เฮ [Música] [Música] [Música] [Música] Salve salve família, bem-vindos a mais um Flow. Eu sou o Igor, quem vai apresentar comigo aqui é o famoso matador de onça, Sergão. Tudo bom Sergão? E aí cara, Berranteiro, né, que o pessoal fal Sergão berranteiro, obrigado pela moral. Obrigado por vir aí você pelo convite aí, cara. Hoje, hoje vai ser uma mesa assim composta de gente, de pessoas inteligentes e eu, né? Tem o Miguel Nicoleles, boa noite, muito obrigado pelo convite. Muito obrigado por vir, cara. E o Álvaro Machado Dias, mais uma vez aqui com muita satisfação e tomando
um vinho de qualidade. Ah, sim. Então, vamos daqui a pouco estrear. Até queria começar agradecendo aqui o Leandro que Mera Vinhos, que é onde eu compro meus vinhos, que mandou esse vinho para nós, que eu sei que é muito bom. Emiliano, primeira linha que a gente vai tomar com muito prazer. Primeira vez mandou pensando no no no Miguel, que ele é fã do Miguel, né? É lógico, pensando na gente que não é mandar nada, né? Mas ele mandou um caprichado e é onde eu compro os meus vinhos que eu recomendo todo mundo que compre também
porque os melhores meras vinhos é é lá que eu compro melhor preço. Bom, muito obrigado a todos vocês por estarem aqui. Mas deixa eu começar falando também dos do patrocinador de hoje que é a Insider, que é quem fabrica essa camisa aqui que eu tô usando agora, que é um tecido tecnológico assim, que tem um caimento de muito incrível no corpo. E você também pode ter essa camisa aí, que inclusive, ó, vamos fazer aqui, serão, segura essa camisa aqui, ó. Ess aqui, ó. Essa aqui, que que tu acha desse pano aí? Fala para mim. Maneiro,
né? Maneirinho. É legal, né? Dá para usar, né? E esse aqui? Esse é o tecido, né, cara? Esse daí é o tecido tecnológico, cara. É a tech tshirt da Insider. É sensacional, cara. Não esquenta, não precisa passar. Você bota para lavar, depois tu coloca ela no cabide lá, já era. Não gera cheiro. Foi testado isso aqui que nós ficamos um dia inteiro usando e ninguém reclamou, então tá comprovado. Fica dando para dentro, mas só tem uma rueca da ensai. Tem cueca da Insider, cara? Eu tenho. O saco fica cheirosinho. O negócio é de verdade. É
de verdade. Ó a testa que é bom. Bom, toma aqui uma camisa pr você, Miguel. Muito obrigado. Fica de presente. E essa daqui é do Álvaro. Obrigado. Obrigado. Você não, Sajão. Não, eu não. A Insider não. Eu sempre agradeço a Insider porque a Insider faz camiseta pro meu tamanho, cara. Então isso aí é demais. Não, no Brasil isso aí é isso. É mesmo porque é um desrespeito não fazer os tamanhos. É, não faz. Então, mas a Insider faz. Um salve para Insider. Então entra lá em insiderstore.com.br e tem cupom, Genzão, tem flow. O cupom é
flow, que você ganha 12% de desconto na tua compra lá. Então, mais uma vez, entra lá em ciderstore.com.br, usa o cupom flow, você vai ter 12% de desconto e vai poder desfrutar de um tecido tecnológico sinistro, todo mundo curte. Tenho certeza que o Miguel vai curtir também. Tecnológica com ele, né? E tem, antes de começar, mandar um salve pra galera do Ciência Sem Fim, né? Porque tá simultâneo lá no Ciência sem fim. Então, salve salve aí, amigos da ciência em todo mundo aí. Hoje nós estamos aqui no flow, vai ser simultando. Salve salve amigos da
ciência, É isso aí. Bom, tem uma, tem um emblema hoje também, né, Jezão? Cadê? Caraca, ficou maneiro isso daí, hein? Ó. Uau. Álvaro tá um pouco mais jovem, com todo respeito. Não, tá uma mentira grande aí, né? Cortaram os 20 anos da minha idade. Só fou meu boné, né? Esse boné aí não devia nem existir. Mas eu falei para você em sua homenagem, eu quando eu vi seus lives antes do jogo, né, na final da Libertadores, eu pensei: "Se um dia eu for falar no Flow, eu vou fazer questão de debater o fenômeno meteorológico do
Minuano de Montevidel". Então eu nunca imaginei que eu teria a oportunidade de repetir isso, né? A sua presença, mas muito obrigado. Foram noites muito agradáveis. Pós jogo. Pós jogo. Para mim foi uma, tu não sabe, cara. No dia do, a gente foi, a gente não conseguiu, eh, as passagens para ir para Montevidel, eh, elas estavam esgotadas e só tinha uns voos que iam pro Panamá e depois é depois iam para mim. É porque o Panamá tá na rota, né? Tá na rota para caraca. Muito na rota. Parece o ônibus na minha época de escola, né?
Então, saía de Moema, ia pra Moca e depois chegava na Avenida 23 de ma. Inaitável. Então, aí aí esses voos, eles ainda por cima estavam muito caros e a gente tinha com uma galera, então a gente acabou fretando um voo. Aí foi todo mundo, aí a gente é, aí fomos, aí aconteceu o que aconteceu e na volta a Não vamos nem entrar nos detalhes porque é melhor não, o jogo foi só o detalhe no final, porque a história sai aí, cara, na volta a gente o o atrasou para caramba a partida porque tinha muito voo
fretado lá e não é exatamente aeroporto enorme. Aí muitos voos na nossa frente, a gente teve que ficar esperando na salinha lá. Aí, eu tava deitado tentando dormir na salinha lá e passando, acho que era o Sport Center, uma reprise infinita de como foi o jogo e o e os gols do Palmeiras. Eu ouvindo aquilo a noite inteira, eu querendo dormir, eu não conseguia, cara. Ah, e os meus amigos uruguaios telefonando, cientistas que me conhecem, né, há muito tempo, né, falando assim: "O que vocês fizeram aqui? Vocês vão embora? Vocês decidiram ficar, não fiquem, vão
embora." para mim foi, foi sensacional, né? Para alguns, paraa maioria não foi muito verdade, mas foi foi o Minuano de Montevidel, que é um fenômeno conhecido. Como eu foi um um cronista esportivo aqui, que eu chamo de língua ball aqui no Brasil que disse que a torcida do Palmeiras cantou mais porque o vento impediu o som, né, da torcida do Flamengo reverberar. E aí eu fui conversar com meus amigos físicos, né, da onde vinha esse novo fenômeno, né, criado pelo terraplanista da bola. Ei soube explicar. Eu conheço bons físicos também não sei explicar. Também não
sei explicar. Bom, eh, o para você resgatar esse emblema aí é só você entrar em nv99.com.br/resgatar e usar o código muito Q envolvido, tá bom? Eh, você é totalmente de graça, só precisa ter um perfil lá na plataforma, tá bom? Mas só vai ficar disponível pelas próximas 24 horas, depois ele vai desaparecer. Então, se eu fosse você, eu ia lá e resgatava isso de uma vez. Tá bom? Eh, basicamente isso. Tem mais alguma coisinha? É isso, cara. Bom, mais uma vez muito obrigado ter todos vocês aqui. Eu me sinto burro na presença de vocês, mas,
cara, eh, vocês dois tão tão estudando uma parada que é incrível, que ninguém sabe direito como funciona, que é o cérebro. E cara, você já fez coisas incríveis assim nesse campo. Eh, teve aquele lance do do exoesqueleto na Copa do Mundo, não é? Teve um lance, acho que em 2013 do Tu conectou uns ratinhos, não foi? Car, interface cérebro, cérebro, cara. Isso é incrível. Esse e tem o que que tem de mais incrível? Que que falta de de coisa incrível? É, não é curioso porque eu brinquei uma vez, eu eu fui convidado uma vez para
falar em Pequim, na Convenção Mundial dos Escritores de Ficção Científica.Ãã, então imagina só escritor ficção científica, né? Antes de mim falou o cara que foi o premio Nobel do grafeno. Sensacional, né? Eu fiquei olvendo o que o cara fez e um moço, né? Um rapaz 40 e poucos anos. E aí eu fui mostrar a interface, as interfaces, diferentes modalidades de interface que a gente criou, né? cérebro, cérebro, a coisa chamada brainnet, que é uma uma rede de colaboradores, de cérebros que colaboram em tempo real, né? Então nós mostramos sim em animais de experimentação, em seres
humanos, tal, e mostrei o egos esqueleto, né? Terminou a palestra, veio um escritor inglês para mim e falou: "Asim, assim é assim é sacanagem". Falei: "Por quê?" "Porque você tá tirando emprego da gente?" Porque como que nós vamos tem que inventar, fazerão científica do cérebro nesse sentido? Foi o maior elogio que eu recebi, porque é um cara que eu conheço que eu, né? Eh, e o interessante é que eles ficaram, os escritores de ficção científica não sabiam quão eh desenvolvida essa era era, né? Eles não tinham noção. E de repente, porque você deve ter notado
isso, quando a gente tava crescendo, pelo menos a minha geração, o espaço era o foco da ficção científica, né? Muita gente queria ser astronut, astronal. Arthur Clark, Isaac Zimó, Kurt Vanegan, né? Imagine, eu tava lendo quando era moleque ir para uma das luas de 2001 de certo espaço. Sim. E e bom, só que o o espaço continua sendo fascinante, não há dúvida nenhuma. Só que mais recentemente o cérebro passou a ser o foco de muita ficção científica, porque as pessoas começaram a se dar conta que esse é o é o barato que eu eu gosto
de chamar o verdadeiro criador de tudo, né? Porque toda a história da civilização humana depende do que a gente carrega entre as duas orelhas e não dá valor a isso, né? Então, é um universo que existe aqui fora, que nós apreciamos, mas a única versão real, a única versão apreciável do que existe aqui fora é o que isto aqui cria para nós, né? Então, é assim, a percepção que a gente tem isso aqui depende do que tá aqui dentro. Ex. É, eu encontrei muita gente ao longo da minha carreira, né, que gente que eu admiro
profundamente, eh, físicos, né, e eu chegava para eles e falava: "Não, tudo bem, nós conhecemos 5% que tá aqui, é o que a gente consegue descrever matematicamente, né, modelos, tal". Uhum. Mas na realidade o que a gente cria coletivamente com a mente humana é a melhor aproximação possível do universo que nós vamos ter, né? Então se aparecer o Dr. Spock um dia desses aí, ele provavelmente vai contar uma outra história. Ele vai descrever o universo de uma outra maneira, porque o que tá aqui dele evoluiu de uma maneira diferente, né? Então é muito fascinante você
como neurocientista hoje poder conversar, né, coloquialmente sobre uma área que é muito jovem, ela não tem 150 anos. Sim. Eh, o foco do teu trabalho é, me corrig se eu tiver errado, mas eh tem a ver com integrar o cérebro a máquinas. Na realidade, o meu o foco mesmo da minha carreira toda foi estudar como grandes populações de células do cérebro codificam informação. Aí eu descobri que não existe um código neural, como me disseram na na quando eu fui fazer meu PhD. E aí para poder estudar como populações de neurônios operam normalmente, eu decidi, eu
com o meu orientador John Chaping, que acabou de falecer, infelizmente, falamos: "Não, nós vamos fazer o seguinte, nós vamos ligar o cérebro a máquinas porque as máquinas a gente controla". Então, nós controlamos o que vem do cérebro pra máquina e o que a máquina devolve pro cérebro e acabou sendo uma manipulação, um novo aparato experimental que nos ofereceu, é como criar um telescópio diferente. E de repente todos os dogmas de o quê? 80 anos da neurociência começaram a cair por terra um por um um por um. Interessante, cara. É. E mas a gente precisou ligar
o cérebro máquinas para poder ver isso, né? Isso porque foi aí que vocês perceberam que os pulsos elétricos, o cérebro tinha esse pulso. Até então não era não era conhecido. Não, a gente conhecia os pulsos. Mas veja bem, quando eu era póstdoc 89, 99% do dos neurocientistas tinham registrado apenas um neurônio de cada vez. E tinham registrados sinais elétricos de uma uma nós temos 86 bilhões, tá? Nós temos tantas células aqui dentro como existem galáxias aqui em cima, tá? E eu fui pra Filadélphia, que é uma história mais maluca, é uma das histórias malucas da
minha vida, porque um louco ligou pra faculdade de medicina, porque eu mandei 52 cartas para fazer postdoc, 50 rejeições. Aí eu recebi uma carta de um caranaí aí, que era um herói meu desde desde medicina, Gordon Shepard, e a carta de um desconhecido chamado John Chapen. E eu pus o respondi, né, pus o meu número lá de telefone, nunca imaginei que eu vi. Um dia eu tô fazendo um experimento aqui na USP, aqui na Dr. Ronaldo. Uma secretária do departamento falou: "Olha, tem um maluco no telefone, a única coisa que eu consigo entender dele é
o seu nome, eu vou desligar". Eu falei: "Não, vamos ver quem é, né? Vai saber". Veja bem, o cara tinha que passar pelo PABX, porque a faculdade da medicina na época tinha um PABX e que dava o ramal dos lugares. Eu não sei muita gente que tá ouvindo, a gente não sabe nem o que que é um PBX, nem sabe o que é PBX. Era uma mulher que conectava o telefone no ramal, né? E eu fico imaginando até hoje, são 40 anos quase, como é que o John passou pelo PBX, mas ele passou. Aí eu
peguei o telefone, ele Miguel, eu falei: "Yes". Aí ele falou: "Aqui é o John John Shaping, li sua carta, vem para cá que eu quero te empregar". Eu falei: "Não, não é possível". 50 rejeições. Um cara da Philadélphia que não era um cara conhecido na época, ficou muito depois conhecido, né? E o que ele queria fazer era registrar 100 neurônios simultaneamente. Caramba. E nós somos os dois primeiros seres humanos. Eu nunca vou esquecer essa noite. Eh, nós vimos 50 juntos. Caramba, que demais. É, nós operamos, criamos tudo. Até então a gente só tinha conseguido ver
um. Um. Então, imagina você ouve um coral de uma voz e de repente você entra na sala São Paulo pela primeira vez e ouve 50 vozes do coral cantando ao mesmo tempo. E não era só isso, era em diferentes regiões do cérebro. Então, eu tava de madrugada lá fazendo isso, né? Porque ninguém era tinha background médico no no nosso time, só eu. Então, para fazer a microcirurgia que p a neurocirurgia que precisava fazer, né? Ninguém sabia fazer. E como eu tinha treinamento, eu inventei uma cirurgia para pôr os eletrodos em diferentes lugares. Montou eu às
3 da manhã com um computador e com 64 KB de memória, né? Incrível. Monitor verde e de repente começou a aparecer 48 linhas, que eram os disparos. É como você tem um rádio telescópio que você pela primeira vez vê uma, né? Eu no que eu tô isso, toca o telefone que ainda era telefone fixo, né? Era o John Shaping. Deu certo? Eu falei: "Deu." O cara despencou. Ele morava em New Jersey. Ele despencou às 4 da manhã. Você tava onde? Eu tava em na Filadélphia, no centro da Philadphia, perto do estádio dos Eagles, né? Do
Philadelphia Eagles, né? Que é o time lá. Bom, o John Shape chega assim quase 5 da manhã, tava raiando o dia. Pela primeira vez nós tínhamos o ratinho andando do nosso lado e a gente ouvindo o cérebro. E eu comecei a ouvir 300 msundos antes do ratinho fazer qualquer coisa e sabia o que ia acontecer. Nossa, porque o barulho das 50 células do 48 neurônios, elas se conectando e tal, elas dizendo, ó, vou virar a cabeça pra direita, vou pôr o meu bigode no meio do troço. Aí entra o John, o cara quase chorou, né?
Porque ele ele era 10 anos mais velho que eu. Passou a vida inteira esperando para ver querendo ver aquilo. Aí ele falou: "É muito bom que nós estamos os dois aqui nesse momento". Eu falei: "Por quê?" El falou: "Porque nós vamos poder dividir o mesmo advogado pro divórcio, né? Porque quem vai acreditar que nós nós estamos fora de casa 5 da manhã registrando neurônio, vendo o rato e era um ratinho só, né? Andando, nós ficamos até a, sei lá, 8, 9 da manhã e no dia seguinte foi uma das coisas mais emocionantes da minha carreira,
né? quando espalhou a notícia pela universidade que nós tínhamos feito, eu aparecia umas 3 da tarde, né? Tava morto, né? Quando eu entro no departamento, tava lá o John explodindo champanhe, gente que eu nunca ouvi falar me cumprimentando, gente que nem olhava na minha cara quando eu passava no corredor, né? Porque foi um desses momentos que mudou, né? Mudou. A partir daí, o que que poôde ser desenvolvido com com a gente conseguir ver mais do que um neurônio? É, então aí nós fomos crescendo, nós fomos os primeiros a registrar 50, fomos os primeiros a registrar
100, 500, 1000 e 2000. Então era era já tava virando, tava virando shark, né? E sempre tinha uma champanhe guardada em algum lugar na hora que o troço d certo. Quando a gente viu que nós estamos registrando 100 neurônios, essa é outra história muito doida. Nós estamos num um joint lá de do famoso, chama Dinos, que é onde se faz o cheese steak da Philadelfia, que é o sanduíche mais famoso dos Estados Unidos, que é é o é o xiz tudo, tá? É o filé lá com queijo, tomate, cambal de bico e é na saída
da cidade onde tem um monte de caminhoneiro. E nós estamos lá falando: "Pô, o que nós vamos fazer com isso?" Nós temos a mina de ouro, mas a ninguém tinha analisado, para você ter uma ideia, não tinha métodos estatísticos matemáticos para analisar 50 células ao mesmo tempo. Porque até então você tinha só detectado o pulso, né? Isso. Você só tinha o pulso de um neurônio. De repente você tinha 50 pulsos acontecendo. Então correlações, toda sorte de padrões, né? Espaços temporais. Aí nós estamos comendo um cheese steak e eu não me lembro bem quem foi, um
de nós dois ou dois ao mesmo tempo. Falou: "Vamos ligar os nossos ratinhos, os nossos macacos". Eu já tava na diluca aí, né? Vamos ligar os nossos bichinhos com robôs e vamos ver o que é necessário para um bicho controlar um braço robótico, uma perna robótica, um carro elétrico, né? E aí alguém falou: "Mas como que, o que nós vamos chamar isso aí?" Eu, o John tinha barba também, né? Ele era minha cópia, 10 anos mais velho. Ele nós viramos e falar: "Bom, vamos chamar de interface". Ah, Brain Machine interface. Aí eu levanta um caminhoneiro
atrás de mim com X, tudo, né? Todo aquele lugar da barba vira para nós e fala: "Tessa a great name". Ou seja, nós tivermos o bear approval foi instantâneo, entendeu? O cara tava ouvindo a conversa pensando, tem dois malucos aqui, imagina o que tava pensando. E foi no dia que nós, para você ter uma ideia, no dia que nós publicamos o primeiro, o primeiro nós publicamos em rato, né? Um ratinho controlando um braço robótico. Foi, foi um troço, mas era rato, né? Os caras falam: "Não, mas é rato, tem que fazer algo mais, né? Macaco,
o dia que nós publicamos o trabalho na Nature com os macacos controlando robôs tridimensionalmente, fazendo movimentos tridimensionais, né? E nós pusemos o macaco na Duke, uma um macaco na Duke controlando um robô do lado da Duke ali, 5 m de distância e um robô no MIT. Então, ao mesmo tempo o macaco controlou dois robôs separados por sei lá quantas centenas de quilômetros, né? Nós chegamos na no simpósio de neurociência, na sociedade neurociência naquele ano era no meio das eleições presidenciais. Um comentário, esse é um dos estudos mais maravilhosos da história das neurociências da história. Disparadamente
assim, marcou minha vida, viu? Opa, é bom, bom saber. Você lembra da loucura da eleição do W Gore com o George Bush que teve o negócio da Flórida? Pois bem, aquela noite nós demos a primeira palestra na história sobre a interface cérebro máquina. Saiu na CNN. Então você estava falando da Flórida, de repente aparece o nosso macaquinho fazendo barato e nós estávamos na em Nova Orlian, se eu não me engano. E todo mundo bebendo, né? Eu não bebo muito, mas o pessoal vai lá na Burban Street, é é uma beleza, né? É o é o
como chama? O quarteirão francês, né? De Nova Leança. Tava passando assim, né? o George Bush, o Algor e de repente os cara, olha, é um macaco controlando o braço mecânico. Então foi um negócio assim, foi uma aventura, né? Fazer uma pergunta para você. Eh, uma discussão que o pessoal tem hoje em dia é a seguinte: dado que esse essa tendência eh do ponto de vista neurofisiológico acontece antes do comportamento e a gente tem a capacidade de olhar ela de fora, o livre arbítrio não existe. Essa é um debate famoso. Eu tenho minha opinião nesse debate
e o que acho que é interessante mesmo é saber a sua. Não, eu acredito piamente no livre arbitr arbitro, perdão. Eu tô a palavra, a palavra inglesa tá tomando conta. Não, eu acredito porque antes daquela decisão motora, tem duas coisas muito interessantes que pouca gente sabe. Antes tem um processamento prévio claro que é subtras. Sim. Você não vê o sinal elétrico que a gente registra esse que você tá falando. A gente vê algo abaixo dele ocorrendo no cérebro. E no intervalo de 150 msundos, onde o cérebro decidiu e o movimento ocorre, né? Tem um intervalo,
tem um delta aqui, um delay, vamos dizer assim, você pode mudar. Claro, mas aí é inibitório, né? É, não é inibitório, mas existem modificações, modulações que podem ocorrer nesse intervalo. Sim, sim, sim. Então, quando a gente criou a interface a máquina, essa era uma grande pergunta, porque nós misturamos cérebros, né? Nós pegamos dois macaquinhos, três macaquinhos, combinamos a atividade do cérebro e agora os três moviam um único robô. Caramba, sem eles saberem que eles estavam colaborando, nós criamos o que a gente chamou de um hyper brain. É a mistura de múltiplos cérebros atuando simultaneamente. E
nesse instante você vê quando um macaco desiste, o sinal muda do cérebro dele e influencia os outros dois. Então, foi aí que surgiu a história da Brainette. Aham. Foi aí porque a teoria que eu e o John pusemos eh pra frente, né, é que na realidade a história da humanidade, toda a história das civilizações humanas são decididas pela formação de grupos sociais que são coordenados pela brainnet. Então, a brainet é a conjunção de cérebros que entram em sincronicidade por causa de um mito religioso, uma ideologia política, um modelo econômico. Não é à toa que os
faraós do Egito saíam, né, em TEBs vestidos de ouro com com o sacerdote e na ao meio-dia pro sol refletir neles, para todo mundo achar que eles eram deus, né? Então você, antes de você criar um império físico, construir pirâmide, você tem que construir um império mental. você tem que convencer milhões de pessoas a seguir uma abstração mental que fica mais importante que a realidade, né? E é por isso que esse esse conceito da brainet se transformou num conceito tão importante. Mas aí você eh colocou esses três macaquinhos para mover um um robô e cara,
esses os cérebros deles eh o cérebro do macaco A influenciava no cérebro do macaco B. Vou te falar como. Vou te falar como. Eles nem sabiam que eles estavam colaborando, tá? Era um braço virtual. que se movia em três dimensões, X, Y, Z. A atividade elétrica do macaco A controlava o eixo X e Y, o macaco B, Y e Z e o macaco C, X e Z. Se você tivesse dois dos três sincronizados piamente, o bracinho ia fazer o que tinha que fazer, porque tinha um um círculo no mundo virtual deles que se eles pusessem
a mão dentro do círculo, eles ganhavam o suco de laranja. O suco de laranja, que era recompensa, sincronizava os três cérebros. Entendi. Eu eu eu fiz um negócio inspirado em você, talvez você não tenha sabido. Uma instalação que durou assim, foi uma instalação tipo rápida no museu deotim. Conhece museu deim? Eu eu eu não conheço pessoalmente, mas eu já vi. Um lugar lindo, lindo, lindo, maravilhoso. E como é que funcionava? A gente tinha três pessoas, cada uma delas com headset de EG. Então, primeiro fazer um um uma pré-gravação para medir qual que era o estado
de base. Quer dizer, uma pessoa quando ela não tá fazendo nenhum esforço, como funciona o cérebro dela. E aí o que a gente fazia era o seguinte: uma pessoa cuidava de um estímulo. Então, por exemplo, imagina que a gente tem quadradinhos, bolinhas e risquinhos. Então, uma pessoa cuida dos quadradinhos, ou seja, quanto maior o engajamento dela, que a gente que era basicamente beta, uma frequência de onda ligada a tensão, maior a quantidade desses quadradinhos na tela. E a gente vinculou isso a uma trilha musical. Foi um negócio muito legal, inclusive, porque teve a participação, a
concepção artística do Fernando Meirelles, o cineasta, que por sinal você conhece, eu sei, é lógico, ele eu sei total. E e o Nando Reis, que é o guitarrista, que fez a trilha muito legal também. Então a gente vinculava o estímulo dessa maneira e aí um ficava com a bolinha e baixo, outro e aí enfim e tinha essa estrutura de jogo, né, de teoria dos jogos, que as pessoas iam fazendo esse esforço até chegar num thrashhold, quer dizer, um limear em que aí entrava uma guitarra envenenada que o que o Nando gravou, um negócio maravilhoso que
as pessoas tinham atingido essa plenitude que é igual tomar o suco de lado. Foi lindo no dia, todo mundo achou a coisa, mas foi inspirado no seu trabalho. Ah, que bom. Ah, total. Porque é não é a mesma coisa. É muito a mesma coisa, mas inclusive tem uma coisa que também quase ninguém sabe. A gente aprende a ser neurofisiologista ouvindo o cérebro total. Você pega o sinal elétrico e manda para um altofalante. Isso. E aí você é é pequeninha astronomia, né? Você ouve as galáxias, ouve as estrelas, né? Exatamente. E eu sempre fazia um truque
com um anulo novo que chegava no laboratório americano ou sei lá, de algum lugar do mundo. Ele entrava no laboratório e falava: "Senor, vamos pôr um eletrodo aí no cérebro, vou dizer onde a gente tá". Aí o cara fala: "Não, american e e o notí eles começavam a pôr o eletrodo e eu tava numa outra sala com o altofalante e aí eu ia teclando no computador. Bom, você tá no no córtex, você tá no E o animal nesse caso era anestesiado, né? Aí tem um lugar do tálamo, que é uma região profunda do cérebro, que
parece um helicóptero. Quando o animal tá anestesiado, ele soa como um barulho de helicóptero. Quando eu falei pro moleque, exatamente com o lugar que ele tava dentro do cérebro, 5 cm, 5 mm abaixo, né, ele tava indo para vários lugares, o cara não acreditou, né? Ele ficou completamente pirado. Aí eu pus ele na sala de som e fui eu mover o eletrodo para ele. Quer dizer, quando você faz um troço desse com um moleque de 20 anos, nunca mais ele escapa. É que você tá ouvindo o cérebro de um ser vivo e você tá aprendendo
onde você tá, né? Que loucura. É, e fazer a menor ideia disso, né? Então isso são pequenos detalhes que, né, que você tem que é o é o que a gente chama nos Estados Unidos e talk garage, né? Você tá falando do que você faz na mecânica na sua garagem, né? Como você troca o óleo do seu carro, né? E que são fascinantes, né? Porque você tá falando das mesmas tempestades elétricas que fizeram o ser humano construir tudo isso aqui pro bem, por mal, que tá à nossa volta, né? Sim, sim. Cara, é esse esse
teu trabalho, a gente tava falando antes aqui, eu vou ter que puxar essa Isso com certeza, porque isso aí tem muita semelhança, né? Tem muita semelhança com algo aí que que ah demais. Afinal, foram três dos meus alunos que fundaram. Não é semelhança, né? É a base do neurol. Não, vamos vamos explicar pra galera aí que não sabe o que que é o Neuralink, né, que é uma uma é uma empresa do do Elon Musk, né, que lida com a ideia dele é essa, né, colocar um chip no cérebro, né? Sim. Para tentar, não sei
se recuperar movimentos e tal, né, ou coisa do tipo. Aí você vai explicar. Mas o que existe grande uma grande questão nisso aí até queria perguntar até nesse nesse caso aí vocês chegaram até isso aí chegou a o experimento que o senhor fez chegou no nível do ser humano depois não chegou em 2004 isso que eu tava te falando, nós publicamos em 99 em rato, em 2000 em macacos chama macaco coruja, que é um macaquinho pequenininho. Em 2003, nós publicamos em macacos rezos, que são macacos grandes, cujo cérebro é muito parecido com o nosso. Tem
uma diferença grande evolucional, né? Não é chipanzé, não é um símio, é um é um é um macaco rezo, né? E esse trabalho teve uma explosão. E aí eu eu um neurocirurgião da da Duke, que é um especialista em cirurgias de Parkson, chegou para mim e falou: "Olha, eu tenho pacientes que a gente faz o implante para tratamento de Parxon, que é um implante profundo e nesse trajeto de até chegar lá no fundo do cérebro, né, nós vamos registrando, nós vamos registrando neurônios. Eu tenho um probe aqui que registra até 11 neurônios, tal. A gente
