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[Música] Imagine sua história como uma linha do tempo quantos altos e baixos já viveu alegrias dores superações obstáculos a verdade é que essa linha não é assim tão linear inúmeros fatores internos externos influenciam o tempo todo o nosso jornadas e as tornam únicas e complexas Mas e se pudéssemos ser responsáveis por um pequeno estímulo capaz de impactar de forma positiva uma vida inteira e se criasse umas oportunidades de Minimizar vulnerabilidades e de alguma forma mudassemos uma trajetória acreditamos que sim isso é possível e por isso desde 2003 apoiamos projetos inspiradores com objetivo de incentivar o
protagonismo social acreditamos que podemos gerar o impacto hoje para que versões cada vez mais felizes dessas histórias possam ser escritas no futuro próximo Instituto CPFL energia que transforma realidades domingo na série Nossa Cidadania terrena em 1999 a Unesco solicitou o sociólogo e filósofo Edgar moham que sistematizasse um conjunto de suas reflexões que servicem como ponto de partida para se repensar a educação deste nosso Milênio o jornalista [Música] propõe a conduzir o homem é um encontro consigo mesmo em todas as suas dimensões Este é um livro do ranking prega sobretudo a cultura da Paz [Música] boa
noite sejam bem-vindos ao mais uma gravação do Café Filosófico CPFL sejam bem-vindo quem está quem estão aqui presente em Campinas é quem também tá acompanhando a gente pela internet no Instagram YouTube e também no Twitter a partir de agora quem quiser já mandar perguntas pela internet só acessar pelo chat ali enviar pergunta que daqui a uma hora mais ou menos na hora do debate a gente vai ler as perguntas aqui em Campinas tem os papeizinhos nas mesas só anotar a pergunta chamar alguém da produção que a gente vai ler e hoje a gente começa um
módulo novo o filosofia substantivo feminino que tem a curadoria de Natasha Pugliese que fala agora para gente sobre esse módulo Oi eu sou Natasha Pugliese e eu sou curadora do módulo filosofia substantivo feminino para o Café Filosófico nesse mês de novembro eu sou professora da UFRJ e Sou coordenadora da Catedral nesca para a história das mulheres na filosofia ciências e cultura essas palestras que vocês vão ver elas foram pensadas a partir do seguinte princípio né que quando a gente faz ouvir vozes silenciadas quando a gente torna visível mulheres intelectuais invisíveis quando a gente lê obras
filosóficas científicas que estão esquecidas no fundo dos arquivos e das bibliotecas Só porque foram escritas por mulheres a gente não tá só resgatando esses nomes e colocando novas personagens na história da filosofia né reconhecendo o valor e existência dessas personagens na história da filosofia a gente não tá só é trazendo novos nomes para o palco do pensamento a gente está fazendo isso também mas a gente tá fazendo mais a gente tá querendo condições para que gerações de meninas né e as gerações atuais de mulheres que vivenciam o gênero e a sua própria racionalidade que elas
possam conhecer a sua história né é uma história muitas vezes de reivindicação de conquista Mas também de pensamento ativo de genialidade brilhantismo de contribuição para ciência né E assim se orgulhar dela por conhecer essa história se orgulhar nessa história se fortalecer E aí ampliar o conhecimento fazer mais e melhor para ciência e contribuir para o desenvolvimento social eu espero que vocês gostem dessa série e que vocês possam também se sentir provocados a fazer esse trabalho de Resgate com a gente porque afinal essa história a história de todos nós e abrindo esse módulo temos aqui com
a gente hoje a Marileia de Almeida recebeu ela com aplausos por favor a mariléia é psicanalista professora do departamento de história da UnB mestre e doutor em História realizou o doutorado sanduíche na Colômbia University em Nova York com foco nos feminismos negros estadunidenses só tese territórios de afetos práticas anti-racistas nos quilombos contemporâneos do Rio de Janeiro recebeu menção honrosa no segundo prêmio de teses eclease promovido pela Associação Brasileira em História oral ela também autora do livro dever que lomba anti-racismo afeto e política nas práticas de mulheres quilombolas e a integrante da rede de historiadoras negras
e historiadores negros seja bem-vindo ao Café Filosófico CPFL Olá boa noite a todos todos e todas que saíram de suas casas hoje para que a gente pudesse aqui conversar e se aproximar do pensamento de uma das intelectuais negras mais importante da contemporaneidade que abre a quer dizer para quem já leu um pouco sobre o bellux e ouviu acabou de ouvir aqui fala da Natasha deve ter entendido o sentido radical desse módulo porque justamente Bellucci é uma pensadora uma filósofa pensadora escritora que a prática insurgente dela do pensamento é justamente o projeto político é descolonizar descolonizar
os modos pelos quais se pensa esse produto é conhecimento e para isso ela vai não não só apenas né tratar de outros nomes e outros figuras e outros e outros loucos e lugares para produção de conhecimento mais sobretudo sobre o modo como a gente se aproxima e se relaciona com ele então para nossa começo da nossa conversa aqui eu vou começar um pouco situação sem sombra de dúvidas uma das mais importantes teleclagem do nosso tempo desde a década de 80 até o início do Século 21 primeira década do Século 21 ela Já publicou mais de
30 livros entre o primeiro livro que ela publica quer um livro de poesia até livros infantis livros esses que vão passando por temas faz crítica práxis pedagógica crítica prática cultural vai tratar sobre afetividades o amor é um tema importante na discussão sobre o amor como a categoria política alguns livros desses a maioria deles já foram começaram a ser publicados no Brasil outros não passando também por autobiografias ela também escreve autobiografias tem três biografias discussões sobre pertencimento e lugar bem a obra dela como eu disse vem sendo traduzida no Brasil mas a primeira a primeira texto
da Bel Hulk que foi traduzido foi num dossiê dos estúdios da revista tudo feministas na década de 90 um dossiê intitulado mulheres negras é um docinho organizado pela professora Matilde Ribeiro e nesse nesse artigo chama intelectuais negras é um artigo da década de 90 posterior esse artigo da década de 90 a gente vai ter ali nos anos 2000 no livro né a saúde das mulheres negras é nossos passos vem de longe organizado pelas Werneck e Maisa Mendonça o texto vivendo de Amor quer dizer recentemente foi publicado o livro é tudo sobre o amor e esse
texto vivendo de amor é um dos artigos que compõem o livro tudo sobre o amor o que que eu quero dizer com isso que essa publicação ano passado é dezembro do ano passado da Hulk faleceu aos 69 anos nos Estados Unidos e o que me chamou atenção no dia do falecimento dela além obviamente vários gestos na internet de comoção e de tristeza em torno da Morte dela que me chamava atenção era como as pessoas expressavam esse gesto é a impressão que é que eu tinha lendo Os relatos e não só lendo Os relatos que eu
também relatei da mesma maneira é que parecia que tinha morrido alguém muito próximo alguém do qual nós nos tornamos íntimos sem nunca ter nos encontrado e eu comecei a me perguntar o que faz né O que o que fez com que essa intelectual é causasse esse efeito de intimidade e não é só apenas porque ela tem 30 livros publicados que ela é uma intelectual proeminente mas diz respeito do como abelhux se aproxima é dos leitores das leitoras ela ela vai a maneira como Bel roux de certa forma ela desce as suas relações nas suas experiências
íntimas os seus afetos como é que ela desce de certa forma essas relações para produzir modos de teorização que a maneira quando a gente vai ler a roupa se a gente tem a impressão de que ela tá falando no nosso ouvido e tá falando para mim nossa sempre gosto de contar essa história é que eu tava nos Estados Unidos e pesquisando né sobre o pensamento das feministas negras e fui ler o erguer a voz que nos Estados Unidos o título é de TalkBack que é uma expressão é um verbo frasal que diz respeito enfrentar uma
autoridade de uma figura de autoridade e no Brasil foi traduzido como erguer a voz pensar como feminista pensar como nele eu fui peguei eu errei a voz peguei um bolo de livro de Belford Roxo fui para biblioteca da Colômbia aquela biblioteca monumental para ler eu comecei a ler aquela leitura começava a fazer um efeito sobre mim que eu precisei pegar os livros fazer um uma assinatura lá na biblioteca levar o livro para casa porque era um livro que eu precisava ler chorar voltar respirar e saber essa autora que faz fez com que no dia do
seu falecimento milhares de pessoas das quais nunca se encontraram com ela expressaram uma relação de intimidade bem mas essa esse modo de produzir que a escuta de si tá mesclada a escuta do outro para que produz efeitos de intimidade apesar da sua singularidade inegável singularidade E aí aqui é impossível pensar né pensar pensar Hulk também sem se perguntar sobre as condições de possibilidade que possibilitam esse tornar-se Bellucci eu vou falar tornasse que daqui a pouco a gente vai tratar bem não é não é possível ler Abel hookes sem simplificar de alguma forma ela você lembra
o Hulk e tem uma convocatória como é que você vai usar a sua voz o seu lugar o seu corpo a sua mente a sua inteligência o que você tem a sua história sua trajetória para transformar o mundo essa convocatória tá dada é uma escrita que ao mesmo tempo vai tratar dos modos de opressão que se expressa nas instituições nas relações cotidianas Mas também como eles se expressa na Constituição das nossas subjetividades e afetos e o nosso tema que hoje que vai tratar de belroox na educação de racista é importante dizer que esse é um
recorte na obra de ao mesmo tempo é um recorte mas também é panorâmico e vocês vão entender ao longo da minha fala porque apesar dela ter escrito Três livros que focaram especificamente em relação sobre a práxis pedagógica falando mais da relação estudante e professores digamos nos Espaços escolares e acadêmicos né E aí seria a trilogia ali da educação ensinando a transgredir o ensinando comunidade pensamento crítico não é nenhum livro da Bellucci em que um projeto não há não não tenha um projeto pedagógico é dentro dele e aí conversando de novamente com a fala de Natasha
