Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Inspirai, ó Senhor, as nossas ações; ajudai-nos a realizá-las para que em Vós comece e para Vós termine tudo aquilo que fizermos por Cristo, o Senhor nosso.
Amém! Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Muito bem! Com alegria, continuamos as nossas missões a respeito de um tema que é bastante atual, bastante importante: por que os católicos, os bons católicos, estão adoecendo, né?
E nós já preparamos o terreno. Vamos agora pôr a mão na massa; vamos às causas mesmo, vamos ser bastante práticos. Eu disse para vocês que eu iria tomar a primeira carta de São Pedro um pouco como inspiração, né?
No nosso encontro passado, eu coloquei para vocês esse paralelo entre a primeira carta de São Pedro e a carta de Plínio, não é? Ou seja, que, segundo os biblistas modernos, não seria uma obra de Pedro. A carta de Pedro é uma carta dos cristãos que começaram a ser perseguidos, né?
E seria esta geração chamada subapostólica; ou seja, na época dos Apóstolos, a geração seguinte já está sendo perseguida. E Plínio coloca ainda uma terceira geração, que já mostra a perseguição cristã plenamente instalada e que nos dá os efeitos dessa pregação de São Pedro. É um pouco isso que nós colocamos na aula passada e que justifica um pouco por que eu escolhi essa carta.
Eu disse para vocês que nós não precisamos concordar com os exegetas modernos a respeito disso. Para os exegetas modernos, quem escreveu a primeira carta de São Pedro não foi Pedro, mas um discípulo de São Pedro; portanto, é uma carta. .
. uma linguagem técnica, pseudepígrafa. Ou seja, é um pseudônimo, né?
É um. . .
digamos, um nome onde quem escreveu está ligado a São Pedro, mas não é São Pedro. Na exegese tradicional, só para vocês entenderem, existe toda uma argumentação para provar que a carta é de Pedro mesmo, né? E que, na verdade, São Pedro está escrevendo para os cristãos quando as perseguições ainda estão no horizonte, começando a acontecer.
É como se ele profeticamente estivesse prevendo essas perseguições. Isso é só uma curiosidade. Vocês estão entendendo que não é o cerne do que eu quero falar aqui, né?
Mas é só para dizer: seria São Pedro quem escreveu. E ele escreve hipoteticamente. O argumento tradicional é o seguinte: se São Pedro.
. . se isso aqui não fosse Pedro, já que a perseguição está instalada, por que é que São Pedro, no versículo 6 do primeiro capítulo, escreve de forma hipotética?
Ou seja, ele coloca uma hipótese: "Se por acaso estiverdes aflitos por alguma aprovação". E no versículo 16, se não me engano, do capítulo 3, ele diz: "Se em alguma coisa fores difamados". Então, é sempre hipotético.
Existem, portanto, as duas argumentações. Eu não vou entrar nesse assunto, porque não estou aqui para dar aula de exegese, nem para discutir isso. Estou aqui para resolver um problema prático na vida de vocês.
Só estou dizendo isso para que as pessoas entendam; não estou tomando posição: quem escreveu foi Pedro; quem escreveu não foi Pedro. O que interessa é que a carta está na Sagrada Escritura, ela é Palavra de Deus. Ok?
Está no espírito de São Pedro. Pessoalmente, eu acho que não há dificuldade nenhuma em achar que foi São Pedro quem escreveu. Ah, mas o grego é muito bom para São Pedro.
Sim, mas a hipótese tradicional é que Silvano, que aparece aqui na carta, seria um bom escritor grego. Silvano ajudou Pedro a escrever, como se fazem nas cartas dos Papas hoje em dia; né? Você acha que os Papas escrevem as encíclicas pessoalmente?
Não, eles dão as ideias, a pessoa vai lá e escreve, e ele depois revê o texto. Mas é só para a gente responder aqui às objeções de algumas pessoas que ficaram assim meio escandalizadas, porque eu disse que quem escreveu a carta de São Pedro não foi São Pedro. Não estou dizendo isso, estou dizendo que isso é uma das hipóteses, e é a mais comum entre os exegetas.
Como não quero entrar nessa briga, deixo para lá. Vocês que são brancos se entendam, né? Tá, mas o que interessa é o seguinte: veja, deixe de lado essa conversa.
O que não tem dúvida, vamos lá, no que não tem dúvida: a primeira carta de São Pedro foi escrita para cristãos que estão sendo perseguidos ou que serão perseguidos. Ponto. E isso é muito claro, muito claro.
Afirmo! Vamos provar. Vou seguir aqui.
No capítulo primeiro, diz lá: "Isso é fonte de alegria para vós, embora seja necessário que no momento estejais por algum tempo aflitos por causa de várias provações". Tema da provação. Capítulo 2: "Deste modo, mesmo que vos caluniem como se fosseis malfeitores, poderão observar vossa boa conduta e glorificarão a Deus no dia do julgamento".
Ou seja, claramente a situação é essa: que é a situação que nós vivemos hoje, os cristãos estão sendo caluniados porque se comportam de forma correta. Porque vocês vão seguindo a lei de Deus; vocês seguem os mandamentos de Deus. Eles estão sofrendo, estão falando mal; vocês estão aflitos com provações, estão caluniando vocês como se vocês fossem malfeitores.
