eh a minha proposta hoje para vocês é a seguinte a gente vai tratar do nosso tema né que é o objeto a objeto a como causa de desejo que é a definição do Lacan e para tratar desse tema Eu Queria também deixar algumas questões sobre o título mais geral né que vocês deram para para esses encontros que é a clínica da fantasia eh eu queria fazer duas coisas se der tempo no final em relação é isso primeiro discuti o termo fantasia né que no ambiente lacaniano Às vezes a gente traduz por fantasia às vezes por
fantasma né azar optou por Traduzir por fantasia queria pôr isso um pouco em questão no final depois de falar do objeto a eh e colocar em questão também uma pergunta pra gente refletir se seria a clínica a clínica da fantasia acho que é uma outra uma outra um outro ponto de interesse a partir do nosso noss tema que é eh o objeto a a causa do desejo bom em relação ao tema do objeto eh que o Lacan vai abordar ao longo de todo o ensino dele de ponta a ponta mas especialmente em dois seminários que
ele dedica ao tema do objeto que são o seminário quatro relação de objeto e o seminário 13 o objeto da psicanálise são os dois seminários em que ele se ocupa especificamente do tema do objeto embora esse tema apareça em todos os seminários evidentemente eh quando lac trata do tema do objeto ele vai insistir num ponto que é absolutamente fundamental eh que é a ideia de que o objeto para psicanálise é o objeto que falta essa insistência do lac ao longo de toda a sua obra de toda todo o seu ensino é assim que o Lacan
lê a teoria pulsional do Freud né como é que ele lê a teoria pulsional ele vai vai dizer que justamente o termo trib escolhido pro Freud pelo Freud que alguns traduzem por instinto e alguns traduzem por pulsão eh o termo trib serve justamente para diferenciar né as formas de satisfação que são aquelas dos animais das formas de satisfação que são as nossas que somos seres de linguagem por isso que a tradução de trib seria pulsão e não instinto o instinto a gente deixaria para falar eh dessa forma de satisfação mais própria do mundo animal vamos
dizer assim colocando os o os Os seres de linguagem numa outra relação com a satisfação eh Freud definiu a pulsão como limite do somático e do psíquico né o limite entre o somático que são as exigências do corpo e o psíquico que é o modo como essas exigências ganham Contorno para nós que somos seres de linguagem pela linguagem eh pelo significante né segundo lacão eh Então os animais têm fome eles são guiados pelo instinto eles têm um objeto que eles buscam quando tem fome e se satisfazem eh quando se alimentam desse objeto entendem isso é
o instinto que que acontece com com o ser humano que é um ser de linguagem a fome tá articulada ao significante ao desejo a demanda não é assim a gente abre a geladeira e pensa Ah não tem nada que eu gosto hoje né aqui não tem nada que eu tô com vontade de comer percebem é é de uma outra Dimão a nossa relação com o objeto que satisfaz que não é a dimensão instintiva e nessa dimensão o que o Lacan vai destacar no seminário quatro que é o primeiro seminário que ele aborda a relação de
objeto é que eh o objeto para psicanálise É falta só existe desejo Porque existe falta eh e essa falta se articula simbolicamente pela linguagem eh o nome que o Freud deu pro objeto do desejo foi falo então o Lacan vai dar destaque para isso no seminário quatro O que é o falo o falo é o objeto que simboliza o desejo é o objeto que simb essa falta eh pela qual o desejo se expressa eh a teoria que o Freud trouxe para nós para articular o desejo com a falta com o falo a falta articulada simbolicamente
com uma expressão que o Freud usou que é complexo de castração a teoria que o Freud trouxe para nós para pensar tudo isso é o complexo de então depois de ter trabalhado no seminário 4ro o problema do objeto da psicanálise depois de ter insistido que o objeto para nós é falta de objeto e que essa falta tem uma dimensão simbólica o que que o Lacan vai fazer no seminário CCO vai retomar a teoria freudiana do complexo de edbo para mostrar um equívoco que ele já mostra no seminário 4 também eh eh dos psicanalistas que continuam
se equivocando nesse ponto ainda hoje o Lacan falou disso Desde da década de 50 mas esse equívoco permanece e qual é o equívoco a confusão entre a dimensão imaginária do objeto e a dimensão simbólica do objeto por isso que ele retoma não só o tema do objeto no seminário 4 mas também a teoria do complexo de o freudiana no seminário C né Eh o que ele vai fazer no seminário cinco é insistir mostrar para nós a diferença que existe entre a dimensão imaginária e a dimensão simbólica do objeto e a teoria do ético serve para
fazer isso na verdade o Lacan tá fazendo isso ele tá eh se ocupando dessa distinção entre a dimensão simbólica e imaginária desde o seminário um ele vai fazer isso do seminário um até pelo menos o seminário oito vai se dedicar a essa distinção vai se dedicar a mostrar para nós que eh a leitura mais comum e equivocada do Freud é a leitura que fica com a dimensão imaginária dos conceitos e desconsidera aquilo que efetivamente interessa para nós psicanalistas que é a dimensão simbólica desses conceitos então é essa diferença que o Lacan eh faz propõe Então
como é que ele vai vai fazer isso como é que ele vai mostrar isso então no seminário cinco ele vai extrair do mito freudiano que ele chama de mito que é o mito do complexo de edbo é a historinha é a narrativa freudiana ele vai tratar essa narrativa como mito essa historinha de que o menino tem medo de perder o pênis de que a menina constata que ela não tem esse pênis que ela também valoriza né esse mito o lac vai dizer por por trás desse mito que tem uma dimensão imaginária o que nos interessa
é a dimensão simbólica é a estrutura daquilo que o Freud tentou transmitir para nós então o que que o lac vai propor que por trás do mito freudiano e aí ele vai chamar de inutilizável esse mito pra clínica ele vai dizer que se se a gente ficar com o mito a gente faz uma clínica ambientalista a gente faz uma clínica completamente imaginária e adaptativa né acho que a clínica com crianças é um bom exemplo disso quando a gente fica baseado no mito eh e o que a gente precisa efetivamente extrair da teoria freudiana é a
estrutura que tá por trás do mito e a estrutura que tá por trás desse mito é a estrutura da metáfora paterna Essa é a proposta do Lacan Essa é ai leitura que o lac vai fazer do complexo Dio freudiano ele vai dizer nós precisamos pensar a dimensão simbólica do edb e a dimensão simbólica do edb é metafórica e é a metáfora paterna e é a castração simbólica a falta simbólica e o falo como representante da falta e uma das estratégias que o lac para extrair aquilo que é estrutural da teoria do Freud e esvaziar a
dimensão imaginária é transformar a Teoria em letras Ao estilo da Matemática Então como é que eles como é que ele ele escreve a fórmula da metáfora paterna assim ó ndp DM DM x eh ndp a fi grego maiúsculo Fecha os parênteses aqui ou seja isso aqui que tá escrito com essas letras que quem nunca viu a fórmula da metáfora paterna e nunca trabalhou com C vai dizer não entendi nada o que é um bom começo certo um bom começo pra gente escapar do Imaginário é começar a pensar que a gente não tá entendendo porque o
Imaginário pro Lacan é a ilusão da compreensão então a ao abordar o épo nessa fórmula ele nos tira da ilusão da compreensão Essa é a intenção do lacão a primeira coisa é transformar o o mito freudiano do complexo gético nessa fórmula que é a fórmula da metáfora paterna e a segunda coisa é tomar esse conceito que é o produto da da metáfora paterna que é o falo e escrever ele em letras então o falo simbólico ele vai escrever com fi maiúsculo grego e o falo Imaginário ele vai escrever como fi minúsculo grego ambos servindo para
escrever esse conceito que el falo percebem o esforço do Lacan para tirar a gente do Imaginário para tirar a gente da historinha pai mãe criança para tirar a gente dessa ideia de que o falo é o pênis a escrita lacaniana é um esforço do Lacan de transmissão para livrar a gente da dimensão imaginária da transmissão dos conceitos porque na dimensão imaginária da transmissão dos conceitos a gente acaba não compreendendo bem o que é que o Freud tentou transmitir para nós o que que é o falo Imaginário F minúsculo grego o falo Imaginário é o objeto
supostamente encontrável na realidade que dá consistência àquilo que falta então é é esse objeto que toma a toma forma na queixa dos neuróticos falta dinheiro falta um namorado falta um casamento falta um filho falta um carro falta um curso falta estudar mais né a neurose eh gira em torno da falta e a falta é pro Lacan o a dimensão do desejo que é uma dimensão simbólica mas gira em torno da falta tá localizando na realidade dando consistência na realidade para esses objetos que supostamente faltam que é são o que o Freud chamou de falo e
essa é a dimensão imaginária dos objetos toda vez que um objeto eh toma consistência numa queixa como aquilo que falta a gente vai tratar desse objeto que falta na dimensão imaginária a dimensão simbólica é uma outra coisa Freud faz uma lista vocês devem ter lido isso já no Freud das equivalências fálicas vocês lembram o falo pode ser na lista do Freud são os bebês as fezes os presentes eh o dinheiro e o pênis pênis é um dos objetos que pode ganhar esse lugar que pode tomar essa consistência imaginária se ele é o objeto pensado como
aquilo que pode faltar Mas qual que é a a insistência do lacão o objeto que nos interessa a nós psicanalistas a nossa Clínica não é a dimensão imaginária do objeto onde a gente se equivoca onde a gente se engana porque na dimensão do objeto imag área a gente pensa que efetivamente se falta o dinheiro quando tiver o dinheiro a a satisfação bem né Eh isso é uma coisa comum na queixa da neurose quando eu tiver X no banco eu vou me aposentar aí eu tenho X no banco e penso não mas eu preciso de mais
mais x mais y mais um pouco Essa é a dimensão eh simbólica do objeto que tá por trás da dimensão imaginária que é essa da ilusão de que o valor x no banco é é o que garante a minha satisfação aonde tá a dimensão simbólica do objeto como é que o Lacan vai definir essa dimensão simbólica do objeto recuperando a teoria do HBO do Freud seminário 4 seminário 5 eh a a dimensão simbólica do do objeto é o objeto enquanto falta eh na dimensão simbólica o fi do falo é o representante que dá falta no
sentido de que ele diz que existe a falta e é isso que o o Freud vai chamar de complexo de castração né Eh existe castração existe falta essa é a dimensão simbólica do objeto percebem o falo simbólico ele não é nem o pênis nem o dinheiro nem nem o casamento nem os bebês o falo simbólico é o significante da falta e uma das maneiras de de de nomear ISO presena de uma aus essencialmente sim e por que pênis tem tanta importância na dimensão imaginária do falo na teoria fridi porque o Freud foi atrás no no
na sua maneira de abordar o desenvolvimento pulsional foi atrás dessa fase em que as crianças estão Descobrindo a diferença sexual e é uma fase em que a descoberta da diferença sexual pela criança é uma interpretação muito curiosa que a criança faz da diferença como presença ausência isso FR observava nas crianças e a observa nas crianças de hoje ainda hoje com todas as mudanças sociais né que ocorreram de Freud para cá inclusive eh em função da da teoria sexual que o Freud trouxe para nós ainda hoje não é incomum que duas crianças pequenas nuas eh digam
