Recentemente eu doei uma série de livros que estavam na minha casa e dentre eles essa coleção de 6 livros da Enciclopédia Larousse Cultural. No tempo de escola essas enciclopédias me ajudaram a elaborar trabalhos e aprender coisas novas. Se você é mais novo do que eu provavelmente nem sabe do que eu to falando e quando quer encontrar uma informação simplesmente pesquisa na internet e tem na palma da mão qualquer conteúdo em segundos, tudo isso graças aos buscadores da internet e as tecnologias por trás deles.
Os buscadores se tornaram algo tão corriqueiro na vida contemporânea que fica difícil imaginar a internet sem eles. Mas houve uma época em que eles não eram comuns. Em 1989, por exemplo, a internet era muito diferente de como a conhecemos.
Ela era na verdade uma grande bagunça, quase impossível de se encontrar o que queria. Não existia nem mesmo os links. Eles surgiram apenas naquele ano quando Tim Berners-Lee, disposto a facilitar as coisas na internet, criaria o revolucionário World Wide Web ou como conhecemos o WWW, assim como desenvolveria o código HTML e o protocolo HTTP.
Esses novos sistemas permitiram que universidades se interligassem e compartilhassem pesquisas e trabalhos. Depois disso surgiu os navegadores que permitiam que pessoas comuns fora de universidades possuíssem um meio de explorar a internet, tornando possível o caminho até os sites, graças ao lançamento do Netscape, que foi rapidamente seguido pelo Internet Explorer. Pronto, lá em 1994, as coisas já estavam melhores.
Mas ainda muito desorganizado. Como encontrar o que se procurava? Ou como achar novos sites?
Essa era a frustração de dois amigos. Por isso, sempre que encontravam um site que gostavam, eles compartilhavam um com o outro. Para não perdê-los e continuar navegando, eles resolveram armazenar esses links em um mesmo lugar.
Assim nasceu o Jerry’s and David's Guide to the World Wide Web, que mais tarde se tornaria o gigante da internet Yahoo! . A não ser que você tenha seis anos, você com certeza já usou o Yahoo!
, seja pra fazer uma pesquisa, como email, ou para procurar algo no Yahoo! Respostas. O Yahoo!
viria para revolucionar toda a internet e se tornar uma das maiores empresas de tecnologia do seu tempo. Mas hoje se tornou completamente sua relevância. Marcada por uma gestão desequilibrada, escândalos, e decisões ruins como recusar comprar o Google e perder a chance de comprar o Facebook, o Yahoo!
conta ao longo de sua história com inúmeros erros cometidos que a levaram do prestígio à decadência. Exatamente como isso aconteceu é o que eu te conto nesse vídeo Em 1994, dois amigos estudantes de engenharia elétrica na Universidade de Stanford, o taiwanês Jerry Yang e o norte-americano David Filo gostavam de compartilhar um com o outro seus sites preferidos na internet. A brincadeira foi aumentando e os dois decidiram compilar todos os links em um lugar só de forma online, um site nos servidores da própria universidade a qual deram o nome de Jerry’s and David’s Guide to the World Wide Web.
Mesmo que no início a ideia era criar uma página para uso apenas dos amigos, outras pessoas passaram a utilizá-la e até mesmo sugerir outros sites para serem adicionados. Naquela época a internet ainda estava em seu início e não havia buscadores, sendo muito difícil para os usuários encontrar novos sites. Uma lista de sites organizada por categorias e subcategorias era uma raridade e um achado e tanto.
Em um ano eles já haviam compilado dois mil sites e recebiam cerca de 50 mil buscas por dia. Quando viram o sucesso daquilo que haviam criado, eles perceberam também a lacuna do setor. Logo passaram a investir na página e mudaram o nome para algo mais comercial.
O nome escolhido foi ‘Yet Another Hierarchical, Officious Oracle’, em português ‘ Mais um oráculo oficioso e hierárquico’, que comercialmente ficou conhecido como Yahoo! . As coisas cresceram tão rápido que logo eles precisaram trocar o servidor do site devido ao grande tráfego.
