1. PEDAGOGIA DO OPRIMIDO, de Paulo Freire. Primeiras palavras.

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Késia Mota
Pedagogia do oprimido, de Paulo Freire. Primeiras palavras. Leitura de Paulo Freire por Késia Mota. ...
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São Paulo Freire Pedagogia do Oprimido as primeiras palavras as páginas que se seguem e que propomos como introdução a pedagogia do oprimido são o resultado de nossas observações nestes cinco anos de exílio observações que se vem juntando as que fizemos no Brasil nos vários setores em que tivemos oportunidade de exercer atividades educativas um dos aspectos que surpreendemos quer nos cursos de capacitação que damos e em que analisamos o papel da conscientização quer na aplicação mesma de uma educação realmente Libertadora é o medo da Liberdade aqui faremos referência no primeiro capítulo deste ensaio não são raras
as vezes em que participantes destes cursos numa atitude em que manifestam seu medo da Liberdade se referem ao que chamam de perigo da conscientização e a consciência crítica dizem é anárquica e ao que outros acrescentam não poderá a consciência crítica conduzir a desordem a contudo os que também dizem porque negar eu temia A liberdade já não a temo é certa vez em um desses cursos de que fazer parte um homem que foram durante longo tempo Operário se estabeleceu uma dessas discussões em que se afirmava a periculosidade da consciência crítica no meio da discussão disse este
homem talvez seja eu entre os senhores o único de origem Operária não posso dizer que haja entendido todas as palavras que foram ditas aqui mas uma coisa Posso afirmar cheguei a esse curso ingênua e ao descobrir ingénuo comecei a tornar ver crítico esta descoberta contudo nem me faz fanático nem me dá a sensação de desmoronamento a discutir assinar oportunidade se a conscientização de uma situação essencial concreta de injustiça não podia conduzir os homens os homens dela conscientizados a um fanatismo destrutivo ou a uma sensação de desmoronamento total do mundo em que estavam esses homens é
a dúvida assim expressa implícita uma afirmação nem sempre explicitadas no que teme a liberdade melhor será que a situação concreta de injustiça não se constituam percebido Claro para consciência dos que a sofrem e na verdade porém não é a conscientização que pode levar o povo a fanatismos destrutivos pelo contrário a conscientização que lhe possibilita inserir-se No processo histórico como sujeito evita os fanatismos e o escreve na busca de sua afirmação se a tomada de consciência abre o caminho a expressão das insatisfações sociais se deve aqui Estas são componentes reais de uma situação de opressão o
medo da liberdade de que nessa seriamente não tem consciência o seu portador o faz ver o que não existe no fundo que tem a liberdade se refugia na segurança vital como diria Hegel preferindo a a liberdade arriscada É raro porém é o que manifesta explicitamente este receio da Liberdade sua tendência é antes camuflo não jogo Manhoso ainda que às vezes inconsciente jogo artificioso de palavras em que aparece ou pretende aparecer como o que defende a liberdade e não como o que a theme as suas dúvidas e inquietações emprestam arde profunda seriedade seriedade de quem fosse
o zelador da liberdade liberdade que se confunde com a manutenção do status quo por isto se a conscientização põe em discussão este status quo ameaça então a liberdade as afirmações que fazemos neste ensaio não são de um lado fruto de devaneios intelectuais nem tão pouco de outro resultam apenas e leituras por mais importantes que elas nos tenham sido bom então estão sempre ancorados como sugerimos o início destas páginas em situações concretas expressam reações de proletários camponeses ou urbanos e de homens de classe média que vi nos observando direta ou indiretamente em nosso trabalho educativo nossa
intenção é continuar com estas observações para retificar ou ratificar em estudos posteriores pontos a firmados neste ensaio ensaio que provavelmente irá provocar em alguns de seus possíveis leitores reações secundárias e entre esses haverá Talvez os que não ultrapassaram suas primeiras páginas uns por considerarem a nossa posição diante do problema da libertação dos homens como uma posição Idealista a mais quando não blá blá blá reacionário blablablá de quem se perde falando a Invocação odontológica em amor em diálogo em Esperança em humildade em simpatia outros por não quererem ou não poderem aceitar as críticas EA denúncia que
fazemos da situação ou professora situação em que os opressores se gratificam através de sua falsa generosidade da e que este com todas as deficiências de um ensaio puramente aproximativo um trabalho para homens radicais os cristãos o marxistas ainda que descordando de nossas posições em grande parte em parte ou em sua totalidade esses estamos certos poderão chegar ao fim do texto na medida Porém Aqui secundariamente assuma posições fechadas irracionais rechaçaram o diálogo que pretendemos estabelecer através deste livro é que a sexualização é sempre castrado dura pelo fanatismo de que se nutre a radicalização pelo contrário é