Vão se identificando com a coisa, porque é por isso que eu escolhi essa carta, né? Versículo 15: "Pois a vontade de Deus é esta: que, fazendo o bem, caleis a ignorância dos insensatos". Ou seja, estão cercados de gente insensata.
Vocês fazem o bem e calem a boca deles com a bondade. Esse é o argumento de vocês: façam o bem. Amem, e quem está enchendo vai calar a boca porque vocês estão amando.
Versículo 19, né? Esse versículo 19 introduz um hino que nós usamos na Liturgia das Horas durante a quaresma, na oração de vésperas. Aquele hino que Cristo sofreu por nós, deixou-nos um exemplo, a fim de que sigamos seus passos.
Ele não cometeu pecado algum; nenhum engodo foi encontrado em sua boca. Quando injuriado, não retribuiu as suas injúrias, etc. É o Cristo que padece na paixão.
Então, só para colocar aqui o contexto, é esse: olha só o que ele diz. Nisso consiste a graça: sofrer injustamente, suportando as aflições com a consciência da presença de Deus. Cristo vos deu o exemplo, né?
Capítulo 3: se praticardes o bem, sem que medo algum vos perturbe. Versículo 9: não pagueis o mal com o mal, nem ofensa com ofensa, mas ao contrário, abençoai. Versículo 14: se tiverdes, porém, que sofrer por causa da justiça, vejam que o tema do sofrimento, calúnia, perseguição está na carta inteira.
É o tema, né? Se em alguma coisa foris difamados, ficarão com vergonha aqueles que difamarem vossa boa conduta em Cristo. Exatamente.
Por que é que os católicos estão adoecendo? Eles têm uma boa conduta em Cristo e aí todo mundo cai em cima. Todo mundo diz: "Você é louco!
Você não tem que fazer isso! ". Pois será melhor sofrer praticando o bem, se tal for a vontade de Deus, do que praticando o mal.
De fato, também Cristo padeceu uma vez por todas por causa dos nossos pecados, o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Versículo super conhecido: Capítulo 4. Tendo Cristo sofrido na carne, vós também deveis amar-vos com esse pensamento: aquele que sofreu na carne rompeu com o pecado.
Versículo 4: agora eles estranham que não mais vos entregais à mesma torrente de perdição, a ponto de vos insultarem. Quer dizer, eram cristãos que antes eram pecadores, agora não estão mais seguindo o caminho do pecado, romperam com o pecado, estão vivendo a vida nova. Aí os amigos da mesa de bar, que viviam juntos, agora insultam porque vocês não estão vivendo mais a mesma conduta; vocês mudaram de vida.
Versículo 13: pelo contrário, alegrai-vos por participar dos sofrimentos de Cristo, para que possais exultar de alegria quando se revelar a sua glória. Bem-aventurados sois se sofreis insultos por causa do nome de Cristo, pois o Espírito da Glória, o Espírito de Deus, pousa em vós. Nenhum de vós sofra como assassino, ladrão, malfeitor ou intrigante; se, porém, alguém sofrer por ser cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus por esse nome.
Versículo 19: e assim, pois, os que sofrem segundo a vontade de Deus, entreguem suas vidas ao Criador, que é fiel na prática do bem. Capítulo 5: aquele que fala, o vosso adversário, o Diabo, está ao redor, querendo a quem devorar. Né?
Que a gente reza toda semana nas completas. Ele diz: Deus resiste aos soberbos, mas concede sua graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que, na hora oportuna, Ele vos exalte.
Lançai sobre Ele as vossas preocupações, pois Ele cuida de vós. Sede sóbrios e vigiai, pois o vosso adversário, o Diabo, vos rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. Resisti-lhe firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo.
Depois de terdes sofrido um pouco, o Deus de toda a graça, que vos chamou para a glória eterna no Cristo Jesus, vos aperfeiçoará, vos confirmará, vos fortalecerá e vos estabelecerá. A Ele pertence o domínio pelos séculos dos séculos. Amém.
E assim conclui a carta. Você vê que claramente a finalidade da carta é consolar os cristãos que estão sofrendo por ser cristãos. Eles estão numa sociedade pagã, estão se comportando como pagãos, não estão se comportando como cristãos, e por isso sofrem.
Ok? Então a carta vai servir de inspiração. Nós vamos beber dela claramente.
Agora vamos lá: por que os cristãos estão adoecendo? Vamos ser práticos. Eu vou beber desta carta, mas vamos agora analisar a vida de vocês.
Vamos analisar de forma concreta. Vejam, vamos olhar para nossas comunidades. Sai um pouco da carta, vamos para a realidade e vamos analisar a realidade.
Existem basicamente três tipos de pessoas que estão nas nossas comunidades paroquiais, nas nossas comunidades de vida, seminários, onde for, onde quer que vocês estejam, comunidades religiosas: três tipos de pessoas. Quem são esses três tipos? Primeiro, a pessoa que acabou de se converter.