podia tentar porque o paciente tá desperto, né? Porque uma vez você abre o couro cabeludo, o crânio, o cérebro não sente dor. Por incrível que pareça, o você pode encostar no cérebro, você não vai nada ali, né? que nem que nem no no filme lá do do Ribal que isso era ali é um pouco diferente. É o o intuito é um pouco diferente mesmo, porque servo de macaco não é uma delicada, é, não parece ser saboroso. Na Tailândia eles apreciam, mas aqui acho que não. Mas enfim, e nós tivemos 11 voluntários e nós reproduzimos um
ano depois da Aurora, que é a macaca mais famosa dessa área, né, que ficou extremamente conhecida no mundo todo, eu ia para certos lugares, o pessoal falava: "Você que é o dono da Aurora?" Eu falei: "Não, eu sou colaborador da Aurora". É porque ela que fez o trabalho pesado ali, né? Esses pacientes controlaram na sala cirúrgica um braço virtual. Foi a primeira vez onde sob controle, né? Rígido, né? Eh, seres humanos eh conseguiram fazer com que o cérebro deles se libertassem dos limites físicos do próprio corpo, tá? Que a atividade elétrica do cérebro deles fosse
mandado porque o baraço virtual não estava na sala cirúrgica, tava no meu laboratório que ficavam alguns quarteirões. Eles viam numa tela, né, o o que acontecia para dar o feedback visual. E aí nós e era o mesmo algoritmo computacional, o mesmo software que funcionou pros macacos funcionou pros seres humanos. Eles não precisavam, eles não precisaram aprender a mover aquele braço, não, não. Eles tiveram um minuto de treinamento, um a dois minutos de treinamento pré-início do E eles não precisaram mexer o corpo. Essa que foi a coisa mais que nem aurora, né? é só com a
vontade de só com o desejo mental de se de se mexer. E foi para aí que eu e o John escrevemos um artigo que ficou muito conhecido na científica América, que foi a origem do projeto Andar de Novo 10 anos antes dele acontecer, onde a gente previu que na próxima década, usando uma interface a máquina, pacientes paraplégicos ou tetraplégicos seriam capazes de recuperar a mobilidade só imaginando o que eles queriam fazer do ponto de vista motor, porque a gente conseguia ler esse esse, vamos dizer em termos leigos, esse pensamento motor. Ô Miguel, como você anda
vendo isso aí hoje em dia? Assim, a a oposição entre o exoesqueleto e os implantes internos e e enfim, é, eu eu essa essa essa dicotomia aí é eu eu para mim eu nunca vi é eu nunca vi um uma dicotomia porque eu sempre propus que em reabilitação, neuroreabilitação, pacientes com lesão medular, derrame, claramente a estratégia que vai ser vencedora é a combinação de múltiplos métodos. Então, se você tiver stem cells que vão ajudar a reconectar a medula espinal, ótimo, mas você vai ter que treinar essas esse esses nervos que estão reconectados e você vai
fazer isso de uma maneira provavelmente não invasiva, né? Então, a combinação de múltiplas técnicas é o que vai ser, como se diz, eh, a estratégia vencedora na minha. Mas você acha que o endgame é o é o sujeito usando, pelo pelo menos vou pensar nos próximos 20 anos, algum tipo de prótese ou ou é reconstituição biológica de tecido? Eu acho que a a prótese, as próteses vão existir pro resto da nossa vida. Elas existem há milênios, foi uma das primeiras estratégias dos egípcios, os gregos, né? eh coisas que a gente nem acredita que é possível
que eles fizeram por causa da da das amputações traumáticas de, né? Eu acho que as próteses elas elas vão chegar mais rápido, mas o que a gente chama hoje de neuropróteses é uma coisa híbrida. Uhum. Porque você pode ter uma coisa não invasiva, fica aqui na ou aqui na na cabeça, fora no ou aqui na medula espinal, né? Estimulação eletromagnética. Sim. Ah, e aí você pode ter algo implantado que faz o meio de campo, vamos dizer assim, né? Ah, o o, por exemplo, vou te dar um exemplo que é eu tenho que fazer isso porque
eu acho que vai entrar pra história do Flow. Naquele momento em que o Daverson roubou a bola, lá vem e correu pro gol, eu tava aqui em São Paulo, eu não tive coragem de ir pro Uruguai. Hã, eu pensava comigo, eu queria est registrando o cérebro do Daverson nesse instante para ver se vai dar gol, porque era quase impossível acertar o chute, né? Então, porque é o Davison, é o não, o Davidon é o herói. Eu não vou falar mal do Davidson jamais. Todavia, é isso que é a beleza da brincadeira. Se eu tivesse com
o registro eletrofisiológico naquele instante, eu saberia 150 msundos antes dele chutar a bola, não fazer o gol, mas que o chute ia sair na direção pelo menos do gol. E foi isso que a gente mostrou nos macaquinhos 20 anos atrás. quando aparece a Neurolink, isso, né? Eh, existe uma a dicotomia que eu vejo hoje em dia na ciência é a ciência, que é a ciência feita, como a gente faz, né? A ciência básica pelo conhecimento, por desenvolver ideias que podem ajudar a humanidade, né? Porque só paraar, para pensar, a Homes, Organização Mundial da Saúde, há
dois três anos atrás soltou um relatório dizendo que tem 1 bilhão, 1 bilhão de pessoas com distúrbios sistema nervoso central do cérebro entre psiquiátricos e neurológicos. Um em cada sete seres humanos tem algum problema intratável, a maioria deles, né? Só de paraplégicos são 25 milhões. Caramba. Vítimas de derrame cerebral 250 milhões. Depressão crônica, que é difícil de estimar porque os números são subestimados, mais de 500 milhões. Mais de 500 milhões, tá? No mundo, né? Então, se você consegue ter uma ideia que consegue escalar a esse nível, maravilha, eu sou totalmente a favor. O problema, o
que eu não aprecio é o é criar o hype, o hype de coisas que nunca vão acontecer. Cara, concordo tanto com o que você tá dizendo, né? Então, o nosso querido amigo o Mr. Musk, eh, chegou a dizer o seguinte: "Não, nós vamos upload conteúdo na cabeça das pessoas aí. que ele me ganha. Não, ele falou Matrix, agora eu sei como é Matrix. Exato. Eh, não, nós vamos aprender. Ele falou francês ou russo só conectando aqui, né? Total absurdo. Ou nós vamos download um cérebro no CD Rome, tá? Nunca vai acontecer. Porque o cérebro não
é digital. interessante. Você tá falando que eu ia te perguntar sobre isso. O cérebro não é um sistema digital, ele é um sistema qualquer coisa analógico. Eu gosto de chamar ele de analógico digital, mas ele é majoritariamente analógico porque ele computa com o hardware. Isso. Então não tem perigo dele entrar na nossa cabeça, não. Não tem perigo. É copyright protector, tá? Todos nós temos copyright, tem aquele pininho ali, né? Que você tem o cara, né? Quem quem foi que deu ela a assinou o termo de compromisso? Ela falou: "Não, vai ter um copyright no barato,
né?" Então, a o meu grande problema é quando você vende algo que é impossível de ocorrer, você corre o risco de destruir a área. Sem dúvida, né? Porque você vai falar: "Não, a neurociência vai salvar a humanidade, porque nós vamos daqui a pouco o neurocência não funciona para nada, não funciona para nada", né? Então esse hyper que é para ganhar dinheiro, é óbvio, não tem nada contra o pessoal ganhar dinheiro, honestamente. Mas o hyper faz com que as suas ações de uma coisa que é totalmente inviável, de repente era dó passa a valer 40. E
essa é uma grande especialidade do nosso amigo, é especular. É o mar, é, é o marketing que ele joga em cima das coisas. Não há dúvida. Por isso que naquela, eu te contei, né, que numa entrevista chegaram para mim, falou: "O que que você acha do futuro da neurociência liderada pelo Elon Mosca?" Eu falei: "Bom, primeiro ele precisa descobrir onde fica o cérebro, né? Deu deu uma repercussão medonha, né, na lá nos Estados Unidos, né? Mas aí depois ele levantou esse hype, aí agora deu uma acalmada até, né? Ele deu uma camada porque de 23
macacos que eles fizeram lá na Califórnia, eles mataram 16. E é o seu procedimento, né? Meu procedimento. Vamos ser bem honesto. Todo mundo que tá vendo flara, esse é o procedimento que o Miguel inventou. O problema, o problema é que eles fizeram esse procedimento. Eu não sei o que aconteceu porque nós tivemos 30 anos de pesquisa, né? Uhum. Em macacos eu comecei em 97, né? São vai fazer 26 anos. Nunca perdemos o macaco. Acho que é um método de implantação do eletroduto. Eu acho que a neurocirurgia é problemática porque 16 de 23 eu conheço um
cara que trabalha que trabalha um tempo que talvez seja aluno no seu que deve ser o tipo de cirurgia que ele tá fazendo para implantar alguma coisa do tipo. Não, não, porque a infecção, o índice de infecção dele é é brutal. Se você tiver, por exemplo, na minha universidade, onde eu fiquei 28 anos, se você perder um macaco, você entra em probation, certo? Professor laboratório tá sob investigação. Se você perder o segundo, fecha. Entendi. Entendi. OK. É porque ele não tem isso porque ele é empresa dele, né? Exato. E e quando eu vi o budget
que ele alocou para fazer essas cirurgias, é coisa de criança, né? 1 milhão de dólares para fazer 23 cirurgias de macaco, eh não paga geral do antigo Maracanã, não tem o menor sentido, né? Então foi underbudget. Talvez tenha sido feito de uma maneira que não é, né? o st de neurocirúrgico, que é muito complexo. O nossa sala cirúrgica é uma sala humana. Se você entrar onde a gente fazia, eu fazia cirurgias de com neurocirurgião, que era meu assistente, você parecia que você tava na sala neurocirurgia do Cío Libanês ou do Einstein, tá? E você monitorava
esse animal durante 15 dias continuamente. Então você você acompanha um um um ele tava com uma com uma tentando patentear uma técnica para implantação de eletrodo rá. Isso que foi, é isso que deu merda, porque esse negócio não funciona. Então isso aí um dos engenheiros que é um engenheiro brilhante, um dos melhores engenheiros que eu tinha no meu laboratório, veio apresentar essa ideia. Ele trabalhou na Real Link, ele é um fundador do Real Link, ele veio apresentar essa ideia de criar um robô para implantação automática em 2006 no meu laboratório. Eu olhei para ele, falei:
"Tim, primeiro que o market disso vai ser isso aqui, porque que neurocirurgião vai querer ter um robô fazendo a cirurgia dele?" Claro, ele ele, né? Mesmo porque tem procedimentos que tem que ser o cara, tem que ser um ser humano que vai fazer. Segundo, é inviável economicamente, vai custar uma fortuna. Talvez três, cinco hospitais do mundo consigam ter um barato desse, mas para pesquisa ou para fazerem em grande escala não vale a pena. Mas o Tin é um grande engenheiro, o Tim Hamson é um dos melhores engenheiros que eu já trabalhei, meu estudante de PhD.
E ele eles fundaram Neurolink antes do Elon Musk. É porque Elas, na verdade, é, ele não ele não fundou, mas isso é isso é bom falar até a própria Tesla, né? mesma coisa, entrou a neural, ele entrou porque ele tem ele tem uma uma não sei se ele tem pode ter uma visão que aquilo ali pode ser um futuro, mas o senhor acha que a neuralink, se eles ajeitarem, arrumarem, ela pode ter um futuro aí pra frente ou eu eu acho que, por exemplo, quando nós fomos fazer a os pacientes aqui na Copa do Mundo,
os oito pacientes, eu inventei a técnica de implante intracraniano e eu cheguei, olhei e falei: "Não, não precisa, dá para fazer com EEGEG, você só precisa detetar a intenção. Não, você não precisa detetar os detalhes do movimento robótico. Isso aí o robô faz. Ô Miguel, passado tanto tempo, conta pra gente por Raios passou tão pouco na TV, aquela que foi uma dos experimentos mais maravilhosos da história. Contar bastidores, os bastidores conta pr gente os bastidores. O Brasil assim, assim, a comunidade científica brasileira estava inteiramente do seu lado na expectativa de ver e passou assim na
TV, isso é uma guerra, isso é um bastidor extremamente complicado. Eu eu fico muito feliz de falar várias coisas. Vou falar primeiro o pós. Três anos depois eu tava em Pequim novamente, não sei porque a coincidência falando para na televisão, na televisão chinesa pro país todo, né? E eu tinha esquecido por causa do fuso horário que era o aniversário do chute 12 de junho. Aí eu entro no palco, né? Imagina, você vai falar pro país inteiro, né? O produtor do programa antes me apresenta, né? e me entrega uma placa comemorando o terceiro aniversário do Show
da Copa com o gráfico da audiência global, caramba, da abertura da Copa. Então você vê assim, 1.2 bilhões de pessoas viram aquele chute e o cara me deu a o gráfico de presente de uma placa de comemoração do chute, né? O problema é o seguinte, eh, havia uma briga de bastidor na abertura, né? A abertura tinha interesses econômicos enormes e tava alocada para grupos ali que eu nem sei quem são. E nós chegamos e falamos: "Olha, nós queremos fazer um um marco aqui. Nós queremos abrir uma Copa do Mundo que ninguém assiste a abertura, porque,
né, um show meio merreca, né? Quem vai assistir a abertura da Copa do Mundo quer ver o jogo, né? Mas eu quero ver o jogo. Nós estamos no Brasil, num país emergente. Que tal se a gente fizer uma demonstração científica jamais feita? Só que ideia boa, né? E o o governo do Brasil topou e eu fui falar com o Jerome VK, né, o secretário, o cara olhou para mim como se fosse um extraterrestre, né? Ele falou: "O que que você quer fazer de novo?" Falei: "Eu quero abrir a Copa do Mundo com paraplégico com o
atleta, né, que acabou sendo Juliano Pinto era um atleta e virou um paraatleta depois da lesão, usando o primeiro exesqueleto controlado pelo cérebro para dar o chute na grau da Copa. O cara teve um troço na minha frente. Ele falou: "É, é como é?" Aí eu mostrei os macaquinhos, mostrei tudo que tava sendo feito preparação, só que aí nós íamos fazer de nós não pagar para aparecer no no na abertura e tinham empresas pagando milhões por cada segundo. Então era primeiro para ter 10 minutos no centro do gramado com toda a proteção, porque eu queria
pôr uma proteção para, né? Você tem, não sabe o vento. Não, não. E normas internacionais. Você vai usar um um protótipo é como um carro novo que ninguém dirigiu num aberto com interferência eletromagnética, você tem que ter a proteção. Ah, não, não pode porque vai interferir com o negócio. Começou 10 minutos no sendo gramado, passou a 3 minutos no sendo gramado, foi caindo. E aí começaram a me dizer: "Não, tem interesses econômicos muito grandes, você tá ganhando muito tempo, você não vai pagar nada, isso custa não sei quanto". E o comitê de organização da Copa
também não ajudou, tá? Comitê brasileiro tinha um ciúme tremendo do que nós íamos, porque nós começamos a roubar a cena, né, entre o show de não sei quem. E a gente dá o chute biônico, vamos supor, né? E eu até brincava que se não fosse um paciente paraplégico, o nosso egoesqueleto era capaz de chutar a bola do de um gol e a bola entrar no outro gol, né? Nós tivemos que calibrar tudo, reduzir o torque, porque uma pessoa que tem paraplegia crônica tem uma série de problemas metabólicos, né? Falta de classificação, osteoporose, você não pode
ter um torque como eu ou você usaríamos. Então nós tínhamos que calibrar tudo. Não quebra a perna, você quebra a perna do cara só de fazer o chute, né? Acabou que era era pesado esse esse o primeiro era o a a terceira versão agora não é muito diferente mas esse esse do chute ah ele era 90 kg e mas o era o Homem de Ferro sem o Homem de Ferro Mas o cara que tá ali operando essa ele opera mentalmente mas ele nem sente esse peso não, ele não sente. Ele não sente porque ele tá
flutuando. Era um cockpit onde ele flutuava. Ele recebia é recebia feedback tátil do pé. Então, quando ele, o Juliano chutou a bola, eu tava atrás dele. Imagina, você levou 30 anos para você ver um barato desse acontecer. Você tá no estádio errado para começar, né? Eu tava no estádio errado. Mas tudo bem, eu fui o único ser humano a entrar de verde no estado do Corinthians. Toda manhã, porque nós montamos o laboratório no estacionamento do do estado do Corinthians e toda manhã tinha segurança desse tamanho. Eu ia com a agasalha do Brasil, mas eu comprei
um agasalho Brasil verde escrito em amarelo Brasil. Toda manhã ele me parava e falava: "Doutor, só sabe a regra, não pode entrar de verde, né? O exqueleto, tudo bem, mas de verde, jeito, eu tenho fotos de verde em todas as dependências que você possa imaginar do estado. Um dia eu vou publicar, mas enfim. Terminou que eles deixaram só a gente fazer até a semana anterior era um minuto, veja só, um minuto na beira do campo e nós pra segurança, nós pusemos um carrinho atrás e dois dos meus colegas do lado para, né, se o vento
aumenta, se alguma acontece, porque não tinha jeito, eu não ia deixar um cara sozinho paraplégico, se dá um um gust de ventania ou, né, acontece alguma coisa, porque o exo tinha um limite operacional, a gente sabia, né, claro, temperatura, vento, era um protótipo, né? Protótipo. Era um carro de Fórmula 1 protótipo. Pois bem, na noite anterior nós estamos lá no meio do estádio, liga uma das pessoas do do comitê falando: "Olha, você reduzimos para 29 segundos". Que que é isso? Eu falei: "Veja, 21 segundos". Eu falei: "Não, vocês estão brincando comigo? Nós treinamos aqui, o
moço tá fazendo com 30 segundos. Faz três semanas sob a o plano de ter um minuto." Ou seja, nós temos 30 segundos de E ela e a pessoa falou: "E se não der certo, nós não vamos nem mostrar, nós vamos cortar". Imagine na noite anterior tive que voltar. Não, foi uma coisa louca, foi uma coisa de tinha, olha, nós tinham 156 colaboradores de 25 países, todo mundo trabalhando de graça, menos os estudantes. Imagina comunicar pros caras na véspera que foi reduzido pela metade o tempo, né? Eu cheguei pro Juliano, falei: "Juliano, você é o melhor
cara do grupo, vai ter que ser você, você tá modulando o seu EEG num tempo absolutamente record." a gente consiga tirar três bits do, né, de um cara que faz a EG, você modular oito estágios. É, não é brincadeira, né? Não faço a menor ideia de Não, a gente a gente faz sim ou não fácil. Eu, você, todos nós aqui, você modular um ritmo X que a gente usou do cérebro ou para cá ou para cá é muito fácil. Sabe aquelas pessoas que controlam o coração, sabe, de Yog e tal? Aham. Pensa isso no cérebro.
Essa é a referência, cara. trolla como funciona o cérebro dele. A propósito, uma das grandes questões disso que é muito interessante é que você no final você acaba trazendo esse autoconhecimento, né? Mas conta aí a história maravil. Só para terminar, aí eu falei pro J: "Juliano, você tá fazendo 29, 28 segundos." É absolutamente fora do squadro, nós temos 21 segundos. Nossa, ele falou: "Eu vou fazer na calma". Só que assim, nós estamos na rampa do para entrar no estádio, né? Aí no dia, no dia, 3:30, 12 de junho de 2014, eu quase enfartei 18 vezes
pelo menos, né? Porque ele era elétrico, nós tinham que carregar a bateria dele antes de entrar, só que aí faltou energia num momento antes. Aí nós tínhamos que achar uma tomada no corredor, no na rampa. Eu achei uma tomada na rampa para recarregar a bateria, para ter certeza que durava toda, né? Bom, o Juliano falou: "E preciso fazer um teste". Eu tô muito nervoso. Tinham 65.000 pessoas. Ele sabia que o mundo inteiro ia tá vendo e ele quis fazer um teste na rampa, que é a única imagem que eu posso usar, porque eu não vou
dizer quem fez foi, né? Está no Brasil, gente tem celular em tudo que é lugar, né? O guarda costa suíço nunca vai achar onde o brasileiro esconde o celular. Que a gente entendeu, né? Não, porque a FIFA tinha guarda-costas que revistava a gente para ver o que a gente levava pro campo, tal. Não podia pôr o emblema do Walk Again aqui, um projeto sem fins lucrativos, nada, né? Né? A gente teve p no uniforme e tal. Pois bem, o Juliano fez em 25 segundos. Isso minutos antes da da demonstração real. Eu não falei nada, mas
eu falei: "Meu Deus, não vai dar, né? O tempo alocado é 21, ele fez 25". Bom, vai lá o Juliano, chega a hora, nós estávamos, tínhamos 20 representantes do mundo, cientistas do mundo inteiro, atrás do Juliano. Eu tava bem atrás dele, né? E aí o meu estudante, o menininho traz uma bola e o meu estudante, que agora é um professor na Suíça, ia colocar a bola, coloca a bola e o passo fundamental era o Juliano se equilibrar e fazer a perna dele armar o chute, né? Esse era o era o barato mais complexo, por incrível
que pareça, porque coordenava o quadril, o joelho e o tornozelo. Quando eu vi aquela perna vindo para trás, sabe? Passou um filme 40 anos da minha vida, né? do eh registrar o ratinho de madrugada com o John Chape, né? E fala: "Putzes grila". Eu tava registrando o rato enquanto eu encostava no bigode do rato porque eu estudava processo tátil, né? E veio como o cérebro respondia: "Há 30 anos eu tava fazendo isso. Hoje eu tô no meio de um estádio de futebol na abertura da Copa do Mundo brasileiro no Brasil e o cara encavalou o
chute correto, né? E aí ele chuta a bola, o estádio explode." Mas eu ouvi ele berrando porque eu tava muito perto dele. Aí eu, né? Não perdia completamente, né? Soltei a franga, saí correndo para abraçar o Juliano e o Juliano tá dizendo: "Eu senti a bola". Caramba, cara. Porque nós tínhamos posto um sensor de surpresa na ponta do pé dele. Quando ele bateu na bola, gerou um pulso de pressão que foi entregue no braço dele, que ele ainda tinha sensibilidade natural. E o cérebro dele interpretou isso como se fosse o pé dele chutando a bola,
né? Que coisa. Então ele não falou: "Fiz um gol, consegui, ganhei". falou: "Senti a bola". Ele sentia a bola e foi todo mundo explodiu, né? Nós ficamos, nós não sabíamos onde ir, né? Ninguém da FIFA falou um a ninguém apareceu para olha, parabéns, deu certo. Então a gente não sabia quanto tempo tinha passado na televisão. Em diferentes lugares do mundo passou diferente quantidade de tempo. Aqui dividiram a tela com a saída do ônibus do da seleção brasileira do hotel. Extremamente hotel, perdão, extremamente comparável, né? o ônibus, a seleção saindo do hotel e a primeira demonstração
de um exes es escolhido controlado pela mente, chutando uma bola num estádio aberto, né, só no Brasil. E aí eu só fui saber depois, né, que tinha 10 segundos, 12 segundos da demonstração inteira e nós fizemos dentro do tempo. Ele fez em 20 segundos. Caramba, ele fez em 20. É, é o cara que vai paraos 100 m finais da Olimpíada, sabe aquele cara que ficou em quarto na eliminatória? Aí ele olha pro cara e fala: "Não, eu vou ganhar essa". Cientista pode falar palavrão, né? Pode, vou ganhar essa Eu vou ganhar esta Foi mais ou
menos que o Juliano fez, entendeu? Ele falou: "Não, o que que 20 segundos?" Não, eu vou fazer os 20 segundos e foi um negócio, as pessoas falam: "Não, é muito simples, muito". Agora imagina, você tá 10 anos num cadeia de roda, todo mundo diz para você que você jamais vai ficar de pé de novo, você jamais vai andar de novo. E esses caras andaram no laboratório. Eu tenho filmes desses caras todos os oito andando, falando o diabo, chorando, berrando, comemorando. Eles andaram pela primeira vez em teve uma paciente com 13 anos de paraplegia que saiu
andando, tá? Inacreditável, porque assim, toda a lógica diz que isso é impossível, que isso é impossível, né? É na no na Idade Média era considerado milagre, né, dos santos todo mundo que não é cientista considera impossível. Considera impossível. Considera impossível. E aí nós descobrimos um mês depois que todos eles estavam recuperando parcialmente funções abaixo da lesão. Ou seja, a prática de usar o cérebro para controlar um robô que você veste. Não só nós descobrimos que o robô foi assimilado pela mente deles como extensão do corpo, eles começaram a melhorar. Então essa moça que tava paraicar
13 anos, ela começou a mover as pernas sem o exo. Dois dos nossos pacientes foram andando com outra terapia sem o exo do anos depois. E é por isso que você diz que a reabilitação envolve a neuroprotética física, independentemente de qualquer coisa que você faça com célula. Examente. Exatamente. Exatamente. Então, mas esse efeito ele era esperado? Não, esse isso que foi uma coisa mais sensacional. Ele era foi completamente não previsível. Um dia nós trouxemos essa moça e ela foi fazer um teste. Você suspende ela a todos os paraplégicos, você pede, faça o que você puder
e infelizmente a vasta maioria não consegue fazer nada, mas você põe lá zero, né? Tem uma escala tal. Nós fomos repetir o estudo que tinha que repetir por obrigação. Ela ficou de pé. Eu tava andando no laboratório, parei, né? Falei: "Puxa, que coisa, né? Sensacional o treinamento, fizeram tudo". Aí o nosso médico fala: "Tenta andar". Aí a moça faz isso com a perna direita. Eu falei: "Não, caras acho que não cai". Não, não não, não, não. Mas eu quase caí não, juro por Deus. Imagina, você é médico, neurocientista, você aprendeu a vida inteira que um
paraplégico com lesão completa nunca vai andar. Essa moça faz isso aqui. Aí eu falei: "Não, não, não, tem alguma coisa errada. Vamos repetir". Passamos uma hora repetindo ela fazendo isso. Todas vezes ela conseguia fazer. Ficamos mais meses reabilitando ela. Na próxima vez que ela fez isso, ela fez isto e isto e saiu andando, saiu andando no ar. Ela tava suspensa, né? Mas aí dois caras conseguiram pôr os pés no chão, a suspensão diminuiu e eles começaram a andar, né? Então aí a dimensão daquele chute é muito maior do que o próprio EGS ou a própria
tecnologia em si, porque oito seres humanos que estavam condenados, né, a uma um modo de vida que tem um estereótipo todo, né, terrível, né, um estigma, perdão, de repente acreditaram e começaram a requirir a sua plenitude física, né? Essa moça decidiu ficar grávida, teve um bebê e ela sentiu a gravidez. Ela decidiu porque ela começou a sentir as contrações uterinas, né? O período dela. Um dia ela chega para nós, tô sentindo o meu período de novo caiu a cara de todo mundo, né? Ou seja, ela tá recuperando sensibilidade interna, visceral, que ainda é mais difícil,
né, de você recuperar. Isso tudo por conta dos exercícios que estavam sendo feitos rotineiramente com exos esqueletos. Isso. Mas na realidade esse é o grande ponto. Eu acho que você tocou num ponto importante. Isso tudo porque 30 anos atrás, numa madrugada na Filadélphia, um maluco escocês francês e um brasileiro estavam lá com um ratinho ouvindo, né? o ratinho se mexer e os 48 neurônios desprat. Se aquela noite não tivesse acontecido, não chegava lá em 2014, né? Esse chute jamais teria ocorrido. Miguel, um negócio. E o chute ele é só ele ele é muito reconhecido fora
do Brasil. Então, nossa, eu eu tenho um dia eu tava em Brisbane dando aula magna da Universidade de Brisbane e a professora me quis me levar numa montanha lá que dava para ver o ponto mais ao sul da Austrália, tal, sei lá. E começou a que um toró, né? Nós estamos lá no meio, tivemos que descer correndo com o carro lá e era o período do sprink break da criançada, da molecada do high school e tinha uma criançada descendo no meio de um toró. Ela falou: "Você se incomoda se eu der carona para uns três
meninos?" Aí falei: "Não, claro, imagine tá todo mundo sopar". Ela pôs três moleques randômicos no carro e nós estávamos descendo a montanha lá, comecei para Santos, né? Mas muito mais íngreta no meu canto, ela falou: "E aí, vocês gostaram da Copa do Mundo?" Sim, em Austrália jogou para caramba, quase passou por cima da Espanha. né? Brigamos com o Chile, foi sensacional, tal. Aí ela vira assim: "E o que que vocês mais gostaram da da Copa do Mundo?" Aí o molequinho mais franzino, sabe? O Geek do meio dos três fala assim: "Aquele chute do robô, caramba."
