[Música] 2 [Música] parece inegável que há uma vivência contemporânea das velhas angústias humanas mais inegável ainda é a existência de remédios contemporâneos para estas vivências [Música] quem se coloca na posição de paciente se debatendo com os sintomas do nosso tempo delega aos clínicos a responsabilidade pela cura de seu sofrimento mas o que podem o psiquiatra lia a psicanálise e as psicoterapias com suas pílulas e palavras refletir sobre isso é a proposta desta série do café filosófico acabar com a angústia do homem parece ter sido a intenção em todos os tempos no entanto alguma coisa sempre
nos escapa apesar da psicanálise está conosco há mais de um século a pergunta pra quê ela serve ainda hoje se mantém pensar que a psicanálise tem uma utilidade já não seria esperar dela também uma resposta qual é essa resposta que tanto buscamos para aquilo que nos atormenta o que o olhar psicanalítico nos mostra em tempos pós modernos é a reflexão do café filosófico de hoje o freud quando chegou aos estados unidos teria dito esse é o relato de um dos do primeiro biógrafo dele não é de que estaria levando ao alcance um novo continente o
tanto entregando a modernidade entregando ao tempo que nos antecedeu a peste a peste que foi lançada naquele momento é e que chega até nós de alguma maneira até parece se relacionasse com a possibilidade de estarmos satisfeitos ou não satisfeitos em todos os tempos sempre houve alguma coisa que apareceu de maneira obscura espontaneamente e que atormentou o homem de alguma maneira eu me refiro aos diversas formas que a loucura se manifestou evidentemente que em momentos bem passados não era exatamente essa formação nem era essa nomenclatura mas nós podemos por exemplo nos referir ao ao século 19
que bem lá né é a inquietação desta peste na inquietação disto que tomava ações levou a a medicina de então a pesquisas que buscassem naquele momento encontrar provavelmente o substrato corporal buscasse explicações no corpo para aquilo que atormentava o que fazia as pessoas têm comportamentos e manifestações estranhas loucas alienadas né assim naquele momento não é o que a gente pode perceber é a construção o princípio da construção de um conhecimento não é que visava descobrir ou afirmar no corpo a partir da racionalidade médica daquele momento no corpo algum conhecimento que explicasse ali o que se
passava é talvez naquele momento nós estivéssemos muito próximos não é de encontrar definitivamente uma solução mas como vai nos afirmar o socorro para que esta tarefa fosse bem feita não é ao longo do tempo foi preciso que as populações e as pessoas que as cidades fossem divididas fossem organizadas de uma tal maneira para que se levantasse ali alguns recursos alguma um entendimento a respeito da manifestação dessas diz acometimentos junto com o co nós talvez pudéssemos a pensar neste momento que com toda essa iniciativa com todo este empenho começava a nascer ali alguma coisa que ele
focou deu o nome de biopoder a idéia de um conhecimento de um saber de uma pesquisa que buscasse de alguma maneira uma resposta para aquilo que o incomoda que que perturba o homem trazia para essas pessoas algum controle ou a tentativa de algum controle sobre aquilo que acontecia com aquelas população né pra isso né começa ali há necessidade ou a condição de tratar este homem que era observado que ela estudar como objeto o objeto de uma pesquisa então começa a existir ali talvez eu acho isso bastante importante uma dimensão da vivência dos sujeitos dos loucos
dos alienados e uma leitura feita por estas pessoas que pesquisavam a respeito do que viviam os outros né nesse sentido né a gente pode pensar que a partir deste entendimento a partir dessa leitura do que se passava com essas pessoas estes pesquisadores esta neste biopoder esse poder centralizado na mão dos pesquisadores né da medicina de então começa a produzir evidentemente algum tipo de conhecimento que deve ser segue se transformar exatamente em algo que controle o que tente controlar de alguma maneira aquilo que era objecto da sua pesquisa eu tô falando por exemplo que a necessidade
de se criar algumas instituições sociais de assistência aos cidadãos orientações a família enfim até mesmo os hospícios e os hospitais passavam eles a serem os transmissores de algum entendimento que se tinha a respeito da da da saúde mental da loucura da alienação que pudesse modular ou pudesse aspas né eliminar isto para as gerações futuras é nesse sentido não somente medidas de orientação mas sobretudo a tentativas de controle do espaço e do tempo notem que eu não estou falando aqui é algo absolutamente é verdadeiro ou pelo menos era a verdade daquele tempo e é isso que