Essas pessoas que acabaram de se converter são muito fáceis de lidar. É fácil da gente trabalhar com a pessoa que acabou de se converter. Sei lá, a pessoa não conhecia a fé católica, fica deslumbrada, né?
Assiste a uns vídeos do Padre Paulo Ricardo e começa a se alimentar daquilo. Ou então, sei lá, a pessoa participou de um grupo de oração ou desses acampamentos de oração que muita gente participa. O pessoal sai lá com gás, pessoal sai empolgado.
A pessoa participou do cursilho, do encontro de casais com Cristo; não interessa qual é a circunstância. É o recém-convertido. O recém-convertido ele tem bastante energia.
Por quê? Porque a conversão, de uma forma geral, significa um encontro com o amor de Deus. A pessoa vivia uma vida miserável; aquilo era muito vazio.
A pessoa descobre o amor de Deus em Cristo e a pessoa então resolve largar tudo, viver tudo para Deus, né? Então esse é o recém-convertido. Existe também um outro tipo de pessoa, no outro extremo, que é a pessoa que já está confirmada no seu caminho de virtude.
Estou colocando os dois extremos aqui porque o problema é o pessoal que está no meio. Daqui a pouco eu vou comentar. Pessoa que já está confirmada na sua vida com Deus, por quê?
Porque a pessoa já tem uma vida de oração, ela já tem uma vida de estudo, uma vida que já está organizada. Ela já recebe de uma outra fonte, não é a energia, digamos assim, a graça, a força para ser fiel no meio das provações. Aqueles que são caluniados, mas estão inteiros; estão sofridos, mas não estão desestruturados.
Então, você tem o recém-convertido que está cheio de força do amor de Deus e tem a pessoa já mais madura que está já experimentada no amor de Deus. Quem está no meio? Quem está no meio é aquela pessoa que se empolgou com a conversão, mas agora está assustada com o preço que ela tem que pagar.
Por exemplo, sei lá, vamos pegar um exemplo de uma pessoa que fez um acampamento, né? Esses acampamentos de oração em que consiste o acampamento de oração? Eu nunca fiz, mas as pessoas que fazem, embora guardem um certo segredo sobre os detalhes da metodologia, pelo que a gente entende, a metodologia é a seguinte: os acampamentos existem numa série de provas práticas, tarefas, coisas práticas que a pessoa tem que passar, que fazem com que a pessoa, de alguma forma, desmonte certas coisas fixas e uma certa rigidez mental e emocional.
A pessoa se abre, e então, no meio disso, pela pregação, pelos testemunhos, etc. , a graça de Deus opera e a pessoa então se converte. Então, eu conheço muitas pessoas que mudaram de vida e mudaram, mesmo radicalmente, depois de um acampamento desses, e parece que o fruto é muito bom, é uma coisa muito boa.
O problema é o pós-acampamento, né? O que os acampamentos são hoje, por exemplo, quando eu era adolescente, eram os cursilhos de cristandade, né? Cursilho era isso, ou seja, era aquele intensivão que a pessoa saía convertida.
Mas uma vez que você se converte, qual é o problema? É que agora o seu coração está em outro lugar. Aquilo que você ama não é mais o que os seus amigos amam.
Vamos supor, dou sempre o exemplo da mesa de bar porque é caricatural, né? Então, quer dizer, antes de se converter, você chegava lá no bar com o pessoal e o assunto era a cerveja, eram certos pecados, coisas que vocês faziam juntos, que eram cúmplices, né? Então, os cúmplices da mesa de bar.
Então, são seus amigões. Por que são seus amigões? Porque vocês amam as mesmas coisas; amigo é isso: amigo é amar as mesmas coisas, rejeitar as mesmas coisas.
De repente, você se converte, aí você encontra os amigos, e você começa a falar daquilo que você ama agora e causa estranheza, porque eles não amam aquilo; eles não fizeram a mesma experiência que você fez. Então, de repente, você está sem assunto, porque o que eles amam, você não ama mais, e o que você ama, eles ainda não amam. O resultado, bom, o resultado você pode dizer que continuam sendo seus amigos, mas, no fundo, no fundo, você perdeu esses amigos.
Se a amizade é amar as mesmas coisas, eles não são mais seus amigos. Você pode querer o bem deles; querer o bem de uma pessoa não é amizade. Amigo é quem ama as mesmas coisas.
Isso já aconteceu comigo e acho que já aconteceu com todo mundo. Você tinha aquelas pessoas que eram aquele companheiro de trincheira, aquele companheiro de luta; a pessoa amava o que você amava. De repente, a pessoa começa a mudar; de repente, a pessoa começa a amar coisas mundanas.
Daqui a pouco, a pessoa ama coisas pecaminosas. Você perdeu o amigo. Eu continuo querendo o bem daquela pessoa, pelo amor de Deus, não é meu inimigo, mas nós não amamos mais as mesmas coisas.
Não dá, não dá. Eu sento na mesa com a pessoa, não tem assunto, porque tudo que eu sou, ela odeia. Nós amávamos as mesmas coisas, mas agora tudo que eu sou, ela odeia; e as coisas que ela ama, eu não posso amar de jeito nenhum.
