[Música] um grande desafio da filosofia ao longo dos séculos a investigação sobre a conduta humana de Platão passando por Isaías e perna de Williams e Alberto plural e rico de pensadores ajudando a compreender a ética a moral a felicidade e o sentido da vida humana filosofia sua história nossa vida tema desta série do Café Filosófico [Música] Vivemos em tempos de instabilidade o mundo pós pandemia em uma atmosfera de confusão e crises que afetam todas as esferas de nossas vidas aquilo que consideravamos diretrizes para o pensamento e a nossa ação cotidiana nossos valores hábitos e modos
de viver parecem estar em colapso em meio a tudo isso torna-se urgente e necessário um pensamento crítico em busca de uma janela de sentido sobre Como se estrutura o nosso pensar e Albert Camile nos convida questionar a busca pelo sentido da nossa existência esse programa reúne algumas reflexões desses dois grandes filósofos do século 20 pelo olhar de dois dos nossos estudiosos contemporâneos Adriana Novaes e Maurício marsola o pensamento é algo muito exigente é um exercício de desafio para nós mesmos certo é Desafio pode ser uma afirmação de si mesmo de uma visão torta né mas
eu acho que o que evita isso é a dinâmica das da própria vida do Espírito com uma área de entende então o pensamento tem que estar ancorado na experiência certo então não é o meu não é alguém que está sozinho no mundo e aí ele vai se recolher e pensar não é a partir da experiência é partir do que ele vive do que ele recebe né da circunstâncias que se apresentam a ele e é um exercício exigente daqui desse entendimento do mundo porque o pensamento precisa voltar quando volta ele vai tem que enfrentar a resposta
das outras pessoas então o entendimento do pensar para Anne é dinâmico né então é essa retirada mas a retirada e a sua responsabilização pela aquilo que você vai decidir em relação aquilo que você pensou né então é uma retirada necessária para você enfrentar os seus Fantasmas também né enfrentar sei lá um individualismo exagerado um egoísmo né porque você vai ter que voltar para o mundo e apresentar essa esse diálogo que você tem com você mesmo para os outros e será reconhecido por isso porque lembrando a arte entende esse pensamento na dinâmica com a realidade certo
essa experiência vive é isso então se essa dinâmica com a realidade eu cada um de nós está no mundo e tem a o seu exercício da Liberdade política sempre observada pelo outro preciso do outro para validar o que eu tô pensando as decisões que eu tomo e a responsabilidade que eu tenho pelo que eu penso certo então é uma retirada mas que deverá responder de uma maneira responsável pelas consequências da decisão que eu tomo a partir desse pensamento eu serei cobrada seremos todos somos pensamentos tem que ser humilde e hesitante nós necessitamos sim fazer uma
redescoberta da reflexão sobretudo A reflexão filosófica de maneira humilde hesitante e por que não dizer também cética diante de nós mesmos e sem imediatismo porque muitas vezes a grande pergunta é a bom mas para que toda essa reflexão Porque nós não somos pedras Então nesse sentido também não é é necessário quer dizer esse pensamento humilde hesitante ele se coloca diante de nós mas se coloca diante de nós também é obrigação de reflexão né quanto maior é racionalidade maior a necessidade de reflexão maior necessidade de descoberta desse ausente Como diz né próprio caminho então de um
lado isso né A reflexão sem imediatismo sem a sua necessidade prática porque ela apenas a reflexão já nos coloca diante de uma outra postura Ou nem uma outra postura não se situa em outra postura diante do mundo a própria experiência do pensamento já nos transforma Então não é necessário perguntar porque às vezes assim os filósofos nos dizem porque de outro lado então é essa descoberta né da alteridade Mas como ele diz né a categoria da ternura a gente poderia também falar uma palavra muito comentada hoje mas pouco compreendida que é empatia né implica em colocar-se
diante do outro diante da alteridade agora como é que eu vou fazer isso eu vou calcar isso no sentimento vou colocar isso na razão eu vou colocar isso no que bom eu não sei mas eu sei que haveria uma possibilidade de reconhecimento eu me conhecendo e reconhecendo ao mesmo tempo que eu me conheço a minha humanidade no outro e a humanidade do outro em mim dá-se aí a possibilidade de reconhecimento portanto seria necessário redescobrir o que a gente pode chamar de humanismo né Essa categoria de reconhecer a minha humanidade na humanidade do outro isso é
