer forma eu estarei aqui ela sorriu levemente e pela primeira vez João sentiu que estava realmente começando a recuperá-la
mesmo que em pequenos fragmentos o vínculo que começava a se formar entre João Pedro e Ana Beatriz crescia de maneira lenta mas constante ambos pareciam caminhar sobre um terreno frágil cheio de incertezas para João cada dia ao lado dela era um passo em direção à verdade e possivelmente a reconexão com o grande amor de sua vida para Ana Beatriz porém a jornada era mais complexa a presença de João despertava sentimentos e fragmentos de memórias que a confundiam e ao mesmo tempo a atraíam de forma inexplicável naquela semana João decidiu levá-la a um lugar que havia
sido especial para ele e Helena o antigo Casarão onde costumavam passar tardes tranquilas em Ouro Preto longe do caos da cidade grande ele sabia que estava forçando os limites mas algo lhe dizia que aquele lugar poderia ser a chave para abrir as portas das lembranças de Ana Beatriz a viagem até Ouro Preto foi silenciosa Ana Beatriz parecia apreensiva olhando pela janela do carro enquanto as montanhas surgiam no horizonte por Estamos indo para lá perguntou ela finalmente sua voz carregada de desconfiança João a olhou rapidamente Antes de voltar os olhos para a estrada é um lugar
que significa muito para mim Achei que seria bom te mostrar talvez te ajude a encontrar alguma coisa ela suspirou mas não respondeu parte dela queria recuar evitar o confronto com algo que não compreendia mas havia outra parte mais forte que ansiava por respostas mesmo que essem dor quando chegaram ao Casarão Ana Beatriz saiu do carro lentamente seus olhos vagaram pela construção colonial com sua fachada branca e janelas de madeira desgastadas pelo tempo o lugar parecia quase intacto como se tivesse ficado congelado no tempo esse lugar é lindo comentou ela quase num sussurro enquanto dava alguns
passos em direção à entrada João a seguiu de perto observando atentamente cada reação dela era que eu costumava passar os fins de semana com Helena ela adorava esse lugar disse ele com um tom de voz Suave mas carregado de emoção Ana Beatriz parou ao ouvir o nome virou-se para ele com uma expressão indecifrável você fala tanto sobre ela é como se começou Mas então parou como se não quisesse terminar a frase é como se o quê perguntou João dando um passo mais próximo ela Balançou a cabeça desviando o olhar esquece João respeitou o silêncio dela
e abriu a porta do Casarão convidando-a a entrar o interior do lugar era acolhedor com móveis antigos e uma decoração que misturava rusticidade e Charme quando Ana Beatriz cruzou o Limiar algo pareceu mudar ela parou subitamente olhando ao redor com uma expressão confusa Eu já estive aqui murmurou ela segurando o batente da porta como se precisasse se apoiar João sentiu o coração disparar tem certeza Ela fechou os olhos pressionando as têmporas com as pontas dos dedos não sei parece familiar mas eu não consigo lembrar João a levou até a sala de estar onde havia uma
poltrona que Helena costumava ocupar para ler seus livros favoritos Ana Beatriz parou novamente encarando o móvel como se algo dentro dela estivesse tentando emergir essa poltrona disse ela com a voz distante João se ajoelhou ao lado dela falando com delicadeza Helena costumava sentar aqui e ler por às vezes ela lia em voz alta para mim ela adorava a poesia Ana Beatriz tocou a poltrona com as pontas dos dedos suas mãos tremendo levemente Então como uma onda as lágrimas começaram a escorrer por seu rosto eu sinto isso não sei como mas eu sinto João colocou uma
mão sobre a dela apertando suavemente Talvez porque você seja ela Ana Beatriz talvez porque parte de você lembre mesmo que sua mente não consiga explicar ela olhou para ele com os olhos cheios de angústia mas como como isso pode ser possível eu não sou Helena eu sou Ana Beatriz eu sempre fui João suspirou profundamente sabia que a Jornada seria longa e dolorosa não precisa Se forçar a lembrar tudo de uma vez só confie no que sente depois de algumas horas no casarão João e Ana Beatriz voltaram para Belo Horizonte o silêncio durante a viagem era