Aí a menina fala assim: "A professora vira para mim: "O cara que fez é esse aqui". Olha só que demais. Os cara, você sabe como é australiano, né? Eu nem sei imitar o sotaque, mas é é do capeta como eles. Eles xingam como ninguém no mundo. Os caras falam que é irlandês que xinga bem. Não, australiano é uma metralhadora. A molecada teve que a gente teve que parar o carro, eles tiveram que ligar pra mãe, eu tive que falar com a mãe. Aí eles tiraram foto comigo no meio de Brisbane, Austrália. Então lá fora é
muito, né? Então você vê, é só no Brasil podia ser feito isso. Várias pessoas me falaram. Só podia acontecer um barato desse no Brasil. Abertura da Copa do Mundo, no país do futebol. Tudo bem, o que aconteceu não vamos lembrar. Aliás, o Juliano Pinto acertou mais chutes naquela Copa do Mundo do que o Fred. Ah, com certeza, né? Com certeza. 56 tentativas, ele acertou 52 no campo do O Fred que precisava ter uma O Fred precisava ter visto Juliano dar um chute ali, entendeu? Mas e aqui no Brasil como 7 a um, né? Não, não,
porque tava usando a camisa do Mengão, pô. Ah, nós vamos ter que voltar à ventania de motividel. Ô Miguel, tem um negócio que eu acho muito interessante n assim mais uma das das consequências do seu trabalho, que é a ideia de que a o espaço do corpo não é um espaço que se encerra nos limites físicos do corpo. Você tem reflexões sobre isso? E eu diria assim, essa é uma grande tradução da filosofia, vamos ser bem honesto, não não surge contigo, mas ela ganha um formato com você na modernidade muito especial. Acho que seria legal
comentar com as pessoas isso, o quanto, por exemplo, um objeto que está com você, assim como a neuroprotégética, qualquer coisa que está sob o seu domínio, acaba fazendo parte desse campo fenomenológico. É das grandes reflexões. Conta aí. Não, sem dúvida. Inclusive nós íam um projeto na NASA que na acabo não ser financiada. Não sei por fui lá quando eu te contei que eu fui lá dar palestra explicar o que eu queria fazer. O Rover que tá em Marte que tá, a nossa ideia era que ele fosse controlado pelo atividade elétrica de um operador na terra.
Caramba, que o cara não ia pôr joystick, não ia fazer nada, ele ia usar um sinal, tem um delay, claro, né, que a gente sabe, né, mas no final não deu certo. Mas quando nós terminamos o primeiro estudo com a Aurora, eu publiquei um trabalho dizendo o seguinte: "Pela primeira vez na história, a gente pode demonstrar que qualquer ferramenta que o ser humano cria, qualquer tecnologia que ele cria para ampliar a sua ação no mundo, é incorporada pelo cérebro." Gostei, gostei muito. Como a extensão do corpo dele. Então, tenista, tá? Maiores reflexões da história das
neurotas. Muito interessante. Isso é absurdo. Então, o tenista, se você pegar o feder, tá, e você fizer um MRI do cérebro dele, pedir para ele, põe o seu dedo onde você olhos fechados, né, onde você acha que é a metade do seu braço. Todos nós que não jogamos tênis profissionalmente faríamos isso. O Federir vai computar o comprimento da raquete que ele tá usado a usar e ele vai pôr o dedo exatamente no meio da distância do braço e a raquete, tá? bicicleta, óculos, roupa, relógio. Só que com a interface a máquina, a gente provou que
esse limite termina na última camada de átomos de uma ferramenta controlada pela mente. Não interessa onde ela esteja, ela pode estar do outro lado do planeta, né, Ela pode estar do outro lado do sistema solar, tá? Então você mandar a Voyager Uhum. Voyer lá que tá no, né? Tá lá nos confins lá nos Confins. Depois do sistema solar. Se tivesse um ser humano que tá controlando um um equipamento na na superfície da Void que se mexe, um braço robótico e esse braço robótico encosta no meteoro ou encosta na própria superfície da Void, o senso de
ser deste indivíduo tá lá. Caraca, isso é muito louco. É, o limite não tá onde a gente acha que tá, porque o ser humano é um ser já imerso no mundo de ferramentas e, portanto, de extensões, de aumentos, né, de estruturas de aumentos. E isso se aplica para outros indivíduos da nossa da nossa vida, outros indivíduos do nosso grupo social. Então, quando você olha uma matilha, eu não sei nem se matilha em português, um pride de leões, os leões têm o hábito, quando são da mesma do mesmo grupo, de roçar as cabeças. Eles batem a
cabeça, eles se afagam e se lambem, porque esse é o código de irmandade. É como eles reconhecem pelo cheiro, pelo pelo tato, né? Os quem os irmãos que cresceram juntos, os leões que sobreviveram, leoas, né? Na realidade, o cérebro desses leões, o senso de ser, não é individual, ele incorpora todos os membros daquela família. Por isso que quando os leões caçam em grupo, né, com com que eles têm estratégias absurdas, né, quando você para para estudar isso é uma coisa maravilhosa. Ninguém fez esse estudo, mas eu tô para fazer, não com leões, mas com outros
bichos um pouquinho mais fácil de registrar o cérebro de todos eles ao mesmo tempo e provar que é um único cérebro, que eles estão todos síncronos. É a Brainet lá, é a Brainet, tá vendo? Tá. Então, tem várias espécies onde isso é muito claro. Baleias, golfinhos, aquele cachorro selvagem da África, sim. Wild do Dog, que são os animais mais o a o conceito de espaço coletivo desses bichos é uma coisa, você não escapa deles. Se eles esticarem, se uma zebra for o alvo desses caras, eles são pequenininhos, mas eles se aglomeram em dezenas de animais
e eles se transformam num num predador, num predador impressionante. Entendi. Tá. Ô Miguel, uma questão muito associada a isso. Legal. Legal. Então, todos os seus pacientes, desculpa só terminar, todos os seus parentes, todas as pessoas que você gosta, todas as pessoas que têm relações sociais, elas são parte do seu sentido de ser. Elas fazem parte dessa definição do ser de cada um de nós. Nós não vivemos eh individualmente, por mais que a gente, né, no mundo moderno, a gente fala da individualidade e todo mundo, infelizmente a gente esqueceu de como a gente realmente funciona e
o vírus mostrou para nós, porque o vírus é outro organismo coletivo. Uma partícula viral não existe, não faz sentido nenhum a partícula viral, né? Ele age no coletivo. E é e olha o que ele aprontou, né? Olha o que ele aprontou. Isso aí se aplica em formiga, abelha, nessas tudo tudo, tudo. A brainet vem desde os insetos até, só que os códigos de sincronização diferentes, certo? O, por exemplo, smel, né? O cheiro. Até recentemente na COVID ninguém falava, ninguém dava muita importância pro senso de gosto, de cheiro, tal. As pessoas começaram a perder ou ter
alucinações ofativas por causa da lesão do vírus. É uma coisa impressionante. Muda a sua vida. você não consegue mais comer, você não consegue mais se relacionar com outras pessoas, porque você tá tendo uma sensação ofativa completamente adulterada, né? E apesar do nosso sistema ofativo ser muito menos eh eh poderoso, como em outros animais, né? Os leões, por exemplo, os cachorros, tal, a a gente não percebe o quanto a gente depende para julgar se a comida tá boa. Realmente, né? Realmente é, então é uma catástrofe. É, eu tava lendo um artigo na Inglaterra, a Inglaterra tem
centenas de milhares de pessoas com lesões definitivas do sistema ofativo, ofatório. Anosomia que nunca mais vai passar, não é anosmia irreversível, tá? Então isso não vai ter repercussões por décadas, né? Ô Miguel, uma coisa e existe essa tradição na nas ciências sociais de separar as culturas do arroz das culturas do trigo? Então, a plantação do arroz, ela ela ela é muito mais intensiva e ela força as sociedades a serem muito mais coletivistas. nas sociedades do Sudeste da Ásia que são muito mais coletivistas, enquanto as sociedades tipicamente europeias que plantam trigo são mais individualistas porque o
cultivo é mais simples. Então assim, você desenvolveu uma maneira de se relacionar e de organizar a produção nos núcleos, nas famílias, que é um pouco diferente. O o a consequência natural seria assumir que existem diferenças que também vão se expressar do ponto de vista cerebral nessa extensão fenomenológica, que é uma extensão sobre onde está o limite do ser. Como, como você vê isso daí? Bom, é uma coisa muito interessante porque eu tô acabando de ler uma série de livros de um historiador que eu não conhecia até a pandemia, inclusive o William Mcil, o cara da
Universidade de Chicago que vive teve o pico da produção dele nos anos 70 e ele tem uma sequência de livros um dos quais fala exatamente sobre esse tema de como é fascinante. Ah, nós só existimos, nós só estamos aqui usando microfones, usando telefone celular, né? essas tecnologias, porque alguém no neolítico descobriu como fazer agricultura e num certo momento na Mesopotâmia, no Egito, na Índia, na China, um excedente de produção deu margem para que alguém coletasse isso, não só para comer, mas para vender e gerasse uma, né, uma maisvalia que foi aplicada para quê? para construir
pirâmides, para construir templos e para construir tecnologias que ampliassem esse poder e voltassem lá para aumentar a produção de comida. Ou seja, tudo que nós estamos tocando, usando nesse momento vem porque os nossos antepassados descobriram, por exemplo, na China que era o rendimento calórico e o rendimento, o output de produção de arroz era muito maior do que as coisas que eles plantavam antes de descobrir como plantar arroz em em alagados, tá? Isso mudou a história da humanidade dramaticamente. Só que como você colocou muito bem, diferentes partes do mundo cultivavam diferentes coisas. Ocorre que a o
grande salto do da Europa, aqui vai cair o queixo todo mundo, eu espero, só vem por causa da descoberta da América, porque a batata, a manioca, tudo aquilo que a gente aqui acha, né, tem um rendimento calórico muito maior do que todas as culturas que existiam na Europa na Idade Média. E como a Europa tinha perdido metade da população pra peste bobônica no século X, a conjunção da queda da população e o aparecimento de uma comida altamente calórica permitiu a explosão tecnológica da Europa. Então, o renascimento, o Iluminismo, a revolução tecnológica, a revolução industrial, foi
tudo dado por causa da chegada dos caras. A chegada dos caras aonde? No Patropi. Aqui. Muito bom. Loucura. Não é sensacional. e muda. Portanto, nós subvencionamos o desenvolvimento da civilização ocidental. Então, agradeçam a nós aí, povos do Isso. Isso. Quando a gente fala, né, quando a gente ouve discursos que hoje são muito comuns, né, ridicularizando a maneira como os nossos índios vivem da pré-história, né, no conexão com a natureza muito mais saudável do que a nossa, muito mais. Esses caras revolucionaram o desenvolvimento europeu porque foi o roubo, não o roubo, né? foi o a o
transporte, a a exportação das culturas das Américas, o milho, né, que esses caras mais, né, que eles chamam, mas é o milho, milho batata, batata doce, todas essas coisas que a gente conhece, né, trivialmente, manioca, mandioca, mandioca português. Isso gerou o excedente alimentar, energético e monetário que permitiu a Europa ser quem ela é. Perfeito. muito legal. Então você vê que isso vai muito longe. É, e você vê que existe uma essa questão da extensão também, o limite desse eu do europeu voltando pra questão, correu uma ideia e é só por isso, porque a Europa teve
excedente, né, econômico, que o imperador Abel Ferreira I veio ao Brasil e levou ao viver de ponente a maior vitória épica da história do futebol brasileiro. Ele vai, ele vai, vai ser o, eu vou ter que ouvir a mensagem, né? Eu tenho, eu tenho um amigo flamenguista que eu ligo para ele periodicamente, falo: "Você já pagou a passagem, terminou de pagar a prestação? Porque senão eu ajudo. Seria o maior prazer, né?" Muito, cara, é muito louco isso daí. Deixa eu te fazer uma pergunta agora um pouco não tão científica, talvez, por favor, cara. É esse
o estudo que vocês fazem sobre o acho que eu já te perguntei isso antes, mas assim, eu já vi aqui várias vezes, é esse esse lance de começar a entender como o cérebro funciona e tudo mais e ver como tudo ali acontece e tal, isso invalid isso invalida para você a possibilidade de de uma alma, de um espírito ou até mesmo de Deus, alguma coisa? Você é ateu e tal? Não, eu tenho uma relação excelente com Deus. É, é. Ele não acredita em mim, eu não acredito nele. Mas uma relação ótima. Não, mas veja, não
invalida. Ah, mas hora que o Daverson pegou a bola, aí você apelou. Não apelou. Foi a Olha, eu posso dizer para você, foi a coisa mais próxima de um milagre que eu já testemunhei. Não, porque veja, eu já vi aquele gol 200 milhões de vezes. Quando o Diego Alves estica o pé, né, que ele estica o pé. Eu falei: "Não, a bola vai bater no pé, vai bater na trave, vai sair, vai ir lá paraessa vez que vai bateu, bateu, bateu." É, não, mas seriamente, eu tinha uma posição quando era mais jovem muito militante, né?
E ao longo da minha carreira eu fui, eu fui começando a entender que Deus vem daqui também, tá? Todas as criações mitológicas, todas as grandes. Eu eu sou adepto, para ser totalmente honesto nesse momento da minha da minha vida, eu sou adepto ao Great Blue Sky dos mongóis, porque é um Deus analógico, é um deus sem face, não é um deus antropomórfico. Os mongóis, que é o Tendry, né, os mongóis olhavam pro céu e eles worshippem, eles cultivavam o grande azul do céu. E a missão do James Scan de tentar conquistar o mundo, não é
porque ele era um doido, varrido, um genocído aqui não é. Os mongóis tem um bad rap, tá? Nós temos que corrigir o o a reput. Os mongóis criaram a escola pública. Os mongóis eram governados por princesas. Os caras iam pra guerra, quem mandava no lugar eram as princesas. Os mongóis criavam, criaram coisas que você não acredita. Não havia perseguição religiosa no império mongol. A corte do Kublaican tinha judeus, muçulmanos, aastras, o que você Ele fazia reuniões entre os caras para ele aprender e tomar uma decisão de quem era o Deus mais verdadeiro. Nunca tomou. Ele
olhava para cima e falava: "Não, esse cara, esse aqui é melhor". A visão dos mongóis é que eles precisavam unificar o mundo, porque o mundo existia somente sobre a luz do Great Infinite Blue Sky, do grande infinito céu azul, céu azul, né? Então é difícil se destruir essa poesia, né? É difícil, é difícil chegar e falar: "Não, cara, você, né?" E vem daqui, vem daqui porque uma das coisas fundamentais da mente humana, diferente da formiga, do chip, você não vai pegar nenhum chipanzé discutindo cosmologia. né? A visão cosmológica do Chipans é vamos fazer o que
importa na vida, comer, passar o DNA, a menos que assista a parenta dos macacos. A menos é o dos macacos uma boa sacada. Mas a a necessidade de você criar uma história que tem começo, fim, né? E começo, meio e fim, é inerente à lógica analógica do cérebro humano. Ele precisa ter uma explicação causal. Enquanto você não podia fazer experimento, você não podia ter telescópio, o que que tinha? Tinha o que você olhava para cima, o que você olhava ao seu redor, né? Tanto é que as pinturas ruprestes lá do da capela cistina da do
paleolítico na França e na Espanha, Lascou, na caverna de Lascou, isso, as cavernas, né? Os deuses dos caras eram os bichos, a natureza e o entorno. Não tinha uma imagem deles mesmos. Não tinha nenhum cara que pintou ele mesmo, a mulher, o filho, a amante. Não. Era a pintura do mundo natural, um mundo analógico. E é esse mundo que nós estamos perdendo, porque as pessoas estão achando que o mundo é digital, ele não é, ele é analógico, tá? Então, quando você fala de uma cultura como a cultura mongol, como os islamitas, né? Porque o a
cultura muçulmana do século VII, a renascença muçulmana precede a renascença italiana por sete séculos. Os caras já sabiam que os planetas orbitavam o Sol. Os caras já sabiam que era uma elipse. Não era não era o que o nosso grande Ptolomeu sugeriu. Eles revisaram Ptolomeu, eles traduziram toda a obra dos gregos. Nós só lemos hoje Platão e Aristóteles porque os muçulmanos salvaram essa literatura e permitiram na renascença italiana que eles voltassem a ser traduzidos pro latim. Nós tínhamos perdido tudo isso. As maiores bibliotecas da história da humanidade estavam em Bagdad. É isso mesmo. Merve, Iraque,
né? Sarcamand, Nichapur. Ninguém ouviu falar de Nichapur. Nichapur foi a primeira universidade do mundo. Um certo Omar Caian tava lá. Tá. Então, quando você fala desses caras terem seus deuses e seus mitos, eu tenho uma uma completa visão diferente hoje aos meus 61 anos. Eu tenho até eu tenho respeito pela, pela tentativa de você criar algo, desde que seja pro bem, né? Desde que você não mate alguém por causa de do seu Deus ser melhor que o meu Deus. Mas é uma criação da mente, é um pedaço de arte, né? É, é como uma pirâmide,
é só que é uma abstração. Você não põe a mão como na pirâmide, você põe a mão na pedra lá, mas é um produto elaborado da mente humana. Então ele tem a sua, você deve a ele um certo respeito, né? Entendi. Entendi. Então a ciência não precisa bater de frente, como por exemplo, eu já tive várias algumas conversas com o Richard Dawkins e Ah, e aí ele é um ativista do ateísmo. Eu não acredito nesse ativismo que você bate de frente. Será que ele não foi um cara que ele, tipo, ele precisou fazer isso? Pode
ser, pode ser um personagem também, tipo pro fronte de batalha. Não, não, acho que o posicionamento dele é um egoísta, né? Vamos ser honesto, ele tem um trabalho essencial, importantíssimo do ponto de vista evolucionário. Mas o comentário, sabe como é que eu vejo essa questão? Não vejo exatamente assim. Para mim a gente tem uma dicotomia entre a experiência espiritual, uau, e a experiência da narrativa religiosa, seja qual ela for. E a experiência espiritual, ela tá muito arraigada no cérebro. Ela efetivamente é, vamos dizer assim, ela em si, ela é independente de qualquer religião. Quase todas
as religiões têm algum tipo de experiência espiritual. E aí e como você sabe muito bem, até um negócio legal pra gente comentar é o quanto você consegue estimular as pessoas a terem experiências espirituais, seja através de práticas ou seja através de de inibição de algumas áreas específicas do cérebro. Enquanto a narrativa contto, eu tenho um contraponto. A própria ciência, nossa profissão aqui tá virando uma religião. Ah, total. em certos momentos ela vira eu, eu porque o que que é a religião? Aquilo que eu não aquilo que eu não compactuo, a o dogma, a burocracia, a
o a coisa rígida, a estrutura rígida que onde o pensamento criativo é coibido, onde ele não tem liberdade, por exemplo, né? Você cheg, vamos supor que você encontrou a prova de que, sei lá, ã, Maumé, ã, ele não ouviu a a o anjo Gabriel eh em Meca, ele ouviu um pouco mais ao sul, no Yemen, tá? Você encontra a prova textual, sei lá, tem uma prova arqueológica lá, não pode porque vai contra o dogma, né? Você não vai poder refutar o dogma. Esta é a parte da religião que eu não compactuo, mas eu vejo a
minha profissão depois de 40 anos tendo muita gente que se comporta como bispo, como arcebispo, como papa. Sabe qual é a parte que assim, até eu queria saber a pandemia foi claro isso. Eu queria saber um negócio. O que que você pensa disso, já que é para tocar num ponto assim, é o mais o tabu dos tabus da ciência. O que que você acha dos estudos feitos e publicados lá pelo pessoal de Stanford com a CIA sobre o Yuri Geller nos anos 70? É, pois é. É assim, os estudos são bem desenhados. Eu não sei
qual é o truque, mas vamos lá. Se é para falar em tabu, a gente, por exemplo, tem esse, agora tem um documentário na Netflix sobre, tem que explicar pra galera aqui quem que é o Yurig, cara, que a galera não vai ver. Vamos uma coisa mais dos dias de hoje. Tem não, pô, fala do Yurig, ele era um cara, ele foi super famoso. Esse cara aparecendo fantástico todo domingo. É, é assim, teve uma época, vamos lá, tem um um projeto da CIA. para para remote viewing, que é o seguinte, na verdade não só da CIA,
no mundo inteiro teve uma época que as pessoas estavam que as agências estavam buscando esses médiuns, essas pessoas com poderes supostamente eh sobrenaturais para tentar entender, localizar pessoas ao redor do mundo, entender como são as bases dos inimigos, etc e tal. Tem um filme inclusive, né? É, tem um monte, né? E aí tem o que acontece é o seguinte, tem uma um determinado momento que que alguns pesquisadores da Universidade de Stanford se associam a para fazer um conjunto de experimentos que supostamente foram meticulosamente desenhados com o Uri Geller. E esses resultados foram publicados recentemente, porque
esses esses esses dados não eram públicos. Então lá assim a taxa de acerto do Urigas. Como entender? Ou então, por exemplo, assim, a gente pode entender assim, um truque, ou ele é um mestre no truque, porque vamos dizer que os cientistas não estavam de sacanagem, mas efetivamente caíram no truque dele. Mas eu tenho uma boa história para te contar. Quando eu cheguei na Duke 94, você chegou no, você chega no departamento, né, os caras assim na no corredor do departamento, o a universidade põe o da onde você veio, qual o seu PhD onde você teve,
né? Então tinha o cara da IO, o cara do Caltec, o cara do MIT e tinha lá Universidade de São Paulo, né? Aí primeira semana que eu tô lá, vem um cara para mim e fala: "Mas em que parte da Califórnia fica a Universidade de São Paulo?" Falei: "É um pouco mais ao sul. Você vai, você tem uma ideia, você tem uma ideia do do negócio, né?" E eu quando eu cheguei na dú não tinha menor ideia aqui. Mas ele, será que ele perguntou para te sacanear ou ele não sabia? Não, não. Esse cara não
sabia. Esse cara era clueless, como a gente ia dizer, né? Não tinha a menor noção. Ele não sabia menor, não tinha a menor ideia se existia a América do Sul para você ter uma ideia. Enfim, a Duke era conhecida pelo departamento de parapsicologia. Verdade, verdade. E eu não sabia disso. Eu fui descobrir quando eu cheguei lá. Era, era fora do campus, porque evidentemente o campus não queria, não queria relação, mas era um baita. Na cidade só se falava da do prédio onde esses caras lá entortavam colher, fazer diabo. Bom, agora imagina eu, departamento de neurobiologia,
