[Música] Olá! Começa agora pela TV Novo Tempo mais um programa Evidências, sempre na busca de fatos que comprovem a veracidade histórica da Bíblia Sagrada. No programa de hoje, vamos discutir um assunto delicado: o uso do álcool e as Escrituras Sagradas.
Especialmente, houve cristãos que seguem os preceitos bíblicos que podem beber moderadamente. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), não há vantagem alguma em consumir álcool. O uso prejudicial de bebidas alcoólicas está relacionado com 22% dos suicídios, 22% da violência interpessoal, 15% das lesões causadas no trânsito, 30% dos cânceres de boca e garganta, 25% das pancreatites, 12% dos casos de tuberculose, 10% dos cânceres de intestino grosso, 8% dos cânceres de mama, 8% das doenças cardíacas e 50% dos casos de cirrose.
Para aqueles que provavelmente têm a Bíblia como conduta de fé e prática, provavelmente não precisariam passar por uma experiência como esta para rejeitarem completamente um copo de cerveja ou uma taça de vinho. Basta seguir os conselhos que estão aqui na própria Palavra de Deus. Quer ver?
O vinho é zombador, e a bebida fermentada provoca brigas. Não é sábio deixar-se dominar por eles (Provérbios 20:1). Ai dos que são campeões em beber vinho e mestres em misturar bebidas (Isaías 5:22).
Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito (Efésios 5:18). De quem são as tristezas e as brigas? De quem são os ferimentos desnecessários?
De quem são os olhos vermelhos dos que se demoram bebendo vinho, dos que andam à procura de bebida misturada? (Provérbios 23:29-30). Esses textos parecem claros.
Existem, porém, dois problemas que precisamos reconhecer. O primeiro é que muitos teólogos, ao lerem estes e outros textos bíblicos, chegam à conclusão de que a Bíblia não proíbe a bebida nem prescreve a abstinência, salvo alguns casos. O que ela condena é a embriaguez.
Em outras palavras, desde que se beba com moderação, não se pode dizer que aquilo seja um pecado prescrito nas escrituras. Um texto muito usado para sustentar esta ideia é o que está em Eclesiastes, capítulo 10, versos 19, que diz: "O banquete é feito para divertir, e o vinho torna a vida alegre, mas isso tudo se paga com dinheiro. " A ideia é que as bebidas alcoólicas estão ligadas à alegria, são agradáveis e podem animar uma festa.
O que se precisa é de moderação. O segundo problema com esse tema está no próprio comportamento de Jesus, que aparentemente bebia vinho. Pelo menos é o que diz a leitura de Lucas, capítulo 7, versos 33 e 34: "Porque veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e dizem: 'Tem demônio.
' Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: 'Eis aí um homem comilão e bebedor de vinhos, amigo dos publicanos e dos pecadores. '" E então, como entender isso? Optamos pela abstinência ou pelo ato de beber moderadamente?
Antes de entrar no texto bíblico propriamente dito, deixe-me dizer uma coisa para você: ainda que exista uma afirmação popular de que beber uma taça de vinho por dia traz benefícios ao coração, saiba que nem todos os médicos concordam com isso. Aliás, a coisa não é bem assim. De acordo com o doutor Michael Mosley, consultor médico da BBC de Londres, qualquer quantidade de álcool que você ingerir irá provocar um aumento nos riscos de desenvolver algumas formas de câncer, particularmente o câncer de mama, incluindo algumas ocorrências mais raras da doença em partes do corpo, como a cabeça, o pescoço e a garganta.
É claro que esses riscos são menores quando se bebe moderadamente, mas eles tendem a crescer rapidamente conforme avança a ingestão de drinks. Sobre a questão de que beber vinho faz bem ao coração, o Dr Lei, entrevistando vários outros especialistas, concluiu que a verdade é que as uvas e, por consequência, o vinho, têm uma substância chamada resveratrol, que, segundo estudos, diminui os níveis de um tipo de colesterol que pode se acumular nas paredes dos vasos sanguíneos e, no limite, causar obstruções e doenças cardiovasculares. O problema, segundo os especialistas, é que esse benefício só é alcançado se o consumo for uma quantidade muito grande de vinho, e os malefícios desse hábito seriam muito grandes.
