Paul Brunton - A Verdade Universal

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Corvo Seco
Trechos dos livros “The Secret Path”, e “A Realização da Alma”, de Paul Brunton. Nascido em Londres...
Video Transcript:
O homem viaja sozinho pelas estradas empoeiradas  da vida como um antigo garimpeiro que passou anos vagando por terras estranhas, em busca de um  tesouro raro do qual ouviu falar, enquanto, durante todo esse tempo, ele era procurado  como o herdeiro de uma grande loteria. Escondida nas dobras da nossa própria natureza  existe uma joia rara, mesmo que a ignoremos. Ninguém se atreveu a atribuir-lhe um preço e  ninguém jamais pensará em fazê-lo, porque o seu valor está acima de todas as coisas conhecidas.
Quando o homem atinge o ápice da verdade, ele consegue desfrutar do  seu próprio tesouro interior, recebendo de dentro aquela felicidade que, até  aquele momento, buscava nas coisas externas. O homem tem dentro de si o infinito divino, e  ainda assim, ele se contenta com os pequenos prazeres de sua breve passagem pela terra, como  se ele não passasse de um inseto. O homem, como ele realmente é, e como sempre foi e continuará a  ser, é um ser espiritual.
É um tanto irónico que, o próprio eu do homem – a sua verdadeira natureza  – tenha se tornado um segredo nos nossos dias. O homem, como uma entidade espiritual,  tem uma capacidade infinita de sabedoria, e recursos incríveis para a sua própria  felicidade. Verdade, Beleza, Poder, Sabedoria e Paz são atributos do nosso verdadeiro  eu, daquele eu divino que espera por ser descoberto.
Ele revelará tudo o que há de nobre  em nós. No entanto, primeiro temos que aprender o verdadeiro significado do verbo “Ser”. Nas profundezas do nosso ser milagroso, descobrimos que fazemos parte de uma vida  imensa, cuja essência é a paz eterna, cujo propósito é ser extremamente benevolente e  cuja existência nunca pode perecer.
Sim, esta é, verdadeiramente, a “pátria” de todos os homens.  Esta condição atemporal em que nos descobrimos foi admiravelmente descrita pelos sábios hindus  como o “Eterno Agora”. Essa é a verdade universal.
“Aquele que conhece a sua própria natureza  conhece o Céu”, declara Mencius, o discípulo chinês de Confúcio. Essa é a verdade universal. A verdade está escrita no organismo humano, assim como nos livros mais inspirados. 
Na vasta sociedade que forma o universo, o homem está em melhor posição do que supõe;  e, nos momentos secretos de descanso mental, recebe sugestões sutis que o fazem  sentir a grandeza original de sua alma. O conhecimento sobre si mesmo é a base  primordial de toda ciência da verdade. Esta sabedoria é a sabedoria mais antiga do  mundo.
Não importa o quanto se procure ou indague, antes que a primeira caneta fosse colocada  no papel, muito antes de Buda e Zoroastro, esta verdade única e simples de que o  homem pode unir-se conscientemente com o divino enquanto seu corpo é exercitado, foi  ensinada na prática por aqueles que a buscaram. Os nobres e belos ensinamentos da Grécia  antiga, dos socráticos aos estoicos, se harmonizam perfeitamente com os antigos  ensinamentos da filosofia superior. O Platão grego falou sobre isso, da mesma forma  que o Emerson americano; Encontramos isso na filosofia do Porfírio romano e na do Fichte  alemão; Ela brilha nas palavras de Jesus, o sírio, e ilumina as palavras de Buda, o hindu.
Enquanto encontraram o verdadeiro eu, os buscadores de todos os tempos e de todos  os lugares sempre encontraram um e o mesmo Ser Divino. Para o verdadeiro Vidente, todos  os credos são iguais; aqueles que professam a fé de Buda não são menos bem-vindos do  que os propagandistas da fé de Cristo. Diferentes pessoas em diferentes países deram  nomes diferentes às mesmas experiências secretas.
Os cristãos chamam isso de “união com Deus” e  os santos hindus chamam isso de “união com o eu espiritual”. Os filósofos descrevem-no  como “uma submersão no infinito”; outros como “a descoberta da verdade”. Mas o rótulo não  importa; Os sábios não discutem mais sobre isso, porque as palavras apenas indicam, mas não  podem descrever a plenitude de tal experiência.
A experiência universal que descrevi é  um verdadeiro testemunho da sua própria realidade. As literaturas de todos os países, as filosofias e religiões de todos  os tempos confirmam esta verdade. Em uma antiga escritura hindu li estes versículos: “Porque esqueci minha unidade com você, Porque, tolo, fiz do meu corpo o eu, Porque não sabia que você habitava em mim, Por tudo isso vaguei no inferno.
. . Porque jogando fora meu  verdadeiro eu, me acorrentei.
” Os místicos hebreus e hindus, os  filósofos platônicos e pitagóricos, os moralistas chineses e os moralistas cristãos. . . 
todos falam a mesma língua e têm o mesmo sotaque; Tudo depende de sabermos ouvi-los. Pouco importa  a diversidade de crenças e o número de teologias: Deus foi, é e será o único. .
. porque está em nós. A Verdade é a luz branca do Espírito  que, projetada no prisma da Humanidade, se fragmenta em raios de cores tão diversas quanto  os indivíduos que a recebem.
Assim, a experiência da descoberta é a mesma em todo o universo; O  que difere é a interpretação que lhe é dada. O objetivo final é descobrir que há apenas uma  realidade, da qual todos são apenas uma parte, que a separação do ego pessoal é só superficial,  e que a Verdade é evidenciada pela consciência da unidade. O primeiro fruto de tal  descoberta é necessariamente a dedicação da vida ao serviço de todas as criaturas, ao  serviço incessante pelo bem-estar universal.