eu vou arriscar um pouco mais na verdade Bellucci ela vai ao longo da sua produção e sobretudo hoje que a gente consegue ter que a gente tem essa quantidade de livros sendo traduzido no Brasil a gente consegue ter uma visão de conjunto da sua produção que começou lá né no início dos anos 80 até o século 21 a gente consegue ter uma visão de conjunto E a gente também vai percebendo as transformações de como que os temas vão entrando como que determinadas problemáticas surgem no início ali dos anos 80 dos anos 90 e depois ela
vai é desdobrando isso a gente consegue ver que o projeto de uma educação de racista da Bellucci não tá circunscrito nem tão pouco nem aos espaços somente os passa acadêmicos nem nos seus livros circuitos a esses três livros que eu falei é em termos Eu sempre gosto de dividir um pensar um pouco abelhucci ela nesses 30 livros né mais 30 livros que ela produz pode pensar um pouco alguns erros de tema Então a gente vai pensar os textos relacionados a praxes críticas pedagógica os livros relacionados a crítica à produção cultural nesses livros que ela vai
tratar da produção cultural cinema literatura é enfim nas análises que ela faz sobre feminilidade masculinidade né Tem livros pensando sobre masculinidades negras sobretudo É nos esforços que ela também pro tem de alargar determinados conceitos ou concepções como a ideia de amor a ideia de espiritualidade ou a concepção de autoestima tem um livro dela também que não foi traduzida no Brasil que é Rock My Soul povo negro e autoestima em que ela vai largar também a concepção de autoestima e também em relação com espiritualidade nessa análises que ela realiza sobre pertencimento e lugar nas teorizações sobre
o feminismo então diante dessa singularidade e dessa multiplicidade de temas é a gente pode pensar é sobre Abel Hulk e sobretudo também nos efeitos dela sobre a o pensamento no Brasil e como que isso tem reverberado no Brasil eu gostaria de conversar aqui com vocês interessando três questões três questões que vão um pouco orientar a nossa nossa conversa aqui primeiro Quais são as condições históricas que favorecem a Constituição da singularidade do projeto de educação de anti-racista de Bells e aqui por condições históricas eu tô dialogando Sobretudo com focou vai dizer condições históricas não diz respeito
apenas das condições materiais institucionais mas também diz respeito às condições epistemológicas que se diz respeito das condições de produzir conhecimento circular conhecimento Então as condições epistemológicas também estão implicadas Nas condições histórica Então a gente tem que se perguntar Mas quais são as condições históricas que favorecem a emergência e a existência dessa intelectual com essa singularidade com esse jeito de produzir conhecimento Isso é uma questão e sobretudo que a gente vai pensar em epistemologia e se perguntar porque a gente vai pensar que já né as relações de poder vão nos informar que não é possível dizer
tudo o tempo todo né E nem é possível que todo mundo possa dizer então porque que que favorece que uma intelectual negra com berro que já tá produzindo desde a década de 80 se constitui a segunda questão que vai também orientar que a nossa conversa bem se a gente está falando de uma educação de racista Quais são os fundamentos teóricos né epistemológicos né presentes na concepção de Educação anti-racista de behruks E qual seria né a potencialidade desse projeto não apenas para pensar educação escrito senso mais sobretudo para pensar os projetos de educação dos feminismos e
que medida aqui nessa segunda pergunta eu vou aproximada em que medida o projeto racista de educação vai de certa forma provocando também uma pedagogia feminista eu vou um pouco vou colocar uma pedagogia feminista Negra faz essa provocação é muito interessante a gente começar o módulo com Abel Hulk porque a provocação que ela faz para os feminismos é em relação a uma pedagogia feminina feminista e uma pedagogia feminista Negra produzida porque é produzida por uma mulher negra mas que provoca os feminismos como um todo e por fim né levando em consideração né a recepção da Bellucci
no Brasil os efeitos dessa recepção no Brasil a terceira pergunta aqui que orienta a nossa conversa em que medida abordagem da converge ou se distancia de propostas experiências práticas que já vem sendo realizadas historicamente no Brasil em que medida é ouvir Abel hucks hoje é de uma certa forma aí uma convocatória para que nós Lemos estudemos intelectuais negros indígenas nesse país que já tem produzido a décadas no mesmo período de barrocos em período similar de barrocos década de 80 e 90 também pedagogias racistas Então essa é a terceira provocação que é o que a gente
vai fazer aqui não começando pelas condições históricas eu vou começar aqui pela trajetória familiar e acadêmica já que a gente está falando de uma pensadora que as teorizações são produzidas rente as experiências rente ao corpo rente ao que se vive é importante a gente retomar aqui essa trajetória um pouco familiar Glória dim Whats Esse é o nome de batismo de Bell hooks ela ela usa Bellucci como um pseudônimo para homenagear a bisavó materna que era considerada na família uma mulher sem tapas na língua uma mulher que é construiu a sua própria história que de certa
forma Nas condições de possibilidades ali daquele tempo e lugar enfrentou o patriarcado e as relações de poder uma mulher e ao escolher esse nome é reivindica também um legado né ela ela reivindica esse Legado de insurgência né uma nota importante que é importante dizer que a Bellucci ela vai usar o nome da avó mas em letra com Caixa Baixa né com letra minúsculas isso desrespeito que o primeiro livro Primeiro as primeiras Produções da primeira produção escrita é poesia elas começa a escrever poemas e poemas todo mundo sabe que escreve eu ler poemas desrespeito de falar
de das vísceras de coisas muito íntimas então o uso a princípio do pseudônimo Eu também tinha um pouco essa essa dimensão de proteger um pouco também da exposição e ao mesmo tempo que faz uma homenagem ao legado da vó nasceu em 1952 e no sul dos Estados Unidos em Robson no período da segregação racial quer dizer nascer mulher negra nos anos 50 é numa sociedade segregação racial significa vir ao mundo num tempo e espaço em que as condições de existência para as mulheres negras especial estavam limitadas ou o trabalho doméstico na casa das outras pessoas
ou o trabalho doméstico interno casar aquelas mulheres que de certa forma como o Hulk se expressavam um desejo pelo conhecimento abelhups desde de criança ela se mostra uma menina e uma criança interessada nos livros na leitura e indagar uma mulher ela vai me indicar o legado lá da vó sem tapas na língua e questionadora o outro destino era ser professora bem não vai dar para casar vai ser professora mas que concepção de professora se tinha naquele contexto se a professora era na verdade abdicar de uma vida familiar sexual e viver para cuidar né para ter
uma vida em Cuidado dos alunos não se relaciona não relacionava a ideia de ser professora a ideia de ser uma intelectual então para ir no caso da Bel Hulk na família dela né ela vai ela vai narrar essa vindo de uma família patriarcal cisternamente ela vivenciava uma segregação racista internamente tinha um domínio patriarcal né ela ela os pais né são da classe trabalhadora o pai era zelador a mãe dona de casa e ali ela e mais cinco irmãos irmãos e irmãs o destino dela tava selado nessa família é porque o pai dela dizia Olha uma
mulher como você não vai arrumar marido Desiste o negócio é ser professora porém o desejo dela desde criança era ser escritora ela já Lia poesia e escrevia poesia E também porque a ideia de ser professora como eu disse para vocês é não tava não tava relacionado a essa ideia de ser uma intelectual é importante retomar esse artigo que foi publicado na revista estudo feministas e intelectuais negras porque lá Nesse artigo barrocos inclusive vai narrando uma perspectiva que está presente nas comunidades negras e pobres que é um certo anti intelectualismo e eu vou colocar esse anti
intelectualismo aqui explicando que ele é justificável justificável justamente porque os espaços de produção de conhecimento a escola e a universidade sempre negaram a possibilidade para as populações negras e pobres ao acesso aos espaços nos Estados Unidos dados suas condições e no Brasil também então é esse antim intelectualismo tem a ver com uma des muito com uma desconfiança em relação ao próprio espaço mas não significa dizer que as comunidades negras e pobres não reivindicam e não lutam pela educação dos seus filhos na verdade isso é uma grande Bandeira se a gente vai pensar tanto nos Estados
Unidos como como a gente vai também retomar aqui no Brasil a luta do movimento negro a gente vai ver desde século 19 bem antes até da Abolição projetos individuais e coletivos que tinham objetivos de ampliar a possibilidade de educação dos seus filhos e filhas bem vai encontrar Justamente na escola e aí na escola aí na década de 50 ainda ela tá estudando uma escola segregada é na escola que ela vai ter pela primeira vez o seu intelecto valorizado e essa escola ela era majoritariamente constituída por mulheres negras e ela vai narrar isso me ensinando a
transgredir como que essas mulheres eram mulheres que incentivavam os estudantes negras e negras nessa sociedade segregada justamente pelo racismo estimulavam intelecto auto-estima E aí eu vou abrir um parente aqui a concepção de autoestima significa dizer que a autoestima é a confiança que nós temos na nossa capacidade de pensar e confiança na capacidade que nós temos de criar saídas para nossa vida confiança de que nós merecemos desfrutar dos frutos do nosso trabalho autoestima não tem nada a ver com estar bonita diante das Telas eu até estou bonita de outras telas mas não é só isso isso
ela vai fazer essa crítica porque essa essa confusão de autoestima na relação só com aparência claro que é um aspecto né se você tá bem se você Como você se arruma né mas e não é disso que se trata e as práticas educativas ela podem ser práticas de potencializar autoestima mas pode ser práticas de derrubar as pessoas para sempre não é à toa que nas experiências de pessoas negras e pessoas marginalizadas a escola tem sido e os espaços acadêmicos espaços de traumáticos Mas mesmo que se encontra nesse momento é nessa escola esse prazer então eu
vou abrir aqui também um parente para poder explicar né porque a escola é segregadas nesse momento né nos Estados Unidos é em crime 1876 até 1965 né predominou as chamadas leis do Jimmy que eram as leis em que ali nos estados do sul especificamente né havia segregação racial que separava pessoas negras e brancos nos acentos dos Bancos nos trens nos bebedouros e também nas escolas né então foi justamente A Luta dos direitos civis que começa a acontecer ali na década de 50 né Justamente a Luta pelos direitos civis que a gente acompanha né com o
