Foucault e a Filosofia do Sujeito - Aula com Aldo Ambrózio | Casa do Saber

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Entenda alguns dos conceitos mais associados a Michel Foucault nessa aula com o professor Aldo Ambró...
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a aula que você vai ver a seguir é parte de um curso da casa do Saber mais plataforma Educacional com mais de 1000 horas de conteúdos desenvolvidos pelos melhores professores do país quer conhecer então clique no link que tá abaixo do título desse vídeo assine agora e tem acesso a outras aulas desse curso e também a um mundo de conhecimento eu sou Aldo Ambrosio eu sou psicanalista faço parte do do departamento de formação e psicanálise Instituto S Sapiens eh sou Doutor em psicologia clínica Pela PUC de São Paulo e faço pós-doc em História cultural na
Unicamp sob supervisão da professora Margarete rago o curso que a casa do saberme propôs foi estabelecer aí uma uma historiografia do conceito do sujeito a partir de uma perspectiva crítica E aí bom né pensamos em fazer isso em três momentos né num primeiro momento né Eh abarcar né o como essa esse conceito ele ganhou forma eh no século X e 1 e no século 17 18 né e construiu a chamada filosofia do sujeito que é entendida né enquanto a matriz hegemônica da da filosofia moderna e como após as críticas aí né em início e finalzinho
do século XIX e início do século XX pela psicanálise e logo depois pelo estruturalismo e pelo pós-estruturalismo Como que o filósofo francês Michel Foucault erda essa problemática e a desdobra eh e aí seriam os dois outros momentos digamos dessa dessa conversa né sobre o conceito de sujeito né num primeiro momento né o Michel Foucault verá né Essa historiografia da filosofia moderna em torno do conceito de Sujeito como um assujeitamento do corpo pelas disciplinas pelo biopoder e pela governamentalidade e no último momento de sua obra a partir dos escritos dos anos 80 ele vai teorizar então
um modo de dess sujeito né E vai fazer um retorno aos Gregos e depois a dos dois primeiros anos da era Cristã né entre os estóicos para teorizar um conceito do cuidado de si que seria um modo então de se desas né de executar sobre si uma C né que L varia então o sujeito a encontro da sua verdade e a verdade e a liberdade na relação com o outro então as três aulas vão partir por esse fio condutor né de pensar como foi criado esse Edifício metafísico com né a filosofia do sujeito que embasou
né uma matriz hegemônica na modernidade e como essa filosofia e ela foi aos poucos desconstruída tanto pela psicanálise quanto pelo estruturalismo e o pós-estruturalismo então para iniciar essa conversa né e entrando já então Eh na questão da filosofia do sujeito né e seus decentramento digamos assim né já que a gente vai chegar no ao final disso né numa questão crítica aos sujeito eh equacionado a questão da identidade eh eu gostaria de fazer distinções que essa palavra aparece no senso comum né que as pessoas dizem sujeito no cotidiano então bom o que que não é né
esse sujeito teorizado pela filosofia né primeiro né ele não é o sujeito biológico certo esse né que atualmente a gente descobre a verdade dele pelo nosso DNA né Ou seja a gente tem uma matriz genética que nos define enquanto uma singularidade biológica entre outros seres então na filosofia não se trata disso né Se fosse pensar né em termos filosóficos né Isso seria digamos né Eh aproximado mas a o conceito de Vida nua né como teorizou a gambin cujo arist chamava isso de zoé né a vida digamos é o substrato biológico que nos identifica com todos
os outros seres vivos o nosso DNA e aqui na questão de pensar o sujeito em termos filosóficos a gente tá falando de uma vida mais qualificada né que o Aristóteles chamava de BIOS né então o sujeito não é isso né não é essa marca biológica comum né digamos a todos os seres vivos né e cuj nosso né dá um destaque humano dentro dessa multiplicidade né de seres vivos né taxados aí pela Matriz biológica esse sujeito também de que fala biologia não é o sujeito jurídico que nasceu aí com as constituições né democráticas né E que
a gente se identifica né por meio da carteira de identidade né Ou seja você pertencer a um determinado né estado moderno gerido aí por direitos né e deveres também não se trata disso aí a condicionalidade digamos para fazer parte dessa categoria de sujeito seria pertencer aí né a jurisdição de algum estado nação né Principalmente de Matriz aí ocidental tão pouco também né esse sujeito seria o sujeito antropológico nja marca e de eh pertinência né seria eh fazer parte aí de um grupo étnico específico né quando a gente fala nesse sentido no sujeito antropológico né a
