Esse vídeo é a segunda parte da minha conversa com Estevan do canal Gloss conaut né na primeira parte da nossa conversa a gente falou sobre a história da letra j e também do nome Jesus né para desfazer alguns mal-entendidos e algumas conspirações que circulam em torno desse tema e agora nessa segunda parte a gente vai falar sobre a história e a linguística do nome de Deus né do deus da tradição Judaica e Cristã que também é um assunto que gera muita controvérsia tanto sobre a sua escrita sua pronúncia seu significado e várias outras questões né
então sem mais delongas vamos pro vídeo que tem muita coisa interessante para falar sobre esse assunto então falando agora sobre o nome de Deus né a gente falou na primeira parte sobre o nome de Jesus bastante mas agora sobre o nome de Deus que é chamado de tetragrama frequentemente né o nome próprio de Deus às vezes yahvé Jeová yahu yau yahu a gente vai chegar nessa questão das pronúncias também mas primeiramente né Eu acho que é interessante a gente pensar sobre essa própria questão de Deus o Deus que a gente conhece simplesmente como Deus que
é uma palavra genérica ter tido Originalmente e ter ainda de certa forma nas nas várias tradições que cultuam esse Deus ter um nome próprio que o distinga em relação a outros Deuses né porque quando a gente pensa em universo monoteísta você não precisa dar um nome específico para o Deus se ele é o único mas quando a gente pensa em universo politeísta você tem vários Deuses ele precisa ter um nome diferente dos outros né Então você vai ter o nome nome desse Deus e você vai ter o nome de Baal de achera quemó e vários
outros Deuses né que estão também naquele ambiente cultural então eh só para pegar historicamente assim tem a imagem da da Estela de mecha também conhecido como pedra moabita que traz esse nome né escrito pela primeira vez que a gente tem notícia no no século 9 e e ele aparece inclusive em caracteres ali que a gente poderia chamar de uma variante do alfabeto Fenício né Então a primeira vez que a gente encontra esse nome ele nem está nos caracteres que às vezes a gente tá mais acostumado a ver que são aquelas letrinhas quadradas você poderia falar
um pouco sobre isso inclusive sobre essa questão do do Paleo hebraico e do hebraico atual Por que que quando Por que que eh esse nome aparece nessas letrinhas mais diagonais né O que que é isso hoje em dia quando a gente fala de aprender o alfabeto hebraico a escrita Hebraica Ou seja a escrita Hebraica que nós estudamos hoje e que é usada para para escrever o hebraico Hoje não é a mesma escrita que era usada Originalmente paraa língua hebraica tá na verdade o que nós usamos hoje para escrever o hebraico provém do aramaico e é
importante lembrar o seguinte quando eu digo que o hebraico é escrito com a escrita aramaica isso não quer dizer que isso seja a língua aramaica tá não é isso é a língua hebraica usando letras que vê do aramaico seria como eu escrever por exemplo português com letras gregas ou escrever português com letras cirílica ou qualquer outro sistema de escrita que seja continuaria sendo português eu só tô representando o português com outras letras você pode fazer isso assim como você pode pegar um texto em grego e escrever com as nossas letras né do do alfabeto Romano
fazer uma uma transliteração para pro nosso alfabeto então isso não deixa de ser grego isso é grego mas escrito com a nossas letras Então o que aconteceu com o hebraico foi isso que ele tinha um sistema de escrita ele tinha aquele conjunto de letras mas essas letras foram substituídas por outras sem afetar a língua tá falando só da escrita então existia o Alef do hebraico e ele foi substituído pelo Alef do aramaico tá isso isso para cada uma das Letras simplesmente a a a escrita foi substituída por outra Por que e quando isso aconteceu bem
isso aconteceu durante o cativeiro na babil tá quando o povo hebreu estava ali sob uma forte pressão da Babilônia e a língua dominante a língua de prestígio era o aramaico então durante esse período a antiga escrita dos hebreus as antigas letras que eram usadas pelos Hebreus terminaram sendo substituídas pelas letras usadas no aramaico que era a língua ali usada na Babilônia língua administrativa etc Então aí nesse momento a língua hebraica Deixa de ser escrita com aquelas letras que se usavam antigamente passa a ser escrita com as letras do aramaico daquele período certo acontece que depois
a escrita do próprio aramaico vai terminar mudando vai se tornar um pouco mais cursiva Então se você for ler um texto em aramaico hoje escrito por pessoas pelos falantes nativos de aramaico de hoje em dia que ainda existem inclusive não é uma língua tin tem nenhuma língua morta não o aramaico é falado até hoje pelos assírios caldeus né existem comunidades de falantes de aramaico você vê que o aramaico Hoje ele é mais cursivo né as letras são mais mais eh arredondadas e e conectadas enquanto o o enquanto o hebraico que pegou as letras do aramaico
daquele período Mudou as letras num sentido diferente gerando essas letras quadráticas que a gente conhece hoje mas tem a sua forma cursiva também escrita à mão uhum né quem já estudou o hebraico e a aprendeu a escrever a mão de forma cursiva sabe como é que é Mas a questão é que a escrita usada para o hebraico provém do aramaico desse período no no cativeiro da Babilônia antes disso você ia encontrar os textos eh escritos na escrita anterior ao do cativeiro da Babilônia e essa escrita era eh diria que virtualmente Idêntica A Fenícia tá e
uma coisa interessante para comentar aqui é que a língua hebraica e a língua Fenícia são muito mas muito parecidas tem algumas diferenças nos sons por exemplo o hebraico passou por uma mudança no som que transforma o a em o por exemplo né então uma palavra como eh cabeça que em hebraico é ros ou RX em em Fenício seria Rash mas mas tirando assim alguns elementos desse tipo o hebraico é muito parecido com o Fenício e a escrita Hebraica também era basicamente a mesma que a escrita Fenícia uhum Então o que a gente vai ver e