E em pouco tempo o que havia sido apenas uma brincadeira virou um negócio. Em 1996, o Yahoo! se tornou pública.
Uma entrada, aliás, muito antecipada pelo mercado que via o Yahoo! na época como sensação da internet. Segundo reportagens da época, a empresa havia precificado suas ações em US$13,00 dólares por ação, mas abriu valendo US$24,50.
Em uma hora as ações passaram a valer US$43,00 doláres rendendo à empresa logo em seu primeiro dia US$1 bilhão de dólares. Ela fechou o dia valendo US$33,00 dólares tendo negociado 8,5 milhões de ações. Stave Harmon, analista de investimentos da Mecklermedia na época disse: “O Yahoo tem o nome e está apenas começando a construí-lo para ser uma empresa muito importante no futuro.
”. Porém ao mesmo tempo especialistas previam que com a mesma velocidade que a empresa havia crescido ela poderia cair como já havia acontecido com concorrentes da marca, Excite e Lycos. Em 1997, o Yahoo!
havia se tornado a quarta ação com melhor desempenho na NASDAQ, chegando a valer 6,8 bilhões de dólares. Em 1998, segundo dados da BBC, o site possuía 100 milhões de visualizações diárias, e ganhava cerca de 30 milhões de novos visitantes por mês, chegando a registrar em um dos trimestres aumento da receita em 200% com relação à mesma época do ano anterior. Com suas ações em alta e o Yahoo!
com cada vez mais acessos, a empresa comprou o Rocketmail. Na época o Rocketmail era um dos principais sistemas de correio eletrônico, competidor direto do Hotmail. Com a compra, o Yahoo!
passaria a oferecer serviço de e-mail de forma gratuita a seus usuários, e o RocketMail passaria a se chamar Yahoo! Mail, que viria a popularizar o uso de correio eletrônico, sendo muito provavelmente o primeiro e-mail de muita gente, e que é utilizado até hoje. Em 2000 o Yahoo!
continuava crescendo e suas ações dispararam chegando a US$118,75 dólares. Isso aconteceu devido a popularização da internet e a supervalorização do mercado online. Investidores estavam investindo pesado em negócios na internet, seja ele qual fosse, desde que terminasse com ponto com, tava ótimo.
Isso provocou a supervalorização de empresas online que naquela época bateram recorde de valores, entre eles o Yahoo! . Até que algumas dessas empresas supervalorizadas começaram a falir e investidores tiraram de uma só vez seus investimentos da internet, fazendo as ações de muitas empresas despencarem.
Um movimento que ficou conhecido como bolha da internet ou bolha das pontocom. Quando a bolha estourou, o Yahoo! acabou sendo atingido, caindo para menos de um décimo de seu valor, indo de US$118 dólares a ação para US$8,11 em um período de um ano e meio.
Mas apesar disso, ao contrário de muitas empresas, o Yahoo! conseguiu seguir rentável. Porém os problemas começaram a aparecer.
A derrocada da empresa a partir de então seria trágica. E muito por conta das decisões tomadas, algumas que devem dar pesadelos aos seus administradores até hoje. Mas essas péssimas decisões só são reflexos de um problema maior que havia dentro da companhia, um que o Yahoo!
parecia não conseguir consertar. Sua liderança. David Filo e Jerry Yang sabiam o potencial da empresa logo no início, mas sem saber como comandá-la, decidiram contratar um profissional.
Ex-executivo da Motorola, Timothy Koogle foi recrutado para ser CEO da empresa pelos fundadores da Yahoo! logo após eles se conhecerem. Assim, em março de 1995 ele se tornou o CEO.
Foi na gestão dele que a empresa se tornou pública e teve uma das maiores entradas no mercado de ações da história. Mas algumas decisões ruins já começavam a tomar forma. Na época, o Yahoo!
queria concentrar a experiência do usuário toda no próprio Yahoo! . Se ele precisasse fazer compras, ler o jornal, paquerar, jogar um jogo, saber sobre finanças, ele faria tudo isso sem sair do Yahoo!
