Introdução à linguagem: apontamentos analíticos - Parte 2

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ROGÉRIO PAES HENRIQUES
Aula ministrada ao curso de graduação em psicologia, disciplina Psicologia & Linguagem, da Universid...
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tô passada eu falei do Advento da linguagem de uma passagem que se operou da natureza para a cultura né disso que é antropologia na esse binômio antropológico né entre Nature e nutre em inglês desculpa o meu péssimo inglês mas é entre natureza e cultura né E se operou então uma passagem da natureza a cultura Ou seja que conhecido com a nossa hominização né Em algum momento por algum motivo nós nos tornamos capazes de transmitir a nossa experiência adquirida e eu acompanhei isso com a linguagem das abelhas no texto do bem nisto que vocês se lembram
né que eu passei na aula passada dizer as abelhas o mais que se comuniquem a comunicação delas não é baseada no código linguístico ela é baseada no código de sinais o porquê que a linguagem das abelhas não é baseado no código linguístico porque elas são incapazes de interpretar signos né isso que nós fazemos a linguagem humana é constituída por signos aí para os irão signo linguístico é justamente a junção do significante com significado então para ele o significante era uma imagem acústica um som né atrelado a um conceito né aquilo que si só representa o
exemplo clássico ele dá em árvore né então vocês ouvem sol árvore vocês associam a um conceito né esse som associado a um conceito e vocês a partir da interpretam que isso quer dizer eu viajo do sentido né Ou seja é uma fala é que faz sentido embora o que o professor Ciro o signo linguístico ele se distancia do referente objetivo então lembrando né eu não preciso estar na presença de uma árvore e entendam né quando eu digo árvore então é o signo linguístico ele prescinde do referente objetivo é esse aqui é o ponto se eu
preciso de totalmente da mesma forma não preciso desenhar uma árvore que seria uma representação iconográfica né na verdade é o que o signo linguístico faz é se distanciado repelente objetivo as abelhas elas dependem do referente objetivo se não houver o alimento elas não conseguem se comunicar então a comunicação delas está presa na ela é fixa a um referente objetivo né então é uma comunicação e nata né extintiva a comunicação humana ela é artificial depende da cultura na idade aquisição Cada um faz do recurso linguístico né que nesse canal e se chama do simbólico né como
eu falava para você se Tesouro dos significantes que nos é transmitido por alguém né Então eu dizia e para vocês lá no na aula passada né que a gente perdeu o registro de quando essa passagem da natureza para a cultura se operou mas que o Freud profetiza que pode ter sido na era glacial Porque durante esse período de alteração climática radical na terra né nunca antes Vista isso exigiu dos hominídeos na época renúncias extremas assim com o estilo de vida que eles estavam acostumados até então e para entrar na cultura você precisa renunciar o instinto
esse aqui é o ponto né então a passagem da natureza para a cultura Ela implica a renúncia ao instinto Ok em Freud vai contar isso pelo mito do totem Tabu é a gente discutiu um pouquinho lá na aula passada é só lembrando né que o totem tabu O que é e eu modo como o Freud né Rê conta é com o aparecimento o surgimento da primeira lei simbólica né que Funda a civilização e fundo a cultura já que até então não havia nenhuma lei que regulasse né as relações entre é os hominídeos tá então a
gente tá falando da passagem não gosto muito desse termo mas do selvagem né ou seja da ausência de lei A Selvagem no sentido da ausência de lei o fredinho que comete comete uma gafe em fim ele era um homem do século 19 e início do século 20 então ele chama é e o macho alfa o chimpanzé macho alta de pai da Horda primitiva você já devem ter ouvido esse termo né ele vai falar havia um pai da Horda primitiva hora não não havia um pai havia no máximo reprodutor e pai uma função simbólica né O
pai é uma função é o que havia eram macho alto aí um reprodutor né que tinha direito de usufruto de todas as férias e que é tinha o direito também de vida e morte sobre os seus descendentes então o Fred Conta essa história baseada na na teoria darwiniana né de que esse macho alfa controlava né a expulsavam os adolescentes quando os adolescentes os filhos adolescentes se tornavam concorrentes o e enfim era uma lei da selva né ou seja era desregulação Total Era a Lei do mais forte a lei do mais forte a lei da selva
lei do mais forte ausência de qualquer lei simbólica E aí ele conta que esse os filhos desses macho alfa né se revoltaram contra o pai e o mataram né E aí tem um banquete para o tenico canibalizar não quero uma espécie de internalizar né o próprio pai né Os Canibais ele se alimentam dos adversários você está dentro por hoje a mostra para adquirir algo dos adversários seja potência força né etc e aí carne balizaram esse nesse macho-alfa e pela culpa então energizada né desse ato é e criaram uma primeira lei simbólica e qual seria essa
primeira lei simbólica que Funda a civilização que Funda a cultura né é a proibição de que algum filho desse macho alfa oculto lugar do Pai então a partir daquele momento é ninguém mais Pode ocupar o lugar do pai ou seja ninguém pode ter acesso a todas as fêmeas e ninguém pode mais matar o outro bom então é a proibição do Incesto e do assassinato que são é as leis simbólicas que fundam a cultura quer dizer não a cultura isso próprio lévi-strauss mostra né uma tropologo aí bem que posterior à froid né ele mostra que é
