Neste vídeo eu quero falar a respeito dos atributos de Deus, ampliando o estudo sobre a pessoa de Deus, o entendimento que a Escritura comunica a respeito de quem Ele é. Paulo, escrevendo aos romanos, diz no capítulo um, no verso 20: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. ” Não apenas a pessoa de Deus, mas a Bíblia está dizendo: “seu eterno poder, sua divindade e também os seus atributos, atributos invisíveis.
” O que significa a palavra atributo? Bom, o atributo é uma propriedade intrínseca ao seu sujeito, pela qual ele pode ser distinguido ou identificado. Agora, antes de falar desses atributos, suas classificações, eu quero chamar a sua atenção que, devido à infinitude de Deus, a Bíblia o descreve apenas dentro dos limites do nosso entendimento.
Em outra aula Já falamos inclusive sobre antropomorfismo, como Deus vai usar figuras de linguagem humana para tentar comunicar algumas verdades que não são necessariamente literais, mas que nos ajudam na nossa limitação, a mensurar um pouco daquilo que ele é. O Salmo 147. 5, por exemplo, faz a seguinte declaração: “Grande é o Senhor nosso e muito poderoso; seu entendimento não se pode medir.
” Reconhecemos que Deus está além da capacidade de compreensão. Um texto que eu acho extraordinário, que aponta a grandeza de Deus mas usando essa linguagem humana dentro dos limites do nosso entendimento, tentando descrevê-lo de maneira que caiba nos limites do nosso entendimento, está lá em Isaías 40. 12 a 28.
Eu quero ler esse texto todo. Ele diz assim: “Quem na concha de sua mão mediu as águas e tomou a medida dos céus a palmos ? ” É lógico que o céu não se mede a palmo e nem tampouco na concha das mãos se mede as águas.
Mas a Bíblia, tentando descrever a grandeza de Deus, nos faz mensurar uma mão gigantesca. “Quem recolheu na terça parte de um efa o pó da terra e pesou os montes em romana”, e4stá falando de balança, “e os outeiros em balança de precisão? ” Tento imaginar o tamanho da balança de Deus para colocar os montes nela.
Verso 13: “Quem guiou o Espírito do Senhor, ou, como seu conselheiro, o ensinou? Com quem tomou ele conselho para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho do entendimento?
Eis que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança”, basicamente: nada diante da sua grandeza. “. .
. as ilhas são como o pó fino que se levanta. Nem todo o Líbano basta para queimar, nem os seus animais, para um holocausto.
Todas as nações são perante ele como coisa que não é nada. Ele as considera menos do que nada, como um vácuo. Com quem comparareis Deus?
Ou que coisa semelhante confrontareis com ele? O artífice funde a imagem, e o ourives a cobre de ouro e cadeias de prata forja para ela. Sacerdote idólatra escolhe madeira que não se corrompe e busca um artífice perito para assentar uma imagem esculpida que não oscile.
Acaso, não sabeis? Porventura, não ouvis? Não vos tem sido anunciado desde o princípio?
Ou não atentastes para os fundamentos da terra? Ele é o que está assentado sobre a redondeza da terra, cujos moradores são como gafanhotos; é ele quem estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar; é ele quem reduz a nada os princípios e torna em nulidade os juízes da terra. ” Verso 24: “Mal foram plantados e semeados, mal se arraigou na terra o seu tronco, já se secam, quando um sopro passa por eles, e uma tempestade os leva como palha.
A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? Diz o santo. Levantai ao alto os olhos e vede.
Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelo nome; por ser ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem a faltar. Por que, pois, dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao Senhor, e o meu direito passa desapercebido ao meu Deus?
” Verso 28: “Não sabes, não ouviste que o Eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? ” Então, a última afirmação: “Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. ?
