[Música] Christus Christus vna krus krus [Música] Então, coube a mim fazer uma breve apresentação aqui do congresso, falando um pouco sobre a importância do tema. O nosso congresso vai falar de educação católica clássica, teoria e prática. O que eu vou falar, então, aqui é simplesmente abordando também uma dessas questões práticas, falando da importância da educação clássica, da educação católica.
Acho que, quando se fala em educação clássica, ele é um termo que hoje entrou na moda, mas a gente precisa saber o que as coisas realmente significam. E um pouco algumas questões ou talvez conselhos práticos, mas muito despretensiosos, né? Uma coisa muito introdutória, e falando um pouco na experiência de uma pessoa que é professor há muitos anos e que é pai de sete filhos.
Não mais que isso, não sou um PhD em educação, então vou falar um pouco da experiência que tenho e que aprendi nesses anos. Muito bem. Então, qual é a importância do tema sobre a educação clássica?
Bom, antes de tudo, a Igreja Católica sempre se preocupou em ensinar. É próprio da Igreja Católica ensinar. Isso, quando se estuda história, o padre Marcelo vai se aprofundar aqui nesse assunto, mas a gente vê que desde os primórdios, né?
Aquela ordem que nosso Senhor deu: "Ide e ensinai a todos os povos". Essa é uma ordem que a Igreja levou muito a sério. Basta vermos.
Isso aqui é uma coisa impressionante: já no século V, a Igreja tinha concílios, e no século VI, que determinava que deveria haver escolas nas paróquias. Então, a Igreja foi a grande responsável pela educação no Ocidente. Isso, quando cai o Império Romano, em 479, tem um autor chamado Lorca de História Eclesiástica que eu gosto bastante, e ele comenta, né?
Depois que Odoacro saqueou Roma e acabou com o Império, quem poderia recolher as pedras da cidade antiga, ou melhor, edificar uma cidade nova senão a Igreja? E, mais especificamente, os bispos e os monges. E foi isso que aconteceu.
Então, o que a Igreja fez? Criou escolas, transmitiu conhecimento, teve esse zelo pela educação. É próprio da Igreja.
E há muitos outros exemplos, né? O terceiro Concílio de Latrão, no século X, também vai determinar que as paróquias tenham escolas. E é dessas paróquias que vão aderir às escolas episcopais, que são as escolas das catedrais, que serão as sementes das universidades.
Então, a universidade não foi feita por decreto, mas foi uma consequência natural de um trabalho de educação que a Igreja sempre fez e com a qual sempre se preocupou. Para pegar um exemplo mais próximo de nós aqui na cidade de São Paulo, foi fundada em 1554 com a criação de uma escola pelos Jesuítas. Os Jesuítas que viajaram o mundo para converter os índios, converter os povos e fundar escolas, né?
Os Jesuítas foram os grandes educadores da época do Renascimento. O livro do Marcelo, "Impérios Coloniais", compara muito bem essa questão das colonizações e mostra como a Igreja, porque quando Portugal e Espanha faziam, eram católicos. Como eles tinham preocupação.
Já no século I, havia universidades nas colônias, enquanto nos Estados Unidos, nas colônias protestantes, vai demorar para acontecer. Então, é uma preocupação da Igreja em educar e transmitir conhecimento. Portanto, o tema é importante porque a educação, de fato, é o meio pelo qual, como o padre colocou aqui, a gente vai conhecer Deus.
Eu vou voltar a tratar disso logo mais. Ah, antes, uma ideia que eu queria comentar ainda sobre o ponto anterior: por que a Igreja foi a grande responsável pela educação? Claro, tem a ordem de Nosso Senhor expressa: "Ide e ensinai".
É evidente que tinha um mandamento que precisava ser obedecido, mas, mais que isso, só uma instituição que tem amor à verdade vai se preocupar em educar. A Igreja Católica, reconhecendo que a verdade existe e tendo um amor pela verdade, sempre se preocupou em compartilhar todo o conhecimento. Por isso, a Igreja nunca teve medo de ensinar, sempre ensinou tudo para todos.
