Transporte de O2 e CO2 Pelo Sangue e Tecidos [Respiratório 5/6]

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💡 A hemoglobina possui um papel muito importante no transporte dos gases que vão dos tecidos até os...
Video Transcript:
A beleza pessoal! Meu nome é Thiago Carvalho. Bem-vindo ao seu canal, onde me ajuda a medicina.
Dando continuidade à nossa série sobre o sistema respiratório, hoje vamos falar sobre transporte de gases: o oxigênio e o dióxido de carbono. Vamos discutir como o oxigênio que chega aos nossos pulmões é transportado até os nossos tecidos e de como o dióxido de carbono, produzido no interior de nossas células, é transportado até os nossos pulmões para ser exalado. Vamos abordar o efeito Bohr, o efeito Haldane e outros assuntos pertinentes ao transporte de gases.
Roda a vinheta! Então, vamos iniciar nosso assunto sobre o transporte de gases, oxigênio e dióxido de carbono no sangue e nos líquidos corporais. O transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos corporais ocorre quase totalmente em combinação com a hemoglobina das hemácias.
A hemoglobina é uma proteína de estrutura quaternária, formada por duas cadeias beta e duas cadeias alfa. Além disso, compõe a estrutura da hemoglobina um grupamento heme. É nesse grupamento heme que o átomo de ferro está inserido.
Na fórmula estrutural do grupamento heme, o ferro é inserido a ele. O ferro que faz parte da molécula de hemoglobina é o ferro +2, já que também temos o ferro na sua forma +3. Portanto, o único ferro que compõe a molécula de hemoglobina é o ferro +2.
Graças à molécula de hemoglobina, nosso sangue possui uma enorme capacidade de transportar grandes volumes de oxigênio. A presença de hemoglobina nas hemácias permite que o sangue transporte de 30 a 100 vezes mais oxigênio. Assim como o oxigênio, o CO2 também se combina com a hemoglobina das hemácias e é transportado até os alvéolos, mas em menor proporção, como veremos adiante.
O CO2 é transportado em sua maior parte na forma de bicarbonato. Temos aqui duas definições: quando encontramos hemoglobina oxigenada, podemos chamá-la de oxi-hemoglobina; quando encontramos a hemoglobina não ligada ao oxigênio, chamamos de desoxi-hemoglobina. Trouxe esse esquema aqui para falarmos um pouquinho sobre pressão parcial, porque o que determina o deslocamento de um gás de um meio para outro é a sua diferença de pressão parcial.
Um gás sempre se deslocará de um local de maior pressão para um local de menor pressão. Aqui, temos o alvéolo pulmonar e o capilar pulmonar, que é o local onde ocorre a hematose, a troca entre os gases de oxigênio e dióxido de carbono. A extremidade do capilar pulmonar traz o sangue desoxigenado do ventrículo direito, e, no outro extremo, a veia pulmonar já traz o sangue oxigenado dos pulmões até o átrio esquerdo.
Vamos ver como está a pressão parcial dos gases. Na pressão parcial do dióxido de carbono dentro do alvéolo, podemos observar que está em 40 mm de mercúrio, enquanto na extremidade da artéria pulmonar, a pressão parcial do dióxido de carbono está em 45 mm de mercúrio. Percebemos a diferença de pressão: portanto, o dióxido de carbono, seguindo a regra, sairá do local de maior pressão para o de menor pressão.
Como na artéria pulmonar a pressão está maior, isso facilita que o dióxido de carbono se desloque do terminal da artéria pulmonar para dentro do alvéolo. E quanto ao oxigênio? Ele chega do terminal da artéria pulmonar com uma pressão parcial de 40 mm de mercúrio.
Já no alvéolo pulmonar, temos uma pressão parcial de 104 mm de mercúrio. Então, seguindo a regra, como a pressão parcial de oxigênio dentro do alvéolo pulmonar está bem maior do que a do interior do capilar pulmonar, isso faz com que o oxigênio saia do alvéolo pulmonar em direção ao capilar pulmonar, já que a pressão é bem inferior, de 40 mm de mercúrio. No extremo da veia pulmonar, quando o sangue já foi oxigenado, a pressão parcial de oxigênio se iguala à pressão parcial do oxigênio dentro do alvéolo.
Está claro, pessoal? Isso é só para falarmos um pouco sobre pressão parcial, pois este é o principal fator que determina o deslocamento dos gases, que é a diferença de pressão entre os dois meios. Aqui, no exercício físico, o sangue consegue se manter bem oxigenado, porque no momento do exercício, o fluxo sanguíneo aumenta.