quase ensurdecedor mas João sabia que estava processando tudo o que havia sentido naquele lugar naquela noite em sua casa Ana Beatriz pegou o broche novamente e ficou olhando para ele enquanto sentada em sua cama sentia-se Exausta como se a visita ao Casarão tivesse drenado todas as suas forças mas ao mesmo tempo havia um fogo novo queimando dentro dela um desejo de entender quem realmente era então algo inesperado aconteceu enquanto olhava para o broche uma memória surgiu em flashes rápidos ela sentada na poltrona do Casarão segurando um livro de poesias ouviu a voz de alguém suave
e calorosa recitando versos ao fundo ela deixou o broche cair no chão levando as mãos à cabeça meu Deus o que está acontecendo comigo sussurrou no dia seguinte Ana Beatriz procurou João ela o encontrou em seu escritório e ele ficou surpreso ao vê-la tão cedo Ana Beatriz mas está tudo bem perguntou ele preocupado ela entrou fechando a porta atrás de si e respirou fundo antes de falar eu tive uma memória ou algo assim não sei explicar mas foi sobre o casarão e sobre alguém lendo poesia João sentiu um arrepio percorrer seu corpo Helena adorava poesia
você costumava ler para mim ela Balançou a cabeça lutando contra as emoções eu não sei se sou essa Helena João não sei o que pensar mas quero descobrir João se levantou seu olhar determin vamos fazer isso juntos Ana Beatriz seja qual for a verdade eu estarei ao seu lado ela assentiu pela primeira vez deixando escapar um pequeno sorriso Obrigada acho que preciso confiar em alguém agora e naquele momento João soube que finalmente havia uma chance real de trazer Helena de volta não apenas em fragmentos mas como a mulher que Ele amava os dias que se
seguiram foram intensos para Ana Beatriz e João Pedro ela começou a abrir espaço em sua vida para explorar as possibilidades do passado que João insistia em trazer à tona mas ao mesmo tempo isso a enchia de medo o que aconteceria se de fato ela fosse essa tal Helena e se nunca conseguisse lembrar completamente João por outro lado estava cada vez mais convicto de que Ana Beatriz era Helena mesmo que ainda não tivesse todas as peças do quebra-cabeça decidiu buscar ajuda profissional para tentar desbloquear as memórias dela conversou com um renomado psicólogo especializado em traumas e
Amnésia o Dr Rafael Costa que concordou em atender Ana Beatriz na manhã marcada Ana chegou ao consultório com passos hesitantes João a acompanhava e ela parecia visivelmente desconfortável tem certeza de que isso é necessário perguntou ela olhando para João com uma mistura de apreensão e desconfiança acho que pode ajudar respondeu ele com calma e você não precisa fazer nada que não se sinta pronta ela respirou fundo e assentiu entrando no consultório Dr Rafael era um homem tranquilo com uma voz Serena e gestos cuidadosos ele iniciou a conversa de forma simples tentando fazer Ana Beatriz se
sentir à vontade Ana me conte um pouco sobre você pediu ele com um sorriso Gentil ela olhou para as mãos e hesitou antes de responder não há muito o que contar eu cheguei em Belo Horizonte há muitos anos não lembro muito do que aconteceu antes disso tenho flashes pedaços de imagens mas nada que faça sentido o psicólogo a ouviu atentamente e esses flashes essas imagens São recentes ou você sempre teve essas sensações sempre tive mas elas ficaram mais fortes nas últimas semanas respondeu lançando um olhar rápido para João isso é comum quando algo ou alguém
estimula memórias adormecidas explicou Rafael de maneira tranquilizadora o cérebro tem formas interessantes de proteger você de experiências dolorosas às vezes ele bloqueia lembranças como um mecanismo de defesa Ana Beatriz Balançou a cabeça processando as palavras então você acha que eu que eu poderia estar escondendo algo de mim mesma não é exatamente esconder é mais como se sua mente tivesse guardado essas memórias em um cofre pode ter sido algo traumático ou simplesmente intenso demais para processar na época Rafael sugeriu algumas de terapia e propôs técnicas de relaxamento que poderiam ajudar a acessar essas Memórias de forma
