[Música] Imagine sua história como uma linha do tempo quantos altos e baixos já viveu alegrias Dores operações obstáculos a verdade é que essa linha não é assim tão linear inúmeros fatores internos e externos influenciam o tempo todo nossas jornadas e as tornam únicas e complexas Mas e se pudéssemos ser responsáveis por um pequeno estímulo capaz de impactar de forma positiva uma vida inteira e se criássemos oportunidades de Minimizar vulnerabilidades e de alguma forma mudássemos uma trajetória acreditamos que sim isso é possível e por isso desde 2003 apoiamos projetos inspiradores com objetivo de incentivar o protagonismo
social acreditamos que podemos gerar um impacto hoje para que versões cada vez mais felizes dessas histórias possam ser escritas no futuro próximo Instituto CPFL energia que transforma realidades Boa noite estamos começando mais uma gravação do programa Café Filosófico CPFL agradecer a todo mundo que veio aqui hoje em Campinas para gravação e também a todo mundo que está acompanhando a gente pelo YouTube do Café Filosófico e fazer o convite para vocês se inscreverem no nosso canal para terem acesso a mais de 20 anos de programação e também para saber da nossa programação dos próximos meses eh
vocês também podem seguir a gente nas redes sociais tanto no Instagram quanto no tiktok no @ cafos CPFL onde você pode ver trechos dos cafés filosóficos gravados aqui e a gente vai começar agora a gravação do programa Café Filosófico CPFL [Música] e hoje a gente dá continuidade ao módulo gozai por nós a inteligência artificial entre nós que tem curadoria de Alfredo Simonete e a gente recebe hoje Pedro de San falando sobre o tema a mente de um virtual a outro Pedro é psicanalista e psicólogo professor da ESPM e da casa do Saber mestre em filosofia
pela USP e Doutor em psicologia clínica Pela PUC São Paulo onde também fez especialização em teoria psicanalítica líder do grupo de pesquisa CNPQ eu e o outro na cidade pós-doutorado em comportamento do Consumidor na ESPM autor de diversos livros entre eles a crítica ao eu na modernidade em montanha e Freud a subjetividade no ambiente conectado existir na cidade dois memória existir na cidade os contornos de si no Desencontro com o outro além de capítulo de livros e artigos na área de psicanálise consumo e subjetividade contemporânea então por favor recebam com aplausos o nosso convidado da
noite Pedro seja bem-vindo ao Café Filosófico a palavra é toda sua bom café muito obrigado boa noite a todos Obrigado pela presença e é claro sobretudo a Instituto CPFL é o Café Filosófico prama que eu acompanho também há décadas aos 20 anos que ele tem né uma grande honra fazer parte aqui também né E é claro a curador Dr Alfredo simonet colega psicanalista ele falou meio psiquiatra meio psicanalista né a esse meio então somos colegas Obrigado pelo convite né então quem fala aqui é um psicanalista Clínico um professor de Psicologia há 30 e tantos anos
as duas coisas né e vou trazer compartilhar com vocês algumas reflexões sobre a ideia de um ambiente conectado da do lugar da internet na nossa mente chegando um pouco mais pro final pra provocação né do Alfredo simonet para falar fala sobre uma subjetividade artificial né A única coisa que eu tenho certeza absoluta que eu posso dizer para vocês agora é que essa palestra já está velha antes de começar dada a velocidade né absolutamente não acompanhávamos nós estamos velhos tirando um retrato né tirando um instantâneo mas que inevitavelmente ele vai ter esse esse caráter né de
provisório né a gente planta o nosso provisório Vai tentando eh pensar e acompanhar né Essa a velocidade incrível os ganhos e perdas né que esse ambiente traz pra gente uma coisa que eu gosto muito de dizer também tava o que eu vou dizer agora estava presente também na palestra inicial do Alfredo recomendo fortemente que vocês assistam foi muito boa né do Alfredo simonet quando ele fala que nós de ciências humanas tendemos a puxar a brasa para a negatividade para os aspectos negativos para os riscos né da conectividade do excesso de conectividade riscos verdadeiros Sem dúvida
alguma Mas também como sou P analista e eu diria freudiano n né é a característica do meu pensamento pensar em termos de conflitos e ambivalências então acho muito importante que a gente pondere sempre sobre qualquer assunto né as ambivalências os ganhos e perdas né E comentarei com vocês com toda a certeza situações que são ruins psiquicamente do desenvolvimento de crianças mas que a gente possa manter essa tensão né de ganhos e perdas nós não estaríamos aqui conversando nesse instante se não fosse a conectividade naturalmente né Vocês estão aqui presencialmente mas a quantas pessoas nós podemos
alcançar nesse instante né Graças a a ao YouTube Onde tá passando as plataformas onde is vai poder est est acessível quanta gente vai poder ter acessível conhecimento dos 20 anos de casa né aqui do Café Filosófico né Graças a esse recurso Então vamos guardar sempre essa ideia de bivalência né e eu vou começar Então vou pedir para vocês inicialmente Para para que coloque a a imagem de uma capa de um livro que eu gosto muito e quero mostrar para vocês tá esse livro ah de 2011 chama o Blackberry do Hamlet né é um livro muito
interessante um americano chamado William Powell que ele vai trabalhar né primeira essa ideia de ambivalência como desde sempre todo o avanço filosófico é recebido com uma dupla todo desde sempre Ok a internet também né com uma dupla atitude né Há muita gente que celebra Oba né veio essa tecnologia que vai me poupar de alguma coisa manual que eu fazia não precisaremos mais fazer algo que essa técnica que essa tecnologia produziu Que bom que Av né poderemos usar Nossa energia para outras coisas mas também a gente que diz puxa perdemos um recurso a tecnologia nos poupa
e priva de alguma atividade que a gente fazia e e a relação sempre será ambivalente diante disso né nós ganhamos e perdemos ao mesmo tempo e vai ter e bom não são nem excludentes as atitudes nós podemos ao mesmo tempo comemorar né E então lamentar Deixaremos de fazer algo né Tem uma ironia curiosa com relação a esse livro de 2011 o título ttulo dele o Blackberry do Hamlet né lembrem né BlackBerry era não muitos anos atrás uma espécie de segundo celular ah de trabalho de muita gente né tinha o pessoal e tinha O Blackberry tem
um filme muito bom sobre isso na prime vídeo recomendo também sobre ascensão e queda da marca BlackBerry né e uma coisa muito legal sobre esse título é que a marca BlackBerry tão recente já morreu ninguém alguns fizeram cara de que nem ouviram falar disso mas o Hamlet que tem 400 anos segue firb forte né é uma ironia interessante que o black envelheceu o Hamlet não né Ah e mas a o o uma das coisas que eu gosto muito desse livro Tem várias coisas sobre ambivalência é que o William Power também dá uma primeira dica sobre
como saber se você usa a tecnologia ou é usado por ela se você faz uso da tecnologia ou se você se escravizou passou a ser dependente e é muito singela a dica a singela do William poell é você é um bom usuário da internet se você é capaz de esporadicamente desligar desconectar se você pode desconectar episodicamente você é um usuário né se você não pode se desconectar se você deixa de viajar para determinado lugar distante porque não vai ter wi-fi né aí estamos entrando numa outra dinâmica de você ser usado por ela né ou de
dependência né ah tendo feito isso estudado isso também no meu pdoc na minha vida eu tomei uma atitude que eu acho muito saudável né chega a sexta-feira mais ou menos uma da tarde quando acabar o meu trabalho formal de de dar aula em faculdade eu deixo eu simplesmente deixo de responder WhatsApp e mensagens de e-mail de trabalho eu só atendo pacientes em situação grave obviamente né mas as a minha faculdade os lugares palestras que eu dou eu desligo né uma da tarde de sexta-feira e eu religo segunda-feira 8 da manhã e aí eu tô ferrado
vocês podem imaginar a quantidade de coisa pendente que tem ali mas é o meu fim de semana é meu fim de semana eu seguro com os cotovelos né Ah é claro que eu me conecto pelo meu prazer né ah para procurar o filme para procurar uma informação sobre o ator que eu tô vendo no filme mas já isso tornou-se muito saudável para mim poder usar extensivamente a tecnologia né mas poder desligar me desconectar e fazer outras coisas da minha vida né que não essa tentadora internet né e uma outra coisa que me fez também querer
muito citar esse livro é uma passagem que ele cita em seguida nós ouviremos né A o o willam pauel faz uma citação de uma obra do Platão chamada Fedro contando a reação de um Faraó tipo 3000 antes de Cristo quando apresentaram a escrita para ele né lembrem que hoje é claro o livro é o nosso grande herói para quem tem filho né sai da tela vai ler um livro O livro é o herói e de fato ele é né mas Vejam Só que curioso peço em seguida que entre a gravação né dessa citação do Fedro
do Platão por gentileza dizia Platão o fato é que essa invenção o livro irá gerar esquecimento nas mentes dos que farão o seu aprendizado visto que deixarão de praticar com sua memória a confiança que passarão a depositar na escrita produzida por estes caracteres externos que não fazem parte deles próprios os desestimular quanto ao uso de sua própria memória que lhes é interior o que descobriste não é uma poção para a memória mas sim para a sua Evocação proporcionará aos teus discípulos a aparência da sabedoria mas não a verdadeira sabedoria porque lerão muitas coisas sem se
instruírem com o que parecerão muitas coisas mas na realidade permanecerão majoritariamente ignorantes Então por que que eu gosto muito dessa passagem a grande ironia né o nosso grande herói o livro já foi o vilão ele a escrita já foi ela a tecnologia nova né que fez o faraó dizer caramba quem é que vai agora ter em mente a a o velho testamento né A Odisseia a eliada o Torá o marra barata Ah quem é que vai guardar não vai não vai mais precisar a gente vai perder aqu capacidade de ter memória né Ah eu gosto
de citar exatamente por isso né o nosso maravilhoso livro Um dia foi o vilão que fez se temer que as pessoas perdessem uma função tão importante a capacidade de reter memória né é essa toada do livro do campo Eu gosto muito de fala sobre isso e ele vai comentar então chegando mais perto da nossa questão a internet a conectividade a inteligência artificial né ele vai citar algo que muita gente em ciências humanas fala né a invenção da internet e a e o nosso acesso como grandeza de invenção tecnológica só é comparável com a invenção da
escrita 2000 20.00 antes de Cristo eu não tenho de cabeça agora né mas e a invenção da Imprensa né trazida no Renascimento da China pro ocidente né É desse tamanho só essas coisas se comparam ao que significou uns 30 anos atrás a gente passar a 32 eu acho a gente passar a ter em casa acesso à internet com uma diferença importante sobre esse acesso e outros avanços tecnológicos como exatamente a invenção da escrita do livro né a velocidade com que isso abrangeu E chegou a todo mundo imagina da invenção do livro ao livro chegar ao
mundo quanto tempo levou D impressão chegar ao mundo quanto tempo levou a internet tá aí de novo talvez há 32 anos e praticamente o mundo inteiro está conectado é desse tamanho e por ser desse tamanho nós não temos e não temos como ter o alcance ainda a gerações e gerações nascendo só agora no grau de conectividade que a gente tem Nós não sabemos de verdade onde isso vai dar né então a gente acompanha pensa mas nós temos que ter essa humildade de entender que nós não temos a capacidade de entendimento né E de de saber
usar isso que Avança tão Velozmente e a cada instante né ah vale a pena dizer para fazer a passagem daqui a pouquinho já para psicanálise né Eh que na realidade a existe um Talvez um sentimento romântico que diria ah a gente devia não usar a tecnologia e voltar a uma vida mais natural né da Perspectiva da psicanálise talvez de todas as ciências humanas não há homem natural o ser humano só virou humano só deu seu Sato do primata que nós somos seguimos sendo é claro mas do primata que nós somos entre os nossos primos demos
um salto de primatas para os primatas humanos que nós somos justamente ao transformar a natureza e inventar tecnologia H uma cena de filme que eu gosto muito Imagino que muitos de vocês conheçam né o famoso 2001 né do Stanley kubric de 1969 filme maravilhoso extremamente atual né é importante ter uma tomadinha para puxar para quem lembrar do filme é legal ter uma tomadinha para puxar de vez em quando né em todo caso há uma cena icônica aos 15 minutos do filme né Há um grupo de primatas né que está tomando água num num lugar muito
desértico colhendo água com as mãos chega um segundo grupo esse segundo grupo é fisicamente mais forte expulsa na pancada o grupo mais fraco natureza né o grupo mais fraco vai pro lado com cara de morreremos de sede e então um desses desses mais fracos começa a manusear aleatoriamente o esqueleto de uma zebra que ali morreu ela simplesmente morreu ali foi caça de algum felino e o esqueleto tá ali e ele aleatoriamente manuseia ao manusear ele pega um osso mais comprido Digamos um fêmur e aleatoriamente mexendo percute e ao percutir faz um efeito de alavanca num
outro ah né bate de novo Faz uma alavanca bate de novo quebra um terceiro osso mira no crânio daquele animal e dá-lhe com o fêmur estilhaça e ele tem então um Insight um proto insite né ele saca chama os amigos dá um osso para cada um e cada um deles fiz fisicamente mais fracos do que o do outro grupo vão a possa agora né com um femor na mão né Chama o líder do outro e dá-lhe uma pancada na cabeça massacra vai todo mundo e dá o soco né o grupo fisicamente mais forte naturalmente mais
forte se afasta e o grupo agora então o outro grupo toma né posse da possa O Nosso Herói o primeiro inventor bate no dá uma de Tarzan faz um gr de tarzã joga o osso para cima que vai girando cilindric E transforma-se então na estação espacial de 2001 né a metáfora é a seguinte o passo entre o macaco e o primeiro instrumento é maior do que do primeiro instrumento até a nave espacial aquele gesto miticamente criou o humano humano só é humano quando ele transforma a natureza quando ele desnaturaliza a natureza aquele osso não é
mais um osso esse osso agora é um arado é uma arma eventualmente uma caneta de Anchieta escrevendo na praia né Mas aquele osso é desnaturalizado ele não é mais um osso ele é arado ele é arma ele é caneta né E é isso que define o ser humano enquanto tal a transformação da natureza não há ser humano na natureza não há vida sem tecnologia absolutamente não né Ah se vocês quiserem pensar mais radicalmente lembrem que há 100 anos a expectativa de vida das pessoas era 37 anos antes do antibiótico né nossos bisavós tinham 10 filhos
