e aí e aí e aí e aí eu acho que território dá uma sensação de pertencer a algum lugar eu acho que me lembraria muito lugar onde eu cresci e onde eu tenho memória e o lugar onde eu pertenço a favor de pertencimento um lugar não é necessariamente uma relação histórica que você tem com aquele lugar me ajuda você vai para um lugar que você sente muita polido né quantas vezes você já viajou e você não pensa povo moraria aqui nesse lugar porque você tem a sensação de estar pertencendo aquilo território é quando você chega
em um lugar que a mão depois passa a ser seu mas o jogo como meu território aquilo que eu tenho limite hã não dá para ser dono de tudo então até um determinado ponto eu consigo dizer que esse é o meu espaço e é esse lugar me representa o eu o representante meu avô é um cidadão do mundo né como ele de fato de vivências em muitos lugares mas eu diria que o território dele é a bahia é da bahia que ele veio e é um lugar com qual ele nunca perdeu uma ligação milton santos
que ele entende o espaço geográfico só existe com o homem um ser humano produzindo sua cultura suas técnicas seus sentidos e suas ações ea grandes sacada dele do conceito de território é que o território é o espaço geográfico tal como ele é usado não é uma questão de estrada ele é sempre uma questão concreta então ele é o território usado ele ele é um sistema que combina os objetos que você tem disponíveis com as ações que você e a partir daqueles objetos é uma coisa insociável você também sociável de objeto de ações e e aí
o duro é o país do samba e do charme é verdade isso portela império serrano e tem um charme no viaduto então é possível você não viu um batuque é impossível você não ouvir um samba madureira é isso você nasceu aqui ó e desde nasceu aqui né me diz aí quando tiver tudo certa pode ir vamos embora você nasceu aqui de onde você veio então criado em rocha miranda bairro vizinho aqui do lado para onde parque de madureira também tem extensão qual lugar você sente que é o seu território eu sou o leoni tenho 22
anos moro no parque da cidade e sou estudante de jornalismo uma coisa forte minha o impulso de ir para rua conhecer gente nova e sempre voltar para casa com mais histórias meu nome é dyuly eu tenho 22 anos e sou moradora do complexo da maré e estudante de cinema o que eu posso dizer sobre mim eu sou apaixonada por ouvir histórias e contar através de imagens eu sou completamente apaixonada por cinema a gente conheceu a obra do geógrafo milton santos na facul e o cara é simplesmente um gênio aí veio a ideia de fazer um
trabalho de final de curso contando um pouco sobre a vida ea obra dele mas do nosso jeito ok e o nosso jeito é fazer um vídeo eu nas entrevistas e a júlia na câmera começa um santos via geografia como a ciência do futuro que ele definiu como filosofia das técnicas porque ele entende que o espaço geográfico é um híbrido né de sistemas técnicos sistemas de ações ea geografia então para ele é era uma ciência para sempre pensar o futuro e e aí é importante foi geografia está em todo lugar geografia o espaço que a gente
viveu as pacientes conhecem a geografia tem a ver com as relações sociais humanas coisas que envolve demograficamente tudo é objeto que na verdade então tudo isso a gente tem na geografia quando a gente quer analisar um espaço salário geografia na escola para mim era uma das minhas matérias preferidos principalmente essa geografia humana porque eu tinha uma certa preguiça para aprender nome de pedra terreno enfim realmente foi muito importante aprender geografia na época da minha escola mas eu não me lembro de muita coisa eu acho que mais sobre relevo clima e o meu avô ele faz
direito né como estudo na faculdade lá na federal da bahia universidade federal da bahia e depois de formado ele passa no concurso para dar aula de geografia na cidade de ilhéus no sul da bahia e aí eu acredito que seja nesse momento que ele vai se encontrar água geografia sair de um espaço tão urbano leva apesar de ter nascido na chapada diamantina ele cresceu em salvador então ele se considerava de salvador e nesse momento daí dá para ilhéus é que ele vai se encontrar com o espaço geográfico diferente com próprio ensino da geografia com outro
