Será que você que ama um cafezinho é viciado em café? Que ama aquele cheiro, e tem aquela vontade de tomar um cafézinho depois do almoço. No vídeo de hoje, você vai finalmente entender se cafeína vicia.
Por que algumas pessoas sentem um desejo quase incontrolável de tomar café todos os dias e quando não tomam, ficam irritadas, com dor de cabeça e com um sono mais forte que o normal? Será que a falta de café está causando uma abstinência igual a de quem usa drogas? Lucrécio é um rapaz jovem que está entre os 97% de brasileiros que consomem café regularmente.
Todos os dias, ele toma pelo menos quatro xícaras. Mas esse amor pelo cafezinho se tornou um verdadeiro incômodo em uma viagem de fim de semana. Dirigindo na estrada, Lucrécio se lembrou que por causa da correria pra sair, não tinha tomado seu cafezinho naquela manhã.
Fazia quase 1 dia que seu corpo estava sem a cafeína, a principal substância psicoativa presente no café. Irritado e com uma dor de cabeça terrível, Lucrécio acelerou o mais rápido que pôde para chegar na próxima parada e só foi melhorar quando finalmente parou e bebeu uma xícara de café. Me conta aí quantas xícaras de café você toma por dia e se você já passou por algo parecido quando ficou sem café.
Pra entender se o que o Lucrécio teve foi uma síndrome de abstinência e se ele estava viciado em café, nós precisamos entender como a cafeína muda o seu cérebro. A fonte dos efeitos estimulantes do café é a cafeína. Ela age diretamente no cérebro inibindo a adenosina, a molécula do cansaço.
A adenosina é produzida enquanto estamos acordados e se liga em receptores nos neurônios. Essa ligação diz pros neurônios diminuírem a atividade, o que gera sonolência e cansaço. Aí entra a cafeína.
Ela é muito parecida com a adenosina, mas não consegue gera a resposta de sonolência. Ao se ligar exatamente nos receptores que eram pra adenosina, a cafeína impede que a adenosina faça sua função de deixar os neurônios mais lentos. Impedindo a ligação da adenosina, a cafeína impede o cansaço.
Ela gera a sensação de energia, foco e concentração que Lucrécio experimentava todos os dias, cerca de 15 minutos depois de ter tomado café. Lucrécio sempre foi de tomar uma xícara de café ao acordar, pra se sentir disposto. Mas depois que começou a trabalhar no escritório passou a tomar outra xícara depois do almoço, pra matar aquela lombeira.
Quem aí se identifica? Nos primeiros meses, aquela dose extra de cafeína dava um gás incrível pra aguentar até o fim da tarde. Só que depois de um tempo, o café parou de funcionar.
Nem mesmo a primeira xícara da manhã estava fazendo muito efeito. Foi quando ele começou a tomar outra xícara antes de meio dia e outra por volta das 4 da tarde, pra dar conta de entregar tudo antes de sair da empresa. Mesmo assim, sempre que aumentava a dose de cafeína, parecia que depois de alguns meses, ela já não fazia mais o mesmo efeito.
Ele precisava de uma dose maior da substância para ter o mesmo efeito estimulante. Você já ouviu essa história antes? Sem perceber o que acontecia em seu corpo, Lucrécio estava passando por um fenômeno biológico bem similar ao que acontece com usuários de drogas: ele estava desenvolvendo tolerância à cafeína.
Será que o fato de ter ficado tolerante à cafeína e precisar de cada vez mais para ter o mesmo efeito, é suficiente para dizer que o café vicia? A história da tolerância vai nos mostrar como o consumo prolongado de cafeína pode criar uma armadilha. Mas antes de eu contar que armadilha é essa, eu quero te mostrar como o uso prolongado dessa camisa aqui por quase 2 anos, não alterou em nada a qualidade dela.
Essa é a minha primeira Tech T-Shirt da Insider. Eu coloquei ela lado a lado com uma camiseta nova que a Insider me mandou. Você praticamente não vê diferença.
E essa qualidade é percebida pelas pessoas. Eu já tô virando assunto quando o pessoal me zoa falando que agora eu só uso Insider, mas a verdade é que, depois que você usar a primeira vez você não consegue ficar sem. Porque a camiseta é gostosa, usa materiais sustentáveis e dura muito tempo.
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Só que isso não acontece instantaneamente. Demora cerca de 5 horas para que metade da cafeína consumida seja eliminada. Depois de 24 horas praticamente não vai ter nada de cafeína no cérebro e você pode tomar mais uma xícara de café tranquilamente.
Mas para quem toma várias doses por dia, a história é diferente. O corpo tá começando a eliminar a cafeína e você vai lá e toma mais uma dose. O resultado é que a quantidade de cafeína que fica no corpo não cai o suficiente.
A presença da cafeína no cérebro é constante e ele se acostuma a trabalhar com a cafeína lá. Para não ficarem hiperestimulados na presença da cafeína e manter a sinalização do cansaço funcionando, os neurônios desenvolvem um mecanismo de defesa: eles criam novos receptores de adenosina. Agora existem mais espaços vazios para a adenosina se ligar e causar cansaço.
. Ao aumentar a dose para quatro xícaras, Lucrécio aumentou a cafeína pra ter o mesmo efeito, mas seus neurônios agora têm bem mais receptores de adenosina do que os de uma pessoa que não toma café. Aconteceu uma modificação de verdade na estrutura dos neurônios.