. Por isso, ao invés deles apenas levarem o usuário a sites, eles criaram seus próprios e linkaram na sua página inicial. Parecia uma ideia promissora na época, mas com o tempo isso se provaria um tiro no pé.
Com esse projeto em prática, foram criados chats de bate-papo, o Yahoo! Finanças, Yahoo! Sports, Yahoo!
Notícias, entre outros. Para lidar com tudo o Yahoo! contratou pessoal e os colocou em diferentes setores para cada tipo de produto, que seriam liderados cada um por seu diretor, como pequenas start-ups espalhadas pela mesma empresa.
Ao longo dos anos o Yahoo! chegaria a possuir 400 setores que ofereciam serviços totalmente diferentes. O que pareceu uma boa ideia aos poucos foi se tornando um pesadelo.
A internet crescia rápido e muitas empresas surgiam. Koogle queria garantir que a marca Yahoo! ficasse conhecida por todos, em todos os lugares possíveis, investindo na época cerca de US$5 milhões de dólares em anúncios em todo e qualquer lugar.
O slogan “Do you Yahoo? ! ” em tradução livre “Você Yahoo!
? ” ficou famosa e aparecia em telões de arenas, em programas de TV, camisetas, bolsas de computador, tudo que você puder imaginar. Em 1998 o Yahoo!
já havia expandido para 14 países. Com Tim, o Yahoo! viveu sua era de ouro, chegando a valer US$125 bilhões de dólares, no início dos anos 2000.
Ele transformou o diretório em um portal, com e-mail gratuito, salas de bate-papo, vendas, home pages personalizadas, cotações de ações. Mas além disso, Koogle planejou uma estratégia de mercado, adquirindo empresas do setor para expandir os serviços e sufocar a concorrência. Em 1998, dois estudantes chegaram até a Yahoo!
com uma proposta. Eles queriam vender a patente de seu projeto para pagar a faculdade e ofereceram o empreendimento por US$1 milhão de dólares. Mas a Yahoo!
não se interessou por achar que o projeto não condizia com a tal filosofia da empresa de manter o usuário no portal. O projeto? Um sistema de buscas que mais tarde se tornaria o Google.
Provavelmente na época era difícil imaginar o rumo que a internet tomaria, talvez era até difícil de entender o quão diferente e avançado era o sistema do Google. Nessa época o Yahoo não era um buscador, ele era um diretório, basicamente um portal com um monte de links organizados por categorias, onde você podia procurar pelos assuntos que lhe interessava acessando os links ou pesquisando por termos mais amplos, como finanças, notícias e etc. O crescimento do diretório e adição de novos sites era basicamente manual.
O Google era um sistema completamente diferente, que usava um sistema robotizado pra pesquisar por palavras ou termos por toda a internet. Ao invés disso, a empresa resolveu investir na compra da Broadcast. com, um serviço de Rádio e TV online, à qual ela pagou US$ 5,7 bilhões de dólares.
Essa aquisição poderia, se investido, ter dado ao Yahoo! a vantagem no serviço de streaming, mas foi completamente desperdiçada e vendida poucos anos depois sem nada ser feito com ele. Na mesma época, seguindo sua estratégia, Tim Koogle, gastaria US$3,5 bilhões no Geocities, o local do primeiro site de muita gente, e muito provavelmente o precursor das redes sociais.
Mas ela poderia ter feito muito mais, se não fosse, mais uma vez, pela política do Yahoo! de querer concentrar a internet toda dentro dela, que a fez determinar que todo conteúdo, imagens, arquivos e textos fossem propriedade do Yahoo! , o que abriu espaço para a migração do conteúdo para concorrentes.
Logo veio a implosão da bolha da internet. Os principais índices do mercado de ações se inverteram e o Yahoo! viu suas ações ficarem 90% abaixo do valor em seu maior pico.
