Olá pessoal meu nome é Fernando Rebelo eu faço parte do CPF e nós fizemos esse filme para auxiliar você achar as espécies para compor o seu sistema como começar né onde é que eu encontro como é que eu que espécies eu vou escolher para consorciar minha jabuticaba minha banana Citrus enfim para compor um sistema complexo que não precisa usar insumos externos então nós estamos aqui oito passos para apoiar você nessa caminhada Então como começar essa agricultura para o processo o que a gente vai mostrar é uma proposta de abordagem tá bom então o primeiro passo
é você identificar o tipo de clima da região porque as plantas muitas plantas tem uma flexibilidade grande cresce numa variedade enorme de climas mas o primeiro passo é saber essa planta que eu tô usando ela vai bem nesse clima ela é adaptada a esse clima então se a gente pega aqui o mapa do Brasil por exemplo a gente tem vários tipos de clima né o clima amazônico semiárido o cerrado a Mata Atlântica Então você identificar as plantas que você vai usar se elas são adaptadas para esse clima então o que a gente usa por exemplo
a classificação de Cooper né Ela é pega o clima da terra e coloca em cinco zonas Ah para tropical semiárido subtropical temperado e polar Então a primeira letra vai dizer o tipo de clima então vamos pegar aqui por exemplo a f trop sem déficit hídrico aqui o primeiro e dentro de cada zona tem duas ou três letras então o af é tropical sem déficit hídrico a primeira letra é a zona climática definida pela temperatura e precipitação a segunda letra considera a distribuição da precipitação se ela é homogênea ao longo do ano você é concentrada numa
parte do ano e a terceira letra é atribuída a segunda sazonalidade da temperatura quanto que varia a temperatura ao longo do ano então a gente pega aqui por exemplo CFA c é subtropical aí vai dizer úmido com verão quente f.a Então você quer saber mais detalhes você entra na internet você tem uma explicação detalhada dessa segunda e terceira letra mas o principal é a gente saber o clima que a nossa planta cresce bem e se aquele clima que nós estamos É adequado para planta que Nós escolhemos então eu vou dar um exemplo você pega lichia
a lichia ela precisa de verão quente e chuvoso inverno seco e frio então se você vai lá para o Rio Grande do Sul já não vai adequar muito porque o inverno é chuvoso Então não é adequado para lichia então é fundamental você a gente isso já tem muito conhecimento né É na agricultura de forma geral as plantas cultivadas se tem muito conhecimento técnico sobre isso então isso não é uma coisa difícil de encontrar agora aqui vamos dar o exemplo do clima da Amazônia região norte então o clima equatorial caracteriza por temperaturas elevadas e baixa variação
da temperatura né tanto de noite como de dia e ao longo do ano as chuvas são frequentes e bem distribuídas Então por causa da prioridade disse que é um clima equatorial úmido quando é menor quantidade de chuvas ou Super úmido contém maior quantidade de chuvas a temperatura média fica entre 25 e 27 graus então isso a gente já tem as características do clima altitudes inferiores a 200 metros porque a altitude interfere bastante no clima né e Chuvas entre 2000 e 2.600 milímetros um período de maior incidência de chuvas existentes de dezembro a Maio e de
Menor ocorrência de Junho a setembro então identificamos o clima da nossa região segundo passo construir a água que o sistema semelhante na forma e na função as florestas originais do lugar essa é a nossa meta final Então você tem que identificar na sua região qual era a floresta original do seu lugar muitas vezes isso é difícil de fazer como que era a floresta original do lugar porque se a destruição foi há muitos e muitos anos atrás é um passo difícil né É muitas vezes é necessário retroceder centenas de anos por exemplo cabras e ovelhas em
Portugal estima-se que a introdução desses animais aconteceu 2300 Anos Antes de Cristo ou seja não são animais nativos de Portugal foi o ser humano migrando de outros lugares trouxe Esses animais ali para península ibérica e por exemplo no filme do John Lee Green Gold né Ouro Verde ele mostra lá num pedaço do filme que na Jordânia os pesquisadores vedaram uma área e impediram a entrada de cabras ovelhas dos animais domésticos pastadores né com o início da chuvas surgiram plantas que os próprios botânicos do país desconheciam para vocês ver como a destruição é de centenas e
centenas de anos ou seja o sobre pastejo o excesso de pastoreio impediu que essas plantas se manifestassem porque o animal Estava sempre em cima ali comendo né então o segundo passo identificar a floresta original o terceiro passo pesquisar entre os agricultores locais que tipos de consórcios usam com espécies cultivadas e para qual finalidade se usa para limitação humana alimentar animais cobrir o solo adubação nitrogenada repelente de insetos porque muitos agricultores principalmente os agricultores familiares já fazem consórcios então se você chegou naquela região você tem um sítio que é plantar Então você investiga na região o