né uma paraa outra e que se perguntem por que que eu tenho e ela não tem ou se perguntem por que ele tem e eu não tem é uma das maneiras possíveis não é a única mas é uma das maneiras possíveis de tratar a diferença qual maneira tratar da diferença como presença ausencia uma presença de uma ausência o que o laa vai destacar na teoria frana do para além do mito é que no éo a questão que se coloca é a questão da ferença sexual ordenada simbolicamente em termos fálicos Ou seja a partir da dialética
da presença e da ausência do falo e aí tem uma outra coisa importante pra gente entender pra gente entender a diferença entre a dimensão imaginária do objeto falo que é o mesmo nome a dimensão simbólica do objeto falo ou seja o falo tem uma dimensão simbólica e tem uma dimensão imaginária eh outra coisa importante pra gente entender essa diferença é entender que o binarismo é a dimensão imaginária do falo dizer meninos t e meninas não TM já é o tratamento Imaginário da questão edípica a partir eh da forma como o corpo é interpretado então Eh
o Édipo lido pelo Lacan não é binário não se trata de um binarismo meninos tem o falo meninas não tem o falo isso é uma maneira já imaginária de interpretar a estrutura simbólica do Édipo na estrutura simbólica do épo que nos interessa é o falo simbólico representante simbólico de que existe castração e o que nos interessa é a ideia Freud de que a castração é um universal para todos os neuróticos independentemente do sexo anatômico entendem aonde vai a ênfase do lac existe castração isso é o complexo de castração isso não depende do sexo anatômico é
isso que o lac vai recuperar a ideia de que o falo simbólico é o representante da falta o representante que diz a partir da estrutura simbólica do épo que é a metáfora paterna de que há falta existe a falta o que é que falta já é um tratamento Imaginário e na dimensão simbólica a gente não tá lidando com binarismo a gente tá lidando com um termo muito usado pelo Lacan que inclusive mais de uma vez o Lacan disz se vocês não entenderem esse termo vocês não vão conseguir manejar a clínica da neurose que é a
dialética falo ou seja só existe o falo na sua relação com a castração Só existe a castração na sua relação com o falo por isso a a a expressão presença de uma ausência percebem a a sofisticação dessa expressão do Lacan a gente ouve isso a Gente Nem entende como assim presença de uma ausência porque o nosso pensamento Imaginário nos diz ou é presença ou é ausência mas a dimensão simbólica exige que a gente pense presença de ausência isso é o complexo de castração lido do Freud pelo lac isso é a dimensão simbólica doxo deo a
falta fálica é uma falta simbólica e toda vez que essa falta é tratada imaginariamente a gente vai ter um objeto que dá consistência para para para essa dialética só que daí a gente tá na dimensão imaginária importante a gente saber disso pra gente não se perder na clínica qualquer objeto qualquer objeto pode representar o falo qualquer objeto inclusive o pênis né a gente diz o pênis não é o falo Claro porque o falo simbólico é o representante da falta mas o pênis pode representar o falo pode né entre duas crianças uma criança pode dizer eu
também quero fazer xixi de pé como ele ele pode fazer xixi de pé e eu não posso pronto fazer xixi de pé virou representação do fálico para aquela que não consegue fazer xixi de pé que se sente castrada percebem O que é o lugar do pênis na dialética fálica Mas entre duas meninas eu posso dizer ela é mais bonita porque ela tem cabelo comprido e eu tenho cabelo curto eu não sou tão bonita como ela pronto a cor do cabelo virou um elemento que ganha consistência na diferença porque é sempre na diferença que os elementos
ganham consistência ganha consistência imaginária como aquilo que representaria o falo e entre dois meninos a mesma coisa um pode dizer pro outro né Como dizia o filho de uma das das analistas que faz grupo comigo eh os meninos são mais legais porque eles brincam de dinossauro e as meninas não são legais porque elas não brincam de dinossauro percebem é uma outra forma de localizar a diferença eh Quem brinca de dinossauro é legal tá num lugar fálico quem não brinca de dinossauro não é legal tá no lugar da castração e essa é a dimensão imaginária e
e isso é o que nos atrapalha porque na dimensão imaginária os objetos ganham consistência na realidade adquirindo esse sentido fálico quando na verdade pro Lacan a insistência do Lacan é essa se a é a falta do objeto que interessa se é a dimensão simbólica do objeto que interessa a gente tá Às voltas com uma dimensão estrutural do objeto e na dimensão estrutural o objeto é um vazio qualquer objeto que seja capturado para dar sentido para isso é o que a gente vai vai pensar na sua dimensão imaginária como aquele que representa imaginariamente a diferença por
exemplo o pênis ele é um representante privilegiado sim com as mudanças que a gente vem vendo sociais no nosso mundo provavelmente isso vai cair cada vez mais mas enfim né Ainda temos a marca aí da diferença sexual eh muito prevalente no corpo mas não só né a gente sabe em especial os transexuais são capazes de mostrar perfeitamente pra gente que é possível ter um pênis e se dizer uma mulher e se autodenominar mulher e é possível ter uma vag e se autodenominar um homem ou seja a diferença sexual para nós que somos seres de linguagem
a diferença anatômica sequer é decisiva na forma de de se autodenominar homem ou mulher ou o que quer que seja nas denominações que a cultura vai trazendo para nós então o que o Freud faz é trazer uma teoria que traz isso pra gente que é a teoria do éo e o que o Lacan faz é voltar pra teoria do Freud para diferenciar a dimensão imag inária da teoria que é a que aquela onde a gente se equivoca e que supostamente existe um objeto da satisfação percebem ele tá no horizonte ele é aquilo que se um
dia eu tiver eu vou est satisfeito portanto na dimensão imaginária o objeto é aquilo que ilusoriamente vai satisfazer é o objeto que tem consistência e o Lacan traz uma leitura do épo que evita que a gente se equivoque na dimensão imaginária e eh e que a gente se ocupe da dimensão simbólica que é o que nos interessa clinicamente por isso que o laca vai dizer mu vai voltar muitas e muitas vezes paraa teoria do épo vai retomar de maneiras muito diferentes a teoria do épo eh vai propor maneiras de abordar o ético inclusive lógicas eh
e no seminário 22 por exemplo 22 ele já tá lá trabalhando com a teoria dos nós ele vai dizer de tudo que o Freud deixou pra gente não é o édico que devemos desar e na no texto da proposição eh que tá nos outros escritos a proposição de 67 sobre o analista da escola ele vai dizer que se a gente deixa de Fora a teoria do edpo a psicanálise se transforma numa num Delírio eh Ao estilo do presidente sheber Então vocês vem a importância que o próprio lac sempre deu pro épo mas do épo lido
por ele como a estrutura simbólica e não da narrativa freudiana do mito freudiano da dimensão imaginária eh para quem se interessar pelo tema não né não é o nosso tema hoje vou recomendar um vídeo do YouTube sobre isso no meu canal do YouTube tem um vídeo sobre o complexo de edbo ali eu vou dando o passo a passo pra gente entender melhor essa leitura lacaniana do FL e tem o meu livro também sobre o complexo gético né Constituição do sujeito estrutura familiar da Cabral que é esse o tema bom bom uma vez que o Lacan
esclareceu pra gente que desejo é falta falta simbólica que o épo é uma estrutura uma estrutura simbólica que pode ser escrita com letras a estrutura da metáfora né que pode ser escrita também num num pequeno grafo eh depois que ele trouxe para nós a dimensão simbólica do desejo da falta do complexo di édico o que que ele vai fazer no seminário C E no seminário seis ele vai colocar tudo isso num grafo que talvez vocês conheçam que se chama o grafo do desejo ele monta o grafo do desejo entre o seminário cinco e o seminário
seis também tem um vídeo sobre o grafo do desejo ou mais de um no meu canal do YouTube também recomendo que vocês acessem tem um livro muito interessante do Alfredo e detin que tá publicado pela toro que se chama grafo do desejo tem um outro livro dele publicado pela relatório também que é esquemas modelos e grafos ele também trabalha com o grafo do desejo ali recomendo todos esses textos para quem quiser ler isso no Lacan evidentemente o texto que resume o trabalho que o Lacan faz entre o seminário CCO E o seminário seis é subversão
do sujeito e dialética do desejo que tá nos escritos Esse é o texto que eu mais recomendo para vocês o texto mais importante na minha leitura eh dos escritos a esse texto que que traz todas as contribuições do Lacan nessa leitura que ele tá fazendo do Freud destacando a dimensão simbólica que nos interessa então ele coloca tudo isso num grafo grafo do desejo inclusive para nos lembrar de novo a diferença entre a dimensão simbólica do desejo que é o que interessa a clínica que define o desejo como inconsciente desde o Freud Essa é a dimensão
simbólica do desejo que nos interessa que tá no horizonte do trabalho clínico desejo inconsciente que o Lacan chamou de posição do sujeito para diferenciar o sujeito do eu para diferenciar a dimensão imaginária do sujeito que é o eu da dimensão simbólica do sujeito desejante e aí ele vai chamar isso de posição do sujeito também tem uma afirmação do Lacan em ciência verdade dizendo da posição de nossa posição do sujeito somos responsáveis nós analistas somos responsáveis por aquilo que nós chamamos de sujeito e que tem a ver com a dimensão simbólica do desejo então para esclarecer
tudo isso de novo ele recorre a um recurso eh matemático e vai eh montar esse grafo que é o grafo do desejo com letras né que tem o mesmo efeito sobre nós eh que o efeito do eu não vou montar o grafo todo aqui mas que o efeito que tem por exemplo a fórmula da metá paterna quando a gente bate o olho pela primeira vez ou seja ela é limpa de Imaginário são letras em dois patamares num grafo retroativo procurem o grafo do desejo aí vocês vão encontrar num grafo retroativo cheio de letras e o
Lacan vai propor que isso é o que define o desejo para psicanálise certo o que que ele permite com isso de novo Eh que a gente tome distância de uma de um equívoco e todos os equívocos t tem a ver com a dimensão imaginária do nosso entendimento em que a gente supõe que o desejo é o querer à vontade o desejo é o desejo de mudar de vida é o desejo de ter um filho é o desejo de me separar é o desejo de trocar de profissão Essa é a dimensão imaginária do desejo que supõe
um objeto que completa mas a dimensão do desejo que nos interessa é a dimensão simbólica significante estrutural o que ele escreve no gráfico E aí eu não vou eh montar o grafo inteiro para vocês mas vou destacar no grafo do desejo ou será que eu monto o grafo para vocês vamos lá vamos montar o grafo vai para quem não conhece o grafo é interessante a gente ver como o Lacan eh ele consegue efetivamente eliminar tirar do Horizonte eh a dimensão eh imaginária da teoria quando ele faz esse tipo de articulação Então são dois andares o
andar de baixo o andar de cima o sujeito tá aqui e as letras que ele coloca né são esse a maiúsculo esse s minúsculo de a maiúsculo eu não vou nem trazer os conceitos para vocês não é o nosso tema hoje eu vou só destacar dois conceitos aqui do gráfico eh mas eu acho que que é trazer essa essa sensação que a gente tem vem do grafo do desejo de Que bom isso aqui parece física isso aqui parece matemática isso aqui não parece psicanálise pra gente ver o quanto Lacan se aproxima justamente dessas outras ciências
