No vídeo de hoje eu quero falar a respeito da criação e da queda do homem. Esse entendimento não apenas nos remete à gênese, ao início de todas as coisas, mas é uma das bases, um dos fundamentos para que possamos entender todo o desdobramento da revelação bíblica que vem de forma progressiva. Eu gosto sempre de dizer que uma boa forma de entender o propósito de algo é voltando à sua origem.
Quando foram discutir com Jesus, lá em Mateus 19 temos esse relato, o assunto do divórcio, a pergunta que Jesus faz é: "Não tendes lido que desde o princípio o Altíssimo os fez homem e mulher? " e Ele começa a falar do casamento, voltando lá na origem, que declarou: "O que Deus uniu, não separe o homem. Os dois serão uma só carne", quando Jesus diz: "Vocês não leram?
" Ele vai lá na primeira menção de casamento, Jesus está nos mostrando que uma boa forma de entender o propósito de algo é voltando à sua origem. Então, é muito importante ao falar da criação, que a gente entenda não só o que aconteceu a partir da queda, mas nós precisamos entender também qual era o propósito anterior à queda, de maneira a conseguir entender todo o plano de redenção que tem o propósito de restaurar aquilo que se perdeu. Em Atos, no capítulo 17 dos versículos 24 a 27, o apóstolo Paulo está pregando em Atenas, o maior palco da filosofia do mundo dos seus dias.
Eu costumo dizer que talvez nenhum outro lugar do mundo tinha tanta gente por metro quadrado fazendo aqueles questionamentos básicos: Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou?
E para esse povo sedento de respostas, ele afirma: "O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe", ele começa falando de Deus como criador de todas as coisas, uma aula que já apresentamos aqui no vídeo anterior, falando só sobre a criação de uma forma geral. Depois de apresentar Deus como Criador, vou repetir: "O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo Ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois Ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e tudo mais".
Agora ele fala do Deus que criou não só a natureza, mas ele começa a falar a respeito da criação do homem. Ele diz assim: "de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós". A criação é parte do fundamento da nossa fé e da nossa doutrina, mas ela envolve também a criação do homem.
E Deus diz aqui "de um só". Eu tenho visto muitas vezes pessoas que tentam ajustar a Escritura com declarações que são totalmente contrárias a ela, com hipóteses das quais a Palavra de Deus nada fala. Uma vez vi um camarada dando uma aula numa escola bíblica tentando mostrar que existe uma criação pré-adâmica e eu olhei para ele e falei: "Meu amigo, como é que você explica aqui?
A Bíblia está dizendo de um só Ele fez toda a raça humana. " Há um ponto de partida. E essa declaração de Paulo é fundamentada na Escritura.
Cristo volta na origem e Ele vai falar justamente a respeito de Adão. Então, todo o relato de Gênesis é muito importante para que a gente entenda o propósito da criação. Então Deus criou todas as coisas, de um só fez todos os homens, com qual propósito?
Para que O buscassem. A comunhão, o relacionamento com Ele está claramente delineado desde o início. E eu costumo dizer que é preciso você entender tanto a posição como os privilégios que o homem possuía antes da queda, a fim de que a gente possa compreender melhor a obra da redenção, que é o quê?
O resgate do que foi perdido. Aliás, esse é o significado de redenção. Em Lucas 19.
10, Jesus diz: "Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido", outra tradução diz: "o que se havia perdido. " Para entender o resgate, precisamos entender a criação e a posição. Depois, entender a queda e o que foi comprometido, para então, a partir dos próximos vídeos, abordarmos o que é a obra de resgate ou de salvação que Cristo nos oferece.
Então, em primeiro lugar, eu quero destacar aqui alguns fatos da criação e da queda do homem. Em Gênesis, capítulo um, verso 26 e 27, nós lemos que o homem foi criado conforme a imagem e semelhança de Deus. Ou seja, Deus faz o primeiro homem parecido consigo.