porque por amostra uns quatro ou cinco sobreviviam né a a reprodução depois do antibiótico ela é mais planejada né então nós vivemos tecnologia não há vida sem tecnologia em absoluto Ah não há um sonho romântico né de uma vida que seja assim né o ser humano tem estee complemento ele vira um além do humano nesse não no sentido nitio infelizmente mas ele vira um pós humano um humano com extensões extensões técnicas tecnológicas que lhe permitem um melhor domínio da natureza lhe permitem se poupar de uma série de trabalhos né nesse sentido eu vou pedir agora
uma citação que é do próprio Freud de um livro Talvez o mais mais Fantástico livro deles o malst na civilização de 1931 uma passagem em que o Freud fala do homem e a tecnologia por gentileza com todos os seus instrumentos ele aperfeiçoa os seus órgãos tanto motores como sensoriais ou elimina os obstáculos para o desempenho deles os motores lhe colocam à disposição imensas energias Que tal como seus músculos ele pode empregar em qualquer direção os navios e os aviões não deixam que a água e o ar lhe impeçam a movimentação o ser humano tornou-se por
assim dizer uma espécie de Deus protético realmente admirável quando coloca todos os seus órgãos auxiliares mas estes não cresceram com ele e ocasionalmente lhe dão ainda muito trabalho mas não devemos esquecer no interesse de nossa investigação que o homem de hoje não se sente feliz com esta semelhança então clássico Fred imagina el tá falando de 31 de tecnologia Olha o telefone eu consigo falar com alguém que tá muito longe mas então a pessoa vai para longe né a tecnologia me dá e me tira essas coisas todas né porque agora então a pessoa pode realmente irar
mais longe do que iria antes né FR tá dizendo isso nós temos complementos né Nós temos o nosso corpo e então complementos nós somos sujeitos em falta que buscamos complementar a nossa potência nosso recurso nosso domínio uma natureza com alguns objetos o ser humano é esse ser humano ah Auto insuficiente né que busca complementos né na tecnologia Isso já é a ideia de um Ah pós-humano num certo sentido né que tanto gente que a medicina hoje não se não trata apenas de doenças mas de acrescentar recursos que a pessoa não tinha esse pós humano na
verdade sempre foi o humano sempre foi pós humano Ele sempre foi antinatural nesse sentido tá Ah ficando ainda na no no no campo do Freud né eu vou lançar várias ideias para depois a gente poder trocar a ideia né vem o que eu ch O que eu o o título que eu dei para essa minha intervenção né a mente de um virtual a outro né que é uma coisa importante de para mim também é importante de marcar existe uma conversa também muito regular né que fala que a gente se aliena saindo de um mundo real
e entrando em um mundo virtual eu saio da realidade e vou entrar num mundo que é virtual que é potencial mas que não é real afinal de contas eu gosto muito como psicólogo como professor né de diminuir a distância dizer que essa distância não é tão grande assim entre uma realidade real e uma realidade virtual lembrando a vocês o seguinte a nossa mente é um espaço virtual que que isso quer dizer né falar um pouquinho um minutinho do Freud né o Freud neurologista né Na época dele não existia psicologia ele foi um dos inventores da
Psicologia ele foi primeiro um neurocientista proto né em 1886 né imagina que que era isso né e ele buscava assim nas primeiras tentativas ele queria explicar os processos mentais que ele venha descobrindo através da histeria dos sintomas neuróticos através de neurônios e quantidades ele queria fazer ciência natural da Psicologia ele esboçou um livro que ele não publicou chamado projeto de uma Psicologia para neurólogos onde é que deu errado o livro do Freud onde é que ele desistiu de fazer isso quando ele foi tratar da consciência tratar de repressão dava de trauma dava de deslocamentos dava
mas a consciência cadê a consciência cadê a materialidade da consciência né então vejam só a nossa mente pelo menos da Perspectiva da psicanálise ela certamente é derivada da nossa atividade cerebral sem se reduzir ao nosso cérebro ao mesmo tempo eu posso ter em neurociência cada vez de uma forma mais sofisticada e interessantíssima localizações cerebrais de operações cerebrais mas essa minha experiência essa telinha que vocês compartilham comigo agora a minha experiência a minha percepção a minha memória os meus afetos onde é que isso tá isso não tá em lugar nenhum né É uma brincadeira Universal acho
de de Psicologia alunos de Psicologia ou medicina ao fazer aula de anatomia e de secar cérebros ah Cadê o ID Cadê o ego uma espécie de piada Universal você dsea o cérebro ah Cadê o superg da pessoa né ah não está em lugar nenhum então de novo o Freud não é um Místico ele não acha que nós tenhamos uma alma Imortal ele considera que a mente é uma produção né do nosso maravilhoso cérebro e ao mesmo tempo ele não se reduz ao cérebro se você contar para uma pessoa o que a imagem cerebral de uma
depressão a imagem cerebral de depressão não informa nada sobre a experiência da depressão A depressão é uma experiência humana e virtual de novo nossa mente não está em lugar nenhum ela é um efeito é uma produção Mas ela é espaço virtual e inclusive por isso o mundo virtual é tão incrivelmente tentador vou dar para vocês uma demonstração imediata né A minha cabeça pensa algumas coisas a minha boca tenta acompanhar e vocês já são testemunhas a minha boca não acompanha a minha cabeça né Eu como palavra já recebi sinais ó Pedrão baixa a bola Ah fala
um pouquinho mais devagar né Ah E aí eu como todo mundo tem o DDA escapa dessa quanto mais cansado eu fico mais rápido eu falo quem cansa é o freio não é Ah então eu também tenho esse diagnóstico absolutamente banalizado né Ah então a a minha boca não acompanha a minha mente o meu computador sim é maravilhoso dá barato é muito sedutor porque finalmente algum é claro não na conexão decada lembram dela do moden né não naquela mas quando o 5g de fato é 5g também não é sempre que é verdade né finalmente alguma coisa
gira na velocidade da minha mente mais do que meu dedo mais do que minha boca mais do que meu corpo gira junto e dá barato é muito prazeroso é muito sedutor entrar nesse mundo o brilho da tela a velocidade da conexão o acesso instantâneo A informação é tudo isso é muito sedutor e realmente a gente entra numa espécie de transe a gente se altera todos vocês Imagino que todos vocês ou quase já tiveram a experiência de entrar para fazer uma pesquisa ou entrar para ver um vídeo e não conseguir mais sair e não perceber o
tempo passando vou dar uma olhadinha nas mensagens 3 da manhã e é claro que a luminosidade da tela é claro que a velocidade da informação vai me deixar sem sono aí eu vou deitar exausto e ligado né E é difícil né desconectar para adormecer mas guardem isso para que que eu tô guardando isso para não para tirar a radicalidade da Separação espaço virtual realidade real nós não Saímos de uma realidade para entrar em outra né a a passagem é muito mais linear né e ela é muito sedutora porque afinal de contas repito isso a nossa
mente enquanto tal é um espaço virtual né ah o o simonet mencionou na palestra dele ah a ideia de que de um colega dele dizendo há 30 anos tinha queria fazer uma máquina de filmar sonhos né existe um filme do Vin venders maravilhoso chamado até o fim do mundo faz um tempão que eu não vejo uma cópia dele é um filme lindíssimo disso né É claro nós estamos muito longe de filmar a subjetividade né Não sei se será possível um dia mas nós certamente estamos longe porque justamente ela não é material né então diminuir as
distâncias entre o verdadeiro e o falso nesse sentido entre a realidade real e a realidade virtual é uma forma também de diminuir digamos o preconceito contra essa experiência existem relações muito Profundas que podem ser feitas também via internet quando vocês virem várias pessoas quietinhas com telefone na mão elas podem estar fazendo Candy Crush elas podem estar perdendo dinheiro em aposta Não façam isso ah e ela também pode estar tendo uma são de análise com alguém em outro país estar com telefone na mão pode ser um sinal de autismo de encerramento naquele ambiente mas também pode
ser uma forma de acesso comunicação íntima importante significativa com outras pessoas então para para tentar quebrar um pouco a ideia dos preconceitos relativos a isso mas é claro a gente vai ficando então viciado ligados em tela e tendo a presença acessível de estímulos o tempo todo né para falar um pouco sobre isso eu vou acessar num instante por favor né ah o texto é um livro muito bacana a capa aparecerá é a segunda imagem que virá né ah um de um livro chamado intoxicações eletrônicas uma colega minha psicanalista chamada Adel stopel né faz uma descrição
muito importante né de um uso que a gente faz da Internet das telas para lidar com crianças e os riscos que esse lidar tem é uma coisa corriqueira eu como pai Confesso que já fiz né ah e imagino que vocês também ela vai falar sobre um ganho e perda de um certo uso uso de telas para com as crianças onde vai aparecer de fato talvez a questão mais importante mais perigosa sobre se o uso de tantas telas comprometem a constituição subjetiva Então por gentileza a citação da dela o livro bom o livro tá aqui obrigado
Esse é esse é é o livro organizado pela dela também pela Julieta jerusal que fará parte dessa série acho que no mês que vem se não me engano mas faz parte dessa série também de palestras a fala da Adela por favor hoje é comum ver crianças bem pequen jogando com um iPad ou um celular numa mesa de restaurante e o que surpreende é que isso funciona a menos crianças subindo nas mesas e menos pais dizendo aos filhos que esperem calmamente o pedido chegar mas não nos iludamos não serão essas crianas as que terão mais pacia
no futuro bem aoo os avanços tecnológicos nos deixam cada vez mais ansiosos e inquietos e menos tolerantes a erros se partimos do postulado freudiano de que o psiquismo funcional movido na base do princípio do prazer não é difícil entender que nos agrade ter o que desejamos o mais depressa possível desse ponto de vista a tecnologia quanto mais avança mais nos faz regredir é uma corrida sem fim quanto mais nos é oferecido mais esperamos e consequentemente qualquer falha nos põe num estado de privação ou frustração sensacional né Essa fala não precisava comentar mas eu comentarei primeiro
experiencialmente né não sei vocês eu sou um 50 alto aqui né quando a gente descia lá no Fusca do meu pai né papai e mamãe no banco da frente eu e minhas irmãs do banco de trás a no comecinho da Anchieta só tinha Anchieta Então tá chegando tá chegando no terceiro tá chegando Dona rizete Senhora minha mãe enfiava o braço para e beliscava quem tivesse no meio em geral Eu e minhas pernas gordas Ah mas então ele cala a boca moleque fica olhando a paisagem olha PR as núvens procurando bichinho E então eu tinha que
me entreter naquele 60 km de serra bem menos né me ocupar daquilo assim como nas minhas aulas matutinas eu tava de tarde em casa e ah que que eu vou fazer vou contar Joaninha no Jardim quantos azulejos tem no banheiro perdi a conta começa de novo a gente tinha que inventar né uma forma de fantasiar Sítio do Picapau Amarelo de fantasiar e preencher o nosso vazio a gente usa esse recurso que é sensacional e ele funciona né a pizza lembra da Pizza quando a pizza demorava para vir o cara trazia um pedacinho de massinha crua
e a gente fazia um monte de esculturas inha colocava palitinho fazia bonequinho quando tava com muita remela a gente comia massinha lembra né ah hoje o recurso é mais simples né e bom Vejam o meu tamanho eu comi muita massinha ah em todo caso a ideia vai ser hoje a gente tem o telefone no segundo tá chegando vale pra pizza Vale paraa Santos né tela e como a dela ela muito bem Fala funciona se o seu filho para de te aborrecer né no restaurante para de te aborrecer no carro ele fica super entretido ali né
ele pode ver coisas muito boas como a palavra cantada ou pesadelos como Galinha Pintadinha né Ah enfim em todo caso ele vai estar a criança estará ocupada e vai parar de aborrecer né você chega no restaurante e as mesas estão mais em silêncio né mas então a dela adverte com muita de uma forma muito aguda O barato caro esse recurso que você usa para não ter seu filho te aborrecendo durante a viagem te aborrecendo durante a o a espera pel pelo restaurante né não permite que ele aprenda a esperar não deixa ele no vazio não
convida ele a preencher seu mundo interno com uma fantasia né coisa muito importante para falar sobre desenvolvimento acho que vocês sabem na intuição alguns de vocês são da área né amadurecimento não é segundo a dentição não vai vir sozinha não vai vir sozinha né amadurecimento não é ah porque aos 18 anos para 21 o cérebro está pronto o cérebro pronto não informa um dedo sobre maturidade Tem gente com 12 anos que é muito madura tem gente da minha idade que não vai ser nunca né Ah então maturidade não vai vir sozinha maturidade é feita de
cair levantar tentar errar esperar frustrar aguardar né A maturidade é feita de um processo de descontinuidades né a criança que que nasce naturalmente em adesão primeiro ao corpo de sua mãe depois ao cuidado da do do seu ambiente familiar né E que vai progressivamente né ganhando autonomia conforme fica sozinha né agora eu vou trabalhar né agora eu vou fazer isso lembra da pandemia né você trabalhando em casa o filho lá pai vem brincar comigo não eu estou trabalhando né quantos filhos apareceram em reuniões de trabalho de vez em quando fora gatos e cachorros mas eles
a gente deixa né mas assim os filhos aparecendo e não cala a boca moleque eu tô trabalhando mas você não tá em estou em casa mas não estou disponível para você é difícil é bem Teoricamente é mais fácil fazer é bem mais difícil né Então fazer então qual é a questão da delela é que a onipresença das Telas deixa a criança com estímulos externos contínuos o tempo todo tem input ela nunca está sozinha ela nunca está em silêncio ela nunca precisa se acostumar a ficar sozinha porque ela não tá porque tem uma matela o tempo
todo né Há um grande psicanalista ah em inglês ah chamado Donald winicott né que ele dá uma definição também parece singela sobre o que que é saúde mental mas não tem nada de singelo ele fala que Saúde Mental é ter a capacidade de estar só a capacidade de estar só não é escolher se isolar é ora eu estou com a galera né Ora eu estou em grupo de amigos Ora eu estou em casal ora com a família Ora eu tô sozinho e quando sozinho é gostoso eu me recarrego eu respiro tomo um banho mais longo