Aliás, tão sérios que incluem todos os riscos de cânceres que eu acabei de mencionar. Portanto, esta vantagem se tornaria pequena diante de tantos malefícios. De fato, segundo o professor Tim Stoke, diretor do Centro de Pesquisas sobre Dependência Química da Universidade de Victoria, no Canadá, há pelo menos 60 diferentes formas do álcool te fazer mal ou te matar, e não apenas por meio de doenças óbvias, como as de fígado.
O consumo de bebida alcoólica, em qualquer quantidade, aumentaria o risco de mulheres desenvolverem câncer de mama. Teríamos 10% a menos de mortes no mundo por causa desta doença se ninguém beber. Assim, a conclusão que tiramos de tudo isso é que não há vantagem, em bioquímica alguma, no hábito de beber.
O máximo que o consumo moderado pode trazer são eventuais — repito, eventuais — benefícios sociais. Mas voltamos à pergunta: e quanto à Bíblia? O que ela de fato defende e o que ela condena?
Para começo de conversa, eu sei que alguns podem dizer que não há nos Dez Mandamentos nenhuma ordenança do tipo "não beba", e isso é verdade. Mas ali estão resumidos os princípios éticos de Deus e não detalhe por detalhe de tudo o que se deve ou não fazer. Não está tudo ali.
Por exemplo, ali não diz "não escravizar", ali não diz "não ter práticas racistas ou preconceituosas". Mas note que, no Novo Testamento, Jesus amplia os Dez Mandamentos, dizendo, por exemplo, que até o xingamento pode ser uma forma de transgredir o mandamento que diz "não matarás". Pois bem, vamos ver então o.
. . Que o texto bíblico diz: esta é a palavra mais comum na Bíblia para vinho.
Se lê "ônibus". O dicionário afirma que o ônus é um termo geral para vinho, e podemos classificar isso como se referindo tanto ao vinho fermentado ou embriagante quanto ao suco de uva, natural ou não fermentado. Nesse caso, o ônus é definido pelo contexto, que ajudará a definir qual dos vinhos a palavra se refere.
Aristóteles, por exemplo, escreveu no tratado "Metrológica" o seguinte: "Alguns tipos de vinhos, oi nos, como por exemplo o vinho não fermentado, glaucus, se solidificam quando ofendidos. " Como você pode ver, Aristóteles claramente usa a palavra ônus para falar de um suco de uva ou de um vinho não alcoólico. Agora, vamos ver mais alguns exemplos.
Anacreonte foi um poeta lírico grego que viveu 500 anos antes de Cristo. Ele era conselheiro de Pólis Grátis, o tirano de Sápatos. Num dos seus ódios gregos, ele diz: "Extrema, a uva, deixe sair um vinho ônibus.
" Ora, este vinho que o poeta fala, aquele que sair imediatamente da uva espremida, não pode ser outro senão o suco de uva natural e não o vinho fermentado. Nicandro, que viveu no segundo século antes de Cristo, também escreve a respeito de espremer a uva, e ele a chama de óleos, o suco daí produzido. Estes são apenas alguns exemplos, mas eu poderia dar outros.
Agora, como eu falei, a palavra ônibus pode referir-se tanto ao vinho fermentado ou alcoólico quanto ao suco de uva. É o contexto que determina. Por exemplo, quando Paulo diz: "Não vos embriagueis com vinho" (Efésios 5:18), é claro que estava se referindo ao vinho alcoólico.
Por outro lado, quando lemos em Apocalipse, capítulo 19, versículo 15, Cristo pisando o lagar do vinho da ira de Deus, evidentemente estava falando de um vinho, a princípio, não fermentado, pois é aquele vinho recém-espremido com os pés. Agora, antes de falar dos termos hebraicos e aramaicos para vinho no Antigo Testamento, é importante lembrar o seguinte: por volta do ano 200 antes de Cristo, os judeus fizeram uma tradução grega do Antigo Testamento, à qual chamaram de "Septuaginta". Pois bem, nesta versão grega dos judeus, eles usaram o termo ônibus para traduzir diferentes palavras hebraicas, tanto referentes ao vinho fermentado quanto ao suco de uva.