Martin Luther King que vai tencionar essa o processo segregação porque obviamente se a gente tá falando de processo de segregação essas escolas e todos os serviços também né que estão oferecidos pela população negra são serviços desiguais né curiosamente era era a doutrina do separado porém igual com muitas aspas né Colocar muitas águas aqui né e claro que tudo isso não é para manter pessoas negras em posições subordinadas bem e é justamente nesse momento em que tá acontecendo o processo de segregação das escolas que a Bells tá saindo dessas escolas segregados com as professoras negras e
vai para o High School que seria o nosso equivalente aqui do ensino médio e aí nesse momento ela vai narrar que essa transição mudou também a relação que ela tem com a escola e aí ela nos narra como que isso acontece boa noite boa noite Felipe e todos e todos que nos acompanham Hoje é a obra de Bell hookes que inspira nossas reflexões quase todos os professores da Escola Bucket Washington eram mulheres negras o compromisso delas era nutrir nosso intelecto para que pudéssemos nos tornar acadêmicos pensadores e trabalhadores do setor cultural aprendemos desde cedo Que
nossa devoção ao estudo a vida do intelecto era um ato contra hegemônico o modo fundamental de resistir a todas as estratégias brancas de colonização racista embora não definissem nem formulassem essas práticas em termos teóricos minhas professoras praticavam uma pedagogia revolucionária de resistência uma pedagogia profundamente anti colonial naquela época ir à escola era pura alegria eu adorava ser aluna adorava aprender a escola era o lugar do êxtase do prazer e do perigo ser transformada por novas ideias era Puro Prazer mas aprender ideias que contrariavam os valores e crenças aprendidas em casa era correr um risco entrar
na Zona de Perigo minha casa era o lugar onde eu era obrigada a me conformar a noção de outra pessoa acerca de quem e o que eu deveria ser a escola era o lugar onde eu podia esquecer essa noção e me Reinventar através das ideias a escola mudou radicalmente com a integração racial o zelo messiânico de transformar nossa mente e o nosso ser que caracterizava os professores e suas práticas pedagógicas nas escolas exclusivamente negras era a coisa do passado de repente o conhecimento passou a se resumir a pura informação não tinha relação com o modo
de viver e de se comportar já não tinha ligação com a luta antirracista Quando entramos em escolas brancas racistas E desagregadas deixamos para trás o mundo onde professores acreditavam que precisavam de um compromisso político para ensinar crianças negras essa transição das queridas escolas exclusivamente negras para escolas brancas onde os alunos negros eram sempre vistos como Penetras como gente que não deveria estar ali me ensinou a diferença entre educação como prática de liberdade e a educação que só trabalha para reforçar a dominação bem uma educação que trabalha para reforçar a dominação ela toma como princípio um
sujeito Universal abstrato que é um homem eu tô falando abstrato que abstrato mesmo né o homem branco ocidental europeu capitalista Cristão eu tô falando na abstração porque do ponto de vista real de corporeidade ele também não existe mas ele existe como é feito de verdade para produção das relações sociais e relações que estabelece inclusive dentro da escola quer dizer é o que está narrando quando a sua existência a sua experiência é de ser uma mulher negra é naquele contexto Deixa de ser algo que está implicado na própria produção do conhecimento quem vai ler e o
ensinando a transgredir vou voltar aqui muitas vezes nesse livro ainda que eu diga não é apenas na trilogia da práxis pedagógica ela vai ter um projeto pedagógico mas a gente vai focar mais nesses livros é berrugas vai narrando por exemplo que acontece nesse momento da escola segregado os alunos negros tinham que chegar antes nesse processo tive que chegar antes na escola Olha estamos incluindo mas alunos negros tem que chegar antes na escola para evitar possíveis conflitos com os alunos brancos mas quem é que é precisava de certa forma pagar a conta para que não houvesse
os conflitos os alunos negros que tinham que acordar mais cedo E sem contar ela vai narrando também dentro da sala de aula os momentos em que ela sentia profunda tristeza vontade de chorar em que o conhecimento deixou de ser algo que interpela que movimenta que cria para ser apenas alguma coisa que a gente que o Paulo Freire já tinha dito que é um conhecimento uma educação bancária eu deposito o conhecimento saberes que eu Suponho que sejam universais e necessários alguém decora de glúteo esse conhecimento e devolve então essa educação bancária vivenciar nesse momento nas escolas
um processo de segregação mas também na universidade é na década de 70 que Abel hucks se desloca do Sul do kentuck para Califórnia para fazer a graduação dela é Stanford para estudar inglês 1970 no auge do momento feminista nos Estados Unidos no auge do movimento feminista nos Estados Unidos no auge que tá se constituindo os estudos de mulheres nos Estados Unidos é importante dizer que esses estudos de mulheres nos Estados Unidos nesse momento tá sendo dado majoritariamente por pessoas brancas e não é por acaso que a gente vai tratar disso com mais detalhes que os
femininos negros tô falando feminismos negros no plural ainda que seja um movimento político feminismo negro eu tô falando plural para que a gente não perca a dimensão que os feminismos negros ele tem uma multiplicidade teórica de abordagens ainda que tenha pontos digamos em comum então ali na década de 70 quando ela tá entrando na universidade o banco também vai encontrar uma situação similar esse modo também de ensinar na universidade que é também essa educação bancária essa essa esse jeito de ensinar inclusive não só bancária e até hoje também prevalece na universidade Eu também como professora
Universitário e eu sou eu sou a professora de prática de ensino de prática de ensino na universidade é uma das questões mais importantes em interpelar os futuros e futuras professoras de que esse modo de dar aula aqui em que tem essa transmissão que você séria se ele quer seriedade a densidade é medida pela falta de alegria dentro da sala de aula falta de relação de prazer falta de espontaneidade isso não tem nada a ver com a vida isso tem a ver com uma performatividade de intelectualidade que tá conectada com um projeto colonizado Colonial racista da
branquitude de saber poder e a universidade é uma máquina de produção de branqueamento e masculinização eu costumo dizer que se a gente não toma cuidado as mulheres vão ficando cada vez mais masculinizadas no sentido não no sentido do que isso representa como a expressão de relação de poder dominação e todo mundo vai ficando branco mais branco branco branco branco branco branco porque é o norte Global global que que manda né não é impossível que que toda história da humanidade ser explicado por cinco homens brancos Esse é esse é uma interpelação que Abel Hulk vai fazer
então quando ela chega na universidade a primeira coisa que ela percebe é no momento em que está acontecendo os estudos de mulheres nas universidades porém Cadê as mulheres negras Nos programas e quando as mulheres negras apareciam Nos programas ou nos estudos de mulheres era para falar da famigerada força da mulher negra a força da mulher negra a mulher negra não sofreu combater Arcado a mulher negra não sofreu com as opções de gente o problema da mulher negra é apenas a questão racial e não é por acaso que Na graduação o livro que Belo Hulk vai
o trabalho de graduação que você vai escrever é um livro sobre a história das mulheres negras nos Estados Unidos ela vai escrever vai estorizar sobre pera lá as mulheres negras não sofreram com opressão do patriarcado sim aí nasce o primeiro o primeiro livro dela que é o ensaia uma que foi traduzida e eu não sou uma mulher que é o título do discurso de soja e truque que é uma mulher negra do século 19 se perguntando já no século XIX Como como que as relações de raça e gênero afetam a existência das mulheres negras mas
é importante dizer isso então e é muito interessante dizer que vai escrever esse trabalho na graduação ela termina a graduação ela não consegue um editor para ela ficar uns seis anos tentando publicar eu sempre digo isso esse editor que não publicou se arrependeu para o resto da vida porque depois 30 anos depois escrevendo sucesso editorial incrível ele deve ter se arrependido Mas assim ela ficou anos tentando publicar esse livro e é como não como se não tivesse espaço bem então mas depois né na década de 80 nem 1970 ela ela conclui o mestrado e já
o mestrado dela em 1983 ela já sendo professor em universidades ela ela também conclui doutorado dela e no doutorado dela é importante poucas pessoas falam isso mas é doutorado ela escreveu sobre Tony Morrison não é por acaso que quando a gente lembra o Hulk tem sempre uma referência Tony só um livro ou outro mas tem a ver justamente porque nos Estados Unidos a produção de conhecimento é das mulheres negras na literatura interpelando né as relações de raças gênero e classe ela ela começa um pouco antes né Antônio elas elas constituem um coletivo Alice Walker na
verdade constitui um coletivo de mulheres que vão negras pensar como que essas relações nessas dinâmicas raça e gênero né se expressam também nas vivências das mulheres negras então e como eu disse durante essa formação acadêmica Universitária ela vai também se deparar com essa com esse modo de transmissão do conhecimento e é justamente sendo uma professora professora universitária em que ela vai tentar buscar outros modos de estar em sala de aula e nesse momento que o Paulo Freire se torna um autor é tão importante para o pensamento de berrutos porque o Paulo Freire ao ler o
Paulo Freire primeiro depois encontrá-lo que ela vai encontrar com ele pessoalmente tem uma história muito interessante desse inclusive desse primeiro encontro é quando ela tava dando aula na Califórnia em que os colegas dela de departamento não queriam muito que ela encontrasse com Paulo porque tinha um medo que ela fizesse perguntas necessárias mas incômodas para Paulo Freire do tipo e as relações de raça e gênero nas suas obras Paulo Freire Porque apesar dela ser interpelada por ele e acho que é importante dizer isso então ela é interpelada por essa Pedagogia engajada do Paulo Freire essa pedagogia