Essa imagem e semelhança nos faz reconhecer na Escritura que Adão é chamado de filho de Deus. Em Lucas, no capítulo três, quando lemos a genealogia de Jesus, quem era filho, de quem ele vai subindo toda a genealogia bíblica até chegar em Adão e a Bíblia diz: "Adão, filho de Deus". De novo um homem apresentado como o cabeça da raça.
E esse entendimento do primeiro sendo o cabeça, como ele foi criado, para que foi criado é muito importante. Agora, algo que nós precisamos compreender sobre o propósito de Deus para a criação em relação a todos os homens é que em Efésios 1. 4, a Bíblia diz: "nos escolheu nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele.
" Vamos estabelecer a ordem. Quando é que o homem foi criado? Depois da fundação do mundo, o homem só é criado depois.
Mas antes da fundação do mundo, quando o homem ainda nem foi criado, Deus já tinha um plano e um propósito claramente delineado: que fôssemos santos e irrepreensíveis. Lá na frente, na lei, quando Deus vai fazer afirmação por meio de Moisés: "Sede santos, porque eu sou santo", Ele está dizendo: "Esse é o propósito da criação. Eu, o Deus Santo, criei vocês para serem santos.
" É por isso que o primeiro homem foi feito conforme a imagem de Deus. Nós precisamos entender que havia uma lei estabelecida por Deus na criação. Cada um reproduza conforme a sua espécie.
Isso não valia só para vegetais e animais. Isso estava relacionado também com o homem. Portanto, o homem é feito conforme a imagem de um Deus, santo sem pecado, logo, o homem foi criado santo e sem pecado.
Com qual o propósito Deus fez o primeiro, a matriz reprodutora, o protótipo, o cabeça de raça, santo e sem pecado, parecido com ele? Porque Ele queria que todos os demais, o restante de nóa também fôssemos parecidos com ele. Ou seja, a ideia é que Adão reproduzisse a imagem de Deus.
Essa filiação que ele mesmo tinha de Deus deveria ser reproduzida. Agora, nós precisamos entender o que a Palavra de Deus apresenta sobre a queda do homem. Quando Adão pecou, o seu pecado não o afeta apenas enquanto indivíduo.
O seu pecado afeta toda a história da humanidade, porque ele era a primeira matriz reprodutora da qual viriam todos os outros. Quando Adão pecou, ele deformou o molde de reprodução que Deus tinha criado e a partir de agora ele reproduziria, a partir da queda, ele reproduziria de acordo com aquilo que ele se tornou depois do pecado, e não com aquilo que ele foi criado para ser: alguém que expressasse e reproduzisse a imagem de Deus. Então, tanto a criação com o seu propósito, como a queda e as suas consequências, todos estão entrelaçados em nos mostrar qual era o plano anterior à criação e o que é que Cristo veio fazer para resgatar o plano que havia sido comprometido.
Esse entendimento bíblico a respeito do que aconteceu com Adão é muito sério. Por exemplo, Adão foi chamado Filho de Deus. O que acontece depois da queda?
A filiação foi comprometida. Em João, no capítulo três, no verso 16, o texto talvez mais conhecido da Bíblia no mundo, diz: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito". A palavra "unigênito" significa "filho único".
Quando Jesus entra na Terra, Deus não tem filhos na Terra, porque a filiação divina foi perdida e foi comprometida. Mas com qual propósito Jesus veio? Resgatar essa filiação.
Em Romanos, no capítulo oito, no verso 29, a Bíblia diz assim: "a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. " Então ele entra como filho único para poder gerar muitos outros filhos e resgatar a filiação que foi perdida lá em Adão. Todas essas coisas estão relacionadas e é muito importante que a gente consiga entendê-las.
Por exemplo, o que Jesus veio fazer? Ele tem que ser lido na perspectiva de alguém que veio cumprir o propósito que o primeiro Adão nunca cumpriu. É por isso que quando em Romanos cinco, Paulo fala a respeito de Adão, ele diz: "o qual prefigurava aquele que havia de vir", falando de Cristo.