toda a cultura existe a produção bem sexto cultura da meses culturas em proibição do excesso pode mudar o Diário Proibido na nossa cultura mãe outras culturas é a Tieta bom mas toda a cultura proíbe o acesso irrestrito a qualquer objeto sexual sempre tem um que é proibido Então esse é o ponto isso é né A partir do momento em que se proibiu né é o incesto a as hordas elas precisavam trocar pessoas entre sim né que ela todo mundo parente ali na mesma ordem então a gente está falando de uma lei simbólica que Funda mesmo
as trocas né você já fundo a cultura fundo a civilização fundo a linguagem né Tá então a gente tá falando do Advento aí então do simbólico tá e da linguagem o Freud vai chamar isso de complexo de Édipo porque na verdade é Édipo na Grécia antiga né segundo o o a tragédia de sófocles foi aquele que transgrediu essas duas leis que fundam a cultura ou seja ele assassinou o pai né E cometeu incesto com a mãe então Édipo foi aquele que por ter transgredido e as duas vezes que é fundão e fundaram a cultura foi
de certa forma expatriado né foi expulso da cidade de Tebas Se não me engano aqui na Grécia antiga condenado a viver errando né errando no sentido de não ter lugar fixo né ele era um despatriado que andava perambulava e cego né enfim é que é aí uma espécie de alegoria da castração né que ele não conheceu né já que cada indivíduo precisa para entrar no simbólico na cultura e na civilização se castraram seja a castração nada mais é que a renúncia aos instintos mais primitivos né E quais seriam esse existentes mais primitivos você tomar o
outro como objeto sexual a tomar o outro como objeto passível de ser morto tá é você tomar o outro como objeto do seu gozo é isso Que é Preciso renunciar para entrar da cultura tá e tudo isso se faz pela linguagem né pela internalização dessa dessa primeira lei simbólica aí que Funda então né é da cultura civilização enfim e aí eu dizia para vocês que bom a gente falou aqui que filogeneticamente né mas outro geneticamente ou seja na história de cada um de nós a gente precisa se apropriar da linguagem já que a gente nasce
com potencial o desenvolvimento da linguagem mas a gente não é nasce com [Música] enfim o ato linguístico em si né é isso é uma conquista como eu dizia para vocês então por exemplo quando chomiski que é o linguiça né que tem uma teoria completamente diferente ele fala que é a própria natureza humana que Funda a linguagem que a linguagem surge uma tromba vai surgir por elefante do ponto de vista psicanalítico não há nada mais absurdo porque na verdade é do ponto de vista psicanalítico e da linguística contemporânea que surgiu consocia o que na verdade é
o o campo da linguagem é o campo do artifício né é o campo [Música] e subverteu a natureza né a linguagem é aquilo que vem submeter o natural né porque assim imagine quando a gente era guiado por instinto é então havia um instinto ou seja havia por exemplo ciclos biológicos que Tibia vão sexualmente em direção ao parceiro Zé na espécie humana não é isso Qual é o instinto sexual que nos guia na escolha do parceiro e não é tanto que Lacan tem uma forista muito interessante que ele diz o seguinte assim não há relação sexual
aí vocês podem estar falando assim mas poxa Lacan tava doidão quando falo isso como que não há relação sexual e tal é bom mas ele nunca viu o XVídeos não é possível claro que a relação sexual aí eu falo para vocês olha não há relação sexual que Lacan significa que não há né é nenhuma lei inata ou seja nenhum instinto é o seja em uma pré-inscrição nem um código e Nato que nos guia na escolha do parceiro sexual bom então a escolha do parceiro sexual ela passa necessariamente pela linguagem né ela passa pela cultura pela
civilização né Então sempre que se toma é o outro como objeto sexual Isso é uma infração à lei que fura Cultura né sempre é e enfim sempre na não se dirigiram o parceiro sexual você precisa né se submeter né é a regulação de cada civilização de cada cultura as leis da linguagem que regem essas civilização e essa cultura tá sobre o risco de você está cometendo um crime por infringir né as leis a daquela cultura específica então assim a a questão é que é a linguagem ela subverte né ela subverte o natural então a linguagem
não faz parte da natureza humana pelo contrário ela ela faz parte de um artifício humano né que subverteu o campo do natural que nos desnaturalizou [Música] bom então a linguagem aquilo que desnaturalizou o ser humano né e por mais que a gente tente voltar à natureza a gente não vai conseguir porque a gente foi reprogramado né a linguagem luz reprogramou então a gente não consegue voltar natureza vocês a gente não consegue por mais que a gente tente a gente não vai conseguir voltar né a ter uma vida guiada por instinto né [Música] mesmo numa situação
mais terrível de todas né que a gente tá passando agora entre a Rússia EA Ucrânia aquela situação de guerra né você já Mesmo durante as guerras existem inglês que regulam quer dizer você não pode atacar civis pelo menos assim não abertamente o diretamente e tem a convenção de Genebra tem então assim mesmo né numa situação é de guerra que aparentemente é movida por instinto de agressão né você quer matar o outro nada você quer pegar o outro para matar mesmo esse é um ponto né mas mesmo assim não é só instinto porque é porque existem
inglês existem Convenções né você não pode fazer qualquer coisa com o Prisioneiro de guerra por exemplo é você tem submeter esse Prisioneiro de guerra o mínimo de dignidade Ou seja a gente está falando de um de um campo que há de ver com a linguagem né A gente só pode hoje falar de direitos humanos porque a gente começou a falar né num determinado. Aí da nossa resistência e a gente resolveu a não tratar mais o outro de forma é um fim de forma bestial né Em algum momento a gente resolveu fazer isso então é da