que os atores já plantam consorciado porque isso já é um passo adiante do monocultivo Nós queremos fazer a policultura um Agro ecossistema Complexo B adverso porque é isso que vai garantir o estabelecimento de uma microvida diversa né Então esse livro do professor Roland Band lá dos Estados Unidos o storing Store and soio ele levantou mais de 120 consórcios mais de 120 tanto na América do Sul como África Ásia principalmente com agricultores familiares eu coloquei aqui ó as plantas que ele lista no livro eu coloquei o nome científico porque daí fica fácil de você identificar porque
na África tem um nome popular na América Central tem outro nome então é isso são várias desde ervas anuais arbustos semi perenes até árvores né são muitas plantas Ele identificou 120 tipos de consórcios que esses agricultores fazem E aí a gente tem por exemplo um exemplo que eu pego aqui da África né quando com milho utilizando quando com uma planta semiperene quatro anos nas âmbia um agricultor familiar aumentou sua produção de milho de uma tonelada por hectare para quatro toneladas por hectarem seis anos simplesmente consorciando quando Então esse livro é riquíssimo super Rico a gente
ter acesso a esse tipo de literatura não é mostrando os tipos de consórcios que os agricultores já fazem ao redor do mundo né ou então a mil porque é milho feijão abóbora isso nas Américas aqui se faz há muitos e muitos anos né então buscar na região por consórcios envolvendo as cultivadas anuais que os agricultores plantam é uma maneira Inicial mais fácil de descobrirmos consórcios que funcionam então a gente não precisa Reinventar roda isso já funciona né E tem esse livro que já é mais antigo da década de 90 aqui ó do professor Ademir callegar
junto com outros autores né adubação verde um sul do Brasil eles listam aqui ó muitas plantas no final eu coloquei ali margaridão braquiárias pode ser o que a gente usa também nas Entrelinhas mas olha aqui o que ele usa a ver vem calor pogônio sem tempo é uma infinidade de leguminosas plantas de cobertura duplos verdes né consorciando com as plantas cultivadas Então esse tipo de literatura é muito rico plantas de cobertura e adubos verdes que são a nossa placenta para sentar um placenta dois que vai estabelecer a floresta do Futuro então isso já tem na
literatura e você vai buscar na sua região com os agricultores que é o quarto passo resgate do conhecimento tradicional tomar conhecimento do maior número possível das espécies nativas cultivadas e não cultivadas e exóticas que crescem bem na região e o que os agricultores já plantam ou conhecem Então esse senso juntos agricultores é fundamental porque a gente vai conhecer muitos detalhes no lugar de origem nome popular e científico resistência poda extrato que a espécie ocupa presença ou não de folhas caducas essa árvore perde ou não as folhas enfim toda essa enfermidade de informações aí que tá
na tela saber se a planta ocorre em relevo Boqueirão em Vale todas as informações são importantes para a gente construir o nosso consórcio o quinto passo e que é um dos Passos mais difíceis que é o nosso lema existem tesouros em todo lugar fazer um levantamento de espécies nativas desconhecidas pelos agricultores e que crescem bem na região Ou seja você andar na região e ver o que salta aos olhos o que está crescendo na beira dos caminhos nas matas nas matas secundárias nas Capoeiras é acompanhar a fenologia das plantas que eu seja a Biologia da
planta o desenvolvimento então de 15 em 15 dias a gente andar no mato Ó floriu eu volto Daqui 15 dias volto daqui um mês tá com fruto verde aí quando eu volto tá maduro eu levo planto consorcio vejo não só aquela planta mas a moldura O que que tem em volta daquela planta ela tá na sombra ela tá no sol pleno ela tá na meia sombra e isso já é uma pista enorme de onde eu vou colocar essa planta no meu consórcio se ela é um extrato Baixo médio alto emergente né então percorrer a região
de diferentes épocas do ano na época seca na época chuvosa visitar fragmentos de florestas nativas mata secundárias matas nativas com mateiro mateiro é aquela pessoa da zona rural geralmente já é um agricultor já de mais idade né que conhece muito as plantas muito então muitas vezes as matas primárias estão em locais de difícil acesso o que garantiu ao longo dos anos a preservação das espécies principalmente aquelas de Valor Econômico né de Valor Econômico maior Ou seja tava lá num Grotão difícil de chegar não conseguir tirar a madeira e aí é uma atriz é um banco