no esforço de formalização que ele faz dos conceitos da psicanálise um esforço que Visa justamente eliminar essa dimensão imagin área que tá presente na nossa compreensão dos conceitos Então se a gente tem alguma dúvida sobre o que é o desejo para psicanálise a gente precisa estudar o grafo do desejo e a primeira impressão que a gente tem quando a gente começa a abordar esse grafo é Caramba isso é mais difícil do que parece o que é uma ótima primeira impressão porque a ideia é justamente essa que a gente não tenha a ilusão de que a
gente sabe o que é o desejo né de que a gente tem condição de eh sem todo o estudo que a gente faz dos conceitos psicanalíticos entender o que é o desejo e o desejo é essa Instância segundo o Freud com a qual a gente opera clinicamente ele é o que tá por trás dos sintomas da neurose o desejo que se define como inconsciente não é a vontade não é o querer o desejo é é alguma coisa que se articula nesse grafo aqui então cada uma dessas letras tem um sentido conceitual eh a maneira como
elas estão posicionadas tem um sentido o lugar onde cada uma tá colocada tem um sentido e eu vou destacar no grafo do desejo dois pontos que tem a ver com o nosso tema esse observem que no grafo do desejo a gente já tem na fórmula do fantasma aqui a gente tem a fula do fantasma esse barrado que é o sujeito punção que é o nome que o lac dá para esse losango de a esse pequeno a aqui eh que mais tarde vai ser chamado de objeto a mas ainda não nesse momento e s de ab
barrado é outro elemento que eu queria destacar aqui nesse nesse gráfico ã já explico para vocês ã então primeira observação a fórmula do fantasma S barrado punção de a E aí uma uma das questões eh a gente vai chamar de fórmula do fantasma ou fórmula da fantasia se vocês lerem o seminário quro seminário desculpem o seminário C seminário se e subversão do sujeito vocês vão ver que a tradução do do termo francês fantasma foi feita fantas essa opção da da editora zar então vocês vão ler ali essa fórmula S como a fórmula da fantasia mas
reparem que o azinho a letra A já aparece nessa fórmula antes que o conceito de objeto a seja um conceito pro próprio lac né a gente tem para nós lacanianos a ideia de que o objeto a surge no seminário 10 a leitura que eu faço do lac recomendo que vocês Leiam o meu livro sobre o real simbólico Imaginário propõe que eh o Real simbólico Imaginário já tão presentes desde sempre desde o seminário um é possível extrair isso do seminário um então é possível retornar pro seminário um com o conceito de objeto a e vê que
ele já tava lá embora ele não tivesse esse nome ainda que é justamente que o Lacan faz no seminário 10 ele volta pro esquema ótico e diz olha aqui o lugar do objeto a no esquema ó ótico então é é um exercício que o próprio Lacan faz retomar a teoria localizando Como já tava lá o objeto a mas no no gráfico do desejo o objeto a ainda não é objeto a eh e a gente tem claramente essa essa eh ideia quando a gente vê o lac chamar eh lê a fórmula do fantasma ou a forma
da fantasia né como é que ele lê essa fórmula Então vamos paraa fórmula S barrado S barrado punção de a é ler a fórmula nas suas letras né mas o sentido que o lac dá a essa fórmula eh que no seminário cinco a gente pode chamar de fórmula da fantasia é a leitura eh o sujeito deseja o objeto ou seja a ideia é que no seminário cin no seminário seis quando ele trabalha com essa fórmula depois ele volta para ela no seminário oito ele propõe a a fórmula da fantasia da neurose obsessiva a fórmula da
fantasia da histeria ele tá trabal com a ideia do desejo e ele tá trabalhando com a ideia do objeto do desejo o que é uma coisa muito curiosa né porque o objeto do desejo acabamos de falar sobre isso no seminário 4 no seminário 5 no seminário se o objeto do desejo é o falo a gente poderia se perguntar porque que o Lacan não escreve esse barrado com unção Fi maiúsculo né já tem um conceito para falar do objeto do desejo Então a maneira de abordar aqui a fantasia é pelo desejo [Música] eh nesse momento da
teoria no seminário se ele vai chamar o o Fantasma ou a fantasia de suporte do desejo é uma definição que que ele dá muito boa inclusive eh Então essa é uma uma primeira coisa que eu quero que vocês guardem a gente volta para ela o segundo ponto eh que eu queria destacar no grafo do desejo o segundo conceito é s de abrado esse de abrado que também eh Vai admitir mais de uma leitura quando a gente tá trabalhando com o seminário cinco com o seminário seis inclusive no seminário sete e no seminário oito a gente
vai ver o Lacan lê essa fórmula como o significante da fta no outro é Essa é a maneira como o Lacan lei Eh Ou seja qual é o significante da falta no outro de novo a gente tá pensando na dimensão simbólica né a falta no outro a falta no outro é representada por por esse a barrado e o significante da falta no outro é o falo o falo é o significante que que representa a falta no outro presença de uma ausência Portanto o falo é o conceito que tá colocado a gente olha pro grafo do
desejo e pensa nossa mas um um grafo falando do desejo e o lac não colocou o falo no grafo colocou da forma inclusive em que o falo aparece para nós no discurso dos nossos pacientes escondido ele tá escondido sob a forma do significante da falta no outro mas quando ele vai tá o grafo inclusive eh no seminário seis ele propõe que eh a passagem desse grande outro que embaixo é sem barra e portanto me diz quem eu sou que são todas as referências que estão do lado de baixo pro andar de cima é justamente essa
mudança que tá que ele relaciona com esse com essa flechinha aqui que ele chama de ponto de interrogação que é o desejo né o desejo é o que joga o grafo para andar de cima ele chama isso de ponto de interrogação chama esse ponto de interrogação de ponto que tem a ver com a pergunta que boi do conto do cote eh que é o que queres né Eh que é essa pergunta sobre o desejo essa pergunta que coloca no andar de cima o x né o desejo como um enigma que é também o que tá
grafado eh na fórmula né DM sobre x o significado do Desejo do outro ou da mãe aqui na fórmula como x como um enigma tudo isso tem a ver com s de ab barrado no gráf todas essas articulações o Lacan faz no seminário cinco e no seminário seis especialmente no seis eh bom S debarros na dimensão simbólica da falta na dimensão significante passando um pouco rápido pelos conceitos precisar depois a gente volta eh depois que o lac montou esse grafo depois que ele fez esse trabalho extenso ao longo do seminário c e do seminário se
o que que ele vai fazer no seminário sete Qual é o tema que ele vai escolher pro seminário sete o tema da ética e por que que ele vai escolher o tema da ética de novo para reconduzir os analistas paraa dimensão simbólica que interessa a clínica A dimensão ética que interessa a clínica que se distancia na leitura do Lacan da dimensão imaginária da ética em que a gente encontra a moral é como a filosofia costuma tratar a ética é como nós tratamos a ética eh de maneira mais Ampla a ética colocada como aquilo que se
deve e que não se deve fazer aquilo que é esperado aquilo que não é esperado o que é certo o que não é certo ele parte da filosofia parte dessa abordagem da ética para dizer que não é isso que nos interessa enquanto analistas essa dimensão moral da ética o que nos interessa como analistas é a dimensão simbólica da ética e ele vai chamar isso de Ética do desejo tem todo o seminário s para vocês trabalharem isso também ou seja vocês vem a insistência do lacam em colocar o desejo no no centro e a insistência no
centro da Clínica e a insistência do lacam em lembrar que o desejo é o desejo inconsciente ele é simbólico ele é uma estrutura e ele gira em torno da falta tem uma coisa que ele diz no seminário seis também que é bem importante ele volta a repetir isso várias vezes em outros lugares que o desejo não é articulável embora ele seja articulado que é outra dessas frases que toda vez que ele vai vai falar do simbólico a gente fala Puxa não sei se eu entendi né ele não é articulável porque o desejo não se refere
a um objeto a um objeto que satisfaz né então não tem maneira de articular embora a forma que nós seres de linguagem tenhamos para articular algo sobre o desejo seja a própria linguagem então o desejo é alguma coisa que se articula que se articula em torno do significante o falo simbólico significante da falta como é que isso se articula vamos lembrar da esteria e da neurose obsessiva Como é o desejo histérico o desejo histérico é o desejo insatisfeito né como é que o desejo se articula na histeria o que eu desejo é que o meu
namorado tivesse me dado ontem que foi o nosso aniversário de namoro que ele esqueceu as flores que provariam para mim que ele realmente se importa comigo ele realmente me dá o lugar que eu quero ter para ele Esse é o desejo histérico desejo não é o desejo das Flores o desejo é o desejo que se articula inclusive nesse tempo verbal que deixa a histérica insatisfeita né inclusive quando a gente investiga a histérica diz eu não eu não falei para ele que eu queria as flores porque o que eu quero não são as flores o que
eu quero é que ele se lembre do nosso aniversário de amoro e por se lembrar que por inicitiva dele ele compre as flores e aí eu vou ter a prova de amor que eu preciso a prova do lugar F que eu quero ter pro outro que se articula perceb em torno do significante na ideia da falta por ISO que o desejo da estérica se define como insatisfeito e desejo na neurose obsessiva mesma coisa desejo na definição do lac é o desejo impossível o que que é o desejo impossível da da neurose obsessiva acho que a
dimensão temporal é sempre muito feliz pra gente mostrar o que é a neuros o desejo impossível é o desejo de que aquilo que aconteceu aquilo que eu falei ontem para minha namorada eu não tivesse falado porque ela brigou comigo e agora ela não quer mais falar comigo ela tá falando em se separar de mim eu não sei o que eu faço com isso porque o que eu queria mesmo o meu desejo não é o desejo de resolver essa situação com ela conversar com ela ver o que tá acontecendo o meu desejo é o desejo impossível
de que no passado eu já não tivesse falado o que eu falei se a gente prestar atenção os adoecimentos mais graves da neurose são adoecimentos que colocam o neurótico nessa posição insatisfeita e impossível em função da maneira como o desejo se articula né Por definição ele é É falta por definição ele é estrutura ele é simbólico ele não é articulável porém ele se articula dessa maneira significante e uma maneira de de tratar dessa articulação significante é justamente o grafo do desejo muito mais rico né nessa nessa maneira de colocar para nós o desejo do Lacan
com todos os elementos com todos os conceitos que que se articulam essa ideia do desejo eh como eh simbolicamente estruturado isso é importante para nós e isso é importante inclusive paraa direção que a gente vai dar pro tratamento daí a importância do seminário sete para que a gente não transforme a psicanálise numa psicoterapia que supõe que as flores que a estérica tá pedindo elas existem na realidade e que se trata de ajudar a estérica a pedir antes do dia do namoro no próximo aniversário de namoro de avisar antes o namorado e que se trata de
fazer o obsessivo pensar que bom aquilo que ele já não já falou já foi falado vamos ver como é que a gente lida com com os efeitos daquilo que ele diz isso é psicoterapia não é psicanálise a psicanálise vai se ocupar justamente do desejo na sua estrutura Esse é o a insistência do lacar por isso o trabalho com a ética no seminário sete depois do seminário 7 ele passa ao seminário oit eh para abordar um outro tema fundamental né da clínica que é a transferência vai tratar da transferência por uma via muito interessante que é