faço um macaco controlar um robô com a mente. De repente, quase te mando para lá. Não, não. Os não, não, eles não me mandaram. Os caras me telefonando para eu ir lá. Você não queria fazer não é apresentação, pesquisa. Não, falei não, tá tudo bem aqui, tô legal. Mas você não acha que a gente tem obrigação de investigar a fundo? Claro, eu acho que tem. Eu nunca vi, eu nunca não conheci, eu nunca vi nada. Eu já minha mãe alega que, né, que é melhor que Orig nunca provou para mim. Eu só se uma coisa,
a pizza da dona Giselda matava qualquer. Sabe aquele negócio do Ninja Turtle que ele joga um disco que vai na testa e mata? Essa era pizza, né? Única coisa. Vou falar uma uma coisa aqui que o tabu total nesse programa, mas eu fiz um uma assessoria pro para Netflix, pro pra série sobre o João de Deus. E eu vi uma série de de dados de de dados assim, evidências neurológicas de pacientes, de coisas assim que elas levantam uma sobrancelha. É assim que eu vou falar. Não, tudo bem. Não, calma. Mas esa aí, eu tô falando
de de paciente. Você você vê o exame do paciente antes? E eu levanta uma sobrancelha, eu não vou julgar nada. Eu sei o seguinte, eu eu entrei e saí, eu saí mais quieto do que eu entrei. Pro João de Deus parece que não funcionou, né? Parece que não deu bem. Não, olha, ol, vou te falar, eu vi coisas ali, exame de paciente, exame neurológico, exame oncológico, exame de paciente sério. É, é o que eu posso fazer. Mas se eu me lembro corretamente, teve até ministro do Supremo que ia se consultar com ele, né? Sim. Que
e que eu também não vou comentar, mas supostamente a doença assim séria é não não importa, mas assim, vamos dizer que assim, eu eu tive efetivamente acesso a dados, não só nesse caso, mas em outros casos, exame, exame do paciente com metástase, coisa assim. Eu vi o exame, assim, eu não sei que raios aconteceu, mas olha, esse paciente melhorou bem isso daí. Eu, por exemplo, eu, eu vejo, por exemplo, essa série da Netflix com esse com um menino, esqueci o nome dele, um super novinho, que que também supostamente ele tem uma capacidade de falar com
os mortos. Eu não, como é que eu posso acreditar nisso? O cara mais ateu que eu mesmo conheço. Não fala com morto nenhum, mas eu sei lá o que acontece que de fato as pessoas sentem que eu eu não acho que aquelas pessoas todas estão mentindo, eu acho só que a gente não entende bem como é que funciona esse jogo. Não, sim. Não, tem um monte de coisa que a gente não entende, né? Você percebe? É claro que eu não acho que tem o espírito, nada disso, mas que tem alguma coisa que a gente não
entende bem, eu acho que tem. É, mas o você levantou um ponto que eu acho que é importante também mencionar que o envolvimento da neurociência com coisas não muito legais também que tem que ser trazido à tona, entendeu? Então, por exemplo, eu tinha um negócio, não, não, eu tinha grandes heróis dos anos 50 que eu estudei, né, nunca conheci, mas e que depois eu fui descobrir com os Estados Unidos que esses caras tinham se envolvido com a CIA, envolvido com outros, né, instituições não muito eh cer, né, não muito agradáveis para tentar desenvolver métodos de
sugestão, tortura, escambal de bico. Então esse é um capítulo negro que existe, que é posto embaixo do tapete, né? E e mas surgiu, foi foi, né? Tirado do armário. E é muito importante e é uma das minhas grandes objeções, porque quando eu comecei a fazer a interface C máquina, eu tive um um projeto para tratar de veteranos de guerra que tinham paralisia grave, tetraplegia, né? E esse projeto veio da DARPA, mas veio do do da parte civil, a parte que faz pesquisa para tratamento de de soldados. Que é DARPA? DARPA é a unidade de pesquisa,
a instituição de pesquisa, eh, financiadora de pesquisa das Forças Armadas Americanas, mas que é responsável por a internet veio de lá, cara. É uma das coisas mais a DAPA, ela é muito ligada com tipo autópsia de ET. Não, isso isso é e como o Miguel disse, a invenção da internet, não é muito eles inventaram a internet. A internet foi criada para submarinos nucleares poderem se comunicar no caso de uma destruição do das vias de comunicação normal para criar um sistema de defesa inexpugnável, né? Então daí que vem que chamava ARPA, a internet original, tá? E
eu conheci o grande projeto da DARPA hoje, só para completar, é o foguete movido à energia nuclear. Isso que é uma ideia que vem da ficção científica. Exatamente. Uma ideia que vem da ficção científica dos anos 50. Um dos caras que falava isso é o meu herói, o Arthur Clark. É isso aí, né? O outro é um físico, o Freeman, né? Isso. Que é o o que é o grande proponente dos veículos, né? Espaciais, a propulsão nuclear. Mas enfim, nuclear. Essa história é muito boa porque é muito divertida. Eu contei inclusive na na homenagem ao
meu meu orientador, o John Chaping. Ele faleceu em dezembro e a homenagem dele foi agora, sábado passado em Nova York, né? um homem, nós vamos dar o nome dele, a um dos nossos laboratórios lá em Natal, no nosso instituto, um corredor inteiro, um andar inteiro, porque o John, quando eu contei para ele em 2004 que eu ia fazer esse barato aqui no Brasil, ele falou: "Qualquer loucura que você meter, eu tô indo, né?" Ele era um cara dos hips, dos do do movimento hip de 68. Foi no conselho de rock lá, maluco. O cara era
genial, surfista, esquiador. Foi o cara que me e cientista ainda não e um dos maiores um dos maiores neurofisiologistas do século XX americano. Eu tive um privilégio. É difícil falar, é difícil esquecer que grande homem esse cara foi. Mas enfim, nós estamos nós dois e nós tínhamos que fazer o relatório, né? Nós estamos tratando da Aurora, fazendo e nós fizemos eh 11 parcientes parquisonianos controlar membros artificiais. Então o famoso hospital de veteranos de Washington nos convidou, Water Reed, pra gente dar uma palestra na DARPA, na reunião anual da DARPA, que a gente ganhou o prêmio,
né? Nós dois ganhamos o prêmio da DARPA de melhores cientistas do ano. E eu tô lá sentado porque eu que ia falar porque foi feito no meu laboratório e o John do meu lado, imagina o RIP dos anos 60 no meio de uma reunião que só tem general, né? E o cara calmo, porque eu sou brasileiro, né? Então o cara já achou que eu era o Chegevara da neurociência, né? Bom, aí estamos lá, vem um general dar uma palestra antes da minha. Eu ia falar por último, ele veio anterior e falou: "Não, nós estamos desenvolvendo
novos planos para fazer uma série de coisas e tal". Por exemplo, o mundo tá mudando, porque falou depois do 911, né? O mundo tá mudando e nós precisamos ter contingências para responder a guerras em qualquer lugar do mundo. Então hoje nós vamos apresentar um plano contingencial, se for preciso invadir a cidade São Paulo, Brasil. Aí eu parei. Aí o John olhou para mim e falou: "Não abre a boca, não abre a boca". E eu parei e o cara mostrando como ia vi tal e eu falava depois do cara. Bom, eu fui lá, o presidente da
DARPA me deu o prêmio, me apresentou, fou, subi no palco e falei: "Bom, antes de começar minha palestra sobre neurociência de interface máquina, eu gostaria de dar um conselho pro general que acabou de falar na invasão da minha cidade natal". Nossa, maior silêncio da história, né? Todo, todo cara sabe de militar, coisa, né? O presidente do negócio, se lá quem e tal. Aí eu falei, veja, eu vivo aqui há muitos anos e eu vou dar uma dica para vocês economizarem uma grana. Não precisa tudo isso barato aqui. Vai lá no dia do carnaval, não vai
ter ninguém. Você entra na boa, você entra desfilando. Os cara vão pensar que é escola de samba. Ou então na final do campeonato brasileiro, na final do campeonato brasileiro, final do campeonato de futebol, vai est todo mundo ass televisão, a cidade vai est vazia, não precisa destruir ponte, não precisa bombardear o aeroporto. Nenhuma dessas estratégias maluca, né? A plateia despencou. Eu só vi o John Chape fazendo assim: "Não, não, né, o meu orientador, não, não. Na darpa o cara falou tava muito bom". Não, mas foi sensacional, né? E aí eu me lembro que o diretor
da DARPA virou para mim, entregou o prêmio, né? Um cara enorme, aqueles americanos gigantesco e falou: "Ah, ele me chama de Nicoléis. Nicoléis, você viu que o general tava tomando nota?" Então se porventura um dia desse aparecer uma escola de samba esperto aí se os caras tiverem um uniforme um pouco diferente, né? É a data. Vou pensar com a escola de samba nova. A culpa é minha. A culpa é minha. Tá bom demais. Doideira. Mas uma coisa legal de você falar também é esse negócio aí, o seu envolvimento com a educação aqui no Brasil agora,
né? Ah, sim. Foi emocionante. É. Uma coisa não. Eu eu acho que foi uma coisa, uma das coisas mais emocionantes que eu tive o prazer de Não, eu eu tive a ideia, mas foram professores do Brasil inteiro liderados por uma paulistana Dora Montenegro, que mora em Natal agora, né, que tinha uma vida totalmente feita aqui, já tava quase aposentando. Eu cheguei aqui, falei: "Dora, eu quero criar escolas de ciência para crianças no Nordeste". Ela falou: "Você é maluco". Eu falei: "Não, é, faz parte". Ela falou: "Não, mas como nós vamos fazer isso do nada?" Eu
falei: "Não, nós vamos fazer uma escola que não tem aula, não tem prova, não tem chamado oral, nós vamos fazer uma escola experimental". E aonde o senhor foi buscar essa inspiração aí desse modelo? Que é uma é um sistema educacional assim que quebra totalmente o que a gente Olha, eu vou dizer para você, para ser honesto, eu visitei, eu fui pra Finlândia, eu fui para vários lugares do mundo para conhecer esses escolas e tal. Aí eu uma hora eu parei, tava gastando uma fortuna, né, de visitar o mundo. Aí eu parei, falei: "Sabe uma coisa,
o melhor modelo de escola de ciência que eu conheço é do quintal da minha avó, dona Líia". Dona Líia, que era uma professora de formação, funcionária pública a vida toda, né? Ela me levava pro quintal dela quando era criança para ver formiga, para chamar o nome das plantas, para ver como o gato ia atrás, né? caçar como o cachorro, papá, gaio. E eu cheguei à conclusão que o método da dona Ligia analógico era o método, né? Aí eu encontrei uma outra dona Lja, que é a Dora, Dora Montenegro e falei: "Dora, nós temos que fazer
uma escola onde as crianças tenham o maior prazer de ir, onde elas se recusem a não ir, onde os pais tenham dificuldade de tirar elas de lá e onde a ciência vai ser um negócio legal, né? ciência e a ciência o o o método científico é o CNE até para ensinar português. Sim. Tá. Então, como é que eles aprenderam português? Fazendo peça de teatro. Olha que demais. Eles não iam na gramática, eles faziam enredo, faziam, né, a toda a peça, o roteiro. E aí nós criamos, bom, criamos uma escola, isso que eu tava contando no
começo, num bairro, Cidade Esperança, já começa aí, né, e que era um lugar perigoso, lugar que todo mundo dizia: "Você tá indo lugar barra pesada, o negócio, né, perto de Felipe Camarão, que era outra vizinhança meio barra pesada, que eu nunca vi o porquê barra pesada, porque fui tratado sempre muito bem". E nós falamos o seguinte, nós vamos criar um aeroporto paraa criançada. Aí o prefeito, a prefeita, não, a governadora não entendi como sen não vai criar uma escola. Eu falei: "Não, o Brasil tá cheio de Santos do Mon, mas falta pista para decolar. Nós
vamos criar as pistas". Bela imagem. Show. E nós vamos fazer a criançada. Não é para fazer cientista, não é para fazer cidadão. Essas escolas não, nós não vamos forçar ninguém, apesar que muitos seguiram carreira. Seguiram a carreira. Isso foi que ano, cara? Então você não vai nem acreditar. Nós começamos essa ideia em 2003. Levou dois anos para eu achar um prédio em Natal que era legal. Também é legal contar porque que foi no Nordeste. É bom o Nordeste. Veja, eu eu cheguei aqui na USP e falei para um ex-professor meu que já faleceu, então não
vou falar o nome dele, falei: "Ó, professor, eu quero criar um centro de pesquisa de neurociência e uma escola de ciência pra vida toda, desde o, eu vou te contar, né? Porque nós nós criamos um pré-natal das mães dos nossos futuros alunos. Porque como neurocientista a gente sabe que para um indivíduo adquirir ou atingir o seu potencial máximo de felicidade, ele precisa ter um pré-natal decente na barriga da mãe, pro cérebro dele nascer direitinho. E Natal tinha uma das maiores taxas de mortalidade, não só de criança, como de mãe grávida. Caramba. Então nós criamos o
maior, hoje é um centro regional do Nordeste, atende 60.000 1000 consultas gratuitas por ano de mulheres grávidas de alto risco. Então, nós acabamos ou diminuímos dramaticamente a mortalidade de mães grávidas na cidade de Macaíba, que é uma cidade, né, que fica na grande Natal. E aí eu cheguei lá e falei o seguinte: "Nós temos que ir pro Nordeste". Aí o meu professor falou: "Não, não tem, não tem, você não vai conseguir, não tem jeito, não tem massa crítica". Eu falei: "Professor, o talento humano tá em cada esquina do planeta. depende do que você oferece de
condições para esse talento aflorescer, né? E eu fui um dia para Natal e me levar numa festa de repentista. Nossa, isso é muito do Não. Aí o cara começou a improvisar porque avisaram para ele que tinha um neurocientista na plateia. O cara provavelmente nunca ouviu falar da palavra neurocientista na vida. E ele começou a improvisar um repente. Quando explicaram o que neurocentista faz. Ele fez um repente na minha frente, né, que foi uma das coisas mais impressionantes de criatividade humana que eu já vi na vida. Eu falei: "Não, é aqui, é aqui no Nordeste, Natal,
ninguém vai querer vir para cá e cientista brasileiro vai querer pôr o pé na periferia de Natal para fazer ciência, né? Tá lá hoje vocês podem visitar o campus do cérebro, o primeiro campus dedicado à mente humana do planeta. Tá gente querendo replicar no mundo inteiro agora, mas o primeiro foi aqui. E nós pegamos crianças da transição do ensino básico pro ensino médio, eles iam num turno na escola e no outro turno eles iam na nossa escola. Só que a nossa escola é o seguinte. Um dia eu peguei uma menininha desse tamanhinho aqui e falei,
tava dentro da nossa escola. Eu falei: "O que que você acha dessa escola?" Falou: "Que escola?" Eu falei: "É essa aqui?" Não, não, isso aqui não é escola. A escola que eu vou de manhã. Isso aqui é o meu parque de diversões. Eu falei, deu certo, funcionou, né? Fui no escritório da Dora e falei, bom, beijei, abracei porque ela é uma é uma maga, né? Se existe alguma maga no planeta, né? É a dona Dora. Ninguém consegue não gostar da dona Dora. Falei: "Dora, nós conseguimos porque eu fui lá com a menina. A menina não
chama isso de escola, ela chama de parque de diversões." Então nós organizamos, você vai gostar disso. Eu comprei um telescópio, um dos melhores telescópios disponíveis no Brasil, e pus no telhado da escola pra molecada ver o céu à noite. Então, molecada deitava no na laje. Sim. Eu deitava na sala da aula para ver o céu, para eu explorar, né? Nunca tinha visto Marte, Júpiter, né? Que demais. E aula de física, matemática, biologia, química. português, tudo prática. Então os carinam misturas coisas, isso aí sugere que existe um problema que é excesso de aula teórica na escola,
não existe uma barreira, existe toda uma formalização que eh remove o lúdico do ensinar. A ciência o que é, eu falo sempre isso, ser cientista. Exato. Ser cientista é ser pago para ser criança o resto da vida, né? É total. No meu laboratório, eu me sinto uma criança, porque eu vou lá e chego pro cara, não, nós vamos registrar três macacos ao mesmo tempo o cara olha para mim e fala: "Não, não é possível isso". Eu falei: "Ah, é, não é possível que ninguém fez, mas aqui vai ser feito". Entende? E você tá tendo uma
ideia do completamente pinel e o cara olha para você, olha, fala: "O cara é maluco, o cara já fez umas coisas interessantes, vamos tentar". E dá certo. Invariavelmente deu, né? Então, para essas crianças, a gente falava a mesma coisa. Primeira, eu dava aula de uma vez por ano. E o bom da criança é que ela não tem esse preconceito, né? Não, ela não tem o medo de não tentar, tá? E é isso que a gente perdeu como adulto. E nesse país não há dúvida, tá? Não é só aqui, tá? Nos Estados Unidos também, mas aqui
nós perdemos faz tempo e ainda não recuperamos. Ah, o próprio Davers é um bom exemplo, sinceramente. Pensa bem, vamos voltar ao tema. Você é o reserva. Tô para que time, Álvaro? Nenhum. Nenhum. Ele é ele é ele é neutro. Vai sair daí palmeirense. Mas enfim, voltando à escola. Não, não, não quero saber do Não, deve ser o seguinte, não para para pensar. Tô falando sério. Eu tô falando sério. Qual é a probabil Exato, qual é a probabilidade de você sair do banco numa final de Libertadores contra um time espetacular, que é o time do Flamengo,
e você detetar que o cara vai errar a bola, né? O o André, não, não. Andrasood é o nome dele. Entregador, não. Grande jogador, ótimo jogador. Adoro o que ele fez. Se eu encontrar na rua, eu dou um beijo, né? falo que ele é o melhor cinco que eu já vi. Enfim, por mais que a gente brinque com o Davidon, com toda loucura, aquele cara passou a vida inteira esperando aquele momento. É, pensa só nisso. É um momento, você tem 10 segundos para tomar uma decisão. Você lê o movimento do cara que o cara vai
furar a bola ou vai errar a bola. Você pega a bola cara a cara com um dos maiores goleiros do Brasil e você sonhou uma vida inteira desde que jogava bola no Rio de Janeiro como criança, que você ia fazer um gol desse. Essa, esse é o cérebro. O cérebro é isso, ele guarda isso para você a vida inteira. E tem pessoas que no momento X espanam, tem aquelas que não conseguem e tem os Daversons que fazem. Então o que eu falo, eu eu dava uma aula de neurociência uma vez por ano para todo mundo.
1500 crianças. Que demais. Dividia em não sei quant 30 turmas e 50. No final do das duas semanas que eu passava lá, eu não conseguia nem ouvir a mim mesmo, porque era a mesma aula, né? E o que eu falava para esses caras, para essa molecada, né? Porque a delícia de você dar uma aula de ciência pra criança, diferente da aula profissional que todos nós damos, você vai dar uma aula profissional na Harvard, né? Eu já fui um monte de vezes, tem um monte de idiota na Harvard. Só no Brasil, pessoal, acha que só porque
o cara é da Harvard é um gênio. Você sabe que o cara tá sentado ali. Eu já falei que eu sou um idiota desde o começo, hein? Mas você sabe que o cara tá na plateia não para aprender nenhuma. O cara tá lá para achar o furo do que você tá falando. Entendi. É, eles é para te pegar, né? Olha, eu dei a minha primeira palestra na Harv, imagina, eu tinha inventado a técnica, feito todo esse barato. Tinha um cara que você conhece, David Huble, o prêmio Nobel. O cara levanta no meio da minha palestra
e sai, levanta e vai embora. O auditório ficou completo. Claro, eu tava falando que forget about single, ele ganhou o prêmio Nobel porque ele registrou um neurônio. Eu tava mostrando centenas e mostrando que muda tudo. O cara levantou e foi embora. Terminou a minha palestra, veio um cara para mim, você não tremeu, você não parou de falar, o Rub levantou, foi embora na sua palestra, é o Kiss of Death. Eu falei, filho, eu sou da Bela Vista de São Paulo, eu torço pro Palmeiras. Palmeiras, década, você sabe que foi a década de 80 Palmeiras. Não,
não. O meu DNA é espírito de porco completo. Você acha que eu tô aí pro velho caduco que levantou e foi embora? Ele foi embora porque ele sabe que acabou. Terminou. Ele podia ser gracioso, podia ser elegante e falar: "Putz, tô emocionado de ver que você não." Ele decidiu levantar, se mostrar p da vida e ir embora. Tô nem aí, meu. Mas isso é muito americano, né? É, mas eu chegava pras crianças e falava na aula: "Moçada, vocês t que olhar no olho direto de todo mundo que entra aqui. Você é presidente da República, você
é presidente do Senado, porque vieram todos, né? Todos vieram. Vocês são descendentes dos tapuias. A única tribo indígena brasileira que resistiu até o último indivíduo aos portugueses. Os tapis não afinaram para ninguém. Espanhol, holandês, português, são vocês. Está em vocês. Setapuia. Meu, legal. Anos depois eu tô de volta na escola lá e eles tinham um uniforme azul que eles desenharam. Eles escolheram a a o logo. Que legal. Eles escolheram o uniforme e eles eram chamadas crianças de azul. Era a única criança que você via em Natal que os caras paravam na faixa para atravessar. Eles
viam essa criançada atravessar a faixa, os carros paravam porque começou a virar lenda mito urbano, porque entravam na universidade, né? Tal tal. Um dia eu tô andando no supermercado com o carrinho, pegando umas coisas lá no meio de Natal, vira uma menina assim brigando com um cara que tava fazendo não sei o qu. A menina fala: "Você não sabe o que você tá se metendo". Aí o cara falou: "Eu sei". Começou a xingar a menina, eu sou tapuia. Ai que legal. Só você entende? É uma é uma, é uma fagulha. É uma sementinha. É uma
fagulha. É uma fagulha. Essa criançada, eu fui encontrar essa criançada por todo lugar do Brasil. Fui encontrar essa gente nos Estados Unidos. Tem gente nossa que foi fazer doutorado fora daqui, né? Tem uma menina Thaí que foi pro, ela não foi estudante, ela foi auxiliou no projeto como, né? Ela hoje faz cirurgia cardiotoráxica na Harvard, residência. Tá, mas tu acabou de falar que ela só tem idiota. Não, não, mas tem os os que falam português são legais. É porque um dia eu tava dando a palestra, foi a coisa mais emocionante, talvez da minha carreira. Eu
tô dando uma palestra na Harv, no departamento de Salvou o Felipe Fren. Não, a primeira fileira do auditório era toda de brasileiros. legal demais, hein? Do Ciência Sem Fronteira. Encontrei um moleque do Acre fazendo astrofísica na na Harvard, sentado ali na fileirana. Eu tenho uma foto desse desse povo, toda molecada, né? Com que o meu amigo que me convidou para dar palestra tirou da gente no final da palestra, todo mundo falando em português. Aí eu virei pro meu amigo e falei: "Dominou, viu? Tá brincadeira aqui, né? Vai ser vai ter forró de sexta-feira aqui na
Harvard, né?" Então, veja, a diferença é muito pequena. É. O talento humano aqui é tão gigantesco, ele é tão brutal, é como se você tivesse uma mina de diamante que só precisa uma lapidada, né, um aeroporto para os caras decolarem. E por 10 anos nós fizemos isso. Aí um dia o ministro da educação virou para mim e falou: "Não, não consigo entender você foi fazer uma escola em Macaíba, uma escola em Natal, agora os meninos estão tendo as melhores notas do do distrito escolar lá no exame que tem aí, que eu nem sei qual é.