perspectiva psicanalítica que essa que eu trago para vocês da linguagem né e ela a linguagem é justamente aquilo que conseguiu submeter desnaturalizar né uma certa natureza humana Então é isso claro que nos reprogramou é no jeito programou é claro que a gente bom vocês devem assistir esses programas aí de como é que chama o Largados e Pelados né e o homens da montanha enfim que as pessoas tentam vão ter uma vida mais natural vídeo agora mesmo Largados e Pelados né que eles estão pelados no lugar inóspito e não sei o que hora mas eles levam
facão né mas isso leva uma Pederneira para fazer mais eles levam ou seja eles levam a habilidade de fazer fogo sem a pederneira né hora eles conversam entre si eles levam uma habilidade linguística ele ou seja é é tudo ali - o retorno ao natural né primeira coisa que eles pensam quando chegar lá vamos fazer um abrigo leva Vamos fazer uma casa vamos então assim é por mais que a gente queira a gente não consegue retornar bom né a natureza aí suposto natural porque é nós somos submetidos né pela linguagem tá é um ponto de
não retorno né a partir de um determinado ponto é de nós nos tornamos humanos demasiadamente humanos Pior que eu me te fala né E esse demasiadamente humanos a gente só conseguiu se tornar em função da aquisição da linguagem Então essa é uma diferença fundamental Não é natural da linguagem a linguagem algo artificial né que fundo a cultura que fundo a civilização é pode até tem que ter chamado o mal-estar na civilização ou mal-estar na cultura se vocês preferirem no qual ele vai falar que é a gente abriu mão né É de uma certa feliz e
pela segurança não é o que o Vasco social nos trouxe foi a renúncia né ao certo instinto a uma certa satisfação imediata né instintiva de digamos assim né em prol do laço social ou seja o Cláudio uma segurança e o laço social nos oferece nos oferta então isso de certa forma foi uma escolha né essa passagem aí é da natureza para a cultura equipe com meu dizia implica uma renúncia tá sempre a renúncia dos extintos né E aí eu falava para vocês na passada ainda é que cada um precisa se apropriar então da linguagem na
sua história individual e que isso se dar é por intermédio do forr da então for dar né você se lembro o Freud tem um texto além do princípio do prazer E observa o seu neto de 18 meses né chamado Ernest aquele vai jogar o carretel de linha para longe gritar ó Puxar esse carretel de volta a gritar o Freud então é Localiza aí uma primeira oposição significante né que Funda a linguagem bruço jeito né Então essa criança ela conquista a linguagem amerge como você falante tá e o Freud ele vai designar aí uma primeira simbolização
na criança da ausência da mãe então é é por esse é pressa primeira posição significante entre ausência né e presença que a linguagem emerge a linguagem elas são emerge a partir de uma é ausência é E aí o trouxe para vocês aqui uma foto deixa eu ver se eu consigo compartilhá-las compartilhar lá Eu acho que sim e vocês conhecem esse jogo que tá aí Tá todo mundo vendo eu não sei esses o exato esse jogo se chama Resta um tá é reparem que e como é que se joga esse jogo para você tem que ir
comendo as outras peças como num jogo de damas Tá eu já jogaram sabe o que que é um jogo de damas né e é bom aprendeu também Nunca aprende não mas eu acho que eu entendi um pouquinho esse jogo aqui você tem que comendo as peças até sobrar só uma ele chama Resta 1 sobra 1 tá então tem um jeito agora o problema é o seguinte é que é para você poder mover as peças eu disse tabuleiro aqui é preciso haver um vazio Central e se não houvesse vazio aqui você não consegue mover as peças
isso aqui exemplifica bem o que que é a estrutura da linguagem e para que a linguagem ocorra é preciso também a ver o mal zemsania quem é é uma falta se vocês preferirem né é essa falta que eu falava na aula passada que é transmitida pela mãe né quem é a mãe ela é uma função em psicanálise Então sempre que vocês ouvirem falarem pai e mãe em psicanálise são funções né então como funções elas podem ser exercidas por qualquer pessoa tá então um homem pode exercer uma função materna uma mulher trans pode exercer uma função
paterna então não tem a ver com sexo e gênero é ver com funções que Então qual é a função materna para canalizar a mãe é aquela que cuida que transmite a língua o ok então algum momento inicial de fusão né então nos primeiros meses de vida da criança a essa fusão é da mãe com bebê aonde o corpo de um se confunde com o corpo do outro é onde a essa espécie de fusão mesmo né e me inscrição é mistura em que é o advento da linguagem ocorre a separação então aí o que que a
gente psicanálise é um pai o pai é Quem promove essa separação entre o bebê EA mãe então Independente de quem seja é E aí pode ser pode ser inclusive o pai biológico da criança tá gente mas pode ser por exemplo trabalho né da mãe ou seja tudo aquilo que separa é a mãe desse bebê né e reparem né o Freud notou que o bebê simbolizado que o seu neto né esse bebê simbolizar vai fazer uma primeira simbolização da ausência da mãe pois bem porque essa mãe desaparecida né ele aparecia é Lembrando que dever não tem
conservação de objeto então quando ela desaparecia desapareceram para sempre aparecia era aquela surpresa sempre tal e aí esse bebê né é ele de certa forma e não é essa essa mãe ao transmitir a ele que ele não era um objeto exclusivo do seu desejo ou seja o seu desejo tava para além é desse bebê né ou seja se eu preciso me ausentar sair do lado do meu filho é porque esse filho não representa tudo para mim eu tenho outros interesses né Eu desejo outras coisas para além dessa criança Você já se a criança ela não