A velocidade com que o sangue passa pelos vasos sanguíneos é bem maior e isso poderia não dar tempo para que o sangue se oxigenasse durante a passagem pelos alvéolos pulmonares. No entanto, à medida que o fluxo sanguíneo aumenta, temos também uma vasodilatação, aumentando dessa forma o diâmetro e a área do vaso. Esse aumento do diâmetro da área do vaso permitirá que uma quantidade suficiente de oxigênio seja passada para o capilar pulmonar e que o CO2 seja liberado para o alvéolo.
Está claro, pessoal? Bom, então, gente, é o seguinte: de todo o sangue que entra no átrio esquerdo, 98% é proveniente dos pulmões. O sangue vem do ventrículo esquerdo até os pulmões para ser oxigenado e dos pulmões volta novamente para o coração através da veia pulmonar, desembocando no átrio esquerdo.
Noventa e oito por cento. Do sangue que chega ao átrio esquerdo, ele vem proveniente dos pulmões, mas existe dois por cento, né, do sangue, e ele vem proveniente da circulação brônquica, né? Às vezes, a circulação brônquica drenam para a veia pulmonar, e o que isso implica, Tiago?
Implica, pessoal, que esses dois por cento de sangue estão vindo desoxigenados, ou seja, é um sangue que não passou pelos capilares pulmonares, e ele está vindo desoxigenado e cai aqui na veia pulmonar, né, sem ter recebido oxigênio. Então, nós vamos ter aqui uma mistura de uma pequena porção de sangue venoso com sangue arterial. Isso nós chamamos de mistura venosa, e esse sangue desoxigenado que se junta com o sangue oxigenado nós chamamos de sangue de derivação.
Isso implica na redução da pressão parcial do oxigênio dentro da veia pulmonar, porque na veia pulmonar a pressão parcial de oxigênio é de 104 mm de mercúrio. Ela vem com aquela mesma pressão parcial de oxigênio dentro do alvéolo pulmonar, mas quando ocorre essa mistura com o sangue venoso, que é um sangue onde o volume de oxigênio é reduzido, vai ocorrer uma redução da pressão parcial de oxigênio que vai chegar ao coração. Então, na veia pulmonar, a pressão parcial de oxigênio é 104, e após a mistura, a pressão parcial de oxigênio vai passar a ser 95 mm de mercúrio, tá claro, pessoal?
E esse gráfico aqui ilustra o que eu acabei de falar, né? A pressão de O2 no nível do alvéolo é 104 milímetros de mercúrio, certo? O sangue venoso nós temos aqui, ó, sangue venoso, que está chegando no coração, e sua pressão parcial de oxigênio é de 40 mm de mercúrio.
Então, lembrando que, no momento em que o sangue vai passando pelo capilar pulmonar, né, o sangue que antes estava pobre em oxigênio começa a se oxigenar, aumentando, dessa forma, a pressão parcial de oxigênio dentro do capilar pulmonar, chegando ao valor de 64 mm de mercúrio. Aqui nesse gráfico, nós temos agora uma leve queda da pressão parcial de oxigênio. Esse momento aqui configura com um momento da mistura dos dois por cento de sangue que está vindo da circulação brônquica.
E aí a pressão passa a ser 95 milímetros de mercúrio. O sangue vai ser levado, né, para a circulação sistêmica, para os capilares, onde o oxigênio vai ser consumido, e novamente a sua pressão vai baixar para 40 mm de mercúrio. Pronto!
Agora, a difusão do oxigênio dos capilares periféricos para os tecidos, né? A gente falou um pouco sobre a difusão, né, de oxigênio para o capilar pulmonar, né, toda ali, ah, livre de pulmão. Mas agora nós vamos falar, né, de como ocorre a transferência do oxigênio dos capilares sistêmicos para a célula.
Então, aqui nós temos a célula, nós temos aqui o espaço intersticial, que é o espaço existente entre as células, e nós temos aqui os terminais das artérias capilares, que estão levando o sangue oxigenado, e o terminal capilar venoso, que está levando o sangue desoxigenado. Na chegada do sangue ao terminal arterial, a pressão parcial de oxigênio é de 95 mm de mercúrio. Como já foi dito, o oxigênio sempre vai sair do local de maior pressão para o local de menor pressão.