É por isso que, em primeiro aos Coríntios, no capítulo 15 dos versos 45 até o 49, a Bíblia fala do primeiro e do último Adão. E, como veremos na Escritura, essa referência ao último Adão aponta para Cristo. Então, todas essas verdades estão relacionadas, e elas são o nosso ponto de partida.
Segunda coisa que eu quero destacar aqui os privilégios do homem a partir da criação e antes da queda. Ele tinha comunhão com Deus. Nós já vimos Paulo falando em Atos 17.
27, que Deus criou o homem para o buscar. Nós vemos também ali, em Gênesis 3. 8 e 9, que Deus visitava o homem todos os dias e que depois da queda, o homem acaba se envergonhando e se escondendo de Deus.
Mas antes do problema da queda, comunhão, relacionamento, o homem foi criado para isso e ele tinha livre acesso não só à presença de Deus, como também às coisas espirituais. O que se presume porque Deus depois tem que vedar o acesso do homem à árvore da vida e, antes mesmo da queda, ele teve acesso à árvore do conhecimento do bem e do mal. Não são árvores comuns, naturais.
Nós estamos falando de algo do plano espiritual. O Salmo oito nos mostra também que o homem foi criado por Deus e colocado numa posição onde ele pode ser visto como coroa da criação. O Salmo 8.
3 diz assim: "Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, para que dele te lembres? E o filho do homem, para que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste.
Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, também todos os animais do campo; as aves do céu, os peixes do mar e tudo o que percorre as sendas dos mares. " Oque a Palavra de Deus está nos dizendo é que o homem não apenas está acima do restante da criação para governá-la, mas que ele foi coroado de glória e de honra. Essa glória e honra fala de algo ainda mais elevado, ou seja, a posição do homem no plano espiritual, a sua comunhão com Deus, a semelhança que ele carregava.
Também vemos que o homem foi abençoado por Deus. Muitas pessoas imaginam que benção é apenas a reversão de maldição, mas o homem foi abençoado quando ainda não existia a maldição, porque a benção é uma força da parte de Deus capacitadora para que o homem cumpra o propósito. Então Gênesis 1.
28 diz que Deus o abençoou. Essa benção era para ele ser fecundo, era para ele se multiplicar, era para ele governar mas foi abençoado por Deus. Um dos privilégios que também tem a sua faceta de responsabilidade, obviamente, é que o homem recebeu da parte de Deus o livre arbítrio.
O próprio fato de Deus estabelecer regras, como lemos em Gênesis 2. 17: "Olha, você pode comer de todas as árvores menos dessa", Deus está dizendo: "Tem princípios, mas você tem o direito de escolher. " O Senhor diz: "Se você escolher errado, haverá consequências.
No dia em que dela comeres, certamente morrerás. " Mas o homem tinha o direito de escolha que aparece ao longo de toda a Escritura> Em Deuteronômio 30. 19, por exemplo, o Senhor diz: "Eis que eu ponho diante de vocês a vida e a morte, a benção e a maldição, são caminhos distintos.
Ou você trilha a vida e a benção ou a morte e maldição. " Deus diz: "Escolhe vida. " O Senhor está dizendo: "Os dois caminhos estão aí.
Eu te oriento com a melhor escolha, mas a escolha é sua. " Em Josué 24. 15, quando ele diz: "Eu e minha casa serviremos ao Senhor", ele fala isso depois de dizer: "Olha, vocês têm que escolher a quem vão servir".
Depois ele está dizendo: "Eu já fiz a minha escolha. O livre arbítrio é um outro fundamento doutrinário que oportunamente mais adiante nessa série, será apresentado também com o vídeo dedicado, exclusivo a ele, mas precisamos reconhecer isso no homem; e ele foi investido de autoridade para governar. Nós precisamos pensar nisso não apenas em relação aos animais, mas a gerência da terra como um todo.
O Salmo 115. 16 diz: "Os céus são os céus do Senhor, mas a terra Deus a deu aos filhos dos homens. " Entender estes privilégios nos ajuda a entender também o que foi comprometido com a queda e nos ajuda a entender também o que é que Deus quer resgatar.