incontornável porque isso nos coloca coloca o humano diante do humano certo isso ao mesmo tempo é cria digamos assim uma espécie de limite para uma coisa que ocorre quando se dissolvem categorias valorativas Mas também se dissolve a humanidade se dissolve a possibilidade de reconhecimento que é a violência não é a violência é um traço dos nossos dias tende a muito tempo já um traço da modernidade mas essa possibilidade de superação disso né é justamente esta capacidade de a partir de do reconhecimento da minha humanidade reconhecer esta humanidade no outro e esse reconhecimento da minha humanidade
passa pelo reconhecimento da humanidade do outro né E aí se dá esse processo digamos assim usando uma palavra um jargão filosófico dialético né que o outro me faz faz com que eu Descubra me conheça a mim mesmo e descubra a minha humanidade mas ao mesmo tempo ela será reconhecida no outro e isso é reconhecimento Isso é que é empatia não é E aí nesse sentido categorias como a dor como a fragilidade como a vulnerabilidade que todos nós temos todos nós somos vulneráveis e padecemos não é são essas categorias negativas que nos fazem reconhecer a humanidade
[Música] devemos ter sempre em mente ao falarmos da Liberdade o problema da política e o fato de o homem ser dotado com o dom da ação pois ação e política entre todas as capacidades e potencialidades da vida humana são as únicas que sequer poderíamos conceber sem ao menos admitir a existência da liberdade e é difícil tocar em um problema político particular sem implícita ou explicitamente tocar em um problema da Liberdade humana as duas palavras da língua inglesa né Liberty e Freedom então Liberty então a liberdade ela é primeira a estrutura do estado que torna possível
a participação das pessoas né a gente falar um pouco sobre democracia especificamente conceitualmente tem um texto que é pensar sem corrimão que é um texto intitulado estado nação e democracia e qual que é a concepção de democracia que ajuda a entender a noção dela de liberdade a participação Direta do cidadãos e ela se pergunta ao final né como é que a gente faz a sociedades de massa milhões de pessoas com todos os apelos problemáticos né de facilitação da vida política que não tem como facilitar muito com vários elementos né complexos da própria política como é
que a gente faz para garantir essa efetiva participação das pessoas na vida política ou seja o exercício da liberdade efetivamente Então por um lado como líder que essa estrutura As instituições que garantem essa essa participação política certo uma tradição toda graças as revoluções e a participação inventa dos conselhos conselhos de participação que se por exemplo que ainda a gente tenha conselhos municipais por exemplo participa mesmo das pessoas elas vão a uma reunião conversam sobre as questões ali do momento a troca de ideias etc isso que ainda é uma ideia de comunidade de participação Comunitária aqui
ainda sobrevive nos Estados Unidos Por exemplo que tem a ver com seu processo muito próprio muito específico de colonização né de independência mas essa ideia de participação efetiva das pessoas né então a liberdade para é liberdade política certo então é o modo como as pessoas em grupo realmente participam das decisões a política das decisões que decisões então a consequência dessas decisões todas as pessoas têm que ter responsabilidade em relação a elas certo então a liberdade é isso então enquanto instituição a Liberty enquanto participação efetiva que é a Freedom certo tá e o pluralismo pluralismo é
um conceito kantiano que ela vai retomar ela vai buscar tem a ver com ação ela vai chamar de pluralidade e uma estudiosa específica a Marge kenovan vai falar da pluralidade da na área como a maior contribuição dela para o pensamento político então a ideia de que nós somos iguais na diferença nós somos cada um de nós é o único então para o próprio pensamento esse exercício conjunto como julgamento como exercício da liberdade né vamos além tem uma frase que a seguinte a liberdade política ela é impedida quando a ameaça sobre o pensamento não sobre ação
porque e o totalitarismo nem ele ataca exatamente a essa vida privada essa capacidade de pensar em bota sabota melhor dizendo né essa capacidade de pensar então a pluralidade é a característica da condição humana da ação que e a partir dessa ação nós exercitamos a nossa liberdade política após o absurdo tudo se acha abalado essa ideia de que eu sou minha maneira de agir como se tudo tivesse um sentido tudo se encontra desmentido de uma forma vertiginosa pela incoerência de uma morte possível que liberdade no sentido pleno pode existir sem garantia de eternidade assim o homem
