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Com a recente escalada de tensões na Europa e a guerra na Ucrânia, a OTAN tem aparecido com frequência nos noticiários. Mas o que é a OTAN, para que ela serve e o que ela tem a ver com esse conflito? É sobre isso que vamos falar neste vídeo.
Bora lá! No começo de 1945, a Segunda Guerra Mundial caminhava para o fim, e os líderes aliados dos Estados Unidos, do Reino Unido e da União Soviética se reuniram na região soviética da Crimeia, para definir o futuro político do mundo pós-guerra. Na Conferência de Ialta, esses “três grandes” discutiram temas como a criação da ONU, a administração da Alemanha, as fronteiras da Polônia, o futuro político dos países libertados e as esferas de influência das potências na Europa e na Ásia.
Mas, logo após o término da guerra, as divergências entre americanos e soviéticos começaram a ficar mais evidentes. Em um discurso feito em 1946, o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, afirmou que uma cortina de ferro se estendia sobre o continente europeu, separando dois condomínios de poder: a Europa ocidental, alinhada aos interesses dos Estados Unidos, e a Europa oriental, sob a influência da União Soviética. Começava a se delinear a bipolaridade característica da Guerra Fria.
Em 1946, o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos em Moscou, George Kennan, escreveu o “longo telegrama”, apontando os riscos da hostilidade do comunismo soviético em relação ao Ocidente. No ano seguinte, Kennan publicou anonimamente o “Artigo X”, estruturando a doutrina da contenção: os Estados Unidos deveriam atuar, de maneira firme e vigilante, para conter as tendências expansionistas soviéticas. Por meio da doutrina Truman, o governo norte-americano forneceu assistência econômica, militar e política a países democráticos ameaçados por forças autoritárias.
E com o Plano Marshall, os Estados Unidos financiaram a recuperação econômica europeia. Mas a expansão de forças comunistas na Europa e o bloqueio de Berlim ocidental pela União Soviética chamaram a atenção dos aliados ocidentais para novos riscos de segurança no continente europeu. E foi aí que os Estados Unidos, o Canadá e dez países da Europa ocidental se uniram e assinaram, em 1949, o tratado de Washington, o pacto fundador da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a OTAN.
A OTAN foi criada para servir a três propósitos principais: deter o expansionismo soviético, impedir o renascimento do militarismo nacionalista na Europa e fomentar a integração política europeia. O artigo 5º do Pacto Atlântico previu o sistema de segurança coletiva entre os aliados da OTAN: um ataque armado a um deles deve ser considerado um ataque a todos. Pouco tempo depois, novos Estados aderiram à OTAN: Grécia e Turquia em 1952, Alemanha Ocidental em 1955.
Em resposta, a União Soviética e seus aliados formaram o Pacto de Varsóvia. Durante mais de três décadas, a OTAN e o Pacto de Varsóvia foram símbolos da divisão do mundo em dois blocos de poder. Até que, em 1991, o Pacto de Varsóvia foi encerrado, a União Soviética foi dissolvida, e a Guerra Fria chegou ao fim.
Apesar disso, a OTAN continuou a existir, até mesmo se expandindo e incluindo como membros ex-repúblicas soviéticas e antigos membros do Pacto de Varsóvia. O artigo 10 do Tratado do Atlântico Norte prevê a chamada “política de portas abertas”: qualquer país europeu pode ser convidado a tornar-se membro da OTAN. Quando a Guerra Fria acabou, a OTAN tinha 16 membros.
Em 2020, a Macedônia do Norte tornou-se o trigésimo membro da aliança. E, à medida que a OTAN se expandiu para o leste, a Rússia reiterou suas críticas e denunciou esse movimento como uma ameaça à segurança russa. Na cúpula de Bucareste da OTAN, em 2008, os líderes da organização apoiaram a futura adesão da Geórgia e da Ucrânia como membros, o que motivou novos protestos pela Rússia.
Após a revolução ucraniana e a tomada da península ucraniana da Crimeia pela Rússia em 2014, os novos governos ucranianos passaram a buscar ativamente a adesão à OTAN. Em 2021, a Rússia posicionou tropas na fronteira com a Ucrânia e apresentou uma série de demandas aos aliados da OTAN, exigindo o fim da expansão para o leste europeu e o desarmamento dessa região. Mas essas condições não foram aceitas pelos aliados da OTAN.
Então, em fevereiro de 2022, a Rússia reconheceu a independência de duas províncias separatistas no leste da Ucrânia, atacou e invadiu o país. Como a Ucrânia não é membro da OTAN, a agressão russa não acionou o mecanismo de defesa coletiva da aliança. Apesar disso, alguns membros da OTAN forneceram equipamentos militares e apoio humanitário à Ucrânia e adotaram pacotes de sanções e outras medidas restritivas à Rússia.
Para saber mais sobre a guerra na Ucrânia, confira este vídeo. E, para continuar aprendendo política internacional de maneira descomplicada, inscreva-se no canal e ative as notificações, que toda semana tem vídeo novo. Até o próximo!