Então, em terceiro lugar, quero destacar as responsabilidades que o homem recebeu. Uma delas, que já mencionamos, a de obedecer a Deus. Deus define o que é certo, o que é errado, dá o direito de escolha, mas diz que a escolha certa deveria ser feita e a consequência da errada e o homem tinha a responsabilidade de obedecer a Deus.
Foi quando ele desobedeceu o que a ruína e a tragédia se instalaram. E nós veremos que a definição de pecado é a desobediência. Ele também tinha a responsabilidade, não só a benção, mas a responsabilidade de frutificar e encher a terra, isso está em Gênesis 1.
28, mas em Gênesis 2. 15, a Bíblia diz que Deus colocou o homem no jardim para o lavrar e para o guardar. A pergunta é guardar de quem?
Neste momento, o homem foi criado mas no relato bíblico, nem a mulher havia ainda sido criada. Eu percebo que nesse texto Deus está apontando e sinalizando claramente que Satanás tentaria entrar, comprometer as coisas e Deus já havia advertido o homem: "Para viver o melhor do meu plano e do meu propósito, você precisa estar em vigilância. " E o homem acaba falhando em relação a isso.
Mas já que precisamos dar ênfase à queda, nós precisamos de uma conversa que amplia aqui o entendimento de pecado. Vamos falar a respeito de pecado. O pecado se originou com Satanás, é óbvio isso,.
porque, na declaração do próprio Jesus, no Evangelho de João, no capítulo oito e no versículo 44, nosso Senhor afirma: "Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.
" Então Jesus está confrontando algumas pessoas, e ele diz: "Vocês são do diabo, que é vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio. " A Palavra de Deus nos apresenta que a queda de Satanás, ela dá origem ao pecado.
O pecado entra através dele, e esse Satanás que será apresentado como tentador, é aquele que acabou conseguindo transferir isso também a toda a humanidade. Primeira de João, capítulo três, verso oito, diz assim: "Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isso se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo.
" Nós precisamos entender que a declaração "destruir as obras do diabo" não é apenas libertar alguém da influência ou opressão maligna. Não é apenas libertar alguém de algum tipo de amarra ou escravidão espiritual. É muito maior do que isso.
Fala da essência do controle de Satanás sobre os homens, que diz respeito a forma como o pecado entrou. E isso não só rouba a filiação do homem para com Deus, sua comunhão, instaura o caos e a tragédia espiritual, mas precisa ser o ponto de toda obra de restauração. Então, precisamos entender o pecado.
Como definição, em primeira de João no capítulo três, no verso quatro, a Bíblia diz que o pecado é a transgressão da lei. A palavra "transgressão" significa "desobediência". A palavra "transgressão" significa "não cumprimento da lei".
Em Romanos, no capítulo cinco, no verso 13, Paulo diz assim: "Porque até o regime da lei havia pecado no mundo", então o pecado já estava lá antes da lei de Moisés, mas ele diz assim: "mas o pecado não é levado em conta quando não há lei. " Porque se ele se caracteriza pela quebra da lei, obviamente a lei evidencia o pecado. Mas ele vai dizer no verso 14: "Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram, à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.
" Então, lendo as Escrituras, nós vemos que o pecado entra desde Adão, ele está lá vigorando até Moisés. O estado de morte espiritual já está lá. Mas, obviamente, a partir da Lei de Moisés, onde temos detalhes e mandamentos num nível muito maior do que só o que havia anteriormente, o pecado vai se tornando cada vez mais evidente e demonstrando a sua força de controle no ser humano.
Mas precisamos entender, essa é a maneira como a Bíblia define pecado. Aliás, na própria epístola aos Romanos, no capítulo sete, no versículo sete, Paulo simplesmente diz assim: "eu não teria conhecido o pecado senão por intermédio da lei, pois eu não teria conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás. " Adão não teria pecado se Deus não tivesse proibido, estabelecido uma lei para que ele não acessasse a árvore da vida.
