Nossa conversa de hoje, dentro dessa visão dos resumos doutrinários que nos permite, a longo prazo, ir estabelecendo todos os fundamentos da doutrina bíblica e, construindo a longo prazo, ele, na verdade, é algo que está muito relacionado às aulas que nós já abordamos. Eu quero falar a respeito de predestinação. Mas nas aulas anteriores falei sobre os tempos da salvação, onde enfatizamos processos, tivemos uma outra aula questionando: Salvação se perde?
isso é parte de um entendimento importante para que a gente siga construindo o que estamos construindo agora, e na aula anterior falei sobre o Livro da Vida. Em todas essas três, estabelecemos fundamentos importantes para essa aula de agora. Portanto, se você está chegando aqui atraído pelo título baseado numa pesquisa ou porque simplesmente o vídeo apareceu, foi recomendado a você agora, eu sugiro voltar nas aulas anteriores estão todas numeradas.
É só você considerar as três os três episódios anteriores. Na verdade, minha sugestão, se possível, é que todos sigam o curso na sequência numérica desde o início. No entanto, essas três seriam o que eu chamaria do requisito mínimo para entender o que já construímos preparando essa aula.
Em Efésios, no capítulo um, eu quero ler a partir do versículo três, e nós vamos ler juntos até o versículo 14. O texto sagrado diz: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos santos e irrepreensíveis diante Dele.
Em amor nos predestinou para Ele, para sermos adotados como seus filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade, para o louvor da glória de sua graça, que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado. Nele temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria entendimento. Ele nos revelou o mistério da Sua vontade, segundo o seu propósito, que Ele apresentou em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra; em Cristo fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo.
Nele também vocês, depois que ouviram a palavra da verdade, o evangelho da salvação, tendo nele também crido, receberam o selo do Espírito Santo da promessa. O Espírito é o penhor da nossa herança, até o resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória. Eu li esse texto um pouco extenso, porque ele nos apresenta uma visão maior e abrangente do plano e do propósito de Deus.
Depois de bendizer o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais, o apóstolo Paulo, falando pelo Espírito de Deus, reconhece que antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu nele. Esse verbo "escolheu", merece a nossa atenção. Para que Ele nos escolheu?
Para sermos santos e irrepreensíveis diante Dele. O final do verso quatro, emendando com início do cinco, diz que "em amor nos predestinou para ele". A palavra "predestinar" significa "destinar de antemão, estabelecer um destino".
E o texto diz que "nos predestinou para sermos adotados como seus filhos, por meio de Jesus, segundo o propósito da sua vontade. " Depois, nós lemos no verso sete que temos a redenção pelo sangue, a remissão pelos pecados, de acordo com a riqueza da graça. Aqui no verso 8 diz que Deus derramou sobre nós.
No 9 ele destaca que Deus revela o propósito, o mistério da sua vontade, segundo o seu propósito de, em Cristo, convergir, fazer convergir Nele, em Cristo, todas as coisas. E de novo, no verso 11, vai dizer: "Em Cristo fomos também feitos herança, predestinados", mais uma vez a palavra "predestinado" aparece, "segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade. Bom, mencionei, numa das aulas anteriores, que um dia alguém me perguntou: "Pastor, o senhor acredita em predestinação?
" É claro que sim. É uma terminologia bíblica. Ela não pode simplesmente ser ignorada nem refutada.
O que se entende por ela é outra questão. Como Paulo fala de termos sido predestinados segundo o propósito daquele faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, presume-se, na teoria, na teologia de alguns, que então Deus decidiu o que quis na sua vontade, de acordo com a sua vontade, Ele predeterminou, Ele já estabeleceu de antemão o curso de todas as coisas, e que, já que tudo é decidido segundo a vontade de Deus e não do homem, o homem simplesmente não tem um poder real de decisão ou tem um poder inferior de decisão para detalhes e não para aspectos maiores e, a partir disso, o entendimento de predestinação em alguns meios teológicos começou a ser desenvolvido a partir de: "Deus escolheu. Deus quis, Deus não quis.