segura Ana Beatriz aceitou relutante mas com uma centelha de esperança nas semanas seguintes nas Ana Beatriz começou a frequentar as sessões aos poucos os flashes tornaram-se mais frequentes e por vezes mais nítidos durante uma das sessões enquanto estava em estado de relaxamento profundo ela falou algo que deixou João intrigado flores eu vejo Flores Muitas delas e um perfume e um jasmim João sentiu um aperto no coração Helena sempre usava um perfume de jasmim o mesmo que ele havia sentido naquela noite na praça e o que mais você vê perguntou o psicólogo incentivando-a a continuar um
quarto tem uma cama grande e cortinas Claras há uma voz ela está chamando meu nome ela abriu os olhos de repente visivelmente assustada isso é real per perguntou ela com a voz trêmula Rafael acalmou Ana Beatriz explicando que essas sensações eram sinais de que suas memórias estavam começando a emergir enquanto isso João continuava investigando o passado de Ana Beatriz com a ajuda de André em uma noite André trouxe uma descoberta Inesperada Dr João encontrei algo que pode ser relevante disse ele entregando um envelope João abriu e encontrou um relatório sobre um acidente ocorrido 20 anos
atrás na estrada que conectava Ouro Preto a Belo Horizonte no relatório havia menção a uma mulher não identificada que havia sido encontrada inconsciente e sem documentos após o acidente foi na mesma época em que Helena desapareceu disse João quase num sussurro André sentiu o que mais me chamou a atenção foi que essa mulher foi levada para um hospital local mas os registros dela desaparecem pouco tempo depois João apertou os lábios sentindo um misto de esperança e frustração era mais uma peça do quebra-cabeça mas ainda faltavam muitas para completar a imagem naquela noite João decidiu contar
a Ana Beatriz sobre a descoberta ele a encontrou em casa visivelmente cansada após mais uma sessão de terapia eu preciso te mostrar algo disse ele entregando o relatório do U Ela leu em silêncio e seus olhos se arregalaram à medida que avançava um acidente murmurou eu eu lembro de algo sim não sei se é real Mas lembro de uma sensação de estar em um carro e depois silêncio João a observava atentamente sentindo que estava chegando mais perto da verdade talvez esse seja o ponto de partida o acidente pode ter mudado tudo sugeriu ele Ana Beatriz
fechou os olhos tentando organizar as memórias que vinham como pedaços soltos de um quebra-cabeça eu não sei o que fazer com isso João é assustador ele segurou as mãos dela firmemente você não precisa enfrentar isso sozinha vamos descobrir tudo juntos ela respirou fundo Deixando as lágrimas caírem pela primeira vez permitiu-se confiar completamente nele João sabia que o próximo passo seria fundamental ele decidiu voltar ao hospital mencionado no relatório na esperança de encontrar registros perdidos ou alguém que se lembrasse do caso quando contou o plano A Ana Beatriz ela hesitou mas concordou em ir com ele
o caminho até o hospital foi tenso mas ambos sabiam que precisavam enfrentar o passado ao chegar foram recebidos por uma recepcionista que inicialmente não encontrou nada nos sistemas atuais mas quando mencionaram o ano do acidente ela os conduziu a uma sala de arquivos antigos Não prometo que encontraremos algo mas vocês podem procurar à vontade disse ela antes de deixá-los sozinhos João e Ana Beatriz começaram a vasculhar caixas cheias de fichas e documentos amarelados pelo tempo atenção no ar era quase palpável finalmente após quase uma hora de busca Ana Beatriz parou de repente aqui tem meu
nome disse ela apontando para um registro João pegou o documento e Leu em voz alta era uma ficha médica de uma paciente identificada como Ana Beatriz admitida com amnésia Severa após um acidente de carro é você disse ele com a voz embargada ela pegou o papel com as mãos trêmulas lendo as palavras como se fossem uma ensa de vida Eu estava perdida completamente perdida João a abraçou sentindo que aquele era um momento crucial nós encontramos o começo Ana agora vamos encontrar o resto e naquele momento ambos sabiam que estavam mais perto da verdade do que