nesses nesses textos mais antigos tipo anteriores ao cativeiro na Babilônia São o hebraico escrito com a sua escrita original né que é a escrita que a gente hoje chama de Paleo Hebraica né porque é a antiga escrita Hebraica na época era só Hebraica mesmo não era Palio Hebraica a gente chama Palio hebraico hoje porque como eles passaram por essa substituição então a gente deu esse nome né à forma antiga de escrita é então a gente tem esse nome acontecendo primeiro nessas letras né que a gente chama de Paleo hebraico ou próximo aí do Fenício né
e depois nas letras quadradas ou quadráticas Mas isso também é o mesmo nome que é um nome que para nós hoje ele quando ele é transliterado para letras da escrita Latina né as letras latinas isso é geralmente colocado como yh W h o que gera uma coisa muito estranha né Porque nas palavras latinas você não vai encontrar quatro consoantes seguidas às vezes em maiúsculo né Eh mas no contexto ali do próprio hebraico Essa não é uma palavra que destaca tanto gramaticalmente né o eh porque todas as outras palavras no hebraico também vão ser escritas numa
numa escrita consonânticos também sim sim a escrita do hebraico do Árabe do aramaico tipo é comum que línguas semíticas sejam itas num sistema num sistema de escrita que a gente conhece como abjad né o nosso sistema de escrita é um alfabeto porque ele contém vogais e consoantes né alfa beta o alfa representa né um Alfa que é vogal e e o Beta né a segunda letra é uma consoante então a gente chama de alfabeto sistemas que tem vogais e consoantes os sistemas de abjad são sistemas em que todas as letras são consoantes e então o
al do hebraico o que é que ele representava Originalmente ele representa uma consoante que é uma uma oclusão glotal né seria um som de ah ah não é a vogal que que que que eu tô pronunciando depois é é é a pausa é a batidinha antes da vogal né eu poderia pronunciar por exemplo a pausa glotal e outro a ficaria a a a a Então essa pausa né é o é o al então depois você teria Bet gimel dallet e todas as letras são consoantes acontece que bem Esse é o sistema de escrito então todas
as letras que aparecem num sistema de abj todas as letras são consoantes terminou que depois eles desenvolveram um sistema de um sistema de representação de vogais eh usando consoantes tá então a gente chama isso por um termo em latim que é que seria eh Mater ou no plural né matres Leones que seria as mães da leitura E aí você vai usar por exemplo o yod não só para representar a consoante Ya mas também para representar a vogal I você vai usar o vav que naquela época não era vav e sim wau né não existia som
de v era w então a letra wau não só para representar o u mas para representar também a vogal u ou a vogal o ah sobre o yod ele também poderia representar um som de e né então i ou e com o yod u ou o com o ou vav numa pronúncia mais moderna eh mas isso daí é um sistema posterior né em que você vai usar essas letras que eram consoantes para representar sons vocálicos na escrita normal em línguas em línguas semíticas no seu estágio Inicial principalmente em que ainda não tinham desenvolvido algo como
o eh como as matres Leones ou que a gente pode pronunciar portugues como matres Leones não havia representação nenhuma de qualquer vogal era só eram só consoantes aí depois foram começando a usar algumas consoantes aqui e ali Emas situações específicas para representar sons vocálicos mas não o o tetragrama ou seja quatro consoantes não tem nada de diferente em relação a qualquer outra palavra da língua que era basicamente uma língua em que a representação é é toda consonânticos tetra grama isso tem Justamente a ver com o fato de que são quatro letras né só isso que
a palavra significa a partir do grego né e é uma forma de se referir a esse nome por autores já acostumados com a língua grega então eles começam a chamar o nome de Deus de tetragrama para evitar a pronúncia a gente vai chegar também nessa questão da da evitação da pronúncia mas o o essa é uma forma de se referir ao tetragrama que já confere essa palavra uma uma um caráter assim muito diferente que você não perceberia isso se você tivesse lendo simplesmente um texto em Palio hebraico ou hebraico né E porque você teria várias
outras palavras de quatro consoantes e E isso não confere a palavra nada de especial né Assim como também a esse nome ele não era muito especial em termos culturais né como a gente estava falando o fato de Deus ter um nome e ou de forse falar de um nome divino bom num Universo em que você você tem vários Deuses os nomes divinos estão por todo lado né e e inclusive é necessário que você pronuncie esse nome porque senão você não sabe de que Deus você tá falando então por exemplo a gente encontra eh trechos na
nas histórias ali do antigo testamento ou da Bíblia Hebraica em que os personagens que são ali eh Adoradores do Deus chamado aí de Javé Ou de yavé ou de ou do tetagam eles usam esse nome o tempo inteiro para se distinguir dos outros para distinguir esse Deus dos outros Deuses então por exemplo uma conversa no livro de juízes que eu me lembro agora que é Jefté falando com um uma pessoa de outra terra e que tem outro Deus Regional e ele diz o Deus de vocês que é quemó deu esse território para vocês e o
nosso Deus que é yavé ou Jeová ou yahvé deu esse território para nós então na língua corrente ali na antiguidade você precisava falar o nome de Deus senão ninguém entendia do que que você tava falando né e eh gradualmente his historicamente é um processo longo é que que vai se desenvolver essa Esse costume de separar esse nome de Deus de uma forma assim que ele se torna até e eh impronunciável né em certo momento e aí a gente vai falar sobre a pronúncia desse nome daqui a pouco claro né sim naquele contexto em que você
tava que aquele povo tava rodeado de de outros povos com outros Deuses né então você tinha vários Deuses então de fato usar o nome de Deus não era algo estranho você estava simplesmente diferenciando né o nome de Deus do seu Deus dos nomes dos dos Deuses das outras pessoas Então esse nome de fato era usado e E aí depois né claro que vai acontecer tipo com aquilo de não não poder usar o nome de Deus em vão Então isso vai culturalmente se intensificando o que é usar o nome de Deus em vão porque se eu