" Então alguns foram predestinados para a salvação e outros para perdição, os chamados réprobos. E eu tenho vindo pouco a pouco, refutando esse tipo de entendimento, algo que não consigo enxergar sob hipótese nenhuma nas Escrituras, porque nós precisamos trabalhar o todo das Escrituras. De vez em quando eu vejo gente pegar um versículo como esse e diz: "Está aqui.
Ele nos predestinou de acordo com o propósito que faz todas as coisas, de acordo com o conselho, o propósito da sua vontade. A predestinação é baseada no que Ele quis. Não tem nada a ver com o homem.
" E aí eu digo para essas pessoas: "Então porque a mesma Bíblia vai falar tanto não só da vontade do homem, mas da possibilidade do homem resistir à vontade de Deus? " Então nós não podemos pegar um texto e dizer que toda doutrina está definida por esse texto, ignorando os outros que aparentemente contradizem esse texto. Mas quer dizer que a Bíblia não se contradiz diante de qualquer aparente contradição nós temos um desafio de interpretação, um chamado a ver o quadro maior.
Então, por exemplo, se Deus simplesmente decide quem é salvo e a graça na perspectiva dos que ensinam predestinação no sentido de que alguns foram predestinados para a salvação, outros para perdição é, de fato, irresistível, então seria impossível resistir a Deus. No entanto, nós percebemos que na mensagem de Estevão em Atos, no capítulo sete, ele faz uma declaração que não pode ser ignorada, não pode ficar fora dessa conta. No versículo 51 de Atos sete, Estevão diz assim: "Homens teimosos e incircuncisos de coração e de ouvidos, vocês sempre resistem ao Espírito Santo.
" Espera aí, se o Espírito Santo, que é quem nos convence do pecado, se a bondade de Deus é que nos conduz ao arrependimento, como diz Romanos, isso fosse de fato uma determinação divina baseado na sua vontade, homem nenhum poderia resisti-lo. Mas a Bíblia está dizendo de homens que resistem ao Espírito Santo. Por quê?
Deus decidiu expressar o amor ao homem sem fazer do homem um refém da sua predeterminação. Então, é óbvio que Deus estabeleceu um padrão de interação que ao longo da aula nós vamos demonstrar que existe. Nunca se trata de Deus agindo sozinho e nem do homem agindo sozinho.
Há uma interação, uma ação conjunta das duas partes. Então é muito importante que a gente construa um entendimento correto e completo dessa questão da escolha. Então, eleição é um termo bíblico.
Predestinação é um termo bíblico. O verbo "escolher" vai aparecer. Deus nos escolheu.
Agora, é interessante também observar, isso não é o ponto de discussão aqui agora, que sempre que a Bíblia está falando de predestinação, ela apresenta a ideia coletiva e o plano geral para todo homem. Quando a Bíblia fala da possibilidade de alguém resistir a Deus, é sempre uma resposta do indivíduo. Então nós precisamos sempre avaliar essas duas perspectivas.
Também precisamos separar aquilo que diz respeito às determinações do cumprimento do plano e do projeto de Deus, de novo, o coletivo, e separar isso no individual. Por exemplo, Mardoqueu manda um recado a sua sobrinha Ester, agora elevada à posição de rainha. Ele diz: "Se de todo você se calar agora, de outra parte se levantará socorro e livramento a Israel.
Mas quem sabe", isso está lá em Ester 4. 14, "quem sabe se não foi para um tempo como esse que chegastes a ser rainha? " E está dizendo: "Deus tem um propósito geral para a nação de Israel, para o mundo, e Deus tem propósitos individuais.
No propósito geral", ele está dizendo: "se você, enquanto indivíduo minha sobrinha, se calar, Deus levanta outro. Ele trata um indivíduo que falha no processo, por outro que não falha para que o plano coletivo se cumpra. " Então a pergunta dele é: Você acha que Deus te colocou nessa posição à toa, que Ele não quer justamente te usar?
Então, o que ele está pedindo não é uma resposta favorável, mas ele está dizendo: "Se você falhar enquanto indivíduo, o plano coletivo não vai falhar. " Então, separar o coletivo do individual é um outro assunto que merece atenção. Eu não vou me aprofundar nisso agora, mas a observação precisa ser feita.