absurdo compreende que ele não era realmente livre o absurdo me esclarece sobre esse ponto não há o dia de amanhã eis daqui em diante a razão da minha liberdade profunda a única que conheço é a liberdade de são ora se o absurdo aniquila todas as minhas possibilidades de liberdade eterna ele encontra partida me devolve e exalta minha liberdade de ação diante de um referencial absoluto de ausência né Desse referencial absoluto de sentido é nós não estaríamos no campo de uma ausência absoluta de moral porque primeiro né é esse esse assumir ou viver sem apelo nos
faz descobrir de um lado a liberdade Mas de outro lado é o caminho isso vai tocar isso em outras obras né nos faz é descobrir a alteridade e alteridade Implica também Em responsabilidade né porque eu não sou apenas eu né lançado no mundo mas somos nós na nossa existência e nessa necessidade de Reconstruir de algum modo ou de articular algum tipo de sentido então né eu diria o seguinte que duas direções que o caminho parece nos dar primeiro é como ele diz né o exercício da do raciocínio e isso nos permite então estabelecer não significa
viver e raciocinar de maneira absurda viver mergulhar absurdo não significa raciocinar de maneira absurdo mas ao contrário significa assumir a responsabilidade pelo que eu estou pensando e do modo como eu estou vivendo em relação a mim mesmo em primeiro lugar então o exercício do raciocínio implica imoralidade porque é pensar implica de um modo de outro em estabelecer valores o próprio condição a existência humana no ato de existir humano já é de algum modo valor ativo e o próprio ato de existir já implica em valores porque o conteúdo da ação humana é sempre valorativo e a
segunda coisa é então primeira raciocínio a segunda é a tentativa de rei das coberta da alteridade o modo como né então eu me coloco diante dos outros a partir de certa de certo reconhecimento né em relação só que isso implica numa capacidade de reconhecimento que parece que cada vez mais nós estamos perdendo Justamente por isso que nós temos que resgatar isto o raciocínio nos coloca essa possibilidade também de colocar a responsabilidade e nos leva a uma moralidade do Absurdo a revolta é precisamente esta resposta humana diante do Absurdo da existência essa resposta humana não é
uma indiferença o caminho fala isso ele coloca né Essa indiferença esta espécie de apatia essa experiência de deserto como ele mesmo disse isso também mas ele coloca isso no estrangeiro é esta esse esse caráter de espanto mas ao mesmo tempo indiferente que é o personagem do estrangeiro é mas lá justamente ele está falando de uma posição é essa posição do homem do absurdo mas o homem absurdo ele mergulha e ele vai mergulha na existência e vai vai buscar não é um articulação de sentido mesmo no absurdo agora a revolta são as mais diversas formas pelas
quais o ser humano responde a justamente o absurdo da sua existência então a revolta pode ser absolutismo político pode ser o a reificação da religião pode ser todas essas formas históricas e existenciais de revolta a verdadeira revolta é assumir uma existência autêntica uma revolta autêntica e portanto agir portanto existir portanto existir sem apelo mesmo no absurdo né Isso é verdadeira revolta no próximo bloco o exercício da razão se dá como se dá lendo e sobretudo os filósofos no caso da Razão filosófica lendo estudando refletindo dialogando e pensando [Música] o que limita o nosso pensamento por
quais razões somos impedidos ou desaprendemos a refletir a questionar diante de um mundo com tanta informação há quem diga que vivemos em tempos de alienação são tantas notícias e acontecimentos são tantos dados vindo de fontes distintas que nos vemos sem saber No que acreditar de que forma esse ambiente que nos cerca é capaz de nos fazer desistir do pensamento crítico a burocracia é exatamente em termos de enfim de organização do Estado aquela redução ao conhecimento técnico em detrimento da política né então quando a regras de administrativas É que na verdade muitas vezes não estimulam esse