Isso não é possível. Você tá pondo alguma coisa na água, tem alguma coisa que tá aí errada. Tá aqui o mapa do Brasil. Você vai pôr o dedo no lugar e você vai fazer isso em outro lugar. Caiu em Serrinha, na Bahia, 100 km de Feira de Santana, no Vale do Cisal. Uhum. Fizemos outra escola lá, deu a mesma coisa, o mesmo resultado. Estatisticamente não teve deferência nenhuma no resultado da, né? Então é isso. Foram 10 anos. Aí aconteceu o que aconteceu em 2016. Aqui entrou o o Temer e o ministro da educação do eh
do Temer mandou uma mensagem para nós que educação científica para crianças no Nordeste não era prioridade e cancelaram a a ignorância, né? Não, Ignorância você tá sendo gentil, né? Não dá nem para chamar de Neandertown porque ofende o Neandertown, né? Que é uns caras bacana o Neendertown, né? Então, mas a experiência por 10 anos, 15.000, 12 a 15.000 1000 crianças, o número varia, porque teve crianças que fizeram um curso pequeno e outros que fizeram o curso inteiro, 2 anos. Ah, três escolas e o restaurante foi o mesmo, explosivo. Isso gera uma riqueza que os caras
não, o o o dos nossos governantes não conseguem entender, né, cara? Não, eu acho que até agora não. Mas eu vi, eu fiz um experimento social. Hum. Eu fiz um experimento de 10 anos de um microprojeto de nação. A educação começa no útero materno. Sim. Porque você foi lá no pré-natal, né? Edução, a educação de uma nação, se nós fôssemos uma nação, nós não somos, na minha na minha modesta opinião ainda, somos muito jovens, talvez, ela começa no pré-natal do seu futuro aluno, né? Se você der as condições dessa mulher ter um pré-natal correto, porque
é muito barato, aliás, fazer pré-natal é bom, de altíssima qualidade, não custa caro, mas acho que também tem a qualidade alimentar e todo o resto da estrutura durante a gravidez, né? Não, mas é isso. Esse pré-natal envolve tudo isso. Todo esse isso. Nós criamos uma rede de voluntários na cidade de Macaíba que é na casa das pessoas. Mas isso é fundamental. Eh, medir pressão, acompanhando, acompanhando, acompanhando, acompanhando pessoas que as pessoas conhecem, pessoas da vizinhança, tem confiança, né? Foi uma microrrevolução. E qual era o qual era o lema da revolução? O método científico. Isso é
demais, né? E como que tá isso hoje? Então, tá lá o pré o a clínica, tá lá o nosso centro de pesquisa continua lá. crescendo. Nós temos, tivemos o primeiro mestrado da América Latina de neuroengenharia. Estamos agora para, espero, né, depois de 10 anos receber o doutorado. Uhum. Eh, eu fui, voltei para Finlândia 10 anos depois, Universidade de Einkin, para dar uma aula sobre o quê? O projeto de Macaíba pros caras da universidade da Finlândia. Esse sistema esse sistema aí é finlandês assim, ele tem um ele tem toques da Finlândia. Eles, por exemplo, sabe o
que a Finlândia tá fazendo agora? Eu descobri em 2019. Estão tirando o computador das salas de aula. Olha, totalmente contra eles descobriram que é o oposto. Que que você acha do desse dessa ideologia da essa essa abordagem da educação da singularity, do pessoal de usar VR na sala e enfim VR para virar experiência? O Singularity University? Nossa senhora. Eu eu fui por um tempo eu fui o poster boy do do barato porque como ele o, né, o cara que gerou a singularity dizia que as máquinas, os computadores vão dominar. Só queele é aquele, como chama
aquele médico? Cardwell. É isso. Cardwell que é o outro, é o, é o primo mais velho do Elon Musk. Sim, sim, né? Eles vem do mesmo ele é bom de criar teclados. Vamos ser honestos. Não, ele vem do mesmo. Ele é bom de criar teclado. Não, ele é melhor que o Elon Mask. Muito melhor. Ele cria um tecl quem quem não sabe o que eu tô falando. Teclado mesmo, tá? É. Não, não, ele é muito melhor, mas eles vem do mesmo prédio do manicômio. Tem o andar de cima e o andar de baixo, né? Esse
cara dizia o seguinte: "Em 2030 e poucos os computadores vão suplantar a mente humana." É. Tá. É. que é a singularidade, que é esse momento da singularidade onde nós vamos ser e tinha um professor na Suíça, que eu encontrei algumas vezes, que dizia o seguinte: "Nós temos que assumir o nosso destino. O nosso destino é ser basicamente subservientes e vassalá-los de máquinas. As máquinas vão suplantar nós e vão nos dominar e nós temos que começar a nos conformar". Aí a minha pergunta para ele, falei: "Você já falou isso paraos seus filhos? Você chegou na sala
de estar e falou: "Moçada, ah, pode esquecer, né? O computador do Bill Gates vai ser muito melhor que vocês. Então, né, vai aí, vai, faz qualquer coisa porque não seu destino, né, né? E nesse dia nós estamos num meeting na Mercedes em que os caras estão apresentando o o software do self driven car, né? Então o carro isso não, isso aud, perdão, tem várias empresas que começaram ao mesmo tempo, mas eu tava especificamente na na Mercedes e o cara todo, né, o vice-presidente de pesquisa me convidou tal mostrando, né, que eles punham uma criança num
escapando da mãe correndo na rua, o carro parava. Eles punham uma menina correndo com a bicicleta, o carro não passava por cima. Eles punham o policial bombeiro a para pagar o incêndio, o carro parava. Eu falei: "Ah, e eles puseram elefante passando e o carro não atropelava o elefante". Aí eu levantei a mão, espírito de porco assim, né? Um cara que fala do Palmeiras, de final, de jogo. Eu fegi assim: "Dá para pôr o elefante de cabeça para baixo atravessando a rua?" Muito bom. Claro que não. Ele falou: "Não dá para fazer no software, mas
não existe o elefante". Não dá para pôr. Você não quer o elefante? Põe um dinossauro. Porque ele tinha posto um dinossauro no final. Vira o seu dinossauro de cabeça para baixo e faz ele passar a rua. Dito e feito, ele virou, pôis o carro passou por cima do dinossauro. Claro. Ah, esse é um problema conhecido em machine learning. El a inteligência artificial que não é nem inteligente nem artificial, porque ela é criada por nós, né? Então ela ela é natural, ela tá valendo da inteligência natural do ser humano. Não existe inteligência artificial porque a inteligência
é um é uma propriedade de organismos, não de mecanismos. Ela se baseia no passado. Ela precisa ter visto aquilo antes. Ela precisa ter visto para criar um futuro. É, é, você vai gostar disso. É o, é o universo de Laplaz. Sim, né? Onde não existe futuro, só existe o passado. Você pega o passado para um grande sistema de extrapolação, é de extrapolação do futuro. Aí eu comecei a pedir para ele fazer esses exercícios e o carro começou a matar todo mundo. Põe a menininha de cabeça para baixo fazendo baneneira. Em vez dela sair correndo linda
com a com a trança ou o vento, põe ela e fazendo uma, né? ponta cabeça fazendo aquele troço de ginástica olímpica. Matou todo mundo, né? E o espírito de porco da festa, né? Ou seja, não atravesse a rua fantando bananeira. Plantando bananeira se o carro do El Mosque tiver vindo. Mas você você já viu o autopilot dele funcionando? O o mais moderno agora? Não, eu vi o eu testei num muitos anos atrás o autopilot antigo. Eu não eu não vi o carro novo. Porque esse de agora ele tá um negócio assim que ele, por exemplo,
você vem na marginal ali, vamos supor que o Igor quando ele entra na marginal ele tem medo dos motoqueiros que passa, então ele já vai com o carro colado aqui na faixa para deixar os motoqueiros passar. Ah, tá. Se você faz isso tipo três, cinco vezes, o autopilot do Tesla já aprende e quando ele entrar na marginal, se é você, ele já vai colar na faixa, porque ele ele pega o estilo de direção de cada um. Mas esses problemas são como xadrez, quando o Blue, o Deep Blue lá, Blue ganhou, ganhou do do russo lá,
todo mundo chegou para mim e falou: "Não, acabou, estamos fritos". Só que assim, é um jogo de regras fixas, onde milhares de grandes jogadores do mundo testaram todos os movimentos que você possa imaginar. Se você tiver um sistema com uma memória explosiva, mas aí eu vou eu vou discordar de você sabe que ele não funciona com base em memória, né? Não, não, não. Eu sei, mas eu tô fazendo um exemplo gele, né? Mas se você tiver a possibilidade de alimentar o seu sistema com todas as combinações factíveis, claro, aí você chegaria. Mas você tem mais
do que você viu o que que ele tá fazendo, como que ele alimenta o sistema dele todas as câmeras de carro no mundo todo. No mundo todo. Exatamente. Mas tem uma questão hoje em dia que tá mudando, que é o uso combinado de algoritmo com líder, né? Então tipo, de fato, ele tá encontrando basicamente o seguinte, ele entende onde tem um objeto que tem algum nível de volumetria. Então isso era um problema realmente no come continua sendo uma merda, mas que de fato alguns problemas básicos vão ser. Problema básico. O problema básico, o próprio Touring
em 36 já sabia o Touring, todo mundo fala da máquina de Touring, que é a base teórica dos computadores, que todos nós temos, só que ninguém fala do oráculo de Turing, que a tese dele tem um capítulo que ele publica em 39 que fala o seguinte: existem uma classe de problemas que sistemas digitais, não, problemas não computáveis que não podem ser resolvidos. Para isso, nós precisamos de um oráculo para tomar a decisão. Quem é o oráculo? o ser humano. Isso. Então, ele já sabia que existiam limites da lógica digital que não permite suplantar a fronteira
que chega no nosso cérebro, porque o nosso cérebro, como eu disse, não é digital, ele é analógico. Então, o futuro da computação, todo mundo fala computador quântico, né? Todo mundo tá namorado, que ainda é uma máquina de touring. O futuro da computação são hipercomputadores que mesclam analógica digital, mas na verdade tem bastante já, né? computação neuromórica com isso aqui não, a computação neuromórfica nem é o que eu tô falando. Eu tô, eu tô verdade, mas tem que ter, você tem que ter componentes analógicos que suplantem os limites das do sistema digital e um dos limites
é a criatividade. Então, a pergunta que eu sempre falo pros caras de xadrez quando estão em meetings, que tem gente falando, falando: "Quem inventou o xadrez?" Ah, o ser humano. O seu computador consegue inventar um outro jogo? Não, ele ele parte da do pressuposto que existe um jogo, que existem regras definidas e que eu alimento essas regras claras. Mas quem definiu tudo isso? Da onde veio todo esse sistema? Então, uma máquina com um expert system, como eu já vi vários, que foi treinada com todas as sinfonias de Mozart, não vai produzir Elton John, não vai
produzir os Beatles, não tem a menor, então música sintética pro computador, né? Você ouve certas sinfonias que hoje são produzidas que você não consegue distinguir do nosso Mozard, Bethoven, a moda dele. É, é. Todavia, esse sistema jamais vai produzir Chico Boarque. Entendi. Então não tem futuro. Então qual é o ponto de levar a humanidade para um lugar onde o futuro é o passado? Para mim é bom. Seria muito bom se do ponto de vista futebolístico, porque o passado grandioso, né, vai ser repetido, mas pro ponto de vista humanístico da sociedade do futuro, eu não quero
viver nesse mundo. O mundo onde tudo que eu vou fazer até o resto da minha vida tá definido, decidido, não por mim, mas por um algoritmo que me diz, né? Eu tive experiências sensacionais. Uma vez eu tava com um dos melhores estudantes que eu tive na minha carreira e o menino levanta e começa a rodar em volta de mim na sala. Imagina, você tá discutindo a tese do cara, o cara levanta e começa a andar. Eu olhei pro, né, falei: "O que que tá acontecendo?" Aconteceu? Não, o meu Apple Watch tá me dizendo que faltam
2000 passos para eu completar o meu dia. Eu falou: "Não, eu falei pro cara e falei: "Você tá brincando comigo que você, a sua vida tá sendo regida pelo Apple Watch?" Sabe que hoje tem uns jogos que inclusive bonificam com cripto e as crianças ficam balançando num balanço assim só para contar passo, né? Um game developer na China, um engenheiro de gamer de uma grande empresa e ele me falou que eles têm neurocientistas no time. Não, lógico, eles basicamente na prática isso quer dizer gente para gerar engajamentos caras aí de algoritmo e isso aí falam
em todos os documentários. Os caras não mandam de computação, eles mandam de neurociência, neurociência e psicologia. É, e a pergunta chave é a seguinte: no mundo onde os algoritmos ditam a nossa vida, quem manda no mundo é quem escreve os algoritmos. Exatamente. E quem vai ser eleito? Eu acho que é qu, na verdade, é quem domina a a cadeia produtiva, porque não é quem escreve, não é o técnico, não é o codificador, mas é o cara que instrui como o que o algoritmo vai fazer. Exato. Que domina a cadeia produtiva. Del. Então, para para pensar,
você só vai poder comprar um ticket de avião se você tiver posto o seu lixo todo dia na rua às 8 da noite, no mesmo momento durante 300 dias. Quem vai decidir o algoritmo que vai reger? Parece uma vida de merda isso daí. Exato. É quase, é quase, quase que nível que você acha que a gente tá nisso aí? Não. E sabe o que é o pior? à medida que nós todos, e eu também, mas todos nós nos nos eh vivemos imersos 12, 14 horas por dia em lógica digital, o cérebro que é plástico e
que continuamente calcula uma equação de custo benefício, porque ele ele evoluiu para para otimizar a nossa sobrevivência, né? Então ele tá calculando, né, o que é bom e o que é ruim. Esse cérebro tá falando: "Opa, para eu sobreviver nesse mundo, eu tenho que me comportar como aquela máquina". Examente. Para mim nós tomamos conta do processo de evolução da nossa espécie. Nós estamos moldando o cérebro humano para se comportar como um sistema digital. Nós estamos pegando uma esfera e estamos tentando pôr num num quadrado. Nós estamos forçando o barato a entrar e o cérebro tá
falando: "Opa, se é isso que vai me dar, né, o benefício, vai ficar quadrado e vai ficar, eu vou eu vou quadrificar o meu, o meu minha esfera." E, e curiosamente as porções da esfera que estão sendo removidas são aquelas que nos trouxeram aqui. Intuição, inteligência, bom, eh, eh, a criatividade, eh, não, desrespeito à autoridade, pensamento fora da caixa e contra manada, né? Pensar com diferente de tudo que aquilo que dizem pra gente que a gente tem que pensar. pensa o que seria do Salvador dali Picasso, eh, num mundo desses? Não, você tem razão. Não,
um contraponto, mas interessante isso, cara. Um acréscimo também vejo a a sociedade indo por um caminho de merda, de conformidade, né? Conformidade, de homogeneização. Isso não, isso total. Mas olha, olha isso aqui também não não tem um um certo princípio de faz algum sentido. Se você colocar um algoritmo para fazer alguma ação, vamos dizer assim, estocástica ao acaso, por exemplo, assim, imagina que você tá programando um sistema para fazer um movimento, tá? um bonequinho que vai dançar, por assim, vai se mover sobre um uma um tabuleiro. Ao longo do tempo, é possível que você encontre,
você observe coisas que você não conhecia até agora. E a gente tem vários exemplos desses. Então, por exemplo, programar, por exemplo, experimentos com física quântica que usam um algoritmo para fazer determinada coisa ou ou sistemas do Google de pintura que pintam estocasticamente ou acaso e maior parte das vezes é merda. O que acontece? Eu há dois anos, não, três anos atrás, eu fui falar num desses TED Talks, TEDEX Talks. E, e tava falando sobre um negócio que era um campo que eu tava começando a a desenhar aqui, que eu chamei de campo das heurísticas sintéticas.
E o que que seria isso? É um campo em que a gente coleciona coisas que a gente descobre que a máquina faz completamente ao acaso, o algoritmo da machine learning completamente ao acaso. Não porque eles têm um sentido em si ou eles vão trazer qualquer vantagem pra nossa vida, não trazem, mas porque eventualmente aquilo pode inspirar reflexões, maneiras de de de das coisas, fenomenologias que a gente não conhecia. E eu fui colecionando algumas e encontrei várias. Tem muita coisa que a gente olha e fala: "Mas que coisa doida! Eh, é, por exemplo, formas eh formas
matemáticas, estruturas geométricas, que você fala: "Cara, eu nunca imaginaria que isso aqui poderia existir e ainda assim existe." Então, eu acho que assim, existe a possibilidade de usar o algoritmo para fazer trabalhos que não são direcionados, eles não tem o propósito. Acho que o o o Miguel definiu perfeitamente a questão do propósito é fundamental. A e e a questão generativa, né? A máquina que cria sinfonia não vai criar Chico Boar. Você comp razão. Ainda assim eu posso coletar lá no meio alguns exemplos interessantes de coisas e aprender formas de pensar o mundo são alternativas. Eu
desenvolvo. Eu faz 32 anos falesse papo novo das Eu comecei a programar eu comecei a programar em Fortran que ninguém sabe mais o que é. Eu sei. Claro. Você lembra do, você deve lembrar do PDP 11, PDP tua 12, tá? Que você entrava no PDP1. Que que é isso? É o computador. Você entrava dentro dele. Você entrava dentro da CPU. Imagina um computador que é um armário que você entra dentro. Você tinha 32k na memória programasse de de umas fitas e tal. Tá Eu passei por todas as fases. Fita, flop disc grande, flop disc pequeno,
fita de cassete, né? Até aí programei em outras coisas, né, pro log, programei em várias linguagens e aí eu deixei de programar porque tava porque eu comecei a pensar de acordo com a linguagem que eu programava. Ah, acontece isso. Acontece. Eu programo bastante, você acaba chega no final do dia às vezes, cara, você tá pensando igual, você tá pensando em basic, você tá pensando. Aí eu eu aprendi no na última tentativa que a última coisa que eu fiz muitos anos atrás em C, né? Uhum. E de repente eu senti o mesmo fenômeno que eu senti
enquanto eu tava aqui na faculdade. Depois do meu curso intensivo que eu sempre faço sozinho. Eu passei um fim de semana e eu tava pensando em ser dos loops, da da das coisas. Então o cérebro ele vai se moldando de acordo com aquilo que você põe ao redor dele, tá? E e tudo, o que que é isso tudo? O que que o que que é o big tech? O que que é o casamento que pouca gente fala de conveniência do big tech com big money? É o big control. Ah, sim. Tá. É a tentativa de
criar um um software, né, que não é um não é um programa trivial, mas é um sistema que mantém o comportamento humano dentro de certas barreas. Hoje a gente sabe, é um meta é o meta, cara. É, é um meta que tá sendo criado, né? Eu tenho um aluno que trabalha lá inclusive no laboratório do metaverso da cara. O metaverso é a coisa mais que eu entrevistei o Kennedith Correia que é um cara que manja do metaverso. Cara, a coisa mais absurda que ele falou é o seguinte: quando você sai do metaverso, o metaverso continua,
o mundo não para. Não é igual o jogo que você desliga, o mundo continua e você tem o nosso mundo aqui que continua. Vai chegar um momento, olha que coisa maluca, não? Que você vai querer saber qual dos dois mundos que eu quero perder mais ou menos coisa, cara. Talvez no meta seja um mundo mais legal de eu ficar, mas pro cérebro vai chegar um momento em que ele vai, ele não vai saber mais onde ele tá. Olha isso aí. Vai ser uma doideira, hein? O Matrix, o primeiro filme do Matrix, a primeira vez que
eu sentei no no cinema para assistir o Matrix, fui com meus filhos, né, porque eu nem sabia o que era aquilo. Sentei lá, três moleque americano, imagina, né? Eu olhei o filme 1999 acho. Isso, isso, isso. Eu e você tá no interior da C do Norte, você não tá em São Paulo, você não tá no Rio de Janeiro, você tá em Duran, North Carolina ou Chapel Hill que você conhece, que é um troço desse tamanho. Eu sentei no cinema e era para se divertir, né? Era para, né, o sábado à tarde parecer. E eu comecei
a ver aquele filme, falei: "Carcilda". E os caras foram literalmente no nervo. Uhum. no na questão do que vai pode vir a ser o futuro, você não vai saber distinguir. É isso mesmo. Você pode não conseguir distinguir, tá? Porque o cérebro vai ficar em dúvida, porque a simulação começa a ser tão real, né, de um certo nível, que o seu cérebro incorpora ela como se fosse a extensão do que tá aqui, né? E a quem serve isso? Não é nenhum de nós. Claro, é fã. Tem um monte de coisa que você pode fazer que, né?
Interessantíssimo. Eu fiz isso com macaco. Os macacos quando você pedir pro cara falar, cadê a metade do seu braço? A outra metade tá lá dentro do metave. Não, não, mas é o que eu ia falar. Não, mas é o que isso que eu ia falar para você. Nós criamos um macaco com oito braços, tá? Nossa. Só que ele não eram físicos, eram virtuais. Olha aí. terminava o dia, porque era o momento mais alto da vida do macaquinho no laboratório, era esse, onde ele entrava no mundo virtual, igualzinho a gente faz, e tinha múltiplos apêndices para
brincar, cara. Terminava, terminava a simulação, o macaco ficava procurando, olha só, com os dois braços dele, ele ficava, sabe? Ele tava tentando achar onde tá o barato que ficou tão legal, porque ele recebia recompensa usando braços artif. Nós fizemos um macaco que é a primeira interface a máquina. Pera aí, cara, pera aí, perí. Sério? Pera aí, pera aí. Tem um macaco, vocês vocês pegaram um macaco, colocaram, eh, botaram, botaram um dispositivo na cara do macaco que ele ele tava dentro do mundo virtual. Era como se fosse um óculos Quest para mim. Aí ele tava no
mundo virtual, ele olhava, tô no mundo virtual, beleza? E aí ele olhava aqui no sovaco dele depois, depois quando ele saía. Não, mas o Rico tá querendo saber antes. Ah, é assim, ele no mundo virtual, ele olhava aqui, desse lado tinha três braços e desse lado três braços. É, nós começamos com dois, tá? Então ele tinha quatro, ele tinha os dois dele e os dois virtuais. Chegou a um ponto que o macaco conseguia realizar uma tarefa onde ele combinava o movimento dos dois reais com os dois virtuais. Ai, que doideira. E aí, e aí ele
ele ele conseguia com a com a mente dele, ele comandava esses braços virtuais, isso como se fossem realmente parte do corpo dele. Então assim, ele mexia esse que era independente desse aqui. Isso. Isso. Então ele tinha o cérebro dele conseguia fazer com que ele usasse seis braços. Vai, quatro braços. quatro braços de forma independente e é pior, sendo que no mundo real ele só tem dois desde Mas aí quando você tirava o óculos do macaco, ele continuava achando que ele tinha ele podia podia por quê? Porque quando você entrava no cérebro, no cltex motor dele,
tinha a representação dos braços virtuais. Meu Deus, cara. Você tá entendendo? Então, o dá isso com o ser humano que dá isso aí, cara. Imagina, você vai, você vai viver para ver tá acontecendo agora. Mas sabe, eu vejo uma questão aí que eu acho que a gente sempre tem que ter consciência dela. No fundo tem dois metaversos e não um. Um é o metaverso virtual. E o metaverso virtual você tá fechado com aquela caixa de sapato eletrônica na cara chamada óculos de realidade virtual, no qual você vive uma coisa que tá absolutamente e mas você
sabe que nem precisa mais, né? É, nem precisa mais. Tudo bem. Você faz um implante retiniano agora. Já tá em cim seu. Já tá chegando. Sim. Agora isso aí tá no caminho. Sim. Sim. E lente contato setão. Mas tem o outro. metaverso, que é o metaverso aumentado, da realidade aumentada, que vai jogar uma camada sobre você, seu olho. Esse é onde eu faço aposta mais forte. E esse não é tanto uma o objetivo dele não é tanto te alienar da realidade física, mas complementar ela com como foi o Google Glasses que não deu certo, só
que com informações assim, por exemplo, você vai chegar numa loja ou por exemplo você no supermercado, você vê lá os as propriedades nutricionais de um de um de um produto, o preço, é exatamente a sua relação com o espaço urbano vai ser complementada como num Pokémon Go. funciona diferente no sé. Mas veja, nós estamos publicando um trabalho a qualquer momento onde nós criamos um sexto sentido. Nós já publicamos vários nessa área, mas esse tá tem umas coisas maravilhosas. Isso é essa área. Nós queremos um ratinho que e tem sinestesia porque ele ele toca luz infravermelho.
Ele não vê a luz infravermelho porque a retina dos mamíferos não tem fotorreceptor que pegue na comprimento de onda da luz infravermelha. um det luz infravermelho na testa dele e mandamos sinal elétrico que sai dele mostrando onde tem fontes de infravermelho ou a toda, né, o calor tal, direto no cortextil dele, na parte da face, que são os bigodes do as vibriças do rato, que são os dedos dele, são os órgãos táteis mais importantes. Pois bem, deixamos os ratinhos vivendo no mundo infravermelho. Caramba. metaverso do ratinho, do metaverso, mas infravermelho, de uma coisa que eles
nunca experimentaram. De repente os ratos conseguem seguir fontes de luz infravermelha para procurar comida. Então, a gente a gente cria um feche de luz intravermelha, o cara vai atrás da luz. Não, a gente não vê a luz, mas eles estão tocando uma luz invisível. Bom, o trabalho que tá que a gente mandou agora, a gente registrou em múltiplas áreas do cérebro, que não foi a área onde a gente jogou o sinal, áreas tod, né, diferentes que estão conectadas, mas são diferentes. O cérebro inteiro do bicho processa em f vermelho agora. Nossa, isso é maravilhoso. O
cérebro inteiro você criou uma nova realidade. É uma realidade. E nós provamos que ele mistura ambas. Aí sim ele ele consegue discernir quando eu toco a vibrista dele continua não tendo problema nenhum, mas ele incorporou uma nova modalidade sensorial no hardware, né, que tá sei lá quantos anos que tem rato no mundo, uns 40 milhões, 50 o upgrade do do ratinho, tá? Então isso é quando para só para mostrar para você qu plástico, quão quão eh maleável a nossa o nosso cérebro é, né? E tem gente estudando isso para ganhar dinheiro. Muito, não é pouco
não. Muito. Um ponto importante é que na primeira infância, logo no começo da vida, o cérebro é mais plástico. E hoje em dia, ainda que o VR seja recomendado só a partir dos 7, 8 anos, tem muita criança menor que tá mexendo com isso. Além do do risco epilético, tem umas séries de uma série de riscos neurológicos. O fato é que de fato você vai gerando uma uma plasticidade num sentido que ainda é imprevisível e não é talvez não seja tão legal. Queria que você comentasse um pouco como seia tem três anos, cara. Se ela
tivesse aqui, ela ia tá aqui na televisão. Sim. Isso. A a distração mais comum que você vê em aeroportos americanos é a mãe ou o pai dá um céu telefone celular. Isso. Calma. Fica com tablet aí. Criança do anos. Criança que não aprendeu a falar. Exato. Criança que não aprendeu a escrever que, né? Então isso tá mudando, tá mudando o desenvolvimento, o neurodenvolvimento, o neurodenvolvimento de dessas crianças. A gente não sabe no que vai dar isso. Agora os fineses, né? Imagino, imagino que seja pos gosto de acreditar que é positivo. Pode até ter certas coisas
positivas, mas tem aspectos positivos. Mas tem aspectos deletérios também tem. Eh, tanto é isso que eu falei, os finlandeses resolveram tirar computadores das das primeiras classes do ensino alimentar, porque as crianças não não estavam perdendo atributos importantes cognitivos se de acordo com o que eles viram lá, tá? Então é o contrário do que a gente ouve, né? contrário. Tem um papo nisso que também é escrita manual, né? Como é que você vê isso? É, não, isso é outra coisa muito interessante. A a caligrafia humana é uma das coisas mais, se você estudar a evolução histórica
disso, né, que vem de tempos e memoriais h 5000 anos atrás, quando a escrita apareceu, existe uma diferença muito grande do da escrita coniform, quando os caras usavam uma ferramentinha para fazer aquele, se você for ver, é impressionante. A é na pedra de barro, né, que depois eles queimavam para solificar. grav versus os orientais chineses que usavam tinta, né, usavam o, né, toda a analogicamente usavam a mão, né, para criar formas, né, para escrever. Tanto é que a caligrafia hoje ainda continua sendo uma das coisas mais importantes na educação em países da Ásia, né, na
China, no na Coreia, no Japão. Eu acredito que esse exercício analógico de você exercitar criação de formas com o seu com seu mão direto, né, com tinta, pincel, coisas, é muito importante pro pro pra coordenação motora, né? E o que ocorre? Todos nós aqui devem ter experimentado essa sensação nas últimas décadas, quando você tá digitando, tenta escrever de volta, tenta pegar um texto de três parágrafos e copiar na mão para para quem não faz, né? Eu gosto de escrever a mão. Eu também adoro. Eu gosto caneta, tinteiro. Para mim é todos os meus roteiros de
vídeo que eu faço é tudo escrito à mão, cara. Então, mas os seres humanos estão perdendo a habilidade, né? Uma das habilidades que nós estamos perdendo é essa. Outra é vocabulário. O vocabulário humano tá contraindo. Nos Estados Unidos, vários estudos estão mostrando isso, né? Nós estamos eh homogeneizando para baixo o número de palavras usadas e o número de palavras conhecidas. Car, né? Então tem perdas. É. Ô Miguel, tem um negócio que eu acho muito interessante disso que é ligado à retenção, né? A gente tem uma série de estudos que mostram que quando você escreve você
não lembra mais. Eu brinco com meus alunos e falo o seguinte: "Cara, escreva sim, porque na hora que você escreve", o que eu falo, hein? Totalmente, você pode me xingar, eu falo assim, na hora que você tá escrevendo, cara, você cria uma conexão direta, cara. É, não. E aquilo você vai lembrar se você digita, porque acontece, o cara tá digitando, aí chega uma hora que eu falo assim: "Ah, vou digitar nada, cara". Conttrol C, conttrol V. Você tem uma ideia? Tipo, pega esse pedaço e colo aqui. Como isso é importante, eu concordo plenamente com você.