Agora eles estão mais tolerantes à presença da cafeína. Tolerar uma dose maior de uma substância pode parecer uma coisa boa, mas se você fica sem ela, acontece um efeito bastante desagradável: A abstinência. Mas eu pergunto de novo: se a cafeína causa tolerância E abstinência, significa que tomar café vicia?
No meio da estrada, os neurônios de Lucrécio cheios de receptores de adenosina, não receberam a dose esperada de cafeína para aquela hora da manhã. De repente, a adenosina se viu com uma infinidade de receptores livres pra se ligar e gerar cansaço, sonolência extrema e uma dor de cabeça terrível. Isso mesmo, além do sono, dor de cabeça.
O que eu não te contei, mas um dos efeitos colaterais da adenosina é disparar uma resposta que dilata os vasos sanguíneos, alterando a pressão sanguínea no cérebro. Isso gera uma dor de cabeça intensa que muitas pessoas relatam como a pior dor de cabeça que já tiveram. O que Lucrécio realmente teve foi uma síndrome de abstinência de cafeína, um problema reconhecido oficialmente como doença pela Associação Americana de Psiquiatria, uma das maiores referências em transtornos mentais do mundo.
Os dados apontam que até mesmo quem toma só uma xícara de café por dia, ao longo de vários dias, pode ter síndrome de abstinência se parar de tomar café de repente. E pode parecer que isso não é um problema tão relevante, mas a abstinência de café prejudica a produtividade, tem gente que fica incapaz de trabalhar, na cama o dia todo e deixa de comparecer a eventos importantes. Considerando o fato de que 97% dos brasileiros consomem café e que muitos outros produtos tem cafeína, como chocolate, refrigerante, chá e até cápsulas de cafeína, isso pode ser um problema não só pra saúde, mas até pra economia do país.
Como o consumo de café está ligado a uma tradição social e ao ritual do cafezinho, muitas pessoas não acham que a cafeína pode fazer mal. Muitas não têm ideia que já desenvolveram tolerância e sentem abstinência quando ficam sem café. É quando a pessoa sai da rotina que ela percebe os sintomas.
E eles são facilmente confundidos com outras doenças, como enxaqueca ou resfriado. A pessoa nem imagina que pode ser a falta de café. A tolerância seguida da síndrome de abstinência pode levar a pessoa a sentir que só melhora com o novo uso da substância, o que caracteriza o que os médicos chamam de dependência física.
Seria essa dependência física um vício em cafeína? O termo vício, pessoal, gera bastante confusão, porque algumas pessoas acham que dependência física é a mesma coisa que vício. Mas não é.
A palavra vício nem é mais usada pela comunidade médica. O que nós chamamos de vício é na verdade um transtorno mental em que a pessoa perde o autocontrole e tem um grave prejuízo na saúde e nas relações sociais. Esse transtorno pode acontecer até mesmo sem o uso de substâncias, como acontece com os jogos de apostas.
Mas no caso de substâncias, o termo é Transtorno por Uso de Substâncias, como eu expliquei lá no vídeo da Vacina contra o Crack. Então quando a gente pergunta se cafeína vicia, nós temos que nos perguntar se cafeína é capaz de causar um transtorno por uso de substâncias, UMA DOENÇA que acomete pessoas que usam drogas de forma abusiva. Pra dizer que a cafeína causa um transtorno, ela tem que atender pelo menos 4 critérios: 1, a pessoa usuária tem perda de controle: um forte desejo de usar a substância e apesar de querer parar ela não consegue.
2, deterioração social: o uso da substância te impede de fazer tarefas importantes no dia a dia, como trabalhar, se relacionar ou buscar o filho na escola. Fica mais interessante usar a substância do que viver a sua vida, levando a problemas sociais sérios. 3.
a pessoa assume riscos para usar a substância: mesmo a substância fazendo algum mal, ela continua usando e até mesmo se expondo a um ambiente que traz perigo ou risco de vida, como recorrer ao tráfico, gastar dinheiro que não tem e se envolve em brigas para conseguir a substância. E número 4, a pessoa desenvolve dependência física, com tolerância à substância ou abstinência na falta dela. Esse é o único critério que pessoas que tomam muita cafeína atendem.
E mesmo que a cafeína gere abstinência, ela tende a durar cerca de 2 dias a 9 dias nos casos mais extremos, diferente de drogas como a nicotina do cigarro que pode demorar semanas e a cocaína que pode gerar abstinência 6 meses depois do último uso, mesmo com tratamento médico. Se eu te disser que a partir de hoje você não pode tomar café por uma semana, o que seria uma péssima notícia. talvez você até se preocupe porque vai ter dor de cabeça, não vai conseguir manter a atenção, vai ter efeitos de abstinência.
Mas você consegue parar facilmente. Você não deixa de cuidar dos seus filhos ou da sua namorada, e você não se expõe a riscos de vida só pra tomar café. É por isso que apesar de gerar tolerância e abstinência, CAFÉ NÃO VICIA.
E já que café não vicia, para reduzir os sintomas de abstinência quando você fica sem café, ao invés de parar de tomar o café de repente, você pode reduzir gradualmente o consumo, bebendo metade da xícara ou colocando menos pó na hora de passar o cafezinho. Isso se você realmente tiver desistido do seu bom e velho cafezinho. Quero café!
Quero café! Quero café! ÉÉÉ!
Agora se você quer saber se AÇÚCAR é capaz de viciar, assistar esse vídeo aqui. Um grande abraço, beba café com moderação e eu te vejo no próximo vídeo. Tchau.