pensamento e a consideração dos problemas como eles são na verdade toma o lugar que deveria ser ocupado por essa reflexão por essa consciência e tem um texto da área que a crise na educação dentre o passado e o futuro é o único texto que ela se dedica especialmente né a detidamente a educação ela examina exatamente o que acontece nos Estados Unidos né nos anos 50 que é Enfim uma responsabilização da falta na verdade ele responsabilização dos adultos que por conta disso jogam para as crianças para os jovens resolverem né A questão da educação então ênfase
muito grande não fazer essa ideia do conhecimento é que também vai para o modo como se entende a educação certo instrumentalizada né e não a preparação como uma um estágio intermediário para mostrar como o mundo ela diz a educação ela mostram ela deve mostrar o mundo para as crianças e para os jovens né e na medida em que ela fica com teorias e fórmulas né É para fugir do problema na verdade então tem um texto específico dela que é tiro pela culatra é um texto que ela chama atenção né para vários elementos inclusive o meio
ambiente então ah ela identifica né naquele momento ela identifica um processo de desvirtuamento da política é tão grande a importância demasiada na substituição na verdade da política pela imagem as teorias conspiratórias a redução dos problemas da política há algo que um político uma ideologia magicamente vai resolver ela chama atenção para esse fenômeno da imagem do uso da imagem né da atuação e o que ele identifica o seguinte essa redução do problema da política a uma né uma frase de efeito uma resposta alguém de novo os líderes totalitários eles se caracterizavam por uma por um mundo
fantasioso que eles criavam para esse mundo fantasioso eles tinham a resposta eles apresentavam como profetas E aí quando no poder eles iam criar esse mundo para o qual eles eles enfim apresentavam uma solução certo eles criam problema eles criam um mundo fictício porque o mundo fictício Assim como as teorias conspiratórias é é fácil de ser manipulado e as soluções Nossa aparecem mágicas por quê Porque ele fictício certo então a pessoa que o apelo disso é muito forte e lá em origem totalitarismo que ela identifica como totalitarismo a Alemanha a partir de 33 e a o
stalinismo a partir de 29 Então ela diz depois de terminar os historicamente esses dois momentos do totalitarismo isso não significa que o que levou ao totalitarismo apareça de outra forma que ela chama de transes então surgirão outros transes certo não do modo como acontecendo historicamente aquela história não se repete mas de outra forma porque o problema de todo uma estrutura né que se transformou a política de tudo uma forma das massas se moverem isso já está dado isso já foi explorado então haverá consequências diferentes né mais inspiradas na mesma lógica né de resposta fácil de
mundo fictício estruturas do Estado de fachada que não tem objetivo de resolver coisa nenhuma o mundo todo está vivendo infelizmente uma onda né de extrema direita porque também lembrando a área questionada sobre os alunos sobre essa questão de direito e esquerda né senhora não me preocupa se os meus alunos são de Direito de esquerda então Livres Eles serão conservadores direito de esquerdo interessa o problema é se eles forem para os extremos porque nos extremos não há conversa não há discurso não há diálogo aí a política não existe ela fica comprometida não tem né então os
extremos são um problema certo e a gente tá vendo essa onda de extremos de uma maneira muito insidiosa usando um discurso religioso né manipulando um distorcendo absolutamente um discurso religioso que na verdade é moralista que na verdade de novo é simplificador do desafio efetivo moral que se faz a todos nós toda essa onda de extrema direita é uma onda nacionalista porque porque tudo a própria pluralidade e o reconhecimento dela também é muito exigente você não pode querer que o outro seja exatamente um absurdo né Muito mais confortável a gente fala disso também é muito mais
confortável você lidar com outro se ele é muito parecido com você ou ele é igual a você se ele é muito diferente isso também exige muito de nós de cada um de nós você olhar muito diferente de uma maneira reconhecendo é tão diferente Ou tem uma vida tão diferente Ou uma cultura tão diferente mas ele é ser humano como eu então merece tanta atenção e tanto cuidado isso é muito difícil isso é muito complexo a maioria das pessoas têm essa disposição porque porque afastar o diferente um tipo de proteção e no mundo que a gente