tô usando o nome de Deus para dizer quem é o meu Deus e dizer que é um Deus diferente daqu do daquele povo isso é usar o nome em vão eu tô só usando o nome para uma finalidade Clara isso não seria usar em vão mas e se isso fosse interpretado como usar em vão então com com o passar do tempo o que era o que é usar o nome de Deus em vão isso Isso muda né isso vai mudar até o ponto de que vai vai acontecer que o nome de Deus se torna impronunciável
tipo usar o nome de Deus em vão é praticamente o pronunciar o nome dele em praticamente qualquer situação qualquer contexto seria dizer em vão Nunca pronunciei esse nome etc Então vai gerar essa essa percepção né E até que vai acontecer o que você disse se torna se torna um nome que ninguém pode pronunciar Então existe essa transição né tipo usar o nome em vão é o quê O que que é isso exatamente antes você poderia e depois você não pode mais isso muda com o tempo e é interessante porque quando a gente passa a ter
registros materiais desse nome com vogais ou pelo menos sinais vocálicos marcados na escrita já é desse período em que a pronúncia era evitada então assim né para contextualizar eh em determinado momento ali num longo processo no início da idade média alguns escribas eh que são os massoretas né vão começar a colocar indicações ali na escrita do hebraico para indicar a pronúncia das vogais só que eles fazem isso já num contexto em que se evita piedosamente esse nome e aí que tipo de vogais que eles vão colocar no tetragrama né no nome próprio de Deus não
são as vogais da pronúncia não é as vogais daquilo que se deve dizer mas do que é né do que mas sim do que se deve dizer no lugar então começa a a aparecer os sinais vocálicos ali que são de outras palavras misturadas com as consoantes do que é de fato as do que eram de fato as consoantes do nome de Deus né e é curioso que isso quando você pega um códice por exemplo como o códice leningrad que ali Por volta do ano 1000 que é uma das dos documentos mais importantes onde a gente
tira a tradução das bíblias atuais eh a a as as vogais aparecem de forma diferente nesse nome na maioria das vezes é Adonai né que a eh que eles queriam que fosse pronunciado na hora de passar por aquele nome então os sinais vocálicos da palavra Adonai que é senhor vão ser inseridos naquelas consoantes do nome próprio de Deus e mas não é que é para não é que é para ler daquela forma né é que a pessoa lendo mento deveria em vez de falar o nome de Deus falar senhor Mas essa não é a única
alternativa tem também as vogais de Elohim às vezes que é Deus num sentido genérico às vezes é misturada também com aquelas letras né e isso dá origem a algumas pronúncias que a gente conhece hoje como Jeová né que é a mistura da das consoantes de de yahvé ou de do nome como era pronunciado com as conso com as vogais de Adonai senhor né e curiosamente na septuaginta também na tradução pro grego que também ali do terceiro pro primeiro século antes de Cristo o nome de Deus é substituído inteiramente por palavras mais genéricas como curios né
que é senhor seria um equivalente ao Adonai ou então teos que é Deus genericamente semelhante ao Elohim né então a gente começa e eh como a gente encontra Esse Nome num estgio de escrita eh em que já se evitava a pronúncia eh e a gente não tem acesso direto à pronúncia original alguém que nos tempos sei lá dos patriarcas tivesse escrito esse esse nome com indicações de quais são as vogais né o que gera toda essa essa dificuldade de recuperar a pronúncia do nome né e a gente pode ir para esse tema inclusive né sobre
a a tentativa de recuperação da da pronúncia do nome original antes a gente continuar Deixa eu só dar um recadinho rápido aqui que é que esse vídeo tem o apoio da insider né que apoia também o canal lá do Estevan o canal Gloss onala então se você quiser fazer uma compra lá no site da insider que o link vai est na descrição do vídeo você pode usar o cupom Gloss onala 12 para ter 12% de desconto em qualquer produto da loja como nessas camisetas Tech né como a gente tá usando aí no vídeo então você
pode usar o cupom glosso alta 12 para ter 12% de desconto ou o meu cupom também né que eu estranha 12 né use aí o que preferir Como eu disse né o link pra loja da insider vai est aí na descrição do vídeo então não deixe depois de dar uma conferida lá falando sobre sobre os massoretas né então você vai ter aquelas indicações nos nos sinais massoréticos sobre como deveria ser pronunciado o nome tá vou fazer explicar aqui brevemente para caso alguém não entenda do que a gente tá falando né em hebraico como você só
escreve as consoantes então criaram um sistema de pontinhos e tracinhos que você coloca sobre as letras sob as letras para indicar Quais são as vogais que deveriam estar ali para auxiliar na leitura né Eh mais ou menos como o que se criou em português como usar acento circunflexo indica que a vogal é fechada acento agudo indica que a vogal é aberta esse tipo de coisas né Só que no nosso caso a gente só indica a abertura da vogal quando ela é tônica no caso do hebraico os os sinais massoréticos não indicavam só abertura indicavam Qual
é a vogal ia além né porque as vogais nem sequer eram escritas E aí nesse sistema de pontinhos eles começaram a escrever todo o texto todo o texto hebraico com os sinais para indicar Quais são as vogais que você deveria pronunciar quando chegasse até aquela palavra acontece que quando eles começaram a pontuar para indicar quais eram as pronúncias eles estavam indicando quais eram as pronúncias deles naquele período Então você vai encontrar um nome como como Miriam pontuado como Miriam né Miriam isso indica que essa é a pronúncia original do nome se você pegar Bíblia Hebraica
lá do texto massorético Miriam Esse é o nome original Não esse não é a gente sabe que havia pronúncias mais antigas como é o caso de mariam que foram registradas por eh por judeus séculos antes então mariam é uma pronúncia mais antiga do que Miriam eles traduziram do texto hebraico para o texto grego da septo ginta e quando eles foram escrever o nome o nome hebraico com letras gregas eles Escreveram mariam em letras gregas porque eles fizeram isso porque eles pronunciavam mariam né Depois séculos depois quando os massoretas foram pontuar o texto hebraico eles pontuaram