durmo leio um livro que não é para nada não fico na janela ela contando quantos carros vermelhos vão passar eu ainda faço isso às vezes Ah eu fico de bobeira né E então eu volto pra galera eu volto pra balada pro namoro pros amigos pras aulas né poder se eu posso estar sozinho eu não sou dependente do outro eu não sou dependente de algo né se eu posso estar sozinho eu não fico em relações ruins né se eu sou dependente Eu prefiro a relação ruim a a solidão né então poder estar sozinho é uma conquista
psíquica o bebê não não nasce podendo estar sozinho é as custas de muita espera muito Nan nenê muito agora vai dormir agora não pode é as custas de muito não e de novo quem fala que é um pai que faz isso melhor Teoricamente do que na prática Tá bom já tô reconhecendo inicialmente né mas é é são esses espaços é nesses espaços de falta e vazio que uma subjetividade se constrói E aí sim alguma coisa realmente arriscada o excesso de presença né pode dificultar que haja a criação de o mundo interno duas historinhas sobre isso
eu acho que ajuda a entender né a quando a minha filha mais nova ah 2 3 anos de idade eu coloquei ela numa aula de musicalização não era instrumento naturalmente mas de musicalização de sensibilidade uma amiga minha an lista falou com muita sabedoria Parabéns Pedro você acabou de dar pra sua filha um mundo interno ela vai fazer música Ela vai ouvir e vai fazer música né a a informação pronta não deixa a gente fazer isso mais uma informação rápida mas acho que ajuda também a localizar a a subjetividade que a gente valoriza hoje a autônoma
Privacidade com Liberdade com mundo interno essa que a gente tem mas o mundo virtual ameaça ela não existe desde sempre ela nasceu no mundo moderno esse mundo interno privatizado ele existe há 400 500 anos 1600 1700 no ocidente tá É uma longa história não poderemos entrar nela hoje né mas vale a pena Dizer para vocês que uma das coisas que cria o sujeito com o mundo interno foi a invenção da leitura da Leitura silenciosa no século XV é com curioso né mas a leitura até o renascimento era privilégio de sacerdotes que liam livros sagrados em
seus rituais só depois do Gutenberg passou a ter livro em casa e aquela classe social nova chamada burguesia passou a ler em casa quando você lê silenciosamente você transforma a linguagem escrita em imagem né Pega um livro As Prime eu já cheguei a ver em museu da Europa bíblias do Gutemberg são belíssimas né Pega um livro tipo velho Testamento riquíssimo e você pega aquela palavra e você visualiza cada uma daquelas histórias você produz um mundo interno decodificando a palavra escrita é assim que se faz mundo interno né lendo isolando-se reservando criando um espaço disso e
a prova disso bonitinha também muito simples para eu poder voltar pro tema mais específico é você já Talvez tenham tido a experiência de ir assistir um filme sobre um livro que você já leu como em geral não é sempre é decepcionante porque não foi bem assim que você tinha visto porque aquela passagem o roteirista não usou você tinha visualizado de uma outra forma essa decepção que se tem ao ver o filme sobre o livro já lido né mostra que você ao ler aquele livro criou um mundo interno criou uma fantasia né então a pergunta é
se as crianças precocemente conectadas formam ou não são capazes de parar para ler e tocar música e andar de bicicleta e conversar né Há um medo muito grande que não eu eu não sou um catastrofista de forma alguma conheço muitas inclusive em casa que são hiper conectadas E então aprenderam a pegar gosto pela leitura e fazem seu mundo interno ali também mas é um risco porque é muito mais fácil ter o vídeo pronto do que me d o trabalho de pegar um texto a linguagem abstrata e transformar em imagem então a inquietação da dela é
falta falta algo que falamos tanto sobre os nossos jovens há várias décadas falta falta a gente no nosso afã paterno né de reparar as faltas que nós tivos lá atrás né tendo uma condição melhor de vida do que nossos pais tivemos oferecemos demais presença presente recurso possibilidade né de novo Tô falando mesmo em carne viva e primeira pessoa tá a gente oferece bastante oferece tudo que pode e sem perceber que nessa oferta que é mais reparadora da minha ferida narcísica né eu posso estar não dando pro meu filho a oportunidade de ficar angustiado a oportunidade
de ficar frustrado a oportunidade de ter raiva de mim e criar alguma coisa sobre isso né vou contar porque o o assunto é especificamente esse eu vou dedicar mais um minutinho a isso ah uma vez vocês se lembram quando caiu o avião da Chapecoense H alguns anos atrás né um time jovem que tava bombando no bombando não foi uma expressão desculpem né mas estava fazendo sucesso muito grande e aí esse avião então nos and patifa morre aqueles jovens todos todo mundo se comoveu e em algum canal livre lá da Band o Mitre chamou um programa
sobre luto né chamou a mim e chamou a um outro profissional não vou entrar muito em detalhes né falamos sobre luto de uma forma geral ao final do programa o outro profissional da área psir falou ah bom procurem por mim eu curo luto em oito sessões né eu vinha tentando ser educado até então aí né não me aguentei em minhas calças Ah para dizer duas coisas importantes luto não é doença luto é o processo pelo qual o eu se constitui um eu se constitui no luto e elaboração da perda de cada vínculo que a gente
fez um dia eu e minha mãe éramos uma coisa só e um dia eu entendi separação né E aí eu trago minha mãe para dentro de mim ela morreu a minha há mais de 20 anos mas ela tá comigo o tempo todo é da elaboração da perda dela que eu ganhei o meu próprio estofo psíquico cada relação que a gente tem e perde na elaboração do luto por essa perda eu incorporo atributos daquilo e eu vou me constituindo o luto é o processo de amadurecimento é o processo de formação do eu quando curar luto Como
assim pelo amor de Deus não pr-se de nenhum dos seus lutos né Aí ele também falou Eu também eu fui mais indelicado ele dizendo Que curava em oito sessões eu disse o seguinte se o seu dentista disser que para arrumar sua arcada dentária leva do 3 anos você acredita né quando fala que corrige sua mente em oito sessões Você acredita sua mente é mais simples que seus dentes aí nunca mais me chamaram pro Canal Livre em eh em todo caso eh isso né então basicamente é existem experiências na Constituição da gente tal como a gente
entende psicanálise que fazem parte da Separação fazem parte da perda falhas descontinuidades e o entendimento dessa dessas perdas e a constituição nesse espaço que se abre de um sujeito autônomo a gente nasce Totalmente Dependente do outro né E vai ganhando ou não autonomia progressivamente processo de autonomia passa por separações a gente chama em psicanálise dá um termo mais drástico que é castração castração simbólica castração é corte não é mutilação castração liberta né liberta e toma aquele cara autônomo com relação a a a sua origem e que ele vá na direção da construção de uma subjetividade
própria tudo isso para dizer a preocupação legí a dela é analista de crianças como Julieta Jerusalém que fará parte dessa série analista elas estão lá vendo a criança acontecendo super conectada a preocupação é estamos criando um ambiente infantil no qual esses elementos constitutivos não estão se apresentando essa criança não se acostuma com frustração E então qualquer frustração ela panica ela é ela ela se desmonta né Eu dou aula para alunos de 19 anos de idade E aí é claro o grau de imaturidade vai vai tomou uma falta já quer trazer atestado né Ah foi mal
na prova a vó vó aparece na faculdade né achando que tá protegendo do Neto e pagando um mito né mico completamente imperdoável né mas essa antecipação que a gente faz no sentido de e proteger os filhos né os mantém sob a nossa asa os mantém no cordão umbilical e as telas acabam ajudando a fazer isso ela a criança não tem que aprender a ter paciência não tem que aprender a esperar ela não vai saber sozinha de novo maturidade não é segunda dentição não prive seu filho de solidão não prive seu filho de angústia não prive
seu filho de sofrer porque ele só vai virar gente né Ah se ele passar por esses processos de cair e levantar Ok ah por outro lado aí também quer dizer com a dela concordando com a dela eu também e me preocupa um pouco que de outra forma também possa estar ao invés de então alguns analistas reclamam esses jovens não estão se constituindo como nós nos constituímos ah chamando isso de falta de falha é preciso restituir as condições da gente e essa fala do restituir me incomoda um pouco ela me soa decadentista e corre um risco
o que que é decadentismo né Imagino que cada geração olha pra seguinte meu avô fez pro meu pai e o meu meu pai para mim eu paraas minhas filhas e assim a maldição passará né Cada cada geração olha pra frente e fala esse mundo tá acabado isso não é música No meu tempo era melhor né Eu não entendo o código que tá emergindo de Uma Geração Nova como eu não entendo eu falo num faz sentido volta a ouvir a minha música Volta a fazer que nem eu fazia esse é um risco decadentista eu não tô
entendendo nada então você tá errado filho vem ser que nem eu né Imagino que seja uma maldição mesmo de pai para filho indefinidamente né então eu tenho dúvida tenho dúvida sincera clinicamente pessoalmente se o que está acontecendo Então é uma decadência é uma privação de recursos que fará essas crianças terem um psiquismo mais primitivo né mais narcísico menos tolerante a diferença ou se também é possível que estejam nascendo modos novos de subjetividade que eu não entendo aí o problema é meu né se estão vindo aí essas crianças e adolescentes e elas não são eu ou
não são como eu não quer dizer que elas são doentes por isto podem estar nascendo modos de ser que eu não entendo e se eu como pai eu professor universitário eu como analista disser você está sendo errado ven a ser como eu eu perco a comunicação eu não poderei ser um analista Se eu disser meu analisando você não fez seu épo direitinho é tipo direitinho ah pro meu aluno você não você não leu Monteiro Lobato com 7 anos de idade que nem eu a obra completa com Por que é que eu li Monteiro Lobato eu
li tá com 7 8 anos de idade inteiro porque eu não tinha um iPad se eu tivesse eu certamente não teria lido Monteiro Lobato inteiro né teria feito outras coisas né então é uma dúvida dúvida que eu compartilho com você né ah eu não acho que o mundo esteja acabando nem para acabar nem para acabar ele vai né ele segue né então Há uma possibilidade de eu imaginar que o excesso de telas não permita que o sujeito se constitua neuroticamente o que a gente chama de Normal também no sentido comum mas também é possível que
a gente esteja perdendo de vista e fechando os ouvidos e os olhos né Para alguma coisa que emerja e que a gente simplesmente não entenda né E a minha obrigação de professor de analista e de pai é ouvir é escutar é aprender e não submeter esse cara ao meu modelo tá última coisa eu tenho uma das dates que eu mais pratico na vida chama-se arte de perder amigos eu vou exercê-la nesse minuto para vocês que são um pouquinho mais velhos qual é a função dos pais e eu falo isso doendo na minha carne né função
dos Pais é ficar para trás eu teria feito o meu trabalho direitinho Se eu me tornar prescindível eu tô apenas na passagem da vida de alguém e a vida Definitivamente não é minha nem a minha é minha que Dirá do meu filho né ah em todo caso é eu tô só de passagem eu terei feito o meu trabalhinho de pai e mãe se passar por mim alguém que está ganhando autonomia e não precisa mais de mim eu farei direitinho Se eu ficar para trás o filho amoroso não é aquele que cola e não sai nunca
esse é o filho inseguro o filho amoroso é aquele que vaza é aquele que confia em si ganhou da família um estofo para poder Então se desenvolver e se lançar no mundo tá Ah E aí então de novo a pergunta é será que o excesso de excesso o excesso de recurso o excesso de tela priva os nossos filhos de ganhar autonomia aquele programinha de localização que você põe no celular saber onde ele foi a cada momento é que hoje é mais perigoso no meu é o problema é que a gente lembra do que a gente
fazia com 20 anos né esse aqui é o problema aí quando o filho tem é a gente lembra né Ah mas então quando o filho vai fazer com 20 ah né robozinho no telefone dele para eu saber onde ele tá né E aí nesse nessa extensão do cordão umbilical eu posso estar privando o meu filho de uma condição de Constituição subjetiva Ok faça senti para vocês né ah então essa é a pergunta nós temos um sujeito ameaçado de não ser mais sujeito no sentido freudo lacaniano né ou nós temos também né a possibilidade de pensar
novos modos de ser estão se constituindo e talvez o meu aparato teórico não acompanha sou eu que não acompanho não a realidade que tá ruim eu não sei eu tô compartilhando um não sei com vocês ok né ah outros a A então a outra outras formas de lidar então com essa com a consequência né da da do também como digamos com riscos do exesso de conectividade né a tem a ver então com o nosso ambiente contemporâneo da seguinte forma vocês se lembram talvez quando lá por 92 apareceu a internet descada em casa né ah com
molden fazendo aquele ocupava linha telefônica telefone fixo tinha em casa custava 3.000 né 1000 Alé E aí você usava o moden e tal né quando a internet apareceu ela era www world wide web Ou seja você usava a internet para ter acesso a um mundo muito distante do seu para fazer conexões para pegar um artigo na biblioteca não sei de que faculdade para fazer no Orkut né um amigo que gostava da mesma banda que você mas só vocês dois sabiam que aquela banda era o máximo né A internet já foi forma de alteridade acesso à
diferença e salvou vida de adolescente aquele adolescente que não tinha amiginho na sala de aula que ia sofrer o bullying que ia se colocar ideias Suicidas arranjava amiguinho no mundo inteiro Ok eu pertenço né então eu tenho sentido de pertencimento se eu dei azard no meu condomínio e minha sala de aula não ter a internet já foi isso mas a internet tem virado uma coisa muito diferente e Perigosa realmente é um risco que é o seguinte é o tal do algoritmo que tem um pressuposto terrível nos meus streamings de música e de filme Qual é
o pressuposto terrível do do do algoritmo o o o o pressuposto é que eu gosto de mim mesmo isso é imperdoável eu não gosto de mim mesmo que que eu quero dizer com isso né Cada vez que eu entro em um streaming ele me mostra mais do que eu tenho visto né Qualquer um de áudio né de de filme eu vejo a lista da eu tenho no meu telefone né o o a rádio do Pedro só toca rock MPB dos anos 70 né ah que acontece é claro que eu gosto é eu né só que