que vai criticar esses modos de transmissão de conhecimento é padronizados e colonizados ainda né como eu disse aqui que ela faça crítica e ele e ele Escute essas críticas e e ela diz que ao fazer a crítica que Paulo Freire e a maneira como ele a recebeu fez com que ela ainda o admirasse mais porque ela percebeu uma conexão entre aquilo que se escreve e aquilo que se pratica coisa mais difícil do planeta é essa relação ética entre aquilo que se produz do ponto de vista de conhecimento e aquilo que se vive do ponto de
vista das relações bem é ali na universidade essa indignação né tanto da do silenciamento da experiência das mulheres negras né Como disse foi Central para essa definição é mas apesar dessa singularidade eu vou dizer da Bellucci acho que tem um ponto aqui é importante né que o pensamento da besta associado não pode ser dissociado a uma condição histórica que é emergência ali dos feminismo de negros nos Estados Unidos na década de 80 e 90 então não só nos Estados Unidos mas a América Latina no Brasil porque eu tô chamando atenção para isso porque nesses últimos
anos em que a produção de escritoras e feministas como a geladeira deles Patrícia Rio colins e belga chegou no Brasil a gente dá se a impressão de que aqui no Brasil não tava sendo produzido nada tava sendo produzido e com muita densidade com muita qualidade porém também tem que se perguntar apesar dessas autoras Essas autoras são importantíssimas para minha formação e é inegável a importância da belga para minha formação também a gente não pode deixar de perguntar porque as estadunidenses foram publicadas antes por exemplo de intelectuais como Sueli Carneiro eu tô falando por editoras grandes
editoras do mercado aí editorial seria Carneiro Beatriz Nascimento Ela é bonsai porque tem a ver mas ao mesmo tempo como essas escritoras elas são insurgentes não é por acaso que quando a geladeira teve no Brasil ela se fez essa pergunta mas vocês estão me exaltando faltando um país que tem lélia González um país que tem lélia Gonzales que tem a produção de lélia Gonzales Eu estranho essa exaltação em relação a mim mesma diz Ângela deles eu responderia para geladeira nós somos um país de mentalidade colonizada e colonial um estrangeiro nesse país do Norte Global sobretudo
ainda sendo uma mulher negra tem sempre é tem sempre proeminência na fila E aí eu quero te chamar atenção Para isso que escrever e publicar nesse momento é uma preocupação das intelectuais negras nos Estados Unidos e também pode posso dizer que acho que em certa medida converge com contexto que a gente tá vivendo aqui no Brasil que a gente tem que dizer assim publicação tem a ver com interesse mercadológico falar escrever sobre mulheres negras nos Estados Unidos naquele momento eram nicho de mercado um lixo de mercado que naquele momento estava sendo dominado por pessoas brancas
escrevendo sobre experiências mulheres negras as intelectuais negras escrever e publicar e reivindicar também sobre quem é de certa forma pode falar sobre a sua experiência na década de 70 e 80 nos Estados Unidos esse debate está sendo colocado no mercado editorial dentro do campo dentro das Universidades nos estudos de mulheres esse debate tá acirrado e tá ferrado junto com uma discussão que também ali 80 e 90 vai se dar nos feminismo que é a própria concepção de experiência a própria teorização sobre experiência O que que a experiência e aí toda a teorização entre a experiência
numa perspectiva essencialista então só quem pode falar sobre as mulheres negras são as mulheres negras essa era a crítica né que vai fazer ou a experiência como Loucos de produção de conhecimento em que não é que só quem tem que falar sobre as mulheres negras pessoas trans são pessoas trans mas que uma mulher negra falando sobre a sua experiência é diferente um homem branco falando sobre a experiência de uma mulher negra tem a possibilidade de escrever de uma maneira diferente e o que a gente estava vendo hegemonicamente eram trabalhos produzidos por pessoas brancas que reforçavam
inclusive estereótipos sobre as mulheres negras então não é por acaso para fim de reivindicar tanto nesse espaço político quando a gente vai lendo a produção né estudando lá produção a produção das feministas dos Estados Unidos na década de 80 e 90 não é por acaso que todas elas ali na década de 80 e 90 vão fazer referências a intelectuais do século 19 eu não sou uma mulher fazendo referência sobre se você pega a produção de várias delas elas vão recuperar Ana Júlia Cooper que são mulheres do século XIX negras que estão produzindo conhecimento é um
pouco naquela perspectiva que o Eric Rubens escreve sobre invenção das tradições toda a tradição ela é inventada sobretudo na história para o historiador historiadora toda a tradição inventada a gente se pergunta é quais o Quais são as relações de poder que faz com que naquele momento histórico essa produção essa tradição seja inventada e as mulheres negras nos Estados Unidos naquele momento as feministas negras estão produzindo e também inventando uma tradição uma linhagem um legado então escrever e publicar Faz parte dessa luta né E como eu disse também a lenda das mulheres que estão produzindo dentro
do círculos acadêmicos também a escritoras essa interpelação justamente ali na década de 90 feita pelas mulheres negras e latinas sobre a noção de experiência vai vai de certa forma transformar os feminismos ali que inclusive vai dar título do nome do livro da Bel Roots que é o segundo livro dela que é a teoria feminista do margem da margem para o centro que é essa discussão racial até então na produção dos feminismos e sobretudo feminismos numa perspectiva marxista socialista O Liberal vai desconsiderar ou tratar com menos importância a dimensão racial as mulheres dos Estados Unidos negras
e latinas Vão colocar no centro não é não é uma dimensão é no centro da discussão dos feminismos a partir da década de 90 no centro da discussão e do Ethos da produção dos feminismos a questão racial as mulheres negras latinas nos Estados Unidos colocam isso a luta é constante É como essa é uma dimensão da Bellucci Como transformar algo que vai se transformando em um em um Ethos Mas também se transforma em um modo de fazer teórico mas se transforma numa prá numa Prates numa Prates na relação que se estabelece com os espaços bem
então a interseccionalidade vai ganhando status não apenas metodológicos né mas também uma postura ética basicamente é só também acho que é muito importante pensar o conceito a emoção de interseccionalidade que é um conceito cunhado ali é pela jurista Negra estadunidensel Que que diz respeito né de como que você vai pensar raça classe gênero e como que essas dinâmicas de opressão se expressam né na experiência das mulheres negras das pessoas é importante dizer isso eu tô usando aqui intersexualidade mas é importante abrir um parentes que barrocos não usa esse termo intersexualidade não é um termo que
ela usa ela vai dizer porque ela gosta ela gosta das cinco palavras para definir o sistema de opressão que é o patriarcado supremacista branco capitalista imperialista que ela disse que esses cinco nomes dão materialidade ela acha o termo interseccionalidade abstrato Qual é o nome da coisa patriarcados supremacia está Branco imperialista capitalista Esse é o nome o nome do monstro tem tem nome então vamos nomear isso essa é na Perspectiva da Bel Roots mas para além se o nome intersexualidade sistemas múltiplos de opressão Se é patriarcados supremacista branco é capitalista imperialista o que interessa é que
as mulheres negras e as mulheres latinas nos Estados Unidos lá nos Estados Unidos e no Brasil na mesma período estão fazendo estão estão dizendo o seguinte não é possível olhar para as experiências das pessoas humanas das pessoas de modo geral em especial né sobre as mulheres negras né e não brancas que as questões raciais vão e de classe também vão vão produzir efeito sobre elas é impossível é produzir teorizações sem essa metodologia como é pensando como eu disse já que no Brasil lélia González Beatriz Nascimento na década de 70 e 80 né posteriormente a gente
vai ter Luisa Barros Helena Teodoro Sueli Carneiro a zoeira Trindade E tantas outras eu tô chamando atenção gente porque se tem uma coisa que o sistema a suprema Se tem uma coisa que a Branca de saber poder gosta é escolher uma preta um preto único para representar todo mundo nós somos múltiplas e nós somos múltiplos Nós Somos muitas pessoas e nós não temos apenas uma duas ou três intelectuais temos muitos intelectuais lá e aqui e é justamente essa multiplicidade que favorece a gente construiu o mundo é o mundo em que a presença do outro né
do outro e do outro aqui Não no sentido do outro do qual eu não tenho nada a ver mas talvez no sentido mais de outra idade como a belga chama atenção não não seja uma ameaça que a gente tá pensando em relação aos poder Então esse caminho é para dizer que a singularidade de berro não pode ser pensado somente em termos individuais nem sola nos Estados Unidos nem pensar na experiência do Brasil né a visibilidade né e a gente vai partindo para segunda parte aqui do Nossa pergunta que é diante disso então Qual é Então
os fundamentos teóricos e metodológicos do projeto de educação de racista de que maneira ele de certa forma afeta os próprios feminismos né então esse projeto primeiro acho que dizer ele não tá se com escrito é importante dizer não está circunscrito ao espaço acadêmicos a berruga ela é uma autora que esse modo dela escrever que é sempre sem ser simplório que traz temas complexos convidando a gente já se aproximar é justamente porque ela quer falar com muita gente ela quer falar com pessoas que estão nos presídios nas igrejas nos hospitais e pessoas que não a principal
a primeira crítica que ela vai dizer o seguinte de um feminismo que vai se tornando uma teoria o feminismo que tem uma boa nova para todo mundo que é olha a gente precisa transformar as relações de poder feminismo não veio o mundo para tirar os homens daqui os homens dali o feminismo é para questionar como que as relações de poder configuram as existências e fazem com que a possibilidade de existir é que as pessoas não vivam na sua Plenitude ela plenitude da sua existência Porque elas estão tendo que lidar com opressões de raça classe gênero
desigualdade nós humanos nós nascemos para poder fazer com que o nosso intelecto a nossa emoção o nosso afeto possa fazer conexão com o mundo de uma maneira criativa e se há sistema de opressão que impossibilitam isso esses sistemas precisam ser questionados mudados Então esse é o primeiro ponto da Bellucci então aí que eu estou chamando atenção um feminismo que vai se tornando apenas uma disciplina acadêmica para perdeu o seu propósito político o feminismo precisa chegar em todos os lugares porque ele tem uma boa nova para o mundo E aí essa apresentação essa essa proposta como