Nunca houve um certo ensinamento iniciático na Igreja Católica. A partir de agora, você vai poder ter acesso a um determinado conhecimento. Não, guardadas as proporções, óbvio que uma criança de 8 anos não se dá a Suma Teológica, mas o que ela aprende no primeiro catecismo é o que está na Suma Teológica.
Não tem um momento a partir do qual a pessoa vai poder aprender uma coisa que antes ninguém podia aprender, que antes ela não podia aprender. Então, muito bem. Agora sobre educação clássica, que é um tema que você fala muito, né?
Então, o que seria a educação clássica? Eu conversava com a irmã Maria. Educação clássica é aquilo que sempre se fez.
Eu tive a ocasião de ter que estudar um pouco de pedagogia recentemente e é impressionante o preconceito que na academia existe para aquilo que eles chamam de educação clássica, e que eles não sabem o que é. É uma entidade que nunca funcionou, que eles simplesmente falam, não definem o que é, e é uma coisa cheia de preconceitos. Então, essa tal de educação clássica.
. . Ah, isso aqui é educação clássica?
A educação, para eles, começou no século XIX. Até então, não se ensinava nada e não se sabia ensinar. Então, educação clássica, eu me arrisco aqui a dar uma definição muito simplória: não é nada mais do que o ensino como ele sempre foi feito e como sempre funcionou.
Fato é que nós temos. . .
Que ser humildes diante da história e diante do passado e reconhecer que nós temos que aprender com os nossos antepassados, né? É essa história de que nós estamos na vanguarda da cultura e da civilização que precisamos esquecer, esses preconceitos aqui, né? Nós temos muito que aprender com o passado, então é preciso evitar esses preconceitos, né?
Hoje, como comentei, só se fala em pedagogia moderna, mas é importante evitar também os modismos. Há muitas modas, né, em diferentes meios, também nos meios católicos, infelizmente. Então, tem a moda da educação clássica.
Não, eu sou pela educação clássica: é trívia e quadrivium, né? Então, é preciso tomar cuidado com isso também para a gente não entrar nos modismos, eh porque a educação clássica não é uma moda, mas é uma coisa, é, é, é algo que hoje se chama de educação clássica, mas é o modo como as coisas sempre foram ensinadas e sempre funcionaram. Depois, quais as finalidades da educação?
Por que se educa? Para entrar numa boa universidade e ter um bom emprego? Claro, claro que não!
Então, essa vai ser uma das finalidades da educação, não a primeira, não a mais importante; mas, aqui, eh procurando também resumir, ela teria três grandes finalidades. A primeira finalidade é a salvação. Essa não é a finalidade de todo ser humano?
Nós não fomos criados por Deus para conhecê-lo, amá-lo e servi-lo neste mundo. Como nós vamos conhecê-lo sem a educação? Como vamos amá-lo sem conhecê-lo?
Como vamos servi-lo sem saber o que ele nos pede, sem saber quem ele é? Então, através do estudo, vamos conhecer quem é Deus. É conhecendo a natureza que vamos começar, como o padre disse, a conhecer quem é Deus.
Então, o primeiro objetivo da educação é povoar o céu. Em outras palavras, levar as pessoas, os nossos educandos, à prática da virtude. Segundo, a contemplação: é o conhecimento para se amar a Deus, para se contemplar a Deus.
E, aqui, a gente vê, eh, eh como, de fato, a Idade Média estava correta, né? Também na academia, hoje, quando se fala da Idade Média, falam que não; mas a Idade Média era contemplação. Se resume a isso, hein?
Quer dizer, se fala de um modo crítico; a Idade Média era contemplação. Puxa a vida, né? Porque aqui é mais que isso, né?
Então, quer dizer, ainda eles nem sabem o que é contemplação, então falam de modo pejorativo, né? Quando, na verdade, o que nós deveríamos buscar é a contemplação. Se um dia chegarmos a compreender as coisas para ter um gostinho do que vai ser o céu, isso aqui nós já seríamos extremamente bem-sucedidos no processo de educação, né?