nunca o peso da descoberta no hospital deixou Ana Beatriz atordoada segurar aquele pedaço de papel com registros que confirmavam a existência de uma vida que ela não reconhecia era como segurar uma chave para um cofre selado por décadas João a observava com preocupação enquanto saíam do hospital vamos devagar Ana não precisamos correr disse ele enquanto segurava a porta do carro para ela João se tudo isso for verdade por que eu não consigo lembrar completamente perguntou sua voz carregada de frustração ele suspirou antes de responder às vezes a mente demora para aceitar certas coisas você passou
anos Vivendo como Ana Beatriz talvez sua própria mente esteja Resistindo ao que está vindo à tona ela assentiu mas a confusão em seus olhos era Evidente os dias que se seguiram foram uma montanha russa emocional Ana Beatriz mergulhou nas sessões de terapia com o Dr Rafael determinada a encontrar respostas As Memórias vinham como fleches o som de risadas em um jardim a sensação de estarem um carro à noite e cada vez mais frequente a imagem de João ao seu lado em uma sessões um detalhe novo emergiu havia uma festa um evento grande disse ela enquanto
o Dr Rafael aiava pelo relaxamento profundo eu estava usando um vestido azul João que havia começado a acompanhar as sessões de perto sentiu o coração disparar uma festa lembra de mais alguma coisa perguntou tentando conter a ansiedade Ana franziu a testa claramente tentando acessar mais informações um homem estava comigo ele segurava minha mão eu estava feliz mas depois depois tudo ficou escuro ela abriu os olhos de repente visivelmente abalada era você não era perguntou ela encarando João ele assentiu a voz embargada Sim era eu a festa foi a última vez que tive antes antes do
acidente O silêncio que se seguiu foi pesado Ana Beatriz sentia a realidade se aproximando mas ainda parecia lutar contra algo Invisível o que aconteceu naquela noite João perguntou com os olhos cheios de lágrimas ele respirou fundo preparando-se para contar uma verdade que ele mesmo evitava reviver estávamos voltando para casa depois do evento eu estava dirigindo e você estava tão feliz falávamos sobre nossos planos para o futuro mas na estrada fomos atingidos por outro carro foi tudo tão rápido quando acordei no hospital me disseram que você ele parou sua voz embargando me disseram que você tinha
morrido Ana Beatriz levou a mão ao peito como se pudesse sentir a dor daquela noite mas eu não morri alguém me trouxe para outro hospital e me deram esse nome por quê João Balançou a cabeça é isso que ainda Precisamos descobrir na mesma noite João recebeu uma ligação de André Dr João encontrei algo nos registros antigos que pode ser relevante parece que o hospital onde Ana foi levada estava ligado a um homem chamado Alberto Rezende esse nome diz algo para o senhor João congelou ao ouvir o nome meu pai murmurou sentindo a raiva subir por
seu corpo sim Doutor parece que ele teve alguma influência sobre o que aconteceu com Ana Beatriz após o acidente há registros de visitas dele ao hospital naquela época João desligou o telefone sem dizer mais nada ele sentiu o estômago revirar ao conectar as peças do quebra-cabeça Era exatamente o tipo de coisa que seu pai faria o controle a manipulação tudo fazia Ass sentido agora ele não apenas acreditava que seu pai havia separado os dois mas agora tinha provas concretas de que ele estivera envolvido na criação de uma nova identidade para Helena no dia seguinte João
foi até a mansão de sua família decidido a confrontar o pai Alberto Rezende estava sentado em seu imponente escritório cercado de livros e decoração que exalavam poder quando João entrou a expressão do homem não demonstrou surpresa João Pedro devo a honra perguntou Alberto com a voz carregada de sarcasmo João se aproximou lentamente segurando o relatório que André havia lhe dado eu quero respostas pai sobre Helena ou melhor Ana Beatriz Alberto ergueu uma sobrancelha mas permaneceu calmo não sei do que você está falando João jogou os papéis sobre a mesa eu sei que você esteve envolvido
com o hospital para onde ela foi levada depois do acidente sei que você ajudou a criar uma nova identidade para ela quero saber por o rosto de Alberto endureceu ele pegou os papéis leu por alguns segundos e então jogou os documentos de lado fiz o que era necessário João aquela mulher não era adequada para você ela nunca seria parte da nossa família você não tinha o direito gritou João sentindo a raiva transbordar tinha todo o direito eu sou seu pai fiz isso para proteger você João sentiu as mãos tremerem proteger de quê de ser feliz
