[Música] bem-vindos ao nosso falando nío de hoje nesse canal YouTube com uma pergunta de Rodrigo a psicanálise é a psicologia do utilitarismo ou seja uma pergunta limpa Justa e honesta que vai exigir aqui um desenvolvimento uma apresentação de conceitos né é que é que tem uma pegada também meio crítica né dizer assim ah no fundo a psicanálise seria comprometida com ã eh um um certo uma certa metaética né Eh que seria de extração pragmatista né com James eh e ou H distração eh anglo-saxônica e mais propriamente Liberal né a tradição né Liberal que que não
tem muita relação com o que hoje a gente chama de liberalismo né mas é aquela tradição que vem l do hum do benham eh e que para muitos constitui a primeira né Eh teoria eh filosófica propriamente eh britânica né desenvolvida na Inglaterra né Eh entre os escoceses né Eh e os filósofos eh que estavam interessados no fundo em afastar definitivamente as raízes metafísicas católic da filosofia projeto que se inicia ali com o Guilherme deham né E a sua ideia simples e muito poderosa de assim passar a navalha né cortar os conceitos excedentes e trabalhar com
as explicações mais parcimoniosa e mais simples né mas a pergunta ela como a gente gostaria de incentivar perguntas desse tipo né que podem vir aí na aba do canal e a pergunta ela ela conectaria né A análise com uma certa metaética eh baseada no Eh vamos vamos dizer assim numa certa economia num cálculo né eh de de de prazer e de desprazer eh um cálculo que teria na sua eh referência última a autopreservação do do organismo e que portanto exigiria uma um pressuposto né Eh que é de um certo egoísmo ético dos indivíduos Vamos pensar
essa tradição ela tá aí se desenvolvendo eh no século 1 18 19 né Stuart M num momento de expansão do do império britânico no momento de de colonização né recolonização do mundo e que eh precisa de vamos dizer assim um novo bem Supremo né Não podemos mais justificar eh como faziam os católicos e o principalmente o Barroco católico né Eh as os projetos colonizatório é a salvação das almas seria preciso eh outro e fim último por isso eles dep descendem né da do que se chama né de éticas eudemonistas começam lá com Aristóteles e que
tem como premissa básica de que eh bom a a o fundamento do nosso agir e dos nossos juízes nossos atos e A Busca da Felicidade bom o que eles acrescentam aqui e que tava mas não inteiramente no arist eles é de que a nossa felicidade está no nosso prazer né e que essa seria então o cálculo dos Prazeres eh o fundamento eh pra gente eh organizar a sociedade então tem toda uma tradição assim contratualista do hobs né ah o indivíduo é é mal ele ele está numa guerra de todos contra todos para se autopreservar ele
teme sobretudo a morte morte solitária então ele transfere a sua eh potencialidade assim de pensamento de autonomia de razão para um ente superior O Leviatã o estado que vai então impedir que a o egoísmo eh crie estados de injustiça demasiadamente assim intoleráveis vamos lembrar que faz parte dessa tradição um livro menos lido da da da da da do liberalismo mas que é de profunda importância pra gente pensar o nascimento da economia moderna que é o tratado dos Sentimentos Morais do Adam Smith né onde você vai ter lá toda a pleiade de temáticas liberais né e
passando por exercícios e hipóteses assim muito interessantes de de de de Por que que a gente deve agir orientado para o o o interesse self interest né quer dizer pro interesse pessoal quer dizer se você começa a agir pensando no outro pensando no bem do outro eh a sociedade se desorganiza pense no seu interesse aja de acordo com se interesse né o famoso Padeiro de de do Adam Smith e eh com o o todo mundo pensando desse jeito a sociedade vai prosperar uma metáfora uma alegoria muito usada para para explicar esse princípio que é o