esse pressuposto identitário cada ve que eu entro no Eu ainda tenho Facebook não sei vocês nós velhinhos Ainda temos Alguns de nós né eu vejo as mesmas 10 pessoas porque o algoritmo fala que é delas que eu quero saber eu tenho 4.000 contatos Mas eu vejo aquelas 10 o que que esse robozinho tá presumindo que eu gosto de mim e só mostra mais de mim mesmo qual é o problema desse efeito do do desse robozinho né ah desse algoritmo é que eu passo achar que o mundo é eu e que todo mundo pensa como eu
e todo lugar que eu olho eu vejo eu isso cria as Tais bolhas realidades paralelas inteiras políticas religiosas étnicas de coletivos eu eu passo a achar que o mundo inteiro pensa como eu quando eu encontro alguém que não pensa como eu eu fico ofendido Como assim o cara vai votar assim Como assim o cara pensa aquilo porque eu vou de novo o algoritmo tem produzido nas em nós uma reafirmação identitária identidades são importantes para nossa estabilidade mas identidades rígidas são mortíferas porque eu passo a cobrar do outro que o outro seja que nem eu né
Eu faço um exercício importante para mim assim ah no algoritmo com três cliques eu acho um filme esquisito com três cliques eu acho uma música diferente mas tem que fazer três cliques se eu ficar no primeiro clique identidade ok né eu faço um exercício desde a eleição de 2018 né eu faço um exercício de alteridade que é reencontrei um amigo de Facebook um amigo de faculdade no Facebook né amigo querido melhor amigo de Faculdade nos descruzar quando eu encontrei no Facebook ele pensa diametralmente ah oposto a mim politicamente E aí então eu olhei para aquele
carala não não boto uma fé era tão boa pessoa não é possível né mas eu faço um exercício de alteridade que é o seguinte uma vez por semana eu faço isso eu hiper oxigênio entro no perfil dele não falo com ele acho melhor né mas eu vejo os últimos postes dele e eu fico lá me segurando mas aí eu penso Esse cara é uma pessoa ele é afetivo ele é inteligente ele é honesto Ele trabalha eu não posso chamar esse cara de um animal a minha vontade de dizer se vota assim é um animal não
é gente gente não vota assim é um exercício que eu faço muito importante com a tecnologia sair do algoritmo entrar em contato com quem pensa diferente de mim eu não posso desqualificar enquanto sujeito é boa pessoa e simplesmente penso o contrário de mim ele vive numa bolha e isso me ajuda a entender que eu vivo em uma também não é eles são alienados mas ele vive em bolha eu tenho que me perguntar Será que eu vivo em uma também será que eu também não tenho autocrítica eu me obrigo a pensar isso é um exercício importante
de tecnologia tá então um risco importante da dos robozinhos a bolhas identitárias eu presumi que todo mundo é eu e pensa como eu e se não for que nem eu é um animal outro risco importante que eu cito para vocês ele é realmente importante de de citar para vocês né É É uma é uma perda pela quantidade de informação nós também emos uma perda de lastro de realidade o volume de informação é tamanho e a facilidade de plantar informação é tamanho que nós fomos perdendo os critérios as referências para diferenciar News de fake News A
velocidade é muito grande não dá para checar tudo né e eu vou recebendo e eu vou replicando pro WhatsApp da vovó aqueles WhatsApps de família ah que são um estrago frequentemente né mas eu vou replicando nós perdemos o lastro de realidade a a fake News ela é muito eficiente né nós tivemos eleições primeiro turno de prefeito em São Paulo há duas semanas né na sexta-feira um candidato plantou um uma fake News né até você desmentir os efeitos já se espalharam no debate mais nos debates recentes do trump com a cala né Tem repórter do lado
a câmara fala não sei o que lá Câmara Não não é isso o trump fala não eles checam na hora e confrontam na hora isso é muito interessante se tivesse todo debate o cara conta uma mas alguém checa na hora e confronta tá porque a palavra Pode tudo um vício do trump não disse que inventou que os imigrantes comem os pets das pessoas no sul dos Estados Unidos ele disse isso e ele disse que ele inventou isso mas o trump fala como se fosse um simples fato ok né ah e o cara fala que inventou
mas cola e vai né Então esse é um risco muito grande Diante de um excesso de informações o volume de informações a tamanho que eu vou perdendo o lastro perdendo a referência uma das coisas mais nocivas que acontece no mundo da internet que eu não sei em que ou em quem acreditar é bom cruzar informações é bom cruzar fontes para eu tentar ter alguma segurança dessa informação né mas é algo Isso é uma dissolução da subjetividade moderna quando eu não tenho mais um lastro a ONU não é lastro que ela falar ninguém dá menor bola
Nós estamos vendo isso nesse momento né ah o Papa simpático Francisco também não é lro para nada o presidente não quando ninguém é lastro quando não há um lastro simbólico que unifique a gente a democracia os direitos humanos a ONU isso é muito importante são mediadores simbólicos quando a gente desacredita a medicina quando gente desacredita a ciência a gente tá fazendo um desserviço horroroso desacredita na política porque se eu desacredito do que nos pode mediar que que eu viro um indivíduo com muito medo inseguro e armado só eu vou poder me defender então uma das
coisas mais terríveis que nós temos feito conosco ao longo das últimas décadas é uma dissolução de uma certa moldura mundial a crença na ciência a confiança na ONU não é brincadeira Esses são os simbólicos que medeiam a gente sem esses simbólicos eu tô sozinho eu tô desamparado eu vou me defender violentamente a internet infelizmente né ao me fazer perder a referência do que é verdade ou não me faz recuar para uma posição infantil paranóica e violenta né Isso é realmente complicado bom um pouquinho mais ah Então vamos vamos lá s para quase terminar e passar
a bola para vocês que é o mais importante né eu diria para vocês que a internet pode ser o telefone celular pode ser um espaço transicional um caminho de acesso transicional também é uma referência ao inot que fala de objetos transicionais que a criança usa como ponte do lar para além do Lar né um telefone né um é claro que pode ser acesso à cultura acesso à análise acesso a tudo o o o Alfred sim dizia também na palestra dele bom a gente fez muito análise durante a pandemia a minha eu voue análise durante a
pandemia minha análise é do Rio de Janeiro nunca fiz uma sessão presencial com ela né a o mundo mudou completamente que legal que eu tenho uma grande analista lá e que eu atendo pessoas na Europa brasileiros na Europa né que eu não teria acesso o telefone a internet é e pode ser transição autoridade política política no boca cheia a boa né política viver junto na Pólis e a internet pode virar também um objeto de dependência né né eu posso mergulhar nela e me encerrar nela no meu Candy Crush nas minhas apostas nos meus videozinhos hipnóticos
né ah dos riozinhos né do tiktok realzin do Instagram é completamente hipnótico né então não está na tecnologia tá no uso tá no recurso que eu faço dela eu aproveitá-lo para usar da palestra do do Alfredo né para o meu prazer para o meu entretenimento para o meu uso constante né uma das coisas mais bonitas que eu vi nos últimos anos sobre um bom uso da internet é um filme brasileiro da Ana muert né A que horas ela volta não sei se vocês viram esse belíssimo filme né é uma cena muito curiosa né a a
Regina Casé é diarista numa casa de classe alta né E aí na hora de fazer vestibular o filho da casa de classe Alta Faz vestibular a filha dela vem do interior da Bahia fazer também e a ironia do filme é a filha dela passa e o filho da família rica não passa é claro que é uma ironia é uma parábola né mas aí por que que ela passou no vestibular explicam ela tava lá no interior Zão da Bahia que que ela tinha um professor interessado em internet aquele menino o de Classe A nossos filhos aquele
que a gente paga cinco pau seis pau de escola todo mês né Tem tudo muito fácil não tem problema se perder depois faz de novo né E aí a pegada é completamente outra então viva a internet que leva acesso comunicação informação para cada vez mais gente instantaneamente isso é muito precioso E então a gente ainda não aprendeu a usar e é difícil aprender a usar ao Que Avança tão Velozmente é rápido demais a a lei tá sempre atrasada como segurança de dados não tem como a legislação tá sempre correndo atrás porque eu avança é muito
rápido e os nosso aprendizado Vai correndo atrás né De novo citando sempre a alfira porque eu vocêo da paressa dele ele usava a metáfora de um Bao mais comprido um braço mais curto na palestra dele né o avanço é um braço muito rápido a legislação o aprendizado não tem conseguido acompanhar mas nós temos que nós não podemos banir a internet nós discute-se hoje o quanto se usa de internet em escola é muito importante discutir Mas é óbvio que deixar solto não pode e privar não pode a criança não aprenderá a usar a não ser usando
se você privar a criança disso o dia que ela entrar nisso ela vai para um Bet qualquer e fale você Ah então é preciso aprender a usar e a gente só aprende fazendo né Queria fazer para encerrar então e passa a bola para vocês a fazer um comentário sobre então a pergunta Inicial desse bloco né do do Alfredo que é se existe então o que que é uma subjetividade artificial se ela é perigosa ou não né a minha a minha a minha resposta pessoal é eu não teria medo se um dia Viesse a haver um
sujeito realmente artificial né a gente não é tão bom assim para alguém parecido com a gente ser perigoso a gente não tá com essa bola toda né ah é todo cas mas acho que não acho que não existe pelo seguinte motivo subjetividade para alguém que fala da psicanálise né ela não tá nas linhas ela tá nas Entrelinhas e o que a tecnologia Pode fazer são muitas linhas maravilhosas linhas mas entrelinha não o Excel rola a interpretação não rola né me viio a mente uma imagem vindo de carro e ouvindo a palestra do do Alfredo Ah
eu me lembro que nos anos 70 vendo um programa Cosmos do calseigan né onde ele pegou um tubo e falou o ser humano tem na composição química do seu corpo não sei quanto de carbono despeja não sei quanto de óxido de água despeja e ele pegou então um ser humano do tamanho dele e um tubo com a mesma composição química do corpo dele cal Sean Quem estava ao lado não era o segundo C Sean porque o que faz o cal Sean ser o cal Sean é a composição O que faz o calsan ser o calsan
são as entrelinhas né um filósofo brasileiro muito bacana que eu conheço há muito tempo Vladimir safat el fala ah a inteligência artificial não tem inconsciente ela não falha e o que faz a gente ser a gente é falar é sentir é tropeçar é na é na poesia é na entrelinha que a gente tá não tá na linha então eu particularmente é uma hipótese minha uma viagem minha Se quiserem Não tenho não acho que a inteligência artificial seja a subjetividade porque subjetividade tá lá na poesia tá lá na entrelinha não tá na linha ela faz técnica
e ajuda e ou piora ou persegue a gente tudo bem né A minha preocupação não é essa a minha preocupação é se nosso mau uso da da tecnologia faz a nossa inteligência humana ficar rebaixada nós nos des subjetivar delegando decisões né ah paraa máquina delegando meu estado de saúde e mental pra máquina né a humanidade sempre usou substâncias para sentir coisas diferentes as mais diversas culturas com sentidos muito diferentes sempre usou farmacon para produzir estados de espírito estados mentais alterados diferentes ho a gente usa para coisas muito incríveis as pessoas tomam remédio você acredita que
a gente toma remédio para dormir isso é uma ironia né mas que porcaria de qualidade de vida a gente tem se para adormecer eu preciso de ajuda né mas o que isso me que a minha vida é uma porcaria né eu vou resolver isso na Química ok Que ela possa me ajudar e me quebrar o galho ante o desespero né mas que eu resolva a minha qualidade de vida resolva nada aplaque né no remédio é muito triste né então a para fechar isso para dizer isso assim tecnologia medicamentosa eu sou psicanalista eu não sou médico
né eu não medico e tenho vários parceiros psiquiatras com quem eu converso sobre pacientes eles medicam eu medicações bem usadas salvam vidas sejamos muito gratos à Indústria Farmacêutica tem salvado vidas isso é muito importante outra coisa é há usos certos usos da tecnologia medicamentosa que servem para embotar na emoção tirar alguém do desespero e tornar essa pessoa capaz de pensar é maravilhoso levantar o cara deprimido e ele vai fazer análise é sensacional né mas vocês sabem perfeitamente muitos de nós usamos errado medicação como dopping como forma de não sentir como forma de não não não
viver a delegar a minha decisão de vida né o meu estado mental não as minhas ações eu desisto no certo sentido de mim e quero que uma coisa externa mim me ajude amigos meus psiquiatras não sei se o Sim já passou por isso amigos meus psiquiatras contam de pacientes que chegam pela primeira vez num consultório psiquiátrico para tirar medicação conseguiram lá naquela Farma esquisita da Rua Augusta né conseguiram com a vizinha do 2B que liberou uma receitinha azul arranjou o cara vai no Psiquiatra pela primeira vez para tirar a medicação então é preciso que a
gente agradeça a existência da tecnologia psicofarmacológica que salva vidas mas é preciso saber usar da mesma maneira né o bom uso aquele que tira a pessoa de uma desorganização e permite que ela volte a pensar e volte a agir sobre sua vida eu não aquela que simplesmente a entorpeça e ela vai virar então o force Gump lembra alguém sem afeto alguém que não fica eu não quero uma vida sem ansiedade pelo amor de Deus eu não quero uma vida sem tristeza pelo amor de que vida que vida horrorosa seria a deste legume que não sente
coisas né então muita calma nessa hora agradeçamos a tecnologia aprendemos a usar e é claro profissionais de primeira linha psiquiatras de primeira linha médicos de primeira linha gente de primeiríssima linha porque isso não é dramim isso não é Coristina isso tem efeitos de um alcance muito maior é preciso de muita responsabilidade né e procurar profissionais absolutamente decentes então de novo não me preocupa uma subjetividade artificial porque eu acho que a subjetividade tá na entrelinha me preocupa que a gente delegue funções nossas que a gente se achate e se dessubjetivação ou falta na faculdade delegando a
