DOSSIÊ CULT195 | Jacques Derrida

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TV Revista CULT
A TV CULT entrevistou os filósofos Juvenal Savian Filho e Olgária Matos a respeito da obra de Jacque...
Video Transcript:
[Música] o derd ele é um dos filósofos que tiveram muito reconhecimento já do do alcance do pensamento filosófico porque na verdade pelo tipo de reflexão que ele tem muitas áreas podem ser beneficiadas por ele né a arquitetura a pintura escreveu sobre pintura o teatro ah a literatura a filosofia a gramática né o cinema para você pensar democracia hoje por exemplo se você pensar que todo que muitas pessoas dizem não mas o pensamento do derd não tinha declarações diretamente ligadas à análise da da da da sociedade não não tinha uma intervenção política direta militante ele tinha
uma forma de militância que era do verdadeiro intelectual né que o que o intelectual que ele pode eh ser aquele que interpreta que compreende a complexidade mas ele não pode dar aulas para para ação né porque justamente o o intelectual ele não dá o consentimento fácil para as coisas então acho que ele é muito importante para o mundo contemporâneo tanto para pensar política quanto para pensar a universidade ele tem muitos escritos sobre a universidade né a para para pensar a questão da cultura questão da história questão das Artes né Ele é um mundo a ser
interrogado e sobretudo porque em todas essas áreas existe uma vocação antidogmática no pensamento dele que justamente se traduz na na na desconstrução quer dizer cada coisa ela com ela é portadora de múltiplas significações né A desconstrução então segundo derd seria o trabalho de dentro das unidades de sentido de dentro dos textos encontrar o princípio que os forma e que ao mesmo tempo segundo ele segundo o modo dele dizer é não são só unidades que fazem não são só princípios que fazem essas unidades surgirem mas são também o princípio Dau dessas unidades ru no sentido de
que se eu identifico o princípio que formou essas unidades de sentido eu também sou capaz de encontrar o ponto a partir do qual eu posso desconstruir essas mesmas unidades eu chamaria atenção pro fato que ela não é uma destruição ela é uma espécie de trabalho de desmontagem mas ao mesmo tempo que permite uma remontagem então por exemplo você tem a diferença entre o o alos Né o mesmo né e o próprio por exemplo Então você tem a ideia do héteros é o outro de uma uma relação de exterioridade com alguma coisa e o alos é
o outro do mesmo então a volta a uma etimologia às vezes equívoca ela ajuda essa maneira não é desconstrução no sentido de de desfazer ou de destruir ou ser niano no sentido da filosofia golpes de martelo Não é uma é uma ideia não de destruir não tem ideia da destruição mas você tem a ideia da recuperação da memória das coisas e as camadas heterogêneas que cada conceito carrega consigo a questão das Fronteiras entre filosofia e literatura no pensamento do derd é Central eh não é uma questão acessória justamente se a gente pensa sobre a desconstrução
e o modo como o derd insiste né que todas as produções de sentido todas as relações simbólicas constituem um texto e no fundo tudo é o grande texto do mundo né se nós temos isso em vista nós Já percebemos que uma fronteira Clara entre filosofia e literatura hum não é uma ideia muito viável do ponto de vista de que tudo constitui um texto né então o derd não só relativiza como até anula certas certa ideia de fronteira entre a filosofia e a literatura quer dizer na verdade essa separação entre filosofia e literatura ela vem no
momento da especialização eh das áreas de conhecimento a gente pode datar Talvez um pouco abusivamente esse começo da separação entre filosofia e literatura no pensamento do Platão porque Platão faz a crítica da mimeses né e a arte é imitação a arte é uma ficção e na Perspectiva do Platão toda a imitação e a arte a literatura fazendo parte disso ou o teatro né dramaturgia ela é uma uma estratégia para ele de poder e que tipo de poder é um poder tão vertiginoso que ele é capaz de influenciar pensamentos e mobilizar comportamentos um ponto dessa reflexão
que incomoda o derd e Que dá bastante a pensar a ele é o fato de que quando o filósofo começa a fazer um discurso sobre a metáfora ele eh dá a impressão de primeiro definir a metáfora de fora né para poder então dizer que ele encontra a metáfora nos concentrando nesse ponto a gente poderia perguntar o que é que justificaria que o filósofo dizendo que está de fora consegue entender o que é a metáfora por dentro então Eh essa separação eh ela acontece artificialmente porque a filosofia sempre viveu da literatura e a literatura da filosofia