metáfora da da Colmeia né e desenvolvida por outro britânico chamado mandeville né Eh que que dizia assim olha considere uma uma coméia onde eh todos Estão interessados em obter assim uma máximo de de prazer e de e e pensam só em si no seu pólen e etc e e e enquanto Cada um pensa só em si eh e e para conseguir alimento precisam trazer o pólen pra coméia a coméia frutifica né a Colmeia vai pra frente a Colmeia ela se guarnece contra os inimigos ela se expande né enquanto um projeto coletivo agora se as abelhas
né em vez de pensarem primariamente em cada uma né né pensarem primariamente nos seus interesses começassem a pensar na felicidade geral da Nação de como nós fazemos para que todos sejam igualmente felizes eh como nós fazemos para que todos pudessem ser assim igualmente a a ter acesso igual e e e bem distribuído aos Prazeres o que que aconteceria ah os zangões deixariam de cumprir a sua função as operárias abandonariam seu trabalho infinito a rainha ia querer brincar e e soldado os soldados iam Ah não mais e morrer pelo pelo pelo pelo pela coméia e e
resultado você teria uma desorganização completa do contrato social no fundo Essa é um é um outro outro veio que define o utilitarismo como ã uma uma teoria vamos dizer assim análoga né ou Conexa com a ideia de que como devem ser os contratos sociais que que é um sujeito né Eh de um ato jurídico perfeito o que que é que que é essa mediação imposta pela lei e Quem garante a lei Qual o fundamento da autoridade tudo isso fora do registro teológico metafísico então a gente poderia pensar no fundo o Freud é um Robiano né
se a gente vai ler mal-estar na civilização se a gente vai ler futuro de uma ilusão se a gente vai ler os sociais do FR extremamente pessimista né Eh amar o outro como a si mesmo is é um mandamento impossível ã o conselho de narcisismo o própria pulão de autoconservação né a segunda teoria da neurose no Freud argumentava que a neurose era fruto de uma de um conflito entre autopreservação e sexualidade né Eh mas à frente ele vai vai cedendo vai tirando o peso proporcional da autoconservação que é um tema clássico né no utilitarismo Por
que da da da da sagacidade da pergunta né porque o o Rodrigo tá tá pensando assim olha mas vamos vamos pensar o vocabulário básico metapsicológico do Freud né ah representação Associação Associação representação meta e descarga pulsional conexões de afeto ligadas com conexões de representação que que é esse associacionismo todo que está no Freud Ah vem dos Ingleses o Freud era um grande leitor ele traduziu ST me ele traduziu eh autores dessa dessa tradição e ele incorporou isso via e psiquiatria Kantiana alemã h o Kant também é um leitor do RM né um leitor do R
Edo descart ele ele traz muito do do dessa dessa vamos dizer assim geografia mental baseadas baseada em representação afeto e e excitação né e e que a vida mental seria Então olha que pertinência isso tem com o com o desenvolvimento social do qual a gente tá falando né vida vida mental também seriam contratos seriam também como diz Osmir eh faria Gabi né são são contratos internos né são são boas reações químicas né que vão acontecendo ali dentro do caldeirão mental né E que seriam homólogas análogas aos contratos que a gente faz entre indivíduos bom essa
h vai vai vai vai ser uma linha de de leitura do Freud que vai argumentar assim não é É um tipo de utilitarismo mas eh quando a gente exagera esse utilitarismo quando a gente começa a pensar que o aparelho psíquico ele ele ele é uma homeostase ele tem de autorregulação ele funciona vamos dizer assim como aparelho hidráulico como queriam aqueles Defensores da da teoria das funções né Eh em oposição à teoria das relações de objeto fazendo aqui um corte rápido né Eh de que no fundo eh nós somos Então essa essa ser de de de
de busca né máxima de prazer com menos e gasto menos menos implicação de desprazer Ou seja a resposta básica dos comentadores do Freud É sim mas né sim mas mas não exagere porque senão você vai deixar outras coisas de Fora que também estão presentes no Freud e que desmentem essa hipótese que ele seria assim um um Robiano que adere a ao conjunto das teses aqui dessa tradição né bom mas isso respondendo no âmbito idiano o Lacan por exemplo ela vai ser um dos poucos autores que vai enfrentar assim diretamente a questão então no seu trabalho