tipo de alunado um outro tipo de cidade um espaço onde o cacau era muito presente não só como fruta como consumo mas também como produto econômico como estrutura da como aquela sociedade era construída então eu acho que esse é um momento crucial da aproximação dele com essa visão do que é a geografia o território do que é a construção social e de como pensar essa interligação entre esses diversos atores sociais que estão em constante interação para formar o mundo como ele existe que olhar do brasil a partir do seu território porque acho que a gente
tem uma desordem o que quer dizer a uma desordem em todos os campos da vida social e a maneira o que o que é o território eles são as coisas né a natureza as obras dos homens e ação humana tudo junto eu saí de duque de caxias com aproximadamente 20 anos 19 para 20 anos e fui morar no vidigal e depois que eu ficou enchendo as pessoas que que trabalhavam ali que estavam ali corriqueiramente eu acabei adotando aquele território hoje eu consigo chamar de mel então é o lugar que é muito fora do padrão muito
diferente da minha realidade mas eu consigo chegar você vem o e dizer que sou o dono daquele território aqui em santo bem à vontade naquele território devido a comunicação que eu tive a relação em que aquelas pessoas criaram comigo e eu criei com elas então eu considero assim os passos um dia aconchego muito legal de estar nesse ambiente deve das ações que foram feitas não só por mim mas como por eles também [Música] e a minha mãe era arquiteta urbanista né e ela que propôs a ela funcionário da prefeitura né e ela que propôs a
derrubada do daquele muro que dividia que separava o jardim botânico do resto do mundo né ali na rua pacheco leão então é quando ela procurasse a derrubada de fato assim foi substituído por uma grade que é uma grade que você tem a possibilidade de entrar no parque sem entrar né bom para quem tá do lado de fora né [Música] e eu gosto muito de samba e gosto muito de pagode e funk então essa é minha galera mas eu sou bem eclética eu acho que o parque de madureira fez exatamente isso acho que é juntar todo
mundo sabe você tem um pouquinho de cada em um lugar só você vai andando aqui você vai ver o que eu achei com forró você vai ver um quiosque com samba e você escolhe o que você quer parar onde você quer conhecer se você nunca teve contato com uma música de um tipo aquelas pessoas então lugar onde você pode ir conhecer sem ter que se deslocar entre pontes da cidade a informação e produz outra coisa né que nós não temos capacidade para aprender porque nós somos professores universitários então não quer visitar a volta beijo e
me caiu não sei que mais e aí a gente deixa de ver o que a importância você eu sei que as pessoas independente da sua origem elas são bem recebidas em todos os lugares da cidade não eu acho que não acho que fica bem nítido onde você é o jeito que você fala depender um dia da sua cor de como você tá vestido você não vai ser bem recebido em vários locais do rio de janeiro de forma igual onde que eu chego você chegar e sair e isso me faz bem também qualquer lugar vou dar
um exemplo todo mundo do leblon porque aonde eu trabalho então eu fico leblon assim a minha casa trabalho hellebron é dominado por gente branca e rica a rocinha não é diferente o ambiente as rua ainda tudo diferente existem grupos elétrico informações privilegiados e apenas esse grupo apenas as a bolha trocam informações sobre esse determinado assunto então nós não temos um ponto de diversidade não nossa sociedade onde as pessoas possam se misturar e até mesmo circular entre seus territórios e e aí e as pessoas conseguem perceber mais o que nos separa do que no que nos
une e isso é decorrente dessa lógica individualista consumista competitiva cada um correndo atrás do seu cada um nessa perspectiva muito da sobrevivência da competição para o outro mas ele também mostrava que tem muita coisa que nos une então a vivência da escassez nos une a maioria da população a maioria absoluta da população mundial vive a escassez na baixada você encontra um pouco mais de acolhimento são pessoas que sofrem de uma mesma realidade onde ninguém tem nada essas pessoas juntas elas fazem algumas coisas acontecer então isso para mim é recarrega as minhas energias me deixa muito
à vontade hoje se fala muito no movimento ecológico da ecologia preservação da biodiversidade mas ele é dizer o seguinte mais importante do que a bia a cidade hoje é a sociodiversidade porque um sinistro tanto migrou as pessoas têm tanto acesso a tanta informação ea convivência entre diferentes pessoas vindas de diferentes lugares que isso cria um caldo de múltiplas culturas e conhecimentos e perspectivas que enriquece os lugares então acaba que essas contradições também geram novas possibilidades de vida novas possibilidades de compreensão de uso dessas tecnologias mas todos queremos a globalização mas não esta esta é fundado