se levantou encarando o filho com uma frieza cortante proteger o legado da nossa família você não entende agora mas um dia vai entender João Balançou a cabeça incrédulo não pai o que você fez foi destruir Duas Vidas e agora eu vou consertar isso sem esperar resposta João saiu do escritório decidido a contar toda a verdade a Ana Beatriz quando João chegou ao apartamento dela Ana Beatriz estava sentada no sofá abraçando uma fada como se precisasse de apoio ele se sentou ao lado dela segurando suas mãos eu descobri quem está por trás de tudo Ana foi
meu pai ele te tirou de mim ele te escondeu criou uma nova identidade para você Ana Beatriz o encarou seu rosto uma mistura de choque e descrença por quê Por que alguém faria isso porque ele achava que você não era boa o suficiente para a nossa família respondeu João com a voz embargada ela afastou as mãos dele lev levando-se do sofá com os olhos cheios de lágrimas eu perdi tudo por causa de um Capricho por causa de um homem que decidiu brincar com a minha vida João se levantou também aproximando-se dela com cuidado eu sinto
muito Ana sinto muito por não ter protegido você mas agora eu estou aqui e vou fazer tudo o que puder para que você tenha sua vida de volta ela o olhou por longos segundos antes de finalmente assentir deixando que ele a abraçasse eu quero lembrar João quero lembrar de tudo e naquele momento João sabia que ambos estavam prontos para enfrentar o que viesse pela frente juntos depois da revelação devastadora sobre o envolvimento de Alberto Rezende Ana Beatriz e João Pedro começaram a reconstruir o passado juntos a determinação dela em descobrir quem realmente era só aumentava
mas isso também trazia novas dores a cada fragmento de memória que emergia Ana sentia como se estivesse carregando Duas Vidas A de Ana Beatriz construída ao longo de 20 anos e a de Helena que ressurgia em pedaços desconexos e carregados de Emoções João por sua vez havia rompido de vez com o pai embora soubesse que isso poderia acarretar consequências irreversíveis nada parecia mais importante do que ajudar Ana a se reconectar com a mulher que havia sido uma tarde enquanto Ana Beatriz descansava no pequeno Jardim atrás de sua casa João apareceu com algo em era uma
antiga fotografia achei que talvez isso pudesse te ajudar disse ele sentando-se ao lado dela Ana pegou a foto hesitante mostrava um casal sorridente claramente apaixonado Helena e João eles estavam sentados em um banco Sob a Sombra de Uma Árvore Florida com o sol iluminando seus rostos ela tocou a imagem com os dedos sentindo um nó apertar em sua garganta eu me lembro desse lugar murmurou surpresa João arregalou os olhos lembra ela assentiu com lágrimas brotando nos olhos a árvore o banco eu estava tão feliz e você estava lá comigo João segurou a mão dela emocionado
era o parque onde íamos sempre você dizia que aquele banco era nosso lugar no mundo Ana fechou os olhos tentando puxar a lembrança com mais força por Eu sinto que perdi tanto João mesmo agora mesmo lembrando parece que falta algo ele apertou a mão dela com mais força Como se quisesse transferir sua força para ela Você não perdeu tudo Ana Estamos recuperando isso juntos os flashes de memória começaram a se intensificar durante outra sessão de terapia Ana Beatriz lembrou-se de detalhes sobre o dia do acidente era noite a estrada estava molhada começou ela com a
voz trêmula estávamos rindo de algo bobo você segurava minha mão João sentado na poltrona ao lado não conseguia esconder a emoção lembra de mais alguma coisa perguntou ele à voz baixa quase temerosa um farol vindo rápido demais um impacto e depois silêncio ela abriu os olhos ofegante foi tão rápido tudo desapareceu Rafael o psicólogo interveio com suavidade Você está acessando lembranças Profundas Ana isso é um bom sinal mas pode ser emocionalmente exaustivo eu preciso continuar quero saber como sobrevivi como acabei onde estou agora insistiu ela João decidiu investigar mais a fundo os registros do hospital
