#035 - Velho Testamento: Livro Gênesis

32.19k views4376 WordsCopy TextShare
EspiritismoTV
O desafio do homem novo é buscar internalizar a moral do Cristo, o “segundo Adão”, tornando automáti...
Video Transcript:
Boa noite a todos Retomando o nosso estudo de Gênesis, hoje, nós pretendemos encerrar este sexto dia, fazer algumas considerações sobre o fina ldo sexto dia, para que possamos entrar no sétimo dia e, daí, encerrar esta narrativa que toma quase o capítulo 1 inteiro e parte do capítulo 2 do livro gênesis. No capítulo 2, depois dos primeiros versículos que encerram estes sete dias da criação, o texto dedica uma atenção especial a Adão e a história começa A historia humana começa a partir desta figura simbólica que é Adão. O interessante, aqui, no final do sexto dia, que são os versículos 28 capítulo 1 diz assim: “Deus os abençoou [ao homem e à sua mulher] e lhes disse: sedes fecundos e multiplicai-vos, enchei a Terra e submetei-a.
Dominai sobre os peixes do mar, as aves dos céus e todos os animais que rastejam sobre a Terra”. A primeira coisa que eu queria chamar a atenção, aqui, é que no versículo 27 foi dito assim: “Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus Ele o criou; macho e fêmea os criou”. E, só lá no decorrer do capítulo 2 e início do 3 é que vamos ter a história de Eva retirada da costela de Adão.
O que é interessante? Nós já comentamos que o Livro de Gênesis é o livro que oferece todos os padrões todos padrões de temas e de artifícios literários estão no gênesis E, aqui, nós vamos encontrar um grande artifício literário, especificamente da literatura hebraica, que é a narrativa em círculos concêntricos. Você diz uma coisa: ‘Deus criou o ser humano, macho e fêmea os criou.
’ Disse sinteticamente. esta tudo dito Daí, mais para frente vai repetir e contar a história de como a mulher foi criada na costela de Adão, como foi esta criação, esta bipolaridade (homem-mulher/macho-fêmea). É importante ficarmos atentos para isto, porque se você ler o Evangelho de João, este expediente vai ser utilizado o tempo inteiro.
o tempo inteiro Paulo também faz a mesma coisa: diz sinteticamente e daí vai desenvolvendo. Desenvolve um pouco, depois repete e desenvolve um pouco mais, depois repete e desenvolve um pouco mais. Está sempre repetindo, mas a repetição nunca é uma repetição absoluta, ela sempre acrescenta um elemento novo.
Dá a ideia de uma espiral, porque ela vai repetindo e vai abrindo, como se fosse ascendendo e alcançando contornos cada vez maiores. Então, é importante destacar isto aqui que é um padrão literário de Gênesis e vai se repetir. Mas, o que nos chama a atenção, aqui, é que, se os animais foram criados no quinto dia, o ser humano foi criado no sexto dia e, no final do sexto dia, há uma ordem para que o ser humano domine sobre as demais espécies animais e vegetais.
Se nós formos fazer uma interpretação literária, básica, quase que literal, de fato, é isto que acontece. Os seres humanos aprenderam a cuidado do gado, de outros animais, desenvolveram a pecuária, aprenderam a manipular o solo, as espécies de plantas, veio a agricultura, aprenderam a interferir em aspectos da terra do planeta, do solo, do clima etc. Nós percebemos que a espécie a especie humana é aquela que mais interfere na biosfera, às vezes até, de uma maneira deletéria demais, muito agressiva.
Mas, é a espécie dominante. É ela que muda os rumos do processo evolutivo que se ocorresse de maneira automatizada, sem a interferência da inteligência humana, demoraria muito mais ou seguiria outro curso, a evolução tomaria outros caminhos. Então, nós constatamos isto.
Mesmo o autor de 3. 000 anos atrás era capaz de constatar isto quando olhava os pastos, a agricultura, o homem manipulando as plantas, os cultivos de vegetais, o homem cuidando de certos animais, extraindo deles o alimento, a locomoção etc. Ele percebe que a espécie humana ocupa uma posição especial no projeto da criação.
Mas, nós podemos avançar também, agora, com o auxílio da chave espírita. Lembrando aquele conselho de Kardec lá na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, quando o Codificador diz assim: ‘muitos pontos da Bíblia, dos Evangelhos e dos autores sacros em geral somente são ininteligíveis, ou seja, incompreensíveis, por folta da chave que faculta o entendimento’. Esta chave está completa no Espiritismo.