O que permite concluir que os autores, tanto do Antigo Testamento quanto os do Novo Testamento, aqueles que escreveram em grego, claramente entendiam que o ônus, fora do contexto, poderia ser um termo dúbio. Em outras palavras, vinho na Bíblia não é exatamente, em todos os termos, em todos os textos, um vinho alcoólico, como muitos imaginam. Agora, é claro que existem também outras palavras gregas, mais raramente usadas, que são inequívocas para falar do vinho fermentado ou não fermentado.
Por exemplo, glaucus, que aparece em Atos 2:13, e "oi" que aparece em Lucas 1:15. No Antigo Testamento, temos o termo aramaico "tzeror", que aparece em Esdras 6:9 e Daniel 5:1-4. O contexto não deixa dúvida de que se trata de uma bebida fermentada, uma bebida embriagante.
Também do Antigo Testamento existem várias outras palavras para falar do vinho, e muitas são claramente referentes à bebida alcoólica. Por isso, não preciso me delongar nelas, mas vamos falar das principais. E "ia" é a palavra que mais aparece no Antigo Testamento, em pelo menos 140 passagens.
Como o ônus, ela também é dúbia e pode significar tanto vinho alcoólico quanto suco de uva. Novamente, é o contexto que vai nos dizer o seu significado. Há, por exemplo, em Gênesis 9:1, diz que Noé, bebendo do vinho, se embriagou; portanto, era um vinho alcoólico.
Mas em Lamentações 2:12, fala de meninos e crianças de peito carentes de pão e vinho; novamente, ia, logicamente, só poderia estar falando do suco de uva não fermentado, pois o vinho não seria dado a crianças. Os hebreus também tinham uma palavra "tzeror" para referir-se, desta vez, exclusivamente ao suco de uva não fermentado. Esta inequivocadamente não se refere a uma bebida embriagante.
Agora, voltando a falar da versão grega da Septuaginta, ambas as palavras "tzeror" e "ia" são traduzidas por "ônibus", o que torna o termo ainda mais dúbio, um tanto confuso. Mas e quanto a textos em que Deus parece falar bem do vinho? A palavra que aparece ali não é "tzeror", ou não fermentado, e sim a dúbia palavra "ia".
Por exemplo, Eclesiastes 9:7 é um desses textos; ali diz: "Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe o teu vinho com o coração contente, pois há muito Deus se agrada das suas obras. " Como resolver esse texto tão complicado? Bem, aqui podemos então dar duas respostas.
A primeira seria que, como o termo é dúbio, não podemos afirmar que Deus esteja sugerindo beber esse tipo de vinho. Além disto, o fato de alguns patriarcas, como Noé e Ló, terem bebido em determinadas ocasiões não prova o endosso divino a essa prática. Existiam outros costumes antigos, como, por exemplo, a poligamia, que era tolerada por Deus, mas não sancionada por Ele.
O mesmo Antigo Testamento que menciona esses casos de embriaguez também faz advertências sérias contra a bebida, e você as viu no começo desse programa. Arão e seus filhos, os sacerdotes, foram estritamente proibidos por Deus de beber vinho ou bebida forte ao entrarem no tabernáculo para ministrar diante do Senhor; você pode ver isso em Levítico 10:9. Os nazireus também eram igualmente proibidos de ingerir vinho enquanto estivessem debaixo do voto, e os recabitas viveram um exemplo digno de nota de abstinência permanente do vinho, aderindo estritamente ao mandamento dos temas Extra, ao jorna Dhabi, que ordenou aos seus descendentes não tomar vinho e se manter longe do álcool; você pode ler isso em Jeremias.