vive esse ideal de proteção ele é muito forte diante da irracionalidade do mundo ou da irracionalidade das coisas do Estado de coisas etc isso não implica numa racionalidade maior ao contrário isso implica na necessidade do exercício da razão E isso não é Depende de outro instrumento não tem outro instrumento para fazer isso gente senão a própria razão o critério da razão é ela mesma e é o exercício da razão se dá como se dá lendo e sobretudo os filósofos no caso da Razão filosófica lendo estudando refletindo dialogando e pensando e o diálogo deve ser uma
coisa Franca deve ser uma coisa pautada na razão se não não é diálogo o diálogo o critério do Diálogo é isso já é o critério de aluno socrático né pressupõe duas coisas todo diálogo pressupõe que nós de fato estejamos abertos a dialogar e apresentar razões e eu darei a sentimento a uma razão se ela me convencer e o outro também dará sentimento a razão se eu convencê-lo mas sobretudo uma segunda coisa que é fundamental que é a necessidade de sabermos né é ser refutados porque é fácil é fácil refutar mas é difícil ser refutado mas
é necessário porque senão não estarei pensando né não estaria dialogando Platão define né O que que é o pensamento é o diálogo silencioso da Alma consigo mesma então Todo pensamento de alguma forma é um diálogo e o diálogo ele se expressa materialmente ele expressa materialmente na razão de duas pessoas esta esse movimento dialético da própria razão então eu acho que bom é necessário reflexão o estudo a leitura né a cultura o pensamento a não vejo outra solução para isso E aí nós vamos redescobrir também ao mesmo tempo a nossa humanidade pelo conhecimento de nós mesmos
e pela o conhecimento das nossas tradições né humanas né se nós esgotarmos isso se nós abandonarmos isso nós Deixaremos de ser humanos nos viraremos autômatos que trabalham que comem que bebem que são felizes parece ser feliz não importa isso não tem a menor importância no próximo bloco o que me interessa são os vencidos não os vitoriosos [Música] se esse pensar alimentado pelo presente trabalha com os fragmentos do pensamento que consegue extorquir do passado e reunir sobre si Como Um Pescador de pérolas que desce ao fundo do mar não para esse cavalo e trazê-lo à tona
mas para extrair o rico e o estranho as pérolas e o coral das profundezas e trazê-los a superfície esse pensar sonda as profundezas do passado mas não para ressuscitá-lo tal como era e contribuir para renovação de eras distintas no livro da as origens do totalitarismo então no prefácio que ela faz a primeira edição no final faz um texto para mim é muito bonito quando ela mostra dificuldade de você trabalhar e recuperar a tradição ela disse que a tradição não adianta a gente voltar para a tradução para pegar o que eventualmente era bom e trazer para
cá e nem ficar imaginando um futuro maravilhoso não é por aí que a gente vai resolver a o horror do presente ao qualquer coisa assim então se a gente não pode buscar na tradição e não adianta imaginar um futuro maravilhoso por o que que a gente faz por onde que a gente anda uma imagem muito bonita que é pescadora de pérolas ela pega isso do Walter Benjamin essa ideia de que é preciso retomar a tradição e ela faz isso é quando ela examina o pensamento quando ela examinação quando ela todos os temas ela faz um
histórico inventário digamos assim do modo como essas questões esses temas esses conceitos foram engendrados né ela faz esse percurso Então na verdade mesmo que esses elementos essas referências tenham sido digamos julgadas fora não foram mostraram a sua insuficiência para lidar com os problemas apresentados no século 20 é o que nos constitui essa história o que nos constitui tem uma frase que ela também repete o que me interessa são os vencidos não os vitoriosos então conceitualmente de certo modo ela faz isso então ela volta a tradição ela volta a história vai lá para os antigos volta
para Platão retoma Santo Agostinho vai para tomar de Aquino enfim cita vários e vários vários autores como cada um né respondeu a essas questões é esse processo a importância da contingência ou não essa que ela entende como uma grande uma grande falácia metafísica que Platão jogou para gente que é a divisão né entre mundo sensível e mundo inteligível alegando a política a um lugar desconfortável digamos assim para o pensamento para filosofia certo então que essa é uma grande falácia O problema não é a diferença porque nós mesmos fazemos isso a gente sabe né distingue O
