hoje a ilusão de que você pode ser outro move as sociedades ocidentais de mercado que o brasil queria ser o outro queria ser francês no século 19 queria ser americana no século 20 mas sem sei se modernizar sem abolir a escravidão demorou muito a ter direitos trabalhistas sem diminuir a desigualdade de classes o antigo variam seria justamente o contrário seria algumas formas de expressão popular como é o caso do samba que em vez de ficar tentando imitar o outro tiro melhor da condição do brasileiro é uma patologia são essa violência social a dificuldade que a
população tem até de se indignar com gente pode dizer da subjetividade brasileira é que talvez diante disso tudo os brasileiros indivíduos acham que a solução mais votado a olha que nós não é uma teoria sobre a sociedade a análise é se debruça sobre o sujeito sobre o sujeito do inconsciente mas o próprio fred tem alguns textos sobre fenômenos sociais da sua época na psicologia de massas e análise do eu é um texto importantíssimo na época das grandes massas se formando pré-eleição do rito então e tem outros enfim esse é o primeiro que é o mais
importante talvez então ela é o instrumento que contribui mas talvez o mais importante seja o que os frankfurtianos adorno marcar 'media' mim é propuseram de uma de uma aliança entre o pensamento psicanalítico ea ea a amar sismo não é entender também a questão da luta de classes a questão da mais valia de série e eles formam uma espécie de ter uma proposta não vai muito adiante mas é ele chama de teoria crítica a pensar a sociedade do tempo deles contemporânea eles fazendo essa aliança entre os canais do machismo acho que nós nem trabalha com o
conceito de identidade identidade já supõem uma coisa que é contrário à teoria psicanalítica que o sujeito seja idêntico a si mesmo ea psicanálise trabalha com a idéia de que o sujeito é dividido ele está sempre em conflito consigo mesmo não acho que a psicanálise para participar da formação da subjetividade de uma sociedade absolutamente talvez quando eu voltando de novo é a contribuição dos frankfurt anos da teoria crítica à psicanálise pode acrescentar algumas leva alguns elementos para contribuir com historiadores com a sociologia para entender como se forma a cultura de um país as identificações as patologias
de uma sociedade não é a sociedade adoecem também a escalada é uma ferramenta que contribui mas ela não não é uma teoria sobre isso ela sempre se debruça sobre a escuta de um sujeito por 11 é esse livro o bari no brasileiro acaba dele que é um pouco enigmáticas quando se vê assim ela é uma capa desenhada o desenhista das minhas capa seu irmão antônio heil é uma gravura está aquela parede do meu consultório é esta gravura é um escravo de cabeça baixa com os tornozelos amarrados chamado pelos tornozelos e e algemado nas mãos e
bom o conceito de barbarismo e primeiro ver o concelho de ovar smu em geral esse é um livro de ensaios são vários ensaios sobre o brasil tem um ensaio sobre uma passagem do machado de assis no quincas borba tem um ensaio sobre o samba tem um ensaio sobre o adobe tem um ensaio sobre a primeira eleição do lula e tem um ensaio não é bem o ensaio é um estudo de caso de um paciente que atende no mst e um pequeno ensaio sobre chico science antes dele morrer enfim é um texto de várias épocas e
e se esse termo barismo eu não temo que inventei um termo cunhado por um filósofo francês uma gigante ele escreve um livro chamado boi barrica em 1912 e é devem conhecer o famoso samba varreu o livro do roberto é um livro do século 19 cuja personagem é uma mulher que tem uma vidinha de província muito sem graça mas ela lê muitos folhetinhos muitos romances ela quer ter uma vida interessante de corte ela que tem uma vida movimentada ela quer ter um papel de 20 meninas românticas dos livros que ela lê então tentando ser uma outra
mandou varre começa até amantes mas não só pelos e pela aventura sexual que ela se interessa também mas que ela espera que esses amantes a leve para fora da província para salões de paris uma vida interessante para viagens enfim eis que ela que ela quer ter uma vida lazer ou ainda dos romances que ela lhe então essa e ela enfim terminou tragicamente tudo errado pra ela e ela se mata a esse jejum de gols ele e para ele bolivarismo ele é um livro inteiro mas a definição é a ilusão do sujeito ser um outro que