A pressão parcial de oxigênio no espaço intersticial é de 40 mm de mercúrio, e no interior da célula é de 23 mm de mercúrio. Então, fica fácil para o oxigênio poder sair do terminal arterial, vir para o espaço intersticial, que possui uma pressão menor, e em seguida, do espaço intersticial, o oxigênio vai para o interior da célula, que, por sua vez, também possui uma pressão de oxigênio menor, tá claro, pessoal? Então, o oxigênio vai sendo consumido, e no terminal venoso a pressão parcial de oxigênio já passa a ser de 40 mm de mercúrio.
Está claro, pessoal? Então, resumindo o que eu estava falando… Pronto! Agora eu vou falar sobre dois fatores que irão influenciar a pressão parcial de oxigênio, que são o fluxo sanguíneo e o metabolismo tecidual.
O aumento do fluxo sanguíneo aumenta a pressão parcial de O2 do líquido intersticial. Então, isso aqui é uma definição: quando eu tenho um aumento do fluxo sanguíneo, eu vou ter um aumento da pressão parcial de oxigênio. Se o fluxo de sangue por determinado tecido aumentar, maior quantidade de oxigênio é transportada para o tecido, e a pressão parcial de O2 tecidual fica maior.
Bom, eu vou repetir o que acabamos de ler: quando o fluxo de sangue é maior, uma maior quantidade de sangue está sendo fornecida para aquele tecido, e, consequentemente, mais oxigênio eu vou ter naquele tecido, e mais oxigênio eu vou estar ofertando. E se o fluxo diminuir, a pressão parcial de O2 também diminui, né? A oferta desse oxigênio diminui e, consequentemente, a pressão de oxigênio também vai diminuir.
Outro fator que contribui para a pressão parcial do oxigênio é o metabolismo tecidual. O aumento do metabolismo tecidual diminui a pressão parcial de oxigênio do líquido intersticial, porque as nossas células utilizam o oxigênio para a produção de energia. Então, quanto maior a produção e o gasto de energia, mais oxigênio vai ser consumido, e, consequentemente, a pressão parcial de oxigênio vai diminuir.
Se o oxigênio está diminuindo, a sua pressão também vai diminuir. Então, se as células usarem mais oxigênio para o seu metabolismo do que o normal, ocorrerá a redução da pressão parcial do líquido intersticial. Ah, tá claro, pessoal?
Então, resumindo, a pressão de O2 do líquido intersticial irá depender da velocidade de transporte, que é o fluxo, e da velocidade de consumo, que é o metabolismo. Difusão de dióxido de carbono das células aos alvéolos. Agora, nós vamos falar do dióxido de carbono quando o oxigênio é utilizado pela célula.
Praticamente todo ele se torna dióxido de carbono, o que aumenta a pressão parcial de dióxido de carbono intracelular, difundindo em direção oposta à do oxigênio. Como eu já falei, o oxigênio é utilizado pelas células para produção de energia. Então, à medida que a energia vai sendo produzida e consumida, a célula vai produzindo como metabólito o dióxido de carbono, e esse dióxido de carbono precisa ser eliminado.
O CO2 que é produzido no interior da célula é jogado para o espaço intersticial, e do espaço intersticial para o capilar, sendo levado pelo terminal venoso e, às vezes, até os pulmões, onde ele é expelido. E aí, no terminal arterial do capilar, a pressão parcial de O2 é 40 mm de mercúrio. A pressão aqui é baixa porque temos um sangue rico em oxigênio.
No interior da célula, a pressão parcial de dióxido de carbono é de 46 mm de mercúrio; no espaço intersticial, ela é de 45 mm de mercúrio. O dióxido de carbono sempre vai sair do local de maior pressão para o local de menor pressão. Assim, o dióxido de carbono produzido no interior das células vem para o espaço intersticial e capilar, levado pelo terminal venoso, e sua pressão será de 45 mm de mercúrio.
Eu coloquei aqui um alvéolo pulmonar para ilustrar que a pressão lá no alvéolo de dióxido de carbono será de 40 mm de mercúrio. Então, a pressão de 45 mm de mercúrio, que é maior dentro do vaso, vai facilitar com que o dióxido de carbono seja expelido para o alvéolo, que possui pressão de 40 mm de mercúrio. Resumindo o que eu falei: o dióxido de carbono consegue difundir cerca de vinte vezes mais do que o oxigênio e, assim como o oxigênio, o fluxo sanguíneo e o metabolismo tecidual também influenciam na mudança da pressão parcial de dióxido de carbono nos espaços intersticiais.
