Oi gente tudo bem Quanto tempo né recomeçar depois de tantos meses fora quase um ano na verdade não é fácil mas eu preciso e eu também quero muito dar esse primeiro passo então para começar pelo começo no vídeo de hoje eu vou contar para vocês o que aconteceu aqui desse lado e que motivou o meu sumisso no ano passado vamos lá [Música] e como vocês já devem imaginar pelo título desse vídeo O que aconteceu e que me afastou não só do YouTube mas de várias coisas que eu fazia inclusive do meu trabalho foi a síndrome
de Burnout e eu queria começar essa nossa conversa contando para vocês que eu passei um bom tempo pensando se eu devia ou não gravar esse vídeo e aqui eu digo no sentido de me sentir preparada para falar publicamente sobre isso isso porque a verdade é que embora eu já tenha melhorado muito desde o início dos meus sintomas Eu ainda tô longe de tá 100% eu sigo em tratamento e eu sei que eu vou continuar por um bom tempo então o que eu vou contar aqui para vocês hoje é só o que eu me sinto confortável
e segura para compartilhar nesse momento eu não vou entrar em detalhes das situações de trabalho que me ocasionaram tudo isso nem das burocracias envolvidas com com meu afastamento primeiro porque esses são pontos muito sensíveis para mim foi e ainda é muito doloroso para mim conversar sobre isso e segundo também porque existem pessoas que eu acho que podem orientar vocês muito melhor do que eu tem a Carol mils que é fundadora do borna alados anônimos tem também a Pria ris advogada especialista em Burnout e doenças ocupacionais e eu vou deixar aqui embaixo na descrição os links
da elas para quem estiver precisando de alguma orientação nesse sentido e embora a minha intenção com esse vídeo seja compartilhar com vocês a minha experiência a minha história e eu já vou começar a fazer isso eu acho importante esclarecer primeiro o que é a síndrome de Burnout porque esse é um termo que tem sido bastante falado nos últimos tempos mas muitas pessoas ainda não conseguem entender do que se trata ou tem uma visão limitada dele como eu mesma tinha Então vamos lá a síndrome de Burnout ou síndrome do esgotamento profissional é um distúrbio psicológico que
tem como principal característica um estado de tensão emocional e estresse crônico provocado por condições de trabalho física emocional ou psicologicamente desgastantes os principais sintomas dessa síndrome são cansaço excessivo tanto físico quanto mental dificuldade de concentração prejuízos na memória alterações de humor dores musculares e de cabeça mudanças no apetite no sono enfim eu não vou conseguir esgotar todos os sintomas aqui porque eles são muitos e também porque a minha intenção com esse vídeo não é diagnosticar ninguém mas esses são os principais e aqui uma coisa que mesmo sendo estudante de Psicologia eu não sabia e que
eu só aprend Depois que eu fui diagnosticada é que embora a síndrome de Burnout tenha como causa mais conhecida o excesso de trabal não é oic motivo que fazer ela acontecer quação queo aoa um estado constante tensão eoque um estess além do que ela CONSEG suportar levar Burnout e foi exatamente ISO que aconteceu comigo e compreendido isso Agora sim eu posso começar a contar para vocês o que aconteceu de fato mais ou menos na metade do ano passado começaram a acontecer algumas situações no meu trabalho e de novo eu não vou entrar em detalhes aqui
porque é muito sofrido para mim falar sobre isso mas o que interessa saber é que a partir desses episódios a minha saúde mental que até então tava bem começou a piorar E como eu percebi isso além do que eu sentia né porque eu comecei a me sentir muito triste eu também fui aos poucos me tornando uma pessoa diferente de quem eu sempre fui eu não tinha mais vontade nem energia para fazer nada nem as coisas que antes eu gostava de fazer então eu ia trabalhar porque eu era Obrigada né até aquele momento eu não tinha
outra opção mas até levantar da cama tomar banho e me vestir era muito difícil eu sempre fui uma pessoa muito fal ante Eu gosto muito de conversar de bater papo mas eu não queria mais conversar com as pessoas eu comecei a ter preguiça de falar e eu só queria ficar quietinha isolada sem ter que interagir com ninguém eu tinha crises de choro em diversos momentos do dia no trabalho em casa no trajeto entre esses dois lugares tinha dias que eu chegava do trabalho eu deitava na cama ou no sofá de casa e ali eu ficava