é é o objeto de desejo exclusivo dessa mãe né Lacan vai chamar de falo esse objeto do desejo para sempre perdido né ou esse obscuro objeto do desejo que a gente tá sempre procurando mas nunca vai encontrar Graças a Deus né eu falava na aula passada porque se a gente encontrasse a gente preencheria esse buraco Oi e aí se a gente bota uma peça mais ali no tabuleiro nada mais se mexe Ah tá ok então eu falava para vocês daquele livro A parte que falta né que quando aquele círculo encontra uma parte que falta né
uma fatia de pizza lá que faltava ele e ele não consegue mais fazer nada no né tudo que ele fazia gostava ele passa não consegui fazer então Zé essa transmissão aí né da falta a essa criança não é pela internet da mãe que mostra que deseja algo para além dela né se você já lá deseja o Né o objeto que está para além dessa criança é o que Funda cadeia de linguagem nessa criança então essa falta esse furo aí no meio do Tabuleiro se a gente fizer essa analogia é o que vai possibilitar essa criança
Apesar dessa primeira ou a partir dessa primeira oposição significante né ausência e presença movimentar a cadeira linguística E aí ela começa a falar né E aí ela começa a movimentar essas peças aqui né uma criança né Fusion nada né fundida a mãe ela não fala né ela se não houver essa separação né E isso tanto que ser uma criança não advém assim como você falante por volta de 22 anos e pouco se detectam a criança né Zé o filho neto do Freud tinha por volta de 18 meses em que oitava nesse momento mesmo né já
teve como como um ser de linguagem como um ser falante tá então era isso que eu falava é na aula passada tá Ou seja é é assim penalização então dessa falta né é que Funda a cadeia linguística tá então é o indivíduo que emerge como um sujeito falante tá E aí eu falava para vocês né que E se o sujeito emerge como Sujeito como ser falante a gente está no campo da neurose Ok existem essas duas grandes categorias estruturais E aí a gente tá falando a estrutura do sujeito tá então se ele entra né na
cadeia a linguística ele né advêm como se falante a gente está falando de neurose se ele não advém a gente tá falando de Psicose então é prato psicanálise Ok a Psicose ela é explicada a partir da não separação entre mãe e bebê Então o que é a inclusão desse grande outro né É sim na esquizofrenia e só aparece muito claramente né com dele alucinações cenestésicas com relação ao próprio corpo né quando por exemplo um sujeito esquizofrênicos senti invadido pelo outro então outro me controla ele controla as minhas é por isso que eu não consigo ficar
com os olhos abertos ele não é um chip que implantaram na minha pele aqui né isso fala de uma não separação entre o sujeito e o outro né no ouvir aí é a emergência de um de um ser falante com esse furo né com esse foi porque digamos na Psicose e tudo está preenchido e nada se mexe né então é tanto que eu falava também para vocês que para Lacan na em toda Psicose a é transtorno de linguagem tá porque é justamente para ele né todo transtorno mental por ser psíquico é um transtorno de linguagem
a partir do momento no qual o agente advém ou não advém como ser de linguagem como ser falante tá eu queria falar um pouquinho para vocês sobre o que que é a pulsão né então O Fred tem dois termos para designar instinto e pulsão embora na tradução para o português das obras de Freud né sobretudo na Editora imago se traduziu a pulsão por instinto mas são conceitos muito diferentes tá é instinto significa extinto em alemão é insting na colocar é quase igual só que tem um carro antes do themudo Instinct na e pulsão é tribe
ou seja prb bom então palavras diferentes que o Sandy usa em momentos também a em contextos diferentes da sua obra Stitch e opção é porque eu tô por quê que eu tô falando isso porque o instinto é algo inato o ok então extinto a gente já nasce com ele na Até que a gente já nasce com ele né A pulsão é inata não a função ela advém do aparelho de linguagem e aí vocês podem tá falando Ah mas como que a função é de vem a partir de um aparelho de linguagem né E aí é
eu já dizia para vocês né que é a gente nasce prematuro é então assim o que caracteriza a a espécie humana né sobretudo nos primeiros meses de vida é a prematuridade para gente nasce prematuro tanto organicamente quanto linguisticamente tá então é a gente nasce andar aquele serzinho lá indefeso né é que se não for cuidado por um bom né E aí eu tô falando eu tô introduzindo-as é essa outra noção de grande outro né grande outro geralmente a quem encarna as funções maternas as funções de cuidado é um grande o outro e vai fazer as
funções de cuidado e que vai transmitir né Isso que é da ordem de uma falta que Funda a estrutura de linguagem no sujeito então a se a gente não for Cuidado para o outro haja Vista que nós somos seres relacionais a o que que acontece você já pararam para pensar e não tem os casos conhecidos do caspa house né no chamado de menino selvagens e tal que não advém como seres de linguagem porque não tem esse grande outro é para fundar os né como seres falantes Agora é eu falava na vídeo aula e aí teve
um pesquisador psicanalista né chamado René Spitz Renê Spitz nesse livro né o primeiro ano de vida e ele é ele reparou que ele foi acompanhando a pesquisa empírica O que que você não tinha uma pesquisa empírica né eles observou né é crianças nesse nesse sofá natos nos pais e trabalhava tá e sobretudo primeiro ano de vida dessas crianças e ele reparou aqui crianças horas né ou seja privadas da mãe a mãe como essa que exerce as funções de cuidado deixam sequelas muito graves né e ele passou a descrever essas essas sequelas É nesse livro Então