Me desculpe, I'm sorry, mas não dá. Não dá, não dá. Quero o seu bem, eu tenho um amor de benevolência, mas não tem mais concórdia, que é típica da amizade; é o que faz amizade.
Então, veja, a pessoa se converte, está cheia de gás, cheia de fogo, né? Como o pessoal da Renovação Carismática diz: o cara tá alel, né? Acabou de se converter, tá aleluia, tá glória a Deus, aleluia, beleza, vamos lá.
Mas aí não passa muito tempo, vem a conta e a pessoa começa a notar o que ela precisa renunciar para viver essa nova vida em Cristo. Ela começa a ver que ela tem que pagar um preço; por exemplo, no caso aqui, perder esses amigos, perder aquele hábito que você tinha de terminar o serviço toda semana, né? Sexta à noite, sexou, aquela happy hour que você fazia com a gurizada do serviço.
Por quê? Porque você está vendo que aquilo lá é ocasião de pecado para você, porque no grupo do WhatsApp eles só passam pornografia, porque terminam mexendo com mulheres que não são as mulheres com as quais são casados, sei lá o quê que raios. Entendeu?
E você começa a ser visto como uma pessoa perigosa no grupo, por exemplo, grupo que viaja a trabalho, vai todo mundo pro bordel e você diz: "não", você é o dedo duro; "oh, não, esse cara aqui é perigoso, ele tem que tirar ele do grupo, que ele vai dizer pras nossas mulheres", e assim vai. A pessoa começa a notar que ela tem que pagar um preço. O que é necessário para isso?
É necessário… Que a pessoa, então, entre num projeto. Vamos, eu vou usar essa palavra, que não é a palavra que se usa comumente: é necessário que essa pessoa entre num projeto educacional. Um projeto educacional quer dizer o seguinte: é um projeto formativo onde você vai ser formado, seja pelos recursos da natureza, da sua própria natureza, das suas virtudes, seja pelos recursos da graça de Deus, da sobrenaturalidade.
Você vai ter que se deixar moldar. Por quê? Porque esta pessoa que está aqui, que ainda não está confirmada, que não está amadurecida, ela é uma pessoa como se fosse um prédio de três andares.
No andar de cima, você tem a inteligência. Você vê a verdade, você tem uma reta razão. Essa razão é iluminada tanto pela luz natural da razão, como pela luz sobrenatural da fé.
A sua inteligência está com as ideias corretas: você sabe o que é o certo, você sabe o que é o errado. Caíram as escamas dos olhos, você está vendo a verdade. Ok, você não é mais uma pessoa sem conversão, que tem as ideias todas erradas.
Você se converteu: metanoia, conversão é isso, mudança de mentalidade. Teve uma metanoia, mudou a mentalidade. Então, o primeiro andar, lá em cima, está razoavelmente em ordem.
Claro, o cara recém-convertido precisa também de um pouco mais de cultura, precisa estudar um pouco mais, precisa ir atrás, porque não tem tanto repertório na inteligência dele, mas ele já tem as ideias razoavelmente corretas. No segundo andar, o andar do meio, está a vontade. A pessoa quer viver, ela quer viver a vida cristã: né, e ela está firme.
Mas o problema, pessoal, é o andar térreo. No andar térreo, tem uma molecada, tem uma criançada que não está muito de acordo com isso, chama-se paixões, paixões desordenadas, emoções. Você viu a verdade, a razão está correta, você quer a bondade, a vontade está lá.
Mas você é você, né? Você acabou de converter, mas você continua sendo você. Você não é outra pessoa, você tem toda a sua história, os seus traumas, os seus medos.
Por exemplo, atendendo no confessionário, pessoas dizem: "Padre, não, olha, eu sempre vejo que Deus olha para mim e para mim, eu sei que não é assim, padre, mas eu sinto como se Deus fosse cruel. " Uma paixão desordenada é uma coisa, provavelmente, associada a experiências que a pessoa teve, a figura paterna foi complicada, né? Não sei, estou aqui colocando hipótese, não estou julgando.
A experiência que teve de pai. Então você vai e conduz essa pessoa num projeto pedagógico, diz: "Olha, vá para Nossa Senhora, né? Vá, Nossa Senhora não está olhando para você com maldade.
" "Mas, padre, eu sei que Deus é bom. " Eu sei, mas veja, a luz que vem de Nossa Senhora, ela vem de Deus também. Por quê?
Porque Deus é o sol e Nossa Senhora é a lua; ela só reflete essa luz. Só que olhar direto pro sol está ferindo o seu olho. Então, não olhe direto para Deus, vá para Nossa Senhora que vai mudar esses traumas.
Tenha paciência com você, seja uma boa mãe com você mesma. Eu repito isso constantemente, quem ouve minhas pregações, quem vem no confessionário comigo: seja um bom pai para você mesmo, seja uma boa mãe para você mesmo. O que eu quero dizer com essa frase?
Eu quero dizer o seguinte: gente, tem um projeto pedagógico, tem um andar de baixo, tem as paixões, tem a criançada que você precisa pegar com calma. Pega leve, entendeu? Às vezes, você, como qualquer criança, você pega firme, mas depois você tem que soltar um pouco, entendeu?