gente pensa aí nas Comunidades Quilombolas né nos ameríndios ou seja de ter algum pertencimento de um território e de algum grupo que dá digamos aí a a a identidade né desse desse indivíduo inserido né no Imaginário próprio a esses grupamentos e também nesse caso né da filosofia que vai ser questionado pelo Foucault também não se trata do sujeito de desejo né nem o sujeito de desejo é teorizado pelo Freud né E muito menos quando ele recebe né justo justo esse nome né pela pela psicanálise da caniana né que no caso aí o sujeito de desejo
seria apenas um efeito de linguagem entre dois significantes então quando a gente usa esse termo sujeito em vez de indivíduo ou pessoa né a gente não tá se referindo nem na nossa Matriz digamos biológica nem no nosso pertencimento aos Estados na ação nem na possibilidade de pertencermos a algum um grupo étnico né e nem também eh essa parte de nós que se manifesta nos efeitos de linguagem né numa são analítica conforme né teorizou aí o psicanalista ja Lacan então do que se trata né desde sempre na filosofia o que a gente vai chamar aqui de
sujeito né bom se a gente remonta né a Grécia antiga o sujeito estaria mais para essa vida política qualificada né que aristot chamava de BIOS do que para a vida enquanto único substrato comum a todos os seres viventes animais plantas répteis enfim né todo ser vivo participando aí digamos né de uma multiplicidade de seres vivos no planeta o sujeito da filosofia né ele não se dá em si só pelo Nascimento requer aí uma exigência de trabalho sobre si para se alcançar essa categoria de poder ser chamado de sujeito né Na antiguidade no caso poder fazer
parte da pólis né poder digamos participar das discussões na Pólis grega e especificamente né No que a a gente convencionou chamar né de de modernidade isso começa um passo anterior eh digamos com a idade clássica né quando o Montanha ele escreve os seus ensaios e começa em escrita né em nome próprio a criar todo um conjunto de sentimentos associado a um si mesmo né se pega-se se lê os ensaios do montan eh eh encontraremos aí na leitura né Toda a construção de um dentro ou de de uma espacialidade interna ao indivíduo é carregada de marcas
singulares né que denotaram uma certa individualidade né uma certa eh digamos assim identidade com esse conjunto de sentimentos afetivos ou também de pensamento próprio o desdobramento disso digamos dessa interioridade né dessa peculiaridade de ter um dentro né contraposto digamos a um lado de fora né aos objetos aos outros também enquanto digamos Eh mônadas aí né se fala usar uma linguagem do libes né monos que possui uma interioridade vai se construir todo um edifício metafísico a partir das filosofias do descart do Kant e do reo né que digamos é o é o ápice aí digamos da
filosofia moderna e do que a gente tá chamando aqui de de filosofia do sujeito né o descart ele vai criar todo um campo de cisão entre essa espécie de de meditação metafísica né que dá um suporte à existência de uma parte né que pensa né um uma res cogita né que dá digamos contato dá a acesso a uma verdade Divina né ela entra em contato com a sabedoria de Deus o cante né com digamos né sua crítica né Na razão prática ele vai dar todo um conjunto de capacidades de entendimento comum então a esse sujeito
transcendental né que vai existir entre outros e vai digamos né modular suas percepções conformes caracteres comuns e o Hegel né com a sua dialética do do do do Espírito ele vai inserir esse tipo de sujeito metafísico dentro de um processo progressivo e dialético de esclarecimento do espírito do mundo em que o sujeito então passaria por uma espécie de aprimoramento né da sua capacidade cognitiva pensante para né fazer uma espécie de inserção desse sujeito na história do espírito do mundo né de forma dialética né E aí é comum né pensar aí nas teses e antíteses que
o sujeito precisa passar para alcançar digamos esse nível de de participação na comunidade dos homens alcançado esse Ápice digamos né da da filosofia moderna né Eh ela não se dá né Sem crítica né a gente não pode pensar a a modernidade né mesmo Enquanto período histórico como se fosse uma única corrente né junto a esse movimento digamos aí né de construção né de uma identidade metafísica ancorada na identidade e digamos no progresso seja da Razão seja do Espírito do mundo né na forma aí do estado moderno junto a isso já tinham né uma abordagem mais