ele está em todos mas a gente pode pensar pensando um pouco mais na trilogia ali né do ensinando a transgredir educação como prática de liberdade que é publicar nos Estados Unidos 1994 e no Brasil em 2003 olha 94 nos Estados Unidos 9 anos depois no Brasil o ensinando comunidade Pedagogia da esperança que é publicado nos Estados Unidos 2003 e em 2021 foi publicado no Brasil o ensinando o pensamento crítico sabedoria da prática que é publicado nos Estados Unidos em 2010 e 2020 no Brasil preste atenção que eu vou usar as datas dos Estados Unidos para
dizer quando ela vai publicar o ensinando a transgredir primeiro teve que convencer o editor porque hoje ela falou assim você até aqui ela tinha publicado e eu não sou uma mulher o a teoria feminista do margem para o centro e o erguer a voz que eram três livros em que ela tá falando especificamente de teorizações feministas Olha você já tá consolidada né como uma escritora que já tem um nicho aí de mercado no pensamento feminino não vai mexer com esse negócio de educação não vai dar certo de arroz e aí pela insistência eu tô aqui
um pouco chatizando é na insistência de barrocos um sucesso editorial porque esse modo de pensar o espaço acadêmico em que interpela a gente a pensar na nossa condição de estudantes mas também na nossa condição de professores e produzir conhecimento faz com que as pessoas se identificam com o livro e ali eu quero chamar atenção que logo ali no ensinando a transgredir ela vai fazer uma coisa que depois que a convergência dos propósitos políticos dos feminismos com os propósitos políticos numa Educação de racista E aí tem uma hora que esses atos precisam ela vai fazendo essa
convergência não é por acaso que quando você pega ali esse na transgredir ela ela tá tratando dos feminismos tá tratando de uma pedagogia racista ela vai fazendo essa mescla e depois isso vai de certa forma se estabelece nos outros dois livros é claro que são livros que são publicados com interesse de propósito diferente mas depois nos dois outros livros da trilogia esse projeto está consolidado ali no ensinando a transgredir digamos assim ela tá ela ensaiando algo que depois eu vou dizer que se consolida né então enfim o ensinando a transgredir como eu disse se transforma
num sucesso e ali eu queria destacar nessa trilogia mas especialmente o ensinando transgredir a noção de experiência e aí vamos ouvir um pouco que tem a dizer é sobre a concepção de experiência dela ainda na mesma obra de como professora reconheço que os alunos de grupos marginalizados tem aula dentro de instituições onde suas vozes não tem sido nem ouvidas nem acolhidas quer eles discutam fatos aqueles que todos nós podemos conhecer quer discutam experiências pessoais minha pedagogia foi moldada como uma resposta a essa realidade se não quero que esses alunos usem a autoridade da experiência como
meio de afirmar sua voz posso contornar essa possibilidade levando a sala de aula estratégias pedagógicas que afirmem a presença deles seu direito de falar de múltiplas maneiras sobre diversos tópicos essa estratégia pedagógica se baseia no pressuposto de que todos nós levamos a sala de aula um conhecimento que vem da experiência e de que esse conhecimento pode de fato melhorar nossa experiência de aprendizado sei que a experiência pode ser um meio de conhecimento e pode informar o modo como sabemos o que sabemos embora me opõe a qualquer prática essencialista que construa a identidade de maneira monolítica
e exclusiva não quero abrir mão do Poder da experiência como ponto de vista a partir do qual fazer análise ou formular uma teoria eu me perturbo Por exemplo quando todos os cursos sobre história ou literatura negras em algumas faculdades e universidades são Dados unicamente por professores brancos e perturbo não porque penso que eles não conseguem conhecer essas realidades mas sim porque as conhecem de modo diferente veja bem esse trecho nos ajuda a fazer dois movimentos tanto entender né o contexto histórico que ela tá falando como também é pensar sobre esse lugar da experiência na produção
de conhecimento da berrutos isso tem isso é importante dizer porque é uma das críticas Quando você vai falar sobre tudo na produção de conhecimento de mulheres negras pessoas trans indígenas enfim é que essa produção ela é socialista no sentido de que tá no sentido de que no sentido de que tá pensando uma que como se existe uma essência a experiência aqui para Bell hookes e ela vai depois ela vai tratando isso diz respeito dessa paixão é uma relação apaixonada pela vida no sentido de se deixar afetar né pelas coisas que estão acontecendo com você E
como que você a partir dessas afecções e aqui eu vou usar afecção no sentido hipnoseno não que é o bairro quis ela faça isso mas a gente vai lendo que ela tá usando afeto muito mais nessa relação já afeto como essa essa possibilidade de afetar e ser afetado pelo mundo E aí nesse processo né de em que a experiência se torna o lugar e o Locus da produção de conhecimento é que eu poderia dizer que é um dos outro Ponto Central na produção de conhecimento da Bellucci como se expressa a sua educação de racista E
aí o desafio também a dizer que ela tá constituindo um projeto de pedagogia feminista e eu vou chamar aqui de um projeto de pedagogia feminista Negra É também muito inspirado por um trabalho de uma pesquisadora Carol Pinho né no livro Pedagogia feminista Negra e eu vou aqui traçar um pouco um dos caminhos que ela faz que ela vai dizer o seguinte né O que seria essa base teóricas metodológicas de uma pedagogia feminista Negra primeiro não há uma separação entre teor e prática porque não tem uma separação entre mente corpo essa ideia ele diz ele tista
colonizada racista que a gente foi aprendendo e naturalizando em que alguns eleitos medos assim do Norte Global produzem teorias teorias herméticas hards difíceis e que todos eles Mortais na verdade usa essas teorias ou vão repeti-las Então não é por acaso que também em torno desses cinco homens brancos do Norte Global se formam também outros mais 5 ou 10 pessoas para interpretar o que esses cinco homens brancos escreveram para os outros reinos mortais que muitas vezes passam o resto da vida sem conseguir entender um conceito dessa S pessoas eu não tô eu não tô eu quero
dizer que eu não estou dizendo que é esse tipo de conhecimento ela não é importante mas digamos para o projeto político de Bell hucks e por um projeto político de povos em que estão sofrendo opressão e marginalizados e que de certa forma é até essa teorização pode transformar em suas vidas as pessoas não é preciso que as coisas cheguem cheguem para elas que sejam acessíveis né que sejam acessíveis então eu sempre gosto de chamar atenção aqui né numa separação de teoria prática e vou citar por exemplo o livro né quarto de despejo da Carolina Maria
de Jesus a Carolina no quarto despejo ela ela produz um conceito a partir da sua experiência vivência e ela vai né narrando ali as experiências ali na favela do Canindé na década de 50 e algum momento ela formou dessa experiência ela formula um conceito que é o quarto de despejo uma mulher veja bem uma escritora mas uma mulher que não não frequentou né digamos assim os espaços acadêmicos e tá produzindo conhecimento porque na medida eu vou chamar atenção aqui uma coisa que o focou vai dizer na medida que não tem separação entre o pensar e
o agir as pessoas de certa forma quando estão agindo elas também estão produzindo formas de pensamento e epistemologias Então esse é um ponto importante E aí também as própria ideia de teoria né Tem uma ideia de teoria hermética fechada tem uma outra ideia também de teoria que é muito interessante que teoria para ela pode ser uma prática de cura e ela vai dizer toda a teoria cura não só aquela que a gente interpela só aquela que a gente interpela como uma prática de auto recuperação e o que que ela quer dizer com teoria como prática
de auto Recuperação é aquele processo de teorização em que a gente vai na história na história e nessa história a gente reconfigura a maneira como a história das experiências foram narradas trazendo sentidos outros para reconstituir a nossa própria existência e ainda nesse sentido eu vou dizer aqui na nessa minha intercessão entre história e psicanálise é de uma certa forma no movimento tanto social não há possibilidade de fazer isso apenas pode fazer um ponto de vista subjetivo individual afetivo tem isso né Vamos pensar que acho psicanálise faz isso no ponto de vista individual singular na história
de cada um singular mas é preciso fazer também do ponto de vista coletivo e social esse movimento de cura e de auto recuperação ele é duplo não é não não tem um sujeito neoliberal cuidado de si deslocado do Social o esse eu do processo do sujeito do auto recuperação de berro é um eu que tá implicado no coletivo para dizer isso então a valorização do lugar social onde as mulheres negras produzem conhecimento eu falava há pouco eu eu assisto muitos anos o Café Filosófico eu sou do interior do Rio de Janeiro Numa cidade chamada de
Barra do Piraí que na década de 90 não tinha nem cinema nem Universidade nem nada pessoas como eu que vão começar não sei porque a gente começa ali uma adolescente ler a filosofia sem entender a gente vai lendo mas a gente vai lendo e eu me lembro como que o Café Filosófico foi tem que ser foi um programa importante para mim porque Qual é a paixão pela filosofia porque a filosofia interpela provoca mas também é importante dizer como que é importante nos 20 anos que o Café Filosófico comemore não só porque eu estou aqui uma
mulher negra mas também tá trazendo mas que também retome lembre que há uma produção de conhecimento invisibilizada nesse país que é a produção de conhecimento das mulheres negras e a maneira e também a ideia que a gente entende como intelectuais né a ideia de intelectuais no sentido é que não é apenas uma intelectualidade do mundo acadêmico quando a gente quando a gente diz intelectual a minha mãe é uma intelectual minha mãe que é mãe de santo do terreiro da Umbanda ela é muito intelectual com a minha mãe eu aprendi sobre ervas eu aprendi a prestar