nossa tristeza a uma coisa alheia a nós né uma psicanalista que eu adoro terminarei falando dela Maria quequel já teve aqui algumas vezes se não me engano ah absolutamente genial ess P analista num livro dela que ganhou o prêmio Jabuti chamado o tempo e o cão sobre melancolia e depressão ela fala é uma certa ironia mas vocês entenderão Ah tomar antidepressivo é sinal de depressão que que ela quer dizer com isso é um num certo momento eu desisto eu não aguento mais eu não consigo mais responder a isso né Isso é depressão eu desisti né
E então eu recorro a alguma coisa fora de mim para tentar me estabilizar de fora para dentro então de novo uso responsável científico de antidepressivo salva vidas usem com médico Ah que sabe o que tá fazendo né por outro lado cuidado né no uso da tecnologia aí também ela pode ser uma forma de desistência quem vai me deixar calmo não sou eu quem vai fazer meu luto não sou eu quem vai regular meu humor não sou há uma desistência então não desistam essa é a ideia geral né aproprie-se da tecnologia apropriem noos da tecnologia mas
não delegos nossa ética Nossa responsabilidade nossos humores né a alguém que não seja a gente mesmo Tá bom então paro por aqui para passar a bola para vocês Muito obrigado Pedro vou te agradecer pelo Café Filosófico essa primeira parte da sua fala a gente vai abrir agora pro debate então o pessoal que tá aqui em Campinas quiser fazer pergunta pode levantar a mão chamar alguém da produção se quiser escrever no papelzinho Eu leio aqui também e quem tá acompanhando a gente pelo YouTube só escrever a gente tá anotando também o que vocês estão escrevendo ali
no comentário e para começar a gente tem a presença hoje aqui do nosso curador o Simonete tá aqui com a gente ele vai fazer a primeira pergunta da noite então Simonete fica à vontade Pedro Parabéns pela palestra duas palavras me ocorrem para descrever a sua palestra a criatividade né assim um um turbilhão de de imagens de metáforas muito legais e uma generosidade né Você tem uma fala Generosa de não ficar polarizando tanto eh obrigado por este Tom ao falar da da tecnologia a minha pergunta eu vou pedir para você fazer um comentário incluindo os sonhos
os sonhos e a tecnologia né vou pedir para você me dizer se na experiência como analista desses últimos 10 anos se os sonhos dos pacientes T mudado por tanta tela por não essa seria vou dividir em duas essa é uma da tecnologia da tela e aproveitando a sua fala dos Remédios né a gente tem hoje muito bem documentado que quem toma antidepressivo sonha diferente né as pessoas que tom antidepressivo sonham mais e com um sonho que gente fala assim ah é um pesadelo F assim não não é um pesadelo é só esquisito né mas é
incômodo Então esse é um fenômeno que está fartamente documentado na Psiquiatria e aí eu olho para nós psicanalista e parece que a gente nem vê isso eu falo das duas coisas sou um psiquiatra sou um psicanalista então né Eh como psiquiatra tô acostumado com isso quando eu me dou conta que como analista Eu quase não penso nisso mas como assim se eu tô analisando o sonho de um paciente tomando do prosac Quem é que tá sonhando o prosac ou o inconsciente e queria que você falasse disso também do ponto de vista da teoria freudiana mesmo
da interpretação dos sonhos isso faz diferença não faz isso é só um resto de urno o que que é isso ok bom tentar responder a primeira sobre sonho sobre o sonhar inde na no ambiente tecnológico Não antes da questão do da da depressão né eu te diria o seguinte primeiro uma resposta genérica que não é do sonho propriamente dito mas vocês entend entenderão a relação né Às vezes eu recebo alunos na faculdade que eu dou aula e para quando eles é uma espécie de acolhimento que a gente faz uma conversa que não é terapia na
faculdade mas é uma conversa acolhimento e às vezes eu pergunto pro aluno 19 anos de idade a que que você sonha para você daqui 5 anos 10 anos sonhar no sentido do projeto de vida acordado mesmo né o cara olha para mim com senho franzido e fala como assim 5 10 anos tudo que eu quero saber se eu chego vivo na sexta-feira tá bom demais né que que que que eu quero dizer com isso cada um de nós vive hoje de novo um excesso de demanda um excesso de presença um excesso um excesso de stresse
Com perdão da redundância né que dificulta muito a capacidade de sonhar formular Desejos em Trabalhou muito em psicanálise em descobrir o desejo reprimido hoje esse não é o principal problema o principal problema é ter tempo para formular um desejo Ah o regime de excesso de demanda e estimulação é tamanho que bloqueia a capacidade de sonhar voltar a sonha ar é um projeto lembra nos anos 60 nós ti zões lembramos as pessoas tinham utopias né de de 20 anos para cá só tem distopia Utopia É eu tô na democracia eu quero socialismo eu tô no comunismo
eu quero democracia eu tô no se né e assim ia né a gente sonhava com o mundo o que que a gente sonha agora que o mundo acabe logo e eu e eu e mais cinco sobrem né a distopia dá para acabar logo não Ah então esse é um mundo muito triste em que a gente não sonha com um mundo melhor a gente sonha em sobreviver no no regime de sobrevivência não se sonha sonha-se muito pouco tudo que eu posso é sonhar com traumático o Sonhar Mais Além do princípio do Prazer do que Interpretação dos
Sonhos para quem tiver esse código de psicanálise né Mas então nós queremos sim restituir a capacidade de sonhar né não torcer o mundo o nariz pro mundo dizer sim pro mundo e voltar a sonhar né então eu tenho visto na idade na clínica apare nós não convidamos né Fale sobre sonhos a pessoa fal falará do que ela bem entender vindo sonhos Eles são muito bem-vindos também não é um conteúdo privilegiado que você conv ví analisando a falar mas tem Aparecido menos sonhos em geral eu diria na na minha lembrança Clínica né ah primeiro isso e
eu relacionaria de novo com esse regime de sobrevivência que mal nos deixa formular Son o desejo futuro né com relação ao antidepressivo a gente até trocou uma ideia sobre isso rapidamente eu não percebi eu simplesmente não percebi é claro que vários analisando os meus usam antidepressivos que tem havido uma uma alteração mas eu acho que eu posso te responder freudian m de todo jeito Digamos que você vai entender isso para você pisar o explico pessoal é como se fosse uma elaboração terciária né ah o sonho ele é o pro Freud né o sonho é uma
expressão deixa eu agora tomar cuidado para não me estender demais ah o nosso inconsciente não é o nosso passado a páis não tem o menor interesse pelo passado o inconsciente não é o passado o inconsciente é o que se recusa a passar o passado como o nome diz é o que passou o que tá no nosso inconsciente é o que tendo acontecido ficou engasgado travado parado e recusa-se a passar e recusando-se a passar repete insiste como sintoma e sonho o inconsciente não tá escondido em lugar nenhum tá ele grita cada cada gesto ansioso que eu
tenho aqui na frente tá cheio de bandeiras se vocês lerão ou não é com vocês né mas o inconsciente transpira literalmente no meu caso transpira a cada instante ele não está escondido não é preciso fazer o inconsciente aparecer ele berra é a sua questão é saber se você tá lendo ele ou não é capaz de lê-lo ou não né então neste sentido né o sonho é pro Freud um vazamento uma expressão simbólica alegórica das coisas do do daquilo que se recusa a passar do que está no seu inconsciente mas o inconsciente não aparece enquanto tal
se você teria um susto desgraçado se está no inconsciente você não banca não suporta então há um processo que o FR chama de elaboração trabalho aniro de deformação H um primeiro condensação deslocamento H um segundo figuração você fez a pergunta fora Diana tô indo no interação dos sonhos rigorosamente eu diria para vocês que a quando o paciente conta o sonho isso também é interpretação dos sonhos também não é o sonho que tá lá é uma lembrança pass o Fred fala Capítulo 7ete fala Exatamente isso ah mas eu não interpreto sonhos eu interpreto relatos de sonho
o sonho ficou para trás quando eu relato o meu sonho tá muito diferente do que eu vivi é uma outra elaboração e eu te sugeriria então que aí então é uma impressão minha mas a ser verificada tá realmente uma impressão minha né de que o conteúdo não tá no pros né que a droga não é cartucho de videogame o conteúdo não tá lá né O que o que eu proporia é que há um outro grau de elaboração uma outra modalidade de elaboração mas que o conteúdo ainda seria assim né remetido àqueles conteúdos primitivos da pessoa
elaborados Talvez no sonho estranho que você fala como no pesadelo né talvez insuficientemente elaborados E então perturbadores você mencionou quer dizer não chega a ser um pesadelo Mas é estranho né a essa estranheza t vez talvez sugira em termos fridan eu tô respondendo na linguagem que você me perguntou né a uma elaboração terciária uma elaboração patern ària ou uma má elaboração mas não no conteúdo eu sugeriria eu teria a ideia de que o conteúdo é daquele sujeito singular elaborado de outra forma mas o mataria na forma na elaboração e não no conteúdo a transformação por
hipótese apenas por hipótese eu não sei eu não sei é a resposta verdadeira e o por hipótese que eu te falei até aqui tá bom ok a gente vai trazer mais um psicanalista pra conversa uma pergunta gravada em vídeo do chistian dunker vamos usar ela meu querido Pedro desante aqui vai uma pergunta do seu amigo Cris que é mais ou menos assim vamos imaginar que antropólogos de um outro planeta che Aqui a terra daqui a uns 100 anos e tenam acesso a apenas um dia de tudo que acontece na internet que que você acha que
eles vão considerar assim o mais eh miraculoso antecipatório criativo melhor eh dessa fauna toda que a gente tem hoje e o que que eles vão considerar assim o pior erro o maior desvio aquilo que se a gente tivesse evitado a civilização daqui 100 anos seria realmente diferente Beijo abraço aperto de mão tá bom velho amigo Cristian né de Psicologia de décadas a gente se conhece por isso que ele foi tão amistoso assim também mas enfim E é claro ess futurologia é uma delícia a não tem nenhum compromisso em acertar né mas assim brincando com a
brincadeira dele né a o que que eu acho que que que o esse antropólogo 100 anos depois olhando pra gente eh diria de bom e de ruim eu diria que ele acharia acharia maravilhoso sou eu que acho naturalmente eu como ET né enquanto ET né o que eu acho é maravilhoso o acesso amplo quantas pessoas têm direito à voz direito à expressão não é só uma elitez inha que se expressa E é claro como Humberto Eco fala há 40 anos quantos idiotas ganharam voz na internet né Mesmo assim todo mundo tem direito à voz inclusive
Democracia é fogo né idiota também tem que ir para debate né ah democracia não é uma coisa coisa fácil é um exercício e tanto né mas é idiotas vão a debates né Ah enfim em todo caso que legal quanta gente tem direito à voz quanta gente se expressa quanta gente posta E cria é maravilhoso não é só uma Elzinha né que posta produz etc e tal e que que eu mais acho que é lamentável falei para vocês agora a pouco né O que é mais lamentável Imagino é que a gente deixou né as coesões simbólicas
serem diluídas a gente atacou muito a política durante 30 anos de Nova República lembra da nova república ah durante 30 anos de Nova República a gente malhou demais a política e os políticos né mais recentemente chegaram a malhar ciência né mais recentemente não tem ono não tem vacina isso isso é absolutamente criminoso né E isso dilui isso esgarça o tecido social a internet deixar todo mundo falar em pé de igualdade qualquer zé mané fala com a mesma voz que um cientista que passou 60 anos estudando né Essa é a contrapartida de todo mundo ter voz
né Nós perdemos a referência né e ao perder as referências nós esgarçando o tecido social virando um bando de indivíduos desamparados e assustados né então a pior coisa que a gente fez aí sim né é dentro dessa multidão de vozes não termos ainda criado critérios para dizer viva política viva ciência viva a ONU viva aquilo que faz a gente um né como planeta e como gente a gente tá deixando E aí se a gente puder reverter isso ia ser muito bom deixando isso ser diluído e de novo com isso indivíduos desamparados violentos agressivos agredidos traumatizados
né mas lembrei também ah rapidamente né quando o Christian perguntou de uma maravilhoso lembra do luí Fernando Veríssimo filho do errico Veríssimo fazia Crônicas de humor nos anos 80 a velinha de Taubaté e tal uma crônica do luí Fernando Veríssimo falava de um dia chega uma nave espacial a gente sempre achou que o ET vinha com uma tremenda tecnologia o fando Veríssimo com senso de humor maravilhoso que ele tem faz chegar uma nave de madeira e os TTS não conheciam a dobradiça eles empurram a porta a porta cai e aí a brincadeira do Veríssimo é
maravilhosa é que a gente tem muito mais tecnologia do que o ET a gente sempre fantasiou ao contrário né E aí ele fala a gente é da tecnologia o ET não sabe vai descobrir a roda ainda é um jeito da gente brincar com o nosso sentimento de sermos pouco e que o outro sabe muito mais do que a gente sempre né mas isso tá bom temos uma pergunta aqui do público da Nicole e ela te pergunta o que você diz sobre a nossa necessidade de preencher o vazio rel tá vamos lá ah é uma digamos
condição humana né a ISO é bem psicanalítico também nascermos Em desamparo né imagina a condição biológica do ser humano ao nascer em comparação com alguns outros primatas como o potrinho que cai da égua levanta bambo mas vai mamar né a o cachorro o gato nós primata a gente nasce muito prematuro em absoluto desamparo né e portanto numa numa condição inicial de absoluta dependência do outro né se não houver um outro humano não precisa ser a mãe biológica mas um outro humano pode ser a Tábua com todo mundo pode ser a irmã mais velha a pessoa
do Abrigo né que me acolhe o pai até o pai né né ah mas assim sem um outro humano né esse humano vai morrer isso coloca a gente desde o início numa condição relacional e de necessidade de existirmos ao óleo do outro é a primeira necessidade humana a gente existir porque pro bebê a gente po pode presumir Quando a mãe sai porta aa a mãe não existe mais ele ainda não tem a memória e a segurança de que mamãe foi mas se eu precisar volta a mãe saiu do campo visual ela não existe mais o
desamparo é gigantesco e a Adesão dessa criança o desespero da Criança em segurar o olhar do outro é é gigantesco o medo do do vazio é esse medo de des existir de não existir né de morrer em última instância ou que a gente Figure como sendo a morte né Nós somos seres relacionais a condição da gente beber coloca a gente muito primitivamente em Dependência de alguém essa dependência vai diminuir a gente vai internalizar objetos vai ter mais relações e tal mas a o o vazio né é esse medo da perda do Amor esse medo de