que é sensível que a gente faz na nossa mente e essa ligação a filosofia é essa dinâmica mas A Hierarquia porque que essa esse pensamento é mais importante do que do que o mundo sensível do que a experiência ela diz assim a gente estuda história não para encontrar fórmulas para resolver os problemas com os quais né Nós temos de lidar mas para ver Para retomar como esses Grandes Homens essas grandes mulheres como elas responderam as suas questões para ver como como o ser humano ele é frágil mas ao mesmo tempo ele consegue dar algumas respostas
boas me dá saídas também certo tem saídas então quando ela investiga exemplos revolucionários né aquele e os tantos revolucionários quanto aqueles que resistiram a resistência ao totalitarismo eram pessoas de ação pessoas que acreditavam que pessoas que se sentiram vivas porque elas estavam atuando em nome contra alguma coisa que elas entendiam que eram destrutivo da sua própria capacidade então isso aconteceu então ouve muita resistência nós nos formamos nós somos resultado de tudo isso dessa concepção dos filósofos cristãos né dos revolucionários do fim dos modernos todos então nós chegamos aqui graças a esse essa tentativa de erria
certo porque que nós erramos veja nós temos livre arbítrio Mas por que que nós fazemos sempre as mesmas coisas erradas Esse é um fenômeno da nossa condição é um fenômeno moral os gregos chamavam Esse fenômeno de incontinência que parece uma palavra feia em português né mas em grego é a palavra acracia Kratos é poder acracia ausência de poder ou seja quando eu não tenho domínio sobre mim mas não é só o domínio que eu poderia ter porque eu enfim conheço a minha razão é poderosa entre as pessoas não é isso é saber o que é
certo mas mesmo assim fazer o que é errado não é eu sei exatamente o que eu devo fazer e tenho todas as disposições para fazer mas eu não faço na hora eu não faço não é então quantas vezes esse mecanismo se realize em nós gente um monte de vez eu sei exatamente o que eu tenho que fazer no entanto eu vou lá e erro desgraçadamente e fala como eu posso ter feito uma coisa tão absurda daí para usar o jargão não é do caminho porque é um mecanismo precisamente da finitude humana não é então é
mesmo nós o nosso livre-arbítrio não é suficiente para dar conta daquilo que o livramento mesmo se você entende eu faço o que eu quero mas eu não faço bem que eu quero mas o mal que eu não quero essa frase bíblica né Essa frase de Paulo porque porque isso é acracia ou em Aristóteles aristótese é um livro inteiro da ética dedicado a isto um tratado famoso não é sobre porque que nós fazemos aquilo que mesmo sabendo que é errado nós fazemos Errar é humano e persistir no erro mais ainda absolutamente sim é verdade trágico é
grego e é uma fenomenologia moral é uma fonologia existencial e a nossa condição no próximo bloco certo antigamente para podermos enfim um pouco talvez ao invés de sucesso a colaboração ao invés do indivíduo alteridade ao invés da concorrência a compaixão ou ajuda muito Por que não [Música] jogo então que o sentido da vida é a mais premente das perguntas como responder a ela questiona a caminho para Sartre dizer que nós determinamos os valores não significa outra coisa se não que a vida não tem sentido a priori antes de começarmos a viver a vida em si
não é nada mas nos cabe dar-lhe sentido e o valor da vida não é outra coisa se não este sentido que escolhemos voltando a caminho constatar o absurdo da vida não pode ser um fim mas apenas um começo Esta é uma verdade da qual partiram todos os grandes espíritos vazias é a máxima que vivemos hoje em tempos de excessivo culto ao sucesso a Qualquer Custo a verdade como eu falei mencionei nesse texto verdade política a verdade ela ela tem a seguinte questão ela é anti política por definição Por que que ela é anti política porque
ela não tem discussão né A verdade é um fato e aquilo eu não tenho que discutir aquilo ali certo então ela é desafiadora por causa disso e mas a gente chegou num ponto em que as verdades de fatos são substituir Nossa a gente vive é nosso cotidiano isso certo e realmente as mentiras elas são apaziguadoras as mentiras elas acalmam digamos assim eu sei que é meio mas elas apazigmas acalmam e parece que elas resolvem né colaboram para esse alto engano quando as verdades são questionadas o tempo todo né parece que não existem porque elas testadas