Então, vamos falar da redução do fluxo sanguíneo, que aumenta a pressão de dióxido de carbono no tecido periférico. Por que aumenta a pressão de dióxido de carbono? Porque o fluxo sanguíneo está reduzido e não está conseguindo retirar a quantidade suficiente de dióxido de carbono daquela região.
Como o fluxo sanguíneo está reduzido, vamos dizer que ele está parado, então quem tem a função de transportar e retirar o CO2 da região que está sendo produzido é a corrente sanguínea. Se o fluxo está reduzido, um pouco de dióxido de carbono está sendo acumulado, e a pressão parcial de oxigênio vai aumentar pela quantidade de dióxido de carbono naquele tecido. Aumentar o fluxo sanguíneo diminui a pressão parcial de CO2 intersticial, pois, com o aumento do fluxo, mais dióxido de carbono será levado, e, consequentemente, sua pressão parcial diminuirá.
Aqui, falando sobre o aumento da intensidade metabólica, é importante destacar que isso leva a um aumento da pressão parcial de O2 no líquido intersticial em todas as intensidades de fluxo sanguíneo. Por que em todas as intensidades de fluxo sanguíneo? Porque, nessa questão da pressão parcial do dióxido de carbono, o metabolismo exerce uma influência maior do que o fluxo.
Quando a célula tem o metabolismo aumentado, a produção de energia e, consequentemente, a formação de CO2 também aumentam. Quando há um aumento do metabolismo, há uma maior produção de dióxido de carbono. Temos aqui um gráfico ilustrativo: quando temos 10 vezes o aumento do metabolismo normal, temos uma elevação considerável da pressão parcial do dióxido de carbono no líquido intersticial.
Quando temos a redução do metabolismo, há uma diminuição do volume de dióxido de carbono. O papel da hemoglobina no transporte do oxigênio: 97% do oxigênio é transportado pelas hemácias, aderido à molécula de hemoglobina contida em seu interior. Os outros 3% são transportados dissolvidos na água do plasma e em outras células sanguíneas.
A ligação do oxigênio com a hemoglobina é uma ligação frouxa, reversível, que facilita o desprendimento do oxigênio da hemoglobina. Dos 97% do oxigênio transportado pelas hemácias, esse percentual é chamado de percentual de saturação de hemoglobina, que corresponde à porcentagem de moléculas de oxigênio ligadas à hemoglobina. No sangue arterial, com uma pressão parcial de oxigênio de 95 mm de Hg, a saturação é de 97%, enquanto que no sangue venoso essa saturação é de 75%.
Uma observação: à medida que a pressão parcial de O2 diminui, a saturação também diminui. Temos aqui um oxímetro de pulso, que ilustra que este equipamento mede a quantidade percentual de moléculas de oxigênio ligadas à hemoglobina. O oxímetro de pulso é colocado no dedo e, na maioria das vezes, apresenta valores de 95% a 98%, podendo variar.
Isso ocorre porque parte das moléculas de oxigênio não é transportada apenas pela hemoglobina; uma parte também é transportada dissolvida no plasma sanguíneo e em outras células, o que gira em torno de 3%. O oxímetro de pulso só registra o oxigênio ligado à hemoglobina. Qual a quantidade máxima de oxigênio que pode combinar-se com a hemoglobina?
Podemos calcular isso em um grama de hemoglobina. Hemoglobina: nós podemos carregar até 1,34 ml de oxigênio, mas esses cálculos se baseiam também levando em consideração o fluxo sanguíneo, que é de 100 ml. Em 100 ml de sangue, nós vamos ter 15 g de hemoglobina.
Para calcular isso, é só fazer uma regra de três simples, onde pegamos a quantidade de hemoglobina, que aqui temos em 100 ml de sangue, que é 15 g, e multiplicamos as 15 g por 1,34 ml, resultando em 20,1 ml de oxigênio, ou 20 volumes percentuais. Isso significa que, em 15 g de hemoglobina, com um fluxo de 100 ml de sangue, conseguimos transportar, ou seja, a hemoglobina consegue transportar 20 ml de oxigênio. Porém, esse cálculo é para quando temos uma saturação de 100%, o que é difícil de acontecer.