Obviamente, Deus está além da capacidade de compreensão, mas figuras de linguagem humanas serão usadas, apresentadas nas Escrituras para tentar nos ajudar na compreensão de Deus e dos seus atributos. Bom, em primeiro lugar, eu quero iniciar com a classificação dos atributos de Deus. Os seus atributos são vários , é impossível esgotá-los, aliás, quero fazer algo aqui que não costumo fazer nos vídeos.
Quero recomendar uma leitura que eu tenho certeza que vai te abençoar muito. É o clássico “O conhecimento do Santo”, de A. W.
Tozer. Quero encorajá-lo. Esse livro trata a respeito da importância de conhecer a Deus, apresenta os atributos de Deus, a revelação de Deus de uma forma muito clara ao seu entendimento, a sua compreensão e que vai trazer incentivo à sua fé.
Voltando aqui na ideia de tentar resumir verdades poderosas, importantes, preciosas, de grande volume num período menor de tempo, nós precisamos começar pela classificação dos atributos de Deus. A maioria dos sistemas de classificação baseia-se no fato de que alguns deles pertencem exclusivamente a Deus e outros se encontram de maneira limitada e num sentido relativo, também no homem. Ou seja, nós vamos dividir os atributos em incomunicáveis, que também poderiam ser chamados de absolutos, imanentes, constitucionais, e vamos distingui-los também dos comunicáveis.
Então temos os incomunicáveis e os comunicáveis. Os comunicáveis são os relativos, os transitivos, os atributos pessoais. Então, feita essa distinção de classificação, incomunicáveis são aqueles que só Deus tem, comunicáveis aquele que, em alguma medida o homem pode participar desses atributos, nós vamos começar falando dos atributos incomunicáveis.
Essa descrição de qualidades que são incomunicáveis, absolutas, constitucionais e pertencem só a Deus e que o homem não pode partilhar. Então, vamos começar pelos atributos incomunicáveis. O primeiro que eu quero relacionar aqui é o que nós podemos chamar e classificar de infinitude.
A Palavra de Deus nos apresenta no primeiro livro de Reis 8. 27, a seguinte declaração. : Mas, de fato, habitaria Deus na terra?
Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos essa casa que eu edifiquei. ” Então nós temos aqui a consagração que Salomão faz do templo ao Senhor, e ele reconhece: “Eis que os céus e até o céu dos céus não pode conter. Quanto menos essa casa.
” Nesse momento nós temos o entendimento bíblico da sua infinitude. No Salmo 145. 3, nós temos uma declaração que remonta ao mesmo entendimento, ao mesmo atributo: “Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável.
” Deus é um ser infinito, e Ele não pode ser medido, mensurado, sondado. Em Atos 17. 24, quando o apóstolo Paulo está pregando em Atenas, ele diz assim: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas.
” Houve um momento onde, de forma limitada e, digamos, também simbólica, Deus promoveu o entendimento de uma casa com a sua presença embora sendo ele onipresente, ele nunca esteve limitado a isso. O verso 25 diz: “Ele nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse. ” Então nós temos um ser absoluto, completo, perfeito em si mesmo e infinitude é algo que cabe só a Deus, de forma alguma se relaciona com o homem.
Um outro atributo que nós podemos destacar como sendo pertencente só a Deus é a eternidade. A Palavra de Deus nos aponta em Gênesis 21. 33 Gênesis 21.
33, o seguinte: “Plantou Abraão tamargueiras em Berseba e invocou ali o nome do Senhor, Deus eterno. ” Essa expressão “Deus eterno” fala do sentido pleno de eternidade. Porque muitas vezes nós nos referimos ao homem dizendo “o homem é eterno”, no sentido de não ter fim, mas ele tem começo, ele tem início.
O sentido pleno da palavra eterno só cabe a Deus, não tem começo e nem tampouco tem fim. Salmo 90. 2 aponta na mesma direção e diz: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.