e são atropeladas o tempo todo isso é muito perigoso Porque diz a área não é só uma questão da substituição da verdade pela mentira mas é a falta de critério para diferenciar verdadeiro e verdade e mentira e aí nós não temos o fatos a partir dos quais a gente pensa no futuro pensem soluções e pensa no futuro a verdade a experiência o mundo isso fica enfim não é seguro Então se a gente não tem essa referência de segurança do que é fato fica muito difícil entender tratar da realidade e pensar no futuro existe uma ideologia
do Sucesso e do indivíduo penso cedido isso já muita desde do Capital que a gente chama de mundo moderno capitalismo avançado mundo contemporâneo do jeito que vocês quiserem chamar mas a ideologia do sucesso né da realização e da realização do indivíduo que só ele existe por isso que daí você não tem alteridade quando você não tem autoridade você não tem imoralidade Essa é que a questão gente não existe não pode existir só o indivíduo porque se existir o sonho de vida eu terei uma moralidade faltada porque a moralidade implica a alteridade assim como uma identidade
implica a diferença Platão já vai dizer isso né no sofista quando eu descubro o idêntico eu descubro também o diferente descobrir a identidade ou seja aquilo que algo é implica em saber aquilo que ele não é e que o outro é também isso é uma questão de lógica né identidade implica a diferença portanto né também no nosso caso né Nós chegamos a uma individualismo tão fechado em si mesmo que daí a única alternativa que nós temos é o sucesso mas esse sucesso ele é também limitado né porque a náusea que é a angústia diante do
existir é a angústia metafísica nós podemos nos livrar dela Claro mas a custa de uma letargia a custa de uma distração de um desvio diante da angústia Diante da sua finitude já que o ser humano não passa de um caniço pensante basta um ventinho e acabou Então veja é diante dessa finitude diante do tédio da ausência né de dessa letargia da ausência de sentido é nós o ser humano se diverte ele se desvia da sua condição não é ele se desvia da sua condição e isso é a existência inautêntica o grande tema do divertimento do
Pascal né que que os seres humanos fazem diante do tédio então o tema do divertimento é o jogo é o jogo o jogo no sentido clássico do termo né ou então Aventure erótica ou então é são as coisas sei lá o prazer são as coisas que nos desviam não que essas coisas sejam inadequadas não é isso mas a questão é quando nós cristalizamos a nossa existência apenas nisso inclusive o sentido dessas coisas se perde também essa ideologia do indivíduo e do sucesso é algo que nos marca mas talvez nós precisamos pensar criticamente isto né gente
para podermos enfim um pouco talvez ao invés de sucesso a colaboração ao invés do indivíduo alteridade ao invés da concorrência a compaixão ou ajuda muito Por que não Por que que esses valores são menos do que esses outros que nos que estão impostos na nossa condição né moderna pertence a própria natureza da condição humana o fato de que cada geração se transforma em um mundo antigo de tal modo que preparar uma nova geração para o mundo novo só pode significar o desejo de arrancar das mãos dos recém-chegados sua própria oportunidade Face ao novo a educação
está implícita no fato de que o jovens são introduzidos por adultos em um mundo incontino a mudança qualquer pessoa que se recusa é assumir a responsabilidade coletiva pelo mundo não deveria ter crianças e é preciso proibi-la de tomar parte em sua educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e contar o gesto salvá-lo da ruína que seria inevitável não fosse a renovação e a vinda dos novos e dos jovens a educação é também onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de
nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos então pouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevisto para nós preparando-as em vez disso com antecedência para tarefa de renovar o mundo comum a educação ela é uma dinâmica né dos professores com os alunos algo que não cabe em Sistemas preconcebidos na minha concepção E aí E isso tem a ver com que a área de trata que é tentar colocar enquadrar a experiência pedagógica de novo em algum tipo de fórmula e colocando a a capacidade de criação dos professores Então os professores
são postos de lado então tanto Estado tanto no estado quando iniciativa privada Há muitos impedimentos para isso mas eu acho que é um cerceamento muito grande e uma uma Sabotagem também da capacidade criativa do professor pelo sistemas agora a outra questão que são os jovens também que é muito preocupante Então os jovens muito desanimados os jovens por conta desse estado de coisas complexo nesse estado de coisas é muito difícil por incrível que pareça falar em valores às vezes sabe porque as crianças e os jovens são muito sensíveis pré-adolescentes são muito sensíveis essa falta de sentido