onde Ana Beatriz havia sido internada após o acidente foi lá que encontrou uma pista crucial o nome de uma enfermeira que trabalhava na unidade naquela época seu nome era dona Rosa e Ela vivia agora em um pequeno sítio nos arredores de Belo Horizonte sem perder tempo João e Ana foram até o local a casa era simples rodeada por árvores frutíferas e Flores uma senhora de cabelos brancos abriu a porta com um sorriso acolhedor mas carregando a sabedoria de quem já tinha visto muito na vida vocês devem ser os visitantes que ligaram disse ela conduzindo-os até
a sala depois de uma introdução breve João foi direto ao ponto Dona Rosa estamos investigando o que aconteceu com Ana Beatriz ou Helena como eu a conhecia sabemos que ela foi internada no Hospital onde a senhora trabalhava após um acidente há 20 anos os olhos da mulher se estreitaram como se estivesse buscando lembranças em sua memória Ah sim a moça do acidente eu lembro ela chegou em estado grave sem documentos sem nada não sabíamos quem ela era Ana sentiu o coração disparar o que aconteceu comigo depois disso Dona Rosa hesitou Mas continuou um homem apareceu
disse que sabia quem você era e que cuidaria de tudo ele tinha uma presença assustadora sabe Muito firme Parecia ter poder João apertou os punhos Sabendo exatamente de quem ela falava meu pai a enfermeira assentiu sim ele deu instruções para que você fosse transferida para outra unidade longe de Belo Horizonte e depois disso nunca mais ouvi falar de você Ana Beatriz levou a mão à boca processando as palavras ele me apagou ele decidiu por mim dona Rosa a olhou com compaixão ele pode ter apagado o seu passado minha filha mas não pode apagar quem Você
realmente é a conversa com Dona Rosa foi o ponto de virada Ana Beatriz decidiu que precisava enfrentar tudo mesmo que isso significasse encarar as partes mais dolorosas de sua história João sugeriu que voltassem ao casarão em Ouro Preto acreditando que a imersão em um lugar tão significativo poderia ajudá-la a conectar as peças que ainda faltavam no caminho Ana estava silenciosa mas determinada quando chegaram ela entrou na casa com passo firmes como se fosse sua primeira vez e ao mesmo tempo como se conhecesse cada canto Este Lugar é como se estivesse vivo em mim disse ela
olhando ao redor João a seguiu enquanto ela explorava o casarão quando chegaram à sala Onde ficava a poltrona favorita de Helena Ana Beatriz parou de repente Aqui começou ela olhando fixamente para a poltrona foi aqui que você me pediu em casamento não foi João ficou imóvel chocado como você ela se virou para ele com lágrimas nos olhos mas um sorriso em seu rosto eu lembrei João eu lembrei de nós João não conseguiu conter as lágrimas aproximou-se e a abraçou com força sentindo como se o peso de anos de perda e dor finalmente Estivesse se dissipando
Helena murmurou ele pela primeira vez chamando-a pelo nome que ela havia esquecido ela o olhou ainda emocionada mas com a determinação de quem estava pronta para lutar por sua idade Sou Helena sou Ana Beatriz Talvez seja as duas Mas acima de tudo sou alguém que não vai mais deixar que decidam por mim João assentiu sentindo uma profunda admiração pela força dela e eu vou estar ao seu lado não importa quem você escolha ser o retorno de Helena era quase completo mas ambos sabiam que o Confronto Final com Alberto Rezende ainda os aguardava a verdade precisava
ser exposta e Helena queria Justiça pela vida Que lhe fora roubada Helena sentia-se como alguém que havia acabado de Despertar de um longo sonho onde realidade e ilusão se misturavam cada memória recuperada trazia mais força mas também mais dor saber que sua vida tinha sido deliberadamente manipulada reacenda um fogo em seu coração ela não deixaria as mentiras de Alberto Rezende ficarem impunes João a apoiava em cada passo Mas sabia que o momento mais difícil estava por vir confrontar seu pai seria mais do que uma juste de contas seria enfrentar o homem que moldou sua própria
vida com o mesmo controle Cruel que havia usado para apagar Helena do mundo na manhã do confronto João levou Helena para a mansão da família Rezende ela estava vestida de forma simples mas havia uma dignidade imponente em sua postura era como se cada passo que dava fosse um lembrete de que ela havia sobrevivido ao pior e que agora estava pronta para enfrentar seu algoz Alberto os recebeu em seu escrit o mesmo onde João havia descoberto a verdade semanas antes ele estava sentado atrás de sua mesa com a mesma expressão impassível que usava para intimidar adversários