Espiritismo, não no sentido de movimento espírita, mas Espiritismo no sentido das leis que regem o mundo espiritual. Então, esta declaração de Kardec não é uma declaração que estabelece um privilégio para a Doutrina Espírita em detrimento das demais religiões. Não!
Ele está dizendo que o conhecimento das leis que rege o mundo espiritual – e o conjunto destas leis é o Espiritismo, é a Ciência Espírita - faculta a chave para que nós entendamos o texto bíblico. Hoje, nós vamos experimentar isto aqui. Quandoa ordem divina de domínio chega ao ser humano (dominai sobre os répteis, os animais), quais as implicações espirituais?
O que nós podemos extrair para além disto? Então, eu selecionei, aqui, dois textos de André Luiz que estão em Evolução em Dois Mundos. O primeiro deles está no capítulo 3, em um item chamado Evolução no Tempo.
André Luiz diz assim: É assim que dos organismos monocelulares aos organismos complexos, em que a inteligência disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que lhe foi traçada do Plano Superior, tecendo com os fios da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que traz consigo, dentro das leis de ação, reação e renovação em que mecaniza em que mecaniza as próprias aquisições, desde o estímulo nervoso à defensiva imunológica, construindo o centro coronário, no próprio cérebro, através da reflexão automática de sensações e impressões em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o auxílio das Potências Sublimes que lhe orientam a marcha, configura os demais centros energéticos do mundo íntimo, fixando-os na tessitura da própria alma. É um parágrafo longo que dava para dividir, aqui, em uns cinco parágrafos. Mas, vamos detalhar um pouco mais antes de vermos o restante, porque, daí, ele solta um parágrafo maior do que este.
Primeiro: o princípio inteligente começa em um organismo monocelular (uma célula). Ali, aquele psiquismo embrionário vai aprender a controlar os processos celulares os processos de uma de uma célula que são gigantescos. Se nós estudarmos uma célula, tudo o que ela faz (alimentação, excreção, processo de respiração) todos os fenômenos bioquímicos que ocorrem em uma célula, é algo, assim, descomunal.
Então, o princípio inteligente começa regendo uma célula. Depois ele começa a ir para organismos mais complexos, pluricelulares, com mais de uma célula. Por isso, ele está dizendo aqui que ‘a inteligência disciplina as células, colocando-as ao seu serviço’.
Então, ele vai aprendendo, cada vez mais, a comandar outras células e, assim, começa uma viagem traçada pelo plano superior, que é a viagem evolutiva. a viagem da evolução Com isso, o que ele faz? Na medida em que ele adquire experiência, ele vai tecendo uma túnica, que é o perispírito.
É o seu corpo o corpo físico original, porque o nosso corpo físico propriamente dito é uma veste do perispírito. O corpo físico, propriamente dito, é o perispírito. Por quê?
Kardec nos ensina que ele é formado dos elementos do orbe. Portanto, indo a outroorbe ou vindo de outro orbe precisa recompor. André Luiz vai trabalhar o tema no livro Entre a Terra e o Céu e no livro Libertação dizendo a mesma coisa.
É uma tessitura plástica, um corpo extremamente plástico, mas formado da substância do orbe, segundo um molde, que é o corpo mental. Daí, ele não entra em detalhes do corpo mental, porque nós não conhecemos nem 5% do corpo espiritual, do perispírito. Não temos a menor condição de avançar.
Nós estamos ainda sem instrumento para medir e avaliar o perispírito as propriedades de perispírito. Mas, nós sabemos que há um molde ali, que é mais perceptível quando ocorre o processo de quando ele se encolhe em que ele sofre uma regressão que é no momento em que vai reencarnar (uma miniaturização) e no processo de desencarnação, porque quando você desencarna, o perispírito é preparado e vai sendo composto como se fosse um feto, processo este que, segundo André Luiz pode demorar horas, dias, meses, anos, dependendo da consciência que está desencarnando, do estágio evolutivo dela. O perispírito e este corpo é esta veste altamente sensível, plástica, eu reflete com precisão, como se fosse uma tela de LED, todas as emoções, sensações, pensamentos e estados de alma.
