Como a Índia ROUBA U$10 Bi por Ano dos EUA (E Ninguém Pode Parar)

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Todos os anos a Índia rouba cerca  de 10 bilhões de dólares dos EUA. E ninguém pode fazer nada: as  autoridades americanas estão com as mãos atadas. É uma espécie de “golpe legalizado”.
Há praticamente um exército inteiro de indianos trabalhando dia e noite, focados em crescer cada  vez mais esse número. E eles nem precisam sair da Índia. Estão espalhados em diferentes  escritórios localizados por todo o país.
As denúncias proliferaram a ponto de  despertar preocupações dentro do FBI, levando a uma compreensão mais profunda da situação.  Diante disso, a agência acionou a Interpol e, por fim, iniciou a tomada de medidas. No meio disso tudo, dos EUA, cidadãos comuns considerados heróis sem capa passaram a  revidar, e uma verdadeira guerra virtual começou.
Mas o que de fato é esse golpe “legalizado”? Por que foi que, durante tanto tempo, ninguém conseguiu tomar medidas  para resolver esse problema? E quem são os heróis que  estão combatendo esse crime?
Pra entender esse fenômeno que  faz a Índia roubar 10 bilhões de dólares anualmente dos EUA, é preciso  entender como essa história toda começou. Por muitos anos a Índia foi considerada  um polo de atendimento ao consumidor. Empresas americanas perceberam que era mais barato  deixar esse atendimento ser feito por atendentes indianos que falavam bem o inglês.
A partir  daí, elas terceirizavam este serviço para ser feito quase todo em call centers na Índia, apenas  redirecionando as ligações, de forma eletrônica. A ideia era genial: enquanto as grandes  corporações americanas como Expedia, JP Morgan Chase e AT&T poderiam economizar  milhões de dólares terceirizando o serviço, a economia indiana era aquecida. E a oferta de trabalho em call centers atraía principalmente os jovens  recém-formados, que buscavam a sua primeira oportunidade no mercado de trabalho.
Essa oportunidade era muito interessante, porque o salário era pago em dólar, o  que é muito vantajoso. Assim como para os brasileiros é melhor ganhar metade do que um  americano ganha para exercer a mesma função, mas receber em dólar, para os indianos também.  Porque a Rúpia, a moeda da Índia, tem menos valor que o dólar americano, assim como o Real.
Parecia o melhor dos dois mundos: as empresas americanas economizavam milhões terceirizando  o serviço, e os indianos faziam atendimento de telemarketing com salários que dificilmente  conseguiriam nas empresas de seu país. Mal sabiam os americanos que essa economia  lhes causaria prejuízos bilionários no futuro. A terceirização foi tão intensa que 90% das  principais empresas americanas viam este processo como um ponto central  de sua estratégia de negócios, juntamente com a economia que ela trazia.
Aproximadamente 20 mil dólares por empregado indiano que assumia o lugar  de um americano, anualmente. Uma nova indústria de consultoria  foi criada na Índia para garantir um atendimento ao cliente de qualidade Até que as Filipinas, percebendo a lucratividade encontrada pela Índia, decidiram  entrar no jogo. Em 2011, os filipinos passaram a oferecer um serviço semelhante, mas com um  preço bem menor, ganhando vantagem comparativa.
Outra vantagem enorme era a língua.  Enquanto 10% dos indianos falam inglês, 97% dos filipinos são fluentes na língua,  e têm o sotaque mais parecido com o dos americanos dentre os demais países asiáticos.  Isso se deve ao fato de que as Filipinas foram colônia dos EUA por 50 anos.
Por mais que  10% da população da Índia represente mais pessoas em números totais do que os 95% das  Filipinas, a semelhança entre as duas culturas é muito maior. Muitos indianos falam inglês  devido à sua colonização pelo Reino Unido. Não há tanta identificação cultural entre  Índia e EUA como acontece com as Filipinas.