Eu tinha um professor no Bandeirantes, aqui o colégio de Bandeirantes, chamava professor Fregonese de química. Eu nunca entendi isso até eu ir pros Estados Unidos começar a fazer pesquisa. Ele dava nota pro seu caderno. Olha que legal. Então ele vinha, parava no meio da aula, imagine aleatoriamente. Ele parava a aula, ia num cara aleatoriamente na classe e via o caderno do cara. Se você tivesse feito, copiado a aula, correta, os símbolos corretos, você ganhava ponto na média. Se não tivesse, você perdia. De repente só tinha artista gráfico na minha classe, entendeu? Aqueles cadernos maravilhosos, aqueles
cadernos maravilhosos, desenho. E não era só as meninas, não, né? todo mundo. Por quê? Porque houve um incentivo de recompensa e todo mundo começou, né, a caprichar naquele negócio. Pelo que você tá falando, assim, pelo pelo que a você tá propondo, eh, se a gente perde, se a gente começa a negligenciar a habilidade de escrever, eh, a gente tem um efeito na nossa coordenação motora que pode ter um efeito em diversas áreas de forma, pode ter efeitos cognitivos, várias coisas. Então é isso que é o problema, a automação, A automação que é um fenômeno que
não começou agora, tá? Tem um um dos grandes cientistas sociais americanos que se conhece, pouco conhecida no Brasil, chama Lewis Mford, que me inspirou durante décadas, eu li praticamente a obra inteira dele. Ele conta a história da automação desde lá, né, dos egípcios nos canais do Nilo, enfim, Mesopotâmia. E ele mostra claramente que o processo de automação ele começa a remover a gente, ele coloca intermediários entre a gente e o mundo natural. Isso é a primeira coisa. Mas ele começa a alterar comportamentos cognitivos, não só motores, tá? E o qual é um dos maiores eventos
dos últimos 80 anos? É você deixar de usar as mãos para escrever e digitar, né? Tem um teclado e vai acabar, tá? O teclado vai sumir. Para você ter uma ideia, eu não digito no celular eu não digito nada. Deixa eu te mostrar aqui como é que Não, agora você faz com os dedos, né? Eu eu desenho uma parada, por exemplo, vou escrever aqui teu nome, Miguel. Não, não, claro, mas isso vai mudar. Tá mudando agora. Isso que eu É que assim, isso aqui já é muito pior do que só digitar, eu acho, né? É,
não é? Veja, cada vez que você coloca um intermediário, você rompe um processo natural que nós evoluímos milhões de anos para fazer, você tá alterando a nossa biologia, a nossa neurobiologia, tá? Os efeitos, nós nós não nascemos para isso, né? Não, os efeitos. Eu tenho uma piada, você vai adorar essa que eu ouvi em Princeton. Diz que um aluno nos anos anos 50, começo dos anos 50, chegou em Princeton e tava sendo recrutado, né? E foi reclam, foi conhecer o Einstein, no Instituto de Estudos Avançados e virou para um Einstein quase chorando. Não, eu quero
vir para cá, mas eles estão me oferecendo muito pouco de startup money, eu não vou conseguir comprar, não sei o que era um laser. O meu laser não vai vir, não vai vir o computador que eu quero fazer lá de do MIT, não vai vir negócio. Professor, o que que o senhor acha disso? Como é que o o que que o senhor fez? O que que o senhor usou para fazer sua ciência? Aí diz que o respondeu: "Lápis e papel mesmo? Quer dizer, o moleque tava chorando as mágoas porque ele não podia vir pro melhor
lugar, um dos melhores lugares, né, da dos anos 50 da física, porque ele não ia ter o quê? Um equipamento X, uma coisa. E isso tá acontecendo nos Estados Unidos hoje. Ou você não faz mais teses com perguntas, você faz teses com techniques, com tecnologias. Que técnica eu vou usar? É que a pergunta mais frequente que você ouve de um aluno de pós-graduação hoje em dia, tá? sendo que o cientista, tudo bem, você pode usar um monte de coisa, mas o seu interesse é que pergunta o que que você quer responder, que você quer responder,
né? E essa história do Einstein é muito muito muito poderosa de mostrar a o que você acabou de falar, a transição, a transição do modo de pensar humano, tá? Então as as pessoas, a singularidade nunca vai ocorrer, é uma impossibilidade computacional e matemática, tá? Mas na mente de muitas pessoas ela já ocorreu. Já ocorreu. Exatamente. Porque o que a história da humanidade é? A história da humanidade é gerar. Alguém gera uma abstração mental poderosa, um deus, né? Um um um uma ideologia política, um time de futebol. E essa abstração mental, em alguns casos, com razão,
vira mais importante que a própria sobrevivência do indivíduo e da espécie. Tem pessoas hoje capazes de matar um indivíduo porque ele tem um outro Deus. É verdade. Concordade tem pessoas capazes de matar outro indivíduo porque ele tem uma outra visão ideológica do mundo, né? E o que que é tudo isso? Criações da mente humana. O dinheiro. O dinheiro é a prova clara. O que que manda no mundo? Desde que o mundo, né? Desde que os grandes aglomerados civilizatórios, cidades surgiram, os comércio explodiu. O o rei da Lídia decidiu que era muito complicado dar barra de
ouro, barra de prata para pagar pelo que ele tinha que trazer com a persér. Ele falou: "Não, vou criar um negócio melhorzinho. Criou uma moeda, uma moeda que ele punha um metal muito mais barato, que era o elétron, né? Mistura de prata com ouro, diminuía o preço do da manufatura. E de repente pegou todo mundo." Aí ele foi pro oráculo de Delfos. Essa é a melhor história que tem no Heródoto. Foi o Oráculo de Deus, falou: "O rei da Pérsia vai invadir o meu reino". A pergunta que eu tenho pro senhor oráculo é: quem vai
ganhar a guerra, né? Porque ele era um rei poderoso da Lídia. E o oráculo respondeu: "Um grande rei será o vencedor". E ele voltou paraa casa todo feliz e maravilhoso, achando que era ele. Mas o oráculo nunca disse isso, né? O oráculo disse que um grande rei, foi o rei da Pérsia, né? que acabou com ele, queimou a cidade dele enquanto ele via em correntes a cidade pegando fogo, né? E com que ele pagou o oráculo? Com moedas. Com moedas. O primeiro grande enganador da história foi oráculo de Delfos que ganhou, né, o pagamento moedas
para dizer que um grande rei ia ganhar. Por outro lado, desculpa, Álvaro, rapidão, por outro lado, eh, será que eh essa nossa nova maneira de interagir com a realidade, por exemplo, ao invés de escrever, eu posso digitar e agora eu passo a desenhar com o meu dedo a palavra que eu quero? Será que isso também não tem um não traz pra gente um um novo passo, uma novas possibilidades de evolução até? Claro, sem dúvida, sem dúvida. Não há dúvida, não há dúvida. Nós não estaríamos aqui conversando se algum maluco na Mesopotâmia não tivesse inventado um
arado com a uma formatura que raspa a Terra mais fácil e revolve a Terra em vez de simplesmente abrir uma vala. Então, os avanços tecnológicos, né, sempre tiveram, sempre propiciaram saltos, né, saltos de desenvolvimento, saltos civilizatórios. O problema é quando você permite que essa tecnologia esteja acima de certos valores humanistas, tá? Tá. A tecnologia, todos nós dependemos dela para sobreviver. Ah, mas você vaiar dessa história. Eu tô escrevendo um livro de ficção científica. Ah, que legal. A primeira tentativa na minha vida. Minha mãe é escritora, né? Minha mãe. Eu saí do Brasil porque se eu
ficasse no Brasil eu ia ser o filho de Gisel da Laapta Nicoleles. Então eu tive que ir embora porque tinha que fazer uma coisa por mim mesmo. E ela escreve pra criança a vida toda, mais de 150 livros já publicados, né? Aí eu falei: "Não, eu preciso escrever um livro de ficção científica". Mas o meu livro de ficção científica começa no momento em que algo destrói toda a sociedade eletroeletrônica. Olha só, uma tempestade solar perfeita. Uma grande emissão da Corona solar. Ah, que legal. Tu acertou. Não, por isso que eu falei, por isso que eu
falei para ele, por isso que eu falei que ele ia gostar. Um Coronal Massion aconteceu uma vez na na cara duas 1859. Exatamente. Evento Caron queimou toda a rede telégrafo do mundo. É do mundo. Só que era uma merreca, né? Duas semanas atrás teve um choronal massa só que foi na direção oposta da Terra. Exatamente. Que bom. Que bom, né? Porque nós não estaríamos aqui conversando. Se vem para cá, o que que acontece? Tudo acaba. Depende. É, hoje assim, o pessoal consegue manobrar os satélites e tal, mas é é um cenário super realista, cara. Hoje
a gente depende da tecnologia total de comunicação, de tudo. Isso. Na prática acontece que queima tudo. É o quê? Queima satélites, queima tudo. Internet não tem. Comunicação via rádio, banco online, some, refrigeração, tratamento de água. Sabe o que que o pessoal chama isso aí? livre. Eles chamam da porque a Terra já passou por cinco extinções em massa. O pessoal chama essa aí da sexta extinção em massa. É isso aí. O dia que acontecer e pode acontecer, cara. Já aconteceu. Já aconteceu. Mas é previsível. Aí é que tá. Não é 24 horas. É. Não, quando acontece
lá demora três dias para chegar aqui. Não, demora mais ou menos. Mas a Cington Evento foi 27 horas. Isso foi 27 horas. Porque você tá ouvindo a televisão do Jornal Nacional? Você tá no Jornal Nacional e o Bonner fala assim: "Senhoras e senhores, esse é o último jornal da história, esse é o último jornal nacional, né? E não, hoje um grande esforço que tem é porque isso isso é é legal para caramba, porque a gente não consegue prever se vai acontecer. O que acontece é o seguinte, quando você vê ela vindo do sol, não, mas
não, mas é muito, você não consegue prever o evento, mas se você começa a ver as manchas solares, isso coalecerem e a a dimensão da dessa coescência é maior do que a Terra, por exemplo, o volume é crítico. É, mas aí pode acontecer ou não, pode acontecer ou não, mas se você vê esse barato formando e você dá para ver, né? Isso é fácil de ver. Isso pessoal hoje tem tem gente que estuda isso o tempo inteiro. É, a NASA monitora isso o tempo inteiro. Na hora que surgiu, a hora que deu a emissão, que
é a parte externa, né? Isso do sol, que é vai pro espaço 27 horas. então a premissa do teu livro não é tão real. Não, não, mas aí eu falo o que acontece. O que acontece com e a extinção em massa mesmo? Se não posso contar o resto, né? Sem spoiler, né? Vamos comprar o livro. Não, mas sabe quem era? Sabe, vocês já ouviram, vocês já ouviram falar, mas lembra do Aanaten, o faraó maluco do Egito, que foi o primeiro a propor o monoteísmo no Egito, que era o sortudo que casou com a nefrete. Quem
viu a estátua da Nefretite sabe que a Kenaton deu sorte na vida, né? Pois bem, sabe quem o Akenaten? O deus do Akenaten era o Aen. Sabe quem é o Aten? Não é o sol, é a coroa do sol. É a parte externa do sol. Ou seja, os egípcios já sabiam coroa era o negócio. Nós estamos falando muito tempo atrás, 2000 anos atrás, mais, né? 1300 alguma coisa, se eu não me engano, antes de de Cristo. Então, os caras já tinham a noção. E ele tem uma oração pro Deus Atenu e onde ele basicamente diz
o seguinte: "De ti tudo vem. Quando tu sorris, toda a vida floresce. Quando tu dormes, tudo morre. Caramba. Aí que demais, hein? O cara sabia que era a energia solar que faz toda a vida existir. Ele sabia ou ele achava que era e tava certo? Olha. Ah, boa o cara. E e por curiosidade, a última coisa que eu vou falar sobre o querido Aenaten é que o Freud publicou um livro no final da vida dele achando e depois foi seguido, teve vários estudos, vários livros, eu li dois sobre a história, que Aenaten e Moisés eram
a mesma pessoa. Eita! Isso é maluco, não é? Genial. A história é genial porque ele cria o monoteísmo, né? Ele instala o monoteísmo e de repente ele tem gente que acha que ele morreu, que ele foi assassinado porque os os sacerdotes do do do outros deuses foram lá e deram uma bimba nele, puseram a nefret, que, né, não é nada mau. E e outra versão é que o Kenatin foge para uma região do delta do Egito, onde os judeus tinham uma primeira colônia deles, né, que eles foram capturados e depois, né, libertados. dia ocorre que
José, né, tinha uma filha, José que trabalhou pros faraós egípcios, que casou com o faraó anterior. Então eles acham que essa o Freud publicou esse livro, que ele na realidade é Moisés e que o Deus, o monoteísmo que nós conhecemos judaico, né, da tradição judaico cristã, esse Deus. Exatamente. Tem um tem um acréscimo nessa história que é o seguinte, né? O Freud no Tottenham tabu, ele justamente assume que existe um um momento inicial do surgimento do monoteísmo, que é um momento de trauma, que é um momento de dentro da família em que você faz aí
o luto do pai e no final das contas esse seria uma estrutura que se reproduziria em todas as sociedades. Acho que o Freud torcia pro Vasco, viu? Não, mas mas vale pensar isso porque tem é é de fato ex pode, você tem a visão que é tipo assim efetivamente a essa transição, tem a outra que assim poxa, talvez seja um um tipo de de mito de uma uma estrutura, um mitema, como falava o Levistroso da nossa sociedade que vai ressurgindo também. Valeria assim, vale essa versão e e tem gente que fala: "Não, na verdade o
grande lance é que isso ressurge, essa ideia de fundar uma um, né, uma uma religião em cima de um Deus único, no fundo é uma alusão ao Pai. que tem a ver com a gente precisam conversar com Henri Cristo para solucionar tudo isso aí, né? Mas o livro do senhor chama como? Já tem nome? Já tem, mas eu não posso contar. Não pode. Não tem spoiler nenhum hoje. Quando que vai lançar? Assim que eu terminar. Não, não faz essa pergunta que amanhã minha editora telefona. Ah, é? Mas tá ficando legal. É, já tá trabalhando ele
há bastante tempo. Porque tem muito a ver com a brainet. Olha que Mas mistura com essa parte. Olha só, único, né? Aí sim. Acho que vai ser bem legal mesmo. Tá trabalhando nele há muito tempo já. Eu eu comecei um pouco antes da pandemia, eu tive que parar, né, por causa da de todo que eu fiquei trabalhando na pandemia, tempo integral e agora eu comecei a retomar, né? Mas eu espero que mais uns dois meses, três meses eu termino. É, não, não falta muito não. Tá na metade. Durante a pandemia tu falou que tu ficou
trabalhando tempo? Nossa, eu eu eu comecei minha carreira na faculdade de medicina na USP, fazendo epidemiologia bacteriana quando eu era aluno. Eu mapeei. Você vê como é loucura, né? Ninguém sabia usar computador e os relatórios é médico, né? Eu sou médico. O os relatórios o senhor chegou a ser contemporâneo da Ester ou não? Claro. Ela é uma na minha frente. Ah, que dema amigona. Não, eu vi, eu vi. A Estter é sensacional. Sensacional. A Estter, nossa, eu conheço ela desde de 79. Que demais. Então, mas o eu a Comissão de Infecção Hospitalar do HC publicava
os relatórios de infecção hospitalar em cobol, car, em tabelas de cobol e dava pros médicos. Quer dizer, o cara olhava, era aquilo grego e aramaico, era a mesma coisa, ninguém dava para entender nada. E eu recebi em 81, 82, perdão, a primeira remessa de Apple 2 da USP. E na mão de um aluno de medicina tinham 12 Apple 2 disponíveis na medicina, porque ninguém sabia usar, né? Ninguém. E eu pus os 12 Appleã que dois que tinham lá na sala de informática médica para traduzir o coball para basic e criar gráficos, gráfico de barra para
entregar pro médico. E de repente eu comecei a mapear como as infecções hospitalares tinha uma UTI lá no HC que morria 100%. Se você pegava clebzela, pneumone, nunca vou esquecer isso, era 100%alidade. E eu comecei a mapear o espalhamento dessa espécie estafcocosauros pelas UTIs e eh enfermarias do hospital e comecei a perceber que era os enfermeiros, o médico ou quem andava no motei que saia andando, ia levando para outro lugar e ia aparecendo ciclicamente. Então eu comecei a definir as temporadas da Clebzela, da Staflo Auros, tal e aí eu ganhei o prêmio Osvaldo Cruz na
faculdade de medicina, né? E foi isso que me inspirou a ser neurocientista. Abandonei toda a epidemiologia e fui fazer neurociência. Pois bem, explode a pandemia, eu tô aqui no Brasil preso. Ah, o pessoal, os governadores do Nordeste decidiram criar um comitê científico. Eu tô em casa no domingo à noite, me ligam e falam: "Olha, nós precisamos, o ex-ministro Sérgio Rezende aceitou ser coordenador, mas queremos que você seja o o ccoordenador desse comitê". Eu falei: "Bom, eu sou neurocientista". Falou: "Não, mas nós precisamos, né, tal, tal". Bom, eu fui ver a minha tese de de formatura,
comecei a ler, reler tudo, tava lá em casa mesmo, e de repente eu virei epidemiologista, né? Ninguém sabe que eu publiquei esses trabalhos, foi publicados nos Estados Unidos, tal, foi um a, né? Porque eu eu mostrei que espécies estavam conversando uma com a outra, elas estavam trocando DNA. Espécies de quê? De bactéria, tá? Miguel, tem uma coisa interessante sobre isso agora, né? Você publicou um artigo, na verdade um preprint, né? Para quem tá em casa, esse o artigo que sai antes da de sair na revista científica correlacionando dengue e e covid. Qual que é essa
história? Existe um nós já publicamos ele já pub é saiu no scientific reporter a primeira metade dele. Nós estamos publicando a segunda parte, nós estamos andando. Nós começamos, bom, eu estudo neuro, estudo redes neurais, eu comecei a criar uma teoria de redes virais, diferentes vírus interagindo entre si com o ser humano, o sistema imunológico ser humano, sendo o mediador. Errado, hein? É porque o que aconteceu foi o seguinte, a dengue em 2020 era para ter explodido, era para ter tido a maior epidemia de dengue da história, porque 2019 foi um horror no mundo. Quando a
Covid explode e a dengue some. É isso que muita gente fala, né? Pessoal fala isso, né? Não, nós nós fizemos uma análise do ano de 2020 e mostramos que em vários lugares do mundo isso aconteceu. Em 2021, a correlação desaparece, mas a gente tá com desconfiança, que tem algum tem alguns problemas que nós temos ver nos dados, né, daqui do Brasil, por exemplo. Só que agora quando deu uma relaxada depois da Omicron, a dengue explodiu de novo. Então eu nós estamos trabalhando com modelo competitivo, tentando ver se é possível que os vírus nos usam. Ah,
agora é a nossa vez. É, é, é, vou vou ou se tem alguma imunidade cruzada, né? Essa hipótese eu levantei. Essa hipótese, essa hipótese que eu levantei, se você ter tido dengue antes protegia você de certa maneira ter coronavírus ou o inverso. Então, nós estamos estudando essa relação. Nós publicamos a primeira metade do estudo. Quer dizer, o ano passado eu publiquei um estudo de epidemiologia depois de 40 anos, né? que é não é nada mau não. Mas o o que eu tava mostrando é quando eu terminei essa tese do mapeamento espaço temporal de bactérias, eu
criei o software que eu usei para mapear interação de neurônios. Olha que demais. Quando eu chego no laboratório do John Shaping lá, eu tinha o meu próprio software para estudar redes neurais e eu usei, em vez de uma bactéria, eu usei um neurônio. Então eu usei a mesma matemática, a mesma coisa que eu tinha aprendido aqui, né? E isso me deu uma vantagem, saiu lá na frente, sair na frente, porque não tinham métodos e matemáticos para estudar isso, né? Entendi. Então, é é isso que eu digo, a verdadeira ciência, na minha modesta opinião, não é
uma não é tecnologia, não é desenvolver tecnologia ou fazer tecnologia. O cientista tem que ser treinado para ter uma mente generalista, aberta. Ele pode ser um especialista de neuro, de imunologia, não tem nada. Mas se você é um biólogo, tudo isso aí é biologia, né? Você tem que pensar na biologia como um troço macro. E você pode sim usar as suas a sua o seu treinamento específico para abordar outras áreas da biologia. E foi o que faltou na pandemia. Nós tínhamos, o meu professor sempre falava, os especialistas que sabem tudo do nada, né? Quando nós
que a gente chama. É exato. É. Então isso é uma coisa muito importante no ensino de ciência. Nós falamos de ensino de ciência. Você não quer formar técnicos. Sim. Você quer formar pensadores. É muito diferente. Exato. É, é um modo de pensar diferente de um de um, né, de uma coisa antidogmático, né? Bom, eu fui falar, espero que um dia desses eu vou falar com o Abel, mas isso é verdade. Eu falei com o Felipão 10 anos atrás, falei: "Veja, Felipão, você criar um time invencível de futebol, um time quase que imbatível, não tá só
na biomecânica, tá aqui. Ah, você tem que eh a prover essa criançada com educação, com processos cognitivos que permitam que eles tomem decisão numa fração de segundo, porque eles já vão ter pensado, eles já vão ter elaborado mentalmente o o espaço do campo, as relações sociais do seu time. E eu propus uma tese que eu publiquei, inclusive aquilo que eu falei dos macaquinhos sincronizados e ontem eu fui ler uma revisão que nos citou esse trabalho. É mais sensacional. Eles registraram o EEG de um grupo de eh músicos clássicos de um quarteto de câmara. Que que
é um EG? EG é eletroencefalografia. São os sinais elétricos que você registra aqui no couro cabeludo. Você não põe nada dentro do cérebro. Você registra superfície. Aquele capacete lá. É um é coisa que nem a touca de natação, só que tem uns eletrodos planos que você aplica na superfície da cabeça e você registra a atividade elétrica. Foi o que a gente fez na Copa. Claro. Os caras registraram os caras, os quatro caras que tocam juntos há não sei quantos anos. e o cérebro deles sincronizam em diferentes momentos da música. Então, na realidade é aquilo que
eu falei, aquele negócio do olhar, né? É, olhou, já sei. Exatamente. Quando o cara do violino começa o movimento, né? O cara do violancelo já sa o cérebro do cara do velancelo milissegundos antes já. Exato. Já está sincronizado a ponto de saber, né? Então, a mesma coisa se aplica para um time, um time de futebol para um casal, né? Mais complexo que tem mais gente, né? Não, por isso que a gente fala assim que, tipo, Bebeto e Romário jogava como como por música, né? Um pegava a bola, o outro já sabia onde tinha que tá.
Neymar todo o palmeirense tinha um técnico, eu não sei se você conhece, chamava Osvaldo Brandão, que é um dos maiores técnicos da história, tá? Ele era gaúcho, jogou aqui em São Paulo, foi lateral esquerdo, não grande coisa, mas ele foi campeão com todos os times da cidade de São Paulo, menos tirou o Corinthians da fila. É, tirou o CR da Fila, ganhou o Palmeiras, ganhou com o São Paulo. Pois bem, Osvaldo Brandã um dia me disseram que era num jogo, eu tinha ouvido a história de um cara do Palmeiras que era num treino, mas vamos
assumir que é num jogo. Dis que ele tava vendo o Palmeiras jogar da segunda academia nos anos 70, ele saiu do banco e foi lá pro meio da torcida. Aí o dirigente do Palmeiras não entendeu nada, né? Foi lá no Brandão e falou: "Mas que cats você vê, tá fazendo aqui o time tá jogando lá?" Ele falou: "Não, não preciso mais fazer nada. Agora é só apreciar a música". É que legal. É isso. Quer dizer, o o técnico de futebol funciona como um maestro, né? Ele dá o ritmo, ele grita, ele sincroniza os caras lá
dentro, né? Só que ele chegou num ponto que ele percebeu que não tinha mais o que melhorar. O negócio ia atingiu aquela aquele estado de, né, de plenitude, né? O flow. O flow. Exatamente. Eu ia chegar, eu tava, o punchline era esse. Existe um flow mental que é o que nos faz e que nos criou enquanto espécie, nos trouxe até aqui, tá? Ninguém fez história sozinho. Todos os grandes movimentos da humanidade foram feitos por brainets. E esses brainets têm um flow, né? E esse e isso que é, na minha opinião, é a fronteira da neurociência.
Nesse momento, passou a época de tentar estudar só um cérebro isolado. Tem que ser tudo. E até nesse negócio de futebol é legal que até o pessoal fala assim: "Ah, o time, ah, o time tal". Os caras nem se falavam, mas jogavam bem para caramba. Porque o cara, tipo, não precisava nem ser amigo, cara. Ele pegava a bola aqui, o outro já sabia que tava ali já, porque ele tinha um um objetivo comum que era ganhar. Quando você ouve o cara falar, o time deu química ou deu liga. Os técnicos falam muito isso, né? entrosamento.
Entramento. Os caras podem não saber o que eles estão falando, mas é na minha, na minha opinião, é exatamente o que acontece. A brainette chegou no máximo de sincronização. Então, quando o cara vai cruzar a bola, o Scarpa vai cruzar a bola lá na lateral direita, o Ronnie já sabe que tem que entrar na hipotenusa, tá? É, é, é só o movimento do corpo. O beisebol é muito isso. O batedor, o cara que rebate, ele não tem tempo de ver a bola. Ele não consegue ver porque a bola vem a 99 milhas por hora, tá?
Ele ele determina a trajetória da bola pela configuração da mão do Piter. Da mão do cara. Tanto que o segredo o cara é esconder a mão. É esconder como que ele segura a bola. Exato. Por isso que o Piter põe a luva e só mostra a mão no último momento de liberar a bola, porque o o não dá tempo. O batedor, ele tá de olho na no dedo do cara, como que o cara tá segurando a bolinha. Então eu fui aprender beisebol lá, né? 30 anos de Estados Unidos, tive que levar meus filhos para ver
beisebol. Então o curve ball ou slider, né, que você roda todo o seu, por isso que destrói o ombro do cara, não tem como bater na bola se você não vê que o cara vai fazer essa configuração do corpo, tá? E e é isso que falta, na minha opinião, eh, nos esportes de alta performance. Nós nós chegamos no limite da biomecânica do corpo humano. Não vai, você não vai ver um cara bater o recorde dos 100 m rasos por meio segundo. Pode esquecer, mas aqui a gente ainda não tirou vantagem daqui, entendeu? Principalmente no esportes
de coletivos. Você acha que quando alguém descobrir como tirar, aí o cara monta um time tipo invencível? Eh, eu acho que nós já descobrimos. É, é com macaquinho, né? Precisa testar para ver se funciona. Não, mas tem gente usando, né? Vamos testar nos porquinhos. Porqu uma série de técnicas com eletricografia para concentração, por exemplo, arqueiros. tem uma série de de atletas também, times. Até a gente fez um um um projeto, tem uma aluna minha lá no que é ligado ao meu laboratório, que fez um um trabalho muito legal com atletas no pósdoc, eh, usando nadadores
e tal, estimulação e e neuroedback para gerar isso. E você tem um efeito muito legal, tá? Você funciona muito bem assim, mas de fato assim é é um a gente tá muito no começo. Eh, até uma coisa que você pode sair fora das neurociências e olhar do ponto de vista cultural. Você vê, por exemplo, um yog indiano, você vê, né, essas pessoas que meditam com seriedade. A capacidade de usar a mente é muito maior. E você vê isso numa ressonância. Quer dizer, você põe a pessoa deitada, você tira uma foto da do cérebro dela e
você vê padrões de atividade que são diferentes, são superiores. Apesar da pessoa tá mais relaxada, ela consegue ter mais sangue fluindo em áreas do cérebro. É uma coisa muito impressionante que vem desse uso consciente, esse uso treinado da da mente, da mente e cérebro, né, dessa coisa única. Entendi. Isso daí é impressionante um pouco, mas é legal demais. Legal demais. É entrar no flow. É entrar no flow. Flow, cara. Cara, você é Mas tá, vamos lá. Você falou antes aí que a que a Deixa eu trazer uma para ele. Vai. É o seguinte, eu nem
sei quanto tempo você já tá ficando cansado, né? Mas uma questão que eu acho que é muito importante na nossa época é assim, questão crítica. psiquiatria, a gente tá no momento assim de quase de um esgotamento das das técnicas existentes, farmacologia, assim, eu tenho vários estudos com estimulação magnética transcraniana, mas a verdade é que a gente tem um um certo esgotamento, bateu no limit, como a gente tá falando do esporte, existe aqui uma uma questãozinha assim quase que uma desesperança com o tratamento das doenças psiquiátricas. Como você vê o futuro dessa área que é uma
área sagrada nas neurociências? São as áreas mais importantes do ponto de vista aplicado. Tá falando de quê? De Alzheimer? Não, tô falando de depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar. É, eu tá toque. No no meu último livro, eu tenho um capítulo que eu eu tenho proposto, eu tenho o paper tá quase pronto, mas por também a pandemia atrasou isso. É é um paper teórico, né? onde eu tenho proposto que por por causa de um monte de estudos que nós fizemos em ratos transgênicos, em camudongos transgênicos no nosso laboratório lá na Duke, de que como é que é
um rato transênico, é um que você mudou o genoma dele para ele ter para ele ter uma doença, por exemplo. É, você quer que o rato surja uma coisa parecida com depressão? É, tem modelos de Parkson, tem modelos de Alzheimer, tem modelos de várias coisas, né? Não, não é não é idêntico à doença humana, mas é próximo, dá para você começar, tá? Nós chegamos à conclusão, estudando vários modelos eh durante o quê? 12 anos hã de que epilepsia focal é o é a é a via comum fisiopatológica de múltiplas doenças do cérebro. Epilepsia. Eu pensei
que você ia falar inflamação. Não, não. Epilepsia. Não, não, não. Eu tô falando de nós, nós, por exemplo, Parkinson, na no nosso trabalho que foi a capa de science em 2009, um aluno meu começou assim, um aluno meu me trouxe um um espectrograma de um rato transgênico e falou: "Veja aí, o que você acha que é isso?" Eu falei: "Pô, mas por que nós estamos estudando epilepsia de novo? Nós tínhamos parado de fazer". Ele falou: "Não, não é epilepsia. Iss é um rato parxoniano, um camongo parquisoniano"an. Eu falei: "Não, isso aqui é um padrão dos
gânculos da base. É epiletogênico, né? ele falou: "Não, não, isso aqui é o camundongo do Marco Ron aí do do farmacologia que que tem todo o fenótipo de doença de paros. Dito e feito, nós encontramos uma crise epilética no sistema motor, em todas as estruturas do sistema motor, que quando você alterava, imagina você desfibrilar o coração, nós criamos um desfibrilador do cérebro e usamos a medula espinal para entregar o sinal desse fibrilador. Em vez de pôr aqui, nós precisamos aqui atrás um chipe que a gente pôs, uma descarga elétrica. Uma descarga elétrica, a crise epilética
embora, o ratinho sai andando. Antes ele era congelado porque ele tinha um parkson terminal. Fizemos em macaco, mesmo resultado. Agora tem mais ou menos 100 pacientes do mundo que estão usando a nossa técnica de estimulação da medula espinal para desorganizar a a essa crise epilética que eu chamo focal. E as pessoas que estão paralisadas começam a andar imediatamente. É uma cirurgia de 45 minutos, né, pô. Só que aí nós começamos a fazer outros estudos com outros animais. Animais com mania, animais com depressão, teoricamente, né? Não é igual a gente, mas é são modelos animais. E
aí eu cheguei a eu tô listando mais de 60 doenças neurológicas e psiquiátricas, onde eu encontrei evidências de um foco epilético em alguma parte do cérebro que é relacionado causalmente com os sintomas, porque se você acaba com aquela crise epilética, o bichinho fica melhor. Essa é uma das coisas mais surpreendentes que eu vi na toda a minha vida, tá? É. Eh, então, mas eu tô, eu tô, meu lado cético tá aqui coçando, mas eu tô achando muito interessante. Eu, eu tô chamando, eu não tô nem mais dividindo entre neurologia e psiquiatria. Nesse paper, eu, eu,
eu, eu tô, é uma proposta de unificação das doenças do sistema nervoso central pelo mesmo mecanismo fisiopatológico. Então, não independe se é genético a causa, se é metabólico, se é trauma. A causa, o mecanismo final que leva a ao aparecer, inclusive Alzheimers, tá? Alzheimers. Eh, tô fazendo um estudo muito É uma epilepsia. É uma epilepsia que na fase aguda onde você começa a ter o declínio explosivo de funções cognitivas, você tem focos epiléticos. Calma, pera per, mas quem diz que o que que isso não é uma propriedade emergente? A base é, por exemplo, num caso
a morte dos neurônios dopaminérgicos, no outro caso é outro caso, você começa com a morte dos neurônios dopaminérgicos, mas o caminho transformador de serotonina e assim causa poinatória. É, não, ela é epileptogênica. Então, quanto é diferentes caminhos eh levam a uma crise epilética num num território tridimensional do cérebro que gera os sintomas. Então, se você intervir na crise epilética na hora certa, se você antecipar que ela tá percorrendo, você corta essa corrente, esse flow vaiente. Então, o que que eu propus? Vamos usar a coluna a mesmo lugar que eu usei pro Parkson para outras doenças
e começou a funcionar, tá? Então o estudo de depressão crônica foi feito compando, não tem DBS que estimula Não. Sim, mas a DBS você tem que ir lá dentro do É, não, tudo bem. Mas é que se estimular pr pra depressão funciona. Mas a questão é Não, não, não, mas a diferença é muito é muito importante porque a medula aqui é uma parte do que carrega informação tátil, tem nada a ver com parkson, nada. Só que são 1 milhão de fibras que vão para todos os lugares do cérebro. Então é um highway, é uma via
expressa que atinge qualquer lugar do cérebro. Então, se você estimular lá na frequência correta, você cria um desfibrilador do C. Você consegue, você consegue pela medu, pela, pela espinha da pessoa. Isso, pela superfície. Você não penetra, você põe na superfície, mas você consegue, você consegue direcionar para onde vai. Isso. Você quer pela frequência que você usa e a intensidade da estimulação, é o tipo de pulso que você dá. É, tem, isso é incrível. Então, é incrível mesmo. Assim, eu tô achando incrível. Então, então esse paper, e nós vamos testar ele agora. Nós estamos terminando de
escrever, né? E porque eh doenças como anorexia, as pessoas encontraram eh eh focos epiléticos. Tanto é que a maior prescrição de eh antiepiléticos, drogas epiléticas fora de quem tem epilepsia é para doenças psiquiátricas. Sim. Total. Agora, uma coisa bipolar, transtorno bipolar, esquizofrenia, começou assim, né? depressão. Então, a minha sugestão, a minha hipótese é que funcionou essas essas esses mecanism, perdão, esses medicamentos funcionaram durante um tempo porque a causa princíp é epilepsia, tá? Foi um chute na época, mas funcionou. E o que eu tô sugerindo é que talvez o tratamento no futuro seja por eh neuropróteses,
seja por coisas como essa, modulação elétrica. Isso, isso acho que que pode ser. Mas, por exemplo, vamos lá. Como é que você eh como é que essa sua teoria que assim é é muito fora da Você é o cara absolutamente fora da caixa, então você fora da caixa só todo dia. É mais uma coisa que você tiver certo, cara, eu não sei como se daí o Nobel tem que vir. Não é possível. Mas porque é muito absurdo. Isso olha, eu tô falando de uma área que que eu conheço cada detalhe dela. Isso tá fora de
do do convencional total. Mas vamos lá. Como é que e essa teoria se encaixa na na questão da morte neuronal, que a gente tem um monte de estudo, tá, com encolhimento de céo, perda de de de substância branca, b ba baá, que eu não precal chatos para quem tá vendo em casa, mas enfim, doença psiquiátrica de longo prazo muitas vezes gera alterações no cérebro em si. Então é que a atividade epileptogênica ela leva morte celular. Então, se você tiver uma magnitude tanto de intensidade como espacial suficiente, em Alzheimer, por exemplo, tem vários estudos agora mostrando
que você vai ter um decaimento, né, cognitivo, mas é pequeno. Antecedendo a fase decaimento mais importante, onde você tem morte celular muito grande, registrada por vários métodos, você tem uma atividade epileptogênica surgindo em diferentes isso. Isso que então a no na sua tese, essa atividade epileptogênica, ela tá, ela que seria a causadora da morte neural, ela é uma das amplificadoras. É como se você tivesse um sinal na guitarra que não tá muito alto, mas aí você põe um amplificador e o sinal explode, tá? Você amplifica o sinal, então você magnifica a dimensão da morte celular.