Por isso, define, com precisão, a situação do Espírito. E, aqui, André Luiz dá o percurso: começa com o centro coronário, daí vem os outros centros de forças que estão no perispírito e que vão ser responsáveis como se fossem centrais que comandam órgãos e sistemas do corpo físico. Então, o perispírito foi construído.
Daqui a pouco eu vou dizer porque estamos lendo isto. Vamos avançar mais um pouco: Contudo, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a civilização elementar do sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos. um bilhão e meio.
Aqui, nós temos, mais ou menos, uma média: o princípio inteligente, para sair de um organismo monocelular até chegar a um primata da era do sílex, da Idade da Pedra leva um bilhão e meio de anos. É claro que não é um número absoluto. É uma média que a Espiritualidade tem.
Isso é perfeitamente verificável na desintegração natural de certos elementos radioativos na massa geológica do Globo. E entendendo-se que a civilização aludida floresceu há mais ou menos duzentos mil anos, preparando o homem, com a bênção do Cristo, para a responsabilidade, somos induzidos a reconhecer o caráter recente dos conhecimentos psicológicos, destinados a automatizar na constituição fisio psicossomática do espírito humano as aquisições morais que lhe habilitarão a consciência terrestre a mais amplo degrau de ascensão à Consciência Cósmica. Eu vou traduzir isto.
O que André Luiz disse aqui? Para entrar no período hominal, no estágio de evolução de ser humano, foram gastos um bilhão e meio de anos para automatizar impulsos biológicos. Isto é conquista nossa.
Ninguém, aqui, precisa se concentrar para o seu aparelho digestivo funcionar. Todo o seu sistema imunológico funciona sem você ficar agora trinta plaquetas você não precisa ficar controlando isso já está automatizado. Mas, isto foi conquistado em um bilhão e meio de anos de evolução.
O que nós queremos dizer com isto? , Biologicamente falando, nós Espíritos já temos a conquista da automatização dos impulsos físicos. É conquista!
Qual é o desafio agora? E, é este o desafio que está em Gênesis: dominai sobre os animais, sobre os répteis Que ordem é esta? É uma ordem para o Espírito dominar os seus automatismos biológicos instintivos, dominar todos estes impulsos conquistados ao longo de um bilhão e meio de anos.
Quanto tempo vai gastar para isto? Se você pegar do homem da idade do sílex até hoje, duzentos mil anos. Mas, nós não podemos dizer que a moralidade do homem da pedra écomo a nossa.
Então, nós temos de vinte e cinco a trinta mil anos de experiência moral contra um bilhão e meio e experiência instintiva evolutiva que fixou os automatismos biológicos. Então, o que é isto? Não é nada.
É importante para que coloquemos a evolução dentro de um quadro porque, às vezes, nós vamos falar sobre transição planetária e as pessoas ficam apavoradas porque a Terra não se tornou perfeita em vinte anos, em cem anos. Como é que nós vamos pular de um estágio em que nós somos humanos, na tentativa de dominar o passado ancestral animal, porque nós estamos em luta com a animalidade. Esta é a nossa posição: Espírito em uma jornada ascensional para alcançar o reino angélico, porque no reino angélico, os automatismos morais são como os nossos automatismos biológicos.
A caridade, no anjo, não despende esforço mental, para ser caridoso como nós não despendemos esforço para respirar. É natural! Automatizou.
Aquela pauta da disciplina gera espontaneidade. Mas, por quê? Porque uma entidade angélica tem, talvez, bilhões de anos de moralidade.
Nós temos que pensar nisto. Você imagina um Espírito puro cuja última encarnação foi há um bilhão de anos atrás. Evidentemente que as conquistas morais dele, os automatismos de ordem espiritual já suplantaram os automatismos de ordem animal.
Então, ele cumpriu o mandamento: dominai sobre as aves do céu, sobre os répteis. Ele tem total domínio dos impulsos, das pulsões, das instintividades. Em outro ponto, André Luiz vai tocar neste tema, especificamente no capítulo 6 no item chamado Genealogia do Espírito, onde finaliza dizendo assim: Com a Supervisão Celeste [A evolução se dá com supervisão.
Quem já alcançou ajuda quem está na conquista. ], o princípio inteligente gastou, desde os vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de séculos, então aqui mudou a equação. Lá era um bilhão e meio de anos; quinze milhões de séculos.
Mas, eu gostei disso aqui porque quinze são duas semanas. Então, nós podemos ter uma semana de sete milhões de séculos: uma semana evolutiva. Aqui, gastaram-se duas.