O mercado de publicidade online começou a decair quando a bolha estourou e a capitalização de mercado da companhia passou de 100 bilhões para 10 bilhões. Investidores não gostaram dessa derrocada inesperada e fizeram exigências. A tentativa de fusão com empresas não deu certo e analistas começaram a questionar se não seria melhor trocar o CEO da empresa para um mais ligado a mídia e não tecnologia.
Então, em março de 2001, Tim Koogle deixou seu cargo como CEO do Yahoo! dando lugar a Terry Semel. Terry Semel foi presidente e diretor executivo da Warner Bros por 24 anos.
Apesar de saber muito pouco ou quase nada sobre computadores e internet assumiu o posto de CEO da Yahoo! em maio de 2001 com a difícil missão de recuperar a ascensão da empresa. Assim que chegou ele percebeu a forma desorganizada e “livre” de como as coisas eram realizadas dentro da empresa com todos aqueles setores e sua primeira tarefa foi reformular todo o sistema.
Primeiro ele demitiu 12% da equipe do Yahoo! e diminuiu as divisões de 44 para apenas 4: Pesquisa, mídia e entretenimento, comunicação, e serviços ‘premium’. Semel ainda organizou a forma como eram pensadas novas ideias para a empresa criando um conselho de produto para cada divisão, onde todas as ideias precisavam passar para aprovação.
Semel achou perigoso a forma como o Yahoo! estava concentrando sua receita, que vinha 90% da publicidade online. Isso explicava como ela estava decaindo, já que com o mercado de ações instável, assim também estavam os anunciantes.
Com isso ele decidiu concentrar-se em oferecer serviços premium com pagamento de taxa. Para isso ele fechou parcerias para oferecer benefícios aos clientes, como por exemplo, internet de alta velocidade para clientes do Yahoo! em uma parceria feita com a empresa de telefonia SBC Communications.
Depois de um pedido feito por David Filo e Jerry Yang, que haviam percebido o perigo que o Google representava, Semel se reuniu com a empresa para fazer uma oferta de compra. Ele fez uma oferta de US$3 bilhões de dólares, mas eles queriam cinco bilhões, Semel não aceitou e novamente não houve acordo. Nessa época o Google já era uma verdadeira potência, ele não era somente mais eficiente em encontrar o que as pessoas procuravam, ele era mais eficiente também no modelo de negócios.
Enquanto o Yahoo vendia banners no seu site, que normalmente eram mais genéricos já que apareciam pra uma grande e variada audiência, o Google estava vendendo anúncios específicos, com base no que as pessoas estavam pesquisando. Logo isso se tornou muito mais atrativo para os anunciantes, e muito mais lucrativo pro Google. E mais uma vez o Yahoo!
deixava passar a possibilidade de comprar o Google. Segundo grande erro do Yahoo! .
Primeiro de Semel. Sem o acordo, eles decidiram por uma parceria. Então o Yahoo!
passou a utilizar a tecnologia do Google para suas buscas. O licenciamento do Google no sistema de buscas do Yahoo! parecia uma boa ideia, mas não se provou assim.
O Google passou a ter publicidade de graça dentro do Yahoo! , o que só contribuiria para sua expansão. Em 2004, a receita do Yahoo havia dobrado, indo de US$717 milhões de dólares para US$1,4 bilhão, com a ação valendo US$40 dólares cada.
Os usuários também cresciam chegando a 133 milhões de novos usuários por mês e 150 mil novos anunciantes, fazendo a empresa aparecer pela primeira vez na lista anual das mil maiores corporações dos Estados Unidos da revista Fortune. Mas mesmo assim o Google ganhou espaço. Para bater de frente com a marca, o Yahoo comprou a Overture e o Inktomi, competidores diretos do Google em sistema de busca avançada.