Então, a educação é levar à compreensão de que o universo espelha as qualidades de Deus, que é aquilo que a Igreja Católica sempre ensinou, que Santo Agostinho já falava, que a Igreja fez expressar essa verdade até nas rosas das catedrais. É mostrar para os educandos que o universo é uma escada e que, numa escada, como dizia o Professor Orlando, cada degrau é um convite para se subir ao próximo. Então, se a gente aprende que a educação é um meio para eu, justamente, ascender ao conhecimento e à contemplação, isso é que vai dar gosto, isso que vai despertar interesse, que vai valer a pena ser estudado.
Então, o primeiro objetivo é a salvação. Depois, contemplaçã,o e terceiro, claro. Comecei brincando dizendo que esse grande objetivo, claro, que nós vivemos no mundo e a gente tem questões práticas com as quais temos que nos preocupar, claro que também temos que ter uma boa formação, ter uma carreira para poder sustentar a família.
Tudo isso é importante, mas nós não podemos resumir a educação a esse mero utilitarismo, tá bem? Depois, a importância também da beleza na educação. Aqui, eu só passo muito por cima: a educação, se ela deve levar à contemplação, necessariamente deve também ensinar o amor à beleza.
A beleza é o que vai ajudar a levar à contemplação. A arte tem um papel enorme. Eu falei dos medievais; os medievais viam na arte um meio de se chegar à contemplação.
Por outro lado, se a boa arte vai ajudar na boa educação, a má arte vai prejudicar a boa educação. Então, isso aqui é um cuidado que nós, pais, temos que ter. A música que os nossos filhos ouvem vai determinar o modo como eles pensam, como eles se comportam.
Não existe a alma. Os nossos filhos, como qualquer pessoa, têm uma alma só, né? Não, não são várias almas.
Então, o rock também é deformador; assim como a boa música é formadora, o rock é deformador. A arte moderna é deformadora, o romantismo é deformador. Então, tem a questão da arte, da boa e da má arte, que é assim extremamente importante.
Eu gosto muito da expressão que diz que a gente tem que começar e deve começar a amar o céu aqui na Terra. Então, no céu, nós veremos Deus, que é a beleza. Nós temos que começar a amar essa beleza a partir da Terra, aprendendo a contemplar e admirar o que é a boa arte.
O papel da arte tem uma importância muito grande, muito grande. Não dá para ter boa educação, uma educação completa, sem ter a verdadeira e boa arte. Alguns perigos também que me parecem devem ser evitados e com os quais devemos ter cuidado na educação: a ideia de que a minha família é suficiente para prover para os meus filhos toda a formação que eles precisam, né?
Isso aqui é um pensamento que vai dar, por exemplo, no homeschooling, né? Ah, puxa, claro a situação. Puxa, mas Professor, olha como estão as escolas aí, né?
Estão horríveis, né? Eu acho engraçado. Quando se discute educação, se fala só em orçamento.
Orçamento? Não pode cortar o orçamento de educação! Eu tenho certeza que, se não tivesse ideologia, com um terço do orçamento que tem para educação no Brasil, se daria dez vezes mais educação do que se dá atualmente.
O problema não é falta de dinheiro, como não é falta de acesso à internet ou falta de computador nas escolas. Isso aqui tudo é bobagem. O que falta, de fato, é amor à verdade.
Como uma escola, como um professor que nega que exista a verdade, vai poder ensinar alguma coisa? Como ele vai conseguir despertar interesse nos alunos se ele diz que não existe verdade? O problema da educação moderna é um problema que já começa na sua raiz: eles negam que haja verdade.
Ora, a educação é para ensinar a verdade, o amor à verdade. Se não existe verdade, é impossível haver educação. Então, eu concordo que a situação nas escolas aí é péssima.