Já dissemos em aulas anteriores que predestinação é bíblica, mas que normalmente ela é apresentada na Escritura e eu quero estabelecer aqui algumas definições importantes. Uma delas, além do plano individual e coletivo que precisa ser levado em conta, é que, de fato, predestinação é bíblica, mas quase sempre ela está relacionada de forma direta ou indireta com a presciência de Deus. A palavra "presciência" significa "conhecer de antemão".
Então, um dos atributos fundamentais de Deus é a sua onisciência, a capacidade de conhecer todas as coisas e um outro, um desdobramento do primeiro é a presciência, a capacidade de conhecer tudo de antemão. Deus não é pego de surpresa por absolutamente nada. Isso significa que, ainda que ele tenha dado ao homem o direito de escolha, a escolha do homem nunca será uma surpresa para Deus, que sabe de antemão quais escolhas serão feitas.
Em Romanos 8. 29, a Bíblia diz: "aos que dantes conheceu", presciência, conhecimento prévio, "também predestinou". Em primeiro de Pedro 1.
2: "Eleitos segundo a presciência de Deus. " Então a eleição está fundamentada na presciência e não em mero determinismo. Se fosse mero determinismo, então o homem não poderia simplesmente contrariar as escolhas de Deus, e a graça seria como ensinam os predeterministas, irresistível.
O que particularmente já destaquei antes e vou reforçar aqui: não creio que a graça tem uma ação unilateral só da parte de Deus. Em segunda de Pedro 3. 18, a Bíblia diz: "Crescei na graça", é um imperativo, uma ordem.
Se a graça age sozinha, ela pode crescer em mim se ela quiser. Eu não poderia escolher crescer nela o que dizer, ser mandado. Em segunda Timóteo 2.
1, Paulo traz o imperativo para o seu discípulo: "Fortifica-te na graça". Mas, peraí, se a graça age sozinha de forma unilateral, ela me fortalece quando e se quiser. Eu posso escolher me fortalecer nela o que dizer, ser mandado.
Paulo escreve aos Gálatas e diz: "Vocês caíram da graça. " Mas se a graça age sozinha, sem nenhuma interação humana, então ninguém cairia da graça. A graça é que nos derrubaria, porque tudo partiria dela.
Mas Ele está responsabilizando quem caiu e não a graça por suposta e alegadamente tê-los derrubado. Precisamos entender que o apóstolo Paulo, e, em segundo aos Coríntios 6. 1 diz: "Exorto-vos na qualidade de cooperadores de Deus", ou seja, a exortação que vem depende de entender isso: vocês são cooperadores.
A palavra ali "cooperadores", no grego "sinergeo", ela vem de "sinergia, trabalho conjunto". Muitas vezes vejo pessoas na teologia se declarando monergistas, significa que eles creem que mono, um só, tudo é unilateral e vem da parte de Deus. Mas Paulo está dizendo, e aqui eu quero falar como sinergista e não monergista, Paulo está dizendo: "Exorto vocês, na qualidade de sinergistas, de cooperadores com Deus, a que não recebais a graça de Deus em vão.
" Se a graça é unilateral, age sozinha, é irresistível, por que eu seria exortado a não recebê-la à toa? Significa que Deus pode oferecer a graça com o intento de produzir algo em mim e eu estou sendo exortado a não recebê-la em vão, porque se eu não cooperar e não interagir com a graça, ela não pode cumprir o seu papel. Vamos seguir adiante?
O apóstolo Paulo, escrevendo aos Gálatas, diz: "Eu não anula a graça de Deus. " Mas se a graça não pode ser anulada, por que ele declararia isso? É a mesma coisa que hoje em dia alguém se gloriar e dizer: "Eu não mato Deus.
" É lógico que não! Deus não pode ser morto. Você vai se gloriar do quê?
Agora para ele dizer: eu não anula a graça de Deus é porque, de fato, a graça pode ser anulada? Em Hebreus 12. 15, a Palavra de Deus é muito clara.
Nós precisamos entender o que está lá. "Não vos priveis da graça de Deus, permitindo que alguma raiz de amargura, brotando, vos contamine e perturbe a muitas pessoas. " Então, quando o texto diz: "Não se prive, não vos privem da graça", significa que não é a graça sozinha que me priva de si.
