Psicologia da Aprendizagem - Aula 11 - O desafio de reinventar a escola

[Música] Olá de novo eu aqui com vocês e dessa vez para falar de um tema que diz respeito a todos aqueles que se preocupam com a educação o desafio de reinventar a escola eu tô me referindo a a ao desafio né a meta que a gente deveria ter de construir uma escola mais afinada com os nossos com os nossos tempos com a realidade dos nossos alunos com a linguagem deles uma escola mais significativa Mas vamos começar do começo e o começo dessa história é justamente falar de um mundo que Ah que aonde prevalecem as mudanças

isso é corriqueiro todo mundo já ouviu falar mudanças econômicas mudanças sociais as novas tecnologias mudanças na forma de fazer comércio ou de fazer as próprias negociações sociais a gente vive num momento de muitas mudanças mas eu queria enfatizar isso para mostrar para vocês que essas mudanças tem um impacto tem uma consequência muito maior do que a gente possa imaginar tem um autor nome dele é castels neste livro lá era de inform Economia sociedade e cultura já na época tá no final do do do do século passado o castelos dizia que estamos diante de uma mudança

de época e não em uma época de mudanças e o que que ele quer dizer com isso ele quer dizer que não se trata de pequenas novidades aqui e ali mas de uma nova lógica Da Lógica de um novo tempo que é marcado por uma nova forma de ser e de viver bom ah pensando em como isso aconteceu né na na no no no contexto da história eu remeto vocês a outro autor o Gomes neste livro que eu indico para todo mundo Educação na era de digital e o Gomes mostra pra gente uma coisa interessante

ele divide o desenvolvimento da humanidade em quatro ciclos básicos a idade da pedra que foi mais ou menos até 6000 antes de Cristo cuja preocupação do homem era basicamente a caça A Pesca e a conservação dos alimentos os homens estavam preocupados em sobreviver em garantir as sua sobrevivência e viviam basicamente da coleta Isso mudou numa segunda época a época agrícola que foi mais ou menos dos da da da da do ano 6000 antes de. Cristo até o século XVI onde a atividade humana esteve concentrada na agricultura na pecuária e no intercâmbio comercial uma terceira fase

aparece ã exatamente entre o século XVI e o Séc século XX que é a época da Revolução Industrial e que sem descaracterizar a pecuária a a a a agricultura e o intercâmbio comercial vai ser marcado pela produção Fabril quer dizer vai ser marcado pela toda a preocupação com a produção e com o funcionamento das fábricas finalmente na época da informação a partir de 1975 mais ou menos a gente tem uma nova lógica né com este Boom das novas tecnologias onde a lógica é a aquisição análise o processamento a recriação a comunicação da informação né então

aquele que não está integrado num sistema eh eh de comunicação e das tecnologias ele corre o risco de ficar marginalizado do sistema de produção bom na prática né Isso significa um novo mundo e novas atividades a impressão que eu tenho é que a vovozinha dos tempos de antigamente nem ela existe mais né são novas atividades e novos modos de ocupação de comunicação e de relacionamento quer dizer tudo vai mudando a lógica vai mudando Mas se a gente tem tanta modernidade tanta tecnologia a gente tem também né a permanência de algumas contradições né vejam por exemplo

essa imagem né ah todo mundo conhece uma grande rede de lanchonetes mundialmente espalhada pelo mundo todo mas essa realidade super tecnológica que conta até com Drive through muitas vezes eh tem que atender uma carroça né ah como se não bastasse as contradições nós temos também bem as desigualdades sociais quer dizer as disparidades a tecnologia infelizmente não resolveu a a diferença o abismo que existe entre ricos e pobres né e o acesso a essa tecnologia a gente sabe que é bastante diferenciado né contradições desigualdades sociais e aparecimento de novas diferenças de novos problemas quer dizer a

mesma tecnolog que traz vantagens traz por um outro lado alguns outros desafios Se vocês me permitirem aí uma pequena Brincadeira vamos lá né o aparecimento de novas de novas diferenças nós temos aqui duas senhorinhas né que estão tentando pagar a conta num caixa eletrônico e uma diz pra outra hum agora a tá mandando ler o código de barras e a outra onde começa a ler o código de barras um fino um fino um grosso um fino um fininho um fino Branco um grosso e um grossão né isso diz pra gente né e o desafio que

é de você lidar com populações inteiras E é claro não só os idosos que não t acesso a essa tecnologia e ao contexto das Comunicações de uma forma geral quer dizer eh avançamos em termos de tecnologia mas por um outro lado temos a dificuldade de tornar isso possível para todos no campo da escola a coisa é bem mais complicada porque permanecem eh eh eh cenários muito diferentes né Nós temos uma na escola convivência entre diferentes realidades né Por um lado a escola antiga arcaica tradicional a aquela escola e onde o aluno senta e escuta e

recebe passivamente toda a informação do professor é claro que eu não tô falando só do mobiliário escolar eu tô falando de uma relação passiva de uma escola calcada num ativismo de um mecanicismo né onde nada parece fazer sentido pro aluno por um outro lado a gente tem o mundo da tecnologia da comunicação da informática de todo todos os recursos digitais e essa diferença faz criar um verdadeiro problema nas relações professor aluno o professor se posta numa posição em que ele tá trazendo a matéria ele se vê na obrigação de passar o conhecimento e o aluno

por sua vez não entende a sua linguagem não entende a razão daquele conhecimento e não entende nem mesmo o que ele está fazendo lá vem daí a necessidade de se Reinventar a escola de inventar uma escola próxima dos nossos alunos uma escola que possa falar a mesma linguagem que os alunos que possa ensinar coisas significativas e que acima de tudo possa ensinar os alunos a viver melhor no mundo de hoje é isso que é disso que eu estou falando quando eu me refiro à necessidade de reinventar a escola e essa necessidade tem que ser pensada