Então o pecado se define como "transgressão", como "desobediência" e "desobediência da lei", obviamente, a lei divina. Agora, o pecado também precisa ser entendido não apenas a partir dessa definição básica de transgressão, mas a partir do impacto, do efeito que ele produz como um estado de separação de Deus. Quando lemos Isaías 59.
2, a Bíblia diz: "As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus, de modo que ele não vos ouça. " Então, o homem entra num estado de separação. Quando Deus diz a Adão: "No dia em que pecardes, certamente morrerás", Deus não está falando de morte física, porque Adão viveu muito tempo depois de ter pecado, conforme o relato lá de Gênesis 5.
Deus estava falando de morte espiritual e morte espiritual, na Bíblia, não tem ideia de fim de existência, cessou. Ela tem ideia de separação. Aliás, mesmo a morte física é quando o espírito do homem que não tem fim, ele simplesmente se desliga do corpo, não pode mais ter contato aqui na Terra, segue para um destino eterno, mas o conceito é muito mais de separação dessa vida terrena do que de fim de existência.
Então, a ideia de separação de Deus está estabelecida ali desde o início. Uma outra distinção que nós também precisamos compreender é que a Bíblia faz uma separação entre pecado no singular e pecados no plural. Nós precisamos fazer essa separação a partir do momento em que entendemos o dano do que aconteceu a partir do pecado de Adão.
Romanos, capítulo cinco, verso 12, diz que "por meio de um só homem entrou o pecado no mundo, através do pecado, a morte e a morte passou a todos os homens. " Como isso aconteceu? O pecado de um se torna o pecado de todos.
Então vamos lembrar que Deus faz o primeiro para ser um molde, uma matriz reprodutora. Em vez desse primeiro, reproduzir de acordo com aquilo que foi criado para ser, quando ele deforma o molde através do pecado, ele passaria a reproduzir-se de acordo com aquilo que ele se tornou e não de acordo com aquilo que ele foi criado para ser. Então, o pecado afetaria todos os homens, de maneira que o problema do pecado não são só os atos cometidos.
Essa é a definição de pecados no plural. O problema do homem é o pecado no singular. Esse, na Bíblia é apresentado para falar da natureza do homem.
Então, por exemplo, em João, no capítulo um, no verso 29, Jesus fala a respeito de João Batista e diz assim: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! " Eu me lembro de uma crise que eu tive na adolescência lendo esse texto. Um dia fui falar com meu pai e falei: "Pai, só eu tenho um monte de pecado, mas além de mim, tem um monte de gente, que tem um monte de pecado.
Antes da gente estar no mundo, já viveu e morreu um monte de gente. Esse monte de gente também tinha um monte de pecado. Depois de nós, provavelmente vai ter um monte de gente pecando com um monte de pecado.
" Eu falei: "Com todos esses montes de monte de pecado como é que a Bíblia diz que Jesus veio tirar o pecado do mundo como se fosse um só? " Eu lembro do meu pai sorrindo com uma cara de satisfação e dizendo: "Filho, que bom que você percebeu a diferença de singular e plural no tocante ao pecado. Singular fala do pecado como natureza.
Plural, fala do pecado como atos, que acaba sendo a consequência do primeiro. " Então, é importante que a gente entenda isso na perspectiva bíblica. Por exemplo, quando em Romanos, no capítulo oito e no versículo três, a Bíblia fala do que Deus decidiu fazer pelos homens, a Palavra de Deus diz assim: "Porquanto o que for impossível à lei, do que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecad; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
" Então vamos lá. A Bíblia diz que Deus enviou seu Filho em semelhança de carne pecaminosa. Ele vem com corpo igual ao nosso.
Ele teve fome, Ele teve sede. Seu corpo era igual o nosso. A diferença: Ele não tinha carne pecaminosa.
A Bíblia fala de uma natureza, de uma essência pecaminosa que está dentro de cada um de nós. Isso Jesus não veio. Essa é a razão pela qual Ele é concebido de forma imaculada pelo Espírito Santo.