Bate e assopra, é um processo pedagógico. Entende? O próprio Santo Tomás de Aquino diz isso com clareza: as paixões devem ser conduzidas de forma política.
Isso, que ele usa a palavra "política", né? Aquilo que é um diálogo: "Ah, vamos sentar aqui no Parlamento, vamos negociar. Você tem que ter negociação, entendeu?
Eu te dou isso, você me dá isso. " Mas, padre, eu quero uma coisa pura, eu quero uma coisa sem negociação. "Irmão, você não é anjo, seja humilde.
" Então, por que os católicos estão adoecendo? Porque o pessoal que está nessa fase aqui, que ainda não amadureceu plenamente, não está enxergando. Não é que existe todo um projeto a ser realizado para que você vá lentamente, com a oração, com a vida e tal, você vai levando isso.
É isso que São Pedro está fazendo na sua primeira carta; a primeira carta de São Pedro é isso. Ou seja, são cristãos que já têm fé, não é como as cartas de São Paulo, onde São Paulo está colocando as coisas da fé no lugar. Eles já sabem; a primeira evangelização já aconteceu, mas aqueles que estão na primeira evangelização ainda não estão amadurecidos.
O que seria essa pessoa amadurecida? Quem são esses católicos maduros? Então, eu tenho o recém-convertido, tem essa pessoa que está nessa situação: a inteligência está ok, a vontade está ok, mas as paixões estão precisando ser trabalhadas.
Quem é essa pessoa madura? Posso usar várias linguagens para descrever. Uma linguagem, por exemplo, é a do professor Olavo de Carvalho, que é a linguagem das camadas.
É a pessoa que está, pelo menos, na sétima camada. O que é sétima camada? Vamos lá, para quem não sabe essa linguagem.
Ou seja, as pessoas vão crescendo, amadurecendo aos poucos. Então, uma pessoa adulta está, pelo menos, na quarta camada. Quarta camada quer dizer é aquela pessoa carente, que quer estar sempre precisando que alguém dê atenção para ela, e recompensa afetiva.
Não é bem madura. A pessoa da quinta camada não é; ela já está mais preocupada não tanto com a recompensa. afetiva, veja recompensa afetiva.
Todos nós podemos querer em qualquer camada. O problema é que isso não pode governar nossa vida. O problema da quarta camada é que o cara é governado por isso; a vida deles gira ao redor da recompensa afetiva.
Na quinta camada, a vida do cara gira ao redor da vontade que ele tem de provar que ele dá conta, que ele consegue superar: "Não, eu vou conseguir! Eu vou conseguir! Eu vou conseguir o emprego, eu vou conseguir passar na faculdade, eu vou conseguir praticar tal esporte, eu vou conquistar tua namorada.
" A vida dele é uma competição, que é uma coisa bastante egoísta, né? Mas não é tão imaturo como a quarta camada. Na sexta camada, a pessoa ainda é egoísta, mas ela já não quer mais provar nada para ninguém.
Ela quer resolver problemas objetivos; a pessoa está lá resolvendo coisas, né? Existem coisas a serem resolvidas objetivamente. Então, eu preciso dar conta de sustentar a minha família, dar conta de pagar as contas da casa, etc.
Ela quer resolver problemas. A pessoa que está na sétima camada superou essas camadas egoístas da recompensa afetiva, do querer provar que eu sou alguma coisa e do querer resolver meus problemas. Na sétima camada, a pessoa está preocupada em resolver o problema dos outros.
É o pai, é a mãe, né? Todo homem maduro é pai, toda mulher madura é mãe; tem que ter um coração de quem quer fazer o bem para o outro, né? Então, essa pessoa que está mais amadurecida nisso está, em termos da linguagem, digamos assim, de Santa Teresa, que não é das camadas, é das moradas.
É outra coisa, né? Nas moradas, o iniciante está na primeira morada; ele largou o pecado, está em estado de graça, mas é muito mundano ainda. É necessário que a pessoa resolva realmente dizer: "Não, eu vou ter vida de oração.
Porque nessa vida de oração, quem entra na vida de oração com determinada determinação, de Santa Teresa, né? Quem entra na vida de oração entra num processo pedagógico. Aquele processo pedagógico de quem não, eu vou levar minhas feridas, minhas paixões desordenadas, minhas confusões para Cristo, para Nossa Senhora, para a graça de Deus, porque ali a coisa vai ser trabalhada, ali a coisa vai ter alimento, vai ter remédio," né?
Etc. , etc. De tal forma que, quando isso aqui já está bastante adiantado e a pessoa se estabilizou, ela está pelo menos na terceira morada, né?
São as terceiras moradas. Então, em termos de pecados, uma terceira linguagem possível tem a linguagem das camadas, tem a linguagem das moradas, tem a linguagem do pecado, né? Quem é essa pessoa que está já mais madura?
É a pessoa que realmente saiu da primeira fase, cuja preocupação são os pecados mortais, mas já instalou claramente o combate aos pecados veniais como óbvio. Isso quer dizer que o pessoal aqui do meio dá problema. Quem são eles?