atenção nos meus sonhos Olha depois eu vou fazer análise e a minha analista fica perguntando sobre os meus sonhos bem eu cresci numa casa que minha mãe queria saber o que que eu tava sonhando então a minha mãe é uma intelectual uma mulher que este país tem uma dívida com a geração dela as pessoas nascidas na década de 40 e 50 semana passada é um entrevistava adalzira que foi a né uma mulher de 80 anos que defendeu o doutorado na Universidade Federal do Paraná entrevistava da Alzira para escrever na coluna do UOL e a da
Usina da década de 40 e eu pensei assim esse país tem uma dívida histórica com as pessoas dessa geração que quiseram desejaram tinham paixão pelo conhecimento e foram expulsas pelo racismo sexismo e classicismo da escola e das universidades E aí voltamos a nossa noção de intelectual é a minha mãe é uma intelectual as mulheres que produzem conhecimentos fora da academia elas são a nossa noção de intelectual não passa por essa performatividade do da branquitude do Saber poder colonizada ela aí eu e aí eu vou usar até um intelectual olha do Norte global para explicar isso
Beleza vai dizer que vai dizer vai dizer o seguinte que intelectual é aquele que produz que coloca uma novidade no mundo é importante que a gente preste atenção né É nisso então essa valorização tá presente numa pedagogia feminista Negra e você vai ver isso em várias Produções você tem a Patrícia hilco escrevendo sobre isso você tem vídeo de Jurema Werneck escrevendo também sobre ela 10 se você tem Sueli Carneiro também escrevendo a tese sobre a produção de conhecimento das mulheres negras você tem hoje no Brasil as mulheres que lombolas publicando livros e publicando as suas
epistemologias é o coletivo de mulheres da conac com publicações de mulheres negras falando sobre territorialidade e também sobre educação quilombola então tem as mulheres indígenas também produzindo e publicando as suas epistemologias é o seguinte nós somos múltiplos do mundo é múltiplas epistemologias E se a gente quer viver no mundo mais interessante mais diversos mais que respeita a dignidade humana essas epistemologias precisam estar em circulação então uma outra dimensão da pedagogia feminista negra é essa conexão com a tradição intelectual não legitimada né como tô dizendo aqui né uma essa não legitimada eu vou repetir as cinco
frases pelo sistema patriarcal é supremacista capitalista imperialista branco E aí um outro questão na metodológico seria um paradigma de interpretação né que vai levar as múltiplas formas de dominação raça classes de gênero etária o lugar o espaço e retomando aqui a experiência como bloco de produção de conhecimento né Não mas sua experiência no sentido de que o sujeito são o sujeitos tem uma experiência o sujeito existe anterior experiência mas as experiências como constitutiva indo para nossa terceira parte aqui já pensando interpelando sobre o Brasil a pergunta seria né em que medida Então essas abordagens abordagem
de bellks de uma educação racista converge dialoga coisa abordagem das pedagógicas negras construídas no Brasil primeiro acho que importante dizer é que tem um aspecto dessas abordagens que é romper com o próprio silêncio né são abordagens que rompem com silêncio elas estão rompendo com silêncio há muito tempo mas não estão sendo ouvidas eu também não sou ingênua e sei que neste momento tem uma discussão no campo social público do racismo mas também tem um interesse das editoras mercadológico em publicar mulheres negras e pessoas negras é importante que a gente pense que isso tá vendo com
muito atraso né E quanto mais quanto mais eu vejo publicando mulheres negras e homens negros e pessoas indígenas eu me pergunto tá faltando muita gente ainda a gente já tem avançado nos últimos anos mas é esse número precisa ampliar e não apenas a publicação mas também a consideração da produção desse conhecimento como conhecimento válido para pensar o Brasil nas suas múltiplas dimensões economia cultura filosofia demografia para pensar o Brasil essas mulheres homens negras então produzindo conhecimento para pensar o Brasil não estão apenas não são produzindo apenas sobre as suas especificidade mas tão pensando o Brasil
porque até porque também nós somos um país de maioria ia se há uma questão importante estrutural nesse país é pensar as opressões raciais Então essas Produções elas vão a longo prazo acho que é importante dizer né as experiências da população negra no campo da educação no Brasil historicamente tem sido invisibilidade tanto porque não se consideram que a população negra e Pobre é a educação é um tema que que interessa e a gente na pesquisa histórica a gente vai ver que desde do século 19 anterior a isso os projetos de educação tanto do ponto de vista
individual como do ponto de vista coletivo em torno da possibilidade de ampliar os espaços de educação para população negra tão dos projetos E aí eu vou mas eu vou trazer um pouco mais mais para recente né eu vou destacar aqui o trabalho por exemplo da professora Eliane Cavalheiro né nesse sentido de de ser erguer a voz né que ela publica ali é a dissertação dela da década de 80 eu vou frisar isso é uma dissertação da década de 80 em que ela vai escrever sobre do Silêncio ao lar ao silêncio escolar perdão década de 90
pensando sobre como que o silêncio sobre as questões raciais permeiam se constitui quase como um currículo oculto dentro da escola essa Liliane Cavaleiro tá falando isso para educação infantil Ah mas está falando essa experiência ela vai atravessar toda a formação acadêmica e aí quando eu tô falando agora pensando em relação aos raciais ela pensar Relações raciais não é apenas pensar como as pessoas negras são afetadas sobre o racismo mas a pensar como racismo constitui as subjetividades de pessoas negras e pessoas brancas como que isso entra na discussão ou não entra de modo geral vivemos muito
tempo né na ideia da Democracia da ideia né da ética da democracia racial Esse silêncio tá na escola e esse silêncio tá dentro dentro de casa e esse processo de silenciamento vai produzindo efeitos aí vão voltar a ideia de autoestima em que o estudante é estudante que não consegue que não aprende ele vai se compatibilizando de uma ele vai ele se culpabiliza de uma maneira individual a família também culpabiliza de uma maneira individual individual e não entendendo que a mecanismos e dispositivos internos e o silêncio até como currículo oculta vou usar aqui o Michael que
é um Pensador para que pensar a ideia de currículo né currículo oculto o silêncio funciona quase como um currículo oculto em que se aprende a manejar o espaço escolar no espaço escolar e no espaço no espaço Universitário e acadêmico isso tem uma outra dimensão que ajuda quando a gente passa acadêmica a gente tá falando de disputas é às vezes vivenciar práticas racistas e sexistas na universidade eu silêncio ele modela porque o professor racista e sexista de hoje é o orientador de amanhã é alguém que tá na banca amanhã é alguém que vai avaliar o projeto
então se não é que não se está se ouvindo Mas tem uma ordem do cálculo que tem a ver também com as relações então o pacto narcísico da branquitude que é um conceito da Cida Bento né que é para dizer o quanto que se nos Espaços acadêmicos de certa forma tá dominada tá Tá hegemonicamente dominado por pela branca de saber poder o pacto narcísico da branquitude funciona para reforçar é lugares né legitimar lugar de reforçar lugares status de uns e de certa forma um insucesso de outros então essas essas autoras ela é uma dor né
que é uma outra também Educadora no Brasil importante né que [Música] que desde da década desde 1978 a professora Universidade na na UFPA e também produziu políticas públicas escreveu uma pessoa importante também implicada na produção de políticos públicas né ela confundou sedenta que é o Centro de Estudos de defesa dos negros do Pará quer dizer que produziu e está produzindo políticas públicas né é Sueli Carneiro que é uma filósofa que além dos textos sobre feminismo a tese da sua de carneiro o centro da tese da Sueli Carneiro que é uma tese defendida em 2005 na
USP e está agora em processo de ser publicado 2005 e o centro da discussão da tese da Sueli carneiro é justamente discutir o epistemicídio Como que o dispositivo que ela é um diálogo ali com Michel foco ela vai falar do dispositivo da racionalidade como que como a racialidade como um dispositivo favorece que os conhecimentos e os saberes produzidos por pessoas negras é sofram um sítio que é a morte que é a possibilidade desses conhecimentos circulares da produção circularem e serem transmitido eu vou dizer claro que isso esse epistemicídio ele ele é uma relação de poder
que está em jogo e tá em movimento Mas eu também gosto de dizer que a despeito dele a despeito dele as pessoas negras indígenas e pobres nesse país tem continuam Resistindo e produzindo conhecimento E aí eu gostaria um pouco de pensar de que maneira essas mulheres como é o Hulk estão erguendo as suas vozes como ouviu o que que sobre isso na obra erguer a voz pensar como feminista pensar como Negra Bellucci diz quando nos desafiamos a falar com uma voz Libertadora ameaçamos até aqueles que podem a princípio afirmar que querem ouvir nossas palavras quando
acabamos com nosso silêncio quando falamos como uma voz Libertadora nossas palavras nos conectam com qualquer pessoa que vive em Silêncio em qualquer lugar a ênfase feminista de encontrar uma voz no silêncio das mulheres negras das mulheres não brancas tem aumentado o interesse por nossas palavras Este é um momento histórico importante estamos tanto falando de nossa própria vontade a partir do nosso comprometimento com a justiça com a luta revolucionária para acabar com a dominação como também somos chamadas para falar convidadas a compartilhar nossas palavras sobre o que falamos é ainda mais importante é Nossa responsabilidade coletiva
e individual distinguir entre a mera fala de auto exaltação de exploração do exótico outro e aquele encontro da voz que é um gesto de resistência uma afirmação da luta desde a década de 70 nos Estados Unidos no Brasil mulheres feministas mulheres negras tem ousado erguer a voz talvez a gente tem que se perguntar agora Quais são as condições históricas que tem permitido que a gente começa a ser ouvida e nesse será ouvido tem uma outra interpelação que está fazendo não é uma mera fala de exposição do exótico e as mulheres negras e as pessoas negras
se transformando numa commodity da diferença para compor a diferença mas de que maneira o que está sendo produzido pensado pode mudar as relações é que a gente está estabelecendo entre nós e também as relações é que a gente está estabelecendo entre nós e com a gente mesmo né Então esse é uma essa é uma dimensão voltando aqui que a minha roupa se interpela e não é por acaso que ela vai que ela vai defender uma pedagogia na Já coloquei aqui em vários aspectos mas uma pedagogia em que se constitui um Pequenos Grupos e pequenos grupos