a via do Amor eh vai lá pro banquete do Platão todos os discursos dos filósofos sobre o amor para dar destaque pro pro discurso eh que eh coloca né a dimensão do amor nessa dimensão simbólica n que tem a ver com a relação do alcibia com o Sócrates para quem já leu o o banquete para quem não leu Leia o banquete Antes de ler o seminário oito eh e ali o Lacan chama curiosamente o objeto do desejo aproveitando o o banquete do Platão de agma então agalma é esse esse esse termo que surge no banquete
para nomear aquilo que o ser amado possui e que tá suposto nesse ser amado possuir que faz com que eu ame eu amo por aquilo que eu Suponho que ele possui esse aguma que tá encoberto pelo sileno né que é a caixinha que esconde aquilo que eu Suponho que tá ali dentro do sileno é aquilo que eu Suponho no outro quando eu amo o outro Claro que isso tem a ver com a transferência com amor de transferência isso vai dar no conceito de sujeito suposto saber do Lacan né o saber que é suposto no analista
e a relação de transferência com o analista tá baseada nessa suposição do saber não no saber do analista mas naquilo que se supõe de novo a dimensão simbólica dessa suposição desse objeto desse amor e justamente no seminário oito Acontece uma coisa muito interessante eu passei para vocês um texto que eu recomendo que vocês Leiam aí é um texto meu que tem um título longo né dos do da falta de significante não do significante da falta a falta de significante na passagem do seminário oito ao seminário no o que que acontece no seminário oito Olha que
que curioso eh o Lacan que tá Val lendo S de abrado como o significante da falta no outro em um dos Capítulos do seminário oito que eu agora não me lembro de cabeça em qual é vai fazer quase um ato falho é quase um equívoco do Lacan e ele vai ler esse mesmo S de abarrota interessante são duas leituras nesse capítulo ele faz as duas ele vai pro significante da falta aí ele fala da falta do significante para dizer que não há não existe no outro um significante capaz de responder por aquilo que o sujeito
é ou seja enquanto o significante na da falta no outro dava destaque para essa dimensão simbólica né significante portanto da falta que é eu falo quando o Lacan fala em falta do significante no outro parece um trava línguas passagem de um pro outro mas se a gente prestar atenção muda tudo articular de um jeito e de outro quando o Lacan fala da falta do significante ele tá falando do real da dimensão real desse objeto do fato de que não há no outro um significante capaz de dizer daquilo que o sujeito é ou seja isso é
uma impossibilidade ele tá falando de um limite da própria linguagem de um limite que a linguagem tem para significar para representar o que se é pro outro e o limite da linguagem não é no seminário oito que o Lacan começa a falar desse limite da linguagem de novo a minha leitura que leva em ponta real simbólico Imaginário articulados desde o começo ele fala desse limite da linguagem para significar desde o no primeiro seminário a dimensão real já tá ligada no Lacan é essa ideia de um limite da linguagem Eh Ou seja a forma como eu
leio o seminário oito É nesse momento que surge a necessidade do Lacan de falar da dimensão da dimensão real do objeto o objeto tem uma dimensão inária é o objeto que ganha consistência como aquilo que pode completar o objeto tem uma dimensão simbólica ele é um vazio estrutural que localiza que existe falta e o objeto tem uma dimensão real e napre enquanto objeto que interessante só que ele faz isso nesse aparente equívoco ele ele não consegue ainda distinguir uma coisa da outra no seminário oito mas surge uma necessidade de tratar com mais atenção e com
mais eh cuidado dessa dimensão real do objeto que é o que ele vai passar a fazer no seminário do ano seguinte que é o seminário nove que é um dos seminários eu sempre brinco a gente faz grupos de estudos eh em que a gente lê né alguns Capítulos de de cada seminário começando do um e indo até o 27 nos grupos de estudos e eu sempre brinco que o nove é assim o divisor de água se a gente sobreviver ao seminário nove a gente segue com o trabalho porque o seminário nove do um até o
oito o Lacan tá preocupado com a distinção entre o Imaginário e o simbólico que já é difícil para nós a partir do nove ele começa a se preocupar com essa dimensão real do objeto que já tava presente também mas ele vai se ocupar com muito mais cuidado dessa distinção entre a dimensão simbólica e real do objeto entre a dimensão da falta do objeto que é o significante da falta e a dimensão real que é a falta do significante percebem a articulação que que ele começa a fazer no oito e aí tem uma outra coisa interessante
da gente acompanhar que é o seguinte até o seminário oito como ele tava preocupado com a distinção entre a dimensão simbólica e imaginária do objeto a ciência de referência do Lacan era o estruturalismo porque ele tava mostrando a dimensão simbólica pela via da estrutura a estrutura é um vazio né ao qual o conteúdo se agarra Mas ela é um vazio e para isso ele foi pro pro levr foi para para para eh pro estruturalismo francês da sua época inclusive para soir né o lev trou com a antropologia o socir com a linguística eh A ideia
é que quando ele precisa falar dos limites da linguagem não é mais a linguística que é capaz de falar dos limites da linguagem percebem para falar da estrutura de linguagem do inconsciente que é como ele define o inconsciente para falar da estrutura do desejo que é como ele define o desejo o desejo também é uma estrutura o estruturalismo francês em especial a linguística são o recurso central do Lacan mas para falar dos limites da linguagem para representar não é mais a linguística que vai ser útil pro Lacan isso não quer dizer que o Lacan tenha
jogado fora a linguística né no texto lá de 74 talvez em banen ele propõe a linguística como um dos dos dos uma das ciências que a gente precisa estudar se a gente é psicanalista ele não joga fora a linguística mas é como se ele se desse conta de que para abordar o real não é mais a linguística a ciência de apoio qual vai ser a ciência de apoio a matemática porque a matemática porque ele vai entender que a matemática ele vai vai definir a matemática como ciência do real né a matemática é eh uma ciência
que inclui na sua própria estrutura teórica no seu próprio pensamento no objeto que a que a matemática do qual a matemática se ocupa o próprio real real como um objeto da Matemática percebem se a gente vai pensar eh que o objeto para psicanálise é a falta de objeto né se a gente vai pensar que o objeto das pulsões né tem a ver com esse contornar um vazio de objeto para obter uma satisfação que não tá exatamente no objeto mas tá na descarga da pulsão que é uma outra maneira de falar do vazio desse objeto se
a gente vai falar desse objeto como inapreensível pela linguagem a matemática é a melhor ciência para falar desse inapreensível não como um resto né porque é uma das maneiras de tratar o objeto H um resto aquilo que a linguagem não dá conta aquilo que a linguagem não consegue dizer mas é um resto que para nós tem um lugar na teoria e na clínica Essa é a importância não é um resto como uma coisa que fica de fora né Tem sempre alguma coisa que fica de fora na é o resto que daquilo que não se aprende
pela linguagem é o que fica de fora da linguística mas isso que fica de fora faz parte do objeto com o qual nós trabalhamos Essa é esse é o salto do lac para matemática então ele vai tratar da matemática como ciência do real e vai passar a tratar o real né que antes ele tomava como esse limite que a linguagem tem para representar vai passar a tratar o Real a partir da lógica como o impossível nível lógico matemático que é uma insistência também do Alfredo eidelstein eu tô fazendo a revisão do outro Lacan que é
o próximo livro do Alfredo que vai sair pel atoro agora em finalzinho de Novembro começo de dezembro e ele insiste muito nisso né no lac da Matemática o Lacan que trata do Impossível lógico matemático como real a maneira como o lac inclui o real na sua forma de abordar o objeto então quando que a gente vê isso acontecer a gente já via isso acontecer antes a matemática já tava presente antes ela não surge no seminário nove ela já tava presente antes inclusive ela tá presente de uma forma muito interessante no no no texto subversão do
sujeito eh com a raiz -1 é o exemplo que o lac D Ali quem já leu esse texto deve se lembrar o que que é ra-1 é justamente esse termo né que a gente poderia chamar de impossível porque não existe raiz quadrada de número negativo né pela definição Na matemática o número negativo multiplicado por si mesmo vai dar um número positivo então não existe raiz quadrada de número negativo isso é um impossível no entanto é possível operar com isso matematicamente né a gente aprende no ensino médio operar com -1 põe o ra-1 na conta faz
a conta tem um resultado ou seja esse real pode ser escrito e é abordável Teoricamente e pensando na clínica psicanal cría esse real pode ser escrito também vai ser escrito com essa letra a a minúsculo e pode ser abordável clinicamente né então no texto verão do sujeito ainda não tem o objeto a como conceito esse objeto a como conceito nasce na minha leitura do Lacan não no seminário 10 mas no seminário 9 seminário 9 que é o seminário sobre a identificação a gente pode se perguntar Nossa por que o Lacan volta pro tema da identificação
se no seminário um e no estádio do espelho ele tem uma uma teoria sobre a identificação tão consistente e Tão rica né Por que que ele volta pro tema da identificação porque ele quer insistir num fato que tá presente no esquema ótico se a gente ler direitinho o estádio do espelho esquema ótico que já tá presente lá atrás e que ele vai retomar só no 10 de que a identificação não faz um com o significante a identificação não é a identificação com a imagem né a identificação com a imagem é a ilusão do Eu a
identificação e deixa um resto e esse resto eh é o que ele vai chamar de objeto a ele faz isso lindamente no seminário nove eh quando a gente trabalha o seminário nove nos grupos de estudos a minha escolha de trabalho do seminário nove é uma escolha por trabalhar com a figura do toro eu acho ela maravilhosa para mostrar pra gente o que é que o lac tá nesse momento né Essa necessidade de articular o significante da falta com a falta do significante ele articula Isso lindamente numa figura topológica então quando ele vai paraa matemática para
onde ele vai pra topologia e pra lógica principalmente né a topologia lida com esses com esses com essas figuras topológicas que são muito difíceis de aprender para nós a mais conhecida nossa é a banda de moebius que diz estutura do sujeito pro lac Ele trabalha com outras dentre elas o toro e o trabalho que ele faz com o toro no seminário no é o seguinte ele articula as voltas do toro que ele chama de voltas do toro ele vai desenhar o toro assim cada uma dessas voltas que compõem um toro ele articula essas voltas com
as voltas da demanda e ele vai dizer que a demanda só é demanda porque justamente por definição ela não se satisfaz como ela não se satisfaz ela retorna retorna retorna retorna e retorna Essas são as voltas da demanda o que cria aqui no meio a partir de todas essas demandas um um nada Vamos chamar assim um lac chama de nada eh que cria aqui no meio um nada que não estava lá antes das voltas da demanda isso é importante esse nada surge a partir da de cada uma dessas demandas esse nada surge da não satisfação