Vamos usar essas linguagens, né? Bom, em primeiro lugar, indo de trás para frente, essa linguagem do pecado: se ele já superou o pecado mortal, mas ainda não estabeleceu com clareza a superação ou, pelo menos, o combate firme do pecado venial, quem é esse cara que está aqui no meio? É o tíbio.
É um forte candidato à tibieza, né? O que é tibieza? Quer dizer o seguinte: a pessoa quer ser de Deus, mas nesse andar térreo aqui dos desejos, das paixões, a pessoa ainda é muito mundana.
Quer ser de Deus, mas não quer pagar o preço de ser de Deus. Se interessa muito pelas coisas mundanas, entendeu? Então, você vê claramente em alguns católicos que estão adoecendo essa realidade.
Nota de rodapé: atenção! Estou começando a falar das pessoas doentes primeiro. Gente, vamos lá!
Estou fazendo um juízo universal. Os juízos universais, às vezes, não se aplicam, não encaixam na pessoa. Às vezes, a pessoa está doente por outra razão; a pessoa está doente porque, geneticamente, na família dela, existe uma propensão para a depressão.
Às vezes, a pessoa está doente porque, biograficamente, na vida dela, teve um trauma. Às vezes, a pessoa está doente porque, de fato, adquiriu uma doença real, física. Então, às vezes, a pessoa está doente por outras razões mil.
O que estou aqui analisando nessas aulas é sobre as pessoas que optam pela vida católica e, por terem feito essa opção, se deparam com um processo de adoecimento. Não sei se ficou claro. Agora, você pode adoecer por 10.
000 outras razões. Eu só estou analisando isso aqui, tá? Então, o que acontece com a pessoa que se converte e se depara com o preço que tem que pagar, né?
E essa pessoa não tem ainda o acesso estável que as pessoas mais maduras têm daquela fonte de graça, de, vamos usar a palavra inadequada, aquela energia, aquela força, né? Aquela dynamis, é a palavra que São Paulo usa, né? A fé é uma força para aquele que crê.
Dinamís, é, então a pessoa não tem acesso constante estabelecido para dar aquela força da graça que faz com que ela não adoeça, que ela fique de pé. Ela sofre. São Pedro fala aqui na carta inteira de gente sofrendo, mas sofre com alegria, sofre de forma sadia porque sofre por amor.
Nós vamos ver isso depois. Gente, eu só estou agora nessa fase em que nós estamos aqui. Estou analisando a doença.
Tá analisando a doença. Ok? Então, pode se instalar na pessoa, né?
Esse processo de adoecimento por causa da tibieza, onde a pessoa, assim, ela vê, ela ama Deus, ela tem ideias claras do que deve ser a verdade, ela tem. . .
Uma vontade clara, porque ela quer aquilo, mas tem os desejos que estão embaixo, borbulhando e pedindo, e gritando, e dizendo: "Ah, mas e aí, a gente, como é que fica aqui? E eu, como é que eu fico? E eu, como é que eu fico?
E eu, como é que eu fico? " Isso cria, é, bastante dificuldade e pode desencadear um processo de tibieza. Não é, em termos de usar uma outra linguagem que eu não usei até agora, que é a linguagem de Santo Tomás de Aquino.
Santo Tomás de Aquino vê essa pessoa que está doente, essa que está nesse processo adoecedor, e ele chama de a pessoa que está na continência, mas não está na temperança. Que linguagem estranha, né? Quem é o temperante para São Tomás de Aquino?
A pessoa temperante é a pessoa que está em paz, pois ela tem as ideias claras, a razão não está correta, ela tem a vontade clara e ela tem as paixões razoavelmente pacificadas. Ela é um bloco harmônico, mais ou menos, é a pessoa temperante. No outro extremo, quem é a pessoa intemperante?
A pessoa intemperante também está em paz. Por quê? Porque ela tem as ideias tortas, a vontade torta e as paixões tortas.
Então, não tem briga interna com ela. Ela não tem fé, está com as ideias completamente erradas, ela não quer as coisas certas com a vontade dela. Então, as ideias, o intelecto, não está na verdade, a vontade dela também não está na verdade, não está na bondade e, portanto, as paixões.
Então, o intemperante é um extremo, o temperante é outro extremo. E os dois são, digamos assim, dois blocos em paz, porque tanto a inteligência como a vontade, como as paixões, estão mais ou menos trabalhando no mesmo caminho: um no caminho da virtude, outro no caminho do inferno. Desculpe dizer isso, mas está aí.
O problema está no meio. No meio, tem aquelas pessoas que já têm a inteligência no lugar correto, já têm a vontade mais ou menos no lugar correto, mas as paixões estão ainda não trabalhadas. Quando essa pessoa, que tem as paixões que não estão trabalhadas, as paixões conseguem mover a vontade para o pecado, essa pessoa chama-se incontinente.
Qual é a diferença do incontinente para o intemperante? É que o incontinente sabe o que é o correto. O incontinente, ele é uma briga; ele é um campo de batalhas.
O incontinente ou o continente, o incontinente-continent, ele é um campo de batalha. Por quê? Porque ele tem a ideia correta e as paixões desordenadas, e no meio, a vontade está sofrendo.