Se ela fosse unilateral, ela escolheria aqueles em quem trabalhar, os eleitos, ela simplesmente derrubaria os que não são, os réprobos, e ninguém poderia fazer nada a respeito, a não ser acatar as predeterminações e os decretos do Deus eterno. Mas se a Bíblia está dizendo que eu posso me privar, significa que Deus ofereceu uma graça, não de brincadeira, mas porque Ele queria que ela operasse e eu não interagi, acabei me privando. Então, nas definições, predestinação mostra um destino de antemão que Deus tem a todos, a coletividade.
A Bíblia é enfática e falamos em aulas anteriores Ele deseja que todos se salvem. A predestinação é bíblica, mas ela precisa ser entendida à luz de presciência e não de predeterminismo. O segundo tópico que quero destacar aqui, vem com uma pergunta: A decisão da salvação é divina?
É um ato unilateral? Então podemos concordar com o ensino daqueles que declaram que Deus determinou alguns para salvação e outros para perdição, independente do que eles possam vir querer ou desejar? Como Wesley dizia, o problema dessa percepção doutrinária é o que ela faz com o amor e com a justiça de Deus.
Então, a declaração de que Deus amou o mundo, de que Deus amou a todos, de que Ele não faz acepção de pessoas, simplesmente é jogada na lata do lixo por conta de uma percepção como essa. Então, particularmente, eu acredito que um atributo não pode ser apresentado em detrimento de outro. A Bíblia fala de um Deus soberano?
Sim. E desde quando a soberania de Deus anula o amor que Ele declara ter por todos os homens sem fazer acepção de pessoas? E desde quando sua soberania anula a sua justiça?
Primeira Timóteo 2. 4 diz que Deus deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Então, se uma hora Ele deseja que todos se salvem e em outra Ele não deseja que todos se salvem, Ele está sofrendo de algum tipo de bipolaridade?
Ele está mudando? Nós precisamos entender que a Palavra de Deus é coerente e uma declaração em cima de um versículo não pode ser usada colidindo com outras declarações bíblicas. Quando Satanás diz a Jesus: "Pula do pináculo do templo, porque está escrito" e vai citar lá o Salmo 91 "aos seus anjos dará ordem a seu respeito", o que é que Jesus responde?
Jesus responde: "Também está escrito". O que significa o "também está escrito"? Então ele está dizendo: "O texto que você citou é, de fato parte da Escritura, mas não pode ser interpretado sozinho em detrimento dos demais ou em colisão com outros que desdizem a aplicação que você está fazendo desse versículo.
" Então, nós precisamos de fato olhar o todo. Em Mateus 11. 28, Jesus diz" "Venham a mim, todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
Tomem sobre vocês o meu jugo. Aprendam de mim, porque eu sou manso e humilde de coração, e vocês acharão descanso para a sua alma, porque o meu jugo é suave, o meu fardo é leve. " Então Ele chama: "Venham a mim todos, eu vou aliviar todos", mas na verdade, Ele não está oferecendo isso para todo mundo?
Então isso seria uma dissimulação? Isso seria um engano? Isso seria uma brincadeira do Senhor Jesus?
É óbvio que não. O tempo todo a Escritura enfatiza um plano e um projeto de Deus que envolve todas as pessoas. Tito 2.
11 diz que a graça se manifestou salvadora a todos os homens. Ao olhar para as Escrituras o tempo todo, vemos essa ênfase a respeito do que Deus oferece a todas as pessoas. Em Mateus 18.
14, Jesus diz: "Assim, não é da vontade do Pai de vocês, que está nos céus, que se perca um só desses pequeninos. " Jesus está olhando e dizendo: "O Pai não quer que se perca um só deles, porque Ele ama a cada um deles. " Então nós precisamos, de fato, olhar e entender as declarações bíblicas no seu todo nessa perspectiva de que elas na verdade são harmônicas e elas não colidem.
Em Hebreus, no capítulo dois, no verso nove, a Bíblia diz: "Vemos, porém, aquele que, por um pouco, foi feito menor do que os anjos, Jesus, que, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos. " Então Ele prova a morte por todos, mas Ele não quer que todos se salvem? Esse, de fato, precisa ser um ponto bem definido na nossa doutrina.