No Parkson a gente, tanto é que nos bichinhos e nos macacos que a gente tratou, ratos e macacos que a gente tratou cronicamente com a estimulação, parksonianos, né, que a gente tratou cronicamente, a morte celular dopaminérgica diminui, tá? A gente conseguiu resgatar 20% dos neurônios que teoricamente teriam que morrer. Morrer. É. Isso foi meses de tratamento, né? Mas o beleza disso é que é duas vezes por semana, uma hora por dia, não é contínuo, não é que nem DBS, você não faz contínuo, você estimula uma hora por dia, o bichinho fica 72 horas legal, no
finalzinho você vai lá, mas aí no ser humano, quem queria fazer o tipo um chip, alguma coisa? É, não, nós já temos o chiper, né? Já, já fizemos, mas aí ele é programado para na tanto tempo dar o disparo lá. Programado. E não só isso, ele pode ser programado a distância. Oh, seu neurologista pode regular esse chip, caramb. Se você tiver tendo sinais, né, que estão muito mais graves, mas uma pergunta super idiota. Esse chip numa pergunta. Esse chip ele ele ele dispara eh pulsos elétricos, mas eh ele precisa ter uma bateria para isso. Isso
ele tem uma bateria. Tem uma bateria, mas a bateria como é intermitente, a estimulação não é contínua, a bateria dura muito tempo e é subcutânea. A bateria não é profunda, então você substitui ela muito rapidamente. Entendi. É, cara, se eu tiver certo, você não ganhar o Nobel, eu não sei mais quem ganha não. O o Palmeiras ganha do TR da Libertadores já tô ganado. [Risadas] [Aplausos] Não, eu vou te contar, contar outro segredo que se minha mãe disse que eu nunca poderia contar na minha carreira. Eu dei três palestras no Comitê Nóbel, né? Hã, uma
eu dei pro três comitês, que é o simpósio Nobel e interface C máquina. Eu abri o simpósio, eu fui de palitó, né? Eu não tenho gravata, mas de palitó eu fui, senão minha dona Giselda, né, não matava. A segunda foi no Carolinsk Institute, que é o Nobel Lecture, que também é um negócio assim mais, né, formal, tava todo mundo lá. Também foi de polit Eu pus o politzinho, o mesmo que é o único que eu tinha, tá? Mais uma outra palestra do Carolins, que é instituto que os estudantes me convidaram. Aí você foi de Eu
fui com a camisa do Palmeiras, né? Então, dona Gizada nunca me perdoou, mas foi sensacional porque a molecada, né, não entendeu nada, mas não tinha crefisa. Foi bem antes, bem antes. Não levantou um corintiano lá. Cadê o mundial? É, cadê o mundial? Não foi, não teve. Ah, muito bom. O pessoal é discreto na Sué. Achou, ó, você fez o o cara chutar a bola, o macaco comunicar o Bren Mas e o Mundial do Palmeiras? Se o Se o imperador Abel Ferreira primeiro me ouvir, a gente chega lá. Chega aí pro B, né? Pro bi, né?
Porque o primeiro já foi em 51. Cara, é pra gente ficar chateado com a impossibilidade da singularidade, não é? Pra gente ficar extremamente orgulhoso do que a a nossa biologia, da biologia que a gente carrega entre as orelhas. É, é uma coisa fenomenal. Este aqui é o criador da nossa realidade. Eu vou te falar, se se a Voyager encontrar alguém, né, que tem dois discos lá, dois CDs de ouro do Cagan na Voyager, se ela encontrar alguém que entenda o que aquilo é e deve ter deve ter muito, muito alguém aí por fora, os caras
vão olhar ali e falar: "Mon, tem que respeitar esses caras aqui. Eles puseram esse barato aqui para cruzar o sistema solar, chegaram tal, né? colocou a vitrola ainda para tocar, porque o disco eu não toco sozinho. Só que se eles chegarem, se algum deles um dia chegar aqui, que eu sempre falo, né? O dia que o Mr. Spock chegar de Volcan chegar aqui para conversar conosco, ele vai contar uma história do universo, na minha concepção, totalmente diferente. Totalmente diferente. Vai bater, porque, né, se se as equações do Einstein tem múltiplas soluções, por não, né? Ele
vai contar uma história, uma cosmologia completamente diferente, porque o cérebro dele vai ter evoluído num planeta com dois só, com outro tipo de gravidade, com outro tipo de eletromagnetismo, entendeu? E até o corpo dele não ser do ponto de vista humano, do ponto de vista humano, tudo que nós construímos em termos de interpretar o universo é único. Não tem, provavelmente não tem outra espécie universo que chegou desta maneira. é muito muito muito difícil porque as condições vão ser muito diferentes aí por aí, entendeu? Então, entendi. E é pra gente ficar chateado com a impossibilidade de
fazer um download da nossa consciência. Eu eu não eu não fico chateado porque tem certas coisas que realmente eu não quero download, né, pra posteridade, nem ninguém de nós. Agora ele ele de certa maneira para mim tem um um toque poético nisso, né? Ele tem um limite de até onde nós podemos chegar em termos de interpretar nós mesmos, né? Então eu acho que tem um certo viés ã profundo de, né, humano disso, né? Nós somos, nós somos poderosos enquanto espécie. Nós mudamos um planeta. Sim. Nós estamos destruindo o planeta, né? Ah, mas o Elon Musk
falou que a gente ia chegar em Marte quando? Pro Elon Musk é 2021. No meu, no meu, no meu livro de ficção científica tem um, um cara, tem um Silicon Valai que entra na nave para Marte e a nave se perde e vai parar no vai parar vai parar no cinturão de asteroides. Nunca mais foi encontrada. Tem um que é de Don Look, né, da série. Ah, tem também. É que ninguém nem lembra disso. O Arthur Clark no no na trilogia, Termina o 3001, que é o último livro que ele escreveu. Tem um astronauta que
fica perdido no vácuo. E ele é encontrado 1000 anos depois. O astronauta lá do do astronal do Hal, nome do É do Raul, o cara em 2001, ele escapa, lembra? O cara que escapa? O nunca o o Krubik não conseguiu fazer esse filme, ninguém pagou. O astronauta escapa numa num nave numa nave para escapar do hall, mas ele fica perdido no vácuo do espaço. É, no 3001 eles encontram esse cara 1000 anos depois. E ele tá num estado, sei lá, né, de estupor, mas tá vivo. E eles recuperam 1000 anos depois. Só que se passaram
1000 anos na história da humanidade. E como é que o Arthur Clark faz o cara aprender o que aconteceu em 1000 anos? Ele cria o brain cap. Ele põe um cap no cara que é uma interface cérebro máquina e aí você faz um ele faz um upload de 1000 anos de história, né? Então a inspiração do Neuralink, né? É, é. O Clark é um cara é dito hoje como um dos caras mais visionários que tem o Clark, o elevador gravitacional, GPS. Sabe quem inventou o GPS? Um escritor de ficção científica chamado Arthur Clark. Nos anos
50. Ninguém, todo mundo achou que ele era louco. O GPS tá em todo lugar hoje, né? Então eu eu não fico eu não tenho nenhum complexo de inferioridade ou não fico com nenhum tipo de mágoa em saber que nenhum tipo de artefato que nós vamos criar vai superar nós mesmos mesmo porque tem um teorema matemático que tem gente que diz que foi provado, tem gente que diz que não. Eu acredito que foi provado que não existem sistemas que podem criar algo de complexidade maior do que eles mesmos, tá? Então a complexidade de um computador é
inferior à complexidade do seu criador, que somos nós, né? do ponto de vista matemático. Eh, eu acredito piamente nesse teorema. Então, eu me sinto muito confortável com a ideia de que, eh, nunca a essa singularidade vai correr. Nós podemos ter outras singularidades, né, que nós discutimos aqui, que é nós bestificarmos de vez e virarmos zumbis digitais. Isso é possível. Mas acho que tem um subtexto também nessa questão do download da consciência, que é a vontade de assumir que de repente a gente pode driblar a morte, né? Essa é a ideia. É. E e essa def
essa é outra discussão, porque assim, você vê nos Estados Unidos, no Vale do Silício, tem um monte de gente trabalhando com essa ideia de que a gente pode atingir a imortalidade. Eu eu sou absolutamente cético em relação a isso por questões biológicas, mas nem entrando nisso, pensando assim, só essa questão da consciência tem essa discussão também, entendeu? Então não é só se a gente faz a consciencia ou, né, caber numa numa peça de silício, mas se a gente efetivamente consegue transmutar o que a gente poderia chamar de essência de nós mesmos para um outro corpo
mais jovem que vai viver mais um monte. E essa discussão sai de uma discussão sobre o cérebro e sobre a consciência. Isso isso tornaão sobre finitude. Mas você sabe que essa resposta essa resposta foi dada pelos gregos da era homérica, porque todos os deuses do Olimpo que eram imortais, o que que eles faziam o tempo inteiro? Vinham pra Terra para ser imortais. Porque não tinha graça nenhuma, não tinha graça nenhuma ser Zeus, saber que você nunca vai morrer, né? Atena ali enchendo o saco, né? Você, né? A vida toda, né? A vida toda, né? É.
A graça tá nessa sensação. A graça tá no fato de que o show tem começo, meio e fim, né? O que nós não apreciamos perfeito é aproveitar o show enquanto ele tá aqui, né? É isso que a espécie tá tá não todos, né? Alguns de nós aproveitam demais, né? Mas eu então acho que a mortalidade nos confere algo muito precioso, que é saber que tem um tempo determinado pra gente fazer. O tempo é finito para nós, né? Então você pode ter um legado infinito. Nós estamos falando Newton até hoje. O Newton não sabe disso, mas
né, nós estamos, tem uma frase famosa da Apolo 17, quando eles estavam chegando na Terra, né, e o tinha um um filósofo muito famoso, eu tô bloqueando o Campable, Joseph Campable, tava no controle lá em Houston, na NASA, e virou para eles: "E aí, como é que tá? Como é que vocês estão voltando?" E aí o piloto da nave fala: "Voltando pelas graças de Sir Isaac Newton". Muito legal. trazendo eles de volta pela gravidade, tudo puxando. E a beleza é, nenhuma estrela conhece o teorema de Pitágoras, as as elipses de Coupler, né, nem as leis
gravitacionais de Newton. Fomos nós que olhamos pro que tá aí fora e aproximamos o que a gente vê com a genialidade desses caras, entendeu? Nenhuma estrela celebra aniversário ou ou sabe que tá percorrendo uma uma elipse, entendeu? Somos nós que criamos a linguagem para descrever, né? A matemática vem daqui também. É mesmo. Isso. E com essa daí eu vou perguntar se tem mensagem para nós aí. Já tem. Deve ter umas mensagens aqui dos caras mais burro que eu. Tem aí já tem. Tem. Deixa eu pegar aqui. Você mandou muito bem nessa entrevista, Igor. Hã? Eu
muito legal colocações. Eu acho que a gente foi muito feliz nessa mesa hoje. Ó, começa com um vídeo. Posso lançar? Tá com vídeo aí. Tá com o vídeo aí. Deixa eu ver. Ó. Salve salve pessoal, prazer tá assistindo essa edição do Flow aí. Essa semana até mandei mensagem na DM do Álvaria falando que tava ansioso por esse programa. Um dia quero cumprimentar todos vocês, tirar uma foto. Vocês que estão na mesa são meus ílogos aí. Eh, hoje foi divulgada a foto do Sagitários à Estrela. Eu queria entender como é possível correlacionar os estudos do Álvaro
e do professor eh com os avanços que a gente tá fazendo no estudo eh do universo. Abraço. Boa. É mesmo. Hoje só para explicar pra galera, né? Um dia histórico aí pra gastronomia. Sim. É um dia histórico. Essa imagem é nós vimos o Buraco Negro no centro da galáxia, cara. Saiu a foto dele. Eu eu ouvi falar sobre isso, cara. Isso tem eh qual que é o grande impacto dessa Sério, cara? É, primeiro que é a comprovação aí do que o Einstein tava certo, né, cara? O Einstein que desenvolveu tudo isso aí que a gente
viu hoje, o cara desenvolveu só com o lápis e o papel há 100 anos atrás. E hoje nós vimos mais uma comprovação de que ele tá certo. E aí o pessoal falou assim: "Nossa, mas é igual a do outro". Ainda bem que é igual, porque aí, cara, ele tá mais certo ainda. Quer dizer, a a as leis, né, realmente são universais ali, funcionando em todos os cantos do universo. Se não fosse igual, fodeu, aí ia ser um problema. Aí a galera aí ia pegar, aí ia ter que ver uma nova física, novas equações. A gente
a gente retrocederia alguns algumas décadas, cara. Assim, não sei se retrocederia ou também podia até servir para dar um salto, né? Mudar não ia mudar a taxa do dólar. É. É verdade, mas nem o preço da gasolina. Esse só sobe segundo o Einstein. É, então, mas aí tem uma uma coisa muito legal, cara, porque o cara, um cara veio assim e falou assim: "Tá bom, cara, mas isso aí, por que que isso aí vai impactar na minha vida hoje?" Aí eu queria colocar aqui pra galera, cara, que eu acho que eles eles concordam também, você
também, que é o seguinte, cara. as as a tecnologia que a gente usou para fazer o que eles fizeram, os métodos, né, computacionais, científicos, a ciência que tá ali por trás, você vai sentir usando o celular aonde você vai postar sua fotinha no Instagram, entendeu? Talvez em aparelhos médicos que vão usar essa incorporar essa tecnologia depois e podem salvar sua vida. Aí eu respondi isso pro cara. Aí sabe o que o cara respondeu para mim? Ué, por que que não testa no ser humano de uma vez? Eu falei, cara, porque isso aí é uma altíssima
tecnologia. O universo é um grande laboratório e se não funcionar num negócio que tá há milhões de anos luz, não vai matar ninguém. Vai que você põe um paciente na mesa e vai testar um novo, um novo laser ali para uma cirurgia e corta o cara no meio, né? Então é isso, cara. Assim, é uma ciência muito básica, lógico, né? Tá ali na base do negócio, mas isso com o passar do tempo, tá aí o Einstein, cara, o GPS que você usa hoje, cara. É, é só por causa do I. E o melhor exemplo que
eu dou aí, a relatividade onde que serve, cara? Sabe quando o elevador vai fechar e você põe a mão no meio? Aquilo ali é o prêmio Nobel do Einstein. Efeito fotoelétrico. Você corta ali, por isso que a porta volta. Não, mas não é divertido. O cara podia ter ganho cinco prêmios Nobel. Eles deram prêmio Nobel pro cara, por a coisa mais especial que ele fez. Isso te mostra um pouco como a ciência funciona, né? É. O ego no meio de vocês é um problema. fazer uma resposta sobre esse cara aqui que ele trouxe uma Ele
é o desculpa, ele é o problema. É um dos grandes. Sabe o que se diz na academia americana? Não existem batalhas mais sangrentas que aquelas travadas no meio acadêmico, porque ultimamente elas não valem nada. É exatamente isso. Você tem pouco, pouco pouco em disputa, muita disputa. Inclusive fora, né, da academia, né? Quem quem fala isso bastante é o Peter Tiel, sabe? do meio acadêmico o problema do do meio acadêmico é esse. E se eu não me engano, a a quando fizeram a tentativa de validação da da teoria do Einstein da curva da luz, né, pelo
fe aqui Sobral foi verdade. Na verdade foi em dois pontos diferentes, né? Só que o que ficou famoso foi o outro porque o C era mais famoso, mas o daqui foi onde deu para ver por causa do céu e tal, né? Sobral Sobral. É exatamente Sobral foi aonde foi nos dois pontos. O de lá ficou famoso, né? É o da só porque o sen lá era mais famoso, né? É o do ilha da do príncipe mais famosa o Edon que foi lá? É o Edon que foi, foi para lá e tudo, mas na hora que
eles foram ver as imagens, o de lá tava ruim e a imagem que salvou a Einstein foi o Sobral, cara. Na verdade, mas a beleza do Einstein, além de tudo o que a gente fala, da imagem do cabelo, né? Aham. O o Einstein depois da guerra, porque o Einstein escreveu a carta pro Roosevelt dizendo que os Estados Unidos tinham que começar a fazer pesquisa nuclear porque os nazistas estavam fazendo. Exato. Só que no meio do caminho, quando ele viu que ia sair daquilo, ele se arrependeu. Isso. Ele e ele nunca nunca se deu bem com
a visão quântica da, né, da do universo. Ele nunca acreditou, né, como ele falava, né, que Deus joga dados. Então o Einstein, de certa maneira foi ostracizado no final da vida dele pelos físicos americanos jovens, os que saíram da guerra como heróis, né, que criaram a bomba no projeto Marrata. Então ele era de Princonston, era do Instituto de Estudos Avanciais, mas ele foi deixado, né? E o Einon tinha um amigo, o melhor amigo dele chamava Kurt Guddle, que talvez seja o maior matemático do século passado, né? X, um dos maiores matemáticos da história. E o
Aer no final da vida, dizia o seguinte, quando perguntavam para ele: "Por que que você continua aqui, né? Os caras não estão te ouvindo, os caras não estão dando bola para você. Falou: "Eu continuo em Princeton pelo privilégio de andar todas as manhãs e todas as tardes com CT God, que legal, né? É o cara basicamente revolucionou a história da cosmologia, né? Criou uma outra física e ele ficava em Princeton porque o Kurt Godle, que o amigo dele tava lá, né?" Não, e eles ninguém sabe o que eles falavam, né? Se você tivesse um microfone
para gravar, o que aconteceu nessas conversas? Isso é, devia ser demais, né? Mas deixa eu falar uma coisa, acho que vamos responder para esse cara que eu acho que ele merece que ele tá, eu acho assim, a tem duas duas questões, né? Uma é a seguinte, existe um paralelo entre o universo e o cérebro? Essa é aquela velha questão. Tem a imagem mais linda que tem, cara, é a imagem dos neurônios e a imagem dos aglomerados galáxicões até até do ponto de vista mais profundo, propriedades matemáticas, propriedades de grafos que se formam, sem dúvida a
gente tem estruturas infractais. Então, matematicamente é uma coisa bem clara isso conhecida. Agora, um lado que eu acho que é interessante aí, que eu queria gente podia, eu queria muito te ouvir, é o seguinte, a gente de fato vai ao longo do tempo, a ciência vai desenvolvendo eh recortes epistemológicos, ou seja, maneiras de falar das coisas que são úteis para falar daquelas coisas. E ainda que as propriedades da da das formas anteriores ou mais chama assim, mais generalistas permaneçam verdadeiras, aquela forma que tá ali naquele recorte é importante, vamos dizer assim, ela é insubstituível. Então,
por exemplo, as leis da física, elas valem pro universo inteiro, tá? As leis da gravitação quântica e todas elas elas valem dentro do cérebro, ninguém tem dúvida, mas eventualmente você não consegue descrever um elefante pela célula. Aí você precisa da biologia. E as leis da biologia, por assim dizer, ainda que elas não possam jamais negar as leis da física, elas têm a sua beleza própria, elas têm um conhecimento próprio e em cima dela vão surgindo as outras camadas, a camada da medicina e assim por diante, a camada da psicologia, do mental. E elas todas, no
fundo, no fundo, elas não estão brigando entre si. Eu acho que assim, quando você tá no começo da carreira acadêmica, de pensar o mundo, parece que elas estão brigando, mas depois de um tempo, você vê que isso é uma tremenda ilusão. Eu queria te ouvir sobre essa esse encontro das diferentes ciências. Como você vê isso? Bom, eu sempre trabalhei com áreas multidisciplinares, né, desde o começo da minha formação. É, eu nunca mesmo quando em medicina eu queria fazer, se eu fosse fazer medicina, eu provavelmente faria clínica médica e faria, era o que eu planejava fazer,
né? e tratamento intensivo, porque eu eu me sentia bem na situação extrema, né, de ter que raciocinar rápido, de ter que ter múltiplos múltiplas variáveis, processar muito rapidamente e tomar uma uma decisão. Só que, evidentemente, quando eu comecei a a ver o que era a ciência, comecei a, né, porque eu cheguei nos Estados Unidos, não tinha menor ideia do que era ciência, né, quando eu cheguei lá e comecei a ver acima das nuvens, tudo que eu trabalhei na minha carreira foi multidisciplinar. Tanto é que o o centro que eu dirigi por 20 anos, centro de
neuroengenharia, foi o primeiro centro nessa área no mundo, mas ele cruzava entre engenharia biomédica, ciência da computação e neurobiologia. E os nossos alunos vinham de todos os lugares. Nó vem um aluno de filosofia fazendo doutorado nele, né? Então eu acredito piamente, mas o que eu acho que é mais interessante é que existem eh leis aparentemente que escalam desde átomos até, né, os os sistemas complexos macroscópicos. Então, por exemplo, código distribuído é algo que a natureza usou, desde proteínas, gens, células, cérebros, até grupos sociais. Então, quando você o que que tu quer dizer com código de
estribu é que nem o é um é um código populacional. A resposta não tá num indivíduo. O indivíduo não tem o segredo. O segredo tá distribuído por uma população. Ele foi cortado em pedacinhos e um quadro, imagina um quadro que é retalhado em mhares de pedacinhos e cada indivíduo carrega um pedaço do quadro. Para você reconstruir o quadro, você tem que ter todos os indivíduos juntos. Então é como funciona o mercado de ações. A razão pela qual você não consegue, a maioria de nós, né, que não tem Inside Information, não consegue ganhar dinheiro no mercado
de ações, é porque é um sistema distribuído caótico, onde é imprevisível o que vai acontecer em grande escala de tempo. Talvez em microssegundos, né, você consiga, mas numa escala de tempo muito grande, o clima, né, você consegue fazer previsões de clima num período tempo muito pequeno, mas em período muito grande, né, por exemplo, a ventania, com certeza começa a aumentar, a ventania de Monidel nunca foi prevista, né? Ela foi um evento não computacional, não computável, mas enfim, a generalização de do código distribuído, eu acho que foi uma solução universal encontrada pra natureza para implementar sistemas
compromisos que você tá trazendo isso dos nossos genoma, dos nossos órgãos até o nosso comportamento em sociedade, tá? Então, se você conhece as leis que regem esse código eh distribuído biológico, você vai explicar múltiplos fenômenos em diferentes escalas. Que legal, né? E eu acredito que os sistemas biológicos, e aí eu eu sei que é controverso, mas os sistemas biológicos, quando eu converso com meus amigos físicos que entram na biologia, eu venho conversar, o problema é que os sistemas biológicos são muito menos previsíveis do que os sistemas físicos. são mesmo, é, você tem um grau de
imprevisibilidade, de não computabilidade muito maior, né? Então, por isso que certas tentativas de aplicar, né, e coisas clássicas da física clássica na biologia sofrem com esse problema, né? E não é à toa, né? Porque você tá falando de um sistema biológico que evoluiu a ponto de um ser humano, né? Imagina quando eu paro para pensar no Einstein, criando o que ele criou, a dilatação do tempo, né? Imagina o cara falar que o gêmeo vai numa nave espacial, deixa o gêmeo aqui, quando viaja na velocidade da luz, quando o cara volta aqui, esse cara envelheceu e
ele parece um bebê ainda, entendeu? como é que da onde o cara tirou, né? Só que eu, se o estivesse vivo, eu ia perguntar para ele: "O que que você acha que aconteceu na percepção do tempo do gêmeo que viajou?" Nada. Para ele, o tempo correu naturalmente, né? Mas do ponto de vista do cérebro, do cara que foi e do cara que ficou, o Einstein tem um diálogo que eu publiquei no meu último livro, que talvez seja o diálogo mais, para mim foi a coisa mais impactante que eu li, talvez na minha carreira, quando ele
encontra o Tagor, que era um poeta indiano, prêmio Nobel, imagina o primeiro prêmio Nobel de literatura da Índia era um Brama, né? Era um cara da elite, mas um um filósofo, escritor, poeta, ele ganhou pela poesia dele, né? E ele encontra o Einstein duas vezes em Munique, na casa do Einstein. E ele pergunta pro Einstein em termos gerais, né, o que é a beleza? E o Einstein fica petrificado, né, porque ele não tem uma fórmula pra beleza, né? Porque a beleza cada um de nós tem uma uma definição. E o Tagor põe o cara na
parede, um dos maiores gênios da história da humanidade, mostrando que tem um componente humano, né? tudo aquilo que nós corriqueiramente chamamos de das nossas emoções, das nossas, né, interpretações do mundo, que ele não conseguia explicar, não cabe numa fórmula, não cabe na fórmula dele, não cabe na visão de, né, e o Einstein se rende ao poeta indiano no final desse encontro, né, e fala: "Apesar de você ser o religioso de nós dois, eu acho que eu tenho uma religião mais mais dogmática do que você." Exatamente. Mas ele é sempre honesto, né? É um é uma
das pessoas que eu admiro por causa disso, por causa do fato dele inclusive reconhecer sim que ele tava sendo dogmático e e que se ele acreditasse no que o Tagor tava dizendo que a beleza é não computável, que não existe uma descrição física, você não põe uma fórmula para dizer, né, o o lindo, o belo, né? Eh, ele destruía a visão de universo dele, ele acabava com a visão de universo dele. E o mais importante, o único cara, na minha modesta opinião, que pôs o Aster na parede foi um poeta indiano. Lido demais, né? Newsborn
conseguiu. É, nenhum deles, ninguém dos caras conseguiu. O cara se rendeu a um poeta indiano, entendeu? Agora imagina quão bom você precisava ser como escritor para ganhar um prêmio nobre de literatura sendo da Índia no começo do século XX. Verdade, né? Verdade. O cara era bom. Muito bom. Maneiro. Bom, tem mais aqui. O RH Corse mandou: "Salve, salve família. O que vocês acham dos tratamentos como estimulação magnética e neuroedback? Obrigado. Ixe, é uma área gigantesca, tem muita. É, aí fodeu, né? Não, eu posso falar, eu acho que há evidências que que provam, assim, prova não
existe, mas há evidências favoráveis ao uso da estimulação magnética transcraniana e a estimulação elétrica na depressão, eh, em outros outras doenças psiquiátricas. Neurofedback, eu acho que ele funciona, assim, tem, conheço um monte de estudo, já publiquei um monte de estudo também nisso aí. Eh, ele funciona, mas ele não tem o o assim, a duração do o grande problema dessas coisas não é que não funciona, é a duração do efeito. Então, assim, você existe cura para doença psiquiátrica. Essa é uma discussão que eu nem quero entrar nela, mas assim, definitivamente não é não é por esse
caminho. Então aí não é mais uma discussão sobre se esse tratamento funciona ou não, mas como que você vai pensar o tratamento de maneira sistêmica para melhorar a vida do paciente assumindo que nada dessas coisas vai curar? Essa é a minha visão. Agora deixa eu passar pro Mas pera aí, antes de tu passar para ele, o que que é neurofedback? É uma técnica que você põe eletrodos na cabeça e você aprende assim, imagina que eu ponho um espelho do cérebro, tá? Então eu ligo um um um o aquela coisa que ele falou que é um
capacetezinho assim, tá? Uma touquinha e eu sei hã algumas quais são as frequências de onda que estão acontecendo nas diferentes áreas. Aí eu ponho na tela, por exemplo, imagina um game e eu quero que um carrinho ande paraa frente. Nesse game, eu vou fazer esse carrinho andar pra frente conforme a as áreas que são do meu interesse usem as frequências cerebrais que são do meu interesse. E por que elas são do meu interesse? Porque eu fiz um mapeamento do cérebro dessa pessoa. Quer dizer, eu fui lá e medi e vi que essas áreas tão com
baixa atividade neurológica. E aí você tem uma correlação entre esse tipo de de atividade aqui elétrica e a atividade que vai acontecer lá dentro do cérebro mesmo, tá? Uma clássica é o seguinte, eu tenho uma, a gente tem uma, pensa uma pessoa que é destra, aí ela tem um cérebro que é assimétrico à esquerda, ou seja, ela tem um, né, a parte esquerda um pouquinho maior. Aí o que acontece? Você tem uma frequência, você tem um padrão chama alfa de 8 a 12 Hz na parte pré-frontal, que em geral para essa pr pra maior parte
das pessoas é é mais é mais presente à direita. Aí essa pessoa eventualmente tem a esquerda mais presente e tem muito alfa esquerda. Isso tem uma correlação disso com depressão, com tipo específico, sabe? Estadosim. Aí a pessoa treina aumentar as frequências de onda nesse hemisfério esquerdo. Então isso gera uma melhora no sintoma durante um tempo. É mais ou menos essa a ideia. Mas eu queria muito assim, eu falo, eu eu aprendi lendo esse mestre maravilhoso aqui e então eu quero eu quero ouvir de uma vez o cara. O que eu falei o que tá na
ciência, todo mundo reconhece por aí. Vamos ouvir o cara mesmo. Não, não há dúvida. Eu acho que essa essa interação ele é tanto é que a eu tenho um grande amigo meu matemático suíço, conversei com ele hoje inclusive Ronald Sicural, nós escrevemos uma monografia chamado cérebro relativístico, onde a gente depende, é, a gente fala que o do ponto de vista quase a mesmo, né, inspirado nele, na teoria da relatividade especial, que o cérebro nunca tem uma coisa ã definida, ele é sempre relativístico no sentido que ele compara o modelo de realidade que ele tem no
momento com que ele recebe nesse instante e ele se modifica e a base dessa modificação, o a cola do cérebro analógica, perdão, é o o os são os campos eletromagnéticos neurais. Então, nós estamos propondo uma teoria, segundo o o Ronald eh Maxwell ia gostar muito disso, né? Porque nós estamos dizendo que o cérebro funciona como um sistema eletromagnético e ele ele funciona como um todo. Então aquela história que aqui é tátil, aqui é visão, aqui é é o amor ao Palmeiras, né? Não, não é um mosaico de áreas independentes. É, ele funciona como um todo.