em dois grandes esteios ambos violentos um ea violência do dinheiro a outra a formação a falta de dinheiro faz não tem acesso a uma jornada acho que eu queria ir eu queria surfar em outros lugares mas eu não posso me deslocar não tenho dinheiro para passagem não tenho uma carga além de botar minha prancha eu fico triste por isso eu não posso perguntar uma linguagem que alguns meus amigos frequenta consumismo eu não consumo porque eu não tenho dinheiro mas eu queria muito consumir coisas eu queria comprar coisas e eu não tenho não tenho poder aquisitivo
mas eu quero ter muito dia relação com dinheiro não é uma relação muito íntima eu gostaria que fosse mais gosto de dinheiro claro tem coisas que o dinheiro pode comprar né que são confortáveis né mas é e honestamente eu tenho eu não acho que o dinheiro é o que me movo assim como e como objetivo de vida se eu tivesse dinheiro eu poderia estar nesses espaços mas eu continuaria sendo olhada da forma que eu sua sabe que não tem como tipo mesmo que eu tenho dinheiro não tem como negar a minha cor e o jeito
que eu falo e a forma que eu ajo então eu acho que é meio que um de leva a minha relação com o dinheiro tem mudado bastante e desde o momento em que eu aprendi até um pouco mais de desapego ele é importante na vida de todos nós mas não é o fator principal ele pode mudar a vida de muita gente assim como mudou na minha vida mas eu não tenho problema em perder tudo hoje porque é de onde eu ver eu aprendi a conquistar as coisas com muito esforço e suor então o dinheiro para
mim ele é um bem necessário não é um mal necessário porque por ele nós fazemos muitas coisas e e de tudo que milton santos escreveu o que mais a gente se amarrou foi o fato dele repensar totalmente a geografia além de dar voz ao conceito de territorialidade o daniel nunca é dissociada do lugar mas território mas o que ele mostra com a globalização aí que essa ideia de cidadania ela vai sendo ela vai ser ela vai perdendo sentido ao passo que ganha mais sentido a ideia de consumo então ele disse que as pessoas começam a
competir para consumir começa a valorizar muito mais poder aquisitivo a renda as coisas do que os valores não é o individualismo do que a individualidade então ele ele mostra que essa lógica do consumismo que permeia o mundo a partir dos anos 70 muito vinculado a essa agenda neoliberal ea situação prova do capitalismo é uma é uma perspectiva que vai empobrecendo o debate da cidadania porque as pessoas vão correndo atrás do que dá status do que dá conforto do que dá a suposta qualidade de vida mais internas muito uma visão muito individualista e e no mundo
onde há escassez é produzida por uma forma de reprodução dessas desigualdades as desigualdades ampliam nesse mundo globalizado então se acirra competição entre as pessoas muito mais do que a solidariedade a solidariedade num sentido mais amplo da vida cotidiana né de pensar coisa por um depois espaços públicos serviço público então cada um pensa em ser sua sobrevivência as suas conquistas e isso vai e a própria globalização que é pautada na competitividade ela vai faltando desde os lugares até os indivíduos para ele se tornarem cada vez mais competitivos e isso acaba que é permeado por uma visão
muito mais do consumo do que da cidadania porque nós estamos nos encaminhando tão outro era histórica que eu estou chamando de era demográfico popular já está em e tendencialmente já está aí e e as condições técnicas que nós estamos usando para engrossar o capitalismo essas condições técnicas não são adequadas ao capitalismo ao contrário o progresso técnico que nós alcançamos neste fim de século são adequados a um mundo onde as pessoas vão voltar a ser gente né e a gente vai voltar a ser pessoa ele disse que o mundo é construída a todo momento e que
e que já tem elementos que nos mostram que ao mundo outro sendo construído uma outra perspectiva que coloca o ser humano como foco coloca as pessoas no centro do debate e não mais o dinheiro apenas 1 o meu avô ele tinha ao mesmo tempo em que evidentemente ele era vítima do racismo porque nós vivemos num país racista e ele não fugia da regra simplesmente por ser professor ou por ter um certo reconhecimento ele lutava contra isso das formas como ele podia eles unha essas questões da forma como ele podia mas ao mesmo tempo ele fazia