Eu prego o evangelho para alguém dizendo: "Deus te ama, tem um plano para você, te chamou ao arrependimento. Se você se arrepender e crer nele vai salvar", mas eu posso estar simplesmente iludindo um réprobo dizendo: "Olha, no final das contas, nós não sabemos. " Gente, a pergunta é: Que evangelho é esse?
Qual a coerência em tudo isso? Outro dia alguém falou para mim: "Você está fazendo uma violência à soberania de Deus. Está causando estrago quando ensina a responsabilidade humana desse jeito.
" Eu falei: "Pera aí, Que estrago que estou causando? Porque se você estiver certo, não importa o que eu falo, nada muda o que Deus determinou. Então, se eu tiver errado no meu ensino, não estou alterando destino nenhum.
Aliás, se fomos coerentes com o que você está falando, já que Deus está no controle de tudo e predetermina todas as coisas, você vai ter que admitir que Deus me levantou pra falar alguma coisa que é até conta o que Ele faz. Então você não pode me dar essa autonomia e dizer que eu estou criando um problema para o Deus soberano, não crendo do jeito que crê. " A pessoa emudeceu.
Falei: "Por outro lado, se você estiver errado no que você estiver ensinando você está despachando muita gente pro inferno, levando-os a acreditar na possibilidade de serem réprobos sem que eles tenham uma revelação do amor de Deus e da responsabilidade de resposta. Agora, a disputa não é simplesmente vamos escolher o que arrisca menos? É tentar enxergar a coerência das Escrituras.
Obviamente, o meu papel aqui é destacar textos que nos chamem à compreensão de que Deus, de fato, ama todos os homens, deseja que todos se salvem e de que todo conceito de eleição e predestinação tem a ver com presciência não com predeterminação divina. Então, a pergunta a ser feita mais uma vez é: A graça de Deus é, de fato irresistível? Deus estabeleceu seus decretos irrevogáveis e simplesmente tudo acontece de acordo com o que Ele quer?
Por que Atos 13. 43 fala que Paulo e Barnabé se dirigem a muitos que tinham se convertido, e a Bíblia diz que os persuadiam a continuar firmes na graça de Deus? Para que convencer alguém a permanecer firme na graça de Deus se essa pessoa recebeu uma graça irresistível?
Então a responsabilidade humana o tempo todo aparece. No próprio Atos 13, no verso 46, a Bíblia fala, o apóstolo Paulo, falando ousadamente, diz: "Era necessário pregar a Palavra de Deus primeiro a vocês", judeus. ele diz: "Mas, como vocês a rejeitam e se julgam indignos da vida eterna, eis que nós nos voltamos para os gentios.
" Então ele tá falando de rejeitar algo. Ele não está dizendo: "Olha como vocês são réprobos e foram rejeitados por Deus, não vão aceitar. " Ele está dizendo: "Vocês rejeitaram.
" Agora, é indiscutível que no verso 48 o texto diz: "Os gentios, ouvindo isto, se alegravam e glorificavam a palavra do Senhor. E creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna. Então nós precisamos de fato, avaliar no conceito de todas as coisas, da soma de todas as verdades, o que está sendo dito.
Se estão sendo persuadidos a ficar firmes na graça, têm responsabilidade deles quanto à graça, a graça não faz isso sozinha. Se rejeitam, é porque têm escolhas. Mas, no final das contas, quando a Bíblia fala daqueles que tinham sido destinados, está falando de um grupo de indivíduos que o Deus presciente, que tinha salvação a todos os homens, sabia de antemão que seriam alcançados.
Essa é a única forma de você harmonizar essas declarações bíblicas. Que a salvação divina, a vida eterna, pode ser rejeitada pelo homem, é fato. Lucas, capítulo 13, verso 34, diz o seguinte: "Jerusalém, Jerusalém!
Você mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, mas vocês não quiseram! " Olha o que Jesus está dizendo: "Eu quis, mas vocês não quiseram.
" Agora nós simplesmente mudamos a ordem da teologia e dizemos: "Deus não quis. Então, mesmo que a gente quisesse, não dá certo"? Não é essa a linha de raciocínio que está sendo apresentada na Escritura.