esse livro é o que vem certa forma comprovar isso que a psicanálise jeans e nós somos seres prematuros tá esse a gente Depende de um outro nós somos seres relacionais a gente aprende um outro né que esse essa função de cuidados sobre nós é sobre o risco da gente sofrer sequelas muito não eras assim ao longo do nosso desenvolvimento Então por outras palavras né a gente não é só ser de necessidade nós somos seres de demanda né então a gente não basta que as nossas necessidades ou seja alimentação né que é nutrição é segurança e
etc né sejam supridas a gente demanda também amor aí a gente precisa também de afeto por isso que o René Spitz percebeu nessa pesquisa e ele é descreveu as consequências as sequelas na vida das crianças que não tinham né é a sua demanda de amor acolhidas digamos assim então vamos lá né Ele percebeu que a partir do 2º mês de vida o rosto mano passa seu estilo preferido bebê então e o mais que tem um Mobs no berço O que que você acredita é a partir do 2º mês de vida do rosto humano é aquilo
que o bebê mais é se interessa né E aí observando dois grupos de bebês o primeiro né foram bebês privados da mãe criados coletivamente por Enfermeiras no orfanato tá Então imagina é assim tinha um grupo de seis a oito crianças e uma enfermeira para cuidar dessas crianças todas tá de 6 a 8 criança Então esse foi o primeiro grupo né Deixa eu vou tô com problema aqui no mouse pronto e depois ele ele observou bebês não privados da mãe criados no presídio feminino Em ambos os grupos receberam alimentação e cuidados físicos adequados né olha que
interessante o que quer dizer com isso ambos os grupos receberam alimentação e cuidados físicos adequados significa que os bebês tenham as suas necessidades supridas tá E aí ele percebeu que a separação precoce da mãe né O que ele chamou de carência afetiva prejudica o desenvolvimento Global da criança isso pode parecer Óbvio hoje em dia tá para gente mas nos anos 60 Não era nem um pouco Óbvio tá E aí quais quais eram o que que ele percebeu né nessas sequelas dos sobretudo do primeiro grupo o que era esse aqui né de bebês privados da mãe
criado coletivamente por Enfermeiras no orfanato a hora ele percebeu que no primeiro mês de separação né o bebê mostra-se triste choroso e carente apegando-se a todos que dele se aproximam no segundo mês o bebê mostra-se triste com menos energia estabelecer apego aos outros a perda do apetite e de peso e perturbações psicomotoras a partir do terceiro mês bebê mostra-se ansioso em diferente recusando qualquer contato e que os alimentos a queda da imunidade adoece facilmente é um retardo psicomotor generalizado com perda da tonicidade ou seja da é difícil ficar sentado né numa posição é que exija
é algum nível de tônus muscular e após o terceiro mês a Índia cimento da fascinado do rosto o olhar ausente não sorrir em gritam chora emitir Gemidos e quanto remete enquanto repete o movimentos estereotipados tá então a como eu falava para vocês nesse primeiros 18 meses né O que a fusão mãe bebê porque a gente nasce prematuro né biológico e linguisticamente é um prematuridade biológico vocês sabem a gente não nasce com a mielinização necessária né e linguística porque a gente é apesar de ainda não ter advindo como um ser falante né a gente tá imerso
no mundo que é de linguagem então vocês Imaginem O que é da Ordem do traumático né porque eu não beber se atravessado por palavras as quais ele não consegue atribuir nenhuma significação nenhum sentido né ou seja são palavras que se chocam com o corpo do bebê né E que deixam marcas nesse corpo né E essas marcas são da ordem de um traumatismo o batismo com essa língua fora do sentido né é uma língua que está para além do sentido porque lembrando o bebê não emergiu enquanto não sei falante tá é Até que em algum momento
lá por essa primeira oposição significante do for da presença ausência ele consegue então né se apropriada essa linguagem entrar na cadeia de sentido né E significações por aí vai Não essa prematuridade é o que a gente se casar se chama de desamparo né você certamente já devem ter ouvido falar no desamparo fundamental O que é uma dependência relacional do bebê tá com outro como eu dizer a você se grande outro que faz né a função materna de cuidado é afetivo tá então é era isso né eu queria só trazer essa e esse é o tua
para vocês perceberem que é quando se fala dessa prematuridade do desamparo a gente tá falando em algo que foi comprovado empiricamente a gente não tá falando aqui Ned né é uma coisa com consistência tá então pesquisa alí o que o henê suspeitos mostra é um fato empírico Ok quem quiser desmentir vai fazer outra pesquisa empírica para né mas enfim a gente nasce é a gente nasce é um é desanparado né prematuro então a gente precisa de um outro né é que nos agulha né e e quando não é esse outro Inês Pires mostrou que as
sequelas são são bastante graves mais um motivo para gente é oi oi acreditar né que é a linguagem é uma questão de transmissão e de aquisição tá então ele falava de você para vocês né da diferença entre instinto e pulsão né O que que é função bom o termo instinto vocês sabem o que que é e devem ter aprendido em outras disciplinas mais Bill Lojistas mas o que que é a pulsão bom termo tribe em alemão significa impulso bom então a o sol na verdade é um impulso né É É um movimento né a função
ela é algo que insiste né é que traz uma exigência por um divido né É É algo é como imperativo né Isso é que é da Ordem da pulsão assim Lacan muito tempo depois vai falar goze né ou seja obtenha satisfação né então uma função ela tem a ver com uma satisfação que tá desatrelada necessidade eu vamos lá o que que é isso você tá falando mano né mas satisfação tá desatrelado da Necessidade Então vamos supor aqui é o bebê esteja com fome com muita fome e precisa de alimento aí ele chora bom né E