Tem alguma coisa aqui, não sei o quê, porque, aqui, começa a trabalhar com grandezas que não estão sob a nossa observação. Como diz Arago, lá no livro A Gênese de Kardec: ‘os ciclos que vocês conseguem observar são aqueles que dizem respeito à vida humana: o ciclo lunar, solar terrestre o solar, das estações’. Mas, estes ciclos de milhões de séculos, só os supervisores celestes que estão lá no mundo espiritual estão observando isto.
São quinze milhões de séculos Para sair de um organismo monocelular, de um vírus uma bactéria monocelular Até Afim de que pudesse como ser pensante embora em fase embrionaria da razão para os espaços cósmicos então 15 milhões de seculos para ele começar a ter pensamento contínuo, ou seja, para ele se tornar um primata. Então, é preciso colocarmos a evolução neste prisma. Daí a ordem dada ao Adam.
O Adão, o ser humano de Gênesis, é o ser humano que está entre a animalidade e a angelitude. O segundo Adão, que é o Cristo, já é o ser na angelitude. Por isso, ele é o padrão, o modelo e o guia ou, como diz, Teilhard de Chardin, o ponto ômega.
Ele é o ponto para o qual convergem todas as espécies. É claro, porque a bactéria quer chegar aonde? Todas as espécies estão em direção a ele.
Ele é o ponto de convergência. É ele que referencia a evolução terrestre. Por que ele referencia a evolução terrestre?
Porque ele percorreu estes caminhos multibi lenares, de bilhões e bilhões de anos. É importante nós entendermos este mecanismo este mecanismo da evolução. Quando Kardec utiliza a expressão senso moral, ele está fazendo referência a uma faculdade espiritual que pode ser sintetizada no seguinte domínio sobre a retaguarda evolutiva possui Quanto maior o domínio, mais autonomia.
Sócrates já dizia algo interessante. Uma das reflexões que coube a Sócrates foi trazer para a Filosofia a investigação sobre a moral, sobre a conduta. Tanto que a filosofia de Sócrates é chamada de filosofia moral.
Sócrates vai trabalhar – depois Aristóteles vai desenvolver – se você faz tudo o que você quer, você não é livre, você é um escravo. Por quê? Porque você não tem autodomínio, você não tem capacidade de dizer não si mesmo.
Contenção do desejo é liberdade, porque significa autonomia. A questão é, neste raciocínio de Sócrates, você só é verdadeiramente livre se você for capaz de resistir a você mesmo, aos seus próprios desejos, às suas próprias pulsões, aos seus próprios arroubos. Se não, você não é livre.
Você acha que é livre, mas você está totalmente determinado por forças esta sendo determinada por forças impulsivas. Este raciocínio do Sócrates vai culminar no diálogo que ele tem com a esposa quando ele está preso. Ela chega chorando e fala assim ‘Eles te prenderam!
’. Ele fala:‘ Não, eu sou livre. Eu não estou preso.
’ é claro que ali o Sócrates A esposa estava falando em um plano biológico, em um plano adâmico: seu corpo está preso na cela. Sócrates está conversando em um nível moral: meu corpo está preso, mas eu estou livre, quem me prendeu aqui é que está preso. Ele levou a discussão da liberdade para um outro patamar.
Quem me prendeu está andando por aí e acha que está livre, mas não está porque é escravo de condicionamentos sociais, preconceitos, paradigmas, pulsões, emoções, desejos, eles são escravos, eles não conseguem dizer não a toda esta carga de impulso e, por exemplo, tomar uma decisão justa. E, Sócrates que estava fisicamente preso, era absolutamente autônomo. Isto aconteceu com Cristo na cruz.
Nós olhamos para Jesus na cruz e pensamos em prisão. Mas, ali, está um ser absolutamente livre. absolutamente livre.
Esta ordem, aqui, não é uma ordem pequena: dominai sobre. O homem, criado no sexto dia, tem que, agora, dominar os outros dias (o quinto, o quarto, o terceiro, o segundo. .
. ). Quanto mais autodomínio, mais liberdade.
É o inverso. É um desafio. E, chegamos ao final deste capítulo 1, no sexto dia, e começa no início do capítulo 2 o sétimo dia.
O texto diz assim: “Assim foram concluídos o céu e a terra com todo o seu exército”. O texto está resumindo de novo. Isto, aqui, é uma frase de fechamento.