da demanda percebem enquanto não tiver demanda esse nada não conta então cada uma dessas voltinhas aqui ele chama de voltas da demanda que criam esse lugar do nada central do Toro e a partir de todas essas voltas da demanda ele vai dizer que nesse espaço dentro desse toro vamos chamar assim a gente tem como produto de de todas essas voltas da demanda o desejo Olhem que interessante Então a demanda busca satisfação e não se satisfaz busca satisfação e não se satisfaz Então o que tá aqui do lado de dentro é ess nada o que tá
aqui né O que tá aqui nesse vamos vamos fazer dois desenhos diferentes pra gente não confundir o que tá aqui nessa parte de cá é esse nada e o que tá aqui né nesse nessa parte de dentro do toro ele vai chamar de vazio do toro o vazio e o nada sendo o os termos que o Lacan encontra aqui para propor uma diferença o vazio supõe né se a gente quiser articular com o simbólico a possibilidade do preenchimento então o vazio é a dimensão do desejo a dimensão da falta mas a dimensão da falta ela
se estrutura a partir da não satisfação da demanda percebem como é que é sofisticado o trabalho que o eu faz com o toro nesse momento é porque a demanda não se satisfaz é porque a pulsão não encontra jamais satisfação que é o que vai levar o Lacan a dizer que a única pulsão é é pulsão de morte porque a satisfação da pulsão seria a morte a única forma de satisfazer a pulsão porque a pulsão por definição ela retorna ela insiste Porque como ela não tem um objeto que satisfaz completamente né Para nós que somos seres
de linguagem ela sempre vai retornar retornar retornar a não satisfação da pulsão é o que o Lacan chama de objeto a é o que o Freud chama de mal-estar na civilização né é esse mal-estar que tá na base de todo o ser de linguagem que tem que abrir mão da sua satisfação em nome da da da da civilização em termos freudianos então a não satisfação da pulsão produz né esse efeito que é um efeito da própria a demanda de um resto e a esse resto LCA chama de objeto a é a partir dessa função do
resto que o desejo vai se Insta vai se instaurar a questão é que no seminário no todo esse trabalho lindo que o Lacan faz com o toro eh não fica claro ainda pro Lacan a necessidade de um outro conceito então ele começa a chamar de de objeto a esse objeto da não satisfação mas ele continua chamando a de objeto do desejo no seminário nove então tem duas razões pelas quais a gente nunca lembra do seminário nove para falar do surgimento do objeto a né na teoria lacaniana O primeiro é porque até hoje a gente não
tem uma publicação oficial do seminário nove então o seminário nove é lido nessas versões né ou do staferla das das instituições brasileiras que traduziram esse seminário que dão acesso à gente eh mas a gente não tem uma publicação oficial que dê o destaque merecido pro seminário nove eh e a outra razão tá no próprio seminário é que o lac continua chamando o objeto a de objeto do desejo então também no seminário no a gente gente se pergunta mas o objeto a mas o objeto do desejo não é o falo por que que ele precisa do
objeto a porque ele justamente desde o seminário o oito já tá dizendo do objeto agalma e do objeto do desejo é como se ele pressentisse essa articulação entre o real e o simbólico antes de formalizar isso num conceito antes de dizer né Eh isso Trazer isso num conceito eh Então o que a gente tem a partir do seminário nove mas especialmente no seminário 10 é a possibilidade de chamar esse signif essa falta de significante no outro que é a dimensão real do objeto de objeto a que que vai acontecer no seminário 10 o próprio Lacan
vai chamar finalmente o objeto a de causa do desejo percebem o que que é a função da causa a causa é esse esse buraco esse limite criado pela não satisfação que a estrutura simbólica vai tratar como falta essa é Artic ulação Ou seja a falta é uma forma estrutural simbólica de tratamento do Real uma coisa que ele diz desde o seminário quatro que é linda de de se ler no seminário quatro já ao real Não falta nada se a gente diz que falta alguma coisa no real é porque a gente já tratou simbolicamente dessa falta
tá já no seminário qu no seminário 4 ele chama o ag gente da castração de real coisa que ele só vai retomar no 18 Então é isso essas coisas estão lá atrás mas não formalizadas Da maneira como elas vão ser formalizadas quando ele vai ter esse conceito né de objeto a para tratar disso ou seja nessa leitura aqui do S de abrado isso é uma coisa importante a questão não é primeiro ele ler s arrado como significante da falta para depois ler como falta do significante do outro como se a segunda leitura eh eliminasse a
primeira entendem pelo contrário são duas leituras possíveis do mesmo matema E se a gente souber as duas leituras é que a gente pode articular as duas leituras As duas são válidas Se você lesse de abrado como significante da falta você tá destacando a dimensão simbólica na sua leitura se você ler SD barrado como falta do significante você tá destacando a dimensão real do SD barrado que é um destaque que o Lacan vai dar pro SD barrado nos nos últimos seminários muito frequente Então o que o simbólico faz é furar o real é localizar no real
um furo né ele trata de um impossível lógico como se esse impossível fosse uma falta como se fosse um furo E se a gente quiser acrescentar a dimensão imaginária que é importante não esquecer dela e por tratar simbolicamente esse impossível Como furo coloca na dimensão imaginária um ideal de completude desse furo um ideal de satisfação nos objetos que ganham consistência imaginária eh eh como objetos da realidade ou seja o que que acontece Então a partir especialmente do seminário 10 a gente tem eh Essa maneira de articular o objeto na suas três dimensões a dimensão simbólica
do objeto a dimensão eh real do objeto e a dimensão imaginária do objeto eh na dimensão real a gente vai ter o objeto a na dimensão simbólica a gente a gente tem o falo simbólico e na dimensão imaginária a gente tem o falo Imaginário o fi minúsculo e o fi maiúsculo para definir para para para colocar isso em letras lembrando que quando ele fala da dimensão imaginária sempre ele coloca um menos na frente menos Fi para dizer que eh o o falo ganha consistência imaginariamente sempre como aquilo que falta né preciso eu eu só vou
dizer que eu falo é alguma coisa na medida em que aquilo eh que eu Suponho que é eu falo me falte né isso é uma coisa que a gente vê muito presente no discurso da estérica quando ela tem aquilo de que ela se queixa num ter esse objeto se desloca para outro para outro para outro na na neurose obsessiva evidentemente também né Eh aí eu queria dizer mais uma coisa assim para completar né esse trabalho aí queria ouvir vocês as dúvidas as questões que vocês tenham Qual que é o tema do seminário 10 que é
quando ele Finalmente vai chamar esse objeto a de causa de desejo a angústia né É no seminário 10 que ele vai dizer que a angústia não é a falta do objeto diferenciando o quê a angústia freudiana que a gente chama de angústia de castração que tem uma dimensão simbólica edipiana complexo de castração tudo que o laca retomou no seminário cin laca vai diferenciar essa angústia angústia de castração que é a angústia da falta do objeto da angústia que ele define como eh falta da falta Olha que interessante na angústia o que falta é justamente a
possibilidade de tratar o Real como falta se não tem a possibilidade de tratar do Real como falta que que é tratar do Real como falta É pô Real em palavras é p real no significante é dizer falta o dinheiro falta o namorado falta o filho né como não tem a possibilidade de nomear como falta esse real esse real invade né a sensação de quem tem crise de angústia que a psiquiatria chama de crise de síndrome do pânico É uma sensação eh indescritível que durante a crise de Pânico Quem tá tendo a crise não sabe o
que tá acontecendo e que o mais perto que quem tem crise de pânico consegue definir pra gente é dizer eu acho que eu tava morrendo devo ter tido uma uma parada cardíaca e ele vai parar no cardiologista por quê Porque é um um sentimento o Lacan tava sendo acusado de só trabalhar com o significante de não falar dos afetos que que ele faz no semin 10 ele diz então vamos falar dos afetos vamos falar do único afeto que não engana que é a angústia a angústia é um sentimento Universal ela tá presente em todas as
estruturas clínicas e ela é justamente a presença do objeto a Por que que falta a falta porque você não tem a condição de tratar a falta simbolicamente e na na na ausência dessa condição você tem eh a presença desse objeto e aí o último comentário que eu queria fazer com vocês para amarrar as coisas que eu queria amarrar hoje tem a ver com isso aqui ó e aí a gente vai ter no seminário 10 a partir do seminário 10 a possibilidade mais potente vamos dizer assim de trabalhar com essa fórmula S barr punção de percebem
que enquanto ele tá chamando de fórmula da Fantasia o termo em francês é fantasma que a tradução mais comum mais corrente é fantasia de Fato né enquanto o Lacan tá trabalhando isso como a fórmula da fantasia ele tá restrito a essa diferença entre o Imaginário e o simbólico Portanto ele tá trabalhando com o objeto do desejo na fantasia que é uma coisa que a gente encontra no Freud com muita clareza né que o Freud chama de fantasia né Ele fala das Fantasias inclusive de uma forma bastante consciente Ah daí eu tive a fantasia de que
se minha irmã morresse eu podia me relacionar com meu cunhado e aí meu cunhado minha irmã tá na cama doente meu cunhado tá do meu lado encostado no meu braço isso vira um sintoma porque embora eu tenha essa essa fantasia esse desejo esse desejo é na definição do Freud eh ambíguo ambivalente eu quero que minha irmã se recupere Eu amo minha irmã não quero que ela morra mas eu quero que ela morra Porque daí eu posso T livre para ficar com meu cunhado essa ambivalência produz no em termos freudianos eh a paralisia do braço como
um sintoma né o sintoma como uma solução de compromisso entre o desejo e o recalque na definição freudiana então para pensar esse trabalho freudiano a tradução por fantasia é muito boa o termo seria fantasia mesmo ou seja para pensar o trabalho que o Lacan faz até o seminário oito a tradução por fantasia me parece uma tradução feliz adequada interessante uma boa tradução o que eu proponho é que a partir do seminário 9 em especial a partir do seminário 10 A partir do momento em que a gente tem o conceito de objeto a eh a gente
já não tá mais falando da fantasia a gente não tá mais fal falando do desejo a gente tá falando de uma outra dimensão que tá ligada no Lacan à angústia que é essa Dimensão em que o sujeito é tomado como puro objeto da satisfação do outro que é o objeto a E aí a gente tá falando do gozo e não mais do desejo e aí a gente tá falando da angústia do fantasma do gozo do objeto a de todos os temas que vão nos interessar pro trabalho que o Lacan vai fazer do seminário 9 até
o seminário 20 na articulação que ele faz entre o real eh e o simbólico Então a partir do seminário 10 eu proponho que a melhor tradução do termo fantasma é fantasma né E que a leitura que vai se consolidando ao longo desse seminários que o Lacan vai fazer desse termo é a leitura em que eh oos sujeito é objeto do gozo do outro e que é isso Que angustia ser capturado como puro objeto do gozo do outro então nesse momento o Fantasma tá ligado ao conceito de objeto a ao conceito eh de angústia que ele
