O sol da Riviera Francesa banhava minha pele enquanto eu observava o mar azul turquesa do Mediterrâneo de nossa varanda em Mônaco. Era mais um dia aparentemente perfeito no Principado, onde o luxo e a sofisticação eram tão comuns quanto o ar que respirávamos. Durand 35 anos, esposa do bem-sucedido empresário Pablo Duran, vivia o que muitos considerariam um sonho.
Nossa mansão, localizada no exclusivo bairro de L'Rousse, era um testemunho de nossa posição social, com suas linhas elegantes e vista panorâmica para o porto de Mônaco. Era o cenário perfeito para as festas extravagantes que costumávamos oferecer à elite local e internacional. Naquela manhã de sábado, enquanto apreciava meu café expresso e folheava distraidamente a última edição da Vogue, ouvi a voz de Pablo vinda do escritório.
Ele falava ao telefone; sua voz soava mais alta do que o habitual. Algo em seu tom me fez parar e prestar atenção. — Sofia, querida, acalme-se — ele dizia, sua voz uma mistura de irritação e afeto que nunca havia sido direcionada a mim.
— Vamos nos encontrar mais tarde, no iate. Prometo que resolveremos tudo. Sofia, nossa vizinha do lado direito, uma mulher deslumbrante com longos cabelos loiros e olhos verdes hipnotizantes, esposa de um magnata do petróleo russo, sempre parecia um pouco entediada com sua vida de luxo.
Aparentemente, encontrou em meu marido uma forma de entretenimento. Meu coração acelerou, mas mantive a compostura; anos de convívio com a alta sociedade de Mônaco me ensinaram a controlar minhas emoções, a manter uma fachada impecável mesmo quando tudo desmoronava por dentro. Voltei a dar atenção à revista, fingindo não ter ouvido nada, quando Pablo entrou na varanda, sorrindo como se nada estivesse errado.
— Bom dia, querida — ele disse, beijando-me levemente na bochecha. — Pronta para o almoço no Yacht Club? Forcei um sorriso.
— Claro, amor, só preciso me arrumar. Enquanto me preparava, minha mente trabalhava furiosamente. As peças do quebra-cabeça começavam a se encaixar: as reuniões de negócios tardias, as viagens repentinas, os presentes caros que apareciam sem motivo aparente.
Tudo fazia sentido agora. No Yacht Club de Mônaco, um dos pontos de encontro mais exclusivos do Principado, encontramos nossos amigos habituais. Nancy, minha melhor amiga, notou imediatamente que algo estava errado.
— Aline, você está bem? — ela sussurrou enquanto os homens discutiam sobre o próximo Grande Prêmio de Mônaco. Forcei outro sorriso.
— Estou perfeitamente bem, Nancy. Por que a pergunta? Ela me lançou um olhar cético, mas não insistiu.
Conhecia-me bem demais para acreditar em minha fachada, mas também sabia que eu falaria quando estivesse pronta. O almoço se arrastou, uma tortura de sorrisos falsos e conversa fiada. Pablo estava particularmente animado, rindo alto e gesticulando exageradamente.
Eu o observava com um misto de raiva e tristeza; como ele podia agir tão normalmente depois do que eu havia ouvido? Quando finalmente voltamos para casa, Pablo anunciou que precisava sair para resolver alguns assuntos de negócios. Assenti silenciosamente, sabendo muito bem que "negócios" significava encontrar-se com Sofia em seu iate.
Assim que ele saiu, peguei meu telefone e liguei para Nancy. — Preciso de você — foi tudo o que eu disse. Quinze minutos depois, Nancy estava em minha sala de estar, uma garrafa de champanhe Cristal em uma mão e uma caixa de chocolates Godiva na outra.
— Agora me conte tudo — ela exigiu, enchendo duas taças de champanhe. E eu contei, derramei tudo o que havia descoberto, todas as suspeitas que agora se confirmavam. Nancy ouviu em silêncio, seus olhos se arregalando à medida que a história se desenrolava.
— Aquele bastardo! — ela exclamou quando terminei. — O que você vai fazer?
Tomei um gole de champanhe, sentindo o líquido borbulhante descer por minha garganta. — Nada — respondi calmamente. Nancy me olhou como se eu tivesse enlouquecido.