eh sobre a ética da psicanálise né o seminário 7 de 1900 59 e 60 ela vai eh enfiler as concepções de ética assim disponíveis né vai passar pelo Aristóteles e vai falar passar pelo Kant ele vai passar pelo sad ele vai passar pelo eh bam né que é o autor Jeremy bentham que é o autor escolhido por Ele para debater o utilitarismo né ou seja já tava atento a essa questão e para refutar o utilitarismo em psicanálise mas refutar pelas melhores razões não não pelas piores né ele vai ele vai perceber que a crítica do
utilitarismo em psicanálise ela tá demandando um conceito eh ulado um conceito não inteiramente posto um conceito que está em Gênese dentro da teorização psicanalítica no Freud quando ele introduz a noção de pulsão de morte e no Lacan quando ele introduz a noção de gozo então na página 240 desse seminário e o Lacan vai dizer assim o mercado dos objetos se constitui a partir de seu valor de uso veja tá tá falando com quem com a valor de uso valor de troca do Marx né que é um crítico dessa tradição inclusive em economia né RIC dos
economistas Ingleses são são interlocutores do do do Max assim como o o Adam Smith né mercado dos objetos se constitui a partir de seu valor de uso dizem eles que quando lidamos com algo que pode ser trocado com nosso semelhante semelhantes a regra é sua utilidade não para nós mas a sua utilidade para todos e para o maior número né ou seja aqui a gente tem quase todos os elementos que vão constituir o programa crítico do lacam em relação ao utilitarismo eh em psicanálise primeiro o mercado dos objetos né quer dizer esse mercado ele ele
é é uma totalidade né esse mercado ele eh permite cálculos absolutos né esse mercado como é que esse mercado lida com o problema do infinito Ah pode ser que é assim em pequenas comunidades em que você consegue fechar o sistema funciona mas se você vai ampliando indefinidamente ele isso acaba vamos dizer assim fazendo água no sistema utilitarista em segundo ponto né ela vai dizer o mercado dos objetos se constitui a partir de seu valor de uso né Eh e aqui a palavra chave é valor né escrevi aí um um livro mais antigo chamado cálculo neurótico
do goso eu faço uma arqueologia da noção de goso e mostro como ela é em vários sentidos né dependentes de uma espécie de teoria do valor né Como se produz o valor como a gente atribui o valor como é que a gente qualifica o valor como é que a gente lida com valor de troca e valor de uso dos objetos essa diferença marxista né ela se aplica a psicanálise Talvez sim né talvez exista assim um um circuito de paradoxo entre o prazer da troca e o prazer do uso né Eh o que pode ser prazeiroso
para o uso pode ser desprazeroso para a troca e o que pode ser prazeiroso para a troca pode ser desprazeroso para o uso Opa isso aqui então já introduz uma problemática um grão de areia né na na na fórmula utilitarista de pensamento dizem eles que quando lidamos com algo que pode ser trocado com nossos semelhantes a regra é a sua utilidade né utilidade é definida né como o o o o uma maior felicidade ao maior número possível né veja que é o utilitarismo é uma teoria que chega no indivíduo a partir do Vamos pensar o
coletivo o social né não para nós mas para todos e para o maior número possível né ou seja o laqu tá tá percebendo que talvez essa passagem do coletivo para o individual não seja perfeita do do ponto de vista psicológico como hoje a gente pensa né economia grandes números macroeconomia funciona perfeitamente você vai trocar em miúdo aquele sujeito não se comporta como ele deveria né ele não age racionalmente com eh respeito afins ele faz opções de Ah o Janette né Eduardo Janete da Fonseca ele gasta tudo agora ele Guarda tudo para amanhã ele ele tem
Eh vamos dizer assim dificuldades para agir racionalmente né e isso é sempre um problema para uma corrente racionalista como é essa eh que é o empirismo dor e prazer então esses são as duas eh as as duas Chaves do utilitarismo né o prazer seria aquilo que move a ação move rumo a ação rumo ao objeto e a dor seria assim a a a versão a fuga né daí a ideia do ataque e fuga um grande metáfora ou uma grande alegoria da tradição Liberal o maior felicidade máxima felicidade para o maior número de pessoas possível né