nem vontade de pegar o celular ou ligar a TV eu tinha eu ficava só olhando pro nada enfim né tanto eu quanto as pessoas que estavam à minha volta e que conviviam comigo conseguiam perceber que alguma coisa não estava bem como eu faço terapia muitos anos eu conversi com a minha psicóloga sobre isso é claro né E como se passaram algumas semanas em vez de melhorar eu só fui me sentio cada vez pior eu decidi que era hora de procurar mais ajuda e ir num psiquiatra e assim como outros tópicos dessa novela que se tornou
a minha vida eu não vou entrar em detalhes aqui sobre a minha questão com os psiquiatras porque esse foi um capítulo a parte mas o que interessa saber é que eu fui então no médico fiz uma bateria de exames de sangue só para verificar se essa minha falta de energia não estava sendo causada por nenhuma deficiência de vitamina ou alguma alteração na tireoide Porque isso pode acontecer mas os meus exames vieram todos bons então não era nada disso E aí sim eu comecei a tomar medicação para me ajudar a sair dessa crise e a sensação
que eu tinha nessa época que foi mais ou menos uns dois meses depois do início da situação que tava acontecendo lá no meu trabalho e do começo dos meus sintomas é que eu precisava me esforçar muito mais para fazer coisas que antes eram simples para mim então eu ainda tava dando conta de manter a minha vida funcionando daquele jeito mas eu tava né só que isso tinha se tornado uma tarefa muito difícil e que exigia muito esforço e eu acho importante pontuar isso aqui porque às vezes a gente cai na cilada como eu mesma caí
de achar que as coisas só tão mal mesmo quando a gente não consegue levantar da cama sendo que muitas vezes né e foi o que aconteceu comigo a gente até consegue levantar e seguir a nossa vida só que precisa fazer 10 vezes mais força para isso e o resultado Óbvio de tanto esforço é que a gente fica cansada né Muito cansada esgotada não é à toa que a síndrome de Burnout também é conhecida como síndrome do esgotamento profissional e o que eu posso contar para vocês Da Minha experiência é que esse era um cansaço diferente
de tudo que eu já tinha vivido porque era um cansaço que ao mesmo tempo ele era físico claro né porque tá tudo interligado mas eu sentia que ele era muito mais mental e emocional e parecia que nenhum descanso dava conta disso eu podia passar o final de semana inteiro repousando só fazendo coisas que eu gostava E isso não me renovava chegava a segunda-feira e eu continuava me sentindo esgotada então imagine né Mais ou menos nessa mesma época eu também precisei começar andar com um caderno esse caderno aqui porque a minha memória não fixava mais n
E como eu ainda tava levando a minha vida normal tanto no trabalho né quanto em casa colocar no papel foi a maneira que eu encontrei para lembrado que eu tinha que fazer e assim eu fui vivendo né sabendo que não era normal o que eu tava passando Mas ao mesmo tempo achando que não tinha muito mais o que fazer né porque eu já tinha buscado ajuda né eu tava fazendo o que eu podia para me cuidar algumas semanas se passaram nessa situação até que chegou então o dia em que eu não consegui mais fazer o
meu trabalho como vocês sabem eu sou jornalista né então grande parte do meu trabalho envolvia né e ainda envolve a escrita e o resultado de ter seguido em frente por tantas semanas alguns meses na verdade me sentindo esgotada foi que eu cheguei a um ponto em que eu não conseguia mais escrever nada e é claro que com tudo que estava acontecendo o meu ritmo de produção já vinha diminuindo desde o início né então textos que antes eu conseguia fazer em uma hora eu passei a levar duas três o dia todo mas ainda tava rolando mais
devagar mas tava até que um dia eu fiquei duas horas olhando pra tela do Word e eu não consegui juntar as palavras para formar uma frase porque parecia que eu não sabia mais e aqui eu acho importante lembrar que o que eu tô contando para vocês agora é a minha visão do que aconteceu do ponto de vista de quem já passou por tudo isso já fez muita sessões de terapia sobre já foi várias vezes na psiquiatra muitas coisas precisaram acontecer para que eu tivesse essa clareza que eu tenho hoje para contar essa história porque enquanto