Os filipinos também se qualificaram bastante  para oferecer seus serviços. Tanto que as empresas americanas passaram a  pagar mais por seus serviços, e isso os incentiva pra que eles  se qualifiquem cada vez mais. Já a qualidade da mão de obra  indiana é um problema sério, e deve ser enfrentado com mais seriedade  no país.
Com inúmeras faculdades de péssima qualidade, os jovens se formam totalmente  despreparados para executar funções triviais. Pra piorar a situação, algumas empresas  americanas resolveram terceirizar parte do seu serviço de atendimento ao cliente  para as prisões nos Estados Unidos, por meio de uma iniciativa de uma  corporação do governo dos EUA, que prometia “todos os benefícios da  terceirização doméstica a preços internacionais”. Esses dois fatores foram suficientes para estagnar  um mercado em crescimento na Índia, acarretando todas as consequências típicas de uma queda brusca  no número de empregos em um mercado aquecido.
Enquanto as operações de atendimento  ao cliente caíam drasticamente na Índia e os call centers saíam do país, uma nova  modalidade de operações por telefone surgia. O segmento de Tecnologia da Informação  estava em processo de consolidação e, naquela época, as empresas buscavam na  terceirização uma forma de reduzir custos, tanto no desenvolvimento de produtos quanto no  suporte ao cliente pós-venda. Muitos consumidores, logo após a compra, ainda não conseguiam  utilizar os produtos que haviam adquirido, mostrando-se confusos com as novas tecnologias.
Surgia então, para os indianos, uma nova  demanda por atendimento ao cliente, mais especializado e focado nesta nova indústria. Em 2010 a Microsoft deu o primeiro passo ao terceirizar todos os seus serviços de  suporte e aplicativos para a Infosys Limited, uma empresa de TI indiana, sediada em Bangalore. No entanto, o serviço de atendimento ao cliente na área de Tecnologia da Informação  trouxe a exigência de qualificação profissional para atuar na área.
Com isso, um antigo problema que a Índia ainda enfrenta, veio à tona:  diversos indianos que trabalhavam nos antigos empregos de call centers, possuíam uma  boa habilidade com atendimento, mas estavam dificilmente qualificados pras posições em TI. Além disso, as vagas de suporte pós-venda não eram suficientes para suprir a  demanda dos indianos por emprego. Embora o problema tenha sido amenizado,  não havia deixado de existir: muitos indianos com formação em atendimento  ao cliente continuavam com o problema: embora eles tivessem habilidades nessa área, não  tinham a capacitação necessária para atuar em TI.
Nem no desenvolvimento, nem como suporte. Diante  dessa situação, a única saída era… Improvisar! Fake it until you make it!
Esta é uma expressão bastante utilizada pelos americanos, e significa que se você não  tem uma competência ou uma habilidade, você deve fingir que tem pra conseguir uma vaga. Depois  de empregado você adquire aquela habilidade. Ela também é usada como um incentivo pra pessoa  aceitar os desafios e buscar se capacitar cada vez mais, não utilizando como desculpa o fato de ainda  não estar pronto para uma determinada tarefa.
Já no contexto do atendimento ao cliente em  TI, os indianos usaram bastante essa expressão, mas colocando nela um sentido  moral, no mínimo, questionável. Algumas pessoas perceberam que já existia  um aparato e treinamento para atendimento ao cliente por parte dos indianos, mas que faltava a  experiência em TI para atuar neste novo segmento. Só que aprender essa capacidade  requer muita dedicação.
E foi ali que surgiram, na Índia, os call  centers clandestinos, com o único objetivo de enganar americanos, sobretudo os idosos. A ideia era bem simples: fazer ligações para norte-americanos, se passando por técnicos das  empresas que tinham call centers instalados na Índia, inventando problemas que não existiam  e oferecendo falsos serviços pelos quais os indianos cobravam e que cujo pagamento ia  para a conta dos golpistas indianos que haviam criado a empresa falsa. Outra modalidade era se passar por um agente da Receita Federal, que  nos EUA é o Internal Revenue Service, criando dívidas falsas e fazendo cobranças sob  ameaça de apreensão de bens, penhora de salários e bloqueio de reembolso dos impostos pagos.