não existir pro outro Voltando à conectividade cada ve vez que você faz um post o desespero quem vai ver quantos vão curtir quem vai compartilhar Ah aquele amigo meu postou um textão não vou ler nem a pau mas eu vou curtir para ele saber que que era importante para mim ele fará o mesmo com o meu textão né a gente vai trocando reconhecimento né Nós somos dependentes Desse Olhar do outro nós somos referidos a esse outro imaginar isado como então quem vai curtir o meu post né A minha consciência Meu sug Deus a mamãe sei
lá o quê a gente projeta a gente se refere a um certo outro e se oferece a esse outro na expectativa primária de existirmos ao olhar do outro se você quiser Precisamos ser amados é dizer a mesma coisa de um outro jeito né mas eu preciso existir né a o vazio é uma não existência né eu oriento meus alunos de graduação de uma faculdade de primeira linha em São Paulo a todo o pessoal de limpeza né é terceirizado né eu falo a a caros alunos deem bom dia para cá cada uma dessas pessoas se possível
Chamas pelos nomes né porque elas estão ali como se fossem vassouras eletrônicas no meio da faculdade e é muito fácil esse moleque passar através jogando o lixinho do do lanche dele né aquelas pessoas são quase não pessoas e portanto vazio né então são pessoas Olha dá bom dia chama pelo nome né faça o outro existir né no seu olho no seu reconhecimento porque a gente precisa e não é contingente ai tem gente que depende dos outros né Pois é tem gente que toda a gente né onde tá seu outro pode estar dentro de você já
Como superg pode estar em Deus pode estar na mídia social mas a mídia social escancara pra gente essa nossa carência né esse medo do vazio primeira orientação para terminar quando o meu um chefe meu da faculdade me pediu em 2012 abre Facebook para acompanhar o movimento da moçada e a primeira dica é que me deram se você fizer um post em um bom tempo meia hora ninguém curtir tira o post um post Zerado é não existência né Ah então Olha só o poder da mídia social mexendo tão primitivamente com essa carência humana fundamental eu existir
Quem viu quem não viu compartilhou comentou né esse estado essa expectativa né sobre esse outro ou esses outros de quem eu busco reconhecimento e em nome de quem eu modelo a minha identidade digital minha identidade digital é uma no Linkedin é outra no Instagram é se eu tiver site de relacionamento Sei lá o qu aplicativo em cada aplicativo eu sou outra pessoa porque em cada um deles a resposta aos meus postes é diferente eu eu vou sa do condicionado Freud encontro Skinner o do behaviorismo o ambiente seleciona aquele Post meu não funcionou aquele funcionou vou
fazer mais daquele E aí eu vou formando identidades é assim que um eu se forma na oferecidas ao olhar desse outro específico de cada plataforma de mídia social que eu tenho Então por que a gente tem medo do vazio vazio que a gente figura como morte como não existência como desamparo e é horrível se sentir desamparado passivo não existente não sei se responde mas é que me ocorreu pegando um gancho da sua resposta Pedro tem uma pergunta que chegou aqui da Ana Lúcia a e a Ana Lúcia te pergunta se o uso do celular da
internet pode viciar como uma droga vicia cria dependência como as drogas tá então dependência vamos lá ah então lembra de uma coisa que é importante de novo voltando Freud agora um pouco Freud um pouco lacão um pouco winc são autores Geniais da psicanálise né a gente nasce dependente é por essa condição que eu acabei de dizer para vocês boa relação da questão né a gente nasce dependente do outro né e o processo de amadurecimento o inicot chama o Fred fala desenvolvimento inicot prefere amadurecimento é um ganho progressivo de autonomia eu nasço Totalmente Dependente vou ganhando
relativa autonomia até que ganhar relativ até pegar isso relativa autonomia Total não existe né Ela é o sonho do Narciso autonomia Total eu não preciso de ninguém ninguém precisa de mim a gente não tem isso a gente é relacional né mas T vindo de uma dependência Total a uma relativa autonomia tá joia tá bom demais né ah quando uma pessoa é dependente adulta de uma substância de um comportamento do celular de relacionamento tóxico do que quer que seja né particularmente eu não Considero que ela ficou dependente eu considero que ela permaneceu dependente dependente ela já
nasceu ela não adquiriu autonomia então nós temos condições de dizer que existem estímulos maior ou mais ou menos capazes de produzir dependência é claro que um smartphone é mais capaz de produzir dependência do que uma CPU de computador né para transportar que certa substância sei lá que que craque propicie mais dependência do que maconha que também pode produzir Mas é claro que em outra escala do craque que é instantâneo né ah que como é que chama aquele opioide que tá todo mundo querendo se livrar agora esqueci o nome me lembra se Mor não lembro mas
enfim tá Estados Unidos morrendo de opioide para todo lado né cria mais dependência do que o prosac do que o zoloft né então existem substâncias ou coisas que propiciam mais dependência do que outras mas tem do outro lado uma fragilidade psíquica né tira a dependência de droga de uma pessoa e o que vai aparecer a boa pessoa que ela era 10 Anos Antes não vai aparecer o sofrimento que ela tinha que a induzi a usar aquele fármaco como forma de segurar a onda da sua dor né Ah então nesse sentido a a as dependências são
feitas é claro por certos estímulos os bets tá na cara mas tá completamente na cara o estrago que já tá sendo e que tenderá a ser é completamente Óbvio e o quanto imposto isso gera não justifica o massacre de saúde mental que isso está sendo já né em todo caso Ah é claro que tem um potencial viciante mas sobre né alguém que do outro lado né quantas pessoas quantos de Nós bebemos o nosso vinhozinho e não ficamos alcolatras por isso né essa substância ou esse estímulo encontrará uma pessoa em certa condição psíquica na sua constituição
psíquica mais fragilizada para para se para permanecer dependente então de novo não está no celular O celular é um bom estímulo para quem tenha digamos essa condição de dependência mas ele não causa a dependência tá a dependência vai não é o celular é o uso que você faça se você usa e desus usa e desliga usa não depende você tá usando né a de novo na parce do Simonete para seu prazer para seu uso né E tá tudo certo né Você pode beber bastante na sua vida e não se tornar um alcoólatra né e e
não ter abstinência na falta do do do elemento aquilo caracteriza tanto a dependência que é a abstinência a dor né específica para não ter acesso àquilo né nesse sentido não está no celular tá na condição psíquica pré né De quem então entra em contato com aquilo e não tem teste alérgico é que nem álcool né ah esse cara tem predisposição não use perfume os outros nove no em 10 um em 10 esse tem predisposição não usa perfume os outros nove fiquem à vontade não tem esse teste antes é uma roleta russa e um para 10
que se ferra com droga a princípio é isso que se ferra feio com dose né 1 ter que se ferre com isso é muita gente para brincar de roleta russa se for você ou alguém que você ama tá Ah o celular ele é perigoso ele precisa ser bem usado não está nele não culpe o celular culpe a relação que a gente estabelece com ele é na relação que estabelece com ele que está dependência e não numa num atributo intrínseco a ele tá aproveitar sua resposta é uma outra pergunta que tem a ver também mais com
relação a ao conteúdo né o cáo dias que tá aqui com a gente presente fez a seguinte pergunta para você com a quantidade de telas informações disponíveis atualmente não estamos criando uma sociedade superficial em relação ao aprofundamento do conhecimento sim sim né e de novo a resposta um pouco volta aquela todas aqu o excesso de informação o excesso de telas tende a me deixar mais no plano né no super no superficial da tela Eu leio a chamada da notícia eu não leio a notícia eu vejo a notícia mas eu não vou atrás da base dela
se for do meu adversário eu pergunto se ele checou a fonte se for a minha Eu não checo a fonte não né então a princípio sim né mas de novo é através dessas muitas telas que eu posso fazer meu doutorado que eu posso abrir vários artigos bibliotecas do mundo inteiro né que eu posso ter vários meios de informação do mundo inteiro abertas né eu vou acabar repetindo nesse sentido né É claro que o excesso de estímulo me dá menos tempo para digerir esse estímulo menos condição de aprofundamento desse estímulo né eu preciso para eu poder
ter profundidade no que quer que seja eu preciso deter os estímulos né uso uma imagenzinha lembrei de uma imagem de uma conversa com uma prima minha quando estava terminando o meu mestrado em 95 na filosofia da USP né Um dia eu liguei para ela e aí prima que que você tá fazendo Ah terminando Eu Tava terminando o mestrado Ok eu perguntei para ela ah ela falou ah de tudo um pouco e você eu respondi de pouco um tudo né ah eu parei a vida para terminar o mestrado e esse de pouco com tudo significa consegui
dizer não paraas muitas telas Então agora eu vou ler esse livro agora eu vou fazer atividade física agora eu vou conversar agoraé então a gente precisa desenvolver de novo essa capacidade de termos um o que que é o que que é um eu né um eu é uma fronteira entre o dentro e o fora né e um sofrimento muito comum psíquico que chega muito ao nosso consultório São pessoas que não conseguem fazer essa Fronteira ter essa Fronteira né entre o dentro e o fora né vou fazer uma imagenzinha ver se ajuda Se não tomar muito
tempo ah jovens que chegam a mim então na faculdade no consultório e são pessoas cheias de interesses legais Ah eu estudo comunicação mas eu também podia fazer design e eu tenho a minha banda e eu faço kite em Fortaleza e eu faço cinema e não sei o que lá e eu coleciono tampinha de garrafa dos anos 70 pensei agora fantasia foi livre né pô que pessoa interessante quanta coisa legal ela faz só que então ele fala mas eu não consigo fazer nada por muito tempo eu faço dois semestres da graduação encho o saco faço outra
graduação aí eu quero tocar com a banda aí começa o namoro o namoro é mais importante né aí minha avó ficou doente aí o kite em Fortaleza o cara tem um monte de potenciais mas não realiza nenhum por quê Porque ele não é capaz de fazer uma coisa horrorosa que a gente odeia fazer e que o mundo onipotente da internet não ajuda a gente a fazer renunciar para eu fazer uma faculdade por 4 anos por 4 anos eu vou renunciar né a à banda ao cite a outra faculdade depois eu faço mas eu preciso dizer
não para muita coisa para eu namorar e casar a princípio na minha época era assim não sei ah eu precisava renunciar né Aos aplicativos aos lances as paqueras para fazer isso direito né ah eu preciso então renunciar ao tudo que você fizer bem feito né ah você vai ter que renunciar a outras coisas enquanto isso e ninguém quer renunciar a nada e de novo as muitas telas talvez estimulem a fantasia onipotente de que eu não preciso perder nada né de que eu não preciso me frustrar Então isso é a pessoa que não consegue dizer não
para coisa nenhuma não realiza coisa nenhuma fica tudo em potencial e essa pessoa então tem uma dificuldade fronteiriça ela não tem eu há quem chame de borderline a borderline significou nos anos 40 o limite entre Psicose e neurose nós chamamos hoje a mesma pessoa de borderline mas a invés de ser limite Psicose neurose é um problema que tem uma pessoa que tem questões na sua borda um problema na sua borda na sua linha de borda onde eu começo onde o outro termina né E essa Fronteira né não estabelecida não me deixa efetivar a realização alguma
na vida né então de novo as muitas telas dificultam eu sou distraído o tempo todo eu brinquei com vocês no começo mas não tô brincando muito né todo mundo há poucos há poucos anos diam a maior parte dos Adolescentes americanos TM DDA né se todo mundo tem uma doença não chama mais doença chama Norma para começar né já é o normal estatístico né todo mundo tem DDA é uma doença genética você cria seu filho com cinco telas vou fazer uma pequena confissão para você as minhas filhas cresceram vendo o Baby Einstein né O Mozart as
cores a música Era uma espécie de babá eletrônica né eventualmente era isso também mas Chei de estimulação aí essa criança que nasce e cresce com telas não aguenta ficar 15 minutos na aula eu falo tá doente tem DDA Que sacanagem né Ah então ela é muito produzida a multiplicidade das Telas dificulta muito a minha concentração a minha capacidade de me deter em uma tela só aí você tem de novo o jogo do do estímulo com o jogo da condição psíquica interna anterior da pessoa e nesse encontro o que que vai acontecer Tá mas então as
muitas telas podem ser acesso à diversidade agora é a hora de pesquisar eu quero 20 livros abertos agora é hora de escrever eu quero todos fechados Então se a gente pode fazer os dois movimentos maravilha se as 20 telas me dispersam me diluem me confundem eu fico afogado e não produzo nada do que eu tenho que produzir né agora eu tenho um problema de limite não a tela eu tenho um problema para dizer não tá como eu falei no YouTube do Café Filosófico você encontra mais de 20 anos do Acervo a gente vai pegar um
trecho de um Café Filosófico até recente né na verdade que quando quando começou a pandemia a gente começou a gravar não mais aqui então eu gravava da minha casa e os palestrantes de suas respectivas casas Essa é uma das primeiras palestras que a gente fez justamente no primeiro ano da pandemia com a e tem um trechinho de uma palestra dela para você comentar no futuro a gente sabe que quanto mais a gente tiver competências humanas porque as máquinas vão automatizando e A Última Fronteira é são as competências humanas tanto que filosofia devia ser matéria básica
e re estudada Porque ela passou que nem falei da da do pensamento de direcionamento de futuro pro dia a dia da máquina o carro autônomo ele tem que decidir se ele faz isso ou aquilo de forma ética tem tem que passar P dia a dia então tudo que tem a ver com humanidades é fundamental para que a gente continue navegando para um futuro que seja humano que não seja só de máquinas que a gente não se robotize nesse caminho a gente tem de se misturar com elas qual é o grande problema que aí vem a
segunda pergunta que eu acho que é se as redes não estão eh afetando esse nosso eh discernimento Sim estão E aí a gente precisa de disciplina para ter aquele pensamento crítico e não é só pensamento crítico gente é avaliar o que que te faz bem o que que te faz mal e tem hora que eu brinco que assim tudo que a gente faz tem que fazer por um motivo né tem que ter uma razão por detrás seja o que for cada atitude no dia a dia muito bom então muita coisa importante aqui a primeira e