” Ele está dizendo: “antes do começo, antes do Senhor ter dado princípio a qualquer coisa, de uma eternidade à outra”, ou seja, podemos nos dirigir a isso como sendo a eternidade inicial e a eternidade final anterior, a eternidade anterior e posterior, como uma maneira de tentar compreender essa capacidade que só Deus tem de não ter começo e de não ter fim. No Salmo 102. 27, a Bíblia diz: “Tu, porém, és sempre o mesmo, e os teus anos jamais terão fim.
” Então, essa característica da eternidade está relacionada a Deus. Em Tito 1. 2, nós encontramos no Novo Testamento a mesma declaração: “na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos e, em tempos devidos, manifestou a sua palavra mediante a pregação que me foi confiada por mandado de Deus, nosso Salvador”.
Então Paulo fala: “na esperança, da vida eterna”, de uma vida que continua sem fim. Ele diz que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos. Então ele está falando de uma promessa de uma eternidade anterior que produz vida para uma eternidade posterior.
Na verdade, a eternidade é uma coisa só, mas só a título de referência para nós não há começo, não há fim. Uma outra característica ligada a Deus, ela, na verdade, acabou sendo mencionada já no Salmo 102. 27, que eu li: “Tu, porém, és sempre o mesmo”, é a mutabilidade de Deus.
Mas além do Salmo 102. 27, nós podemos citar aqui também Malaquias 3. 6, e Tiago 1.
17. Em Malaquias 3. 6, a Palavra de Deus nos mostra, declaração do próprio Senhor, ele diz: “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
” Quando ele diz: “Eu não mudo”, ele está dizendo: “Eu sou constante, eu permaneço o mesmo. Um dos meus atributos é a imutabilidade. ” Essa declaração, ela também é repetida no Novo Testamento.
Em Tiago 1. 17 a Bíblia diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes”, depois se referia a Deus, o Pai Celestial, a Bíblia diz: “em quem não pode existir variação ou sombra de mudança. ” Não existe sombra de mudança, variação nenhuma num Deus que é imutável.
Outro atributo incomunicável: a onipresença. A palavra “oni” significa “todo”. Então, onipresença é a capacidade de estar presente em todos os lugares e só Deus tem essa capacidade.
Só Deus tem esse atributo, e esse atributo é incomunicável. Nenhum de nós pode participar dele. No Salmo 139.
7 a 10, lemos: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá.
” O salmista está apontando e destacando que não há lugar algum onde podemos nos encontrar distantes de Deus. Por quê? Deus não apenas chega em todos os lugares, Ele está em todos os lugares.
Só Ele tem essa capacidade e nós precisamos entender que isso é um atributo exclusivamente divino e incomunicável. Em Jeremias 23. 23 e 24, Deus diz: “Acaso sou Deus apenas de perto, diz o Senhor, e não também de longe?
Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? - diz o Senhor; porventura, não encho eu os céus e a terra? - diz o Senhor?
” Deus não está apenas dizendo: “Eu conheço, os meus olhos acham”, ele diz: “Eu não encho céus e terras? Minha presença não está em outro lugar? Vocês acham que eu sou Deus só de perto e não de longe?
Onde quer que o ser humano esteja, minha presença lá está e é por isso que ninguém pode se esconder de mim. ” Portanto, temos aqui o atributo da onipresença. Agora vamos falar do atributo da onisciência.
A expressão “onisciente”, “oni” significa “todo”, “ciente, conhecedor”, significa que Deus é conhecedor de todas as coisas. No Salmo 139, de 1 a 4, nós lemos assim: “Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.
Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. Ainda palavra não me chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda. ” Duas coisas a serem destacadas aqui.
O Senhor me sonda e me conhece, até os pensamentos, aquilo que eu não verbalizei. Porque Deus tem a capacidade de conhecer todas as coisas. Mas quando Ele diz: “a Palavra ainda não me chegou à língua”, nós podemos só dizer: foi pensado, não foi dito e Deus conhece o pensamento.