apenas que como gêneros literários a filosofia ficou mais técnica com relação à literatura mas muito daquilo que a literatura fala por imagens a filosofia fala por conceitos então o derd não poderia ser chamado de um pós-moderno é que o o derd não cai em certos dualismos que muitos pós-modernos dizem evitar mas que no fundo eles reproduzem a razão ou o trabalho do pensamento de um lado e a ação das paixões ou então o âmbito do incondicionado humano né o âmbito das forças cósmicas que agem Antes de nós agirmos ou de nós podermos ter consciência disso
né Isso é um dualismo que o derd não admite eh ou admite mas dizendo isso é o que tradicionalmente se chama de metáfora e o derd ele como é um grande conhecedor da literatura e ele é um grande conhecedor da história da filosofia e filósofo ele consegue combinar no próprio os vários estilos filosóficos que ele dos quais ele se vale para construir a sua obra desde o ensaio filosófico ao livro ao compêndio técnico passando pelas pela carta postal ou então pelo monolinguismo do outro eh ou então pelo animal que logo sou quer dizer são ensaios
ou fichu né que é uma conferência que o derd da é convidado para para receber o prêmio Adorno mas esse essa conferência ela é uma forma de uma de um grande aforismo né como se ele fosse uma vamos dizer uma uma exemplaridade uma análise exemplar e é algo que ele quer expressar como algo exemplar então a ali ele acaba realizando ao analisar o sonho do Walter Benjamim que sonha em francês ele vai interpretar um sonho que ele não sonhou mas que é um sonho do outro então ao mesmo tempo que é um ensaio sobre um
sonho é uma espécie de para além eh do além do do da Interpretação dos Sonhos do Freud é uma nova interpretação dos sonhos porque ele começa justamente interrogando se é é lícito interpretaç que não foi seu que foi um sonho de um outro então você já não pode interpretar o seu próprio sonho porque em princípio é analista que interpreta o seu sonho junto com você e aí ele não tem ninguém para interpretar junto com ele e não é nenhum sonho que ele sonhou é o sonho de um outro então você já tem várias camadas e
mostrando como você como a a escrita se adapta a essa fórmula de de pensar no lugar de um outro e sonhar um sonho que não é seu isso exige um estilo e o estilo que ele usa é o tendo que inventar palavras para dizer esse momento em que você não tá nem acordado Nem Dormindo e que você portanto sonambula quer dizer ele inverta inventa o verbo sonambula sobre a questão da voz média da língua grega que a gente não tem no português por exemplo que é um não é nem passivo nem ativo É passivo e
ativo ao mesmo tempo então esses estados limítrofes de Limiar interessam ao ao derd porque são momentos em que os os sentidos eles quase que estão em estado de dicionário e dentro do sonho você pode fazer análises muito objetivas não é que às vezes você pode esquecer ao acordar ou esse sonho pode te acompanhar e o que ele quer dizer que você nunca tem um estado de vigília que é puramente racional quer dizer são vários para cada tema filosófico ou literário ele cria um gênero que se adapta a essa formulação então ele é um grande escritor
também com isso derd oferece um campo de reflexão muito rico porque ele justamente levantando o problema o tema do sentido né e eh defendendo a ideia de que é possível desconstruir o sentido por dentro sem tomar já uma atitude de recusa dos v das várias Produções várias maneiras de produzir sentido né ele faz ail fia um exercício muito interessante muito criativo né que no fundo no fundo que ele convida o filósofo é a rir de si mesmo né o filósofo bom no sentido derdian é o filósofo que aceita rir de si próprio porque ele aceita
que Como dizia o derd em tudo aquilo que ele propõe como análise do sentido ou mesmo como sentido já está contido o princípio que permitiria ver as ruínas da sua própria elaboração né então são obras que eu recomendaria o monolinguismo do outro o animal que logo sou e o fichu para uma iniciação né agora pra história da filosofia mais possível mais conhecido vamos dizer e por tratar de autores também mais comentados pode ser o derd né a farmácia de Platão o a gramatologia e as políticas da Amizade o espectros do Marx também que é sobre
a questão da história e ficção [Música]
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