aquele nome não como mariam da forma como se pronunciava séculos antes mas como Miriam porque a pronúncia já havia mudado então o nome mudou né da seguinte forma mariam mariam mariam mariam Miriam até se fechar em Miriam então mesmo que mesmo que os massoretas tivessem pontuado uma palavra com a pronúncia do jeito que eles pronunciavam essa ainda assim não seria a pronúncia original caso caso no caso de que os massoretas pronunciassem o nome de fato como eh yá ou yehova mesmo se eles pronunciassem assim que é como está pontuado no texto essa não poderia ser
a pronúncia original porque a pronúncia já havia mudado com o tempo e o interessante isso é algo que quem estuda linguística histórica etc conhece muito bem É que as pessoas não são conscientes das mudanças lentas e graduais que acontecem na língua ao passar de muitos séculos eh as mudanças acontecem de formas que as pessoas não percebem que elas aconteceram então mesmo se alguém fizer um esforço enorme enorme de de falar ó vou pronunciar essa palavra para você eu quero que você guarde essa palavra na sua memória e transmita paraa próxima geração com a mesma pronúncia
não isso não vai acontecer porque se por exemplo Eh vamos supor que que eu digo para você tipo guarda essa palavra eu vou pronunciar e a palavra e eu invento a palavra sim eh tibi tibi eu passo essa palavra para você eu quero que você pronuncie isso igual a próxima geração tibi se por acaso gradualmente o som do ti começar a mudar na língua assim bem lentamente de Ti Ti Ti ti ti ti ti ti e se tornar ti isso não é um pulo isso é algo muito lento de forma que os falantes não são
conscientes dessa transação não é ti pulando para ti não é assim que tia se tornou tia é muito lento Então o a próxima geração vai transmitir como tibi depois tibi tibi tibi tibi tibi até que vai chegar no momento nessa transmissão oral em que a pronúncia vai ter mudado então mesmo se mesmo se tiv havo um esforço para guard ela passaria pelas mesmas mudanças fonéticas que qualquer outra palavra talvez alguém que tá ouvindo agora pense que não que não que não seria assim mas eu tô falando é assim que acontece tá em qualquer esforço de
pronúncia de guardar uma pronúncia etc ela sempre vai passar pelas mudanças que os falantes das quais os falantes não são conscientes com as gerações e ela vai mudar não isso não tem como não acontecer tá Alguém poderia argumentar não não mas se você se esforçar indicar não infelizmente não funciona assim elas mudam mesmo assim eh então mesmo se mesmo se eles tivessem de fato pronunciando yehova ou yá Como tá pontuado essa não era a pronúncia original e tem algumas coisas que eu posso indicar aí que já poderiam indicar algumas mudanças de pronúncia em relação a
uma pronúncia original mas o o Consenso maior que a gente tem é que de fato tá eh a pronúncia não fosse nem se quer e rovar como está pontuada lá como está indicada no texto mas que aquilo fosse uma indicação de uma leitura de Adonai certo por tipo um dos motivos para isso é que quando aparece a palavra quando aparece o tetragrama ao lado da palavra Adonai ou seja nessa sequência Adonai Adonai então nesses casos o tetragrama não é pontuado não ele não tem os sinais da palavra Adonai ele tem os sinais da palavra Elohim
uhum certo então se você for vocalizar o tetragrama nesses casos ele vai sair como iovi então às vezes você encontra yehova e às vezes yovi assim Adonai Elohim fica yehova yovi então se tem um se de fato a pontuação do nome fosse yova se fosse assim de fato Y rovar Então ela seria consistente toda vez que aparecesse aquele nome ele seria pontuado daquela forma porque isso indica a pronúncia daquele nome mas se a pontuação do nome muda quando há um contato com Elohim digo quando há um contato com a palavra Adonai quando há tipo Y
hová Adonai que deveria ser lido Adonai Adonai então eles mudam a pontuação do do tetragrama para ficar e erou VII porque na verdade tá indicando que é para você ler Elohim no lugar do tetragrama Uhum Então a pontuação das vogais do tetragrama não é a sempre a mesma ela varia de acordo com a palavra que aparece antes ou depois para evitar sequências Adonai Adonai ele é pontuado de forma diferente então isso indica que a a pontuação os os os pontinhos que indicam a vocalização do nome do n do tetragrama que estão ali não não é
de fato a vocalização real do nome mas é só uma indicação de que é para ler Adonai e se tiver outro Adonai do lado que é para ler Elohim bem então se a pronúncia não era yehova ou yá então qual era a pronúncia temos algum indício assim mais antigo escrito de vocalizações possíveis para o tetragrama Sim nós temos séculos antes dos massoretas escreverem eh com essa vocalização que indicava a pronúncia Adonai eh existiram outras outras formas de vocalização de de de transcrições e as litera ções para o tetragrama que mostram leituras diferentes e a gente
pode falar um pouco dessas dessas outras tentativas de representar por escrito eh o tetragrama E aí a gente aproveita até a o comentário sobre a o nome Maria né que seria Miriam lá no nos os os massoretas representaram como Miriam e usando o alfabeto grego os tradutores da septuaginta os judeus de Alexandria ou da Judeia que foram para Alexandria usaram a O Alf para marcar mariam né então da mesma forma que a gente pode eh encontrar a pronúncia eh seja comos sinais massoretas seja com sinais gregos a mesma coisa serve para a o nome de
Deus né o nome próprio aí o tetragrama Então a gente tem várias ocorrências de transliterações para o grego do tetragrama E como você tem sinais que representam vogais no grego né as vogais as letras vogais mesmo então eles acabavam eh representando a pronúncia com mais eh elementos né do que o hebraico da mesma época que não representava os sons de vogais né anterior a esses sinais do da da dos escribas massoretas e um caso desses Talvez o caso mais antigo pelo menos que eu conheço de uma transliteração eh do nome próprio de Deus para o