Quando os desejos da carne tomam conta, ele fica incontinente. Quando a razão vence e a vontade se consegue mandar, a vontade obedece e fica na graça, ele é continente. Mas o continente não é temperante ainda; ele está numa situação perigosa porque o pessoal do andar de baixo pode fazer um motim e tomar conta.
É daqui para ali, estão entendendo? Então, é isso que você vê, por exemplo, pessoas que confessam, vivem um tempo na graça, caem no pecado outra vez, confessam, vivem um tempinho na graça, caem no pecado outra vez. É a pessoa que é continente, incontinente, continente, incontinente, continente, incontinente.
Essa situação, gente, ela é muito incômoda e adoecedora. Então, a pessoa fica tão incomodada que ela quer ir para a paz, seja ela qual for. E onde é que está o problema?
Veja só: as paixões. Vamos supor aqui o caso das paixões, que estão o tempo todo. A pessoa está o tempo todo caindo na incontinência: ele confessa, peca, confessa, peca, confessa, peca, confessa, peca, confessa, peca.
Essa pessoa corre o risco de inventar um cristianismo novo, mudar a razão, criar uma ideia simplesmente para ficar em paz, ou seja, virar um intemperante de vez. Ou seja, uma pessoa com ideias tortas, vontade torta e paixões tortas. Isso acontece dentro da igreja.
Quando a pessoa vê que ela não dá conta do cristianismo, ela inventa o cristianismo do B. Entendeu? O cristianismo dele próprio, uma versão alternativa de cristianismo.
E isso daí é a fonte das heresias, gente. Isso aqui é a biografia de Lutero. Essa é a biografia do Lutero.
Lutero tinha as ideias corretas, a vontade reta, mas as paixões, ele era um turbilhão. Então, essas paixões toda hora derrubavam ele do cavalo, derrubavam ele do cavalo. Aquilo lá virou o quê?
Virou neurose. O que é neurose religiosa? A neurose religiosa que o Freud identificou.
Freud não tem razão, mas ele tem razões. O que é a neurose religiosa? A neurose religiosa é quando a pessoa tem as ideias cristãs, as paixões não foram trabalhadas e então a vontade reprime as paixões e isso cria neurose.
A pessoa está lá, neuroticamente, dizendo: "Cala a boca, paixão, cala a boca. " Isso é neurose. Aí a pessoa vê isso e diz: "Não, vou parar de reprimir essas paixões," e deixa as paixões tomarem conta.
Bum! Cai no pecado. Aí, como ela está vivendo uma situação em que a vontade dela não está em sintonia com as ideias dela, resultado: culpa.
É evidente, a pessoa se sente tremendamente culpada porque ela ainda é católica nas ideias, mas está vendo que ela está no pecado. Se sente culpada, se sente culpada, ela está na neurose. Não, isso não é neurose, isso é culpa, é normal.
A pessoa se sente culpada. Então, olha que situação tremenda desse pessoal do meio. Entendeu?
Eu tenho a ideia correta, a vontade correta. E o que é que eu vou fazer com esse pessoal aqui debaixo? Ou eu vou conduzi-las num processo pedagógico e bom para o amadurecimento e a virtude, para ser temperante, na linguagem de Santo Tomás, para a virtude, ou eu não quero um processo pedagógico.
E aí que tá. É aqui que tá o problema do adoecimento dos católicos: o cara não quer um processo pedagógico, ele tem a ideia reta, ele tem a vontade reta. Aí o que ele faz com as paixões dele?
Cala a boca, cala a boca, cala a boca! Fica matando as paixões, ao invés de conduzi-las num processo pedagógico. Não, porque se eu ceder, eu vou estar sendo liberal, eu vou estar sendo modernista.
Gente, eu não tô mandando você pecar, cara! Eu não estou mandando você pecar, eu tô dizendo: pega leve! A pessoa não entende isso.
Quando eu digo "calma, não é assim", é um processo pedagógico. Porque as paixões, o próprio Santo Tomás nos diz, elas são conquistadas politicamente, com negociação, com jeitinho. Você tem que ter.
. . ih, caiu do cavalo, pronto!
Como é? Vamos lá, pai e mãe, você, quando seu filho não atende o que você quer, o que você faz? Você procura paciência em algum lugar e tenta outra vez.
É assim: hoje não deu certo, amanhã eu vou tentar ensinar. E você ensina uma vez, aí você vai. .
. É uma arte, não é isso? A pedagogia, gente, não é uma ciência exata.
A pedagogia é uma arte. Pessoal, vem no nosso suporte aqui do site, o pessoal vem com perguntas, né? Como se nós tivéssemos que dar uma resposta do tipo ciências exatas.
"Padre, como faz isso? Como faz isso? " Cara, vai tentando!
Entende? Claro que existe um repertório pedagógico de experiências que deram certo, mas não precisa ir estudando esse repertório pedagógico, etc. Muito do nosso site vai nessa direção de conselhos paternos que a gente vai dando: vai aqui, vai ali, dá uma ajeitada aqui, dá uma ajeitada ali, etc.