sempre criadora pela criticidade que alimenta enquanto a sexualização e mítica por isto alienante a radicalização é crítica por isso Libertadora Libertadora porque implicando enraíza mento que os homens fazem na opção que fizeram os encaixa cada vez mais no esforço de transformação da realidade concreta o e a sexualização porque mítica é irracional transforma a realidade uma falsa realidade que assim não pode ser mudada para parta de quem parta a sexualização é um obstáculo a emancipação dos homens E daí que seja doloroso observar que nem sempre o sectarismo de direita provoca o seu contrário Isto é a
radicalização do revolucionário e não são raros os revolucionários que se tornam reacionários pela sexualização em Que se deixam cair ao responder a sexualização direitista não queremos porém com isso dizer e o deixamos Claro no ensaio anterior que a educação como prática de liberdade tá gente que o radical se torna dócil o objeto da terminação precisamente por quem escrito como radical no processo de libertação não pode ficar passivo diante da violência do dominador por outro lado jamais será o radical um subjetivismo é que para ele o aspecto subjetivo toma corpo numa unidade dialética com a dimensão
objetiva da própria ideia Isto é com os conteúdos concretos da realidade sobre a qual exerce o ato cognoscente a subjetividade e objetividade desta forma se encontram naquela unidade dialética de que resulta um conhecedor solidário com o atuar e este com aquele é exatamente essa unidade de dialética que geram atuar e um pensar certos na e sobre a realidade para transformá-la o secretário por sua vez Qualquer que seja a opção de onde parta na sua irracionalidade que o Sega não percebe ou não pode perceber a dinâmica da realidade ou a percebe equivocadamente até quando se pensa
na dialética a sua é uma dialética domesticada e essa razão por exemplo porque o secretário de direita que no nosso ensaio anterior chamamos de secretário de nascença pretende frear o processo domesticar o tempo e assim os homens essa razão também porque o homem de esquerda ao sexualizar se se equivoca totalmente na sua interpretação dialética da realidade da história deixando-se cair em posições fundamentalmente fatalistas distinguem-se na medida em que o primeiro pretende domesticar o presente para que o futuro na melhor das hipóteses repita o presente domesticado enquanto o segundo transforma o futuro em algo pré-estabelecido uma
espécie de fado de Sina ou de destino irremediáveis enquanto para o primeiro hoje ligado ao passado é algo dado é imutável para segundo o amanhã é algo o a mãe é algo predado prefixado Inexoravelmente ambos se fazem reacionários Porque a partir da sua falsa visão da história desenvolvem um e outro formas de ação negadores da liberdade é que é um fato de é que o fato de um conceberam o presente bem comportado e o outro futuro como pré-determinado não significa que se tornem expectadores que cruzem os braços o primeiro esperando a manutenção do presente uma
espécie de volta ao passado o segundo à espera de que o futuro já conhece já conhecidos instale pelo contrário fechando o senhor em um círculo de segurança no qual não podem sair estabelecem ambos a sua verdade e essa não é a dos homens na luta para construir o futuro correndo risco dessa própria construção e não é a dos homens lutando e aprendendo uns com os outros aí de ficar este futuro que ainda não está dado como se fosse destino como se devesse ser recebido pelos homens e não criado por eles e a sexualização Em ambos
os casos é reacionária porque um e outro apropriando-se do tempo de cujo saber se sentem igualmente proprietários terminam sem o povo é uma forma de estar contra ele enquanto o secretário de direita fechando os em sua é verdade não faz mais do que o que lhe é próprio o homem de esquerda se você que tá lisa também e também se encerra é A negação dos si mesmo é um na posição que lhe é própria o outro naquilo nega ambos tirando em torno da sua verdade sentence abalados na sua segurança se alguém a discutir E daí
que ele seja necessário considerar como mentira tudo que não seja a sua verdade sofre ambos na falta de dúvida e o radical comprometido com a libertação dos homens não se deixa prender em círculos de segurança Nos quais aprisione também a realidade tão mais radical quanto mais se inscreve nessa realidade para conhecendo a melhor melhor poder transformá-la não teme enfrentar não ter me ouvir não teme O desvio O desvio lamento do mundo não temos um encontro com o povo não tenho o diálogo com ele é de que resulta o crescente e saber de ambos não se
não se sente dono do tempo nem Dono dos homens nem Libertador dos oprimidos com eles se compromete dentro do tempo para com eles lutar se a sexualização como afirmamos é o próprio do reacionário a radicalização é o próprio do revolucionário daí que a pedagogia do oprimido que implica uma tarefa radical cujas linhas introdutórias pretendemos apresentar neste ensaio EA própria leitura desse texto não possam ser realizada realizadas por secretários nós queremos expressar aqui o nosso agradecimento a Elsa de modo geral nossa primeira leitora ou sua compreensão e estímulos constantes a nosso trabalho que é porque também
é seu agradecimento que está que estendemos a todos quantos leram os originais deste ensaio pelas críticas que nos fizeram o que não nos retiram ou diminui a responsabilidade pelas afirmações nele feitas Paulo Freire Santiago Chile outono de 1968 eu estou com a edição da editora paz e terra eu Convido você a minha acompanhar na leitura desse precioso livro aqui no meu canal e curte o vídeo compartilha com seus amigos se inscreve no canal acompanhar playlist Pedagogia do Oprimido
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