em 2018 né eu tive também com a faculdade que eu dou aula que é ESPM né ah numa visita de um pessoal de pós-graduação onde eu dava aula e fazia um pós-doc também lá na faculdade uma visita por alguns países da Europa para para trabalhar a gente chamava não falava tanto inteligência artificial no dia a dia falava mais Big Data né a usos mais variados de Big Data né E é claro a pergunta que todo mundo faz sobretudo quem tem filho quais são as profissões que existirão em 1 ano 5 anos 10 anos que que
vai ficar né ah inúmeros advogados usam para fazer seus processos aí a né inúmeros relatórios são feitos assim decisões médicas o Alfredo falou também que T sido feitas assim né que que deve ficar ninguém sabe é a resposta no entanto Há uma grande possibilidade de que sejam os extremos no extremo é claro o a ti né a técnica que vai produzir né Essa essa inteligência e essa máquina e na outra ponta talvez pode ser vaidade da minha parte ciências humanas lá onde a gente é subjetivo lá onde a gente é uma vez mais poético criativo
inusitado e a gente erra né tem o incrível privilégio de errar né e ter atos falhos inclusive né lá aonde o humano se coloca como ela bem colocou lá onde a a competência especificamente humana que é Errar tá bom né que é criar que é criar que é se perder nesse espaço eu não acho que vai faltar o que fazer e aí esse propósito aliás como todos vocês sabem também né da pandemia para cá já queela Mania foi gravado na pandemia né o cuidado com saúde mental aumentou brutalmente meu consultório dobrou de 2020 para cá
né quando entrou dia 23 de Fevereiro de 2020 eu falei ok Fali né vou ter minhas aulas pela internet mas o cons consultório vai pro espaço eu não atendia ninguém online só um paciente em crise em viagem acabou o meu consultório para minha felicidade né profissional e pessoal não só não acabou como dobrou tá então num ambiente muito tecnológico né ele também gera Essa é a pequena ironia quando psicólogos vão bem É porque as pessoas não vão né é uma pequena ironia do nosso mercado Desculpa aí qualquer coisa em todo caso é se a gente
vai bem é que as coisas tão feia né ah mas estão né e em estando feia né Eu já li também a artigos completamente me parecem totalmente tolos de fazer análise com inteligência artificial né não é completamente tolo né porque é isso a gente tem consciente a gente tem contra transferência e é nessa dinâmica relacional que acontece um psicanalista não é um intérprete de sonhos isso a a maquininha faz a o um analista é alguém que se relaciona né ah num princípio de presença de atenção de escuta de cuidado né a e parece pouco provável
né ah que isso exista os filmes falam isso aquele filme maravilhoso her que tem Joaquim Phoenix que se apaixona pela voz da Scarlet johanson uma voz deliciosa mesmo né e ele se apaixona pela Inteligência Artificial mas ela cresce tanto que vai embora é um filme lindíssimo vejam esse filme né mas ela não é uma pessoa ela é uma máquina que segue aprendendo até o humano ficar para trás ela vai namorar com as estrelas né Ah então eu diria que também exercício gratuito de futurologia a as coisas a preparação da tecnologia requer mão de obra né
a o Humano o sensível a ação ah esse per pena do lugar talvez muitos miolos desapareçam miolos que são os excis da vida isso a máquina fará pra gente Ainda bem né Ah E aí então a segunda coisa que ela fala importantíssima eu acho que eu também havia falado a respeito né é a necessidade de ter critério criar construir coletivamente critérios de qualidade dessa informação Qual é a fonte que você usa esse cara que vai falar sobre que é coach de novo eles né ah esse cara esse Coach é o quem alguém que não quis
fazer psicologia que ninguém tá empregando direito então cuidado esse cara vai falar sobre um assunto com uma grande autoridade Qual é a fonte que você ouve no seu Twitter Qual é a fonte que você ouve no seu Instagram a quem você tá atribuindo autoridade sobre certo assunto então volto aquele meu tema a necessidade coletiva social de reconstruirmos um laço né um laço que tem a ver de novo insisto política boca cheia política Polis viver junto na cidade né ciência conhecimento compartilhado comprovado mas sobretudo compartilhado né a necessidade de criar critérios balizas coletivamente compartilhadas para eu
poder separar direitinho o joio do trigo né sem isso a gente fica mcer dos especialistas que nunca estudaram Nada fizeram um cursinho de 3 anos pela internet e saem atendendo isso acontece tá faz um cursinho de 3 anos pela internet sai atendendo gente com o psicólogo né então é preciso né buscar e criar referência ou reconstruir referências insisto coletivas né sociais o Luciano Costa um psicanalista que tá aqui também com a gente acompanhando ele fala que num lançamento de um livro seu você citou que nós temos uma relação incestuosa com os livros e a pergunta
é se você poderia discorrer sobre e qual a relação com o tão atual gozai por nós rapaz eu não lembro ter dito isso não mas se você fala que eu falei eu acredito Ah eu falei isso que legal ah Ah olha eu acho que eu já tive mais a minha adolescência inteira boa parte da uma relação incestuosa com os livros eu vou precisar o que mesmo eu quis dizer com isso porque eu realmente não lembro mas Possivelmente tô tô pensando sobre a sua frase não sobre minha intenção porque eu não lembro de ter dito né
a o a a importância absolutamente Vital na minha formação né do livro né O que que é ter acesso ao mundo o que que é transcender a sua vizinhança o que era ir a uma biblioteca e descobrir e pegar lá o que será esse Guimarães aqui né então descobrir quem que é esse Guimarães aqui né quem que é esse Machado aqui né o como o livro né como eu falei para vocês há pouco né constitui o nosso mundo interno né Graças à leitura né cria-se o mundo cria-se um repertório viaja-se né a gente pode viajar
pegando o avião e é maravilhoso mas eu posso viajar eu lembre 12 anos lendo a coleção inteira do Tarzan do Edgar Wi burrows né o quanto eu viajei o quanto eu aprendi com isso né O que que é uma vida empobrecida sem esse incesto uma cena de filme que eu gosto muito de usar para falar de uma subjetividade que é superficial sem mundo interno né ah conversa com unicot também vocês lembram de um filme certamente lembram de 99 Clube da Luta David fincher né O filme é incrivelmente horrivelmente atual né E numa cena a personagem
do eduward Norton que a princípio não tem nome depois você descobre Qual é mas não vamos estragar o filme né ele só consegue sentir algo ele é um cara completamente contemporâneo e vazio não sente nada ele só sente algo quando ele vai em grupos de apoio de pessoas com doenças terminais ele finge ter a doença terminal depõe também e a comoção das pessoas que estão à beira da morte fazem ele se emocionar ele só consegue se emocionar assim né ele fica viciado nisso um dia ele tá em uma uma psicóloga propõe um relaxamento né E
nesse relaxamento ela propõe ela baixa a luz faz uma meditação respira vá pro seu mundo interno procure sua caverna interior dentro do sua caverna interior procure seu animal interior ela ela quer conectar você com o seu mundo interno bonitinho caverna interior animal interior para onde vai Edward Norton o ator a caverna interior dele é uma geleira o animal interior dele é um pinguim de game que fala slide e sai correndo né mundo interno geleira animal interno pinguim de game não tá bom ficar lá dentro não dá para ficar sozinho né então se eu tive uma
relação incestuosa com Livres Tá bom eu admito que eu possa ter tido essa relação também me fez né fez com que e como faz com cada um de nós crie um espaço interno para onde eu Onde eu posso me refugiar quando a aula tá chata quando o trânsito tá chato quando o meu pedal na atividade física né Tá exaustivo eu tenho para onde ir eu vou pro meu mundo interno esse mundo interno é minha fantasia eu me entretenho comigo que nem o Hamlet faz há 400 anos monologa e muda de ideia não é um monólogo
para reiterar o que já sabe é um monólogo para pensar e se transformar né Ah então se o incesto Talvez seja uma confissão de incesto materno alguma coisa assim né a gente nasce nesse incesto nessa fusão mas dessa fusão a gente pode também Advir né graças ao livro eu posso nós podemos virar um tipo de sujeito né e é Com muito gosto que eu vejo de novo as minhas filhas elas odeiam que eu fale sobre elas em aula perdão ah Duas né em todo caso é eu vejo com muita felicidade minhas filhas que adoram internet
adoram série estão muito conectadas aprendendo a ler se interessando primeiro Verê o filme depois lê o livro depois lê o livro em inglês né e vai e vão vão criando num mundo conectado vão virando sujeitos Também na medida em que tenham talvez o seu flert seu romance seu incesto com livros e graças a isso também possam construir essa riqueza interna que me permita me desconectar de vez em quando que eu tenha para onde ir né Não sei se foi sobre isso que eu falei no tal do incesto com um livro mas eu sei lá né
Ah que que eu quis dizer então né O João mazucato ele diz que você comentou em uma resposta a relação entre o desamparo a dependência do outro e a subjetividade a tecnologia mantém isso mas inserindo volume e velocidade é a necessidade de se validar para muita gente e é muito efêmero e a pergunta que ele te faz é como isso impacta a subjetividade Então ess essa é a questão que a gente tá falando um pouquinho sobre isso a questão é se conforme o volume de tela e demanda se isso permita que se forme uma a
pergunta realmente é dá para formar uma com tanta presença do lado de fora né então de fato é isso que que a gente tá perguntando se num excesso de presença em presenças constantes eu não vou constituindo minha autonomia eu não vou ganhando Independência e eu me eu permaneço Então como alguém que num certo sentido não tem uma subjetividade própria né É esse o risco especificamente esse o risco né ah uma coisa legal que também tem colocada nessa pergunta é a ideia do efêmero né tudo que a gente posta Isso é muito difícil de lidar também
no mundo conectado tudo que eu posto é EF e eterno ao mesmo tempo que que significa isso é claro que um poste tá velho em uma hora mas é claro que alguém pode ter fotografado o seu dado um print do seu post então aquele videozinho que vazou constrangedor seu ou de alguém que você conhece tira rol tirou logo mas nesse intervalo alguém pode ter salvo a fotografia que você tira aqui n eu tô com meu meu iPad aqui né ela tá na nuvem portanto já não é mais sua não confio grande coisa na privacidade desses
dados não né então há esse caráter absolutamente delicado né a da eternidade do que tá postado uma vez que printado pode ser né e da efemeridade do outro lado quando se procura emprego hoje vocês sabem disso o seu eventual futuro patrão vai olhar sua mídia social que que você tem postado Ah mas é É privacidade não mas é a pessoa que você é o cara vai direto nas suas mídias sociais vê que tipo de coisa você tem impostado lá para trás né então de novo é outro aprendizado que nós continuamos precisando fazer o meu PST
é eterno e efêmero concomitantemente ele tá velho pré efeito de ninguém mais vai ver já passou lá para trás mas o print foi dado já era né E essa relação a gente também não aprendeu ainda a ter né no Império do efêmero como a pergunta coloca né na na existência do do desse efêmero sem consistência dificilmente se constituirá uma subjetividade você vai ter alguém que permanece dependente né E que se cortar a conexão despenca né não consegue ficar Não realmente entra em desespero né ah V vê se isso ajuda a entender também né nessa subjetividade
que a gente chama de moderna contemporânea neurótica eventualmente o Freud inventou o tal do Divan né derivado do trabalho dele com hipnose ele largou a hipnose mas usou o Divan pra pessoa relaxar e não manter controle visual sobre você o tempo todo porque você se expressa isso pode constranger a liberdade associativa do analisando então o analisando não olha paraa sua cara fica no Divan E aí ele pode então viajar sem ficar e você também analista não tem que controlar sua cara o tempo todo que é muito chato né mas assim enfim também cara de conteúdo
no Zoom é né cara de analista a sessão inteira É chato né e o cara pode se entregar a associação dele no Divan né e assim funcionava também essa para isso servia Mas quem aguenta o Divan quem aguenta o Divan é quem aguenta estar sozinho porque eu tô sem controle Então existe um contingente de pessoas que suporta o quando tá no Divan pergunta que que esse cara quer que eu fale fala só hoje vai me dar um mote aí depois eu continuo o analista faz faz cara de analista e não fala nada é para você
preencher o espaço com o que você fantasiar que o analista quer que você diga E aí você expressará seu mundo interno su subjetividade tem muitas pessoas contemporaneamente que não suportam o Divan se não tiverem controle visual sobre o analista morrem de desespero viram geleia no Divan então no meu consultório Ten o Divan e tem potron Porque dependendo da Constituição psíquica da pessoa ela tolerará a frustração de não ter controle visual sobre mim ou simplesmente não vai ter mundo interno tal que lhe dê estofo para estar sozinha nessa dimensão da sessão essa é a pessoa então
que não construiu a sua fantasia seu mundo interno que não pode estar sozinha como eu tenho repetido e que precisa e esse cara não é bom atender online não né esse cara precisa de presença então meu consultório hoje está dividido metade metade presencial online por 1 motivos dá para atender online alguns tipos de Sofrimento Sofrimentos mais Agudos mais profundos mais frágeis requerem corpo presença olhar calor né precisam mesmo de um tipo de acolhimento mais físico não que eu vou abraçar o cara necessariamente mas que eu estarei lá e ele ele perceberá a presença então eu
eu entendo que nessas condições psíquicas algo muito importante de um estofo psíquico de um lastro psíquico de uma profundidade psíquica não pode se se realizar e possivelmente o excesso de telas não ajudará mesmo a que isso se constitua daí a ideia de aprender a usar quando a criança pode passar a usar quanto tempo pode eu também não sei ninguém sabe de novo não dá para deixar largado não dá para impedir né mas no meio do caminho a gente vai tendo que aprender como usar para que esses meios sejam meios de acesso e constituição e não
sejam objetos de dependência e defesa exclusivamente tá Pedro a gente já teve perguntas aqui em papel perguntas que as pessoas eh Simonete fez a pergunta ali né teve perguntas também que vem pelo YouTube o chistian dunker participou a teve também a participação da Marta agora a tem uma participação especial de uma inteligência artificial que a gente colocou a sua palestra para ser ouvida nessa primeira hora e pediu para ela te fazer uma pergunta com base no seu nessa primeira explanação sua aqui tadinho e a gente vai ouvir agora o que que ela tem a dizer