O comum é termos uma saturação de 97% a 98%. Com uma saturação de 97%, o volume de oxigênio que pode ser transportado é de 19,4 ml por 100 ml de sangue. No sangue venoso, com uma saturação menor correspondente a 75%, o volume de oxigênio que poderá ser transportado será de 14,4 ml por 100 ml de sangue.
Aqui, o oxigênio é trazido pela hemoglobina em um volume de 19,4 ml. O oxigênio será consumido pelas células, e seu volume corresponderá, no terminal venoso, a 14,4 ml. Perceba que nem todo o oxigênio que se ligou à hemoglobina foi liberado e consumido pelas células; apenas um volume de 5 ml por 100 ml de sangue foi liberado para as células.
Se subtrairmos 19 ml - 14 ml, chegamos ao valor de 5 ml. Isso chamamos de coeficiente de utilização, que corresponde a 25%. O coeficiente de utilização é o termo usado para determinar o percentual de oxigênio que é liberado das hemoglobinas aos tecidos, significando que 25% das hemoglobinas com oxigênio liberaram seu O2.
Em exercício, as células podem utilizar até 15 ml de oxigênio por 100 ml de sangue. Por que aumenta esse valor? Porque as células estão produzindo e consumindo mais energia, e o coeficiente de utilização pode chegar a 75% a 85%.
Agora, vamos falar da propriedade que a hemoglobina tem de estabilizar a pressão parcial de oxigênio nos tecidos. Espera-se que, em momentos ou situações em que ocorre uma queda da pressão parcial de oxigênio no alvéolo pulmonar, a saturação de oxigênio também caia de forma proporcional, mas não é isso que ocorre. Aqui temos um alvéolo pulmonar com sua saturação de oxigênio a níveis normais de 104 mmHg e uma saturação de 97%.
Nesse outro alvéolo, temos uma queda da pressão parcial de oxigênio para 60 mmHg, e a saturação de oxigênio não diminui muito; ela se encontra em níveis de 89%, apresentando uma queda de apenas 8%. Da mesma forma, se tivermos um aumento elevado da pressão parcial de oxigênio no interior do alvéolo, a saturação também não vai passar de 100%. Mesmo com esse aumento muito elevado, a saturação apenas sobe 3% do seu valor normal.
E eu quero abrir um parêntese para dizer que existe um limite para a hemoglobina exercer essa atividade estabilizadora. Em situações em que a pressão diminui para menos de 60 mmHg, a saturação também diminuirá de forma bem mais severa. Agora vou apresentar para vocês fatores que diminuem a afinidade do oxigênio pela hemoglobina e, dessa forma, aumentam o grau de dissociação do oxigênio, ou seja, aumentam o grau de liberação do oxigênio da hemoglobina.
Quais fatores são esses? Todos os aqui apresentados. Sempre que tivermos aumento da temperatura, aumento da pressão parcial de dióxido de carbono, aumento do BPG (2,3-bisfosfoglicerato), uma substância fosfatada presente na nossa circulação, e também quando tivermos um aumento do hidrogênio (que possibilita o PH baixar), todos esses fatores vão aumentar o grau de dissociação do oxigênio da hemoglobina, fazendo com que o oxigênio seja liberado mais facilmente.
Aqui temos um gráfico que representa a curva de dissociação do oxigênio da hemoglobina. De um lado, temos todos os fatores que diminuem a afinidade do oxigênio pela hemoglobina: temperatura elevada, aumento da pressão de CO2, aumento do BPG e diminuição do PH. Quando temos um ou mais desses fatores presentes, a curva de dissociação oxigênio-hemoglobina se moverá para a direita.
Fatores que diminuem a afinidade do oxigênio pela hemoglobina desviam a curva para a direita, resultando em maior liberação de oxigênio. Agora, vamos falar dos fatores que aumentam a afinidade do oxigênio pela hemoglobina. Dessa forma, eles diminuem o grau de dissociação do oxigênio em relação à hemoglobina, tornando a ligação do oxigênio com a hemoglobina mais forte.
Quais fatores são esses? Os mesmos do slide anterior, mais uma situação contrária: diminuição da temperatura, diminuição da pressão de CO2, diminuição do BPG e diminuição do hidrogênio, que faz com que o PH se mantenha alto. Esses fatores vão fazer com que o oxigênio mantenha uma ligação mais forte com a molécula de hemoglobina, dificultando sua dissociação.
Esses fatores vão desviar a curva de dissociação do oxigênio-hemoglobina para a esquerda. A curva para a esquerda indica menor liberação de oxigênio. Efeito Bohr: o efeito Bohr fala.