Nascia então o golpe de 10 bilhões de dólares anuais. Existem diferentes tipos do mesmo golpe, mas, no geral, pra  você entender, usarei o exemplo que Mark Rober deu no vídeo dele do golpe do reembolso: Um e-mail é enviado em conjunto com telefonemas automáticos informando que a Amazon  efetuou uma cobrança no valor de U$ 200, da vítima. Caso não reconheça a cobrança,  a pessoa é instruída a ligar pro serviço de atendimento ao cliente informando que a  cobrança era indevida pra obter um reembolso.
Ao telefone, o golpista afirma que  o processo será feito através do seu computador. Ele então induz a vítima a instalar  um programa que lhe dará acesso ao seu PC. O golpista afirma que pessoas recebem  o reembolso automaticamente, e que a vítima precisa verificar sua conta bancária para  confirmar se o reembolso já caiu ou não.
Assim, por meio desse programa que a vítima instalou,  ele consegue ver a conta-corrente da vítima. A vítima verifica se houve uma devolução  de U$ 200 na sua conta, e percebe que não. O golpista continua sua história, alegando  que precisa de mais cinco minutinhos com o departamento comercial para prosseguir  com o reembolso.
No entanto, antes disso, ele sai da conta da pessoa. Em um piscar de olhos,  a tela do computador fica preta. Enquanto isso, o golpista entra de novo na conta da vítima  usando login e senhas salvos no navegador.
Aí o golpista faz alterações no código da página  no navegador, para fazer a última transação dela aparecer como um reembolso de US$ 20. 000 para a  Amazon, mas a vítima ainda não consegue ver nada. O golpista retoma o contato com a vítima, se  desculpa, alegando um “erro no sistema” e diz que o departamento comercial da Amazon  não conseguiu processar o reembolso, restando apenas a “opção de servidor de reembolso  online”.
Esse “servidor” é apenas uma janela de texto que não faz absolutamente nada. O indiano que está aplicando o golpe insiste que a vítima deve inserir todas as  informações corretamente, pois qualquer erro de digitação seria permanente. Ela insere seus  dados, incluindo os últimos quatro dígitos de sua identidade e o valor do reembolso.
Só que quando a vítima vai digitar o valor do reembolso, dois zeros a mais  são digitados, mas quem faz isso é o próprio golpista do seu computador. O golpista instrui a vítima a acessar a conta-corrente e para a surpresa dela a transação  criada pelo golpista está lá e parece verdadeira, então a pessoa acredita que recebeu  US$ 20. 000 de reembolso acidentalmente, por um erro seu de digitação.
Então ele convence a vítima a enviar US$ 20. 000 pelo correio. E ainda a instrui a mentir para o banco, empresa de correios ou pra sua própria família,  que poderia impedi-la de cometer o erro.
Ao longo de todo o golpe, ele mantém a vítima ao  telefone, exercendo sob ela uma pressão constante, inclusive enquanto ela vai ao  banco ou à agência de correios. E só para quando recebe o  comprovante de envio dos U$ 20. 000.
Outra forma que os golpistas encontraram  de lucrar foi fazendo as vítimas comprarem gift-cards do Google, Netflix e da Amazon,  e passarem pra eles os números de ativação. Mais um tipo de golpe consiste em ligar pros  clientes que tinham computadores, na sua grande maioria idosos, e convencê-los de que seus  dispositivos estavam danificados por vírus, causando um pânico imediato nessas pessoas  um pouco mais leigas nesse tipo de assunto. Os criminosos cobravam para resolver o  problema e, assim que o pagamento era efetuado, acessavam os computadores das vítimas  remotamente, instalavam antivírus gratuitos e recebiam um pagamento alto no final da operação.
De acordo com um membro da máfia que conversou com o programa Undercover Asia, “os golpistas podem  ganhar o suficiente para um mês, ou até um ano, em uma única noite”. “Não estou brincando”. Este tipo de atividade parece absurda, mas  como eles selecionavam durante muito tempo suas potenciais vítimas, a s pessoas abordadas  não tinham conhecimento técnico suficiente para entender, muito menos questionar as informações  que estavam recebendo dos golpistas da Índia.