Em João no capítulo cinco, no versículo 40 Jesus diz, primeiro, no 39: "Vocês examinam as Escrituras porque julgam ter nelas a vida eterna e são elas que testificam de mim. " No 42: "Contudo, vocês não querem vir a mim para ter vida. " Jesus está responsabilizando eles por não quererem ir até Ele e não o contrário.
Quando olhamos para a declaração de João, capítulo 12, verso 48, vamos encontrar uma afirmação análoga. Jesus diz: "Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que falei, essa o julgará no último dia. Então ele está falando de alguém que rejeita, de alguém que não recebe as suas palavras.
Ele não está falando de alguém que não creu porque foi rejeitado. Essa pessoa é que rejeitou a oferta divina e aquilo que Deus lhe propôs. Já citei anteriormente Atos 7.
51: "Vocês sempre resistem ao Espírito Santo. " Então precisamos entender que um homem pode atrapalhar ou prejudicar não só a si mesmo, mas ele pode atrapalhar e prejudicar outros. É o ensino de Jesus.
Mateus, capítulo 23, versículo 13 olha o que o Senhor diz aos fariseus: "Ai de vocês, escribas e fariseus hipócritas, porque vocês fecham o Reino de Deus diante das pessoas, pois vocês mesmos não entram, nem deixam entrar os que estão entrando! " Olhe que Jesus está dizendo: "Vocês fecham o Reino. " Mas pera aí, se tudo é determinado só por Deus e não há nenhuma influência no que os homens pregam e ensinam, como que o Reino de Deus seria fechado a pessoas que Deus quer que entrem?
E se Deus quer que entrem, ninguém poderia fechar. Então, basicamente, se os eleitos serão salvos e alcançados de qualquer forma, não importa o que esses fariseus estivessem fazendo, eles não poderiam ser recriminados a respeito disso. Logo, a gente pode dizer que na soma de todos os versículos esse posicionamento não se sustenta.
Por quê? Fundamento bíblico: Deus tem dado ao homem desde o início livre-arbítrio. "Você vai comer de todas as árvores do jardim, menos dessa.
" Deus diz: "Isso é certo, isso é errado. Se você fizer o certo a consequência é essa. Se fizer o errado é essa.
Agora você escolhe se vai me obedecer ou não. " Deuteronômio 30, de 15 a 19: "Eu ponho diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. " Ele vai dizer: "Escolhe certo, escolhe vida.
" Ele está dizendo: "Eu mostro quais são os caminhos, eu mostro quais são as consequências. Eu mostro o que eu quero que você escolha, Mas a escolha final ainda é sua. " Josué 24.
15 diz: "Vocês escolham hoje a quem servir. Eu e minha casa serviremos ao Senhor. Fizemos a nossa escolha.
" Isaías 1. 19: "Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor dessa terra. " Deus não está dizendo que você vai comer o melhor da terra, porque eu quis que você comesse.
Ele diz: "Se você quiser. Como que você demonstra que quer? Dando ouvidos a mim, cooperando com aquilo que eu apresento a você.
" Em Apocalipse 22. 17: "Quem quiser, venha e beba de graça da água da vida. " "Quem quiser" não é "quem Deus quis".
"Quem quiser. " Então nós temos de fato livre-arbítrio. Agora, o que nós precisamos harmonizar são as aparentes contradições, porque muitas vezes as pessoas, elas se fiam em cima de pequenas porções.
E eu percebo gente simplesmente discutindo: "Não, mas esse seu texto é diferente do meu. - OK e como é que você vai explicar o meu que está diferente do seu? " Porque eu não posso simplesmente dizer: Eu fico com esse grupo de versículos, você fica com esse outro grupo de versículos.
Um dia desses uma pessoa falando é essa questão de predestinação, desafio, porque os dois têm base bíblica. " Eu falei: "Gente, é impossível que duas coisas nque se contradigam, tenham base bíblica. " Eu, particularmente, acredito que há elementos secundários da doutrina, não os primários, que eles não trazem tanto dano como quando mexemos no primário.
Por exemplo, se alguém tentar ensinar que a salvação não é por meio de Jesus, vão taxar de heresia. Agora, há subtópicos que a gente vai dizer os irmãos estão equivocados, mas ainda são irmãos, não são seitas. Mas nós não podemos dizer que está tudo bem escolher isso ou escolher aquilo.