de semente para nós questionar os mateiros e agricultores antigos sobre as qualidades das espécies encontradas se aceitam podem extrato ciclo de vida onde que ela ocorre se é comestível quando Ernest chegou no Brasil ele contratou um ou dois agricultores já idosos só para explicar as plantas para eles porque veio da Costa Rica muitas espécies não correm aqui que ocorre lá e vice-versa então ele contratou esses agricultores para explicar para ele essa árvore serve para isso ela é boa de poda ela cresce enfim andou muito mais rápido né atenção especial para plantas espontâneas que muitas vezes
são consideradas invasoras ou agressivas né e as plantas agressivas que muitas pessoas classificam agressivas pode ser uma chave para abrir as portas da fertilidade né dizem que P de Jardim margaridão leuceno eucalipto piteira pino já cata são plantas agressivas ou seja se elas crescerem num solo pobre com baixa quantidade nutrientes maravilhoso abriu as portas para a gente trazer os microrganismos são produzidos e biomassa e criar daqui a pouco criar nossa laranja nosso abacate né e plantas de sistemas de acumulação iniciais a gente tem que tomar cuidado né que se alastram facilmente em condições propícias mas
produz em pouca biomassa elas podem se tornar indesejadas por exemplo se a gente não ocupar plantar em alta densidade a gente ocupar com a nossa placenta né tem aquela aquela substituição colhemos uma coisa já tem outra no lugar daqui a pouco já tem as árvores se a gente trouxer adubo para nossas frutíferas e não tiver cobertura não tiver ocupação dos nichos atrapalhaba vai ocupar a Tiririca o tifton grama cedo enfim muitas vezes atrapurava não cresce num solo degradado mas quando a gente traz um esterco já vinha até os propagos juntos sementes né E se a
gente não ocupou aquele espaço aí vai ter um mar de trapoeiraba Aí você falava assim mas eu não trouxe isso não mas você melhorou o solo para sua frutífera atrapalhava também gostou por isso que é fundamental ocupar todos os nichos né todos os andares sexto passo exóticas fazer um levantamento de espécies exóticas desconhecidas pelos agricultores que crescem bem na região Ou seja a espécie pode ser de outro país ou Nativa do país mas exótica naquele bioma específico a das espécies exóticas por similaridade bioclimática por exemplo a gente compara o clima da Austrália e ver o
clima do Brasil aonde que se encaixaria essas espécies porque muitas vezes um lugar tá tão degradado que as próprias espécies do lugar não conseguem mais se estabelecer então nós temos que trazer espécies rústicas elas são uma ponte para a gente estabelecer as árvores do Futuro né então por exemplo aqui você pega esse estudo né do eucalipto que foi publicado lá pelo ipef Instituto de Pesquisa Florestal da Universidade de São Paulo é você tem um clima né Então como que eles localizaram isso eles levaram essas características ó altitude temperaturas média mensal e anual precipitação mensal e
anual e Distribuição natural dos Eucaliptos pessoal isso não é só para eucalipto a gente pode fazer isso para outras espécies ver como que é o clima da região daquela planta e ver como que é o nosso clima o que se encaixa se é semelhante o clima então é uma pista que aquela espécie pode crescer bem no nosso lugar então por exemplo aqui a gente tá uma atitude você vê a altitudes no Brasil é muito parecido com as altitudes australianas as cores são parecidas né aí a gente vai vendo temperatura média boa parte da Austrália aqui
é deserto mas a gente tá vendo amarelo meio vermelho boa parte da Austrália aqui tem temperatura semelhantes e a gente vai comparando precipitação boa parte da Austrália é deserto né então a precipitação é coincidente só com semiárido e a gente vai comparando é curiosidade aqui ó então tem os mapas de pluviosidade na Austrália e aqui no Brasil vocês vêm aqui que boa parte deserto então é mais parecido aqui a costa australiana e essa região superior da região australiana E aí a gente pega os tipos de clima aqui ó os climas do Brasil Então a gente
tem climas semelhantes aqui no norte aqui da região australiana nessa região é semelhante não é com algumas áreas do Brasil e aí ó a gente tem que atentar para o fato de que muitas vezes a espécies exóticas que crescem bem fora do seu local de origem em outros tipos de clima graças a sua flexibilidade ecofisiológica então por exemplo a gente tem eucalipto na região australiana vamos pegar aqui um grandes ele vai desde o nível do mar até 900 metros de altitude mas ele tá mais a 300 400 metros que tem a maior quantidade mas ele
tá ocorrendo de 0 a 900 metros ou então você pega aqui declipton que é o Eucalipto se eu não me engano arco-íris ele vai de zero a mil quase mil e cem metros de altitude né mas ele tá aqui nas baixas altitudes até 400 500 metros mas ele ocorre até 1.100 metros então tem uma flexibilidade o que a gente tem que tomar cuidado não é pegar a planta e colocar ela no extremo da flexibilidade dela que daí nós enrijecemos aquela capacidade que era flexível então qualquer variação para mais vai impactar na planta e ela vai