então aqui a gente vai ter eh o o representante da escola utilitarista convocado pelo Lacan Jeremy bent né que escreveu o seu tratado das ficções Olha que interessante né porque pro Lacan essa decisão do que que é mais prazeroso e do que que é mais doloroso demanda um certo conceito de realidade né ou seja aquilo que é mais oloroso ou mais prazeroso envolve aquilo que é ficcional e aquilo que é real né Eh como as duas coisas estão numa relação vamos dizer assim de tensionamento coisas que podem ser extremamente prazerosas na sua fantasia né e
nas suas elocubrações nos seus devaneios se tornam extremamente desprazerosa quando realizadas né não não não eu só queria brincar de eu queria fazer de conta que se você aplicar isso na realidade vai dar ruim não quero de jeito nenhum o utilitarismo foi também uma uma essa crítica do La utilitarismo foi também uma das origens da minha crítica a a cultura de condomínio no Brasil né Por quê Porque eh eu tava dizendo olha funciona pro macro mas quando a gente passa pro indivíduo tem problemas né então qual que é a a vamos dizer assim sim a
o campo de provas né dessa teoria os espaços fechados então é o castelo do Marquez sad ou do zaker mazok ou o exemplo mais clássico comentado pelo Michel Foucault vigiar e punir e outros trabalhos né que é a Prisão Perfeita o panóptico né desenvolvido pelo bentham e que e que era um princípio um princípio que devia ser aplicado então a escolas hospitais a prisões a tudo aquilo que fosse assim eh de esfera pública né e o panóptico era uma estrutura circular né onde você tinha uma torre no meio e essa torre então Estava eh Teoricamente
ocupada por guardas e nas bordas né na estrutura circular você teria as celas né eh e e e dentro das celas então o que que aconteceria os prisioneiros poderiam ser vistos né senão diretamente pelas suas sombras mas não poderiam ver por que que a prisão é perfeita porque a Tecnicamente você podia ter um um centro vazio nenhum guarda Ninguém está lá te olhando ninguém está realmente observando os seus passos mas você olha a teoria da ficção acha que ali tem uma um vigia né e portanto você se comporta de acordo e portanto você eh gasta
menos pro estado e portanto você vai interiorizar and a disciplina e portanto você vai domesticando a sua o seu egoísmo Esse é o aspecto mais comentado né do panopticum porque ele aponta para Essa sociedade disciplinar né Essa sociedade em que a gente vai aprendendo a se controlar a se disciplinar a se policiar e e o indivíduo é aquele que que consegue fazer isso aquele que não consegue tá tá fora né Eh mas Além disso panopticum devia ser uma ura economicamente fechada né até os detritos né até a sujeira produzida pelo panótico ela era revertida em
fertilização do solo implantação que gerava alimentação que permitia que os presos fossem alimentados a partir né do seu da da reconstituição dos seus próprios dejetos do seu próprio lixo né ou seja tudo no espaço do panóptico obedece a lei máxima né do do da da Super utilização dos recursos e máximo prazer para o todo para o coletivo e mínimo né desprazer para os que estão envolvidos nessa experiência vejam que aqui a gente já tem essa aproximação né do utilitarismo com arquitetura né não não não será por outro motivo que o fouc vai olhar diz a
arquitetura é a a a o poder congelado né é o poder eh Tornado vamos dizer assim invisível né É É inclusive o poder de administrar a visibilidade ou invisibilidade dos corpos a gente tem um autor brasileiro que eu insistiria muito para vocês hã ah seguirem ou lerem né que fez um estudo muito interessante sobre eh justamente essa tradição e compondo uma espécie de arqueologia da psicanálise né ele chamava-se Roberto Monzani tive o prazer de participar da última banca dele eh eh foi professor na no centro de epistemologia e lógica da Unicamp né um um grupo
