Isso aqui é um queijo suíço. É uma delícia. Eu recomendo.
Ok, Pedro. Foco. Uma das características mais marcantes do queijo suíço é ter muitos buracos.
Mas isso cria uma situação interessante. Imaginem que eu consiga, estalando os dedos, fazer esse meu pedaço de queijo suíço crescer. Quanto mais queijo suíço eu tiver, mais buracos ele vai ter, certo?
Mas quanto mais buracos eu tiver, menos queijo eu vou ter. Então, se eu tenho mais queijo, eu tenho mais buracos e consequentemente menos queijo. Achou confuso?
Eu vou explicar, não é nada demais. E falando nisso, vocês já pararam para pensar no nada? Eu aposto que sim, afinal pensar no nada é a única coisa que nós realmente podemos fazer sobre ele, né?
É como se o nada fosse um daqueles enigmas que nos deixam meio confusos, mas fascinados ao mesmo tempo. O que eu quero dizer é que o nada não é algo que está por aí, como uma cadeira ou um carro. Não dá pra apontar pra ele e dizer, olha, ali está o nada.
Mas quando eu falo árvore, eu e você conseguimos visualizar uma árvore na nossa imaginação. Mas se eu disser nada, nós realmente não temos nada pra imaginar. Crise existencial.
Tecnicamente nós podemos definir o nada como a ausência total de qualquer coisa, seja algo físico ou até mesmo mental. Mas aqui vem a grande questão. Como é que a gente consegue falar sobre algo cuja definição é justamente não ser algo?
Será que o nada sequer existe como algo além de um conceito abstrato? Nós vamos precisar de queijo. Voltando ao paradoxo do queijo suíço, quanto mais queijo eu tenho, mais buracos.
Mas quanto mais buracos, menos queijo. Parece que nós estamos presos em um ciclo em que o aumento de uma coisa acaba resultando na diminuição dela mesma. A lógica do queijo suíço se transforma em um paradoxo, que faz a gente refletir tanto sobre as ausências quanto sobre as presenças.
Mais queijo significa mais ausência de queijo, ou seja, mais vazio. Você poderia argumentar que os buracos não fazem parte do queijo suíço e que, na verdade, o queijo é só a parte comestível. Mas isso não nos livra do problema.
O que define um buraco? Ele é só a ausência de queijo ou o buraco faz parte do próprio queijo? Se sim, então o queijo suíço é, na verdade, uma mistura de queijo com nada?
Talvez sim. Uma possível saída desse paradoxo seria perceber que, ao falarmos de queijo suíço, os buracos são uma parte inseparável dessa natureza. Ou seja, não podemos separar o queijo dos buracos, porque é justamente essa combinação que define o queijo suíço como ele é.
Não é só sobre a parte comestível, nem só sobre o espaço vazio. É sobre o conjunto dos dois, a síntese entre o queijo e o não-queijo. O que parece uma ausência, como os buracos, é na verdade parte essencial de algo.
Da mesma forma, quando falamos sobre o nada, nós estamos tentando entender não apenas o que é falta, mas como essa falta se relaciona com o que existe. O nada, assim como os buracos no queijo, pode parecer um conceito paradoxal, mas ele pode ser interpretado como uma parte da estrutura da realidade. E a ideia aqui é tentar olhar menos para o nada em si e mais para como o nada se relaciona com o que existe.
Você já parou para pensar que o nada só se apresenta quando algo não está lá? Pera, pera, deixa eu fazer isso ficar menos complicado. Olha pra mim.
Eu estou aqui na sua tela, certo? Então tem algo aqui. Que nesse caso, sou eu.
Agora com a minha incrível habilidade de ficar invisível, eu não estou mais aqui. Mas ainda tem o estúdio, né? Pronto, não tem mais.
A minha ausência só faz sentido por causa do nada, da possibilidade do não-Pedro. Ok, se você for do tipo insistente, vai dizer que ainda pode escutar minha voz. Então.
. . Aproximadamente 2.
500 anos, Demócrata seja igual à nossa. E se você quiser saber mais, tem um vídeo só sobre isso. Apontei pro lugar errado, eu acho.
Enfim, tá aqui. O conceito de átomos para demócrata é a última parte de algo que é impossível de ser dividido. Ou seja, é uma parte indivisível, uma espécie de substância primordial.
E o vazio seria a ausência do átomo, e pode ser interpretado como nada. E dessa forma, tudo é feito de algo e dá falta de algo ao mesmo tempo. De átomos e de nada.
Para Demócrito, o nada não é só um conceito abstrato, mas literalmente parte de tudo que existe. O cara estava muito tempo na frente. Já para Newton, o vazio também existia, mas não o nada.
Por exemplo, uma bola tinha duas partes. A bola material, que você pode chutar, e o espaço ocupado pela bola. Se você remover a bola, o espaço ocupado por ela continua existindo.
Mas Newton não interpretava esse espaço ocupado por objetos como nada. Muito pelo contrário, ele via o próprio espaço como algo que existia. O espaço vazio não era o nada para Newton.
Inclusive, você sabe o que um espaço vazio disse para um espaço cheio de matéria? Nada. Ele ficou no vácuo.