Ou podemos entender também: aquilo que eu ainda vou falar Deus já conhece. E aí nós temos, alguns dizem que é só parte do primeiro atributo da onisciência, outros o tratam como um desdobramento, sendo um outro atributo que é a presciência. Ou seja, Deus não só conhece todas as coisas, mas Ele tem a capacidade de conhecer todas as coisas de antemão, antes que aconteça.
Eu prefiro olhar para a presciência como um desdobramento da onisciência, em vez de classificá-lo como um dom à parte. Mas, de qualquer forma, merece a nossa atenção. Isaías 46.
9 e 10, a Escritura diz assim: “Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade, que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus e não há outro semelhante a mim que desde o princípio anuncia o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade”. Quando Deus está dizendo: “desde o princípio eu anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que não sucederam”, aqui ele está falando desse desdobramento da onisciência chamado presciência, a capacidade de conhecer o que ainda vai acontecer. Em Hebreus 4.
13, no Novo Testamento, a Palavra de Deus diz assim: “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas. ” Resumindo, não há nada que ele não saiba, não há nada que fuja ao seu conhecimento, porque ele é conhecedor de todas as coisas. Deus é onisciente.
Em 1ª João 3. 20, a Bíblia diz: “pois se o nosso coração não nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas. ” Vou repetir: “e conhece todas as coisas.
” Se quisermos falar um pouquinho mais de maneira específica a respeito da presciência de Deus, nós podemos ainda citar aqui outros textos. Por exemplo, Atos 2. 23, diz o seguinte, está falando da morte de Jesus e a Bíblia diz: “sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus”.
Essa palavra “desígnio”, indica um propósito. Mas a palavra traduzida “presciência”, “prognosis” no grego, que fala de pré-conhecimento, fala de presciência é conhecer de antemão, fala de um prognóstico, a Bíblia diz: “sendo esse entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos”. Este não é o assunto deste vídeo, vai ser tratado mais a frente, na hora correta, mas nós precisamos fazer uma distinção de pré-determinismo e de presciência.
Deus fala do seu desígnio, são questões que Ele estabelece em relação à sua vontade como resultado final e ele também indica presciência, decisões que as pessoas vão tomar ao longo do caminho, que não precisam necessariamente ter sido determinadas por Deus, mas podem ser usadas pelo Deus que tudo conhece de antemão para chegar ao cumprimento do seu propósito. Nós também vemos declaração semelhante em Romanos 8. 29.
A Bíblia diz assim: “Portanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. ” Quando a Bíblia fala de predestinar, é “destinar de antemão”, estabelecido um destino antes de acontecer. Mas quando Novo Testamento enfatiza a predestinação, normalmente o relaciona com a presciência aos que de antemão conheceu.
Por exemplo, em 1ª Pedro 1. 2, nós temos uma declaração semelhante. O apóstolo diz assim: “eleitos”, aqui estamos falando da eleição, da escolha, “segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo”.
Temos essa menção aqui não só da presciência de Deus, como um destaque aqui a Trindade, a presciência do Pai, a santificação do Espírito e a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo. Outro atributo incomunicável de Deus é a onipotência. Só Deus tem todo o poder.
No Salmo 91. I, nós lemos a seguinte afirmação: “O que habita no esconderijo do Altíssimo, o que descansa à sombra do Onipotente. ” A palavra traduzida aqui “onipotente” é a expressão “El Shaddai”, na Bíblia significa “o Deus Todo-poderoso”.
Então a Bíblia diz: “o que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor”. Então o Altíssimo, o Senhor, todas são referências a Deus, que é chamado de onipotente. É o Deus que tem todo o poder.
Em Apocalipse 19. 6, temos declaração semelhante. Aliás, a própria expressão “El Shaddai”, usada no Antigo Testamento, ela é muito repetida.
Eu citei o Salmo 91, mas nós precisamos entender que ela é muito repetida. Apocalipse 19. 6: “Então, ouvi uma voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia!
Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. ” A expressão “Todo-Poderoso” mais uma vez aparece, e ela está relacionada aqui a pessoa de Deus. No Antigo Testamento nós temos muitas ênfases a expressão de Deus, como “El Shaddai”.
No livro de Gênesis nós temos várias dessas menções, no livro de Êxodo, no livro de Números, enfim, ao longo de toda a Bíblia. Eu não quero ler todos os textos, mas apenas reconhecer e destacar que Deus é chamado também de onipotente. A Ele também atribui-se soberania, a capacidade não apenas de reinar, mas de gerenciar todas as coisas de maneira que ser humano algum poderia.
Porque ele tem todo o poder, ele tem todo o conhecimento, ele está presente em todos os lugares. E a Bíblia nos mostra essa capacidade de Deus de, usando esses atributos, reinar soberano. E em Daniel 4.
25 foi dito a respeito do rei Nabucodonosor: “serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e dar-te-ão a comer ervas como aos bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. ” Essas declarações sobre a soberania de Deus são importantíssimas. No livro de Gênesis, por exemplo, no capítulo 50 e no verso 20, nós temos a declaração, José diz aos seus irmãos: “Vós, na verdade, intentastea o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida.
” Anteriormente, na primeira vez que se revela aos seus irmãos, ele diz o tempo todo que Deus o enviou para o Egito. Você olha para a maneira como José está lendo tudo, ele está dizendo: “Foi Deus que fez”. É quase como se os seus irmãos não tivessem culpa nenhuma do mal que lhe fizeram.
Nessa declaração de Gênesis 50, ele diz: “Não, vocês intentaram o mal contra mim. Da parte de vocês é o que vocês queriam. ”Ele diz: “Mas Deus transformou em bem.
” E aqui ele fala da capacidade de Deus gerenciar até mesmo as escolhas dos homens a quem Ele deu o livre arbítrio, para que ele, como diz Romanos 8. 28: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, são chamados segundo o seu propósito. ” Deus tem a capacidade de fazer com que tudo coopere em nosso favor.
Eu gosto de brincar que se existe teoria da conspiração, o crente precisa entender e declarar isso em seu favor, porque ama ao Senhor e se está debaixo de um propósito, um chamado, tudo coopera em seu favor. Mas temos, por outro lado, atributos comunicáveis. Aqui nós temos a descrição dos atributos que são chamados de relativos, comunicáveis ou pessoais.
Atributos como o amor. A Palavra de Deus nos diz em 1ª João 4. 8, que Deus é amor.
Mas em João 13. 34, nós vemos claramente o Senhor Jesus dizendo: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros. ” Se, por um lado, em João 3.
16, a Bíblia diz: “Deus amou o mundo”, porque Deus é amor, tem a capacidade de amar, por outro lado, nós vemos a Escritura também dizendo em Romanos 5. 5 que o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo. Então esse atributo do amor pode ser transferido.
Nós sabemos que um atributo relacionado com Deus é a justiça. Em Gênesis 18, por exemplo, no verso 25, nós vemos Abraão intercedendo diante de Deus por Sodoma, por Ló e os seus familiares, ele diz: “Longe de ti o fazeres tal coisa, matares o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra?
” A Bíblia diz: “Deus a ninguém tenta, e ele não pode ser tentado pelo mal. ” Ele é justo, correto. Não há forma alguma ou possibilidade de que Deus deixe de ser justo, neste sentido, de que não comete erro e nem tão pouco que ele deixe de fazer justiça.
No Salmo 7. 11, a Bíblia diz: “Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias. ” Em Hebreus 6.
10, nós também temos uma declaração de que Deus não é injusto. Agora, quando olhamos para as Escrituras, vemos, 2ª Corintios 5. 21 dizendo: “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele, em Cristo, fôssemos feitos a justiça de Deus.