lendário de de de pesquisadores que nos anos 80 90 né reformularam aí o que que era o pensamento sobre a psicanálise formaram geração gerações de de de de psicanalistas interessados né na filosofia e o Monzani tem um trabalho chamado desejo e prazer na idade moderna que que é uma recapitulação muito interessante no não não cita o Lacan não tá num debate Franco com Lacan mas é o que a gente deveria ler para entender melhor né Essa eh distinção que vai aparecendo vai se constituindo no Lacan entre prazer satisfação e gozo então quando a gente vê
a categoria de gozo ser hipertrofiada né como diz o Alfredo aid é é é verdade mas por que que ela tá sendo hipertrofiada porque falta aí eu acho um pouco de de debate de entendimento mais histó sobre sobre essa crítica lacaniana ao utilitarismo então uma síntese dessa crítica vai aparecer no conceito de objeto A tá sendo desenvolvido aqui seminário 7 o 8 depois o 10 né E que que o l vai dizer sobre o objeto a o objeto a é não trocável ele não é intercambiável eita mas se tem uma coisa que eu não posso
eu não posso compartilhar assim com outro não posso dividir com outro aí a minha economia a teoria do do do do funcionamento total de trocas encontra uma objeção exatamente né o gozo ele ele o objeto de gozo nesse caso condensador de gozo que é o que é o objeto a ele ele não responde à lógica do mais prazer por menos sacrifício ou dor é isso Que el assim é o que leva né o fascínio por esse objeto né Qualquer que seja a acepção que a gente tenha dele é é aqu aquilo que assim torna o
próximo o mal né porque a gente supõe que o outro goza de uma certa maneira supõe que o outro coloque a nós mesmos nesse lugar de objeto e portanto está exercendo seus interesses egoístas e maléficos sobre nós né bom a terceira acepção eh de objeto a que critica o utilitarismo é quando ostensivamente o Lacan diz que o objeto a não serve para nada Eita mas tem uma coisa que não serve para nada é não serve para nada ao mesmo tempo organiza a nossa vida psíquica mas não é funcional do ponto de vista da nossa vida
psíquica ou seja não é funcional do ponto de vista utilitarista né ele ele não serve para nada porque ele não se integra às cadeias de utilidade né ou ele não se integra ao que o Freud no começo da obra chamava de dialética não chamava de dialética mas de relação entre princípio do prazer e princípio da realidade daí ela quer dizer isso aqui não não é uma verdadeira a oposição porque porque na verdade o princípio da realidade é o princípio do Prazer mais o tempo né mais a capacidade de esperar mais a capacidade de e o
princípio da da da realidade é o princípio do do Prazer mais a repetição Ah então quer dizer que eles têm uma oposição oposição relativa tudo bem E essa oposição relativa interna às punções de Eros ela vai ser oposta a tânatos a morte a pulsão de morte e tânatos é aquela pulsão monista primá área né que que manda nas outras portanto quando a gente diz o objeto a não serve para nada né Eh ela tem Justamente esse poder sobre o sujeito sobre o ego porque é o ego que é o vilão é o interesseiro é o
egoísta sim se você considera e única e exclusivamente o funcionamento egóico egológica aí o gozo será um problema né porque eh bom o sujeito a divisão do sujeito a certas peculiaridades né internas a satisfação quando ela é negada quando é recalcada quando ela reprimida não vão poder ser propriamente bem pensadas Mas vamos vamos recapitular algumas ideias aqui do Monzani né ele ele vai dizer assim que no fundo essa discussão ela começa com uma recolocação do que que a gente entende por natureza humana né Então veja que muito frequentemente os teóricos liberais né vão criticar os
outros dizendo olha vocês aí da esquerda vocês acham que todo mundo é bonzinho de onde vocês tiraram essa ideia do Rousseau vocês são idealistas vocês têm uma uma uma ideia né dos dos contratos humanos e que que as pessoas são honestas que elas são solidárias que elas se importam com os outros Mas não é nada disso né Quer dizer vocês estão enganados porque a realidade ó lá a idade nua e crua a realidade da natureza humana é essa aqui que eu vou contar para vocês então o conceito de natureza humana ela ele consegue se afinizar