grego aparece entre os manuscritos do Mar Morto o entre os manuscritos Mar Morto que são ali do entre o século Tero e ieo Anes de Cristo a gente encontra já o o nome de Deus em grego é um manuscrito não é tão comum manuscritos em grego entre os manuscritos marmut mas a gente tem esse e ele usa as letras yota Alfa e Ômega para representar o nome de Deus que seria lido algo como Yao certo isso eó isso e a gente tem depois em outros contextos fora dos manuscritos do mar morto eh vários autores principalmente
de cultura grega mesmo e eles registram outras eh transliterações eles passam esse nome de forma diferente usando as letras gregas então o o mais antigo desses eh fora dos manos cros do Mar Morto é o Deodoro ciculo no primeiro século antes de Cristo que também usa exatamente a mesma notação né iota Alfa Ômega depois Irineu é de Lyon no segundo século depois de Cristo um autor Cristão também usa a mesma anotação e Clemente de Alexandria na virada do primeiro pro segundo século já usa uma uma notação diferente inclusive ele usa duas diferentes ele usa e
iota Alfa omicron y e iota Alfa omicron y y né qual seria a pronúncia dessas dessas marcações aí a primeira que você disse tá eh Ok você tá pronunciando os nomes das letras gregas em grego né você disse J Alfa omicron e yon né Eu Vou Chamar as letras gregas pelos seus nomes em português para facilitar para caso alguém queira pesquisar depois né então Alfa é simplesmente Alfa né Tá então J Alfa omicron Y tá nesse caso a gente tem aí a transcrição eh a transliteração de uma pronúncia que seria yau yau certo então temos
Yao como apareceu antes Yao agora temos yau e a outra que você mencionou que é quase qu igual só que com o éon no final isso seria yau yau tá Uhum ou pode ser também ié ya Oé tá bom vai aí o texto original ele não tinha acentos né nessa época não era comum que você escrevesse acentos hoje em dia quando você pega textos Dessa época a gente coloca acentos e para indicar para facilitar a pronúncia etc mas nessa época não tinha então provavelmente ele escreveu só as letras sem qualquer acentuação então não dá para
saber se ele tá escrevendo yau é ou yau é com acentuação no no e final sobre o Yao eu vou fazer um comentário também tá eh vou comentar sobre o Yao sobre yau yau yau é tá vou vamos passar um pouco sobre isso a questão aqui o tetragrama ele contém a a consoante re certo re e essa consoante R ela não é transliterada para o grego como nada tá tanto o som de re de ra como o som de ra que é um pouco diferente quando passam para o grego Eles simplesmente não são transliterados você
simplesmente ignora porque o grego não tem nenhuma letra para representar o som de ha ou o som de ha então ficam fora é por isso que um nome como yohanan yohanan quando ele passa para o grego ele se torna yanes e não yohanes não não tem como escrever yanes em grego tá então é uma limitação da própria escrita grega não tem como você escrever ha ou ha então vai ficar yanes tá a mesma coisa vai acontecer aqui quando a pessoa tá transiter isso como Yao Yao Na verdade o que estaria escrito aqui seria y ya
ro com som de ro certo e aí por quê eu vou agora compartilhar minha tela e e vou mostrar aqui na minha tela o que eu t querendo dizer tá aqui está tetragrama né escrita escrito da forma habitual hoje em dia bem acontece o seguinte quando você vai pronunciar isso você se você olhar para isso daqui você só olha simplesmente para isso como qualquer pessoa que sabe hebraico ia sentir o impulso de pronunciar isso em voz alta tá olhando pra estrutura dessa palavra bem a estrutura dessa palavra permite diferentes leituras olhando assim para ela primeira
coisa nós temos aqui um um yod certo o yod em posição inicial sempre vai ser uma consoante ele precisa que haja uma vogal depois dele a vogal aqui não é indicada uhum provavelmente uma pessoa leria isso acrescentando ou um som de a ou um som de e depois desse yod certo isso seria a a leitura espontânea de alguém que olharia para esse para essa palavra sem qualquer indicação vocálica você olhou para um iod inicial sem qualquer marcação de vogal depois você vai ler isso tipo Se você visse isso daqui tipo um iod com um v
aí você leria Yo ou então iu mas se não tem esse V se é só o iod você então você vai ler provavelmente i ou I certo quem quem sabe hebraico etc quem conhece bem língua hebraica sabe disso então eh então você leria isso como ya ou como Y primeiro passo depois a gente vai ter aqui um re temos uma consoante aqui re Ok eh e logo após a gente tem um vá esse vá nessa posição ela pode fazer a gente pensar em duas coisas diferentes ou esse vá tá servindo de vogal tá tá se
representando um som vocálico e tá conectado com esse r n vou mudar aqui a cor certo ou isso daqui é uma possibilidade certo que isso daqui seja só um vav representando som vocálico né fazendo um Mat Leones né quando uma consoante faz valor vocálico e tá conectado com esse R Se for esse o caso a leitura disso seria ro ou então ru essas duas pronúncias são possíveis certo ro ou ru e sendo assim nós teríamos eh a leitura de todo esse esse pedaço isso aqui como um ro ou como ru porque esse re final Ele
Pode Ele Pode ser um re original que era consonânticos cons som mesmo de ha e E aí ele só ficou mudo e aí você teria um re final mudo como acontece em palavras do hebraico E aí seria um ro ou um ru ou então você poderia interpretar isso de outras formas mas vamos trabalhar com essa interpretação que eu tô dizendo então isso daqui nos levar a pronúncia disso daqui disso daqui como e i ou I certo i r ou Yu ou também yaho Ou yahu tá se eu olhasse para isso daqui e alguém falasse assim
Lê isso sem eu nunca ter visto isso não não há indicações vocálicas eu ia ler isso como yaho yaho yahu essas seriam assim as as leituras mais espontâneas que eu daria a essa combinação sendo que em grego não existe eh a como transcrever o som de R Então você transcrever isso como né em letras maiúsculas como como Yao certo como Yao ou você transcrever isso como ã i u certo isso daqui seria uma uma representação de um yaho sem o r que não tem como escrever ou um yahu também mesma coisa sem o r que