aí a mãe dele lá ou quem quer que esteja fazendo essa função de cuidado por intuição vai dar o peito ou substituto do peito na mamadeira o que quer que seja E o bebê para de chorar né então ele tem né essa experiência de satisfação de uma necessidade então ele tá ali suprindo uma necessidade tá extintiva de simetria porque se isso não acontecer ele morre tá agora atrelado a essa experiência né vem é uma satisfação a mais que não tá só atrelada a a função de se nutrir né porque se vocês já observar o ato
de amamentação com bebê né é um verdadeiro ato erótico né Tem um olhar que se troca é a voz é alguma música que se canta né Esse bebê é embalado já deixou a água sem né enfim a todo mundo uma experiência digamos assim de corpo mesmo né esse bebê Experimenta e que está para além da satisfação de uma necessidade é e sobretudo é a satisfação que ele encontra na erotização de uma primeira região do corpo que é a região da boca para a gente tá falando aí do desenvolvimento de algo seria da ordem de uma
pulsão oral né e o que que essa exigência da punção oral hora é que mesmo sem fome ou seja mesmo desatrelado do instinto de sobrevivência Ned Nutrisse o bebê vai passar aquele repetir essa experiência de satisfação bom então mesmo é mesmo quando ele não tem fone ele vai passar colocar objetos na boca né E aí esses primeiros meses quem já conviveu o bebê sabem que é um período no qual se coloca tudo na boca né quando enfim eu falava falei na vídeo aula Isso é verdade gente eu tenho né meu filho assim quando era muito
pequeno ele colocou o curta Nossa gata na boca então se eles fazem eles colocam absolutamente tudo na boca né E o dedo né a chupeta então a gente tá falando né da tentativa de repetir uma experiência de satisfação que tá desatrelado do instinto de sobrevivência então a gente não fala mais do extinta a gente fala da pulsão é uma exigência bom né Aqui não está relacionado ao instinto tá isso a pulsão se nós fomos acolhidos por esse grande outro sim é e o extintor está relacionado à necessidade Ou seja a sobrevivência EA pulsão a pulsão
ela tá relacionada a uma demanda e o que que é uma demanda né a demanda é sempre a interpretação de uma necessidade tá então o que que é uma demanda é uma necessidade interpretada havia linguagem bom então por exemplo como não há instinto materno tá pelo menos de uma perspectiva psicanalítica Não há nada mais absurdo do que né você crer no instinto materno ou seja não há a priori código apriorístico que guia uma mãe no Cuidado dos seus filhos é quer dizer quando o bebê chora essa mãe né ou quem esteja exercendo a função materna
essa pessoa não sabe o que aquele bebê quer oi e daí que vem angústia né a angústia do ser humano está associada a clássica pergunta o que o outro quer de mim né se você não sabe aprioristicamente o que esse outro ninho lá o bebezinho que é de você e aí né é esse choro né ele transforma é o mapa gente necessidade numa demanda é porque porque essa mãe vai ter que interpretar o que esse bebê quer ela nunca sabe e apriorística mente O que é aquele bebê quer E aí vai ser por tentativa e
erro e é sempre assim né então para você sanar o choro de um bebê o que que se faz é geralmente uma primeira tentativa é da alimento se não for alimento Será que tá com frio se não for frio Será que quer colo se não for colo Será que quer sei lá dançar levanta e dança senão até que chega o momento se o bebê não parar de chorar que você vai fazer o quê aí você liga para pediatra você liga ou você bate uma vizinha que tem que seres filhos e que pode dar alguma Então
o que eu tô querendo dizer é que e a necessidade do bebê é sempre interpretada Então essa interpretação German demanda demanda é sempre assim interpretação de uma necessidade que sempre é satisfeita a luz da linguagem você né você nunca você não tem um instinto que te ligue né consegue por cento de certeza a o meu bebê que é isso meu instinto né da mesma forma né como eu falava para vocês né no ao instinto sexual que nos guia na escolha do parceiro vamos lá por exemplo no Reino Animal né selvagem pelo menos né que a
parceria sexual respeita a ciclos biológicos definidos né e agora para a espécie humana não é isso né Ou seja a pulsão não é isso que se chama de pulsão sexual né ela veio da pulsão sexual Que canais é aquilo que liga né é aquele que da liga né eu gosto desse termo também da liga é tornar forte é o que une é o que né é a pulsão sexual é é o que une né as pessoas né a pulsão de morte aquilo que desune desagregando enfim o segundo dualismo pulsional detroid né lá da segunda tópica
tá mas a pulsão sexual Ela ela diz naturalismo o instinto sexual é a pulsão sexual é E aí é justamente por desnaturalizar o instinto sexual é que para para o ser humano não o diabo sexual fixo e site já dizia isso desde os trens aios da sobre a teoria da sexualidade tá eles instalar numa nota de rodapé né Os três ensaios ele escreveu a primeira edição em 1905 depois ele foi acrescentando notas de rodapé até se não me engano 1925 então foram 20 anos relembre e acrescentando né conteúdo se tem uma nota de rodapé luz
sem precisar quando ele fala que né é a heterossexualidade e para o ser humano é precisa ser tão explicada quanto à homossexualidade né porque é o objeto sexual a partir do momento no qual nós nos tornamos seres falantes né e subtermos o instinto sexual ele não é fixo e o objeto sexual ele é fixo é fruto do reino animal dos animais selvagens por exemplo 1 milhão sabe muito bem o que ele quer né mas leoa e o presunto Também saiba né agora é um ser humano ele vai depender de todo o recurso simbólico que ele