Por isso, temos que nos esforçar, nos empenhar para criarmos, apoiarmos e fazermos crescer os colégios católicos, verdadeiramente católicos, né? Agora, uma tentação que se tem muito é: "Puxa, não tá tudo muito ruim". Sabe de uma coisa?
Eu vou me fechar aqui no meu mundo e eu vou me virar. Eu vou pegar material, eu que vou dar a formação. Isso aqui é um grande erro!
Deus nos fez sociais. O homeschooling acaba sendo uma falsa solução, né? Veja aquilo que falei no começo: a Igreja nunca fez homeschooling, nunca!
A Igreja, o que ela sempre fez, foi escolas. Quando os portugueses começaram a chegar aqui, São José de Anchieta falou para eles: "Ó pessoal, o Padre Manuel da Nóbrega, pessoal, aqui não tem escola. Ó, cada um se vira aí!
Tragam o livro de Portugal, fechem em suas casas". Não foram fundadas escolas. A escola que é o Pátio do Colégio não foi feita para os filhos brancos e ricos dos europeus, porque eles não estavam aqui.
O que havia aqui eram índios, né? Então, a Igreja sempre fez escolas. Nós temos que procurar nos organizar para termos escolas, não cair na falsa solução do homeschooling.
E também ter cuidado com uma certa. . .
embora não sejamos homeschoolers, mas uma certa mentalidade homeschooling de achar que: "Puxa, não, toda a formação, inclusive religiosa, eu vou dar aqui para o meu filho; o meu filho, eu não quero que se misture porque eu isso, aquilo. . .
" Essa é uma mentalidade que é, vamos dizer, um tipo de “holding” bem atenta, com o qual temos que ter cuidado, hein? Nós temos que ensinar os nossos filhos também a ser católicos na sociedade, tá? Ah, falando sobre a Igreja mandar fazer escolas, né?
No Concílio de Latrão, não só o Concílio determinava que toda catedral devia manter uma escola, como o bispo tinha que pagar o professor e não podia cobrar nada do aluno. Era estudo para todos e de graça, né? Isso aqui, o terceiro Concílio de Lão foi em 1111, 1179.
Vocês veem que, então, o bispo tinha que manter a escola, pagar o professor e não cobrar nada dos alunos. Ah, Professor, mas todo mundo estudava! Estudava quem tinha capacidade.
Ah, mas isso não é preconceito? Não, não é! Hoje em dia só estuda, sei lá, física quântica ou vai aprender a fazer foguetes, quem tem capacidade.
Em toda época foi assim. Então, quando o abad sugerir, que era filho do servo da gleba, era uma pessoa competente; ele pôde estudar, ficou regente da França e criou o gótico porque ele tinha capacidade. Ele não tinha a mentalidade que todo mundo tem que ter diploma, mas todo mundo podia estudar porque a verdade é para todos.
Depois, um outro cuidado que me parece também que temos que atentar, uma questão para a qual devemos atentar, é a questão da autoridade. A nossa época, a nossa sociedade, que é uma sociedade filha do liberalismo, vai ter todas as características, os defeitos e as tendências do liberalismo. Nossa sociedade vai ser igualitária, nossa sociedade é contrária à autoridade.
Nossa sociedade. . .
isso aqui a gente tem que tomar muito cuidado na relação com os filhos, porque às vezes o pai confunde a proximidade que ele tem que ter – e tem que ter mesmo – com o filho ou professor com aluno e transforma isso no igualitarismo, e não quer punir quando necessário para não perder o prestígio com o aluno ou com o filho. Então, precisa tomar cuidado. É preciso, assim.
. . Aqui, cuidado também com o romantismo, no idealizar os próprios filhos, achando que eles são.
. . que desde Adão nunca houve criança sem pecado original.
Agora chegou a vez. . .
é o meu filho, né? O meu filho não tem defeito, isso não existe, pessoal! Para tratar de uma questão prática: quando seus filhos chegarem em casa contando o que aconteceu na escola, a partir do momento que ele começa a falar, já se ponha dentro da sua mente a seguinte questão: será que é verdade?