Porém, apesar de executivos insistirem para que o novo sistema fosse integrado ao Yahoo! Segel insistiu que era preciso testar e retestar o produto antes de oferecer ao público. No entanto, o lançamento demorou tempo demais e o Yahoo!
ficou para trás. Mas o segundo maior erro de Terry Segel definitivamente estaria no Facebook. Terry e Mark Zuckerberg se reuniram e já estavam prontos para fechar o acordo que daria ao Yahoo!
os direitos sobre o Facebook, mas de última hora Segel diminuiu a oferta inicial de um bilhão de dólares para US $850 milhões e Zuckerberg, que só estava disposto a aceitar a oferta por pressão de seu conselho, recusou o acordo. Mais uma vez Terry Segel havia tido nas mãos a chance de obter o futuro da internet e deixou a oportunidade passar. Ele deve chorar todo dia no banheiro por conta dessas decisões.
Esse e outros erros cometidos por Segel o fizeram ser chamado de “O Pior CEO da internet” pela Insider e também foi considerado por muitos como o responsável por permitir a expansão da Google. A batalha contra o Google nesta época já era considerada perdida, por mais que Segel se esforçasse. Com a ascensão disparada do Google, o Yahoo!
ficou para trás e as ações da empresa tiveram queda de 30% em dezoito meses. Isso levou acionistas a criticarem seu trabalho e questionarem sua liderança. Devido a isso ele decidiu renunciar ao posto dando lugar ao cofundador do Yahoo!
Jerry Yang. Logo que assumiu o cargo, ele foi procurado pela Microsoft, que preocupada com o domínio do Google e o crescimento do Facebook, viu no Yahoo! uma oportunidade de juntar forças por meio de uma fusão das duas empresas.
Steve Ballmer, CEO da Microsoft na época, ofereceu inicialmente US$45 bilhões de dólares pela empresa, mas Yang e o conselho queriam vender por US $53 bilhões, Ballmer aumentou a oferta para US$47,5 bilhões, mas o Yahoo! se recusou a aceitar a nova proposta e a Microsoft acabou desistindo da compra. Alguns meses depois e as ações do Yahoo!
cairiam 14 bilhões de dólares e Ballmer até diria em entrevista que na verdade foi uma sorte eles não terem chegado a um acordo. Essa fusão mal acertada, e a proposta que se seguiu posteriormente de parceria em publicidade com o Google, fizeram funcionários pedirem demissão por perderem a confiança na gestão e decisões da empresa. E enquanto seu co-fundador comandava, o Yahoo!
teve queda de 130% de suas ações. Não demorou para que ele também renunciasse, dando vez a Carol Bartz. Carol Bartz vinha com um ótimo currículo, tendo trabalhado à frente da AutoDesk e já estando na direção executiva do Yahoo!
há alguns anos. Ela iniciou cortando gastos e demitindo cinco por cento da força de trabalho do Yahoo! .
Isso pareceu dar alívio para as contas, mas não eram decisões suficientes para se reerguer. Enquanto o Yahoo! se reestruturava novamente, o Facebook e o Google tomavam conta da internet e dos anunciantes.
E o Yahoo! ainda não havia decidido se seria uma empresa de mídia ou tecnologia, enquanto isso Carol se preocupou em encontrar algo de especial dentro da empresa para oferecer aos clientes e anunciantes. O que não agradou em nada investidores.
Estando apenas dois anos e meio no cargo, ela foi demitida em setembro de 2011 por telefone, com a justificativa de que os acionistas não aguentavam mais à espera de uma recuperação, mesmo as ações da empresa tendo crescido 6,4% sob seu comando. Após a saída de Carol, foi a vez de Scott Thompson assumir o cargo de CEO do Yahoo! Sua passagem foi curta e marcada por escândalos.
Assim que chegou, ele demitiu cerca de dois mil funcionários da empresa e vendeu ações do Alibaba, investimento feito pelo co-fundador Jerry Yang considerado o melhor investimento do Yahoo! e que por muitas vezes tirou a empresa do vermelho. Mas o pior ainda estaria por vir.