com essa ideia da autoconservação Via Darwin via Spencer via Enfim uma série de sociologias que vão tentar encontrar um correlato né no Funcionamento social funcionamento biológico né preservação da espécie etc O que que a gente vai ter ali no ponto de partida né Eh é o Voltaire é o Voltaire de 1736 e que estabeleceu uma uma discussão muito curiosa né chamado a querela do Luxo e ó um dos das figuras do objeto a né e é é o luxo por quê Porque o luxo não serve para nada o luxo é aquilo que não é necessário
o luxo é aquilo que tem e função Num universo ficcional de de mostrar de exibir de me fazer achar de e o o luxo é um problema um problema social como um objeto A é um problema psicopatológico mas argumenta o Voltaire e é esse luxo que faz a gente querer mais é esse luxo que cria né avanços científicos tecnológicos eh é esse luxo que faz a gente olhar pra realidade que a gente tem e dizer assim as coisas poderiam ser diferentes né ó aí o o o juízo contingente né que a gente vem tem vem
discutindo aqui né é a possibilidade né que aparecer no russo com o conceito de perfectibilidade né de que e somos o que somos mas somos também aquilo que ainda não somos né que podemos nos transformar então o luxo é ao mesmo tempo um dos males né porque ele engendra a cobiça ele engendra a a a Fascinação alienação nos objetos eh nos objetos por exemplo da da da mercadoria o fetiche da mercadoria mas ao mesmo tempo ela Ela traz um aperfeiçoamento moral né Eh Ou seja a nossa moralidade como diz o Freud né Ela está muito
baseada na na negação daquilo que não seria assim intuitivamente natural aqui é que o Chegamos na na na voltando na fábula das abelhas né a a Colmeia de egoístas funciona a Colmeia de altruístas não funciona por que que ela não funciona porque ela vai levar à perda da regra comum né se todo mundo for seg guiar pelo pelo que acha que é melhor para o outro Nenhum de Nós chegará ao consenso de eh olha A lei que todos nós aderimos é essa ou seja o o altruismo ele tem um tem uma fragilidade né ele tem
uma uma entropia como vai falar o lac sobre os discursos né E essa entropia tá baseada na evolução para a desordem a evolução para o caos evolução para a anomia para falar uma expressão sociológica referente a esse estado de coisas em que eu eu não consigo interpretar mais Qual é a regra Geral das das nossas ações di Ah então é esse o problema da da eh da Colmeia do do mandeville né o problema do Luxo faz o primeiro rompimento com a cadeia trad ional que tá baseada na necessidade né primeiro necessidade depois desejo inquietude né
falta daí satisfação Ah o fato de que essa satisfação ela não é total né Ela é parcial intermitente me faz voltar na cadeia e dizer Opa desejo novamente mas dessa vez eu desejo um objeto indeterminado e esse objeto indeterminado impulsiona a ficção e a concretização e a criação de novas alternativas que tornam o mundo mais repleto de objetos tecnologias saberes e e etc né quer dizer no fundo como observa o Lacan lá na proposição o que o capitalismo faz não é criar um regime edonista como muitos argumentam né ah vamos nos guiar pelos Prazeres não
é que os prazeres quando nos orientam enquanto enquanto definição a Horizonte ético e elas se mostram produtoras de insatisfação por quê Porque essa prazer termina ele tem uma duração ele é comparável com outros ele tem uma qualidade ele ele ele não entrega o que ele promete né quando eu cobiço quando eu desejo aquele objeto Eu imagino coisas nele que a satisfação que ele entrega não me dá portanto quanto mais insatisfeito mais aderido a essa sistema de trocas né da Colmeia capitalista Qual é a é a é a virada do benam né ele vai olhar para