O campo magnético ali que vai, Exato. Eletromagnético. E nós temos muitas evidências. Nós publicamos mais de 800 eh perdão, referências, né, dando substância a essa teoria, que é uma teoria, ela precisa ser totalmente demonstrado. Foi aí quem me inspirou na no projeto da Copa do Mundo a oferecer o feedback tátil e visual do cara. Exato. Legal. Por isso que a gente instrumentou os pacientes com eram placas de velcro, aquele velcro comum, mas com nós pegamos os estimuladores de telefone celular que vibram, o pequeno troço que tem aqui dentro que faz vibrar. E criamos uma teoricamente
uma o que a gente chamava de pele artificial. Quando o cara encostava no chão, uma onda de pressão vinha e gerava uma onda de pressão no braço dos de ambos dos braços. E evidentemente ele estava vendo, né, que ele tava andando no terreno. Aham. Pro cérebro dele, esse é o feedback, ele tava andando. Então, quando você perguntava pro cara, mas você tá gostando do Exo? Ele falou: "Que exo?" "Eu tô andando por mim mesmo." Ele tinha a vívida sensação que era o corpo dele gerando, né? O caminhar e o feedback Tátil, né? sendo. Ele não
falava que ele tava recebendo no braço, ele falava que ele tava Exato. O cérebro dele adaptou o modelo de realidade instantaneamente. Falou: "Olha, você tem perna agora". Isso tem a ver com pessoas que têm lesões no cérebro em áreas específicas. Isso. Eu vi um paciente no HC antes de ir embora aos Estados Unidos, ele tinha uma lesão no lobo paretal aqui direito, né? Que é uma lesão clássica. Aí você falava pro cara, tava num corredor enorme lá da enfermaria, você falava pro cara, o banheiro é na primeira esquerda. O cara ia até o fim do
corredor, virava à direita, voltava e aí ele entrava no banheiro porque o mundo do lado esquerdo não existia para ele, car. Então esse cara só vestia o roupão do lado direito. Você tinha que ir lá e pôr o roupão no braço esquerdo. Aí você pegava a mão esquerda para ele, punha na frente dele e falava: "De quem é essa mão?" Ele falava: "Não sei, tem alguém estranho aí pondo a mão na minha no meu rosto". Isso. A partir da linha média do corpo dele, todo o universo do lado esquerdo sumiu. E essa lesão é conhecida,
né? Agnosia conhecida, é um troço muito conhecido. Todavia, ninguém nunca pensou, por que aqui, né? Porque e na realidade a interpretação que eu e o Ronald damos é que ponto de vista matemático é que o sistema cria um modelo de você, do seu corpo, e tem um circuito que mantém esse modelo vivo. Quando você perde a perna, 90% dos amputados continuam a sentir a perna. Chamou o fenômeno do membro fantasma. Fantasma famoso. É que foi descrito no mundo ocidental nas guerras e da idade média. a você sentem dor nesse membro fantasma. Isso a chama dor
do membro fantasma que é intratável na maioria dos casos, tá? Só que tem o oposto. Te falei do macaquinho que ganha braços, né? Então foi a partir daí que nós desenvolvemos essa teoria que nós temos um modelo analógico dentro do cérebro que o cérebro gera da nossa mente. A gente acredita que ele é mediado pelos campos eletromagnéticos porque é muito fácil de você modular isso analogicamente, né? Você falou lance da raquete também. E isso, o lance da raquete. Só que a gente aprendeu com esses pacientes que o feedback tátil modulava essa sensação do seu corpo.
E nós devolvemos, por vários testes a gente comprovou isso, nós devolvemos os pacientes que tinham lesão até aqui, que até antes de trabalhar com a gente só acreditavam que o corpo deles terminava aqui, porque é o que acontece quando você tem uma lesão medular. A partir desse tratamento eles começaram a reconhecer que eles tinham o resto do corpo. Caramba. Tá? Então você conseguiu provar que você mudava o modelo. Então o cérebro, o cérebro não reage a nada, ele compara o que ele espera do mundo aqui com o que ele tá recebendo, tá? Então por isso
que ele a gente consegue, ele é modelando o tempo todo, né? Ele é ele é adaptável, ele é um sistema dinâmico distribuído adaptável. Adaptável, tá? Que doideira. Tem tem uma muito isso daí. Tem tem uma uma coisa maravilhoso, mas só falar uma coisinha aqui só para porque o esporte é uma coisa que dá para provar essa teoria. Um dia eu perguntei, acho que foi pro Felipão, se eu não me engano, foi pro Felipão, quantos pênaltis um jogador no final do treino você consegue convencer ele a cobrar para praticar? Ih, pô, os caras estão cansados, quero
ir embora, tal, 10, 12. Aí eu eu pensei comigo, nossa, em realidade virtual dava para praticar 10.000. E não, claro, você senta, você tá sentado, né? Não tem nenhum esforço físico, não tem nenhum, não sua, não cansa, não gasta energia. E mas você treina o cérebro, mas você treina o modelo. Ah, sim. Você treina o modelo cerebral. Esse é o pulo do gato, na minha na minha opinião, tá? De todo treinamento, porque o resto é só movimento, né? O resto é só a biomecânica que o cara faz isso desde criança, né? E cara, agora, calma
aí. Dá para existe na nossa, noem 2022, existe uma parada que o cara poderia de fato treinar pênalti? Ah, então tranquilo. É trivial, aliás. É, mas ó, só não foi aplicado, né? Ainda não foi aplicado maneira coerente, né? Senão o Marcelinho não tinha perdido lá. Senão o Marcelinho não tinha perdido pro pro Marcos. Eu fiz uma pergunta para você lá atrás. Quando eu falei da Singularity, você entendeu que eu tava falando da Singularity como essa experiência? Mas na verdade eu tava falando é do uso do VR agora assim porque na na educação a gente tava
falando de educação, eu acho que nem que devia entrar nisso agora, porque senão vai virar um um mundo. Mas pensando o seguinte, voltando naquele tema sobre a experiência da ciência e a experiência do analógico de escrever com a mão, eh, você botar óculos de de realidade virtual na cara da criança é limitador e alienante. Tem um outro lado, tem um senão que é esse que você justamente pode criar replicações de experiências, cenários de treinamento para precisão que podem ser interessantes. Definitivamente eu não sou a favor de a gente substituir a educação com a escrita por,
né, manual e etc por caligrafia por isso, mas que de fato a coisa tem dois lados por causa dessa situação que você tá descrevendo. Eu acho que sim, né? Os astronautas vão ptar na lua, eles já estão sendo treinados com esse ó para treinar o cérebro. Mas essa era a ideia. chegar na lua, ele não estranha. Mas essa era a ideia, essa era a ideia do do robozinho controlado pela mente em Marte. O que eu propus pra NASA era o seguinte, o seu operador, quem quer que esteja controlando, se tiver o feedback, né, ele não
vai tá só achando que ele tá controlando o robô, ele vai sentir a superfície de Marte, ele vai sentir que tá em Marte, ele vai, exatamente, ele vai incorporar a realidade de estar em Marte. Agora imagina um cara imerso fazendo isso algumas horas por dia, né? Ah, é a mesma coisa do ratinho infravermelho. Sim. Ele ia começar a imaginar o que ia caminhar em Marte sem tando bilhões de quilômetros de distância. Então, a NASA tá fazendo exatamente isso e treinando os os astronautas que vão pousar na Lua agora em algum momento aí até o final
da década para quando o cara chegar na lua ele não estranhar, porque a ideia deles é justamente essa, você treina o seu cérebro já tá acostumado. Então cheguei ali na lua porque qual que foi o problema na outra na láem na década de 60 na Apollo? Pô, cheguei aqui e agora? Pô, agora tem uma cratera aqui. A sorte é que era um piloto de testes maluco que que manobrava e sorte é que era um era um cara chamado New Armston. New Armston. Exatamente. Agora hoje não. Então os caras eles querem que o cérebro do cara
esteja já tá usando fortemente isso de simulação pré e antes das batalhas, né? Pr assim antes do botal. Mas veja, nós estamos falando disso aqui. Nós acabamos de falar da foto do buraco negro no centro da Via Láti. Certo. Isso. Vamos parar para pensar. 10.000 1 anos atrás, nós estamos descobrindo que a gente podia pôr uma semente na terra e, né, comer depois meses, né, comer e não precisar ficar rodando, né, fazendo a balada por toda a face da terra para achar o que comer, né? É, é 10.000 anos atrás, tá? Nós estamos hoje observando
o centro da nossa galáxia. É, é uma baita de uma viagem. É, é um salto absoluto. É um salto absoluto também. As pessoas não param para pensar nisso porque a gente tem essas coisinhas, né? Tem não. Aí o cara vem no twit fala: "Pô, que foto feia". É que foto feia. É que a gente na verdade não tem noção que 10.000 anos não é nenhuma. Nada. É. Não. Eu e você que tirou da minha boca. Eu ia falar exatamente isso. Daqui não sei quantos bilhões de anos. Andrômeda vai colidir com a é cinco. Vai colidir
com a Via Látea, tá? E a colisão não vai ser das mais prazerosas, né? Para para ambas. Tem simulações, mostra o que vai sobrar, o que não vai sobrar, o que vai acontecer, né? 10.000 1 anos na escala do universo é nada é o último segundo igual o Calce no cal falava exatamente e o que que nós estamos falando nós estamos falando de uma área chamada neurociência que tem 150 anos é ontem, né? É um piscada de olho, tá? Então por isso que eu digo, a neurociência é muito mais do que uma ciência biomédica, do
que uma área de pesquisa. Ela ela busca entender o mecanismo pelo qual nós criamos a realidade na qual nós vivemos e em outras realidades que nós estamos tentando criar paralelas, tá? Então, alguém olhando de fora, alguém olhando de fora, tirando alguns exemplares que não vale a pena mencionar, o esforço coletivo da mente humana nesses 10.000 1 anos. É, é, é impressionante. É algo muito impressionante. Com todo o lado, né, que nós temos, claro, negativo, as conquistas mentais que foram realizadas a ponto de nós estarmos fotografando, o centro da galáxia, onde a gente vive, é, é
só comparável ao ataque alve verde de 1970, né, que aí é aí é imbatível, né? Leão, Eurículos, Pereira, Alfred Zeca, Dudu e Ademir, Edu Levinha, César e Inake. Não dá para bater isso, O cara é bom mesmo, né? A controvérsia. Bom, eu vou ler rápido aqui porque o Miguel já já chamaram minha atenção aqui que o Miguel tá cansado e tudo mais. Não, eu tô só eu tô admirado. É a maior discussão de neurociência que eu me lembro em anos. É, eu marco. Tá bom, vamos pra última, então. Igor, pera aí. O Wilson tem mais
algumas aqui. Jan tu consegue fazer uma uma filtragem aí para pegar sua marcando a história da neurociência brasileira. Tá aí, ó. Será, cara? Olha, eu não me lembro de uma discussão de 4 horas. Ó, eu vou ler uma aqui, daí tu escolhe mais uma, tá bom? O Wilson 18 mandou aqui, ó. Boa noite, senhores. O que vocês acham sobre a teoria orc traço orch traço or do físico Roger Pen Rose? Grande que supõe que a consciência tem origem em efeitos quânticos ocorridos dentro do cérebro. Microtúbulos. Caso esteja correta, uma das possíveis consequências seria a sobrevivência
da consciência mesmo após a morte. Posso contar uma história minha do Pain Rose? Fica à vontade. Uma das grandes histórias. Conhece o Pen Rose? Ela tá falando agora. Veja bem, deixa eu te contar. Um dia eu tô indo Virgínia, Universidade de Virgínia, num painel sobre consciência. Quem é um dos palestrantes? Roger Pain Rose que eu tinha lido, eu tava na na mesa com ele, então falou ele e eu falei do da Aurora, do barato todo e deu o break e nós fomos, né, o break não, pior que isso, foi fazer o pit stop. Ah, então
tô eu lá no meu pit stop tranquilo, né, pensando na vida, aquele momento de relaxamento depois da palestra na frente de um cara que é, né, o Roger Pain Rose. Entra o Roger Pain Rose no do lado, o pit stop do lado. Aí ele vira assim para mim, Dr. Nicoleles, gostei muito da sua palestra. Eu falei: "Nossa, é uma honra, é uma O que que o senhor achou da minha palestra dos Isso nós dois, né, no pit stop, né?" Aí eu falei, "Doutra pa Rose, eu conheço o senhor desde criança, leio seus trabalhos em física,
é maravilhoso, mas eu preciso ser honesto." Ele falou: "Não, por favor, seja honesto isol bullshit". Ele riu pr caramba. Eu ri para caramba. E, né? E nós estávamos no pit stop, né? Aí eu ri pra caramba. Ele riu pr caramba. Eu sacudi o dele. Não, não é, não é nada demais, né? para você poder contar paraos seus netos que você tava no banheiro com prêmio nome de física, né? Pô, car, não é, é demais, vai. É demais. Não, e o cara é maravilhoso. O cara é um outro cara assim que você senta fora da palestra,
não é na hora da aula. Você conversa de qualquer coisa que até de futebol, até de buraco negro, porque ele tava junto com o Steve Hawins. Claro. Na descrição. E até do do de início e fim de universo que ele tem uma teoria muito legal que é do universo cívico, né? Que o universo não tem fim e nem começador não tem roupa, tá sem roupa, né? O livro dele sensacional. Mas a teoria do microtúbulos é puxa, ela empurra o envelope. Se for verdade é espetacular. Então eu eu acho também que é bullshit mesmo. Eu acho
que não tem nenhuma evidência efeito de fenômeno quântico no cérebro. Eh, a gente diz assim que o cérebro ele é molhado, ele ele não tem as propriedades ideais para fenômeno quânico. Tudo isso é uma grande verdade. Vamos só vou dar aquela não a a dúvida, mas um fato é que a gente tá descobrindo fenômenos quânticos em sistemas biológicos recentemente. Então, retina de pássaro, né, uma série de outros desses. Mas a gente tem instrumento para para medir eh efeitos eh fenômenos quânticos no cérebro humano. Eh, essa posso falar, essa é uma longa discussão, mas assim, resumo
da obra é assim, a gente tá numa era que a gente tá descobrindo fenômenos quânticos na natureza, fotossíntese, tem fenômeno quântico, vamos dizer assim, teorias dominantes sobre fenômeno, dizem isso hoje em dia. Eh, eh, também navegação de pássaros, teorias que hoje em dia estão falando naveção de pássaros já tem um estudo muito famoso, aliás, saiu até na última científica América um estudo muito legal que é a navegação quântica que os pássaros usam, né? Sim, percepção de de aromas que tem uma algumas aí já é controverso. Tem gente que acha que sim, tem acha que não.
Eu já li isso aí várias por vários de publicar umas coisas, eu sou mais pelo não. Mas eu vou dizer assim, existe de fato uma área que vem crescendo com esse papo, né? Agora, a segunda parte da pergunta que eu não consigo ent ver muita relação eh com a primeira, porque independentemente da gente ter ou não fenômeno quântico no cérebro, eh não existe nenhuma possibilidade de você extrair nada do cérebro e você fazer qualquer outra coisa que não seja, no final das contas chegar na finitude que a gente tá falando aqui, pelo menos no meu
ponto de vista. Deixa os coach quântico. Ouvir isso aqui que é que você vai ver. É, não v coach quântico. Que que Vixe, essa foi boa, Miguel. Que que você acha? Foi boa. Essa missou Jorge Jesus tentando voltar pro Brasil para ser um coach quântico. Tá bom. Tá. Vamos fazer um corte aí disso aqui, ó. E vamos colocar e lá os caras falaram da de quântica do cérebro. Para Lisboa, mas v Não, eu já eu já assisti jogo no no estado do Benfica, no estado do Esporte e no estado do Porto. É. É, o estádio
de esporte é verde e branco, né? O esporte de Lisboa é verde e branco. Não, vou te contar. Eu fui no esporte, no jogo do esporte com a camisa do Palmeiras, achei, pô, tem tudo a ver, pô. Tô tudo a ver. Eu tô sentado lá, né, lá em cima, porque é um estádio gigantesco, maravilhoso. Que time é esse? Que tá fazendo o quê? Falei: "Não, cara, ficar revoltado, cara. Ficaram invocado." Eu falei: "Não, é o é o time irmão, é irmão lá do Brasil. Patrícia irmã do Brasil." Ó, foi por pouco que eu que eu
não que não tinha. que em cada país, em cada cidade que senhor morou, tem um time verde, né? Tem um time verde. Isso, isso é importante na nessa fosse tiver um time verde. Não, o pré-requisito de qualquer cidade que eu visita o mundo é fazer o seguinte: um dia pra ópera, um dia é pro futebol, outro dia é pra palestra. A, então já vi jogo de futebol de tudo qu Não, nos lugares mais eu assisti a estreia do Wagner Love em Moscou, jogando pelo CSA, o exército, time do exército vermelho, no estádio do Dinamo entra
eu e meu filho mais velho, né? Em 2004, passei um mês de mascou dando aula no instituto. Aí entramos nós dois com a camisa do Palmeiras num jogo que todo mundo é vestido de vermelho. Mas aí era o ídolo do Palmeiras. Não, não, pera. O time dele tava de vermelho e o time de de era de vovogrado, tava de branco. Nós aparecemos no telão, no telão de cara, né? Entramos no estádio e o meu guia russo falou: "Melhor disfarçar, né?" Aí sentamos na na arquibancada e o Wagner Love entrou e nós Palmeiras mancha. O Wagner
Love olhou completamente louco e viu dois caras de verde no meio da R. Aí ele faz o gol, corre na nossa direção, nós vamos para lembrado, eu e meu filho comemorar com o Wagner Love Go. Quando a gente volta, o cara atrás de mim me oferecendo vodica, porque o meu aluno russo tinha dito para eles, ele veio do Brasil só para ver o jogo do ex-palmeirense. Os cara, se você veio do Brasil só para ver o jogo, nós saímos de lá. Bem com a vida, né? Porque a torcida do SSK nos abraçou completamente. É, não
foi sensacional. Você sabe que o Wagner nova é flamenguista, né? Perdão. Sabe que o Wagner Lov é flamenguista? Eu sei. Tanto é que ele chutou pênalti fora em 2009. A gente sabe disso. No Parque Antártica todo mundo sabe. Miguel, obrigado demais por vir aí, cara. Eu que te agradeço. Obrigado. Muito obrigado também. Agradeço muito mais uma vezão. Você também. Eu que agradeço, cara. Cara, é, você usa redes sociais? Eu uso Twitter. Eu gosto do Twitter e do Instagram um pouco, mas o Twitter. Qual que é o teu arroba lá no Twitter? É no Twitter é
Nicoleles. M Nicoleles. Então, segue lá. E tu, Álvaro? Eh, eu só tenho o Instagram que é Álvaro Machado Dias. Boa. E o Sergão Space Today e o Ciên Sem Fim. Segue lá o que tá ao vivo agora, inclusive. Tá ao vivo agora. Siga lá o Instagram do Ciên Sem Fim. O Twitter é tudo ciên sem fim e Space Today também. Space Day 1 no Twitter, no Insta e o resto. Quem entrar no meu lá acessa um evento que eu vou estar amanhã de manhã falando sobre ai legal. Legal. Então gente, mais uma vez muito obrigado
pela engrandecedora presença de todos aqui. Eu queria aproveitar para agradecer pessoalmente, Miguel, você tem uma um papel importantíssimo na ciência brasileira. Obrigado. Mundial é na educação. Obrigado. Como como assim primeiramente um brasileiro aí queria te agradecer de fundo do coração. Ô, sabe quem tava assistindo a gente? Não faço ideia. Daverson. E ele postou no no Instagram dele. Isso aqui ele postou no Instagram dele. Au, grande David. Aí, ó. Tá vendo só? Grande Davon. Salve Davverson. O Daverson fez o ele fez o gol no Flamengo e na e na mesma semana ele veio no Flow Esport
Clubeou para Uau! Imagino. Não, eu imagino. E você acha que eu fui ruim, né? Não, cara, eu sofri. Você não tá, você não tem ideia de quanto eu sofri aquela semana. Não, mas é pura verdade. Eu, eu, eu, eu eu sabia que você fazia o podcast. Aí eu tava assistindo você a semana anterior do jogo, eu falei: "Nossa senhora, eles estão confiante, eles estão confiantes. Se um dia encontrar esse cara, não vai ter saída." E olha como a vida, as duda, dá volta. O mundo não gira, capota cara. Obrigado mesmo todo mundo. Valeu aí vocês
que assistiram, um beijo para vocês. Ô, a gente tem que marcar uma parte dois. Vamos deixar isso prometido no arrempo a gente pode voltar pro Brasil. Não, mas aí é para não é para falar falar futebol clube falar futebol tá ótimo. Então tá bom. Ó você curte, você que assistiu, obrigado pela moral. Se inscreve, dá o like, segue todo mundo que tá aqui na mesa e um como é que você dá o tchau lá no sem fim. Deu aí, Janzão? Não. Uau. Então é isso. Deu. Abraço. Tchau. Tchau. เฮ [Música]