. . a hemoglobina do que o oxigênio.
Isso significa que, mesmo em concentrações muito baixas, o monóxido de carbono pode competir com o oxigênio pela ligação à hemoglobina, reduzindo assim a quantidade de oxigênio disponível para os tecidos. A presença de monóxido de carbono provoca uma diminuição na capacidade da hemoglobina de liberar oxigênio, resultando em hipóxia celular, mesmo que os níveis de oxigênio no sangue pareçam normais. Portanto, a exposição ao monóxido de carbono representa um risco significativo para a saúde, pois compromete a entrega de oxigênio essencial aos órgãos e tecidos do corpo.
Em ambientes fechados e mal ventilados, a acumulação de monóxido de carbono pode ser particularmente perigosa e é fundamental garantir uma boa ventilação para evitar intoxicações. A hemoglobina do que o oxigênio, promovendo, dessa forma, ligação estável difícil de se desfazer. Esse o monóxido de carbono ocupa a posição do oxigênio; a hemoglobina, ela vai ficar impedida de se ligar ao oxigênio.
Dessa forma, como é que o oxigênio vai chegar até as células? Não chega, né? E é uma intoxicação perigosa porque, mesmo na intoxicação por monóxido de carbono, a pressão parcial de oxigênio do sangue está normal e o paciente pode não apresentar sinais óbvios da intoxicação e de hipoxemia.
O tratamento é realizado com a administração de oxigênio puro e dióxido de carbono a cinco por cento. Esses dois gases são administrados para forçar a saída do monóxido de carbono da hemoglobina. Agora, vamos falar do transporte de dióxido de carbono no sangue.
Até agora, a gente falou muito do oxigênio; agora, vamos falar do dióxido de carbono. Em condições normais, são transportados 4 ml de dióxido de carbono dos tecidos para os pulmões por 100 ml de sangue. O dióxido de carbono é transportado de três formas: 23 por cento dele é transportado em combinação com a hemoglobina, produzindo uma ligação que marca também, assim como a do oxigênio, e ele é chamado de carbamino-hemoglobina ou carboxi-hemoglobina, também pode ser chamado assim.
Setenta por cento do dióxido de carbono é transportado na forma de bicarbonato, inclusive é a forma mais importante, e sete por cento é transportado na forma dissolvida no plasma sanguíneo. Bem, pessoal, eu trouxe esse esquema aqui para vocês. Eu retirei do livro Silverton porque ele nos mostra de forma detalhada todo o percurso que o dióxido de carbono faz desde quando sai da célula até chegar no alvéolo pulmonar, onde vai ser inspirado.
Eu quero que vocês me acompanhem com muita atenção porque o esquema não é difícil de compreender; ele tem muito detalhe, mas não é difícil de compreender. Vamos começar. Aqui nós temos a célula e, no momento em que as células liberam sua energia, elas liberam o dióxido de carbono na corrente sanguínea.
Sete por cento do dióxido de carbono vai ser transportado dissolvido no plasma, como nós acabamos de ver. Outra porção do dióxido de carbono vai entrar na hemácia; dentro da hemácia, ele vai seguir dois caminhos: 23 por cento dele vai se combinar com a hemoglobina, sendo transportado na forma de carboxi-hemoglobina no interior do mártir, e setenta por cento dele vai ser transportado na forma de bicarbonato mediante essa reação que já é conhecida. O dióxido de carbono vai reagir com a água presente no interior da hemácia; mediante a ação da enzima anidrase carbônica, nós vamos ter a formação do ácido carbônico.
O ácido carbônico vai se dissociar, liberando um átomo de hidrogênio e bicarbonato. O hidrogênio vai se ligar com a hemoglobina, e o bicarbonato vai sair da hemácia para o plasma sanguíneo, onde vai ser transportado na forma de bicarbonato. Na saída do bicarbonato, nós temos aqui a entrada de um cloro.
Esse processo de saída de bicarbonato e entrada do cloro é promovido pela proteína transportadora. A entrada do cloro é essencial porque a presença do cloro vai manter um equilíbrio osmótico no interior da hemácia. O hidrogênio vai se ligar à hemoglobina.