O que é nós precisamos entender? As declarações. Então, por exemplo, eu vejo predeterministas dizendo: O arrependimento é um ato unilateral.
Qual a base da declaração deles? "- Não, isso é Deus que faz, não depende do homem, porque lá Romanos 2. 4 existe a pergunta: Vocês ignoram que a bondade de Deus é que leva vocês ao arrependimento?
" Isso de fato está lá, a bondade de Deus conduz ao arrependimento. Nós temos declarações como Atos 11. 18, que diz o seguinte: "Quando os demais ouviram isso, acalmaram-se e glorificar a Deus, dizendo: Então também aos gentios Deus concedeu o arrependimento para a vida!
" Então, é evidente que Deus concede arrependimento porque temos mais de um texto. Um fala que a bondade de Deus conduz ao arrependimento o outro diz que Deus concedeu o arrependimento para a vida. E segunda Timóteo 2.
25, o apóstolo Paulo também nos ensina uma verdade que não pode ficar fora dessa equação. Depois de dizer no verso 24 que o servo do Senhor não deve andar metido em brigas, ele fala que deve, verso 25: "disciplinando com mansidão os que se opõem a ele, na expectativa de que Deus lhes conceda não só arrependimento para conhecerem a verdade," verso 26: "mas também o retorno à sensatez, a fim de que se livrem dos laços do diabo, que os prendeu para fazerem o que ele quer. " Então, se alguém vai na expectativa de que Deus conceda o arrependimento, é óbvio que o arrependimento tem origem em Deus.
Agora, a pergunta é é um ato unilateral? Diz respeito só a Deus, e o homem não tem participação? Porque, se for um ato unilateral, todos os que Deus quer que se arrependam se arrependerão e os que supostamente Ele não quer que se arrependam, não se arrependerão.
Mas quando você olha para Atos 2. 38, na primeira pregação do evangelho no dia de Pentecostes, Pedro diz: "Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão dos seus pecados". Ele diz: "vocês vão se arrepender.
" Aqui ele está falando do arrependimento como uma decisão e como algo que é parte da responsabilidade humana. Aliás, essa era a mensagem que o próprio Jesus pregou. No evangelho de Marcos 1.
15, a Bíblia diz que Jesus vem dizendo: "O tempo está cumprido, o Reino de Deus está próximo: arrependam-se. " "Vocês se arrependam e creiam no evangelho. " Então nós temos um grupo disputando: "o arrependimento é unilateral da parte de Deus", outro diz: "não, o arrependimento é unilateral da parte do homem".
Eu digo não é um ou outro. Se a Bíblia fala da parte de Deus e a Bíblia fala da parte do homem, não é um ou outro, é uma interação. Tem a parte de Deus e tem a parte do homem.
Os textos que apresentam a parte de Deus não anulam os textos que falam da parte do homem, e os textos que falam da parte do homem não anulam os textos que falam da parte Deus. Simples assim. Quando a gente olha para a questão de salvação não é diferente.
Em segunda Tessalonicenses, no capítulo dois, no verso 13, a Bíblia diz: "Mas devemos sempre dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus os escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade. " "Deus os escolheu para a salvação. " Tem a parte Deus?
Obviamente, isso é indiscutível. Agora, a pergunta é: é só a parte Deus? Porque além de declarações que nós temos nas Escrituras, como a que mencionamos em Atos no capítulo dois, depois de chamar as pessoas ao arrependimento no dia de Pentecostes, no versículo 40 a Bíblia diz: "Com muitas outras palavras", Estou falando da mensagem de Pedro, "Com muitas outras palavras de testemunho.
e exortava-os dizendo: Salvem-se desta geração perversa. " A Bíblia está falando de uma responsabilidade humana. Salvem se!
Em Filipenses, no capítulo dois, nós temos uma outra declaração de Paulo que também não pode ficar fora dessas considerações. Ele diz: "Desenvolvam sua salvação com temor e tremor. " Então, se o homem pega a salvação e trabalha nela a ponto de desenvolvê-la e aperfeiçoá-la, significa que existe responsabilidade humana.
Agora, a pergunta é: a responsabilidade é humana ou divina? Não é um ou o outros. Os dois.