entrar em stress né agora muitas vezes a gente só vai saber plantando porque pode ter uma diferença grande no clima como o cerrado aqui a gente tem quatro cinco meses de seca mas o mogno amazônico cresce bem aqui no cerrado então muitas vezes a gente tem que testar aquela planta exótica para ver o comportamento dela e a castanha do Pará a mesma coisa eu vi castanhas produtivas na região de Brasília carregadas de ouriço num pasto castanha do Pará que foi plantado pelo agricultor e cresceu bem no distrito federal ou seja não é um lugar nativo
dela mas ela cresceu bem então a gente tem que testar testar as plantas exóticas no sol no nosso lugar para ver se elas crescem bem não é um clima tão distinto assim Amazônia Cerrado né agora se você traz uma planta do clima temperado frio para plantar aqui é uma coisa bem extrema não é mas nós temos que testar é fundamental testar e a gente tem temperaturas ó comparando os eucaliptos temperatura média do mês mais frio do mês mais quente aqui né a precipitação é índice de aridez né se a precipitação dividida pela vapor transpiração ela
é menor que um então um clima mais árido Então você tá vendo a flexibilidade dos Eucaliptos Então isso é um trabalho magnífico Mas a gente pode fazer isso para todas as plantas né para ver comparar como que a chuva temperatura do lugar de origem das plantas que a gente quer colocar no nosso sistema né então vamos pegar um exemplo caseiro nosso aqui ó cultivo do cacau na Bahia Então a gente tem aqui ó eu circulei a zona cacaueira nessa região então quando a gente compara tem uma altitude muito parecida verdinho aqui na costa O Amarelinho
o cacau é nativo da Amazônia Então a gente vai vendo essa temperatura média parecida com a temperatura da Amazônia Essa região é quente aqui então tá vendo onde a zona cacaueira na Bahia e a gente vai é precipitação talvez chove um pouco menos mas as outras características são parecidas não é e aqui a pluviosidade e o clima o mesmo clima Olha o azul aqui olha o azul todo da amazônia azul claro e azul escuro quase toda a região Amazônica e nós temos essa região aqui da Mata Atlântica que pega até Espírito Santo aqui ó que
seria uma zona parecido o clima por isso que o cacau cresce bem porque é um clima parecido né o sétimo passo trabalhar com as espécies que os agricultores já conhecem plantar o que os agricultores já plantam testando consórcios e avaliando Ou seja você vê na região que já planta e vai bem já ganhamos espaço não vamos Reinventar roda já ganhamos tempo né E aí o que a gente pode fazer a gente testa essa espécies exóticas e trabalhando com os agricultores a gente vai aumentando a complexidade diversidade e ao mesmo tempo a gente pode aumentar o
repertório do Agricultor porque ele testa aquilo né E nós testando o que o gritor já faz e trazendo plantas de fora e vendo que funciona a gente pode contribuir para o agricultor para ele melhorar o sistema dele com novas espécies cultivadas nativas exóticas né ou que vai servir de árvore mãe para sombreamento né consórcios com plantas de cobertura dubos verdes de outras regiões Ou seja a gente pode aprimorar aquilo que os agricultores já fazem e apoiar eles né para se livrar aí dos adubos químicos dos venenos e o oitavo passo verticalizar a produção agregar valor
pode ser necessário algum grau de processamento alguma agroindústria né evitar os commodities ou seja como ódio de preço é sempre lá embaixo o seu produto você vai produzir um produto com densidade nutricional rico mas ele vai lá e entra na vala comum dos commodities então é fundamental isso a gente construir a própria marca com alimentos saudáveis saborosos e de alto valor nutritivo então fazendo uma revisão dos Passos determinar o clima da região caracterizar a floresta original do lugar Verificar se os agricultores já fazem consórcios listar nativas exóticas que os agricultores conhecem fazer um levantamento de
espécies nativas desconhecidas pelos agricultores e que crescem bem na região fazendo levantamento de espécies exóticas para a região e desconhecidas pelos agricultores e vê aquelas que crescem bem na região testar consórcios com plantas conhecidas e novas e assim a gente aumenta o repertório e criação de produto com valor real que quer dizer o valor real ou seja nós estamos melhorando o solo e criando um produto que aquele valor é o valor real ou seja a gente não está destruindo o planeta e aquele valor que tem num produto por exemplo Quando você compra um quilo de
milho um quilo de feijão não tá embutido nele a destruição do planeta embutido a recuperação do planeta um produto saudável com valor nutricional então a gente parte dessa visão Ampla e a gente vai indo para o detalhe em cada um desses aspectos E se a gente seguir esses 8 passos a gente não precisa Reinventar a roda e assim a gente avança para construir sistemas complexos e biodiversificados produzindo alimentos com alto valor nutricional [Música] [Música]