Além disso, os americanos já se acostumaram  com o suporte técnico indiano, a maioria das empresas de call center já tinha escritórios  no país, o que gerava uma grande confiança, e tornava o golpe ainda mais eficaz. De acordo com uma matéria no Jacobin, “O número de chamadas de funcionários  fraudulentos representando Microsoft, Apple, Norton e Amazon cresceu de maneira  constante ao longo dos anos de 2010, e atingiu seu pico na pandemia. A fraude de suporte técnico era o golpe mais comum dentre todas as faixas  etárias, com os idosos sendo os mais afetados.
Incríveis 95% das chamadas relacionadas  a golpes tinham origem na Índia. Com o tempo, esses golpes ganharam fama  e, juntamente com o avanço da tecnologia, as pessoas se tornaram mais  atentas a este tipo de situação. Era a hora de subir o nível do golpe, para  um tipo que dá medo em qualquer americano.
Com os golpes do suporte técnico sendo cada vez  menos rentáveis, era hora de evoluir as operações Foi aí que os golpistas indianos foram promovidos,  de funcionários de TI para agentes da Receita Federal Americana, o Internal Revenue Service. Assim como no Brasil, a Receita americana é o órgão governamental responsável pelo  controle tributário dentro dos EUA, sendo mais conhecida por ser a responsável  pelo controle e cobrança do imposto de renda. Lá, o cidadão comum faz de tudo para manter os  seus impostos em dia, porque as multas aplicadas em caso de débitos são duras e extremamente caras.
Isso faz com que as pessoas temam qualquer tipo de irregularidade, por saberem que  as consequências podem pesar muito em seus bolsos. E foi aí que os golpistas  indianos encontraram a brecha que precisavam. O novo golpe consiste em fazer ligações para  cidadãos norte-americanos, a maioria idosos, mas, desta vez, se passando  por agentes da Receita Federal.
Nestas ligações os indianos apresentam um número  de identificação, utilizam uma linguagem mais sofisticada, técnicas de manipulação e roteiros  testados. Com tudo isso conseguem convencer grande parte das pessoas de que elas têm uma dívida  com a Receita Federal que precisa ser quitada imediatamente, sob pena de prisão. Obviamente os mais desesperados, desavisados ou até mesmo desatentos entram em  choque quando recebem uma ligação como essa, e fazem praticamente qualquer coisa  para resolver o “suposto problema”.
Os criminosos, então, pressionam as vítimas  para realizarem o pagamento de forma rápida, ameaçando que, caso isso não seja feito  imediatamente, uma viatura pode já estar a caminho para cumprir um suposto mandado de prisão. É nesse momento que as vítimas realizam pagamentos que variam entre 2, 5, 10, chegando  até a casa dos 30 mil dólares, enviados pros golpistas por meio de bitcoins,  dinheiro vivo ou até mesmo, gift-cards! Sim, parece uma esquete de humor, mas  os golpistas indianos são convincentes o suficiente para manipular os cidadãos  americanos de que a Receita Federal de seu país aceita pagamento em forma de cartões  de presente da Amazon, Apple ou da Play Store.
Eles “sugerem” que as vítimas vão ao supermercado  mais próximo e comprem cartões no valor das multas. Depois retornam a ligação e as convencem  a informarem o código de ativação dos cartões. Pra esses indianos resgatarem o valor desses  cartões de presente em suas próprias contas da Amazon, Apple ou Play Store é muito  fácil.
Eles também conseguem vender estes cartões em sites internacionais como o  eBay ou G2A de forma bastante simples. E mesmo tudo isso parecendo tão absurdo,  este golpe está cada vez mais comum. Estima-se que os call centers clandestinos  que atuam na Índia, “faturam”, ou melhor, lesam as vítimas, em cerca de 10  bilhões de dólares, todos os anos.