Para que a gente consiga sair dessa situação trágica da continência somente para ir para a temperança, porque a continência, só a mera continência, levada por muito tempo, ela leva você à incontinência e à culpa, e depois à intemperança, onde você cria seu tipo de heresia para adaptar o cristianismo à sua vida. Ou a continência, levada por muito tempo, gera neurose e adoecimento. Então você tem que trabalhar isso tudo para levar à virtude, para amadurecimento.
Então, seja um bom pai para você, seja uma boa mãe para você, né? Essa é a análise daquilo que a gente tá vivendo, né? Então, esse pessoal aqui do meio, que fica neurotico, que fica [Música], tíbio, desanimado, que começa com ideias, com cavilas, adaptações do cristianismo, tentando mudar a doutrina, mudar tudo, etc.
. . tal para ver se para aquela tensão interna.
Esse é o pessoal complicado. Entendeu? Agora, deixa eu dizer para vocês: este pessoal complicado, né?
Este pessoal complicado é onde a gente tem que exercer a nossa pastoral. Então você seja pastor de você mesmo! Se você tá nessa situação, vamos levando as coisas.
Algumas pessoas dizem assim: "Padre Paulo, ah, o padre Paulo agora tá falando dessa história dos católicos que adoecem, e ele não assume que ele é quem criou o problema desse adoecimento, porque ensinou essa visão moral de catolicismo. " Desculpa aí, mas você não conhece meu apostolado! Você não conhece meu apostolado!
Entra no meu site e você vai ver que tem muito mais, enormemente mais cursos de oração, vida espiritual, a consagração a Nossa Senhora, a pequena via, etc. e tal, que são todos recursos pedagógicos de como que a gente faz com as paixões. Aqui ó, a consagração a Nossa Senhora, a pequena via de Santa Teresinha, o "Aprenda a rezar", o "Livrai-nos do mal.
" E são todos recursos pedagógicos. Arsenal! A vida dos sacramentos, os sete sacramentos.
Você não fez o curso ainda? Os sete sacramentos? Você não sabe o tempo que você tá perdendo na vida, né?
Vai lá fazer o curso dos sete sacramentos. Os nossos cursos, eles são todos voltados para isso. Agora, eu fiz um curso sobre os 10 mandamentos.
Ah, o senhor é um moralista! Cara, tem 50 cursos para ajudar você! Um fala da moral, aí você fica revoltadinho porque eu não estou de acordo com a sua solução.
A sua solução é a apostasia. Ou seja, já que as pessoas estão adoecendo porque não conseguem viver os mandamentos, mágica! Muda os mandamentos.
Já que as pessoas não estão conseguindo viver a doutrina da santidade, beleza! Muda a doutrina da santidade! Que as pessoas não estão conseguindo viver a nova lei em Cristo: "amai-vos uns aos outros como eu vos amei", pela força da Graça.
Então, muda a lei! Em vez de "amai-vos uns aos outros como eu vos amei", sejamos egoístas, cada um no seu barco, porque Deus é misericórdia. Essa é a lei!
Esse é o cristianismo que você tá inventando. Teve um cara que já falou isso lá no século X: Lutero! "Peca forte tercios, peca com força, mas creia com mais força ainda que Deus é misericordioso!
" Resolvido! Você cria o seu cristianismo adaptativo porque você não deu conta de viver o processo pedagógico que os santos viveram ao longo dos séculos. O pobre do Lutero é um órfão, um órfão da tradição.
Eles romperam com a tradição. Aqueles agostinianos lá da Alemanha, da época de Lutero, eram rompidos com a verdadeira tradição da santidade, por uma série de razões, né? E Lutero terminou isso daí.
Então, gente, vamos lá! Coragem! Porque os católicos estão adoecendo.
Vamos então ver, aos poucos, a carta de São Pedro. Não temos pressa para acabar essa série de programas, porque é para ajudar vocês na prática, né? Mas o primeiro passo, o que a gente tem que dar, antes da gente apressadamente ir na direção da solução, é a identificação da doença.
O que é que tá acontecendo? O que é que está acontecendo? Né?
O que está acontecendo é isso, né? É essa guerra interna entre o. .
. Primeiro, o andar de cima e o andar do meio com o andar de baixo. A diligência e a vontade são católicas, mas a gurizada no andar de baixo, no andar térreo, que são as paixões, precisa, com processo pedagógico, conduzir isso tudo com os recursos pedagógicos da inteligência: luz natural da razão e da fé, luz sobrenatural da graça.
Crescer na fé de fé em fé. A fé é uma força, é uma dinamis. Vai crescendo na fé, vai crescendo nas coisas, vai com um jeitinho, né?
Segue, segue como no colo de Nossa Senhora. Segue na pequena via de Santa Teresinha. Vamos lá, mas não desista.
Não desista! Ninguém foi feito para ser egoísta; fomos feitos para amar. Vai dar certo!
Caiu, levanta, bate a poeira, sobe no cavalo outra vez. Vamos embora, né? O cavalinho é chucro, o cavalinho é rebelde, o cavalinho é irracional, mas o cavaleiro tem a graça de Deus.
E a gente já sabe que, no fim, o amor misericordioso de Deus vencerá, fazendo com que nós amemos como Ele nos amou. Deus abençoe você, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.