trabalha inicialmente no seminário 10 há o conceito de gozo que ele ainda vai desenvolver extensamente eh e que aí a gente vai fazer uma leitura mais sofisticada e inclusive uma leitura que o Lacan vai propor lógica D da fórmula do fantasma que que é o seminário qual o tema que ele dá pro seminário 14 a lógica do fantasma Por que lógica porque lógica ele ele vai mostrar Desde o 11 que a relação do sujeito com o objeto a na teoria da alienação que não é uma teoria evolucionista cuidado ninguém se aliena completamente para depois se
separar aá que eu já mostrou isso no seminário nove toda a alienação deixa um resto portanto as operações de alienação e separação estão intimamente ligadas e o Lacan vai propor isso com a lógica com a conjunção e a disjunção Da Lógica Só existe eh uma coisa não é sem a outra necessariamente em toda alienação implica separação e o objeto a é o objeto que que responde por essa separação seminário 14 lógica do fantasma ele vai trabalhar isso logicamente e Eu ainda acho que a gente tem uma qualidade em português eh em que a palavra fantasma
que não é a mesma que Fantasma em francês em francês a palavra fantasma seriam equivalente à palavra fantome né que tem a ver com assombração em português a gente tem essa essa riqueza desse jogo de palavras em que a gente consegue fazer uma coisa que um francês não consegue porque ele não tem a língua portuguesa articular o fantasma como função lógica aquilo que assombra o sujeito e que tá presente na obra freudiana também tá presente em bate-se numa criança e tá tá presente na cena fantasmática da Tortura das do dos Ratos do homem dos Ratos
que que é aquela cena fantasmática é aquilo que assombra é aquilo que angustia é aquilo que leva pro Freud ele não consegue nem falar sobre isso percebem a dimensão do fantasma que que vai vai entrar na clínica com uma riqueza conceitual que o Lacan não tinha antes de ter o conceito de objeto A então o termo fantasma ele é muito rico no semin nário seis a gente vê em várias passagens esse como Lacan tá também já pressentindo a existência do objeto ali sem conseguir formalizar isso dessa maneira eh São dois pontos do seminário seis que
que vale a pena uma certa dedicação quando o laca fala do corte no seminário seis e ele fala do corte daquilo que cai do sujeito da angústia ele fala isso no seminário 6 mas ele não tem o conceito que ele vai ter no seminário 10 e tem um momento em que ele ele fala do Hamlet que é maravilhoso também porque ele conta do do Ghost ele usa a palavra em inglês do Ghost do pai do fantasma do pai que aparece pro Hamlet que fica assombrando o Hamlet a peça inteira né aquilo que é fantasmático e
que assombra o sujeito né ghost em português é fantasma e aí essa essa articulação com o Fantasma posterior ela é ainda mais interessante mais rica quando a gente tem essa tradução Então tudo isso para chegar naquele ponto que eu disse no início né o Ericsson que eh a partir do momento em que a gente tem o termo né o conceito de objeto a que na verdade eh o Real já tava presente desde sempre mas o conceito que permite abordar logicamente esse real Vai Surgir aí entre o 9 e o 10 a partir desse momento eu
acho que a tradução melhor seria fantasma a lógica do fantasma quando a gente usa fantasia a gente sempre tá mais próximo de uma acepção freudiana de fantasia que não é errada mas a dimensão simbólica imaginária ganha muito mais força né a cena e o desejo e quando a gente tá falando de fantasma a gente tem uma força aí da dimensão real do fantasma do fantasmático que inclusive me parece muito importante mas a gente não vai ter tempo hoje queria ouvir vocês um pouquinho me parece muito importante para pensar direção de tratamento e e e deixa
deixar assim uma pulga atrás da orelha de vocês com o tema que vocês escolheram né a clínica da fantasia eh com a pergunta mesmo Será que a clínica é a clínica do fantasma né talvez a clínica seja a clínica da fantasia na medida em que a fantasia se aproxima do desejo e o desejo inconsciente ao norte da clínica pro Lacan desde sempre até o final mas sempre articulando o desejo inconsciente a dimensão simbólica do desejo com a dimensão imaginária né se a gente tá falando de objeto o falo Imaginário e a dimensão real o objeto
a no horizonte do trabalho com o desejo e aí pra gente não chegar na ideia da clínica do fantasma porque também não acho que é o caso de falar em clínica do fantasma porque a clínica não é a clínica do fantasma eh a clínica é a clínica do desejo pensar a clínica do fantasma é pensar a clínica em termos do real da angústia do objeto a é uma outra clínica tem a ver com a leitura que o Miller faz da Clínica acho que não por acaso Miller deu tanto destaque a ideia de travessia do fantasma
no final da análise uma concepção que me parece mais mileri menos lacaniana daquilo que a gente chama de de de clínica psicanalítica e que o Lacan sempre colocou no centro da Clínica o que ele chama de posição do sujeito uf corri um pouquinho com os conceitos com os termos me desculpem a corre mas eu queria muito chegar no final dessa elaboração para vocês e agora vou abrir o espaço para vocês fazerem questões vocês podem levantar a mãozinha aqui embaixo tem as as reações né reactions você vocês clicam aparece uma mãozinha quem quiser fazer uma pergunta
ou uma dúvida um comentário uma questão sei que é muita coisa Às vezes a gente não tem nem nem por onde começar a perguntar são tantas dúvidas Mas vamos conversar um pouquinho aqui vocês fiquem à vontade quem quiser também pode só abrir o microfone e falar se preferir deixa eu pegar o gancho abrir a fila que depois o pessoal pode ficam menos acanhados eh eu fiquei tão tão feliz com essa aula né com toda essa exposição porque quando eu tava pensando nesse curso A ideia é é fazer esse curso em 3 anos né dividi ele
em temas e e justamente era a ideia era fazer o primeiro ano né como a clínica da Fantasia o segundo ano com a clínica da angústia e o terceiro ano chegando na Clínica psicanalítica pra gente falar exclusivamente de direção do tratamento uhum né então assim o o nome da fantasia realmente a intenção é deixar ele para trás né pra gente fazer mais ou menos o mesmo percurso que o Lacan fez então muito bom eu eu eu tô não tô me contendo aqui acho que vai a nossa aula vai servir um pouco de eixo aí para
você pensar os desenvolvimentos né Que bom fico feliz com toda certeza com toda a certeza diga Alessandra eh eu tô muito feliz dessa oportunidade que a gente tá tendo já te acompanho já fica at umas pessoas que eu fico estalando viu você é uma delas assisto os seus vídeos lá no no YouTube e e eu falo o que que essa mulher tá tentando falar Jesus amado e a gente vai ensaiando para entender o que eh o que eu fiquei mais eh impactada que me agora já é uma questão pessoal da do meu percurso né quando
você falou assim que o pênis é um objeto Imaginário caindo atualmente aí não sei porque veio automaticamente que são as as nossas formas de representações Ou de ou de ser na atualidade né ã para ser mais exata eu venho de uma clínica em que eu atendo muito a a violência vim de de delegacia de de família e de upas agora ten a minha o meu consultório né Já fiz uma parte tudo quando você falou isso e certamente vem até a mim pessoas que estão atuando nessa área eu acabo atendendo né Elas e não é uma
clínica fácil lida-se muito com a perversão é muito difícil Graças a Deus eu tenho o meu terapeuta que eu vivo Dando Vexame que eu amo ele de paixão mas ele me corta toda hora mas mesmo assim eu insisto e eu queria colocar para você é o seguinte que quando a gente fala Principalmente quando chega na área da violência que é que é o ato mesmo Eu já peguei ali a o que que restou da daquelas pessoas e eu tô vendo um sempre existiu mas eu tô vendo uma inflamação eu tô usando muito esse termo inflamação
dessa transferência desse pênis desse poder desse falo desse objeto uhum ã só para localizar ã casais que tem o mesmo sexo a Sexualidade vou falar no linguajar comum essa potência tá sendo tão grande quanto os que não TM de violência né quando eu tento dar exemplo nas minhas outras pós-graduação tipo assim ah porque ele é homem e ela é mulher então ali tem uma violência física muito grande e quando eu falo são duas mulheres são dois homens ou sei lá que nome utilia né cada um por si a violência é tão grande quanto só para
colocar aqui na realidade o real que não tem um objeto representável dessa faminta eh devorar esse poder que não existe e que a gente acha que tá representado num órgão sexual numa posição de gênero no no tudo então assim só para vou vou rever as suas aulas tenho que me conter que dá vontade de rever muito para tentar né pegar ali a os pormenores mas que tá essa pulsão essa coisa de devorar ao outro uhum e não tá saciável é muito da minha do meu experiência né E você enriqueceu muito e quero agradecer pelo que
você contribui lá e faz acessível e principalmente nosso colega aí que eu também tô estalando o er que eu quero continuar aí nessa possibilidade que Tá circulando entre a gente as experiências gratidão imensa viu Obrigada Alessandra agradeço seu comentário vou fazer um comentário também sobre a sua experiência clnica CL né já nunca trabalhei diretamente com com esse tipo de de caso sempre indiretamente em especial em supervisão é uma clínica muito difícil você tem razão eh vou indicar duas leituras que eu acho fundamentais para pensar essa Clínica uma leitura tá no seminário 10 também é aquele
Capítulo em que o Lacan propõe a diferença entre acting out e passagem ao ato eu acho que essa diferença ajuda a gente a pensar situações de de violência numa dimensão simbólica que é o acting out numa dimensão real que é a passagem ao ato O que que tá em jogo aí porque o que tá em jogo pro ser humano é sempre o que ele representa pro outro isso tá na base da Constituição do sujeito né Isso é que o Lacan insistiu desde sempre o outro como grande outro como Campo da linguagem mas o outro que
se encarna na alteridade nas relações e todas as dificuldades que nós temos como seres de linguagem que somos são dificuldades relacionais como é que a gente se vira com esse outro e a demanda é sempre uma demanda de um lugar que eu quero ter pro outro e quando isso fracassa e quando isso não funciona bem né a o acting out pode ser uma resposta a passagem ao ato pode ser uma resposta é sempre uma resposta para para para esse para essa demanda de um lugar no no outro né que são demandas diferentes na neurose na
perversão e na Psicose mas que em geral é isso que tá em julo e uma outra leitura que eu acho fundamental para trabalhar com violência na forma como você tá trazendo é o texto do Lacan lá do início do ensino dele sobre a agressividade e todos os textos dessa mesma época que eu nunca lembro eh quais são exatamente mas todos os textos do Lacan sobre agressividade trazem com uma clareza que só o Lacan é capaz de trazer né Eh o quanto a agressividade ela é do o registro do Imaginário Lembrando que sempre real simbólico Imaginário
estão articulados eh na maneira de apreender a realidade a gente nunca tem só um dos três a gente sempre tem os três mas que na dimensão do Imaginário essa insistência do Lacan nos primeiros textos então recomendo todos os textos dos escritos da mesma época de do texto da agressividade em psicanálise e o seminário um e seminário dois em especial Qual que é a ideia do Lacan que o eu que se forma por alienação a a imagem né ao outro ao significante alienação é alienação ao significante Mas a essa alienação produz a ilusão do eu que