isso e e e dizer assim na verdade nós temos aqui um problema não são não é não é não é necessidade desejo e satisfação né Eh na verdade você tem três pares de oposições né A primeira oposição é desejo ou aversão né ou seja não tem desejo negativo né não tem desej desejo de não toda vez que o paciente fala desejo de não é um outro desejo que está sendo anunciado né é desejo ou aversão eh primeiro par segundo par Amor e Ódio terceiro par prazer e desprazer Ou seja a gente tem que pensar essas
coisas articuladamente né então essa história de não mas a teoria do desejo lac é um a teoria do gozo lac é outra é como completamente assim o caminho para você não entender né Por quê Porque no fundo o gozo é uma espécie de anomalia da relação prazer desprazer causada pela relação desejo e aversão e emoldurada pela relação entre Amor e Ódio né tdo o problema paraa tradição Liberal é qual é a hierarquia Entre esses pares de opostos né Eh o Como diz cito né o Monzani o objeto apreendido é em primeiro lugar amado ou odiado
Tude desse ato passional primordial primário passa a ser desejado ou não e só posse poderá levar a deleção ou não né quer dizer primeiro vem O amor depois vem o desejo terceiro vem a satisfação né hobs lá no no século X Já pensou a coisa de uma maneira invertida né quer dizer eh ele vai argumentar que em primeiro lugar né a necessidade de autopreservar leva o homem ao egoísmo em se estado máximo n né Eh mas por quê Porque em primeiro lugar vem o prazer o desprazer depois vem o desejo e depois vem o Amor
e Ódio né quer dizer o Amor e Ódio são estão vamos dizer assim como a cereja do bolo eles não não movem nadaes determinam lada eles são o brinde né do Arco que vai do prazer para o desejo e para os afetos né para o amor ou o ódio agora o que ele introduz interessante é essa ideia do movimento né de que eh a utilidade é um movimento não é só vamos dizer assim o cálculo na boca do caixa se me pagou bem ou não em termos de prazer né ou seja há um prazer isso
tá no Freud também que depende da sua do seu percurso né do seu do seu destino né Eh e esse prazer que depende do seu percurso é o que pode ser mais estendido ou encurtado que pode ser mais repetido ou então mais contínuo ou seja há uma diferenciação entre o prazer né que que vai se distendendo ou se comprimindo e a satisfação que é o ponto de retorno né a satisfação que tá mediada pela relação com realidade e fantasia a satisfação que é é uma inflexão do Prazer Mas é uma inflexão do prazer que envolve
a participação mental vamos dizer assim dizer Esse arco ele eh envolve sobretudo a sustentação do desejo quer como adiamento quer como como ato É nesse debate com o hobs né que o Male Branch e o conac né da tradição sensualista vão introduzir um conceito que é um conceito hibri para para para o o a ideia de gozo né de jui Sans que é o que em inglês né Eh se chama de an né ou inquietude né ah fiz uma discussão já em outro lugar sobre o sobre a palavra né Eh malestar un behagen né E
essa discussão remetia Justamente a o que que é o malestar é é uma versão Germânica do Anis né Eh dos dos Ingleses né um estado de anises como uma insatisfação que coloca em movimento ou seja tem a insatisfação que para e a insatisfação que move e essa insatisfação que move ela pode aumentar ou diminuir o prazer né mas essa insatisfação que move pode também se transformar né numa espécia de an anomalia em que não estamos mais nem no Prazer nem no desprazer E aí a gente chega né no gozo como essa tradução lacaniana de um
paradoxo que é aquilo que para o inconsciente é prazer é para consciência é desprazer aquilo que para consciência é prazer no inconsciente é prazer ou seja essa descompasso entre um e outro é constitutivo da divisão subjetiva a a ideia como o cond dilac trata isso é muito interessante ele ele rebate né a a alegoria da da da Colmeia com a alegoria da estátua de mármore né E então eh a estátua de mármore é como uma uma estrutura receptiva livre de qualquer conhecimento prévio e que e que hã diante dela as Sensações então estaria trariam contentamento