muita questão também de não se colocar como um portador exclusivamente dessa questão exclusivamente da questão racial então ele dizia que ele não queria ser visto como intelectual negro ele queria ser visto como um negro que é intelectual para mim territorialidade é uma vivência inseparável da nossa história a territorialidade é ocupação e pertencimento afetivo e físico de um lugar é e a população mais pobre que tem essa vivência cotidiana das limitações tanto da cidadania quanto do consumo para mim então é uma população mais consciente da globalização como perversidade como fábula muito mais do que as classes
médias que ainda vivem um certo padrão de consumo um conforto que ainda permite permanecer nessa ideia de globalização mas como fábula mas a população pobre não a população sofrem escassez a falta de acesso a imobilidade é a falta de perspectiva a falta de sentido isso impõe uma reflexão mais crítica pelos povos ea população pobre seria uma fonte então de criatividade de consciência e de construção de um outro mundo e o qual a vida inteira ó o central que você faz dessa contradição como é que você trabalha essa contradição como é que você dá o passo
à frente ou para trás eu acho que a cidade onde eu vivo em estimular trocas de jamile diferente realidade pois no rio de janeiro ele tem muitos eventos culturais até gratuito de museus onde vai gente de baixa renda e de alta renda território vamos aqui eu cheguei aqui agora é e às vezes tem construído tipo esses espaços de diálogo e movimentos sociais que tentam incluir as pessoas mas que é um caminho pra gente poder chegar em um lugar onde pessoas de realidade diferente vou poder conviver de forma igual as pessoas com outras realidades sabe eu
acho que essa integração entre grupos já acontecem mas tipo às vezes relacionado a música um gosto alguma coisa mas entre realidades socioeconômicas eu acho que isso ainda não acontece muito mas acho que é um caminho a gente já tá tentando investindo nisso e e aí e o rio permite essa troca é a especialmente na praia né para falar o óbvio né porque e infelizmente ainda um lugar que você não quer pagar para ir né então existe sim essa essa essa essa convergência embora é de fato as pessoas fiquem próximos dos seus dos seus grupos né
dá uma troca muito mais visual né do que de fato de de interação entre as pessoas né [Música] porque me faz pertencer é onde eu sou bem recebido e onde eu tenho um livre acesso de expor as minhas opiniões onde eu possa fazer a diferença onde a minha opinião ela vai ser escutada esse é um lugar que me faz me sentir muito bem acolhido e o digo que seja o meu espaço e aí a comunidade se reúne em poucos lugares se pegar a população do mundo e pegar a população urbana você vê que nos últimos
30 40 anos se tem uma um cidade de aglomeração aglomeração tem um papel extraordinário na posição da cultura das ideias né para quem quer se iniciar na obra dele agora seja um cientista e intelectual sejam geógrafo não geógrafo um cidadão comum que não tem a perspectiva de pesquisa pode iniciar pelo livro por uma outra globalização que o último livro dele publicado em 2 mil ele ele faleceu em 2001 mas o livro de dois mil e por uma outra globalização traz uma perspectiva de construção da visão do que a globalização atual e do que ela pode
vir a ser eu acho muito bonito no livro por uma outra globalização quando ele fala das outras localizações possíveis e não fala só de como a globalização que estava acontecendo era cruel era excludente era desigual mas ele fala também das possibilidades que havia de construir esse uso da técnica dessa nova temporalidade dessas novas formas de comunicação para fazer um mundo diferente para fazer um mundo mais igual depois essa experiência entrevistar tanta gente né a gente começa a perceber que essas relações entre pessoa e lugar então cada vez mais próximos como é que você acha que
a gente pode ser lá pensei menina falando sobre o avô dela a relação dele com território eu acho eu não acho que ele era necessariamente otimista no sentido de que o otimismo pode ser visto como algo talvez descolado da realidade eu acho que meu avô ele pensava profundamente ancorado na percepção é na realidade mas eu acho que ele tinha assim uma forma de ver o mundo que privilegiava a construção de perspectivas e não simplesmente apontar a falta de perspectivas ou a incapacidade de construir outros mundos e e aí e aí e aí e aí e
aí