é a ilusão da da totalidade na imagem esse eu o que ele pede para que ele se sinta inteiro é o igual que tem a ver com o esquema L do Lacan ele põe dois eixos né né o o a relação entre o eu e o e o outro que ele escreve os dois inclusive com a mesma letra que não por acaso é a letra A né o eu e o semelhante eu e o outro que eu Suponho igual a mim a gente sempre supõe o outro igual a nós Principalmente quando a gente gosta do
outro aí é que a gente acha que o outro é igual a nós é uma coisa impressionante essa ilusão de reciprocidade que nós temos e o que que acontece com o eu e o eu é a base de todo n narcisismo de todo o narcisismo de todo o ser humano isso é um Universal também né para os seres de linguagem o que que acontece quando esse eu encontra o diferente e o eu quando encontra o diferente tende se a gente olhar só pra dimensão imaginária quero Claro que tem a simbólica e a real para pensar
por isso o seminário 10 é a minha recomendação Mas se a gente olhar só pra dimensão imaginária quando eu encontro o diferente a tendência universal de todos nós é destruir o diferente é isso que o Imaginário faz percebem o risco por isso que o papel o trabalho da civilização o trabalho da cultura sempre vai ser eternamente é um trabalho interminável sempre vai ser o de caminhar na contramão das nossas tendências naturais que são agressivas que são de preconceito que são de exclusão a cultura precisa trabalhar no sentido contrário né Isso é o a tarefa da
cultura porque a nossa tendência natural é se o outro é diferente eu destruo o outro gente não pensem que ninguém tá acima do Imaginário o Imaginário é uma das dimensões da realidade em grupos de psicanalistas em instituições de psicanálise a gente vê o psicanalista destruiu o amigo né que não não entendeu o Lacan como ele entendeu e se entendeu diferente a dimensão simbólica permite que a gente dialogue é o que se espera nas universidades nas instituições né nos grandes modelos de diálogo é se pensa diferente Deixa eu entender o que você pensa deixa eu dizer
o que eu penso vamos conversar vamos dialogar é assim que que que né caminha a Teoria é assim que caminha a ciência mas em geral a tendência é se o outro é diferente eu eu destruo diferente né então você fica lidando com esses impactos no dia dia da Clínica nessas nesses desafios enormes Fica aqui minha admiração pelo seu trabalho e é super importante dar um tratamento teórico para isso pra gente porque uma das coisas que acontece muito nesse trabalho clínico é a gente ficar muito capturado pelas histórias as histórias de Violência nos capturam de uma
maneira que a gente tem muita dificuldade de sair do moralismo para escutar mich você errado de sair da né de quem fez e quem é quem é inocente quem é vítima quem é o agressor se você não tiver sempre estudando em troca com pares fora fora até do nosso núcleo é o mais importante não tiver em análise você não sobrevive a isso você mesmo se destrói com tanta tristeza mas eh se você é um neurótico né Eh quando você falou isso aí essa fala agora riquíssima né e eu fiquei pensando assim Quando surge o termo
ameaça porque nós estamos falando da autoridade diferente aí me veio a palavra ameaça ameça Vem quando o outro me incomoda porque ele é diferente de mim né A diferença é uma ameaça da dimensão imaginária cuidado com isso qual diferença qualquer diferença uhum N pode ser uma diferença racial pode ser uma diferença sexual pode ser uma diferença de opinião pode ser uma diferença política a diferença é sempre uma ameaça para o eu ainda bem nós não somos unicamente o nosso eu senão a gente já teria se destruído como humanidade tem temos outras dimensões aí da subjetividade
que participam aí da dos laços mas só para para porque não é o nosso tema hoje né Então não vamos tem tem outras questões não vamos nos aprofundar mais nisso para senão a gente perde a oportunidade de abrir outras questões mas acho que a ideia Central é essa Alessandra A ideia é que a diferença é é alguma coisa que é Um Desafio e que do ponto de vista Imaginário não tem solução a não ser a destruição do diferente por isso que nós somos como nós somos né por isso que a humanidade em geral não caminha
para para para para mais paz ela caminha sempre no sentido da destruição E cabe a cultura eh fazer um freio nisso por as leis a cultura e é o que a gente vê né nos esforços que são feitos para para caminhar na contramão dessa dessa tendência fala Tati tô ligando o microfone primeiro né Maravilha te ouvir de novo Eh tô eu tive aula com você pessoalmente no Einstein quando eu fiz uma PS lá sei todo o corpo era muito maravilhoso e incrível que foi a primeira foi o meu primeiro contato lacaniano aí eu dei uma
enlouquecida né tô ali correr nomb e enlouquecendo há uns 7 anos por aí 6 anos eh Obrigada pela aula de hoje você foi eu fui pensando não tava pensando muitas dúvidas nessa questão porque eu eu atuo com crianças institucionalizadas né sobre o poder do estado atua muito tempo e agora eu tô num outro caminho de que essas crianças estão sendo adotadas uhum elas não estão mais dentro de uma posição de que eu não de abandono elas estão sendo queridas por outras famílias né E esse e esse esse migratório assim Foi algo muito novidade porque eu
tava sempre dentro de uma posição de paa de fta de fta de fta não que agora foi preenchido mas é um outro movimento e de ocupar o desejo do outro e não é a criança ocupar o desejo desses pais é que esses pais possam ocupar o desejo dessa criança dentro desse espaço de família e essa aula foi foi me dando um viés para onde eu vou atuando agora onde eu vou entr vou fazer um comentário também sobre isso que você tá dizendo Tati porque acho que é importante também a gente tentar articular essa sua experiência
com a teoria né você vê que de novo vem essa ideia de bom Como se a criança eh adotiva não como se a criança que foi deixada para adoção fosse uma criança não desejada e como se a criança adotada fosse uma criança desejada de novo aí a gente tá na dimensão imaginária da Concepção do desejo temos que tomar um certo cuidado com isso né na dimensão imaginária a gente pode dizer assim bom ela foi desejada por essa família não foi desejada pela família de origem né O que será que aconteceu na dimensão simbólica as coisas
se complicam um pouquinho pelo seguinte eh é só volta pro Imaginário é só na dimensão imaginária que uma criança pode supor por exemplo que o dia que ela for adotada ela vai ser feliz isso é o que que se chama eh Teoricamente nos nossos conceitos de ideais e que tem uma dimensão imaginária muito potente por trás do desejo né na verdade é isso que tá sempre por trás do desejo são as nossas ilusões de completude são as nossas ilusões daquilo que poderia satisfazer então uma criança que tá na institucionalizada certamente vai pensar o dia que
eu for adotada todos os meus desejos estarão satisfeitos e claro que não tô desconsiderando a dimensão imaginária do desejo a potência dessa dimensão nesse trabalho né a importância que é então procurar um lar adotivo para essas crianças e e os efeitos disso eh acho que é é um trabalho social muito importante mas pensando com o Lacan e pensando nos três registros e pensando na dimensão simbólica do desejo o que a gente vê acontecer e provavelmente você vai ter essa observação na sua experiência Clínica e a gente vê isso em várias situações na vida dos nossos
analises o que a gente vê acontecer muitas vezes quando se conquista alguma coisa que se desejava no sentido mais imaginário é uma certa decepção uma certa desilusão uma certa depressão que revela que por trás dessas idealizações a gente tem sempre a dimensão simbólica da falta mostrando que sempre vai faltar a satisfação nunca vai ser plena nunca vai ser completa eh inclusive Esse é um trabalho muito bonito e muito importante que em geral os os lugares que trabalham com adoção fazem que é se ocupar dos pais adotivos e das crianças que vão ser adotadas né quando
a gente tem psicanalistas nesses lugares é um trabalho muito muito importante de ser feito pelos psicanalistas lacanianos Porque como eles têm eh essa dimensão do desejo muito clara e a dimensão dos ideais que estão articulados ao Desejo também muito Claras um dos trabalhos que me parece que seria importante e Fundamental de ser feito com as crianças e com as famílias é o é um trabalho de deside realização da adoção Olha que coisa curiosa A ideia é a seguinte quanto mais idealizada a adoção maior a tendência para ela fracassar quanto menos idealizada melhor melhores são as
condições para que pais adotivos e crianças adotivas lidem com as dificuldades que estão envolvidas em se ter um filho né seja para Famílias adotivas ou não entendem eh isso é uma coisa que a Acontece muito com com famílias que não são adotivas uma certa idealização da criança que vai nascer e um desencontro entre aquilo que é idealizado que tem a ver com a dimensão imaginária do desejo com a ideia da completude que fica por trás né de toda ação motivada pelo desejo eh e a dimensão simbólica do Desejo que vai localizar aí muitas faltas na
relação com as crianças né criar um filho não é fácil eh ter pais não é fácil paraas crianças e pros adolescentes lidar com os laços não é fácil e esses laços eh as dificuldades que que a gente encontra elas são sempre tratáveis pela linguagem eh em forma de desejo né então o outro que não faz o que eu que eu espero eu que não correspondo ao que o outro espera então fica assim como uma uma linha interessante para além das idealizações que nós também quando estamos nesses serviços fazemos dessas adoções porque a gente fica muito
feliz quando elas acontecem para que a gente possa ficar atentos a aos os efeitos nocivos dessas e de todas as as as idealizações e tem uma coisa da qual o neurótico padece na sua neurose é dos efeitos da idealização eh sobre a sua relação com a realidade e esses efeitos são inconscientes e eles são os responsáveis pelas depressões gravíssimas que nós vemos hoje no mundo de redes em que aparentemente tudo tem que ser instagramável como se diz por aí de novo a angústia é um universal para nós que somos seres de linguagem o objeto a
é um universal para nós que somos seres de linguagem a linguagem nunca vai conseguir recobrir completamente aquilo que nós somos sempre vai a haver um resto eh a satisfação sempre vai deixar um resto sempre vai haver um mal-estar e portanto a angústia é um sentimento que a gente encontra em todas as estruturas clínicas então não vou entrar no tema das estruturas não é o nosso tema hoje tem um vídeo sobre estruturas clínicas no meu canal do YouTube para quem se interessar recomendo que vocês assistam então a angústia é um Universal a diferença entre as estruturas
clínicas é como Cada uma trata dessa angústia é isso que vai dar a diferença Qual qual é o o lugar dado para esse objeto a que é o objeto da angústia em cada estrutura Clínica eh a angústia isso que eu defini como real batendo na porta é esse sentimento de eh malestar eh enorme Isso é angústia quando você diz eh essa angústia que a gente não para de pensar não parar de pensar já é um tratamento de linguagem para angústia entendem a angústia pura a pura angústia a gente só tem na crise de pânico só
em geral essa essa angústia ganha um sentido ganha uma dimensão ganha um ganha palavras né Ela é abordável pela palavra nem que ela seja abordável pela psiqui Patria Ah eu fui no Psiquiatra ele me diz que o que eu tenho é síndrome do pânico o que que que que isso produz produz uma possibilidade de lidar com aquela angústia se eu fui para um psiquiatra ele me me diagnosticou com síndrome do pânico ele provavelmente me medicou e ele tem toda a maneira dele tratar isso pela linguagem porque a psiquiatria também é um um né uma uma