herda né enfim ele vai ter que entrar nos nos jogos de linguagem né E vai ter que ser a ver com isso que é da Ordem do artifício da Cultura né E aí a gente está no campo que é o campo da criação né porque é justamente o signo linguístico que eu falava no início da aula quando ele se Diferentemente das abelhas né quando quando ele se distancia do referente objetivo né é a gente pode por exemplo criar novas linguagens como os poetas fazem né o poeta se criam novas linguagens e conseguem comunicar né esse
novo texto enfim reverbera ressoa essa né ao que soa que faz laço né a poesia faz laço né enfim e e a mesma da mesma forma no campo no campo da pulsão sexual a gente está no campo da criação da invenção né É dizer o que o Freud estava querendo dizer aí é que não é natural né que dois genitais né opostos se encontrem E é porque o instinto sexual e foi desnaturalizado ou na verdade a pulsão isso não só É só praticar ali Judith butler pensa muito por aí também a condição é um dos
conceitos mais subjetivos assim da psicanálise porque é aquilo que abre pelo Campo de possibilidades nunca antes pensado né É para o ser humano é o campo é de liberdade efetivamente por mais que né como eu falei na aula passada a gente antes de falar é falado a gente tem que lidar com isso mas a captura o grande outro não quer Total assim como a liberdade não quer total né mas se não houvesse que de liberdade não haveria psicanálise se fosse todo mundo por isso aqui né por isso é que a psicanálise né Ela depende da
democracia e lugares totalitários regimes totalitários a psicanálise ela tende a não funcionar Porque as pessoas não tem esse nível de liberdade né É e no ano essa liberdade de direcionar a pulsão para onde bem sim né É se entenda é obviamente que assumindo as consequências disso também tá a responsabilidade por isso mas não há no ar se esse grau de liberdade passível de fazer com que as pessoas possam se Reinventar Então é só para concluir mesmo tá é a pulsão é aquilo que e vem desnaturalizar né é uma natureza humana só a pulsão porque a
linguagem é porque artifício porque a cultura que abre aí no Campo da criação e quem psicanálise se chama desejo né a gente está falando de desejo então a gente abre para essas possibilidades de seu desejo é o que tá sempre Allen né quando você pensa porque as pessoas geralmente pensam que o desejo tem a ver com a vontade mas não necessariamente o desejo é aquele te move então Lembrando que o tempo para a função é impulso né é aquilo que move e sempre que você pensa que né ah agora sim cheguei lá onde eu queria
não é É sempre mais a lenha sempre né É sempre algo que de certa forma vai ter a funcionar a um na movimento desejo é muito mais um movimento é como aquele é como eu mostrei para vocês o jogo do Resta um é aquelas peças elas podem se movimentar a partir do momento em que uma delas é retirada do centro né é um desejo é muito mais um movimento a possibilidade se movimentar ali né do que propriamente algo atrelado a uma vontade ao eu e etc e tal eu trouxe esse livro aqui deixa eu mostrar
para você aí ó e a criança autista em trabalho tá ela é de uma psicanalista do Rio chamada Jane Marie Costa Ribeiro eu falei de um caso Clínico né porque em psicanálise quando a gente fala assim de mim e por intermédio lá do for Dalla isso é fundamental da psicanálise é o for dar é o que Funda a estrutura de linguagem para o sujeito é o que torna né o sujeito um ser falante que essa primeira posição significante entre uma ausência né e uma presença tá e no jogo de tabuleiro só vocês lembrarem então isso
é fundamental assim aí eu falei para vocês que quando você conquista a linguagem Você tá no campo da neurose quando você não Conquista Você tá no campo da Psicose tal né então é essa altura ela vai trazer um caso de autismo que eu até citei na aula passada mas eu localizei em casa aqui Gostaria de ler para vocês porque pelo menos a clínica do autismo psicanálise é a tentativa na de artificialmente você é introduzir essa posição significante e faça com que o sujeito entre na cadeia de linguagem é para você tentar articular os1 os2 pó
da é né eu falo fora da existe os1 os2 a aqui e lá ou seja presentes ausentes né então isso na verdade fala de uma separação né uma separação entre o mãe entre mãe e bebê estão caso que mostra como que isso se operou assim clinicamente né lembrando né para comer palavra para vocês né na clínica do autismo essa tentativa de introduzir um S2 né ou seja uma primeira posição significante com relação ao S 11 né o uma das um dos principais sintomas assim do autismo são as repetições né ou seja S um s ou
seja se chama de estereotipias a psiquiatria dar nome para tudo né É só estereotipias uma Nery a repetições Então na verdade é o S10 S10 s11 sistema de sistema no Então como né deslocar né o S1 S2 e a partir daí fundar é uma cadeira linguística né então é o caso Francisco tá relatado por essa altura tá aqui na página 98 para quem quiser nesse livro tá começa na página 98 e o Francisco inicia seu tratamento com 18 anos não fala não dirige o olhar para o outro apresenta grave distúrbio de alimentação vomitando tudo o
que come gira em torno de si mesmo no movimento continua às vezes um balde enfiado na cabeça olhos ouvidos e Bocas fechados inacessíveis ao outro e no primeiro tempo de trabalho aparecendo não se dar conta da presença da analista bate ritmadamente com as mãos na mesa cadeira objetos de sua sala sobretudo no arquivo de ferro e produz grande barulho em diante de qualquer palavra intervenção ou de qualquer de manga da analista Francisco bate no arquivo aumentando ruído a ponto de tornar inaudível a voz da analista é a primeira questão que se coloca do ponto de