E, de certa forma, a visão de Newton do espaço vazio ser algo ao invés do nada, continua valendo na física. As equações da Relatividade Geral de Albert Einstein tratam o próprio espaço vazio como algo que pode mudar e evoluir com o passar do tempo. E a versão mais bem aceita da teoria quântica, que é a teoria quântica de Campos, afirma que não existe uma região verdadeiramente vazia no espaço.
Todo espaço tem pelo menos um pouco de energia devido à presença de campos quânticos. Esse é o vácuo quântico, que está constantemente sofrendo flutuações de energia e mudando. E se o vácuo está mudando, então o vácuo é algo, e não o nada.
Ou seja, parece que a física não tem boas respostas para o que é o nada. A física moderna até meio que afirma que o nada não existe de fato. Então nós vamos ter que olhar para o nada de uma forma mais filosófica mesmo.
O nada representa um estado de completa ausência, seja ela material, conceitual ou até mesmo existencial. Na lógica, o nada aparece na forma de uma negação, em que algo é definido por aquilo que não é. Por exemplo, quando dizemos não há fogo, nós estamos afirmando a presença da sua ausência, usando nada para definir uma situação.
Na matemática, ele se expressa no número zero, representando a ausência de quantidade. Embora o zero seja apenas um símbolo que representa a total ausência de valor, ele tem uma função em sistemas numéricos e equações, demonstrando que o nada pode gerar resultados, como zero vezes dois é igual a zero. O zero talvez até seja o número mais importante da história da matemática, e não pela sua função na multiplicação, e sim porque foi aceitar a existência do conceito de nada que abriu as portas para formas mais abstratas de se pensar sobre números.
Se o zero não existisse, os números negativos nunca teriam sido formalizados, e muito menos os números imaginários. E sem esses conceitos mais abstratos, a matemática teria ficado estagnada em contar e fazer contas simples, o que por sua vez teria impedido basicamente todo o avanço científico e tecnológico dos últimos anos. Nada demais, né?
Espera! Não! Tá bom, tá bom, eu vou me segurar nas piadas.
Continuando. Ou seja, na matemática e na lógica, o conceito de nada é importante mesmo que o nada não exista no mundo material. O próprio conceito de ausência, a ideia de nada, talvez seja uma das ideias mais importantes da história do conhecimento humano.
E ao mesmo tempo, a física, que é construída em cima de disciplinas que dependem do uso criativo do zero, do nada, não encontrou o nada no nosso universo. Mesmo buscando o nada, só encontramos algo, coisas que existem. Até o vácuo é algo.
Só que quase como uma ironia do destino, nós não teríamos descoberto o conceito de vácuo quântico como algo que existe se não aceitássemos o conceito de nada, que existe na matemática e filosofia. Inclusive existem casos engraçados que envolvem pessoas que tinham o sobrenome NULL, que em inglês significa algo como vazio. Sempre que elas tentavam se registrar em sites, apareceu um erro falando que o nome não podia ser vazio.
E esse é o tipo de erro que quem estuda na Alura não faria. Que tal mergulhar em programação Backend e ainda ter um certificado da Alura e do Google no seu currículo? É só se inscrever na primeira imersão Dev Backend da Alura e do Google.
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O nada preocupava até mesmo quem não tinha nada a ver com isso. O conceito de nada é importante para inúmeras escolas de pensamento e religiões, desde a filosofia grega até religiões modernas. Então por que, afinal, nós nos preocupamos tanto com o nada?
Talvez a resposta seja relacionada ao maior mistério da vida, a morte. A morte, assim como o nada, parece ter um papel similar na história do pensamento humano. Em A Carta sobre a Felicidade, de Epicuro, ele descreve uma forma curiosa sobre a nossa relação com a ideia de morte.
Ele diz que a morte não é nada na vida, porque quando estamos vivos, a morte não está presente. Mas no momento em que está presente, nós é que não estamos mais. É como um jogo constante entre presença e ausência.
Para Epicuro, a ideia de morrer é mais problemática do que a própria morte. Se você já teve a experiência de ter sentido a perda de alguém, você sabe do que eu estou falando. É nesse momento, nesse exato momento, que nós vemos aquele corpo que conhecíamos, agora sem vida, que nos deparamos não só com a finitude do outro, mas com a nossa própria finitude.
Eu vou te contar algo que você já sabe, mas que raramente nós queremos encarar. Eu vou morrer, você vai morrer, e todos os seres vivos que são vivos e ainda vão nascer, também vão morrer. Essa é uma verdade simples que gera um sentimento estranho de vazio e de angústia.
E essa angústia existencial que surge quando nós confrontamos a finitude da vida, nos leva a perguntas sobre o sentido de tudo isso. Por que as coisas existem e não antes o nada? É diante do nada existencial que essas questões se tornam urgentes.
Essa é uma experiência que todos nós inevitavelmente enfrentamos e enfrentaremos em algum momento. Confrontar o nada da existência nos dá uma dimensão do que nós somos. Seres que existem, mas que também podem deixar de existir.
Da mesma forma que encarar o nada nos ajudou a entender o que existe, encarar nossa ausência futura pode nos ajudar a entender nós mesmos. Então não é surpresa que às vezes o nada se torne crucial para religiões, filósofos e todo tipo de pensador na história do mundo. É.
. . Eu acho que eu perdi a fome.