né a essa exagero da mentira a essas respostas fáceis dos próprios das próprias redes o problema que tá em outro texto dela que é crise na cultura também entre o passado e futuro o problema é fazer dado entretenimento diversão a lógica do funcionamento da nossa disposição até sensível como é que um professor numa sala de aula veja bem vai falar da importância do conhecimento do pensamento no universo com que geralmente se lida em geral se lida de fake News de fases de efeito de desse tipo de coisa é que vai falar do valor do conhecimento
porque né também do conhecimento mas do pensamento dessa vida do espírito da paciência da cautela o pensamento ele é lento Imagina é o oposto que a gente vive né não é o que o que impera é o twenty for Seven né trabalhar 24 horas sete dias por semana então como é que você faz defende o pensamento então é uma é uma é um trabalho orgulho mas educadores preciso insistir certo porque esse alto engano acho que os jovens ainda são mais sensíveis a esse auto engano então é trabalho de formiguinha é todo dia insistir todo dia
insistir todo dia repetir falar retomar a História lembrar de exemplos né falada dessa circunstâncias é a insistência e a resistência certo Apesar desse cenário Sombrio que a identificou e tantos outros autores da sua geração que viveram tantos tantos Absurdos tanta desumanidade mesmo assim é lembrando a área ela insistiu na vida insistiu nessa possibilidade de entender o mundo e buscar a significação e reconciliação então ou seja ela afirmou o amor Mundi né então que todos nós encontremos essas referências que temos mais critério para isso escolher as nossas companhias escolher os nossos exemplos e que realmente a
gente tenha uma cotidiano de mais atenção as coisas como elas se apresentam que tenhamos mais paciência e disposição porque a nossa vida é essa aqui então usar a nossa capacidade toda que é extraordinária é uma forma de afirmar a vida voltar do mundo e lutar contra esses autores enganos e alto enganos e reafirmar o amor a busca e aquilo que de melhor o ser humano pode fazer e a gente pode fazer muita coisa boa muita coisa bonita e é nisso que a gente tem que é isso que a gente tem que lembrar em que a
gente tem que insistir essa ausência de ausência de um Horizonte de sentido nós rearticularmos um sentido Por exemplo a partir do próprio pensamento a partir da própria leitura do próprio conhecimento das nossas da nossa tradição filosófica a questão é que é necessário primeiro um trabalho de conhecimento de si então primeira tarefa conhecimento de si para que eu possa dar esse salto seja ele qual for ao mesmo tempo que eu me conheço e dou esse salto é necessário desconfiar de mim mesmo portanto é necessário quem se leva muito a sério não levará o outro a sério
né então ceticismo primeira tarefa conhecimento de segunda tarefa ceticismo terceira tarefa alteridade não é buscar Justamente esse essa tentativa né de reconhecimento da Humanidade para que nós cheguemos a Talvez né repensar isso que a gente está chamando de um humanismo do reconhecimento da empatia ou da da humanidade que está em mim da vida que está em mim no outro também e o outro me permitir isso né então talvez sejam três tarefas para nós de reflexão no meio do ódio descobrir que havia dentro de mim um amor invencível no meio das Lágrimas descobri que havia dentro
de mim um sorriso invencível no meio do Caos descobri que havia dentro de mim uma calma Invencível e finalmente descobrir no meio de um inverno que havia dentro de mim um verão Invencível e isso faz um feliz porque isso diz-me que não importa a força com que o mundo se atira contra mim pois dentro de mim algo mais forte algo melhor [Música] mais reflexões no site e Facebook do Instituto CPFL e no canal do Café Filosófico no YouTube [Música] a vida é isso é um Desafio gigantesco O problema é que para fugir dessa dificuldade dessa
complexidade dessa exigência é um caminho muito fácil é um engano e o alto engano Nós poderemos ser felizes ou realizar a nossa vida é da maneira melhor possível apenas por acaso Isto é a nossa suposta liberdade a nossa existência finita e as tantas coisas que atravessam a nossa existência não estão em nosso poder [Música]