nós vamos vir a acontecer ao longo do tempo um conjunto de verdades no plural naquele momento a verdade é esta então pra controlar de alguma forma aquilo que se passava a amb que no entender deles é a responsabilidade da sua vida da sociedade então as medidas foram tomadas por exemplo é evitar quedas com contusão na cabeça ou simplesmente golpes na cabeça e isto poderia levar à loucura a hereditariedade a letalidade aqui não é não não é a genética como nós nem por isso vem mais pra frente mas hereditariedade moral então aqueles cujos pais tenham alguma
manifestação de loucura deveriam na escola ou em algum lugar ser tratados em separado visando não dá continuidade via não é isso importante via aparato é moral o comportamento ou a as condições de transmissão da loucura visava não isto mas evitar a doença um outro item interessante é a masturbação a masturbação seria uma das causas mais frequentes da loucura da alienação mental e foi reconhecida por diversos autores dizem então este grupo de higienistas do século 19 eles procuravam advertir não só a população mas especialmente as esposas pelas costuras e legítimas né sujeitas a provocado o aborto
por exemplo é o aborto começa a ter uma concepção uma noção 11 invólucros torno dele ali aliado exatamente a esta concepção de loucura quase como se disséssemos a mulher que praticava vecci uma relação ilegítima e viesse a praticar o aborto corria o risco de enfraquecer a interpretação estatística decidisse dessa dessas normas dessas regras visava exclusivamente fazer com que as pessoas fossem ao ao certo tempo tomando estes órgãos que de alguma maneira eles a normatizar a vão aos comportamentos mas ao mesmo tempo entregando a estas é estes jogos uma liderança das suas próprias vidas então a
sexualidade de alguma maneira é este comportamento que por tanto tempo a gente ficou pensando que estivesse é regulado somente por conceitos religiosos não está necessariamente regulado preconceitos religiosos somente mas sim pela palavra da ciência uma ciência que às vezes nem muitas vezes na tentativa de aplacar aquilo que que atormenta as pessoas usa como medida o controle moral no comportamento das vendas das mesmas então o que nós temos percorrendo o caminho desde o começo é da minha fala uma espécie de percepção de que entre aqueles que pretendem normatizar e aqueles que serão normatizados uma algo que
escapa mas algo que atormenta e algo que fragiliza as pessoas nesse sentido talvez nós estejamos falando se este elemento presente lá atrás eu falando século 19 fim de dezoito começo 19 se esse elemento não está presente hoje guardada as devidas proporções óbvias né será que este elemento como por exemplo a angústia do crescimento ou a angústia propriamente dita ela não se apresenta ao longo do tempo no próximo bloco aquilo né que por muito tempo ela pecado se chamar a doença [Música] a medicina do século 19 pesquisando causas e maneiras de prevenir doenças acabou por invadir
os lares ditando normas de comportamento ao invadir o espaço íntimo da família com normas e regras de conduta a medicina também foi cruzando fronteiras e dissolvendo limites e muitos se aproximou da religião nas formas de controle moral certa maneira isso vai gerando um certo padrão uma certa noção de de comportamento e de moralidade e talvez a gente pudesse afirmar aqui ou afirmar junto com um dos primeiros ministros franceses na século 19 ele dizia assim sei lá não há família sem família não há moral e sem moral numa lente sociedade e nem pátria portanto convergindo todas
as forças né desse trabalho deste empenho na família então seria ali o núcleo central de controle de toda esta inquietação que se apresentava as pessoas a agir sobre a família seria uma estratégia importante não havia nenhuma intenção aqui imediata ou explícita de um controle com outros fins a finalidade era o exatamente uma finalidade de saúde e higiene cita né então quando a medicina mental visava o espaço externo - a sociedade nós podemos chamar ela de higiene moral quando operava no espaço interno ambiente interno no indivíduo nós podemos chamar de um tratamento moral então vamos imaginar