Ele está contando tudo? Qual foi a participação dele nessa confusão toda? Será que ele não foi o grande responsável pela bagunça que houve na escola?
Porque, eh, não se iludam. . .
Exato! Então, os pais acham que os filhos não mentem, que os filhos se comportam. .
. Isso aqui tudo não existe, pessoal! Não existe!
Nossa Senhora, assim, era comportada, mas os nossos filhos não são imaculados. Então, nós precisamos, né? Eh.
. . Depois há uma ilusão: quando os filhos são pequenos, eles são muito, de fato, bonzinhos e eles brincam de rezar missa, eles brincam, eles gostam de rezar e fazem o que o pai manda.
E aí os pais acabam achando que o filho dele é daquele jeito, diferente dos outros. "Poxa! Olha o meu filho, ele é bonzinho!
" Gosta das coisas do certo. Ele não gosta de mentira, ele gosta de brincar de missa, gosta de brincar de freira. Olha, ele acha que uma questão que é meramente infantil é uma característica do filho e que o filho vai ser assim pelo resto da vida; e a influência que ele tem sobre o filho hoje, ele vai continuar tendo pelo resto da vida.
Não se iludam. Eu, recentemente, conversando com o meu mais velho, ele falou que uma coisa que nós dizíamos a ele e que depois ele viu como era importante é a questão das amizades, por causa da influência que elas têm sobre os filhos. E eles acham que não, e quando vocês disserem isso, eles vão achar que vocês estão errados.
Vão achar que vocês estão errados, mas uma coisa é nosso filho com 5 anos de idade, outra coisa é quando ele tiver 18 ou 20 anos de idade. Não se iludam. Nós, pais e professores, precisamos nos esforçar para enxergar nos filhos e nos alunos os defeitos.
Nós temos que desconfiar. Quando o professor aplica a prova, ele tem que desconfiar: eles estão querendo colar, eles querem me enganar. Quando um filho conta para o pai a punição injusta que ele sofreu na escola, a advertência que ele levou imerecidamente, o pai tem que desconfiar: onde esse menino está tentando me enganar?
Então, nós, os pais, temos que ter muito cuidado aqui e também temos que ter cuidado com as malandragens dos filhos. Se os filhos percebem que os pais estão dando ouvidos a eles em detrimento do professor, opa, ganhei um aliado. Eu vou chegar em casa, conto a minha história, meu pai fica uma fera com a escola, vai lá brigar com a professora e eu aqui saio de anjinho.
Pais, apoiem os professores. Se vocês acharem que algo que os professores fizeram não está certo, vocês podem ir falar com os professores, mas nunca deixem os filhos saberem disso. Eles não podem pensar que vocês estão indo tirar satisfação com o professor.
Pai não tira satisfação com o professor; pai se alia ao professor para poder educar o filho. Da mesma forma, os pais têm que estar sempre de acordo diante dos filhos, ainda quando eles não concordem. Diante dos filhos, se apoiam, depois vocês conversam: "Ah, eu acho que ali tá errado, você exagerou.
Não é bem assim, vamos fazer diferente. " Mas na frente do filho, tudo que sua mãe disse está certo, meu caro, e tudo que seu pai disse está certo. Isso aqui, até psicologicamente falando, é importante para eles; é importante eles terem essa segurança: "Meus pais são um.
Não há divisão entre eles. " Então, tem que desconfiar. Ah, depois, último ponto: a mediocridade vai ser a grande tentação dos nossos filhos.
Não podemos nos iludir, né? Via de regra, nessas coisas, quando se trata de virtudes, às vezes de capacidade intelectual, de carreira, isso aqui não necessariamente, mas normalmente, quando se trata dessas coisas que a gente faz por religião, normalmente, via de regra, os filhos fazem menos que os pais. Então, qual é a primeira conclusão que nós devemos tirar?