A hemoglobina vai ter que se ligar ao hidrogênio para poder diminuir a acidez que vai estar sendo provocada pela presença do hidrogênio que se encontra sozinho. Feito isso, o dióxido de carbono, na forma de bicarbonato, vai sendo transportado através do plasma até chegar nos capilares pulmonares. No capilar pulmonar, o bicarbonato volta a entrar na hemácia mediante essa proteína transportadora.
Quando o bicarbonato entra, o cloro volta a sair. Nesse momento, o que acontece? Aquela hemoglobina que estava ligada ao hidrogênio vai dissociar seu hidrogênio, e o hidrogênio vai reagir novamente com bicarbonato, formando ácido carbônico.
Só que, dessa vez, o ácido carbônico que foi formado não vai mais se dissociar em bicarbonato e hidrogênio. Mais uma vez, com o auxílio da enzima anidrase carbônica, o ácido carbônico vai se dissociar em água e dióxido de carbono. Esse dióxido de carbono vai ser liberado da hemácia e vai se dirigir para o alvéolo pulmonar.
Nesse momento, também, aquele dióxido de carbono que estava unido à hemoglobina vai ser dissociado e liberado também no alvéolo pulmonar. Ficou claro, pessoal? Eu sei que são muitos detalhes.
Se você não conseguir compreender no primeiro momento, volte o vídeo e acompanhe novamente o esquema para que você possa, pelo menos, compreender. Não precisa a gente decorar isso aqui, mas é importante que a gente venha compreender como o dióxido de carbono é transportado da célula até chegar no alvéolo pulmonar. Aqui, algumas informações adicionais: o conteúdo de cloro das hemácias venosas é maior do que o das hemácias arteriais porque sai bicarbonato e entra cloro.
A gente viu isso no slide anterior. Esse fenômeno é denominado de desvio do cloreto. A enzima chamada anidrase carbônica, que catalisa a reação entre o CO2 e água, acelera a velocidade de reação em cerca de 5 mil vezes.
Sem essa enzima, a reação praticamente não poderia ocorrer com tanta velocidade. Grande parte dos íons hidrogênio se combina com a hemoglobina das hemácias, pois a proteína da hemoglobina é um poderoso tampão ácido-base. Foi dito que a hemoglobina se junta ao hidrogênio justamente para diminuir a acidez que o hidrogênio sozinho provoca no interior da hemácia.
Esse efeito é, sem dúvida, um dos mais importantes: o efeito Haldane. No efeito Haldane, nós vamos falar sobre a influência que o oxigênio exerce na afinidade do dióxido de carbono e do hidrogênio pela hemoglobina. Então, a união do oxigênio com a hemoglobina nos pulmões.
. . Nível de capilar pulmonar faz com que a hemoglobina passe a atuar como ácido mais forte.
Então, quanto mais oxigênio unida à hemoglobina, menor vai ser a afinidade do dióxido de carbono e do hidrogênio pela hemoglobina. Dessa forma, a ligação do oxigênio com a hemoglobina libera mais facilmente o dióxido de carbono para os alvéolos. Ah, então não é feito?
Bom, nós falamos da influência que o hidrogênio e o dióxido de carbono exercem, interferindo na afinidade do oxigênio com a hemoglobina. Já não é feito, Roldana. E ao contrário, nós falamos sobre a influência que o oxigênio tem, interferindo na afinidade do dióxido de carbono e do hidrogênio com a hemoglobina.
Os conceitos aqui se invertem. A mudança na acidez do sangue durante o transporte de dióxido de carbono, então, pessoal: o ácido carbônico, que é formado quando o CO2 entra no sangue do tecido periférico, reduz o pH sanguíneo. E como nós sempre vamos ter diferentes concentrações de dióxido de carbono, tanto a nível arterial quanto a nível venoso, o nosso pH sanguíneo vai sofrer variações por conta da avaliação da concentração do dióxido de carbono.
Onde, no sangue arterial, nós vamos ter um pH em torno de 7,41. E, à medida que o sangue ganha CO2 nos capilares dos tecidos, o pH cai; o sangue venoso vai possuir um pH em torno de 7,37. E, à medida que vai ganhando oxigênio nos capilares pulmonares, o pH sobe.
Em média, pessoal, o nosso pH normal vai ficar em torno de 7,35 e 7,45. Aqui estão nossas referências bibliográficas, e eu falo com vocês agora. Beleza, pessoal?
Gostaram da aula? Extensa, mas completa, né? Pessoal, é muito importante essa aula de transporte de gás.
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Deus abençoe a todos e até o nosso próximo encontro. E aí?
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