não é que existe uma ação no externo no coletivo não é e então aí nós estamos falando de higiene moral quando esta ação que então colocou retive vá não é o imediatamente dedicada à criança aquela criança filha de pais loucos nós estamos falando exatamente de tratamento moral não veja a moralidade parece neste momento alguma coisa estática e que não não se move junto né com os movimentos da sociedade à cultura que se movimenta a cultura aqui que é atravessada por diversos fatores e que consequentemente ver os seus padrões dos seus modos de conduta serem renovados
ao longo do tempo e este é o grande conflito de gerações isso é o que faz com que tenhamos um desenvolvimento moral não é nas palavras por exemplo do do saramago ensaio sobre a cegueira saramago diz assim é o grande o grande desenvolvimento grande progresso é o progresso moral o resto é ter mais ou menos bens se progredirmos moralmente e e o que eu estou falando aqui não me parece referir se à progresso mas preferimos a controle moral é nós talvez estejamos numa situação um pouco diferente nesta mesma luta imaginem por exemplo o que acontece
com a homossexualidade de então é também submetida ao mesmo tipo de critério então vejam só nós temos nós temos aí não é uma espécie de vizinhança entre a prática médica de então e correndo ao lado digamos assim uma um olhar não é que vai convergindo com a toda expectativa religiosa não parece não haver muita diferença entre as orientações religiosas ea orientação médica de modo que aquilo muito tempo ela pecado passa a se chamar a doença aquilo aquele comportamento não é que era malvisto por ser um pecado então algo na dimensão moral na fé na religiosidade
de alguém agora passa a ter um outro status um status de doença cujo tratamento é bem diferente nós não estamos falando né de uma transcendência de uma crença nós estamos falando a respeito de fatos assim assim diziam os especialistas da época nesse mesmo terreno na tentativa de encontrar então portanto uma explicação no corpo na conduta moral do sujeito é para as loucuras e uma forma de o gene para isso temos o campo dos afetos a impressão que eu tenho é de que afectos são como nuvens no céu e na principais não é possível pegar los
na mão os afectos são sentidos e quando o manifesto o afeto o outro sente eu sinto e outro sente mas ainda apreensível a tentativa aqui é mais uma vez a tentativa de controlar isso de conhecer isso para ter sobre isto algum controle portanto nada melhor do que dizer que os afetos seriam produzidos pelo organismo e simultaneamente orgânico basta dizer que o a sede do amor é o coração né é isso então parte do corpo nasce no corpo e age sobre o corpo eu tenho dentro de mim supostamente um coração que ama e quando ama manifesta
e altera meu corpo o apaixonado pode dizer exatamente isso quando está apaixonado o amor a maior paixão saiu do seu coração e alterou todo o seu corpo esta concepção romântica do meu lado aqui né de certo modo é parece ter repercussões importantes porque não se restringiu só este campo romântico mas imagine quantos são os afectos quantas são as manifestações afetivas pânico e terror temor e medo a tentativa primeiro explicar que isto nasce no corpo se manifesta e me atingir qual é a intenção agora é de fazer não senti isto terror pânico medo etc etc só
que eu estou no século 19 nesse sentido é esta vida esta manifestação da vida com estas manifestações da vida vão se tornando objeto de estudo e mais do que um objeto de estudo objeto do governo porque do governo porque as instituições passam a ser também mantidas pelos governos uma vizinhança bastante perigosa bastante né poderosa né que têm a ver directamente com o poder é quando a gente fala de poder talvez nós estejamos é bastante afetados por isso ultimamente mas é talvez quando se fala de poder a gente fica pensando que se trata de alguma coisa
do nosso tempo mas não talvez mais do que isso né e se trate de alguma coisa da condição animal que nos habita parece que é o mais forte que domina o mais fraco no pré histórico numa entrevista que a mesma foi o mais forte mais astuto dominavam - astuto é que nós vamos do campo mais corporal digamos da luta corporal para alguma coisa e levada a um outro nível que é quando nós vamos encontrando os deuses o poder sobre esta comunicação e desta ação dos deuses sobre os homens precisaria ser exercida por alguém num tempo