Este valor mostra o quão rentável este tipo  de crime é, e também o quanto os americanos, em sua grande maioria idosos, vêm  sofrendo na mão destes criminosos. E aqui cabe um parêntese: no caso do golpe do  reembolso, os indianos, algumas vezes, criam um falso vínculo emocional com os idosos, que  podem ser pessoas solitárias, para criar empatia e fazer com que as vítimas se sintam compelidas a  ajudarem e reverterem o falso erro de digitação. Outras vezes os indianos os  xingam de tudo o que é nome, fazendo as vítimas chorarem e se sentirem  culpadas por algo que não pediram nem fizeram.
Mas como as polícias, tanto americana quanto  a indiana, deixaram estes criminosos atuarem livremente a ponto de atingirem montantes na  casa dos bilhões de dólares, ano após ano? É claro que um golpe dessa magnitude  despertaria a atenção das autoridades, especialmente em relação às ligações  telefônicas, que são facilmente rastreáveis até pelos nossos smartphones comuns. Até porque, os golpistas indianos nem sequer se dão ao trabalho de tentar esconder seus  crimes.
Eles operam em escritórios tradicionais, alugados como call centers comuns, no centro das  cidades, como se nada de mais estivessem fazendo. Há um ponto argumento muito usado pelas  autoridades indianas para justificar que este tipo de crime aconteça de forma tão deliberada. Murlidhar Sharma, um policial da cidade de Kolkata, diz que: “O problema é que eles só  podem agir se a vítima fizer uma queixa”.
Ele conta ainda que, em 2017, ele e seus  colegas fizeram uma busca e apreensão em um call center ilegal sem a queixa de nenhuma  vítima. O caso foi a julgamento e o juiz simplesmente não podia prosseguir, pois não  havia depoimento de nenhuma pessoa lesada. A polícia indiana simplesmente  está de mãos atadas, neste caso.
Neste caso. Inúmeros relatos são ignorados não só pelas  autoridades, como também pela imprensa do país. Um caso emblemático é o do  jornalista Samarth Bansal.
No mesmo ano da busca e apreensão do oficial  de Kolkata, Bansal fazia parte de uma equipe que expôs um golpe tecnológico internacional  baseado em Gurugram. A história foi publicada no Hindustan Times, um grande jornal, e Bansal  esperava que resultasse em várias prisões. A notícia revelou os atos fraudulentos  cometidos, os milhões de dólares que eram obtidos semanalmente por meio deles  e os nomes dos responsáveis pelos crimes, incluindo golpes direcionados  a indivíduos em todo o mundo.
Mas “nada realmente aconteceu”,  diz ele. “Tudo que consegui foi um emoji de positivo no WhatsApp,  enviado por um policial, nada mais. ” Além disso, os criminosos agora também recorrem à  inteligência artificial para reproduzir a voz de autoridades norte-americanas e para tirar  o sotaque indiano na hora das ligações.
O fato é que, até a data de hoje,  o crime, na Índia, compensa. Não interessa se há ou não queixa, depoimento,  prova física do crime ou testemunhas. Prova disso é o que conta Mangal Rathi,  dono de uma pequena empresa de estofados, que perdeu cerca de 25 mil rúpias, cerca  de 300 dólares, para um golpista ao ligar, sem saber, para um call center falso.
Quando acionou a polícia, ouviu: “Pode esquecer, você nunca terá seu dinheiro de volta.  Nós nunca podemos fechar um negócio”. Mas essa falta de consequências para os  golpistas pode causar prejuízo para toda a Índia.
Uma década após a Índia se tornar uma  superpotência em golpes telefônicos, os centros fraudulentos continuam  prosperando. Durante a pandemia, o setor de golpes cresceu exponencialmente,  drenando bilhões das contas de americanos idosos. As autoridades lutam para acompanhar o crescente  desafio e recorrem à cooperação internacional.