Os pais têm que fazer muito. Se o meu filho vai estar sempre abaixo, eu vou jogar a régua lá em cima para ver se a régua dele sobe também. Então, via de regra, os filhos fazem menos que os pais.
Depois, tem uma outra questão que guarda uma certa semelhança com isso, que é a que a gente vê nas famílias ricas, cujos filhos ficam marxistas. Claro que eles vão estar em faculdade com professores marxistas que vão levá-los ao marxismo. Mas tudo isso aqui faz parte; tudo isso aqui faz parte.
Nós nos espantamos muitas vezes como, às vezes, os filhos dos ricos são contrários ao que os pais fizeram. Eles vivem no conforto, os pais passaram a vida lutando, dando duro, se matando de trabalhar. Aí os filhos têm uma condição ultra confortável, vão passar férias na Disney, têm carro do ano, celular do último modelo, moram em um bairro bom, mas são comunistas, votam na esquerda, adesão a todas essas modas que surgem, né?
Ecologia, tudo isso aqui que eles aderem criticando. Criticam o modo de agir dos pais que levaram eles a ter a vida confortável que têm hoje. Eles não percebem a contradição: os comunistas de iPhone são os comunistas de iPhone.
Isso aqui é um fenômeno que a gente conhece. Isso aqui é conhecidíssimo, né? É conhecidíssimo.
Todo mundo conhece o termo "comunista de iPhone". Isso aqui acontece um pouco também na religião e na educação. Nossos filhos, hoje, falo para aqueles da minha geração, pelo menos na época em que missa tridentina era bem difícil, quando havia, era sábado ao meio-dia, sob esse sol que vocês estão vendo aqui fora, ou no sábado ao meio-dia para contar pro domingo, porque no domingo não havia ou havia uma só no domingo.
Muita gente lutou muito para que hoje houvessem muitas missas etc. , etc. , etc.
O que não pode ter agora é os nossos filhos acharem: "Meus pais são exagerados, eles têm o conforto de ter estudado no colégio católico, de ter missa à vontade, de ter os sacramentos. " Ah, os meus pais são exagerados! Será que o que eles estão falando, será que eu me preocupo tanto com o rock mesmo?
Será que eu me preocupo tanto com a modéstia? Será que eu me preocupo tanto com as amizades? Quer dizer, eles colhem os frutos do sacrifício feito pelos pais, mas criticam a atitude dos pais que muitas vezes fez com que eles hoje tivessem todo esse conforto religioso que têm.
Então, isso aqui é mais uma mensagem, né? Um apelo para os jovens do que para os velhos, mas os velhos têm que tomar cuidado porque a gente precisa saber e, na formação que damos aos nossos filhos. Façê-los notar tudo isso, tá?
Então, evitar procurar, né? Fazer evitar o colher os frutos, condenando a árvore. Tá bem, ensinar.
Então, como dizia Dom Bosco, né? Ensinar para eles a beleza da virtude e a feiura do pecado. Tem uma citação aqui que eu termino com ela de Santo Afonso, que é um.
. . Eu acho que isso aqui se aplica muito aos pais, né?
Ele está falando da nossa relação com Deus, mas como a primeira imagem que os filhos têm de Deus é aquela dos pais, ele então dizia. . .
Eles diziam, né? Dizia São Francisco de Sales que Deus é tão amável quando nos aflige como quando nos consola, porque faz tudo por amor. E, até quando mais nos aflige nesta vida, é que nos testemunha mais o seu amor.
São João Crisóstomo julgava mais feliz São Paulo nos ferros do que São Paulo arrebatado ao terceiro céu. Quando nós corrigimos os nossos filhos ou os nossos alunos, nós temos que levá-los a compreender. Primeiro, nós temos que saber que corrigir é amar, né?
Corrigir é amar. Segundo, levar os nossos filhos e alunos a saberem que a correção que aplicamos, por mais amargo que seja o remédio, é visando o bem da alma deles. Tá bem, pessoal?
Era isso. Era só uma introdução. Zinha.
Obrigado, Salve Maria!