lá os oráculos até chegamos nem as religiões que parecem ser aquelas que a funcionam como intermediários entre este poder de deus e nós aqui macho portanto este este poder da igreja das igrejas das religiões age sobre a alma dos homens então não esqueça não estamos falando do corpo agora falamos do sentimento de seu sentimento escape a nuvem que escapa e esta nuvem se transformem a alma não é uma coisa subjetiva que pode sim ser controlada porque isto é manifestação de deus um sentimento são manifestações que se parecem se assemelham a deus e que então poderiam
ser conhecidas ou controladas regidas pela pela pela igreja porque ela seria intermediária na comunicação entre deus e os homens e aí então a igreja passa a cuidar das almas e passa também a salvá las nesse sentido nós vamos encontrar as democracias né as democracias que foram foram caminhando ali passo não é com todo este desenvolvimento que eu contei a vocês agora e que diz respeito à a a medicina o controle sobre o meu corpo passa a ser estabelecido ou determinado do meu corpo pela medicina e da minha alma e da igreja pelas religiões a este
que controla o meu corpo talvez nós pudéssemos chamar de somar a tocar a cia o be o poder do forró pode ter aqui uma uma uma associação direta com uma marcação sobre o corpo alguém controla meu corpo no próximo bloco parece que minha existência só se faz no brilho do olho do outro [Música] a medicina à religião cada uma à sua maneira nos oferece suas verdades no intuito de aplacar as nossas dores procuram trazer respostas para muitas das nossas perguntas de certa forma nos ditam como agir nos apresentam certezas mas algo sempre está a perguntas
e não encontramos respostas num tempo em que temos acesso a tantas informações como lidar com essa angústia como é ficar no lugar do não saber é bastante difícil muito difícil é nós nos vermos livres imunes à a dominação ou as nominações muitas vezes nem quando nas minhas aulas eu vou apresentar psicanálise aos estudantes é o meu esforço é de ajudá-los a compreender o quanto a psicanálise não detêm verdades eles ficam profundamente angustiados com isso queriam encontrar na psicanálise como encontramos em tantas outras ciências como estamos vendo agora não é uma verdade já faça isso faça
aquilo seja assim seja assado ea psicanálise por sua vez faz exatamente o contrário ela disse eu não sei ser de alguma maneira a posição não é a posição que nós nos encontramos lá desde o começo o que é loucura não sei te dizer que não sabe e manter a ajudar o outro se manter neste não saber né parece ser um péssimo professor a gente sai da aula sem saber mas é exatamente isso que eu queria né nós também saímos daqui pretendo é com essa mesma sensação sairemos sem saber né porque pra que serve a psicanálise
e talvez seja exatamente isso né pra ajudar a gente de alguma maneira a ficar bastante próximo disso todavia o nosso tempo né século 20 pra cá nosso tempo não é um tempo de não saber né não é um tempo de conviver com o meu não saber com a falta de alguma coisa pelo contrário o que fomos assistindo no século 20 em meados do século 20 placar foi uma espécie de de oferta de toda natureza nem todo tipo por uma por uma saciação absoluta o que nós somos o tempo todo bobo bombardeados é por uma espécie
de satisfação permanente como se isto fosse possível como se lá atrás as medidas pensadas por aqueles genes daz acabassem com a loucura pergunta vocês acabou a dizer então talvez porque não encontramos a medida certa quem sabe até com os avanços da neurociência nós pensamos nós efetivamente tenhamos encontrado a solução para loucura toma seus remédios e ninguém fica louco o dionísio parece representar um deus que parece representar o excesso vamos ver se a gente consegue e se identificando com o dionísio neste nosso tempo se parece com dionísio denise um personagem que representa a ambivalência do homem
o quanto o homem estaria oferecendo operando por duas forças que agem sobre ele é forças obscuras que surgem das profundezas e que podem levar à loucura e de uma certa a divindade que procura a liberação através de uma de uma uma espécie de embriaguez a embriaguez de qualquer natureza o quanto eu preciso sentir intensamente as coisas é como se esta intensidade fosse de alguma forma me preencher de mim mesmo agora dizer que nós somos amigos que nós temos mobilidade não é nenhuma novidade suprimir esta ambiguidade não me parece trazer muitos benefícios somos então ou é
é habitados por um campo de saber né e um campo demoníaco né nesse sentido não é nós somos encharcados no encharcado o tempo todo eu me lembro na universidade e o quanto às vezes a pesquisa acabava por que você não conseguia o livro hoje em dia você tem internet que traz tudo pra dentro da sua casa nem todos os livros que você precisar são disponíveis então que acaba acontecendo é o contrário não é uma biblioteca esgotada é um homem esgotado eu não tenho tempo de ler tudo aquilo que me é oferecido é o que vai