eu tava vivendo tudo isso né até chegar ao ponto de não conseguir escrever por mais que eu não me sentisse bem e eu me sentia muito mal na verdade e eu soubesse que aquilo não tava certo eu não tinha dimensão da gravidade do que estava acontecendo comigo eu sabia que não era normal me sentir tão esgotada eu inclusive falava muito que eu não aguentava mais mas ao mesmo tempo eu não conseguia enxergar muita saída além de continuar e com a visão que eu tenho hoje eu entendo perfeitamente Porque isso aconteceu né Porque por mais que
a minha psicóloga e que as pessoas à minha volta reconhecessem o quanto eu tava sofrendo Eu mesma não conseguia aceitar que eu estava naquele lugar era difícil para mim e eu só consegui perceber isso porque em um dado ponto da minha novela com os psiquiatras eu precisei trocar de médico até então eu tava sendo atendida só por homens e eu fui me consultar com uma médica mulher psiquiatra a Dra Tamara e foi a partir daí que as coisas começaram a mudar eu contei para ela tudo que estava acontecendo no meu trabalho né e o quanto
isso estava mexendo comigo quanto a minha saúde mental estava só Ladeira abaixo há vários meses e ela me olhou e disse Carol isso tudo que tu tá me contando parece muito com Burnout e eu acho que a gente precisa te afastar desse lugar e aí eu acho que a melhor forma de contar para vocês como eu me senti ao ouvir isso é lendo que eu escrevi no meu caderno quando eu saí dessa consulta vamos lá primeira consulta com a nova psiquiatra foi muito bom ser ouvida com calma Sem pressa ter a minha dor e o
meu sofrimento acolhidos Foi estranho saí do consultório com vontade de chorar alívio não sei mas também questionando se não é um exagero ser afastada do trabalho reconhecer a minha dor como algo legítimo e que merece cuidado ainda é muito novo para mim é curioso como eu desejei Esse reconhecimento antes mas agora que ele chegou veio junto com algo que parece culpa como se eu estivesse exagerando e pudesse aguentar um pouquinho mais enfim né gente Quantas coisas dá para perceber nessas poucas frases que eu escrevi mas a partir desse momento Então eu fui afastada do meu
trabalho e ao mesmo tempo em que isso foi um alívio também foi muito muito difícil para mim porque por mais que eu já estivesse sofrendo a um bom tempo alguns meses né eu precisei de muita ajuda para entender que eu não estava exagerando Eu lembro que um dia eu cheguei pra minha psicóloga e eu falei para ela que por mais que eu soubesse que eu não tava bem e que eu precisava desse tempo para mim ainda assim eu tinha bem lá no fundo a sensação de que eu tava enganando todo mundo e aí ela me
olhou e falou Carol vamos contar por quantos profissionais tu já passou e que te disseram que tu deveria te afastar eu não vou lembrar aqui o número exato agora tá mas eu lembro que a gente contou e eram mais de cinco e aí ela me olhou e disse Por mais que tu quisesse que tu fosse uma ótima atriz tu não ia conseguir enganar Tanta gente ao mesmo tempo tu não tá bem Carol e ouvi isso foi um chacoalhão para mim e foi nesse contexto então que se iniciou essa nova fase da minha vida primeiro eu
enfrentei o desafio de adoecer em função do que estava acontecendo no meu trabalho e depois que eu fui afastada veio o desafio que não era só de me cuidar mas também de aceitar que eu tava doente e que eu precisava de cuidado e eu sei que para quem vê de fora se a afastado do trabalho que causou o Burnout parece ser o fim dos problemas mas a verdade é que não é para algumas pessoas talvez até seja mas pelo menos para mim não foi esse foi só o início de um novo capítulo que teve sim
os seus pontos positivos né porque pelo menos eu não tava mais sendo exposta a situações que me adoeceram mas em alguns momentos foi tão difícil quanto tava sendo antes e eu digo isso porque ao mesmo tempo em que eu tava esgotada sem força tendo que lidar com a minha dificuldade de aceitar que eu tava mesmo em uma posição fragilizada eu tinha também o desafio de ter essa condição reconhecida pelo insss para que eu pudesse receber enquanto eu estava afastada do meu trabalho e isso também foi um capítulo a parte né um capítulo horroroso diga-se de