” Olhamos para Romanos 8. 33 e vemos que Deus nos justificou. A Palavra diz: “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?
É Deus quem o justifica. ” Então, a justiça de Deus pode ser comunicada, assim como a sua bondade. O Salmo 103 começa falando a respeito de benefícios de Deus.
“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não se esqueça de nenhum dos seus benefícios”, diz o verso dois. No oito, a Bíblia diz: “O Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno. ” Está trazendo características da bondade de Deus.
Assim como no Salmo 145. 9. Em Mateus 9.
17, vemos Jesus dizendo: “Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um. ” Obviamente, ele estava se referindo a Deus, e aqui Deus é chamado de bom.
Logo, a bondade é seu atributo. Romanos 11. 22 fala da bondade de Deus.
Mas quando lemos sobre o fruto do Espírito que nos é transmitido em Gálatas 5. 22, a Bíblia fala de bondade, fala de benignidade, porque são atributos transferíveis. Temos a santidade de Deus.
Em Isaías 6 ele tem a revelação dos serafins em volta do trono, proclamando: “Santo Santo, Santo é o Senhor dos exércitos. ” Em Apocalipse 4. 8, João tem uma visão semelhante dos seres viventes, proclamando noite e dia sem cessar: “Santo, santo, santo!
” Nós sabemos que esse é um atributo relacionado a Deus e o novo Testamento pontua isso com muita clareza. Por exemplo, em 1ª João 1. 5 a Bíblia diz: “Ora, a mensagem que, da parte dele temos ouvido é esta: que Deus é luz e nele não há treva alguma.
” Não existe nenhum tipo de impureza. Mas em 1ª Pedro 1. 14 a 16, nós vemos que, “como é santo aquele que nos chamou, devemos ser também santos em todo o nosso procedimento, porque escrito está: Sede santos porque eu sou santo.
Então, aqui nós temos um atributo que é comunicável. Assim como a sabedoria. Jó 12.
3 fala da sabedoria de Deus. O Salmo 104. 24 diz a mesma coisa: “Que variedade, Senhor, nas tuas obras!
Todas com sabedoria fizeste; cheia está a terra das tuas riquezas. ” Mas em Tiago 1. 5, a Bíblia diz: “Tem algum de vós falta de sabedoria, peça-a Deus, que a todos dá liberalmente.
” Ou seja, o Deus que é sábio nos permite acessar a sua sabedoria. Assim como o Salmo 19. 7 diz que: “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos simples.
” Olhando para as Escrituras, quero destacar, em último lugar, a perfeição. Embora no sentido pleno da palavra, não possamos nos referir a isso de que ele é comunicável no sentido pleno, nós precisamos entender que a santidade, a sabedoria de Deus também não são comunicáveis no sentido pleno. Jó, capítulo 11, nos diz o seguinte no verso 7: “Porventura, desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até a perfeição do Todo-Poderoso?
” Temos um texto que fala a respeito da perfeição do Todo-Poderoso. O Salmo 18. 30 nos fala a mesma coisa a respeito de Deus.
“O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada”. Mas foi Jesus que, no Sermão do Monte, faz a declaração em Mateus 5. 48: “Portanto, sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial.
” Então, ainda que não na medida cheia, nós podemos experimentar. Estes são alguns dos atributos de Deus claramente identificáveis nas Escrituras e que dividimos entre atributos incomunicáveis e comunicáveis. Os incomunicáveis nos devem levar ao reconhecimento da grandeza de Deus.
Os comunicáveis devem nos inspirar a buscá-los, a receber essa transferência da parte de Deus, vivendo transformação e refletindo Deus na terra, como diz Efésios 5. 1: “Sede imitadores de Deus. ” Que Deus nos ajude a entender seus atributos para crescer em admiração, louvor, adoração, respeito e honra a Ele, os incomunicáveis, e, quanto aos comunicáveis, para sermos inspirados a reproduzi-los e manifestá-los nesta Terra.