Capítulo 35, verso 25, 8 e 14. A segunda resposta, complementando a primeira, refere-se ao costume pagão de beber vinho. Embora não tenhamos todos os detalhes da história, podemos afirmar que tanto os que viviam na Mesopotâmia quanto no Egito e Canaã apreciavam muito bebidas alcoólicas, especialmente cerveja e outros derivados da destilação de cereais envelhecidos, como se vê nessa pintura.
Até as crianças bebiam cerveja regularmente ao lado de suas mães no Antigo Egito. Nesse outro quadro, uma jovem princesa é servida por outra escrava. Na Suméria, Babilônia e também entre os filisteus, temos indícios de que bebidas alcoólicas eram servidas com regularidade, até para as crianças.
E, junto com esse costume, vinha a violência, a promiscuidade e o vinho, legitimados por festivais religiosos, como o Festival de Retorno no Egito e de Enke e Inanna na Suméria, festivais que Deus proíbe. Em vários quadros egípcios, os deuses e nobres aparecem bebendo. Ao mesmo tempo, o cenário também se repete na arte produzida na Antiga Mesopotâmia.
O deus sumeriano, por exemplo, estava bêbado quando recebeu os mandamentos de Deus. Jamais encontraremos o Deus de Israel sob essas circunstâncias de embriaguez, que era típica das atividades pagãs. Aliás, esta é uma singularidade que deve ser notada, pois, enquanto os demais deuses bebiam e se embriagavam, Javé é apresentado como um abstêmio, alguém que nunca jamais perde a sua consciência.
Agora, duas coisas ficam claras nesse cenário. A primeira é que Israel copiou alguns comportamentos pagãos, porém sem a aprovação de Deus. Este é um jarro de filtrar cerveja feito por filisteus; agora compare com esse outro, feito por israelitas.
Note como estes copiaram a arte dos vizinhos pagãos. A segunda coisa que se nota é que, mesmo no mundo fora de Israel, havia ocasionalmente pensadores que protestavam contra a embriaguez e o costume de beber socialmente. Tanto na literatura egípcia quanto na grega e também romana, encontramos gente que desde então aconselhava o uso do álcool e também desaconselhava as orgias que se faziam, tomados por ele.
Xenofonte, Esplatão e Aristóteles não foram apenas alguns dos que criticavam duramente a embriaguez, vista especialmente nos cultos de Baco ou de Dionísio. É claro que a maior parte deles fala da moderação e não da abstinência, mas isto por uma razão muito simples: eles não poderiam viver sem o vinho. E sabe por quê?
No período greco-romano e também nos dias do Novo Testamento, o vinho é essencial para várias atividades. O tratamento de feridas, anestesia, assepsia de machucados e instrumentos médicos, remédio e purificação da água envolviam o uso do vinho. Se você ler a literatura da época, perceberá que não havia, naquele tempo, os processos de filtragem que hoje conhecemos, e o vinho era, portanto, a melhor forma de descontaminar a água de certas impurezas.
Dessa forma, havia o hábito de se adicionar vinho à água para higienizá-la e matar as bactérias. E como isto não era um luxo ou vício, e sim uma necessidade, esta mistura diluída de água e vinho era servida até às crianças, também aos servos, aos soldados, aos escravos, enfim, a todas as pessoas. Nesse contexto, mesmo que um pequeno nível de álcool os deixasse levemente embriagados, ao menos dessa maneira não ficariam doentes.
E quanto tempo durou tudo isto? Muitos e muitos séculos. E como era este vinho?
Um fermentado, ácido, às vezes no limite do vinagre. Antes de você fazer careta pensando nesse gosto, lembre-se que talvez a humanidade deva ao vinho a sua sobrevivência ao longo da história. Provavelmente esta foi a razão de Paulo aconselhar Timóteo a não tomar apenas água, mas um pouco de vinho por causa dos seus problemas estomacais.
Ou seja, Paulo estava aconselhando o seu discípulo a purificar a água antes de beber, o que, aliás, mostra que Timóteo era abstêmio; caso contrário, não teria sentido tal conselho dado por Paulo.