em negociações vejo que trouxe companhia desta vez João Pedro disse Alberto seu Tom carregado de sarcasmo Helena deu um passo à frente com os olhos fixos nele você sabe quem eu sou perguntou ela sua voz calma mas carregada de intensidade Alberto ergueu uma sobrancelha fingindo interesse claro que sei você é a mulher que insiste em causar confusão na vida do meu filho não eu sou Helena a mulher que você tentou apagar a mulher que você roubou de João Pedro a resposta rápida e cortante pegou Alberto despreparado pela primeira vez ele hesitou seus olhos vacilando por
um breve momento antes de recuperar a compostura eu fiz o que era necessário fiz o que qualquer pai faria para proteger seu filho de escolhas imprudentes João interveio sua voz carregada de indignação escolhas imprudentes amar Helena era imprudente construir uma vida juntos era imprudente Você destruiu nossas vidas por causa do seu egoísmo Alberto levantou-se lentamente o rosto endurecendo eu criei você para ser um líder João Pedro para ser forte Helena não era parte desse plano Helena deu outro passo à frente desafiadora eu não era parte do seu plano que direito você tinha de decidir isso
você me reduziu a me apagou como se minha vida não tivesse valor mas aqui estou eu recuperada inteira e disposta a lutar pelo que você tentou destruir Alberto ficou em silêncio sua expressão fria começando a se desfazer você não entende garota tudo o que fiz foi pelo Bem Maior pelo seu bem maior corrigiu Helena você não queria que seu filho fosse feliz queria que ele fosse uma extensão do seu poder do seu legado João olhou diretamente para o Pai João a dor misturada A Fúria em sua voz eu não sou você pai nunca quis ser
e agora tudo o que eu quero é que você pague pelo que fez ao longo dos dias seguintes Helena e João começaram a buscar Justiça formal Alberto havia usado sua influência para manipular hospitais criar identidades falsas e separar Duas Vidas que estavam destinadas a ficar juntas mas agora com provas documentais e testemunhas como Dona Rosa a verdade estava pronta para ser revelada os escândalos vieram à tona rapidamente Alberto Rezende outrora uma figura imponente no mundo dos negócios tornou-se alvo de Investigações que expuseram sua rede de manipulações ele perdeu Aliados contratos e acima de tudo o
respeito da sociedade que tanto valorizava mas para Helena A maior vitória não era vê-lo cair era recuperar sua própria história algumas semanas depois Helena e João estavam de volta ao Casarão de Ouro Preto o lugar que um dia simbolizar tudo o que haviam perdido agora era um refúgio para tudo o que estavam reconstruindo parece surreal estar aqui sabendo de tudo agora disse Helena olhando para o Jardim onde costumavam passear João aproximou-se segurando sua mão com firmeza não importa o que perdemos o que importa é o que temos agora ela sorriu sentindo uma paz que não
experimentava há anos obrigada João por nunca desistir de mim ele sorriu de volta eu sabia que você ainda estava aqui Helena sempre soube naquele momento ele se ajoelhou tirando um pequeno anel do bolso Não quero perder mais um segundo sem você casa comigo Selena as lágrimas escorreram pelo rosto dela mas dessa vez eram de alegria sim João mil vezes sim o casamento foi uma celebração simples mas repleta de amor amigos próximos e pessoas que os apoiaram na jornada estiveram presentes incluindo Dona rosa e o Dr Rafael Helena finalmente sentia-se completa ela havia recuperado sua identidade
sua história e o amor que nunca deixou de existir João sabia que o futuro ainda guardava desafios mas estava pronto para enfrentá-los ao lado dela naquela noite enquanto dançavam sob as estrelas no jardim do Casarão Helena sussurrou no ouvido de João agora somos livres e com um sorriso Ele respondeu sempre fomos só precis encr novamente eles continuaram a dançar enquanto a lua cheia iluminava o começo de uma nova vida uma vida construída sobre a força do amor da resiliência e da Verdade fim