não tem como escrever Então essas são duas das leituras que você me apresentou e você olha para isso você pode ler isso como yaho ou yahu e aí você passaria para o grego assim Yao yau Ok isso daqui tá tá claro né então duas das leituras que você me mostrou são essas duas aqui agora de onde que o Clemente de Alexandria tirou o éon do final Ótima pergunta como eu disse e esse refinal ele pode ter um outro valor ele pode ser entendido como duas coisas diferentes na verdade tá agora vamos fazer a separação da
palavra de outra forma tá imagine agora que na verdade esse vav aqui ele não é Mater lecciones ou seja ele não é uma indicação de uma vogal ele poderia ser uma consoante e sendo uma consoante ele precisaria eh de uma vogal depois né aqui temos uma vogal depois eh para poder apoiar esse som consonante ele poderia ser uma consoante final encerrar a palavra mas não é porque tem alguma coisa depois dele tem um re depois então esse re final ele pode ser entendido como um re com valor de Mater Leones Ou seja é um re
como como por exemplo como se diz e professor em hebraico né é morrer morrer e como se escreve morrer se escreve se escreve tá C hebraico assim escreve assim morrer Então nesse caso nós temos um mem fazendo é é o m né Aí temos um vav representando um som de o nesse caso aqui ele tá sendo Mat Leones né mo temos um re e por último temos um um um re que que esse Re tá fazendo aí ele tem algum som de h de R não ele não tem ele só indica uma vogal depois do
re essa vogal pode ser e ou pode ser a inclusive a palavra professor e professora são morrer e Morá e e as duas se escrevem da mesma forma se escrevem assim eh então você pode simplesmente interpretar esse esse isso daqui como uma consoante seguida de uma vogal e esse R tá fazendo o papel dessa vogal e essa vogal pode ser e certo como seria o comum em nomes que são gramaticalmente do gênero masculino Então você interpretaria isso isso daqui como um ue ue essa combinação como ue certo então você teria nesse caso yue yahu Ok
E aí se você tem essa interpretação como yahu aí você vai transcrever isso para o grego como bem você vai fazer assim essa seria a transliteração para o grego e a colocar em letras maiúsculas e como não tem R Então você vai escrever o som de u e depois um e e você teria isso daqui uhum yahu né que seria y y só que escrito assim sem acentuação sem qualquer marcação como era comum na época você pode interpretar isso de duas formas tá você pode interpretar isso como sendo na verdade um e a o e
que é o que eu tô dizendo aqui ou você pode ou o autor pode na verdade ter escrito isso daqui com a acentuação aqui e aí no caso esse se ele não estaria entendendo isso como uma consoante fazendo o e mas como uma vogal yahu yahu certo e aí a transcrição disso ficaria assim yau yau é é possível interpretar assim sim é possível olhando para isso é possível Você pode ler e aí o refinal Ele ficaria só com essa vogalzinha de apoio como acontece algumas consoantes finais em hebraico como é o caso do re do
Ret e do ain em posição final eles podem ter uma vogalzinha de apoio que normalmente é um som de a certo como acontece no próprio nome Yeshua né a se você a pronúncia poderia ser Yeshua com som final de a sem apoio vocálico yesu ou com apoio vocálico de a Yeshua Yeshua isso acontece com com o ain com o re e com o r então aqui poderia ter um apoio vocálico de um som de a a e aí esse azinho final átono fraco Ele pode ser com ele pode ser pronunciado tanto como um a como
yaa ou como yaua a com som de e ou como um som de e Yu yahu yahua yahua ou seja com diferentes articulações E aí como é que você transcreve esse sonzinho átono fraquinho de de qualidade vocálica eh inconstante tipo inconsistente para o para o grego bem esse autor poderia ter usado um simples épsilon para fazer esse essa pronúncia yahu então isso daqui pode ser yaho pode ser yahu pode ser yé pode ser ya tipo né yahu yahu todas essas leituras são possíveis só de olhar para o tetragrama olhando para ele todas essas articulações são
possíveis entende e e nenhuma delas né você vai dizer que é a original Pode ser que a original não seja nenhuma delas ou seja assim Alguma delas no caso né mas eu vou entrar mais nesse assunto de dizer qual é a original etc é eu acho que a gente pode puxar esse Qual é original pegando a pronúncia que o Epifânio coloca no terceiro século porque ele já insere aí um som diferente e que a gente tá acostumado a ver nas transliterações pro português que ele fala de eh Yah ou Yah que é seria o J
alfa beta e é só que esse beta aí tem toda uma história também né isso Exatamente é Tá bom então a a letra Beta que é conhecida hoje em grego como Vita né a letra Vita Originalmente lá no Século IV antes de Cristo representava o som de b b um bilabial oclusiva labial ba ba B com o passar do tempo foi foi acontecendo um relaxamento da articulação né ba v v v até ficar uma bilabial fricativa né va va que rapidamente evoluiu para um v e ficou com o som de v Então esse é o
som da letra Beta né faz dois milênios praticamente já no período do grego koiné a pronúncia habitual e comum e estendida dessa dessa letra era v e não mais b e sim V Ok eh então se ele tá escrevendo isso no século 3 século 3 essa essa letra era V já tá nada de b então isso daí que que aparece que alguém se fosse ler como se fosse ático clássico Século IV antes de Cristo ia pensar que isso é um yab alguma coisa assim mas não isso daí é um yé yavé eh bem e o
que que tá acontecendo aí bem acontece que eh antes eu falei da da possível leitura da da possível leitura né ya ya Então esse som de u u ya ele ele também é um som que tem um histórico de mudar para o som de de V com o tempo né então uma pronúncia como ya Eu Eu até comentei né que em hebraico mesmo o som de w terminou se tornando V dawid se tornou David por exemplo né Então aí ele tá lendo o o vav né ele tá vendo aquele vav já com som de V