passagem Talvez o pior Capítulo não só dessa história mas da minha vida e eu sei que esse é um ponto que muita gente tem curiosidade interesse em saber né Afinal Todos precisamos pagar contas com sem Burnout e eu gostaria muito de poder falar sobre isso porque eu acho que eu estaria prestando um serviço mas infelizmente eu não consigo eu ainda não me sinto preparada e eu nem sei se um dia eu vou me sentir e eu já peço desculpas a vocês então de antemão porque eu sei que vão surgir dúvidas é natural Eu sei que
vocês vão querer me perguntar mas para conseguir reservar o tanto que eu consegui melhorar até aqui eu não vou responder nada sobre isso tá e de novo a minha sugestão para quem tem dúvidas né é buscar profissionais que entendam dessas demandas de previdência e de saúde mental mas em resumo Então apesar desse vídeo ter ficado bem grande eu acho foi isso que aconteceu e que ainda tá acontecendo comigo no momento eu sigo em tratamento eu tenho acompanhamento periódico com psicóloga com psiquiatra com médica do trabalho eu tomo medicação eu faço exercícios físicos pela minha saúde
mental eu sigo afastada do meu trabalho de jornalista não sei se um dia eu vou conseguir voltar o que eu sei é que nesse momento tanto eu quanto toda a equipe profissional que me acompanha concordamos que retornar pro ambiente que me adoeceu seria um risco para minha saúde e para toda a melhora que que eu consegui ter até aqui e é isso gente assim como o Burnout não surge de um dia pro outro ele também não vai embora num passe de mágica infelizmente a cura né se é que se pode falar em cura nesses casos
é um processo e esse processo não é linear tem dias e dias o que eu posso falar hoje sobre mim é que no geral na maior parte dos dias eu me sinto bem mas ainda tem dias sim em que eu fico mal e com sintomas bem parecidos com aqueles que eu tinha lá no início e isso faz parte tá dentro do esperado assim como tá dentro do esperado também que mesmo nesses dias em que eu me sinto bem esse estar bem de hoje é diferente do meu estar bem diantes do Burnout principalmente em relação a
ter energia para fazer as coisas né Eu percebo que hoje o limite de até onde eu consigo produzir sem me cansar é muito mais baixo porque eu me canso muito mais rápido é para escrever o roteiro desse vídeo por exemplo eu levei mais de uma semana porque o meu ritmo hoje é outro e o meu desafio dessa fase tem sido justamente me adaptar a esse novo normal né a essa nova versão da Carol que passou por tudo que eu contei para vocês e que tá nesse processo de se cuidar e de reaprender a viver de
uma forma mais flexível mais gentil e mais saudável uma coisa que falando sou muito bonito né mas na prática não é nem um pouco fácil Se eu pudesse escolher eu obviamente não teria vivido nem estaria passando por tudo isso mas talvez eu precisasse não sei né sobre isso eu acho que é melhor eu conversar na minha terapia e não no YouTube mas enfim se você chegou até aqui de alguma forma se identificou com o que eu falei ou desconfia que tá passando por um Burnout eu sinto muito eu gostaria que nesse momento você sentirse abraçada
porque eu sei como é difícil se sentir sem forças e ter que seguir em frente mesmo assim eu sei o que você sente é real não é um exagero mas existe uma saída e você precisa buscar ajuda para conseguir atravessar isso eu só tô aqui hoje gravando esse vídeo e contando essa história porque lá atrás eu busquei e é isso Enfim gente falei tanta coisa que agora eu não sei Como finalizar mas eu vou ficando por aqui hoje no próximo vídeo eu volto para contar para vocês o que vai acontecer daqui paraa frente e quais
são os meus planos pro futuro do canal e pro parece Óbvio como um todo tá é um pouco difícil estar de volta ainda não me sinto muito bem no ritmo mas eu sei que aos poucos o costume vai voltar Muito obrigada para você que assistiu até aqui e a gente se vê no próximo até Tchau tu tuu tu Espero que tenha gravado [Música]