maneira de entender o que se passa é uma ela tem a teoria própria Aquilo é orgânico e aquilo é tratável por medicação então se eu fui procurar um psiquiatra isso ganha uma dimensão na linguagem se eu fui procurar um psicanalista isso ganha outra dimensão né uma Dimensão em que né o analista vai dizer bom mas me conta o que aconteceu e a gente já sabe que o paciente vai dizer eu não faço a menor ideia do que aconteceu porque isso é o o o a definição da angústia então o que que um analista costuma pedir
pros analises falarem Então me fala me fala de você você me conta o que você achar importante contar né Eh não tô não quero analisar o seu sobrinho nem o tipo de escolha terapêutica que ele fez mas pensando em alguém que vai pra análise ou que falta na análise dizendo eu falto porque eu não tenho o que dizer quando a gente tá no campo da psicanálise quando a gente tá no campo terapêutico se você não tem o que dizer ou você arranja o que dizer e vai ou se você não tem o que dizer você
não vai quando a gente é psicanalista dizer que eu não tenho o que dizer já é uma maneira de tratar simbolicamente daquilo que tá se passando comigo ou seja dizer que eu não tenho o que dizer é analisável quando você tem um analista do outro lado entende é mesmo Será que é só aqui que você não tem o que dizer aí o o paciente às vezes vezes diz não é assim em todos os lugares com os meus amigos eu tenho a mesma dificuldade Nossa que interessante como é com seus amigos com os meus amigos quando
a gente tá junto eu nunca digo nada eu gosto de estar junto com eles mas eu nunca sou a pessoa que diz alguma coisa entendem para onde vai o nosso trabalho o nosso trabalho não vai pra dimensão imaginária do Eu não tenho o que dizer o nosso trabalho considera que eu não tenho o que dizer já é uma expressão já é uma maneira de colocar em palavras aquilo que é da posição do sujeito Ou seja a na na definição do Lacan né aonde tá o inconsciente o inconsciente se estrutura como linguagem é é a própria
fala que traz para nós essa dimensão da linguagem que nos interessa clinicamente que é a dimensão do inconsciente ou seja não não se trata do conteúdo da fala mas da própria fala como a expressão da posição do sujeito que o próprio sujeito desconhece porque isso é inconsciente para ele mesmo né aquela famosa frase do Lacan maravilhosa que tá no começo do aturdido que é que se diga fique esquecido Por trás da do que se diz naquilo que se ouve e essa frase é maravilhosa porque terminou a frase a gente já esqueceu o começo a gente
já diz esqueci né Fala de novo ou seja a frase é uma maneira de demonstrar o próprio inconsciente esse esquecimento que é próprio do inconsciente na fala entendem ou seja ao falar Nós não sabemos o que dizemos e um analista do outro lado não é um analista que exige que se fale determinada coisa ou outra coisa é um analista quando tá do outro lado tô falando dos analistas lacanianos evidentemente que é no campo que eu conheço alguém que chega na análise por exemplo dizendo eu não sei o que que eu tô fazendo aqui Eu não
quero fazer análise Eu vim porque eh o meu irmão mandou minha mãe pediu minha mulher falou que se eu não fizer análise ela se separa de mim Eh quando a gente ouve esse tipo de coisa a gente não vai dizer então volta para casa e pensa se você quer realmente fazer análise porque isso é ficar capturado pela dimensão imaginária do discurso a gente vai dizer é mesmo você tá aqui porque a sua mulher falou que se você não fizer análise você ela se separa de você me fala um pouco mais sobre isso que que tá
acontecendo entendo entendem que isto é material de análise ou seja tudo é material de análise até aquilo que eu vou dizer que eu não consigo dizer né se eu digo na minha análise que eu tenho uma coisa que eu tenho vontade de dizer mas eu não tenho coragem de dizer isto é analisável se a gente cai na dimensão imaginária a gente vai dizer não confia em mim o que você vai dizer né vai ficar entre nós eu não vou contar para ninguém pronto escorregamos pro Imaginário então só só para para para dar umas fazer uma
pontuação que eu acho que é importante no seu comentário Ana Flávia de o que que é análise o que que no que que a análise se diferencia da psicoterapia Qualquer que seja as psicoterapias n as psicoterapias se ocupam da do conteúdo né do enunciado e não daquilo que nos interessa quando nós somos lacanianos que é o campo da enunciação né que tem a ver com a posição do sujeito e com a dimensão inconsciente do nosso tral o Real quando bate na p não é que eu não quero F eu não quer F é maneira de
trat simbólica imaginariamente o Real o Real crise de angstia agora quando eu tento contar alguém a crise que eu ti descrever os meus sintomas e quando eu digo que eu acho que eu tendo uma parada cardía já não é mais o Real já é uma abordagem linguageira desse real né já o Real ele se expressa na angústia ponto final é a única a única maneira de ter acesso ao real clínico é a angústia todo o resto são as palavras que os nossos analises usam para dizer para nomear para tentar eh dar um destino de linguagem
para aquilo que é né a base vamos dizer assim da nossa existência humana Tá bom Fala Mateus desculpa aqui tava muda eh então você tocou num ponto agora que me chamou atenção da questão do Real quando a pessoa e é muito comum na clínica a gente ouvir assim ah eu tive essa semana inclusive ouv de um paciente novo ah eu tô aqui porque eu tive uma crise de pânico e nunca tive isso na minha vida eu não sei que que que aconteceu comigo e daí aí você falou um negócio que é interessante de de acabar
entrando né entrando no Imaginário à toa assim à toa sentido assim sozinho acabar se pegando Ah mas você não lembra de nada como é que passou a semana de tentando pensar sobre isso na verdade trazer de trazer de volta só que quando a pessoa fala isso eu não consigo enxergar uma situação por exemplo que nem você falou né que também é muito comum Ah minha mulher que falou para mim vim aqui né acho que é interessante para mim Ah mas né sua mulher tá mandou você aqui me fala mais sobre isso né de falar para
pessoa que teve uma crise no trabalho mas como é isso para você ele fal Ah não sei né e parece que fica ali ISS Mas isso é uma coisa mais típica né Mateus na angústia Mas me conta o que tá acontecendo porque por isso que o lac vai chamar no seminário 10 a angústia de falta da falta entende porque se eu souber o que tá faltando uma coisa é eu chegar na análise e dizer eu tô muito angustiada porque eu perdi meu emprego eu não sei o que vai ser de mim agora não sei se
eu vou conseguir outro emprego tô angustiada Ou seja eu consigo nomear como falta a aquilo que tá me angustiando né ah eu tô angustiada porque eu acho que o meu namorado tá me traindo tem uma nomeação da falta é genial essa explicação do Lacan e mais genial ainda pensando que tá no momento em que ele tá formalizando o objeto a porque é isso o objeto A tá presente na angústia mas eu não tenho um recurso de linguagem para dizer daquilo que falta se eu tiver né eu eu vou chegar dizendo a a o trabalho do
analista nesse ponto tem que ser um trabalho de de aposta de de dizer bom você não sabe Então me fala de você me conta da sua vida você teve isso no trabalho como é o seu trabalho me fala do seu trabalho Ou seja Vamos tentar entender o que se passa com você para que a gente possa levantar uma hipótese Nossa a partir do nosso trabalho sobre o que é que tá fazendo produzindo essas crises mas essas hipóteses demoram essas hipóteses dependem da nossa escula a gente não pode esperar que o paciente chegue sabendo o que
tá acontecendo com ele senão a gente não tem o que fazer né a gente tem que tomar um certo cuidado com isso nas perguntas que a gente faz ah eu tenho eu faço tal coisa eu tenho tal sintoma é por que que você tem esse sintoma se o paciente soubesse responder não precisava da gente né e a resposta tá na dimensão do inconsciente não tem a menor ideia né em geral eles eles contam sonhos assim eu tive esse sonho e a gente diz ah por que que você acha que você teve esse sonho fala sei
não é você que interpreta o sonho para mim então o que a gente faz é dizer bom pra gente entender o que esse sonho significa você tem que me falar o que que esse sonho te faz pensar ah at apareceu tal pessoa nesse sonho me fala dessa pessoa apareceu tal coisa o que que é isso o que que é esse trabalho clínico é colocar a fala do paciente do nosso analisante eh naquilo que o Fred chamava de associação livre a gente p para ele eh associar livremente a gente diz a gente ensina isso Tecnicamente pros
nossos analises Olha me fala o que tiver a cabeça né que é a proposta do Freud e a gente vai tentar entender o que tá acontecendo ué mas qualquer coisa qualquer coisa me diga o que que que que esse sonho te fez pensar o que que tinha acontecido no dia do sonho o que Que tal coisa no sonho Leia uma Interpretação dos Sonhos do Freud é maravilhoso ele pega cada elemento do sonho e fala associa com isso aqui associa com isso aqui é um trabalho com o significante com as representações como diz o Freud Mas
por que que a gente faz isso porque a nossa hipótese de base é de que essa Associação não é tão livre quanto parece ela tem uma lógica ela tem um encadeamento que é lógico que é significante ela tem a ver com que o lac chama de cadeia significante ela tem a ver com o que o Freide chamava de desejo inconsciente então então o Freud tá indo atrás de todos os elementos do sonho porque em algum momento aquilo que o Freud chama desejo inconsciente retroativamente dá um sentido pro sonho Exatamente esse o trabalho que lacão faz
com a cadeia significante Ou seja a gente tem que tomar as palavras do sonho como matéria do nosso trabalho as as palavras que os nossos analises dizem como matéria do nosso trabalho pedindo Associação livre e eh partindo do pressuposto de de que tem uma um encadeamento que remete à posição do sujeito que é o que a gente tá sempre visando né em termos lacanianos a posição do sujeito em termos freudianos o desejo inconsciente é isso ou seja tem muita teoria por trás do que a gente faz muita teoria a gente entender né a nossa operação
Clínica por isso que a gente estuda tanto por isso que estamos aqui numa manhã de sábado né fazendo esse curso para dar um pouquinho mais de fundamentação teórica para nossa prática acho que é isso né O Ericson é isso é tudo isso Michele eu queria te agradecer imensamente né imensamente assim por uma por uma transmissão tão potente né e uma forma tão leve de de transmitir eh Muitíssimo obrigado mesmo foi e É uma honra né ter você aqui e a gente vai se ver de novo sim obrigada em muitas e outras oportunidades inclusive sim inclusive
presenciais isso inclusive presenciais pessoal todas as indicações né que a Michele fez de material de leitura já tá disponível para vocês lá no no Drive tá eh foi uma coisa que a já tava conversando né não dava para selecionar o único texto de leitura prévia porque o Lacan ele fala ISO em diversos momentos então agora com a aula né ela Michele foi pontuando fica mais mais fácil de vocês encontrarem esse material e mês que vem a gente estuda o estágio do espelho e no mês seguinte o Real simbólico imaginá Bom trabalho para vocês então obgado
obrigada também obrigada para todo mundo bom final de semana gente até a próxima tchau Eron tchau tchau