vista da direção do tratamento seria de que lugar operar já que essa criança não dirija o outro nenhum apelo e qualquer demanda é vivida como intrusão e partindo da aposta de que a trabalho nessas batidas de objetos da sala a cada intervalo de suas batidas no arquivo analista dança e canta procurando entrar sempre nos intervalos de seu ritmo o Francisco continua batendo sempre de costas esperando agora que ela cante e dance Esse é o que ela continua fazendo procurando entrar nos intervalos de seu ritmo o Francisco então pela primeira vez olha para ela e sorrir
e a partir daí irá esperar ansioso pelos horários de encontro com a analista interessa-se por um tambor levando para sala da analista e batucando enquanto ela canta e dança e começa a falar chamando analista pelo nome a sua posição inicial de recusa isolamento vai se modificando sabe os horários de suas atividades e faz apelo aos membros da equipe dizendo por exemplo 10 horas hora de ir para o pátio e agora em intervalos de tempo organizados minuciosamente por ele e todos os membros da equipe aceitam estrategicamente regular em si por eles no meio os membros da
equipe colocando os insere a partir dos bairros em que moram os sintomas relativos a alimentação desaparecem seu vocabulário se enriquece bastante embora fale uma voz anasalada numa entonação metálica e parece um pouco maquinizada e a dimensão do Prazer aparecem suas atividades ao contrário do gozo e interrupto que aparecia em seu rodopio Frenético em torno de si mesmo e diverte-se muito fazendo desaparecer um adulto da equipe trancando numa sala para depois fazendo aparecer abrindo a porta como não conhecido o jogo do forda o Francisco que nunca havia frequentado escola consegue adaptar-se numa turma especial em uma
escola regular de ensino público e sua professora MG lata animada seus Progressos na aprendizagem e na relação com outras crianças nós podemos nos perguntar a partir desse pequeno fragmento de caso o que se operou e permitiu uma mudança na posição desse sujeito frente ao grande outro da posição inicial de recusa em relação a voz a olhar as palavras do outro ele passa a suportar o olhar a falar a dirigir a outro demandas e no primeiro momento analista tenta lhe dirigir algumas palavras o que produz como efeito que a criança defenda-se dessa intrusão radicalizando cada vez
mais sua estratégia de rechaço ao outro Produzindo um som com suas batidas que anula a voz da analista podemos extrair a lógica que sustenta a segunda a sequência dos encontros da criança com a analista E aí ficasse de sua intervenção esta consiste na oferta singular de um S2 em resposta ao S1 da criança as batidas ritmadas que Francisco aplica em todos os objetos da sala da analista série de S 1 S 1 S 1 já são tentativas de escrever uma diferença é através do Ritmo alternado das batidas né em mais um mais em 1 -
ritmado a criança já está em trabalho no sentido de encontrar um S2 o encadeamento significante a intervenção da analista dançando no ritmo alternado as suas batidas introduz uma diferença mínima um S2 que vem a encadear com primeiro significante que a criança apresenta é no intervalo entre esses dois significantes que o sujeito pode adquirir o olhar e o sorriso da criança nesta sequência atestam este efeito de subjetivação a partir desse pareamento significante introduce o intervalo uma fenda no campo do outro de um outro que se constituía como compacto e excessivo para essa criança e aí continua
Tá mas ficamos por aqui só para se vocês perceberem é tem um filme também não sei se eu já sugeri ele para vocês se não eu sugiro agora ele se chama de Oxi Boy ou o menino cavalo foi traduzido por esse título né A princípio assim horroroso mas o filme é muito bom é um filme sobre um garoto autista com sete anos norte-americano já sei todos os tratamentos científicos possíveis nada deu conta na aliás os casos em psicanálise acabam parando nela assim né Depois que a ciência não dá conta é só lembrando que o Fred
começou a tratar as histéricas que a ciência não dava conta na época dele tá então se Canario sempre vida com o resto do discurso da ciência tá porque a ciência não dá conta a psicanálise e vai tenta a cárie sempre foi assim sempre vai ser tá se canais nunca vai estar na crista da onda assim e aí o esse garoto é não responde aí um tratamento científico e ele os pais né resolvem fazer uma peregrinação pela Mongólia haja Vista que esse garoto adorava cavalo tinha uma égua vizinha e ele se davam muito bem e só
lembrando que na Mongólia existem nômades de fato assim né que andou a cavalo nas estepes oque é Ah e eles vão Então peregrinar por essas por essas estepes Mongóis e EA impressionante o que se opera ali nessa criança no sentido dessa primeira posição significante a um determinado momento do filme é no qual é essa criança adquire essa capacidade de simbolização que ela até então não tinha né e impressionante ela passa a nomear né ela passa a nomear os os brinquedos Nec os animais em miniatura que ela tinha né nessa Danone Easy e ela começa a
brincar com um garoto da mesma idade né os filhos lá de de um nômade e a brincar e ela brinca né disse para estagiar de pirata Olha que interessante isso pode parecer uma coisa banal mas o símbolo é que garante a possibilidade desse garoto fingir ser aquilo que ele não é não é uma coisa que ele não não adquirir ele operava no concreto no né Em algum momento ali aparece essa é é algo da da Constituição na de um ser falante da inserção desse desse sujeito é na própria cadeia linguística
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