ele possa ser um outro o que é aí eu comecei a refletir por minha conta sobre isso para esse nível de 1912 a sociedade ainda era um pouco mais estratificados apesar de já era sociedade moderna mas hoje a ilusão de que você pode ser outro move as sociedades ocidentais de mercado toda publicidade por exemplo que oferecem para comprar claro que esse é o meio mais bobo de você se transformar mas é porque você vai ser outro né a mulher sem graça vai ser lindo e tem um casamento maravilhoso o carinha fraquinho vai tomar no seu
pequeno horizonte vai virar um esportista ou vai ter um carro e todo mundo olha pra ele enfim o capitalismo contemporâneo de consumo que a fase é a segunda fase do capitalismo na primeira fase é fazer com ênfase na produção ele trabalha o tempo todo puxando as pessoas que a fantasia de que elas podem ser outras no entanto é uma coisa é aquilo que você consegue se transformar pela via dos seus do seu estudo dos interesses dos laços sociais que você faz da circulação que você faz para a sociedade do trabalho que você tem todo mundo
se transforma na modernidade todo mundo venha a ser um outro não é tão o que eu chamo aqui do varejo brasileiro que está no primeiro ensaio é é a que eu me apóiam muito entre outras coisas no pensamento roberto art quando ele fala das idéias fora do lugar é que o nos ensaios nos livros de machado de assis que toma isso com muita ironia ele já está percebendo isso sempre tem personagens que são personagens medíocres que quer sonho é ser outra coisa e nesse sonho de ser outra coisa ele começa a preencher com a fantasia
não é o o o que eu uso principalmente o quincas borba que é um livro muito interessante e esse o quincas borba é um é um sujeito de província provinciano que herda é o campeão de tudo quem quer dar o nome do cachorro dele o livro tem o nome do cachorro do personagem não é merda o dinheiro de um amigo dele que morreu um fazendeiro então ele ele mora em barbacena e daí ele vem para o rio querendo ir à capital e ele vem já rico mas ele é mas ele é um campeão ele é
rico mas ele é caipira ele é ele não é um homem da corte e ele tenta muito se entrosar freqüentar amigos importantes e ele tem uma carruagem ele mora tem uma paixão pela esposa de um amigo que é muito elegante mento e ela o repele é e eu faço uma comparação dessa paixão do rubião pela sophia e tudo o que de errado depois não vou contar tudo aqui do livro do machado e muita ansiedade conhecer com a história da banda vai só que madame bovary ela tem uma forma digamos uma ela é uma heroína trágica
ela vai diamante amante mas ela tem muitos sonhos e o rubião ele é um herói patético e ele morre inclusive ele acaba meio é meio encostado meio é então o que eu brinco com isso dizendo que o brasil queria ser outro não queria ser francês no século 19 que queria ser americana americana no século 20 mas sem sei se modernizar sem abolir a escravidão e mais tarde sem demorou muito a ter direitos trabalhistas sem diminuir a desigualdade de classes quiser sem se modernizar e tal como se o brasil fosse uma sociedade do barista sempre sonhando
que nós queremos em miami nós quer você é é eu me lembro quando nas passeatas quando as pessoas estavam defendendo o pt que alguém vai para cuba não é como se aqui não pode haver redução de desigualdade aqui não pode haver um projecto mínimo na época o lula fez um projeto delicadíssimo de esquerda quem quer vai pra cuba eu responderia você está me ame não sei porque nunca ninguém respondeu se algum dia alguém me fala pra mim e falou você não me ama você combina muito mais com ela mas sempre tem alguém querendo que ou
quem não está contente e quer mudar o país deve por outro lugar ou eu moro aqui droga mas eu queria mesmo está lá então essa idéia do bahia no brasileiro o anti governista seria e por isso que meu último ensaio sobre o mst o antigo que ver e todos os outros que eu sou do samba sobre o mangue bit é sobre o lula o antigo variam seria justamente o contrário seria grupos sociais ou alguns projetos políticos ou é algumas formas de expressão popular como é o caso do samba que em vez de ficar tentando imitar
o outro será parecido com o americano se tira o melhor da condição do brasileiro o samba é um exemplo muito bom disso né isso aqui nesse ensaio eu aborda o tema da preguiça no samba da preguiça como porque como os a primeira geração de sambistas é uma geração de descendentes de escravos alguns até de escravos que foram descobertos quando eram crianças né a quantidade de sambas que elogiam eu fui pesquisando pesquisando eu tenho muita repertório de samba de memória não sei nem a quantidade que falam de invadir agem malandragem boemia orgia o elogio do anti