Uma operação conjunta do FBI e INTERPOL levou à  prisão de Vatsal Mehta e Hitesh Patel, líderes de call centers na Índia. Os golpistas se passavam  por autoridades governamentais para enganar os idosos americanos, exigindo dinheiro para  evitar a prisão. As prisões de Mehta e Patel demonstram que até mesmo os mais sofisticados  podem ser rastreados e responsabilizados.
Enquanto isso, heróis sem capa utilizam a  rápida internet pra solucionar o problema. É necessário criar conscientização nas  pessoas, principalmente nos idosos, e enquanto os heróis fazem isso,  eles aproveitam pra tirar uma onda com os golpistas. Mas quem são eles?
Como a impunidade é a regra para os crimes  cibernéticos que acontecem na Índia, alguns hackers resolveram agir e fazer os golpistas  sentirem um pouco do seu próprio veneno. Intitulados de scambaiters, que na tradução  livre significa pegadores de golpistas, estes profissionais basicamente se fazem  passar pelo público alvo dos golpistas, potenciais vítimas, e via softwares  de alteração de voz, fingem ser idosos aparentemente confusos  sobre tudo o que os golpistas falam. A ideia é conseguir fazer com que o golpista  perca o maior tempo possível com o baiter, pois uma vez que ele está ocupado sendo enrolado  ele não pode atuar lesando uma nova vítima.
No entanto, a atuação destes profissionais  não fica só nisso. Por meio de técnicas de inteligência avançadas, eles conseguem até  invadir os sistemas dos call centers ilegais e tomar o controle de computadores  e sistemas de circuito interno. Em grandes operações até, quando  vários deles se juntam, os arquivos, fotos e informações de escritórios inteiros são  copiados para os computadores dos Youtubers e depois disponibilizados para a polícia.
Em outro momento eles conseguiram invadir um call center fisicamente e colocar  baratas, aromas especiais e até fumaça. Algumas vezes, enquanto a operação  do golpista estava acontecendo, os youtubers conseguiram localizar as vítimas  e impedi-las de mandarem o dinheiro pra eles. O melhor de tudo é que grande parte de suas  ações são gravadas e depois disponibilizadas no YouTube para mostrar a realidade dos golpes,  bem como a ação de um golpista, na prática, trazendo junto do entretenimento, conscientização.
Os Scambaiters, na grande maioria das vezes, tomam o controle da webcam dos golpistas ou até mesmo  das câmeras de todo o escritório em que ele está, colocando essas imagens na própria tela do  suposto agente que está falando no telefone. Os vídeos são vistos por muitas pessoas nas redes  sociais e outros canais estão sendo criados para ensinar e divertir as pessoas. Pierogi, Jim  Browning e Kitboga são os que eu particularmente acompanho, e acho o trabalho deles sensacional. 
E em parceria com o grande Mark Rober, eles deram o troco algumas vezes nos golpistas. Existem até mesmo alguns tutoriais, ensinando o passo a passo de como se tornar um scambaiter  e auxiliar no combate aos criminosos que atuam covardemente contra uma população já fragilizada  pela idade, e que por falta de conhecimento sofre com perdas financeiras significativas. Os vídeos trazem um certo alívio cômico e também uma sensação de justiça,  mas o problema real ainda continua: Existe uma verdadeira máfia de golpistas indianos  que se profissionalizaram em lesar pessoas mais fragilizadas em bilhões de dólares, apoiados  ainda sobre uma impunidade que os impedem de sofrer as consequências de seus atos.
Então qual seria a grande solução na sua opinião? E o que você acha sobre  esses golpes, comenta aqui abaixo. Agora, pra descobrir como a nova inteligência  artificial do YouTube funciona e como você pode usar ela pra crescer um canal e construir  um negócio na internet postando poucos vídeos por mês, confere uma aula grátis no  primeiro link da descrição, ou apontando a câmera do seu celular para o QR code que ta  aqui na tela antes que essa aula saia do ar.
Agora, pra entender se os copos Stanley são  funcionais ou uma modinha passageira, confere esse vídeo aqui que tá na tela, então aperta nele  aí que eu te vejo lá, um grande abraço e até mais.
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