E aí ele tá fazendo Yah Yah ou poderia ser Yah Yah com o som consonantico do Ret mas não daria para transcrever isso para o grego né então fica yavé simplesmente Então esse yé é simplesmente uma variante de pronúncia da forma yé yé e yav são variantes da mesma coisa e também né então acho que ficou Claro uhum e e e e por que que é Essa é a forma eh preferida hoje por exemplo a Bíblia de Jerusalém usa i a w e h acho que é mais ou menos assim que ela trans litera a
Bíblia Pastoral i h é i a h w h w h é OK e a e a Bíblia Pastoral usa J A V que é muito comum também né Javé uhum isso ok então vamos lá se você eh primeiro então Qual qual é a pronúncia que hoje em dia qual é o maior consenso né o Consenso tipo nunca é absoluto né mas mas a maior parte dos estudiosos da da língua hebraica trabalham com linguística histórica e com e e às vezes até relacionam arqueologia com linguística e fazem estudos profundos da história da gramática da das
mudanças de sons etc o o Consenso geral né não luto mais geral é que a pronúncia seja yahu yahu essa seria a pronúncia original yahu eh e aí como é que você vai transcrever isso para o português como é que você vai transliterar isso para o português então para a transliteração seria você tentar simplesmente manter aqueles sons e passar aquilo para a nossa grafia a Bíblia de Jerusalém fez isso usando I A H w e h e e essa foi a solução deles né você pode fazer isso de outras formas poderia colocar um Y no
começo usando a eh a a convenção do inglês né o inglês usa o Y para representar o som de i então você pode pegar essa convenção do inglês e usar um Y mas não tem por você poderia usar um um um I mesmo o i é ele ele serve para essa função você poderia usar um J como o alemão faz para representar o som de ia né mas nesse caso eu acho que eles queriam que a pessoa lesse com som de de ya E aí o J ele se você não explicasse o que você quer
indicar com aquele J as pessoas liriam com o som de ja né então eles preferiram usar o i nesse caso para a segunda parte o e eles poderiam ter usado um u poderia essa essa poderia ter u poderia ter sido usado sem nenhum problema daria para usar um um um v também já que esse som de u eh ele pode ser representado por um v e você mas você teria que dar indicação né você poderia ter usado E aí no final Eles escolheram usar o w nesse caso Então isso é só uma convenção como é
que você vai transliterar não a convenção a convenção que eles usaram foi essa válida E aí tem outras formas de você passar isso para o português tá outra forma que seria possível seria você respeitar os a equivalência de sons do hebraico para o português da passagem da da fonética do hebraico para o português e uma dessas equivalências é que o som de ya ele passa para o português como ja certo essa é a evolução natural do som tá Por quê bem se você for analisar toda a história da língua acontece que quando você tem Originalmente
o som de ya ya no latim e passando pro português ele vai mudar de articulação da seguinte forma ya ya ya ya ja ja né por isso que nomes latinos como julios chegam a nós como Júlio por exemplo Exemplo né próprias palavras do latim passam por isso julios da Júlio aí aí Yeshua que no grego fica yesus passa pro latim e depois chega a nós como Jesus é esse é o caminho natural desse som até chegar a nós então a Javé seria não uma tentativa de transliteração daquele som lá do yahu mas eh como esse
nome ficaria naturalmente de forma espontânea e natural em português com a sua evolu são né com o tempo aí você teria Jé então formas como yahu yahvé Jé são todas formas válidas de você pegar a pronúncia yahu e transpor para nós né Essas são diferentes usando diferentes critérios você vai chegar a diferentes resultados mas todos todos são critérios válidos são formas simplesmente diferentes então pode ser Javé eh yahu yahvé etc o o nome yahu ele é associado no próprio texto bíblico com o verbo ser né quando Deus diz né que sou que sou né eh
erri aer e e aparece isso e aparece bem acontece que o verbo o verbo ser tem uma relação com o nome yahu e esse nome yahu ele ele está na na na na forma de infectivo tá o hebraico ele tem dois aspectos verbais ele tem o aspecto perfectivo e o aspecto infectivo tá o aspecto perfectivo indica um ação concluída ou fechada não necessariamente passada mas uma coisa concluída fechada pode ser algo que que estará concluído está concluído etc e tem o aspecto infectivo que indica uma ação aberta em português nós temos distinção entre aspecto perfectivo
e infectivo no passado porque a gente tem por exemplo eu falei que é uma ação fechada num ponto específico e eu falava que é uma ação mais aberta tá em hebraico Então você vai ter essas distinções só que não é exatamente passado futuro ah não no hebraico moderno isso se reorganizou de forma diferente mas vou não vou entrar nesse assunto no hebraico bíblico eh você tem essa distinção E aí você teria na forma de eh de perfectivo tipo vai dizer assim foi foi isso foi no passado de ser né Eh seria rá e na forma
de infectivo você teria ir ir tá e o nome yahu ele é associado com a forma ir então ir é o infectivo do verbo e significa algo como aquele que é aquele que é simplesmente é o que é é aquele que existe aquele que é IR eé é basicamente essa forma ir e E aí você me pergunta mas como isso é possível que não não não tá diferente sim mas aí agora eu vou fazer alguns comentários linguísticos acerca do yahu tá primeiro em línguas semíticas é comum que haja um som de u um som de
u em alternância com o som de ia certo em hebraico especialmente isso é algo bem forte em que sons tipicamente de U que você encontraria no árabe por exemplo como u passa para o hebraico como ia então se alguém aqui já estudou hebraico e árabe vai saber que tipo uma criança em árabe vai ser walled walled e em hebraico é yeled certo é a mesma palavra walled yeled só que no árabe você tem u e em hebraico você tem ye yeled tá então aí temos essa essa essa alternância de u com i no caso de
iie você poderia entender que esse i né Eh sendo uma forma do verbo ser né aquele que é numa forma mais arcaica dessa palavra mais antiga dessa palavra antes de que o u tivesse se transformado em ye em vez de ter um Irie você poderia ter um ir e aí você teria um u no lugar do ya Então você teria Ok bem acontece que lembra que eu comentei antes que em hebraico acontece do do som de de a ele poder mudar por exemplo para i como acontece em mariam né que terminou dando Miriam posteriormente então