ser marcado é a insuficiência não as insuficiências do externo mas isso se a minha e suficiência eu preciso de alguma maneira é sair desta condição insuficiente desta condição angustiada sem sombra de dúvida mas essa condição é limitada é como se eu fosse perdendo de maneira alguma referência a respeito de mim mesmo eu precisasse de algo que me contornasse é que me dessem um holding para eu não me sentir tão tão diluído então perdido tão fragmentado diante desta cobrança desta meta atingir que eu não vou atingir eu vou dizer aqui o nome de dois autores 11
é o christopher lech e outro gol de borges que o de bordo na década de 60 eo lech na década de 80 oitenta trataram do que hoje parece ser bastante intenso no nosso tempo uma necessidade de existir intensamente ou de existir nos olhos do outro parece que minha existência só se faz no brilho do olho do outro e não no meu próprio então eu existo se o outro diz que eu existo eu me percebo do olho do outro diado pelo olho do outro razão pela qual talvez os meus alunos queriam tanto as respostas porque elas
talvez seja um padrão de conduta que permitiram a eles se conduzirem de forma a não serem tão errantes e não estão angustiados nós vivemos uma espécie de loucura por isso nem de buscar intensamente isso e nossas ações têm sido exatamente nessa direção o tempo todo nós vivemos uma espécie é de de exaltação não permanente é uma uma exaltação como se eu pudesse ser mediante o olhar do outro aquilo que o outro vai admirar fico pensando por exemplo num no ensaio de um de uma peça de teatro os atores não sabem qual será a reação do
público é só acontecerá na estreia parece exatamente isso né esta a angústia de não saber qual vai ser a reação é nos toma quando eu estréio quando eu me apresento ao ao público ali sim né haverá uma espécie de medida de praia onde é que a peça deve caminhar ajustes que acontecem no espetáculo são feitos depois da estreia então parece que nós estamos o tempo todo num palco à espera do aplauso para me definir se eu fui bem se eu mandei bem no próximo bloco no esporte eu não posso tomar um remédio para ter um
desempenho acima da média [Música] beto e no dia a dia [Música] a vida é um palco iluminado como dizia a velha canção chão de estrelas hoje mais do que nunca parece que estamos o tempo todo atuando desempenhando papéis por esse desempenho esperamos ser aplaudidas pela platéia a imensa rede social nosso tempo é um tempo exigente é preciso ser belo competente fazer sucesso ser feliz é a cultura do espetáculo e do hedonismo é mais algo sempre ficava eu não posso dizer decepcionar o meu público porque decepcionar meu público é sair decepcionado e frustrado comigo mesmo há
uma ligação direta com aquilo que falávamos sobre agora vou precisar colocar entre aspas né uma espécie de ação higiênica aquela mesma higiene que tinha aqueles padrões visavam aquelas coisas ela está presente no tempo atual visando parece que a mesma coisa porque se eu não a agradar hoje eu fico feliz se eu tivesse uma conduta sexual inadequada do século 19 por dia louco né então o que que esta né estes é se esse poder sobre a minha existência me propõem propõe controlar isto parece que o viagra ele em si mesmo explica tudo isto ele é um
ícone nerd disto tudo a ver e eu preciso ter um desempenho só você não sabe muito bem se desempenha para a sua satisfação ou insatisfação que né que você terá quando a sua parceira de ser nossa nossa né e aí eu fico satisfeito na satisfação sexual a muda um pouco de lugar não é bem no sexo é na cabeça né é uma satisfação ligada diretamente a essa questão am a agora aqui nasce fica né ao ponto de pensarmos se nós deveríamos ser mais precisos quando o quando usamos a palavra pessoa pessoa nos lembra facilmente persona
né pessoa nos lembra facilmente personagem máscaras talvez dos teatros como é que é esta relação não é que nós vivemos hoje entre o indivíduo aquilo que é absolutamente meu ea pessoa que sou como sou visto como sou percebido e quanto isto modula a minha relação comigo mesmo se nós nós pensarmos que eu preciso atingir algumas metas eu preciso atingir alguns ideais para poder ser aplaudido não é e aí me sentir satisfeito né talvez eu esteja entre me sentir abafado me senti sufocado por estes ideais mas é comprimido né apertado oprimido quebrou pela oprimido por isso