ou descontentamento as a a partir da experiência de prazer ou desprazer o prazer bem como a dor pode ser corporal ou espiritual sendo apenas os corporais sensíveis enquanto os espirituais acontecem num nível intelectual prazer e desprazer vividos pelo sujeito provoca um movimento de aproximação do que causou prazer ou afastamento do que lhe causou desprazer incitando assim o ciclo formado por uma nova ordem prazer e dor inquietude necessidade desejo e satisfação né ou seja essa equação estendida que tá lá no condil laac ela serve melhor ao Lacan ela serve porque ela introduz essa noção de inquietude
né pergunte-se quando você tá inquieto quando você tá com curioso Você tá admirado você tá sentindo prazer ou desprazer quando você está com tesão você está sentindo prazer ou desprazer bom Por um lado é prazer por outro lado é desprazer porque porque a satisfação ainda não chegou então é inquietude é é esse estado de pré prazer esse estado de pré-pronto né tomado numa fantasia tomado numa numa identificação tomado num num funcionamento fechado que vai permitir então a gente isolar um outro objeto né tem o objeto do prazer e do desprazer tem objeto do amor e
do do no amor do e tem o objeto de gozo né que não tem especularidade não tem imagem ele não ele não funciona né Eh vamos dizer assim na economia eh utilitária mas ele funciona na economia libidinal e aí a gente chega né na conclusão do Lacan a a economia Livin do sujeito é mais Ampla né ela é Ela é mais vasta do que economia utilitária que tá no sujeito né que tá lá nas tes sobre o narcisismo por por isso é difícil objetar contra o contra os liberais quando eles dizem isso porque não é
que eles estejam errados eles estão incompletos né a tese ela é Ela é parcialmente aceitável e não e não enfim e não responde a tudo aquilo que ela pretende e fazer em termos conceituais continuamos aqui né enquanto a é leve o desejo tem pouca força a estátua sente-se pouco pressionada a gozar ó lá apareceu o termo uma sensação viva pode distraí-la e suspender a sua dor né e mas com a inquietude o desejo aumenta chega o momento em que ele age com tanta violência que só encontra remédio no gozo e ele se transforma então em
paixão né e o que que tá sendo abordado aqui né Essa mudança vai no regg ser conceitualizada né de de como que a gente passa de de jogos intensidade né de mudanças e intensidade para a qualidade né a famosa album né daí que você volta ao mesmo Ponto eleva suspende e Conserva o processo Ah bom aí temos então um modelo dialético para o gozo só que ele do ponto de vista do desejo é não dialético Ou seja é uma não dialética entre gozo e desejo bom então aqui temos um um apanhado né e do do
problema do utilitarismo em psicanálise e recomendo a o livro do do Monzani e o trabalho Claro do Lacan que vai e B mostrar como utilitarismo não dá mas também nem Kant nem sad né seriam as duas alternativas também não funcionam e Que bom as éticas da antiguidade como o demonismo Não não são suficientes de tal maneira que qual que é o objetivo aqui da da argumentação de que é preciso introduzir uma nova ética né uma ética que coloque na sua cúspide as conquistas freudianas sobre o desejo Opa muito legal e então ele tá dizendo assim
essa ética ela não é redutível né aquelas que estão assim em volta que eles seriam concorrentes porque o dever cantiano ele é patológico né ou ele é potencialmente patológico ao contrário do que pensava o Kant eh e a a o estado de de de libertinagem né de livre uso dos Prazeres eh também eh não corresponde à universalidade que ele pretende e que ele aspira enquanto enquanto ética Universal né então mais novas para quem não gosta da palavra Universal a ética psicanalítica é uma ética que aspira sim a universalidade né isso não quer dizer que ela
seja uniformizante que vale para todo mundo que seja etnocêntrica é o conceito de Universal aquele que eu encontro como diz o Caetano velos no meu quintal né não é o total que está ali em todos os casos e em todos os os agrupamentos para maiores sentidos de utilidade eh clica aqui no carão tveo né vocês vão ver com quantos paus se faz uma canoa diz ele com a sua sabedoria né Eh utilitária que singrou os mares do Rio [Música] [Música] [Música] estige n