que esses pequenos grupos de discussão do pensamento estejam ancorados em bases sociais essa Constituição da Comunidade acho que é importante dizer no modelo no projeto de uma pedagogia feminista Negra é um contrassenso pensar [Música] numa ideia de um feminismo como uma prática de empresariamento de si mesmo o projeto dos feminismos negros é um projeto para transformação coletivas é um projeto para construção de comunidade é um projeto para construção do comum e aí eu queria chamar atenção aqui porque é um é uma experiência que eu venho estudando há algum tempo que é a produção de conhecimento
realizada pelas mulheres quilombolas no Brasil né a ideia de Quilombo tem sido usado há muito tempo né a ideia do Quilombo usado como é um símbolo de resistência negra e durante muito tempo esse símbolo foi pensado nos termos nos termos do masculino viril e guerra durante muito tempo Quando você pensa em Quilombo era essa ideia que a gente pensava Imaginava mas de uns anos para cá é de uns anos para cá mas três décadas para cá especialmente com a emergência das Comunidades remanescentes de Colombo e a luta pelas terras essa noção de Quilombo vai se
transformando ela vai se fermentar se tornando feminina porque na existência das Comunidades Quilombolas é sobretudo reconstituição vamos da dessa comunidade na história dessas comunidades Os relatos de memória sempre trazem uma mulher que era que era alguém que transmitia esses saberes essa essa experiência uma mulher que de certa forma transmite assim saber essa experiência das Ervas ou da espiritualidade ou um modo de fazer na comunidade e é e morar numa enfermo quilombola não diz respeito apenas de uma categoria jurídica diz respeito da relação que você estabelece com território e essa relação não é natural tem a
ver com a transmissão da experiência tem a ver com projeto pedagógico que não é aqui não é um projeto pedagógico sistemático mas se se aprende nessa transmissão da experiência por meio das narrativas e as mulheres vão aparecendo e nas últimas nos últimos anos o as mulheres quilombolas que ficaram invisíveis invisibilizadas né como é atuante tanto na produção de conhecimento como na luta pela terra elas não apenas que sempre foram protagonistas dessa luta elas assumiram esse lugar de protagonismo como elas também estão assumindo um lugar de protagonismo da produção do seu conhecimento já citei aqui você
tá os dois livros né publicados é pelo coletivo de mulheres da konac e nesses livros eu tô Citando os livros mais fora os outros trabalhos é uma reivindicação e qual é a singularidade desse desse modo de produzir que converge com o pensamento da Bel Roots é essa relação que você vai estabelecendo com o seu corpo né como como território mas numa relação que você estabelece com seu território subjetivo e o espaço não tem um livro que acabou de ser publicado também da bellux que é pertencimento cultura do lugar em que abelhuxela eu vou voltar para
o começo em que ela retoma ela diz assim eu nunca imaginei que eu pudesse voltar para o sul dos Estados Unidos quando eu saí de cantar que fui para Califórnia foi morar em Nova York ela sempre achava que ela ia encontrar um lugar em que ela pudesse viver de uma maneira mais plena em todos os lugares em que Ela morou ela sempre também se preocupou em constituir uma comunidade E aí quando ela faleceu Ela já ela já tava morando em cantar aqui de novo ela vai dizer assim eu voltei para quem tá aqui porque as
colinas os vales os modos de falar os modos das pessoas daqui me constituem a minha história passa por esse lugar de uma certa forma antes de falecer a fez também uma reconciliação com seu território e a gente termina de novo aqui ouvindo mais uma vez o Kiko para pensar nesse projeto de tornar-seber-rucus numa educação antirracista e nessa reconciliação que a gente vai fazendo com a gente com outro e com os espaços que nos constitui para finalizar vai essa reflexão de Bells da obra ensinando como unidade uma Pedagogia da Esperança quando comecei a escrever teoria feminista
sempre discutindo ideias com outros pensadores e pensadoras feministas uma das preocupações primordiais era não compactuar com a criação de um novo grupo de mulheres de Elite aquelas mulheres com formação Universitária que mais se beneficiaram do pensamento e da prática feminista acreditavamos e ainda acreditamos que a mais importante medida de sucesso do movimento feminista seria ver até que ponto o pensamento e a prática feminista que estavam transformando Nossa consciência e nossa vida teriam o mesmo impacto das pessoas comuns devemos ressaltar todas as recompensas positivas e transformadoras resultantes de esforços coletivos para mudar a sociedade sobretudo a
educação para que esta não seja espaço para afirmação de nenhuma forma de dominação [Aplausos] vou te agradecer pela sua participação no Café Filosófico agora a gente vai para a parte do debate né A Hora das Perguntas quem tiver acompanhando pela internet só escrever no chat e aqui em Campinas tem uns papeizinhos só notas chama alguém na produção que a gente já lê só ler alguns comentários antes da gente ir para as perguntas mas pessoas do mundo inteiro estão acompanhando a gente aqui quem se manifestou tem o Brasil inteiro Óbvio e pessoas em porto em Lisboa
se manifestaram uma Margarete rago que foi nosso convidada já e também foi curadora do café parabenizando pela pela sua apresentação aí o que a Flávia diz se Encantada Celeste parabéns pelo excelente discurso Precisamos de uma nova educação anti racista e para abrir as nossas perguntas de hoje a gente vai com a pergunta da curadora do módulo a Natasha Pugliese Vamos à pergunta oi mariléia obrigada pela sua fala Obrigada por ter aberto esse módulo filósofo é substantivo feminino com essa autora com essa filósofa com essa pensadora tão importante que a Bel hulks ela ela mostra para
gente que o projeto de Resgate Ele não termina na teoria né ele precisa ser de alguma maneira corporei ficado ele precisa ser de alguma maneira de alguma maneira levado para sala de aula né e transformado em um tipo de pedagogia em um tipo de prática né de ensino e a água Hulk fala isso muito inspirada no Paulo Freire eu acho que por isso que ela é especial para a gente também né no ensinando a transgredir ela diz que teorizar é uma prática de liberdade e ela fala isso também por conta do modo como ela teoria
né ela teoriza a partir dessas dessas memórias pessoais das experiências que ela teve no sul segregado e eu queria que você aproveitar esse espaço aqui para pedir para você falar um pouco da sua tese de doutorado E como você enxerga uma pedagogia se você enxerga uma pedagogia feminista nas práticas quilombolas não é quais são os nortes quais são as orientações de uma pedagogia inspirada mas vivências quilombolas é possível a gente falar sobre isso assim uma pedagogia quilombola Obrigada Marileia bem é não só é possível como o movimento quilombola há anos tem lutado e tem falado
justamente de uma de uma de uma ideia de construir uma escola vamos só pensar um pouco vou dar um passo atrás uma das grandes questões nas Comunidades Quilombolas de políticas públicas é a inexistência ou a existência de escolas que não atendam os princípios norteadores da comunidade Às vezes a escola no território mais escola não não tá é uma escola colonizadora uma escola que não que não não dialoga com a experiência com território com a cultura e com as práticas da própria comunidade as lideranças quilombolas em especial as mulheres minhas mulheres são as mulheres têm esse
papel nas suas comunidades né de serem Guardiões da tradição né de serem pessoas que estão transmitindo sem saber elas foram ao longo dos anos formulando pensamentos e modelos vai vai inclusive se configurar numa política pública que são as diretrizes curriculares escolar para educação combata eu só tenho aspecto da escola as diretrizes curriculares da educação com bolas foram formuladas por intelectuais quilombolas E formularam essas diretrizes a gente pode destacar vários nomes aqui não sou destacar a pesquisadora de Vânia Silva que há anos é uma Educadora que eu moro aqui nessa que tem uma experiência e de
pesquisa e na comunidade é na sua comunidade e de certa forma que pedagogia é essa né se eu posso dizer é uma pedagogia que aí eu vou dizer converge com Abel rucs e com Paulo Freire em alguns vários aspectos E aí tem uma coisa da singularidade do Brasil é o Brasil o Brasil produzindo uma epistemologia a partir das experiências mulheres quilombolas que é uma pedagogia que está atrelada alguns pontos que são centrais para discussões com uma bolas que a noção de território e ancestralidade a relação que se estabelece com o território lugar Informa a maneira
como se vai produzir conhecimento e a ancestralidade na medida em que são os modos de existência quilombola para continuar existindo Essa é preciso essa essa transmissão dessa experiência que vai acontecer no geração de geração então valorização da sexualidade veja bem isso é tão radical do ponto de vista quando a gente vai pensar do ponto de vista de uma perspectiva neoliberal de educação que que é uma perspectiva neoliberal de educação né a gente aprende nos instrumentos alguma coisa para se dar bem no mercado o que que é pedagogia as práticas pedagógicas quilombolas estão ensinando aí conversando
Olha o conhecimento ele ele deve servir para nos Coragem coragem afetiva com você com lugar porque gente vamos viver não é docinho viver não é fácil Se a gente não vai se a gente não vai reforçando construindo os vínculos afetivos que a gente tem com a nossa história com a nossa centralidade com o nosso espaço vai sobrando o que o que que a gente está vendo hoje vários autores falando entre neoliberalismo sofrimento psíquico sofrimento psíquico é remédio para dormir remédio para acordar Olha nem vou dormir mais porque é o trabalhador que não dorme E o
que mais as capturas elas são muito facilitadas se a gente se a gente está com os nossos vínculos enfraquecido então é isso acho que essas são as conexões e eu diria que acompanha a produção das mulheres do coletivo de mulheres que acompanha as intelectuais quilombolas de Vânia Silva tem um livro organizado por Selma de aldina é mulheres que lombolas e tem tonalidades tem um livro também outros o segundo livro sobre educação quilombola é uma psicologia que tá aí para a gente beber da fonte temos mais participações em vídeo aqui a gente vai agora com a