— Como assim, nada? Aline, você não pode deixar isso passar! Um sorriso frio se formou em meus lábios.
— Não vou deixar passar, Nancy, mas também não vou agir precipitadamente. Pablo e Sofia pensam que são tão espertos, tão superiores. Vou deixá-los pensar que venceram por enquanto.
— O que você está planejando? — Nancy perguntou, uma mistura de preocupação e admiração em sua voz. — Vingança — respondi simplesmente — mas não agora.
Vou esperar o momento certo. Enquanto isso, preciso de sua ajuda para manter as aparências; ninguém pode suspeitar que eu sei de algo. Nancy assentiu, determinação brilhando em seus olhos.
— Conte comigo. Aqueles dois não sabem com quem estão lidando. Passamos o resto da tarde planejando.
Nancy me ajudou a criar uma fachada impecável de esposa feliz e despreocupada. Decidi que continuaria agindo normalmente, dando a Pablo e Sofia a falsa sensação de segurança de que seu segredo estava a salvo. Quando Pablo voltou para casa naquela noite, cheirando a perfume feminino que não era o meu, eu o recebi com um sorriso e um beijo, como se nada estivesse errado.
— Como foi seu dia, querido? — perguntei docemente. — Produtivo — ele respondeu, evitando meu olhar.
— O seu, oh maravilhoso. Nancy veio me visitar e passamos a tarde conversando e tomando champanhe. Pablo pareceu relaxar visivelmente, acreditando que eu não suspeitava de nada.
Mal ele sabia que cada sorriso, cada toque, cada palavra gentil era agora parte de um plano maior. Naquela noite, deitada ao lado do homem que eu uma vez amei, fiz uma promessa silenciosa a mim mesma: Pablo e Sofia pagariam por sua traição. Eu usaria cada recurso à minha disposição, cada conexão que tínhamos feito em Mônaco, para garantir que minha vingança fosse completa e devastadora.
O jogo havia começado, e eu estava determinada a vencer. Nas semanas que se seguiram, mantive minha fachada impecável, compareci a eventos sociais de braços dados com Pablo, ri de suas piadas em jantares com amigos e até mesmo organizei um coquetel em nossa mansão, onde Sofia estava entre os convidados. Durante todo esse tempo, observei, notei os olhares furtivos trocados entre Pablo e Sofia, os toques, as desculpas esfarrapadas para se ausentarem ao mesmo tempo.
Cada pequeno detalhe alimentava minha determinação. Com a ajuda de Nancy, comecei a me preparar. Contratei discretamente um detetive particular para coletar provas concretas da traição.
Jack, um advogado renomado e amigo de longa data, foi colocado de sobreaviso, pronto para agir quando eu desse o sinal. Em uma tarde particularmente ensolarada, enquanto Pablo estava supostamente em uma reunião de negócios, decidi dar uma caminhada pelo porto. Foi lá que vi o iate de Pablo ancorado e não pude resistir à tentação de me aproximar.
O som de risadas chegou aos meus ouvidos antes mesmo de eu ver os dois. Pablo e Sofia estavam no convés, tão absortos um no outro que não notaram minha presença. Vi meu marido beijar apaixonadamente a mulher que eu considerava uma amiga, com suas mãos explorando o seu corpo de uma maneira que ele não fazia comigo há anos.
Naquele momento, senti uma pontada de dor tão aguda que quase me dobrei, mas a dor logo deu lugar a uma fúria fria e calculista. Tirei discretamente meu telefone do bolso e capturei algumas fotos, certificando-me de que os rostos de ambos estavam claramente visíveis. Com as provas em mãos, voltei para casa e liguei para Jack: “Está na hora”, disse a ele.
“Prepare os papéis do divórcio. ” Jack, sempre eficiente, prometeu ter tudo pronto em poucos dias. Enquanto isso, continuei minha atuação, sorrindo e fingindo que tudo estava bem.
Três dias depois, numa sexta-feira à noite, Pablo anunciou que teria que viajar a negócios no fim de semana. Assenti compreensivamente, sabendo muito bem que sua viagem de negócios provavelmente envolveria um fim de semana romântico com Sofia em algum resort exclusivo. “Tenha uma boa viagem, querido”, disse, beijando-o na bochecha.