trabalho é muito interessante então oito bares no sentido de que essa geração de deportados forçados ou dos filhos de postados forçados da áfrica em vez de ficar tentando se bancar bacanas eles a arte deles é o ritmo é muito herdado de ritmos africanos e modificado no brasil né dundo pelo maxixe para o samba tem uma história e que não vai dar tempo de contar e mas que também as letras falam da condição deles não ficam tentando então nesse sentido que eu chamo de anti governista e aí todos os textos da segunda por que dizer então
um governo novo texto que dá nome ao livro mas depois todos os outros textos são anti governista xico sai falando do mangue não é o lula vindo da classe operária e e e trazendo essa condição no discurso dele para se eleger e último é um ensaio sobre o mst movimento dos trabalhadores sem terra que assumir essa condição e vamos lutar por terra e só que daí tem um texto mais psicanalítico de uma de um paciente foi atendida lá e atende pacientes lá uma época só parei quando começou a comissão da verdade na escola nacional em
guará lino então esses são os ensaios barbarismo antigo válido não acho que é um traço de uma subjetividade brasileiro que a subjetividade é de cada um é isso é uma patologia social brasileiro é uma patologia social essa violência social à licença para matar que a polícia tem a há a dificuldade que a população tem até de se indignar é uma é uma patologia social o que a gente pode dizer da subjetividade brasileira é que talvez diante disso tudo os brasileiros indivíduos não é acham que o autoritarismo de 2014 e 2013 e quando começou a se
descobrir a corrupção dentro do pt tinha gente passeando com um cartaz pedindo intervenção militar é isso é a patologia social são poucos infelizmente no novo uma passeata inteira por intervenção militar mas pedir intervenção militar o primeiro é um amor pelo pelo autoritarismo mas também uma pretensão a classe dizer eu posso pedir a intervenção militar que eu não vou sofrer nada ninguém vai mexer comigo eu sou o mauricinho eu não sou de esquerda eu não sou pobre anos o negro então não vai acontecer nada com a intervenção militar esse amor pelo autoritarismo eu acho que é
uma patologia brasileiro o sofrimento individual tendo algo de social sim porque é talvez a gente possa falar nos dois sentidos um que é o mais óbvio que é comum é dependendo da cultura produz sofrimento imagine você ser um negro um país racista e o brasil racista disfarçado mais fácil disfarçado então é claro que isso produz sofrimento mas de qualquer maneira cada indivíduo né afrodescendente vai sofrer isso de um jeito vai haver aqueles que sentem inferiores que se humilham que anda de cabeça baixa e não encara outro no olho vai haver aqueles que se revoltam vai
ser a ver aqueles que têm tanta certeza do seu valor que são indiferença isso que constroem uma trajetória de vida e que vai lhes permitir se apropriar cada vez mais o seu valor ou mesmo mulheres né e se alguém perguntar você é e daí né então isso depende muito dos indivíduos do jeito como cada um toma agora é claro que o brasil nessa questão tão país atrasadíssimo e vou dar dois exemplos bem simples a nossa história o brasil teve 300 anos de escravidão de africanos foi o último país livre a abolir a escravidão e quando
aboliu a escravidão aqui ao contrário dos estados unidos que nos estados do sul que demoraram muito para abolir concederam o estado concedeu como reparação a cada família de ex-escravos um pedaço de terra e um animal de tração para eles começarem a vida no brasil eles simplesmente foram jogados na rua então se um cara tinha mil escravos e lino agora de ser obrigado a pagar um salário eles super explorava os um dos mais fortes eo resto é puro amor então é uma patologia brasileira que talvez comece aí é nossa indiferença com o destino dos pobres não
é porque esses descendentes de africanos claro que eles eram pobres que viviam sem nada trazidos à força da áfrica navios negreiros e aqui eles trabalhavam sem salários eram escravos então quando eles são jogados na rua primeiro não têm emprego com eles todos eles começam a viver de pequenos bicos de descartes de malandragem evidentemente porque aí começa a associação negra malandro negra bandido e ladrão não é começa o preconceito então essa é uma das grande platô logia sociedade brasileira que eu acho que até hoje não se curou outra grande patologia é o um certo apreço pelo