se nós fomos para o campo dos esportes é a gente vai ver que desde lá da grécia né o corpo está em evidência o corredor mais rápido aquela coisa toda não é tão com o passar dos tempos de é o que nós fomos observando é exatamente a pergunta do que o corpo é capaz no mundo dos esportes o dopping é proibido eu não posso tomar um remédio para ter um desempenho acima da média reto e no dia a dia eu tenho que tomar a opção de tomar um antidepressivo aí vamos comprar viagra então com dopping
pode né qual é a explicação ali não está se perguntando do que o homem é capaz na cama também não está se perguntando que o homem é capaz mas lá não pode dopping aqui pode é o homem que é capaz ou é o homem do laboratório que é capaz né também parece interessante porque lá coisa bastante vigiada muito embora apesar disso né as coisas não ficam assim né acabam aparecendo uns e outros lá em casa não precisa ter vigilância nem posso fazer isso escondido né antes de tudo começar a dar uma escapadinha vuitton não num
e tudo bem e aí eu sou demais mesmo né e como é que eu fico com isto nem como é da mesma forma como a gente pergunta como é que fica esse esportista que se drogou para poder bater o recorde desta forma parece que é a pressão por metas né por saber até onde eu posso chegar tem de fato assolado nem tenho suber bado tem sufocado e esse sufoco não é nesse sufoco nesse nessa pressão toda eu tenho a impressão de que quem grita quem tem gritado é a existência dessas práticas de se cortar não
é de suicídio talvez nós pudéssemos então aí a pensar que é exatamente o grito é um grito por eu existir porque o atleta que se droga ganha o o o acompanhante são não foi ele que ganhou droga o o trabalhador que trabalha além da sua capacidade de trabalhar e que se estoura todo não foi ele que conseguiu isto foi a droga em dados de 2012 a organização mundial da saúde uma pesquisa iniciada há mais tempo afirmou que nós somos no mundo perto de 500 milhões de doentes sendo que perto de 25 milhões estão no brasil
a região metropolitana de são paulo é considerada a de maior incidência de doenças mentais entre os países pesquisados se a si a progressão continuar assim até 2020 é nós aumentaríamos nessa relação de 4 500 milhões traz seis por cento não é 6% desses desse total o número de doentes de doenças mentais a a depressão está no meio disso tudo o tempo atual parece ter um filho de uma resposta a resposta parece que é medicalização vamos jogar para continuarmos sendo olímpicos nesse sentido eu tenho percebido é que a peste que o floyd trouxe que foi nada
mais nada menos que uma espécie de essas canetinhas e grifa texto que foi o frade única coisa que ele fez foi grifar no texto que nós nunca seremos absolutamente satisfeitos que nós não podemos oferecer a idéia de uma satisfação absoluta porque isto talvez no sufocaria nesse sentido eu diria que a psicanálise precisa ser pensada não como uma uma prática digamos assim que se pode encontrar em qualquer encontro terapêutico de psicanálise é preciso pensar né que hoje em dia com a proliferação de de espaços terapêuticos a psicanálise ou as práticas de psicanálise também estão contaminadas pelo
antídoto contra a peste os psicanalistas são homens e mulheres que também se angustiam e diante da possibilidade do dopping seja o dopping na veia o dop na palavra não é também pode oferecer isto então nós precisamos saber o que é que nós vamos buscar no consultório do analista se nós fomos buscar no consultório do analista a pílula o a palavra que suprime a expressão humana é melhor voltar se o psicólogo ou psicanalista oferece a palavra ou a pílula que suprime ele está oferecendo ilusão porque a ilusão porque eu tô contando uma história do século 18
será que só nós aqui do século 21 somos iluminados e vamos conseguir resolver tem a impressão de que não né tem presente não me parece muito melhor que possamos pensar a respeito do mbe o poder que é não é focou somente mas do que ficar pensando na possibilidade de encontrar aqui hoje né isso é um exame de consciência que a gente possa fazer né é é a resposta que serve a psicanálise de hoje a chefe pra isso pra isso pra isso pra isso pra isso pra isso não não serve pra nada disso ela serve para