Em outras palavras, o propósito mais elevado da  existência é desenvolver o homem até que ele possa viver na consciência de sua individualidade  divina. Essa mensagem universal é destinada a fluir por todo o mundo. Seus portadores  não serão outros que os escritos de videntes antigos e modernos.
Ela trará às pessoas a  oportunidade de crescer, de seguir em frente. Esses ensinamentos têm que, primeiro, se  tornar conhecidos, depois compreendidos, em seguida aceitos e, finalmente,  integrados na vida do dia a dia. Este é o conhecimento mais importante  que qualquer ser humano poderia estudar.
Essas verdades, que antes eram mantidas totalmente  esotéricas e estreitamente confinadas a uma elite intelectual privilegiada, devem agora ser  dadas para o público mais amplo possível, porque a posição da humanidade é muito precária.  O antigo sigilo sobreviveu à sua utilidade. A mensagem para esta época deve satisfazer suas  necessidades primárias, por isso deve conter três elementos.
Primeiro, a doutrina de que há uma  alma divina no homem. Segundo, o evangelho de que por meio da oração, da meditação e do estudo é  possível comungar com essa Alma. Terceiro, o fato da Lei da Recompensa (Carma) e, consequentemente,  a necessidade de bons pensamentos e ações corretas.
Além disso, os dias atuais precisam  não apenas de uma síntese das ideias orientais e ocidentais, mas também de uma nova e criativa  perspectiva universal que transcenderá a ambas. Chegou a hora de desenvolver o conhecimento  e estender a compreensão de um ensinamento que poucos conhecem e menos ainda entendem. Esta é a verdade que tem de ser proclamada à nossa geração: que a Alma está conosco, aqui  e agora – não em algum mundo remoto ou num tempo distante, não quando o corpo expira – e que  encontrá-la é nossa verdadeira alegria e força.
Em poucas palavras, o homem deve  buscar ter consciência sobre o seu verdadeiro eu e, estendendo seu campo  de consciência, deve sentir sua unidade. Hoje, a missão da filosofia é planetária, pois  precisa-se da verdade em todos os lugares, e pela primeira vez ela pode ser  transmitida a todos os lugares. A tarefa imediata atual da filosofia é  que a sua mensagem seja transmitida.
A tarefa secundária é dar assistência àqueles  que aceitam essa mensagem para atingirem um entendimento apropriado e adequado  dela. A primeira é para a multidões e, por isso, pública. A segunda é para  indivíduos e, por isso, privada.
A filosofia tem como objetivo a produção de  um grupo de homens e mulheres treinados em controlar a mente, acostumados a subordinar  os interesses imediatos aos fins supremos, sinceramente desejosos de servir à  humanidade em aspectos fundamentais, e possuidores de conhecimento filosófico  que irá torná-los cidadãos valiosos. A atitude filosófica é que uma pessoa deve  desempenhar totalmente seu dever no mundo, mas isso será feito de tal forma que não faça dano  para ninguém. Verdade, honestidade e honra não serão sacrificadas por dinheiro.
Tempo, energia,  capacidade e dinheiro serão usados sabiamente para os melhores interesses da humanidade e, acima  de tudo, o filósofo rezará constantemente para que o verdadeiro eu o aceite como um instrumento  de serviço dedicado. E ele certamente o aceitará. Há indivíduos espalhados aqui e acolá que  encontraram o verdadeiro eu.
E é certo que toda a raça humana também o encontrará um dia. O Céu rodeia-nos, não só nos dias inocentes da infância, mas em todos os momentos da nossa  existência, mesmo que não o saibamos. Alguns estão próximos desta verdade e esperam inconscientemente  pelo momento milagroso do reconhecimento.
Basta falar-lhes disso em um tom adequado para  que a esperança ilumine as suas almas. Aqueles que estão buscando a verdade são poucos,  apenas um pequeno número, mas ainda assim, é um número que está aumentando. Cada um de  nós pode saldar sua própria obrigação dizendo a palavra certa na hora certa, emprestando ou dando  o livro certo para a pessoa faminta pela verdade.
O dever ao qual somos chamados  não é para propagar ideias, mas oferecê-las; não converter mentes  relutantes, mas satisfazer as famintas. Há indivíduos hoje a quem esses ensinamentos são  desconhecidos, mas que possuem, nos níveis mais profundos de sua mente, tendências e crenças  latentes, adquiridas em vidas pretéritas, que saltarão em efetiva atividade assim  que o ensinamento lhes for apresentado. Você deve entrar em um novo ritmo e dizer a  todos que queiram ouvir, que eles não precisam ficar desconsolados, perdidos ou desesperançados  por não encontrarem quem lhes fale ao coração ou à mente.
A eles pede-se apenas que  sigam o Deus dentro de si mesmos, pois “O Reino de Deus está dentro de vós. . .
” Diga confidencialmente a tais pessoas: Há um  caminho de escape, porém, esse caminho não se acha no Oriente nem no Ocidente; esse caminho  estende-se inteiramente para o interior. Esse é o único caminho que, ao longo dos séculos,  os sábios antigos e modernos indicaram para a Humanidade. Se o buscarmos de verdade, iremos  encontrá-lo, porque ele está dentro de nós, não distante.
Dentro de nós, está a nossa  garantia de que um dia o encontraremos. Busque dentro de si mesmo e  encontre seu verdadeiro eu, e então, viva permanentemente através  dele. Esse é o único caminho da vida que vale a pena seguir.
Siga esse caminho e você  encontrará a vida imortal, a satisfação eterna.
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