o que que ela tem a te perguntar tá pois não então vamos ouvir o áudio qual o risco de trocar um ambiente de carência por um de excesso principalmente no que se refere à construção da subjetividade e da dependência tecnológica a moça é boa a moça é Ah legal ah muito interessante a pergunta dela porque ela na realidade a ela me ouviu direitinho né Eh né Que que isso quer dizer né a o registro Vamos tentar falar isso de uma outra forma mais qualificada Mas é isso mesmo que eu achei Ah quando a psicanálise apareceu
120 pouquinhos anos atrás classicamente 1900 né ah o grande modo do sofrimento que chegou ao consultório do Freud e que ele foi capaz de ouvir e expandir para outras formas era um discurso sobre faltas né sobre frustrações e faltas né carências como bem bem disse né a voz carências e faltas e uma insuficiência do amor do outro uma insuficiência minha mesmo a o discurso do Desejo do Freud lembra muito o discurso do Platão é um discurso do desejo como falta nessa tradição Freud e Lacan trabalharam muito bem derivados lá atrás do do Platão a gente
deseja o que a gente não tem Leiam o banquete do Platão muita coisa essencial já estava lá né e o discurso da neurose é o discurso da falta né E as psicopatologias que emergiram então elas eram da falta a histeria a neurose obsessiva a fobia né dos anos 40 e 50 do século XX para cá todo mundo da área PSI começa a receber no consultório cada vez mais outras formas de Sofrimento a neurose tá lá a falta tá lá existem estéricos de carteirinha OBS de carteirinha existem né mas as formas de Sofrimento que procuram pela
gente são Sofrimentos do excesso né a dependência né a psicopatia né o borderline né a a a nossa mente Ela É histórica né né o sof o histérico é histórico também a nossa mente sofre a ação do tempo e reage e tem formas de ser feliz e sofrer e adoecer em contextos culturais variados a nossa mente não é uma substância fixa né que sofre do mesmo jeito adoece do mesmo jeito né mesmo guardando o enorme respeito pelo Hipócrates aquele cara pai da Medicina é sensacional as descrições dele de histeria e de melancolia são de cair
o queixo hoje n a gente consegue atravessar reconhecimento de Sofrimento ao longo do tempo mas certamente formas diferentes de Cultura proporcionam formas diferentes de ser feliz e sofrer os Sofrimentos de 100 anos atrás eram mais da família da falta né os Sofrimentos que chegam a consultório hoje dos nossos filhos são mais da natureza do excesso a compulsão a adição a dependência a psicopatia né e assim por diante né então assim a gente vive aquilo que eu falei para vocês Talvez nós como pais né buscando reparar a a os poucos presentes que ganhávamos como classe média
no meu caso nos anos 70 né quando eu tava ali virando criança gente nesse afã de reparar as nossas faltas propicie para os nossos filhos um ambiente de excesso de acesso a excesso de acesso pode ser também obturante da percepção pode obturar a minha possibilidade de sentir sabor de coisas valorizar coisas né me lembro de uma analista não sei se foi não Talvez não tenha sido a dela a dela Julieta alguém dessa turma que dizia acho que ajuda a entender também eu começo a encerrar no excesso aqui né ah uma vez a quem até de
criança trabalha com ludoterapia a linguagem da Criança é o brincar não é tão articulada quanto a nossa verbal do Adolescente pra frente atende-se criança numa Técnica do Brincar e através do brincar constrói-se significação sentido interpretação né Um dia chega uma criança de classe média alta num consultório de lut terapia que tem então brinquedos bem definidos tabuleiros e não definidos Legos massinha te pintar né chega a criança no consultório sei lá que idade 8 10 anos fala no meu quarto tem muito mais brinquedo do que aqui né ah o terapeuta respirou fundo né Não fez o
que pensou em fazer e o que eu pensaria também né mas disse Para que Ah é E você brinca do quê vai falar nada tá tudo na caixa e esse terapeuta Então conta o seguinte sabe o que nós vamos fazer a cada sessão Você vai trazer um brinquedo da sua casa a gente vai abrir junto e vai brincar junto ah 20 brinquedos é igual a nenhum brinquedo 20 brinquedos é uma massa indiscriminada na sua frente que não lhe permite significar se apropria de nada então de novo o excesso do estímulo me impede o desfrute para
eu acho que vou encerrar com isso acho que vai ficar bonitinho ass encerrar lembram de um dos mais lindos livros do maravilhoso José Saramago né H um livro dele chamado Ensaio Sobre a Cegueira virou filme do Fernando meirel Se não me engano um filme belíssimo também né a a cegueira desse livro Ensaio Sobre a Cegueira não sei se vocês chegaram a prestar atenção nisso é uma cegueira branca não é que a pessoa não vê e fica tudo preto ela vê tudo branco e o que que é o branco o branco é a soma do espectro
luminoso eu fico cego porque eu vejo demais porque tem estímulo demais porque eu sou provocado demais estimulado excitado demais né isso forma uma massa que são os posts os os posts do Instagram os posts do Twitter os postes não sei o que lá que né isso vira uma cegueira branca é tanta excitação é tanta informação é tanto estímulo que eu não discrimino mais nada né todo o trabalho então a a a nossa inteligên oral tinha toda a razão né as patologias da falta seguem existindo mas os consultórios da gente e as telas TM muito a
ver com isso com toda a certeza tem se sobrecarregados das patologias do excesso da cegueira branca do tédio o tédio do divertidamente dois né É tanta coisa que eu tenho que nada mais tem sabor é um excesso de excesso é uma falta de falta né É nas diferenças e nas faltas e nas possibilidades é nas diferenças que os sabores poderão ser sentidos né numa massa de telas numa massa de informação eu perderei a discriminação e eu vou ficar hipnotizado rodando vídeo rzinho do instagram a madrugada inteira né ah e nada tirarei de muito útil disso
né Isso vai me impedir de performar acordado direito na manhã seguinte então de novo não tá na tecnologia tá no humano tá no uso que a gente possa aprender a fazer da maravilhosa tecnologia se a gente usar errado a gente se perde nela voltando pro William Powell né você é capaz de desconectar você sabe usar a tecnologia Se você não puder desconectar você é um escravo dela ok isso a Mariana ela tá aqui também presente hoje na na palestra aqui em Campinas ela diz assim que é possível manter a qualidade de de uma na verdade
te pergunta né se é possível manter a qualidade de uma formação de profissionais que vão atuar no mundo real por uma modalidade 100% online considerando a câmera que pode ser fechada a qualquer momento e a formação embasada em leituras embasadas em posts e vídeos que T invadido Inclusive a formação presencial então lembra eu propus ao longo da minha fala no comecinho dela que a gente retire a radicalidade da separação entre real e virtual né eu não separo um real e virtual né Eu acho que é perfeitamente sim eu atendo online eu falei para vocês eu
sou atendido é a minha quarta análise na vida Possivelmente essa pela primeira vez eu faço online né A minha anlise é do Rio de Janeiro eu havio num lançamento de livro Uma vez né Isso não é irreal isso é real há vínculo há transformação eu tô quro anos desse processo é um processo tão rico de análise quanto os meus anteriores então ser online não faz ser irreal o que faz ser irreal é a falta de qualidade a superficialidade que pode haver nessa formação né a o atendimento online traz uma coisa muito curiosa né uma perda
grande que acontece né o cara perde o ritual sair de casa ir pensando o que que vai dizer hoje depois fala tudo diferente é claro na sessão mas foi pensando no queer dizer volta para casa pensando no que falou né Agora eu tô em reunião hora da sessão sai da reunião entra na sessão né Isso é muito ruim eu não tenho um timing né de internamente me preparar para São levar uns mais leva mais minutos para pessoa entrar na sessão Porque ela tava em reunião com o chefe e quando sair da aná vai voltar pra
reunião com o chefe né E é claro que isso não é bom mas sabe o que que eu vejo lá eu vejo a janelinha do zoom ou do meetings ou do iPhone ou sei lá do qu do FaceTime e eu vejo o quadro atrás daquela pessoa eu vejo o gato dela passando pela cabeça dela e eu ouço a a o interfone tocando como o meu Toca De vez em quando também né E curiosamente essa pessoa tem então uma moldura essa pessoa tem então o ela no contexto dela né eu não diria que eu prefiro atender
online mas eu diria que Como tudo tem ganhos e perdas e ver essa pessoa na em seu ambiente abraçada pela sua parede pela sua mesa pelo seu quadro pelo seu Pet né me diz algo sobre ela também tá Ah então eu pessoalmente não considero uma radicalidade do real para o virtual mas eu sei da qualidade que pode ter uma aula virtual e a pouquíssima qualidade que ela pode ter eu se da qualidade que uma aula presencial pode ter e que ela também pode ter né De novo não tá no virtual tá na densidade na profundidade
na intensidade que você possa dar para essa experiência né a relação humana pode estar lá na janelinha que ora abre ora fecha né numa sala de aula né um aberto outro fecha na hora que tá mais interessante abre tá menos interessante fecha você vai percebendo essa dinâmica toda isso tudo é gente isso tudo é subjetividade em Ação né isso também é comunicação né E então você lida com essa comunicação tal como como ela vem você trabalha com o real ou como ele se apresenta você não cobra do real que ele vá até você você abre
a sua escuta e escuta o que o que puder daquilo que vem até você você diz sim para o que se apresenta não cobra que ele venha até você a Dani pagoto faz a seguinte pergunta para você quando o senhor fala das Gerações e diferenças entre elas não estaria a escola de hoje adotando os mesmos modelos de nossos pais o que fazer diante desse cenário Não de jeito nenhum aí primeiro discordo desse negócio Ah dessa ideia de que quando eu fazia escola Ah de novo eu sou um velhinho de 58 anos né ah mas só
para dizer para vocês quer dizer e no no no quando eu cresci enquanto jovem e criança né a gente vivia um ambiente de ditadura ou saind da ditadura eu passei alguns anos eu não acho isso bonito tenho certeza né cantando hino toda manhã e levantando a bandeirinha e vivo mic tá Ah eu não sabia em 72 Quem era hoje eu sei né então a escola da Desculpa quem é adoral méd Ah e todo caso é ah naquela época as escolas tinham que ser e eram alternativas então lá em São Paulo o Santa Cruz o Verinha
o gracinha a escola da vila a escola viva né eram escolas alternativas isso era necessário como uma espécie de compensação para um ambiente enrijecido né ah como era aquele no nosso ambiente de falta de referências de multiplicação ou pulverização de todas essas mesmas escolas que eu nomeei são excelentes escolas São Paulo são muito mais estruturantes hoje tem muito mais regra tem muito mais limite no mundo que tá totalmente solto a escola também faz o seu Advogado do Diabo como fazia então só que a função então era ser mais libertária a função hoje talvez seja ser
mais estruturante porque tá dialogando com o ambiente né e eventualmente compensando o ambiente então eu não acho que a escola faça hoje o que fez não eu vejo muitas escolas com linguagens muito contemporâneas sabendo usar arte sabendo usar a internet inclusive né para produzir cultura produzir conhecimento eu não concordaria até onde eu entendo até onde eu acompanho Eu tenho um espectro é clar minha amostra não é muito grande que as escolas fazem como sempre fizeram né as escolas que tentam fazer como sempre fizeram elas pararão de ouvir seus alunos quem quiser ser super então Eh
formal no seu quem quiser ser conteudista vai dançar o mundo da gente não não admite um conteudismo o mundo da gente e só admite aprender a aprender admitindo a a a fugacidade de tudo que acontece tudo que a gente tem que aprender é continuar aprendendo o aprendizado de decoreba de conteúdo não tem mais o menor lugar nunca teve Possivelmente mas certamente não tem hoje né O que a gente aprende o que a gente ensina o que as melhores escolas e faculdades fazem hoje é aprenda a aprender porque o mundo não vai est parado em momento
nenhum né Ah e eu eu tenho visto isso predominantemente pelo menos no ambiente iente onde eu onde eu circulo mais não sei se é geral tá Pedro a gente chegou ao fim do Café Filosófico de hoje mas eu não vou terminar aqui antes de te passar a palavra caso você queira fazer um encerramento da noite fica à vontade bom gente Muitíssimo obrigado né Ah obrigado pela atenção pela paciência etc e tal né aí bom é um prazer poder estar aqui com vocês também eu gosto muito de falar como vocês percebem mas a parte mais legal
é a interlocução Então realmente Obrigado pelas perguntas muito interessantes muito ricas espero que vocês continuem acompanhando a série A Série tá muito interessante o o Alfredo fez uma fez uma uma série de pra gente pensar na nossa vida juntos contemporâneas esses juntos que eu tô convocando então uma vez mais obrigado a você CPFL ao café pela honra de fazer parte agora tem um pedacinho meu também no Café Filosófico é de verdade uma honra obrigado a vocês e boa noite para todos até mais [Aplausos] Pedro vou te agradecer agradecer também todo mundo que participou hoje aqui
que veio presencialmente quem tava no YouTube agradecia a inteligência artificial também né pela pergunta e já vou fazer um convite para vocês a inteligência artificial já garantiu que na semana que vem ela estará presente espero que vocês também estejam e também quem tá acompanhando a gente pelo YouTube para acompanhar a sequência desse desse módulo semana que vem a gente vai receber a psicóloga Tatiana Paranagua o tema like ou delete o o amor pode ser virtual é a pergunta do tema da próxima semana e um recado para quem tá aqui em Campinas acabando aqui vocês fiquem
à vontade para tirar foto no cenário com o nosso palestrante marcar a gente nas redes sociais O Café Filosófico underline CPFL e nos vemos semana que vem Obrigadão domingo quando a gente pensa na construção do desejo é algo que não está fechado em si as coisas que compõem a nossa sociedade Vão marcar também as formas as cores os tipos de a gente a construção do amor e do desejo nas relações interraciais são desejos e amores e emoções que são legítimos mas na mesma relação a gente tem um componente de antagonismo que é o componente do
racismo filosófico domingo 7 da noite [Música] k n [Música]