se você tem esse numa forma mais antiga com Então você teria mas o y Inicial Y assim como Miriam já foi mariam então Y também já teria sido yahwe Então yahwe seria uma forma verbal do verbo ser né na forma infectiva na forma aberta aquele que é ou seja o eterno simplesmente aquele que é na forma numa forma arcaica Então yahu é ele tem esse sentido verbal de aquele que que é ou o eterno entende então por isso que você pode fazer essa essa interpretação essa essa reconstrução para essa forma ela ela funciona dentro da
estrutura histórica do hebraico e das línguas semíticas e funciona perfeitamente dentro do contexto em que se diz que Deus é o que é tipo eu sou o que sou e toda essa essa relação do ser eterno dentro do nome do tetragrama faz com que a pronúncia yahu seja amplamente aceita porque ela encaixa bem em muitos aspectos ela ela encaixa bem nas nas modificações para para o nome teórico ela encaixa bem eh no na própria estrutura da língua como forma verbal arcaica para essa palavra ela tem uma boa relação com outras línguas semíticas da mesma família
então por isso que yahwe é de fato uma pronúncia eh aceita eh com um um consenso bastante grande entre os acadêmicos né É E eu acho que é interessante essa história assim até eh com uma uma uma reflexão até conclus a partir das várias coisas que a gente que a gente falou acho que uma coisa que a gente percebe em todo esse percurso é que há uma mudança constante tanto do registro escrito do nome quanto da própria pronúncia do nome eh E isso não começa em em certo momento como uma espécie de corrupção Ó daqui
para cá a gente perdeu o nome essa estabilidade ela nunca existiu e não existe a respeito de nenhum nome palavra língua na história né então a gente começou a conversa falando de um nome que era gravado em letras chamadas de Paleo hebraicas hoje que já não são as letras eh utilizadas no no hebraico moderno então a própria grafia já passou por uma transformação a pronúncia dessa palavra a gente viu que passou por diferentes eh registros no grego antigo passou por diferentes registros no no texto massorético mas aí já com outra por outro motivo né que
é esse de eh vocalizar não a palavra que tá escrita mas algo no lugar e mas a gente poderia até e não sei se você tem isso aí eh na cabeça mas os nomes teof córi os nomes que carregam parte pelo menos do nome de Deus né que era uma prática muito comum você colocar o nome do Deus não só entre judeus né em israelitas judías mas os povos ali daquela região como um todo faziam muito isso que é colocar o nome do Deus no na no nome da pessoa eh e diferentes nomes teóricos gravam
o nome de Deus de forma diferente também e tem até tem um um estudioso que é o Thomas Homer um um um autor francês que ele sugere que haja até uma diferença de como o nome de Deus entra em nomes desse mesmo Deus né do Deus dos israelitas e judías antigos e que é o que a gente chama de hoje Jé Jeová etc esse nome dependendo da região geográfica ele é incorporado num nome teof cório de forma diferente então você tem diferenças regionais que indicam que a pronúncia já nos tempos muito antigos né Eh na
era do Bronze variava regionalmente eh naquela região n como você disse mesmo na na na na época assim que se usava o nome Originalmente ele certamente apresentava variação de lugar para lugar existiam diferentes pronúncias e como você disse em nomes fcos você vai encontrar eh o o tetragrama sendo incorporado ao nome como às vezes como ierr às vezes como yaru eh e são as variantes que eu tinha mencionado antes né lembra que que antes Eu mencionei né que se você olhar pro tetragrama assim você pode olhar para ele bater o olho e ler isso como
yaho ou como yaho ou como Y Yu ou seja as variantes possíveis e móveis que você esperaria no próprio hebraico se mostram nos nomes que com tem o tetragrama E então você vai ter nomes que tem Yo aparece como yoshua por exemplo né vai ter nomes que vai aparecer yahu eh então isso isso é o normal você vai ter nomes em que vai aparecer uma forma contraída só como i ou como yô eh e e por aí vai certo então sim havia variação em nomes próprios essa variação se mostra e a gente sabe que havia
diferentes sotaques já nos tempos em que se escreveu a Bíblia Inclusive tem uma uma passagem muito interessante em que eles identificam pessoas pelo seu sutaque diferente eh que é o caso do do do shibolet tem uma um uma passagem na Bíblia no antigo testamento em que eles estão tentando identificar quem são os efraimitas e nessa passagem eles pedem para as pessoas pronunciarem a palavra shibolet e se é caso pronunciarem essa palavra como si bolet então eles sabem Ah esse daqui é frita porque ele pronuncia esse bolet ou seja pelo sotaque eles Ah esse daqui é
de tal grupo então já havia variação de sotaque registrada na própria Bíblia isso acontecia tá eh inclusive eh o nome Yeshua Se fosse pronunciado por um efraimita ficaria yua né porque eles não tinham xã fia ficar yua bem mais próximo da pronúncia grega né que também não tem Sher eh então havia variação de pronúncia na Bíblia inclusive su Taques diferentes etc eh então certamente o tetragrama passava por isso também por variações de de pronúncia é algo totalmente esperado algo totalmente normal bom e foi essa então a nossa conversa sobre o famoso tetragrama né A partir
dessa conversa de uma bibliografia acadêmica também sobre esse assunto eu fiz um vídeo mais resumido que já tá disponível também aqui no canal né nos moldes mais tradicionais que a gente costuma fazer aqui e o link para esse vídeo vai estar na descrição embaixo junto também com o link da primeira parte da conversa com stevão E também o próprio link do canal do stevão né o canal Gloss Nauta que é um canal Fantástico né que eu recomendo fortemente que vocês confiram e se inscrevam lá no canal dele e assistam os vídeos que são realmente muito
bons e no mais é isso né Como sempre muito obrigado por assistir e até o próximo vídeo falou