A fé, a fé vem de Deus, Efésios 2. 8: "Pela graça sois salvos mediante a fé; e isto não vem de vós; é um dom de Deus. " É lógico que o homem não poderia crer se Deus não oferecesse fé.
Mas em Marcos 1. 15 Jesus diz: "Arrependam-se e creiam no Evangelho. " Esse "crede", o imperativo apresentado mostra que é responsabilidade do homem.
João 3. 16 diz: "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna, não pereça, mas tenha a vida eterna. " A responsabilidade de crer é de cada um.
Em Hebreus, no capítulo dez, no verso 35, a Palavra de Deus também mostra isso quando a Escritura nos exorta: "Portanto, não percam a confiança de vocês". Ué, se crer e confiar é ato divino unilateral porque eu seria exortado a não perder a minha própria confiança? Então existe a parte Deus, existe a minha parte.
Outro dia alguém falou para mim: "Não, a pessoa só vai a Cristo porque Deus é que faz isso. Não tem nada a ver com a escolha humana. " Eu falei: "Bom, qual é a base bíblica?
" Ele falou: "Não, tem um texto lá. " Eu falei: " Você deve estar falando de João 6. 37: Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim.
E o que vem a mim de modo nenhum o lançarei fora. " Jesus está falando de alguém que o Pai lhe deu e veio a Ele. Indiscutível.
Mas o mesmo Jesus, no mesmo evangelho de João, diz, como já lemos antes, em João 5. 40: "Vocês não querem vir a mim para ter vida. " Então existe uma parte sobre as pessoas irem a Cristo, que é de Deus, e existe uma parte humana.
Ou seja, Deus não arrasta ninguém, Deus atrai. Agora, cada um tem a responsabilidade de cooperar ou não com Deus. Vamos falar dos tropeços?
Judas, capítulo único, verso 24: "Ora, aquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar. " Existe uma ação divina para me proteger do tropeço? Sem sombra de dúvida.
Mas em segunda de Pedro, no capítulo um, no verso dez a Bíblia diz: "Por isso, irmãos, procurem, com empenho, dedicação cada vez maior", aqui está falando da parte humana, "confirmar a vocação e eleição de vocês; porque, fazendo assim, vocês jamais tropeção. Desta maneira", com a dedicação e participação de vocês, não só a ação divina "é que lhes será amplamente suprida a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. " Então eu não tropeço porque Deus me guarda ou porque eu garanto?
Os dois. Há um recurso de Deus que deve ser utilizado e aproveitado, mas há a minha parte, não adianta excluir Deus e os seus recursos dessa história, dizendo: "Eu faço tudo sozinho" e nem achar que Deus sozinho fará todas as coisas. E por último, para encerrar a aula, a própria ideia já apresentada do desenvolvimento de salvação.
Filipenses 1. 6: "Aquele que começou em vós a boa obra, há de completá-la. " Você lê esse texto e parece que Deus vai fazer tudo sozinho.
Ele começa, Ele termina. Não tem nada a ver com a gente. Mas quando em Filipenses, no capítulo dois, não só no verso 12, o apóstolo Paulo fala sobre desenvolver a salvação, mas você segue a linha de raciocínio que ele continua ele termina dizendo no verso 13: "porque Deus é quem efetua em vocês tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.
" É lógico que Ele provoca o querer, Ele provoca algo, mas cabe ao homem responder e corresponder ou não. Ou seja, em toda a Bíblia encontraremos esses elementos de interação, o que nos leva ao entendimento de predestinação. Ela existe, mas ela é baseada na presciência ou é uma imposição da vontade de Deus?
Se fosse imposição da vontade de Deus, não poderíamos resisti-lo, não haveria participação humana, tudo seria uma determinação só de Deus. E todos esses texto nos mostram que não. Então, sim, há um plano eterno, há um conhecimento de Deus antes do tempo em que tomaremos as nossas decisões, mas Deus ama todos, deseja que todos se salvem e não predeterminou réprobos desde a eternidade, impedindo-lhes a oportunidade de corresponder com Ele.
Isso precisa ser parte do nosso fundamento doutrinário. Que Deus nos ajude a entender, de forma progressiva e crescente a sua grande obra de salvação.