“Estarei aqui esperando seu retorno. ” Assim que ele saiu, entrei em ação. Liguei para Nancy e Leon, meu assistente pessoal de confiança.
Era hora de colocar meu plano em prática. No domingo à noite, quando Pablo retornou, encontrou a casa silenciosa e escura. Confuso, ele acendeu as luzes da sala e me viu sentada calmamente no sofá, uma pasta de documentos em meu colo.
“Aline, o que está acontecendo? ” ele perguntou, um toque de nervosismo em sua voz. Levantei-me lentamente, meus olhos fixos nos dele.
“Acabou, Pablo”, disse friamente, entregando-lhe a pasta. Ele abriu a pasta com mãos trêmulas, seus olhos se arregalando ao ver as fotos dele e Sofia, seguidas pelos papéis do divórcio. “Aline, eu posso explicar”, ele começou, mas o interrompi com um gesto.
“Não há nada para explicar”, disse. “Você fez sua escolha, agora é minha vez de fazer a minha. ” Naquele momento, a campainha tocou.
Pablo olhou para mim, confuso, enquanto eu sinalizava calmamente para abrir. Sofia estava lá, seu rosto uma máscara de choque e confusão. “Aline, o que está acontecendo?
Pablo me ligou dizendo que era uma emergência. ” Sorri friamente. “Entre, Sofia, temos muito o que discutir.
” Conduzi Sofia até a sala de estar, onde Pablo permanecia imóvel, ainda segurando os papéis do divórcio. O olhar que trocaram foi de puro pânico, confirmando tudo o que eu já sabia. “Sentem-se”, ordenei, minha voz fria como o gelo.
“Temos muito o que discutir. ” Pablo foi o primeiro a recuperar a fala. “Aline, querida, isso é um mal-entendido.
Sofia e eu somos apenas amantes. ” Interrompi, arqueando uma sobrancelha. “Poupe-me das mentiras, Pablo.
Sei de tudo há semanas. ” Sofia empalideceu visivelmente. “Aline, eu.
. . nós não queríamos machucá-la.
” Ri sem humor. “Não queriam me machucar? Que consideração tocante da parte de vocês.
” Caminhei até o bar e servi uma taça de champanhe para mim, ignorando deliberadamente os dois. O silêncio na sala era agressivo, carregado de tensão e culpa. “Sabe”, comecei, virando-me para encará-los, “o mais irônico é que vocês realmente achavam que eram espertos, que poderiam me enganar indefinidamente.
” Pablo se levantou, estendendo as mãos em um gesto de súplica. “Aline, podemos conversar sobre isso? Eu cometi um erro, mas.
. . ” “Um erro?
” cortei-o, minha voz afiada como uma navalha. “Um erro é esquecer de pagar uma conta, Pablo. O que você fez foi uma escolha deliberada e continuada de trair minha confiança.
” Sofia começou a chorar silenciosamente, mas não senti nenhuma compaixão; ela era tão culpada quanto Pablo. “Os papéis do divórcio já estão prontos”, continuei, minha voz firme. “Sugiro que você os assine sem criar problemas, Pablo, a menos, é claro, que queira que toda Mônaco saiba dos detalhes sórdidos de sua aventura.
” Pablo empalideceu. “Você não faria isso. ” “Não me teste”, adverti.
“Você não tem ideia do que sou capaz de fazer. ” Nesse momento, Sofia se levantou abruptamente. “Isso é ridículo!
Pablo, diga a ela que me ama. Diga a ela que vamos ficar juntos. ” Observei com interesse mórbido enquanto Pablo hesitava, seus olhos saltando entre mim e Sofia como um animal encurralado.
“Eu. . .
Sofia. . .
”, ele gaguejou. “Vamos, Pablo”, provoquei. “Seja honesto pela primeira vez em meses.
Diga a verdade. ” Pablo fechou os olhos por um momento, parecendo derrotado. Quando os abriu novamente, havia uma determinação sombria em seu olhar.
“Aline”, ele começou, sua voz tremendo ligeiramente. “Eu sinto muito, mas eu amo Sofia. Quero o divórcio.
” Mesmo já sabendo a verdade, ouvir as palavras saírem da boca de Pablo foi como um soco no estômago, mas não demonstrei nenhuma emoção. Em vez disso, sorri friamente. “Bem, pelo menos agora estamos sendo honestos”, disse, minha voz destilando sarcasmo.