Em ‘o céu, a terra e todo o ser exército’ está querendo dizer o quê? Que até o ser humano compõe o exército da criação. Este exército, que pode ser pensado também nas estrelas, nas virtudes dos céus (os Espíritos do Senhor que são as virtudes dos céus, quais estrelas cadentes), são potências celestes.
Daí, o Deus dos exércitos que tem duplo sentido ai senhor das estrelas o senhor dos exércitos ou o senhor dos espíritos “Deus concluiu no sétimo dia a obra que fizera e no sétimo dia descansou. ” Aqui, eu queria comentar uma coisa: no sétimo dia não foi feito nada, só foi concluída a obra. Parece um paradoxo.
Aqui, tem uma lei belíssima: belíssima: só o descanso conclui o trabalho. só o descanso conclui o trabalho. Vamos pensar: primavera (começa a brotar tudo, florir) – verão – outono – inverno.
O que conclui o ciclo? Inverno, que é o descanso da terra. Por isso, os Espíritos quando nos ensinaram as leis morais nos diziam assim: a lei de descanso é lei da natureza.
A obra só se conclui no descanso. Então, você só termina quando para de produzir. Parar a produção, descansar é referenciar o que foi feito para o futuro.
Se você só faz e não para, a sua ação não aponta para o futuro, ela anda em círculos e não sai do lugar. Isto é o extraordinário do texto: Deus conclui a sua obra e descansa no sétimo dia. “Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, pois nele descansou depois de toda a sua obra de criação”.
Aqui fica claro: o fazer foram nos outros seis dias e o descanso é a conclusão da obra. Então, o descanso compõe a obra. Aqui, nós temos um outro padrão importantíssimo bíblico que nesta finalização da narrativa, nós passamos a ter, agora, uma régua simbólica, que é o período setenário, a shavua.
Em Português não faz muito sentido. Aqui ,temos uma dificuldade de você ler o livro de Gênesis em Português, quando poderia ser lido em hebraico. Lendo em hebraico, lendo em Hebraico ele tem uma riqueza, ele tem mais perfume ele tem mais cor, do que lendo a tradução.
Por quê? Vamos explicar: aqui a língua hebraica e uma linguá simples, limitada (pelo menos este hebraico antigo, porque, hoje, o hebraico moderno incorporou um tanto de língua já tem um vocabulário como o nosso), todas as palavras derivam dos verbos e os verbos são feitos de três consoantes. Então, você tem um radical que são três consoantes e todas as palavras da família derivam daquele radical.
Como é o processo de derivação? Acrescentar vogais. Por exemplo, homem ysh é e mulher é isha.
O radical é o mesmo. É a mesma coisa. No texto antigo, eles não colocavam vogal.
Só colocavam consoantes. ,Daí, você lia ‘como é que eu vou saber se é sábado se é semana ou se e sete? Pelo contexto e pela tradição oral, porque o texto só tinha consoante, não tinha vogal.
Temos um caso clássico de um gentil que procurou Hilel, o avô de Gamaliel, e pediu para ensinar a Tora a ele. Ele ensinou. O discípulo era atrevido e disse: ‘Eu quero que você me ensine, mas eu não acredito neste negócio de tradição oral.
’ Hilel falou: ‘ Abra o texto. ’ era o mesmo texto ensinou tudo diferente. O discípulo falou:‘ Mas, isto é tudo diferente do que você falou!
’. E, Hilel disse: ‘Mas, não cabe? ’.
‘Sim’, respondeu o discípulo. Então, Hilel complementou: ‘Eu só não mudei as vogais. Então, não precisa de tradição oral.
Você pode aprender sozinho. ’ Hilel deu um xeque-mate no discípulo. Ou seja, Hilel estava tentando dizer para ele, o discípulo que o texto era só uma referência e era a tradição oral que guardava a leitura apropriada do texto, a leitura e as dezenas de interpretações, porque eles adoram várias interpretações.
Então, esta ideia nossa, ocidental, de toda da verdade, o texto diz tudo, não tem sentido; na época, não tinha o menor sentido. Quando nós vamos falar de semana, de sete e de sábado, é a mesma coisa: nós estamos falando de um padrão cíclico, que vai ser utilizado em toda a Bíblia e, como o livro de Gênesis é o livro dos primórdios, é o livro dos padrões, é o livro dos paradigmas, aqui nós temos mais um, o paradigma setenário ou a equação da shavua. Por isso, eu achei muito interessante este texto de André Luiz quando ele diz assim: ‘dos vírus e das primeiras bactérias até a emissão do primeiro pensamento contínuo são quinze (.