participação da filósofa Alina Leal Olá eu sou Aline professora de filosofia da Universidade Regional de Blumenau nos últimos tempos você vai me dedicando a estudos epistemológicos das questões de gênero e de raça com foco especial no feminismo negro e Belutti professor de tal forma que nos últimos tempos eu venho me dedicando ao pensamento as reflexões as ideias de Bell hooks e te ouvir mariléia falar de tudo desse eixo específico do pensamento de Barros que a educação é muito bom então eu aproveito para te perguntar em que medida a educação como prática Libertadora em Belford Roxo
pode orientar uma educação eu acho que ao longo né da minha fala eu acho que é Deu para perceber que é essa convergência né na verdade são projetos convergentes são projetos convergentes em que em que não é possível E aí eu vou fazer essa provocação de novo não é possível pensar um projeto pedagógico feminista eu pensar mesmo feminismo como na sua radicalidade na sua radicalidade política na radicalidade que o feminismo tem assim quando a gente quando nós quando eu me encontrei com pensamento feminino ele transformou minha vida transformou a minha maneira como eu me vejo
essa Boa Nova precisa ser contada narrada para que outras pessoas também tenham acesso também tem as suas vidas transformadas o feminismo tem né digamos assim que converge com ele tem uma uma prática que é a própria coragem da verdade de fazer a denúncia das opressões não é atos que é a valorização da dignidade é humana é em que o corpo está presente né o corpo que corpo é esse esse corpo é negro é uma pessoa trans é indígena que corpo é esse então são projetos convergentes só mais alguns comentários aqui a Maria Guimarães diz que
prazer escutar de forma Clara essas planas são tão especial sobre uma autora tão especial e que infelizmente até então desconhecida por ela né E aí ponto de partida para buscar mais gratidão grande abraço e a gente vai agora a pergunta a participação da historiadora Silvane Silva Olá eu sou Silvânia Silva 13 do ensinando a transgredir Eros e o processo pedagógico nos convida a romper com essa cisão entre corpo e mente é tão desejada pelo acidente né de modo que a paixão também possa fazer parte da sala de aula estarei que ela pudesse comentar um pouco
sobre esse capítulo muito obrigada eros eros diz respeito elas é um desrespeito de pão o movimento Eros é aquilo que põe a vida em movimento essa porção do Eros é o que coloca em contraponto digamos aí né ao tanatos que seria né uma opção de morte Eros é o que é relacionado a uma opção de vida e Abel hucks ela é uma pensadora em que justamente isso quando ela eu vou retomar aqui né quando ela vai começa a dar uma universidade uma das coisas que ela que chama atenção né ela justamente como que as aulas
ela se entediava nas aulas entediava E como que e como que eu quanto mais tédio na aula dar-se a impressão de que olha é sério e essa ideia do entusiasmo sobretudo nas aulas na universidade era lido como uma como uma coisa Não muito bem muito bem visto né porque isso não apontava seriedade bem a Silvana já começou ali na pergunta dela dizer justamente isso né Essa Ideia do ocidente né cartesiano a separação entre mente corpo e que foi problematizada né por muitos lugares o que que é que é psicanálise ali com Freud século 19 vai
problematizar essa essa também essa dicotomia entremente o corpo outros filósofos também focou também vai problematizar essa noção mas apesar de a gente problematizar essa noção é viver isso experimentar isso no cotidiano e na vida e sobretudo nesses espaços em que uma cultura apesar de se estudar que não tem separação Né desde espinosas então mais longe Olha tô citando autores do Norte Global pensando aí que separação ela não é possível mas ela é performada como se fosse possível o projeto da Bellucci na sala de aula em relação a Eros é justamente isso é possível e é
bom que se tenha prazer é bom que se tenha alegria é bom que se que a vida né que o que é aquilo que a punção de vida esteja presente no processo de aprender não precisa ser um processo de mortificação eu acho que esse é um ponto e não é por acaso quando as pessoas que falam inglês e ver quando ela vai discutir eros na educação É porque também Diz aí de certa forma pode ser até convergindo com uma perspectiva psicanálise não que o meu rosto está falando a partir daí mas que converge que a
ideia de Eros sexualidade porque extrapola a ideia de que sexualidade tem a ver com sexo estrito mas tem a ver com de uma certa forma essa pulsão é que põe em movimento a vida o desejo à vontade né uma educação que não abra a mão da Paixão de aprender né antes da pergunta só mais um comentário aqui da Carla Rodrigues que Inclusive a nossa próxima palestrante na semana que vem que ela diz racismo estrutural no Brasil está no cerne das nossas desigualdades muito bom te ouvir e vamos agora a pergunta a pergunta da Sil Rosa
a sil Rosa Pergunta assim seguir transgredindo nos espaços de poder e nas salas de aula sem ser cancelada em tempos de comunicação de tempo real o que Bel Hulk nos aponta sobre isso Olha eu a gente lendo os livros Abel Hulk foi uma pessoa cancelada muitas vezes [Música] ela porque se você eu vou usar vou usar a palavra que cancelada no sentido né é sempre um risco é outra coisa também na Pedagogia da pedagogia essa pedagogia que envolve o Eros que envolve a coragem da Verdade que envolve falar de si da experiência ela tem risco
não dá não dá para não dá para nadar nesse mar sem se molhar tem um risco e então eu diria para você assim quando lendo tanto lendo você também tem outra coisa que eu gosto muito de fazer eu super recomendo é assistir as conferências deu né Aí quando ela foi professora visitante então tem tem conferências maravilhosas ela entrevistando várias pessoas tem umas entrevistas também maravilhosa dela conforme o s Então você vai ouvindo também como que é a gente tá falando de uma de uma pensadora em que local nesse sentido de ser uma intelectual que sofre
as consequências no seu corpo de erguer a voz e dizer aquilo que precisa ser dito bem o Brasil a Carla Rodrigues falou é um país racista é preciso que isso seja dito e não só dito mas que seja o tempo inteiro interpelado para que ou que as práticas racistas transformadas e não vai ser possível fazer isso gente não vai dar para fazer omelete sem quebrar os ovos não vai ter conflito vai para mais uma pergunta aqui a do Danilo carlim Que pergunta qual é o papel do homem branco na luta antirracista e feminista sem assumir
protagonismo ou roubar o lugar de fala e o Luan coelho numa pergunta também é complementar aqui é de se é possível os homens falarem do feminismo eu vou começar pelo fim e a Bells tem livros que ela escreve sobre masculinidades eu concordo com ela é um outra um projeto também de feminista que não reconhece a ação a experiência as ações de vários homens que estão implicados também na luta feminista no anti racismo no antissexismo também precisa ser revista então a gente existem hoje existem hoje já existiram homens que que tem que tão implicados que vão
que o fato de não serem diretamente terem seus corpos afetados aí faz com que a pessoa precisa ter uma dobra ética e uma vontade um esforço é maior no sentido de que não tem o seu corpo diretamente afetado mas aí a dobra ética é que mundo essa pessoa quer viver tem ela tem que fazer essa pergunta que mundo que você quer viver você quer viver no mundo em que a juventude Negra continua sendo assassinada porque é negra um homem negro morre porque tem um guarda-chuva o mundo em que as mulheres negras morre mais de feminicídio
que a população indígena está ameaçada Que mundo que você quer acho que essa é uma pergunta [Música] E aí nessa nessa dimensão que tá falando do protagonismo é nós nós sempre seremos em algumas lutas nós seremos Aliados Nem todas as lutas né que a gente ali a gente precisa sempre protegista a gente vai ser aliado a gente é parceiro porque eu desejo essa transformação e esse grupo que tá sendo Oprimido que tá produzindo conhecimento experiência sabe eles eu vou aprender com esse grupo eu aprendo todos os dias com as pessoas trans qual as mulheres trans
eu sou uma aliada Porque nessa luta não precisa ser uma mulher trans eu não preciso ser uma mulher trans para poder me aliar né para ser parceira essa é uma pergunta uma dobra ética aquilo que não nos afeta como é que a gente se torna aliada porque a gente deseja viver no mundo diferente a gente chegou ao final do Café Filosófico CPFL de hoje mas antes de eu acabar por aqui vou te passar a palavra caso você queira fazer o encerramento da noite [Música] de novo acho que eu vou voltar né é 20 anos do
Café Filosófico e quer me mostrou que o nome da Bel Hulk entrou no quadro o meu desejo é que o nome de de outras intelectuais não apenas entre no quadro mais que ler essas autoras lembra o Hulk cabelo seja uma autora que nos provoque para que a gente leia as nossas autoras as autoras indígenas aos autores da América Latina uma produção de conhecimento que tá aí em África no sul global e também e não só isso mas porque também vai fazer a gente ler diferente os autores que a gente tá lendo porque descolonizar não é
não ler autor do Norte Global isso não é uma ideia de colonização é a maneira como a gente lê a gente tá lendo esses autores como diálogo conversa ou a gente está lendo né como Senhores da Verdade do qual vão nos dar um caminho é E aí eu termino dizendo que que a leitura e aproximação do conhecimento da Bellucci de todas as autoras que não seja apenas um ato nosso de deleite pessoal individual mas que ela que ele nos ajude a construir e constituir uma comunidade amorosa mas Léo vou te agradecer também agradecer em nome
de todo mundo que acompanhou a gente pela internet e agradecer vocês também pela participação aqui e agradecer também as leituras do Kiko as perguntas enviadas pela Silvane Silva ali na Leal a Natasha Pugliese e lembra vocês que na semana que vem a gente continua com o módulo né filosofia substantivo feminino com o tema existe um conceito universal de mulher um debate a partir de Simone de bovoir com a filósofa e professora da UFRJ Carla Rodrigues então nos vemos semana que vem Obrigado até lá domingo na série Nossa Cidadania terrena em 1999 a Unesco solicitou sociólogo
e filósofo de suas reflexões e serviços [Música] propõe a conduzir o homem ao encontro consigo mesmo em todas as suas dimensões Este é um livro do ranking prega sobretudo a cultura da Paz domingo 7 da noite no Café Filosófico [Música] [Música]
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