lembrá lo cada um de nós que esta condição que esta condição de satisfação é ela não vai ser extinta continuar caminhando é necessário mas viver não é um exercício de precisão não é matemático é subjetivo nossa moralidade por tanto tempo controlada pretendeu-se apenas controle não deu conta do que se pretendia dar conta então o que nós nós podemos fazer o que se faz no consultório do analista então não é do analista que não vende pílulas da felicidade o que nós podemos fazer é diante da angústia gerada por uma situação real impactante ajudar o sujeito a
olhar para dentro de si e transformar aquela angústia real numa angústia que trate das suas expectativas muitas vezes aquilo que me assusta é que me apavora me apavora e me assusta porque a minha pretensão é de domínio e controle e toda vez que eu pretendo domínio e controle eu estou falando da de tudo isso que nós falamos essa noite de tendências ou tentativas nossas humanas de ter controle sobre tudo e se lá na minha casa né eu tento ter controle sobre tudo o que vai acontecer comigo nada mais é do que a angústia então se
eu conseguir transformar esta angústia naquilo que me provou faz produzir mais me faz saber mais ser criativo sobretudo eu tenho impressão de que a psicanálise cumprir sua tarefa se não se for para dar respostas eu tenho a impressão que não cumprir a sua não cumprir a sua tarefa eu vou fazer uma pergunta é uma busca de entender eu te falar de uma angústia dos analistas se um analista recebe no consultório um paciente hipotético estou aqui criando que fala muito que gosta muito da análise que vai lhe paga que não falta mas que ele fala de
banalidades do dia a dia é mostrar fotos do facebook dele para analista ou seja ele não faz aquilo que os analistas supostamente gostam que seria um aprofundamento uma elaboração e que quando pergunta algo para o analista o analista faz o que você fez aqui devolve a pergunta é insuficiente se não não mas o senhor tem minha opinião se eu tenho que esse paciente com duas características fala muito mas não a profunda não elabora não chega em grandes conflitos e devolve a pergunta mas eu quero dizer que esse é um paciente que melhorou do ponto de
vista dele ele gosta da análise o que eu sinto nos analistas é um incómodo a tal ponto de alguns analistas querem da alta principalmente porque ficam com a sensação de que não estão fazendo o seu trabalho fico pensando que cada um espera da psicanálise como é isso muito obrigado pela pergunta é é ótimo né talvez o o o que a gente imagine às vezes a respeito da do atendimento psicanalítico é que ele seja um pouco parecido com uma consulta que pode ser consultado advogado a consulta ao médico consulta ao dentista consulta né eu vou consultar
alguém que me vai responder alguma coisa uma sessão de análise não acontece na base de uma consulta eu pergunto o analista responde primeiro porque não tenho a resposta segundo porque o modelo proposto não é é um modelo de relacionamento o analista vez seja aquele com quem vamos nos relacionar ao longo de um tempo e esse paciente hipotético que o que o alfredo trouxe para nós talvez seja aquele que sim represente um pouco que temos né no na oferta do da sociedade atual e que seja alguém que viva baseado no olhar do outro a primeira coisa
talvez recomendar para este analista que coloca esse sujeito rude vá lá que ele saia é pelo menos do campo visual do analista já que ele possa começar a se ouvir a se ouvir mais do que esperar ouvir o outro possivelmente ele esteja se sentindo bem eu também melhorei inclusive doutor né porque ele está assim durante 50 minutos tendo o olhar de alguém o analista não há lugar melhor para se receber alguma atenção do que o consultório na lista então essa talvez seja uma questão a outra deste analista que eles não estou fazendo psicanálise não estou
não estou satisfeito com o meu trabalho né acho que não deveria estar mesmo que o sentimento é apropriado não está não está suficientemente atento aquilo que nele analista atende à demanda de atenção e olhar dessa pessoa e que camufla esconde o autal vez até obstaculize a manifestação dos conflitos que com neco com com certeza estão na base daquela pessoa que em se tratando de ser humano não consigo imaginar alguém que não esteja sob a ação né dos demônios e da razão das forças opostas que atuam dentro de mim então onde estará nesta ambivalência nesse sujeito
mais reflexões no site facebook do instituto cpfl e no canal do café filosófico no youtube momentos de ranking down momentos em que você lê para tudo e despenca uma despencada onde despenca da imagem despenca do espelho e cai num lugar que possivelmente é você mesmo mas que você não tinha a menor intimidade bairro [Música]