crítica da modernidade né que surge com as filosofias do schopenhauer e especificamente com a filosofia do niet que vão observar nessa espécie de aprimoramento né ou né de crescimento dessa racionalidade eh mais técnica né técnico-científico digamos assim ele vai ver principalmente oit uma espécie de amansamento da capacidade cognitiva e ele vai associar né esse amansamento essa docilidade digamos assim do sujeito moderno a práticas então de violência mesmo né uma o digamos né o os aristocratas Eles teriam passado uma uma série de procedimentos violentos que vão reduzir a sua agressividade e vão criar esse cultivo mais
refinado da lida com o próprio pensamento e na lida com os objetos e com o outro e bom né seguindo essa trajetória digamos dissonante né da filosofia do sujeito dessa digamos né Desse caminho dialético de crescimento da racionalidade eh técnico-científica né a gente pode apontar também aí no finalzinho do século XIX e início do século 20 né o impacto que o movimento psicanalítico trouxe nesse modo de pensar europeu né o Freud né com sua obra Ele vai operar toda uma série de descentramento nesse modo de pensar né racional né digamos assim e ancorado unicamente na
consciência então quando Freud traz né que né Todo esse jogo da consciência consigo mesma eh falando aí no caso aí da interioridade né que é própria desse estilo né que começa com o Montanha eh quando Freud questiona né que essa consciência de si né Essa racionalidade pura né esse Progresso ininterrupto da razão ele é apenas a ponta do iceberg do psiquismo né E que pode-se né reduzir aí isso né ao sentimento narcísico do eu o Freud ele meio que traz né outras forças que estão subjacentes a essa percepção de si e do mundo calcadas numa
identidade e num Progresso ininterrupto da razão né o Freud vai trazer o inconsciente como aquilo que mobiliza digamos essa parte eh do sujeito enquanto um ser né racional unicamente e que tem digamos como princípio né um crescimento eh um crescimento ininterrupto de sua capacidade eh cognitiva racional de encarar o mundo né o Freud vai chamar isso de o eu né em seu narcisismo na sua relação com o outro e vai trazer então digamos né um conjunto de outras forças que vão dar moldura né digamos para para esse para esse eu né seja a questão aí
né do aspecto pulsional né que o eu vai ser forjado aí pela pela pulsão de de vida né em seu estágio de digamos né imantar esse eu do narcisismo seja ele sendo solapado então pela pulsão de morte então já é digamos com a psicanálise freudiana já é uma crítica de uma possibilidade né de da existência né Desse sujeito digamos como uma razão monolítica né como se fosse uma mônada né impenetrável e em constante processo de eh eh desenvolvimento a partir do momento que ela entra em dialética com o outro né seja o outro [Música] né
próprio né de outros sujeitos nesse mesmo processo seja o outro digamos o grande aí outro aí que é a natureza né que vai ser digamos domesticada por esse processo de de racionalização e tecnificação do mundo é essa concepção né digamos de de sujeito né já questionado né pela psicanálise é o que vai dar né A primeira ancoragem aí para tanto para estruturalismo né para pensar né a existência no caso do do do levr né da existência então de um outro tipo de sujeito que é o antropológico que não se resume né nessa maneira de pensar
né europeia né hoje a gente chama né de eurocêntrica que vai dar na colonização dos outros povos e também né o na psicanálise lacaniana de pensar Então esse sujeito mais como um efeito de linguagem do fracasso do processo de racionalização do que digamos né esse trabalho infinito de melhoramento de si né e é a partir disso né que o Michel Foucault vai herdar tanto essa tradição metafísica né que começa com com montan né e chega ao seu ápice com a filosofia hegeliana e recebe digamos né as críticas né da do da filosofia do schopenhauer da
filosofia genealógica do do niet e do movimento psicanalítico do Freud e vai permitir ele pensar Então esse sujeito eh ou né Essa filosofia do sujeito de forma metafísica enquanto um assujeitamento né E é isso que então trataremos né na segunda aula né de pensar como Foucault herda essa tradição metafísica e como ele a desdobra né em dois momentos né num primeiro momento como um assujeitamento e num segundo momento né no final de sua obra como que ele apresenta um projeto de des assujeitamento né como lidar com isso que implementam né na gente e desdobrar isso
numa relação então autêntica de si consigo mesmo e numa relação de verdade e de exercício de Poder com o outro ficou com vontade de ver o curso completo as próximas aulas estão disponíveis na casa de saber mais para você assistir onde quando e como quiser clique no link que tá na descrição e no primeiro comentário desse vídeo e assine agora mesmo para ter acesso ilimitado a esse e outros do catálogo
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