Um investidor chamado Dan Loeb enviou uma carta ao conselho do Yahoo! chamando atenção ao currículo de Thompson que constava que ele era formado em Contabilidade e Ciência da Computação pelo Stonehill College, curso que não era nem oferecido pela Universidade na época. O escândalo foi enorme e péssimo para o Yahoo!
. Um funcionário na época disse: “Como posso trabalhar para uma empresa que tem um C. E.
O. que afirma ser um Cientista da computação quando não é? Não posso trabalhar aqui se isso for verdade.
”. Scott Thompson pediu demissão logo após, deixando o Yahoo! em maus lençóis.
Assim restou a Marissa Mayer consertar o inconsertável. Assim como sua reputação, a administração de Marissa foi contraditória. Quando ela assumiu o posto de CEO em julho de 2012, vindo de uma carreira de sucesso no Google, as esperanças eram altas de que ela colocaria o Yahoo!
de volta aos trilhos. Sua proposta de trabalho, nomeada pelo anagrama MaVeNS via como chave para o crescimento do Yahoo! o Mobile, Video, Native Advertising, e Social.
Isso significava seu foco nos smartphones, em vídeos, publicidade nativa e o social. Ela renovou o design da marca, e de produtos do Yahoo! o deixando com uma cara nova e atual que servia para elucidar as mudanças que ela faria na empresa.
Surpresa com o atraso de serviços da empresa ela modificou o tráfego dos principais produtos focando em aplicativos celulares. E apesar de críticas e desagrado de alguns funcionários, reformulou a cultura interna do Yahoo! .
Já não era mais vergonhoso trabalhar no Yahoo! As novas mudanças fizeram O tráfego do Yahoo! crescer 20% e as ações subirem consideravelmente em seu primeiro ano.
Ela ainda arregaçou as mangas e realizou sua primeira compra, gastando cerca de 1 bilhão com o Tumblr. Mas apesar de que por fora tudo parecia bem, não era bem assim. A receita havia caído em 2013 e não tinha boas perspectivas para 2014, as ações pareciam subir só quando o Alibaba, cujo o Yahoo!
possuia 40% das ações, se saia bem. E apesar do tráfego do Tumblr ter crescido 33% desde a sua aquisição, segundo o Fortune, ela não se reverteu em receita para o Yahoo! .
Demissões em massa foram organizadas, projetos pouco ou nada rentáveis, foram encerrados. Mas Mayer era criticada pelos seus gastos exagerados. E para piorar… Em 2013 o Yahoo!
passou a ser invadido por hackers e dados pessoais de um bilhão de usuários foram divulgados. O maior vazamento de dados da história. Mas Marissa e executivos do Yahoo!
se preocuparam em abafar o problema, e pouco depois seria revelado que Mayer havia cortado recursos do setor de segurança, o que teria facilitado os ataques e que ela sabia das falhas de segurança. E por mais que Marissa tenha feito esforços no início, era notável a desvalorização da empresa. Em 2015, o Yahoo!
fechou com prejuízo de US$4,35 bilhões dólares e apesar de um novo plano de recuperação que envolvia o corte de 15% da equipe, nada mais podia ser feito. Em 2017 viria o grande anúncio. Após meses de negociação, em janeiro de 2017 a Yahoo!
foi vendida para a operadora de telecomunicações Verizon e Marissa Mayer pediu demissão. A compra foi feita pelo valor de US$4,8 bilhões de dólares, um décimo da oferta da Microsoft uma década antes. O valor final deveria ser maior, mas por conta das invasões o Yahoo!
aceitou uma proposta US $350 milhões menor, já que a Verizon concordou em arcar com metade dos prejuízos advindas de multas e indenizações recebidas após os vazamento de dados. Vendida a preço de banana! Um valor menor até do que eles gastaram para comprar a Broadcast.
com. Mas a compra envolvia apenas o setor online e o de publicidade, não entrando na aquisição a participação no Alibaba e Yahoo! Japão.
O Yahoo! se juntou a AOL e elas se tornaram a Oath. Em 2021 o nome do grupo passou a ser Verizon Media e alguns dos serviços foram vendidos ou descontinuados, como foi o caso do Yahoo!