autoritarismo nós tivemos duas ditaduras com intervalo entre elas já têm adiado de vargas ea ditadura militar do golpe de 64 intervalo entre o fim de junho eo começo de outro foi de 19 anos a ea a nossa ditadura aqui ela terminou ao contrário de por exemplo países como argentina e chile sem se formar com sem que os militares fossem julgados até terminou com uma anistia para os dois lados o que também cria uma patologia cérebro para o país porque é como se os crimes cometidos por quem pegou em armas para combater a tirania e foram
firmes e foram poucos e que são conhecidos eles foram punidos já foram muita gente foi morta enfim fosse equivalentes aos crimes perpetrados por agentes do estado contra o indivíduo sob sua custódia o estado tem que proteger os prisioneiros o indivíduo sob sua custódia eles estão presos independência do estado e segurança ele até hoje não têm até hoje os presídios são lugares motif e na ditadura eles foram torturados até a morte até morte né e tem desaparecidos políticos até hoje não encontramos esses são por volta de 150 então é claro que uma ditadura que termina a
iniciando os dois lados gera na população e enfim nem todo mundo naquela época nem tinha liberdade de imprensa então ninguém sabia exatamente que o exército fazendo gera na população uma idéia de que os dois lados são culpados os dois lados perpetraram graves violações de direitos humanos quando não graves violações de direitos humanos é um conceito das violações perpetradas por agentes do estado sobre indivíduos que ele devia proteger se um bandido me mata na rua ele é um bandido ele cometeu um crime se um preso e torturado na cadeia é uma grave violação de direitos humanos
são crimes de ordem diferente a polícia no brasil continua militarizada outra absurdo não é como se eles estivessem guerra quando só para a população porque o militar ele ele é preparado para a guerra e ela mata hoje mais do que matar o ditador mas o que mataram combatendo os militantes de esquerda continua matando continua procurando nas cadeias continuam desaparecendo corpos como maria amarildo no rio de janeiro enfim então é um momento otimista do brasil mas e som tem uma história muito longa hum veja a radicalização do discurso de direita à esquerda está onde sempre esteve
a esquerda quer diminuir a desigualdade quem radicalizou nesse momento e nas ruas o horror é o discurso da direita a quem vai pra cuba quem vem pra bater de vez em quando em algumas situações de rua em gente que estava de roupa vermelha é a direita eu acho que na esquerda a uma desilusão com o fato de que se descobriu corrupção do pt foi o partido que trouxe grandes esperanças do brasil e essa desilusão não vem acompanhada de um pensamento sobre o estado brasileiro desde o segundo império tem corrupção o estado brasileiro funcionando à base
de corrupção é um estado patriarcal nasci numa cidade que já é patriarcal os cargos são dados para os amigos e e as coisas funcionam como sou um cara que quer demarcar suas terras ele tem que molhar a mão do delegado local e quem não tem pra molhar a mão perde então o problema é o seguinte há uma enorme conivência com a corrupção até que chegou o partido começou a mexer na desigualdade social eu não sou eu não perdôo o pt de ter entrado na mesma jogada mas o brasileiro de direita que que acha que essas
pequenas melhorias que o pt conseguiu são não gostam de ver uma pessoa mais pobre entrar no avião eu vi você está no avião e tem uma família que pode fazer uma viagem de férias para visitar um parente e gente dizendo aeroporto aparecendo na rodoviária enfim a gente tem uma elite muito pouco educada para a questão pública e cívica uma elite marcadora de do bem comum desde sempre fazendo que demarca terra em cima de terra de índio é um cara que constroem terra devoluta eu em um lugar que não é dele ocupa um pedaço pública do
espaço público é fazer sua casa e nos nas cidades menores as prefeituras né todo mundo é parente enfim o brasil é um país que elite é corrupto e mal educada mesmo ninguém é pouca gente tem poucos empresários e tem é claro seme ignorais era um desses é que trabalhar a sério e conseguiram seu patrimônio é sempre um direito daquele é favor venha daqui benesse dali uma terrinha data para começar então é um país mal educado e na verdade eu fico muito espantada que a revolta dos mais pobres as coisas pioraram de novo né é muito
mais tímida do que hoje em dia essa essa raiva que acomete uma uma fatia da classe média e da classe alta contra tudo que tudo que tentou representar diminuir a desigualdade ninguém perdeu nada de quem era rico aliás no governo lula isso não é pesquisa de economistas brasileiras e os pobres ficaram um pouco menos pobres e os ricos ficaram no rio de janeiro treinando então é esse preconceito que vem da escuridão [Música] ah [Música]