. . ).
’ Opa! Quinze significa que teve sete, outro sete e o início de um novo período. Só que são quinze milhões de séculos.
Cada dia é um milhão de séculos. É só a unidade que muda. Sete de um dia de 24h?
Não, de um milhão de séculos. Estes quinze milhões de séculos representam para nós aqui só o quinto dia e parte do sexto. O ciclo da criação é algo ainda maior.
Naquela ideia de que todo ciclo contém outros menores do que ele e está contido em outros maiores do que ele. Toda a vez que eu dou um ciclo, ele deve conter outros menores e está dentro de outros maiores. Por isso o padrão setenário é como se fosse um fibonacci: vai se ampliando, se ampliando, se ampliando.
. . Mas, é o mesmo padrão, é um padrão que cresce.
Aqui, eu tenho uma chave para profecia, uma chave para tempo e todos os textos proféticos, mesmo o Novo Testamento, Apocalipse, vão fazer referência a este sete: os sete dias da criação. Aqui, então, nós encerramos estes sete dias da criação. Encerra, não!
Encerra a síntese, porque, agora, vai começar a abrir o sexto dia da criação do homem e dará a ideia da evolução humana. As gerações de Adão são este esforço do ser humano para o autodomínio. Por quê?
Nós concluímos dizendo assim: todos os animais estão dentro de nós, todos aqueles hábitos dos animais estão dentro de nós, são heranças da evolução. O Espírito retrograda? Não, porque ele não perde aquisição.
Mas, do ponto de vista comportamental, ele degrada. Você pode se animalizar completamente, perder todas as suas referências humanas e se tornar fera, mais bestial do que a fera mais feroz, porque a fera, por mais feroz que ela seja, ela atua segundo instintos. Você não vê um leão caçando vinte e quatro horas.
O leão tem os momentos dele de ferocidade e tem momentos em que ele está deitado, brincando, correndo. Agora, você pode encontrar um ser humano que vinte e quatro horas é uma fera bestial: está sempre com as mandíbulas triturando tudo o que ele encontra vinte e quatro horas por dia. Então, deteriora e é mais perigoso.
Ele degrada Por quê? Porque recupera arquivos, faz download e instala no sistema operacional. Agora, eu não vou ser ser humano, vou ser jacaré.
E, assim vai. Em todos os níveis, o registro está lá. A ideia, aqui, é criar uma consciência espiritual que seja capaz de manipular estes registros mnemônicos com autonomia, sem ser por eles dominados.
É tão bonito isto porque este tema vai ser desenvolvido. Eu estou trabalhando isto, aqui, porque ele vai ser desenvolvido. Qual é o tema da tentação ou do teste de Adão?
É a serpente, é um réptil. Aí, voltou na temática de uma ordem: ‘dominai sobre os répteis’ . E, quem que dominou Adão?
O réptil. Adão e Eva foram dominados por um réptil. Esta é a história das quedas morais, das nossas fragilidades morais.
Nós somos dominados por heranças evolutivas multimilenares que dizem respeito ao nosso estágio que vai dos vírus e das primeiras bactérias ao sílex, ao homem primata. Está tudo dentro de nós. Ou seja, para resumir bem, a Arca de Noé somos nós.
Aquela história de construir uma arca, colocar um princípio ativo e um princípio passivo de cada espécie, é o nosso psiquismo. E, por que colocou um machoe uma fêmea? Porque o padrão se reproduz: se você começar a agir como um leão, daqu ia pouco tem uma família de leões dentro São energias psíquicas que se expandem, porque o processo é dinâmico, ele se reproduz.
Então, a Arca de Noé somos nós. Mas, isto, nós veremos lá na frente. O que é interessante no texto?
O texto vai abrindo e depois ele volta. O que é a Arca de Noé? É a história do ser humano que deixou todos os bichos dominá-lo.
O que é a história de Adão? É a história de um ser humano que deixou um bicho dominá-lo, só que era um réptil danado, uma víbora, uma jararaca. Esta é a luta, é a jornada evolutiva.
Mas aí, são cenas do próximo capítulo.
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com