Respostas que foi descontinuado em maio de 2021 e o Tumblr vendido para a WordPress. Mas a Verizon não conseguiu recuperar a Yahoo! e acabou por revendê-la em 2021 para a empresa de gestão de investimento Apollo Global Management por 4,25 bilhões, e o Yahoo!
voltou a ser Yahoo! . Atualmente é comandada por Jim Lanzone ex-CEO do Tinder.
Em 2012 Jerry Yang renunciou ao seu cargo no conselho da Yahoo! , e logo após foi demitido do conselho do Alibaba e Yahoo! Japão, cortando, assim, relações com a empresa.
Após sair do Yahoo! ele se dedicou a filantropia e no investimento de startups, trabalho realizado pelo grupo criado por ele AME Cloud Ventures. Ele ainda fez parte do conselho do Alibaba, Lenovo, Stanford University e Cisco.
Sua fortuna é avaliada em US$2,6 bilhões de dólares, segundo a Forbes. David saiu do Yahoo! apenas quando suas ações foram vendidas a Verizon em 2017, ele então passou a ser o maior acionista individual da Altaba, grupo responsável pelo Yahoo!
Japão e Alibaba Group, liquidado em 2019. De acordo com a Forbes, David Filo possui atualmente uma fortuna avaliada em US$3,6 bilhões de dólares. O Yahoo!
possuía um serviço valioso no final dos anos 90, mas não soube evoluir com a internet e acabou por se tornar atualmente uma empresa atrasada. Um dos motivos da queda do Yahoo! foi não se adaptar ao crescimento da internet, ele funcionava muito bem quando a internet armazenava até milhares de sites e usuários, mas se algo que a automatização do Google provou era que a internet passaria a ser muito maior que isso, e o Yahoo!
não cresceu junto a ela, ele continuou no mesmo lugar. Com o lançamento das redes sociais a internet mudou de cara e o Yahoo! não seguiria a tendência.
Ela demoraria até 2013 com o Tumblr a embarcar na nova onda. Além disso, em 2007 surgiram os smartphones e as pessoas passaram mais tempo utilizando a internet para entrar em aplicativos e redes sociais e menos fazendo pesquisas ou navegando por sites. Era mais propício um aplicativo com feed personalizado, limpo e prático, do que encontrar informação em um portal.
Até mesmo as redes sociais poderiam prover qualquer tipo de informação que o usuário necessitasse de maneira muito mais divertida. Mas a verdade é que o problema maior não esteve só ao não se adaptar à expansão da internet, o problema estava internamente quando sua gestão não soube aproveitar as oportunidades que teve. É claro que o Yahoo!
não tinha como saber que o Google e o Facebook se tornariam os gigantes da atualidade, e talvez eles nunca se tornariam o que são se o Yahoo! tivesse os comprado. Afinal, a empresa pareceu nunca saber o que fazer com aquilo que comprava.
Ela não fez nenhum investimento em suas maiores aquisições como o Broadcast. com e o Flickr, o primeiro compartilhador de imagem, que se tivesse recebido investimento certo poderia ter precedido o Instagram. O Yahoo!
poderia ter sido a maior empresa de todos os tempos, mas não soube fazer o fundamental, investir em si mesma. Atualmente o Yahoo! é o 11º site mais popular do mundo e o site de notícias mais procurado nos Estados Unidos.
Possuindo 3,3 bilhões de visitantes no mês de março de 2022, com queda de 6,78% do tráfego. Em 2022 o Yahoo! ultrapassou a Bing e se tornou o segundo buscador mais popular no mundo com 3,02% de tráfego, estando atrás do Google que domina o mercado com 90,95% de tráfego.
No Brasil, no entanto, o Google domina o mercado de buscas com quase 97% do tráfego, e o Yahoo! aparece apenas em terceiro lugar com uma porcentagem ínfima de tráfego de 0,1%, segundo dados da SimilarWeb. E ai, você conhecia a história do Yahoo?
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