Mas eu e você precisamos entender que Cristo vem sem isso para resolver o problema dos homens, que é justamente esse: a carne pecaminosa. O ponto de partida, nós precisamos entender ,do problema do homem é a sua natureza pecaminosa. Quando falamos que Cristo veio para tirar o pecado do mundo, quando a Bíblia diz que ele veio destruir as obras do diabo, é essa semente maligna do pecado que Satanás conseguiu disseminar através de Adão e fez que toda a humanidade fosse afetada.
É por isso que em Romanos cinco a Bíblia diz: "Quando um pecou, todos pecaram. " Como que todos pecaram por causa do pecado do primeiro? O primeiro que se torna pecador por essência, passou a reproduzir seres pecadores exatamente igual àquilo que ele se tornou, não igual àquilo que ele havia sido criado havia sido criado para ser, porque ele ainda estava debaixo da lei: "Reproduza, conforme a sua espécie".
O homem se reproduziu de acordo com aquilo que ele se tornou. Isso coloca o homem onde? Numa condição onde ele já nasce como pecador.
Salmo 51. 5 diz: "Eu nasci em iniquidade, e em pecado me concebeu a minha mãe. " É assim que cada homem vem ao mundo.
Outro dia alguém me retrucou, falou: "Não, Davi estava falando dele, não de todo mundo. " Falei: "Vamos para o Salmo 58. 3: "Os ímpios", plural, "se alienam desde a madre.
Desde que nascem, proferem mentiras. " O homem nasce com uma natureza pecaminosa. Existe, e isso não é um assunto que dá para detalhar aqui, uma outra discussão que a gente fala sobre a idade da razão.
No livro do profeta Isaías, Deus fala sobre a idade onde a criança passa a saber rejeitar o mal, discernir o bem. Essa é a razão pela qual muitos afirmam que Jesus tem dito que das crianças é o Reino de Deus. Que há uma certa idade, quando o fruto da árvore da vida começa a manifestar o seu efeito.
Mas essa é outra discussão. Que o homem já nasce nessa condição, independente do quão rápido a força dessa natureza vai se manifestar, é fato indiscutível nas Escrituras. Então, ao olharmos para a Palavra de Deus, nós percebemos que se o homem já nasce nessa condição e há declarações após declarações na Bíblia a respeito disso.
Uma vez estava pregando para uma pessoa e falei: "Olha, Cristo veio para nos redimir dos nossos pecados. " O cara falou: "Mas eu, eu não fiz praticamente coisa errada na vida. " Eu lembro que eu falei para ele: "Olha, o seu problema não é o que você faz, seu problema é o que você é.
É o estado em que você já nasceu. " O que fazemos acaba sendo um desdobramento do que somos. Em Romanos, capítulo três, verso nove, a Bíblia diz que todos estão debaixo do pecado.
A Bíblia diz: "Não há justo", no verso dez, "nem um sequer", no verso 11. "Não há quem busque a Deus. " No verso 12, de Romanos três: "todos se extraviaram.
" Então, as declarações da Palavra de Deus nesse sentido são muito claras. O verso 23< de Romanos três diz assim: "Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus. " Outra palavra diz: "Destituídos estão".
Porque essa palavra aqui traduzida aqui "carecem" ela também pode ser traduzida como "algo que foi deixado para trás, que se tornou inferior em poder, influência, posição", então fala de uma queda. O homem foi destituído da glória de Deus. Ele perdeu aquela glória original com que foi criado.
A semelhança de Deus, ela foi comprometida. Então a Bíblia diz, em Romanos 5. 12: "Por meio de um só homem entrou o pecado no mundo através do pecado, a morte.
" O verso 19, de Romanos 5 ainda pontua: "Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. É aqui que nós vemos a distinção entre a obra de Adão e a obra de Cristo, que será melhor detalhada em vídeos posteriores. Mas como fundamentos, nós precisamos reconhecer que isso aconteceu.