em função de dois eixos por um lado tá nós temos aqui o eixo extraescolar ou da própria sociedade nós temos novos sujeitos nós temos mudanças nos modos de aprender e de se relacionar com a informação nós temos novos recursos novas tecnologias Isso é o que a sociedade tá trazendo né novos apelos sociais e do próprio mercado de trabalho então o próprio mercado de trabalho cobra da escola uma formação mais ágil uma formação mais sintonizada com o seu mundo isso no plano extraescolar no plano da própria escola nós temos dificuldades históricas que ainda não foram resolvidas

por exemplo fracasso escolar a elitização dos bens culturais o desafio de inclusão e de inserção no mundo letrado porque não adianta só você ter uma escola e vaga para todo mundo você precisa dar condições para que esse aluno permaneça na escola e mais para que ele volte saia da escola em condições de se integrar e finalmente a luta por uma escola democrática e de qualidade que dê oportunidade a todos então vejam bem quer dizer neste slide eu tenho a possibilidade de mostrar para vocês dois planos o plano extraescolar que pede uma nova escola e o

plano intraescolar né que que que também tem as suas exigências os seus desafios e como é que a gente vai criar essa nova escola né como é que a gente vai Reinventar a escola eu diria para vocês que tem pelo menos dois caminhos que merecem ser considerados em primeiro lugar a revisão das concepções os e práticas do que eu tô falando revisão das concepções quem é este nosso aluno revisão dos conteúdos O que que a gente quer ensinar revisão das práticas pedagógicas como a gente tem que ensinar quer dizer então é uma eu penso numa

série de aspectos que tem que ser repensados por um outro lado apropriação tecnológica da prática né na na prática educa como é que a gente vai usar essa tecnologia essa Parafernalha toda que está à disposição na nossa sociedade a serviço da escola bom eu diria para vocês que essa não é uma tarefa fácil não adianta verdadeiramente a gente fazer pequenos ajustes é preciso eh fazer uma reestruturação mais ampla para que a escola possa ser eficiente né aí eu remeto vocês a esta pergunta como Reinventar a escola né Eh tem esse texto da minha própria autoria

que eu deixei indicado como uma bibliografia complementar né Para onde vai a reforma curricular brasileira que tá nessa revista International studies on Law and education né e é um artigo meu em que eu procuro situar muito objetivamente o que essa reforma tão Ampla que deveria ser feita na educação eu diria que é uma reforma que tem que incidir sobre os princípios os meios e as metas né No que diz respeito aos princípios a gente tem que ir do do saber quantitativo para o Saber qualitativo o que que é isso não adianta mais saber muito no

nosso mundo a gente não precisa de um acervo enorme de informações a gente precisa pensar bem a gente precisa ter clareza de pensamento e de ideias no que diz respeito aos meios da transmissão do conhecimento a construção do conhecimento que que eu tô dizendo com isso eu tô dizendo que não basta mais você trazer e entuchar na cabeça do aluno mais e mais e mais informações e importa isso sim levar o aluno a construir conhecimento a desenvolver ter atividades de pesquisa de investigação de experimentação e É nesse sentido que vale a pena falar das metodologias

ativas O que são metodologias ativas é justamente criar a oportunidade para que o aluno seja protagonista da sua aprendizagem para que ele possa se se lançar ao desafio que é de aprender de conhecer de pesquisar de propor soluções e nós temos que buscar mecanismos ativos capazes de envolver o aluno dessa forma né Definitivamente a escola do século XX não tem mais espaço pra passividade né E pra submissão em terceiro lugar as metas do cumprimento do programa a formação do ser humano capaz de se inserir na sociedade então o que eu tô querendo dizer é que

não basta mais você cumprir o programa para passar de ano com o programa para entrar no vestibular não são mais programas o que está em pauta é a gente defender a formação Ampla do ser humano uma formação que incide nos aspectos cognitivos afetivos né e nos aspectos sociais então a escola não pode mais se ocupar só com a dimensão cognitiva de passar conteúdos e conceitos mas tem que tem que se preocupar com a formação Ampla global e um indivíduo que seja capaz de conquistar a cidadania se eu pudesse colocar essa eh essa grande mudança em

imagens eu diria para vocês que não se trata mais de abrir a cabeça do aluno enfiar o conhecimento lá mas de rever este modelo de ensino e propor uma uma um esforço Um Desafio que oscila em entre a ação e a reflexão a ação e a reflexão ação pesquisar experimentar lançar hipóteses testar observar e reflexão e progressivamente tomando consciência do que se aprende e do como se aprende então a a a dinâmica escolar tem que funcionar sempre nessa nesse ciclo de fazer pensar e fazer fazer né E e criar competências para inclusive poder resolver problemas

e qual é o papel do professor o papel do professor É exatamente esse de puxar né de puxar de estimular de mediar de criar condições para que o aluno possa se manifestar trocar ideias debater conhecer aprender ou seja assumi o seu papel ativo na conquista do conhecimento para Eu vou recuperar uma frase do rben Alves que diz tudo aquilo que eu gostaria de dizer né com poucas palavras o rubben Alves diz que não existe nada mais fatal para pensamento que o ensino das respostas certas para isso existem as escolas não para ensinar respostas mas para

ensinar as perguntas as respostas nos permitem andar so Terra Firme mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido Pense nisso Até logo e muito obrigado [Música] s [Música]