Então, os atos pecaminosos têm como origem o coração corrompido do homem. Gênesis, capítulo seis, verso cinco, o relato que antecede ao dilúvio fala do coração do homem maculado, comprometido como sendo a razão para o juízo que viria. Em Marcos, no capítulo sete, de 15 a 23, Jesus começa falando que é do coração do homem que procedem os maus pensamentos e toda a forma de pecado, porque esse é um problema por natureza.
Estamos estabelecendo e definindo o problema antes de falar da solução, e a solução envolve necessariamente a ideia e o entendimento de que Deus precisa mexer no cerne do problema do homem, que é a natureza pecaminosa. Quais foram as consequências da queda? A comunhão foi quebrada.
Gênesis três. , de 22 a 24 vemos o homem sendo expulso do jardim, é vedado a ele o acesso à árvore da vida. Nós percebemos também que a culpa se instala, em Gênesis 3.
8 e 9, quando o homem se esconde envergonhado, e isso é consequência do pecado; a morte espiritual que Deus havia anunciado: "no dia em que pecado certamente morrerás", isso aconteceu; o homem passa a estar nessa condição, ele vive mudança de natureza, ele passa a estar debaixo de uma ação maligna pecaminosa. E é por isso que, quando Cristo faz algo por nós, Paulo declara em Efésios 2, ali no verso 1 a 3, ele diz assim: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência". Ou seja, a vida pecaminosa ela é o governo de Satanás.
Verso três: "entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos, porque éramos escravos da vontade da carne e dos pensamentos", o texto diz: "éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. " Todos eram filhos da ira. E o problema era, por natureza.
O inferno e a condenação do inferno se tornaram inevitáveis para esses homens pecadores por natureza. E o que Cristo veio oferecer é a maneira de reverter isso. Também houve, além da comunhão quebrada, da culpa, da morte espiritual, a entrada da maldição.
Antes o homem tinha a benção. Em Gênesis 3. 16 nós vemos a maldição tocando o corpo.
Quando Deus diz que a mulher vai dar à luz com dores, a partir daquele momento do pecado, vemos ela tocando o trabalho do homem, dizendo que era do suor do rosto, que ele iria comer o pão, que a terra ia apresentar espinhos, que haveria dificuldades, obviamente, a maldição não se limita a isso, a parte espiritual é a pior de todas, e a escravidão do pecado, ela se instala. No evangelho de João no capítulo oito e no verso 34, Jesus faz uma afirmação que também precisa nos ajudar a entender o estado do homem após a queda. "Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.
" No verso 36 ele diz: "Se, pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. " Nós precisamos entender que Cristo veio nos libertar do pecado justamente por um estado de escravidão. Isso também é atestado em Romanos, no capítulo seis e no verso 16, onde o apóstolo Paulo, pelo Espírito Santo, diz: "Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para a obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?
" E além do estado de escravidão, a consequência clara, inquestionável, é que o homem passa a estar debaixo da escravidão, não só do pecado, mas também de Satanás. Em segunda de Pedro, no capítulo dois, no verso 19, a Bíblia diz que quem é vencido em algo se torna escravo daquele que o vence. Quando o homem cede a Satanás e é vencido por ele, acaba se tornando escravo dele.
É por isso que Colossenses 1. 3 diz que Deus veio nos arrancar do império das trevas aonde estávamos escravizados. Aonde, debaixo da ação do espírito que atua na humanidade, como lemos em Efésios dois, estávamos debaixo de controle.
Ou seja, para concluir: o homem nasceu pecador, condenado à perdição eterna, por causa do que houve com o primeiro Adão. Esse é um dos fundamentos da mensagem de salvação, porque se não há uma perdição estabelecida não há sequer necessidade de uma mensagem de salvação. E a provisão da redenção em Cristo, planejada por Deus antes da fundação do mundo, antes do homem ser criado, antes de pecar é que vem solucionar o problema.
A partir do entendimento da criação e da queda do homem, temos o fundamento para falar de salvação, assunto que seguirei abordando nos próximos vídeos.