“Parabéns, Sofia, você ganhou um prêmio e tanto. ” Sofia pareceu momentaneamente triunfante, abraçando Pablo com força. “Viu, Aline?
Ele me ama mais do que a você! Sempre amou. ” Observei o casal por um momento, permitindo que saboreassem sua vitória aparente.
Então, lentamente, caminhei até a mesa de centro e peguei um envelope que havia deixado lá mais cedo. “Já que estamos sendo tão honestos”, comecei, “acho que é hora de compartilhar algumas verdades minhas. ” Abri o envelope e comecei a espalhar seu conteúdo sobre a mesa: eram fotos, dezenas delas, mostrando Pablo e Sofia em vários encontros clandestinos ao longo dos últimos meses.
Havia também extratos bancários, registros de chamadas e até. . .
Transcrições de conversas: vocês realmente acharam que eu ficaria parada enquanto meu casamento? Perguntei, minha voz carregada de desprezo. Eu sabia de tudo desde o início: cada encontro, cada mentira, cada traição.
Eu só estava esperando o momento certo para agir. Pablo e Sofia ficaram boquiabertos, olhando para as evidências de sua infidelidade espalhadas diante deles. — Aline — Pablo começou, mas eu o interrompi com um gesto brusco.
— Não, você não tem mais o direito de dizer meu nome — disse friamente. — A partir de agora, você só falará comigo através dos meus advogados. Virei-me para Sofia, que parecia ter perdido toda a sua confiança anterior.
— E você, querida Sofia? Espero que esteja preparada para as consequências. Seu marido ficará fascinado em ver essas fotos, não acha?
O rosto de Sofia ficou branco como papel. — Você não faria isso! — Não me subestime — respondi, meu tom gelado.
— Vocês dois brincaram com a pessoa errada. Nesse momento, a campainha tocou novamente. Pablo e Sofia trocaram olhares confusos enquanto eu ia atender a porta.
Era meu advogado, acompanhado por dois oficiais de Justiça. — Boa noite, senhor — Jaques cumprimentou formalmente. — Está tudo preparado?
Assenti, convidando-os a entrar. Quando voltamos à sala, Pablo e Sofia pareciam dois animais encurralados. — Pablo — disse, minha voz surpreendentemente calma.
— Estes cavalheiros estão aqui para garantir que você saia da casa imediatamente. Você tem uma hora para pegar seus pertences essenciais; o restante será enviado para você posteriormente. — Você não pode fazer isso!
— Pablo protestou, olhando desesperadamente para Jaques. — Esta casa é tanto minha quanto dela. — Jack — pigarreou suavemente.
— Na verdade, senhor Duan, de acordo com o acordo pré-nupcial que o senhor assinou, em caso de infidelidade comprovada, a senhora Durand tem o direito de permanecer na residência principal. Pablo empalideceu ainda mais, se é que isso era possível. Ele olhou para mim, uma mistura de raiva e desespero em seus olhos.
— Aline, por favor! — ele implorou. — Podemos conversar sobre isso.
Podemos resolver. — Não há nada para resolver — interrompi friamente. — Você fez sua escolha, Pablo.
Agora, viva com ela. Voltei-me para Sofia, que parecia estar em estado de choque. — Quanto a você, sugiro que saia agora, a menos, é claro, que queira estar presente quando eu ligar para seu marido.
Sofia não precisou de outro aviso; ela pegou sua bolsa e saiu apressadamente, lançando um último olhar suplicante para Pablo, que estava ocupado demais lidando com sua própria ruína para notá-la. Enquanto Pablo era escoltado para fora de nossa casa — não, minha casa — agora eu me senti estranhamente calma. A tempestade emocional que eu esperava sentir não veio; em vez disso, havia uma sensação de libertação.
Assim que a porta se fechou atrás de Pablo, virei-me para Jaques. — Obrigada por tudo, Jaques. Você foi impecável, como sempre.
Jaques inclinou a cabeça respeitosamente. — É um prazer servi-la, senhora Durand. Estarei em contato para discutirmos os próximos passos do processo de divórcio.
Depois que Jaques e os oficiais de Justiça saíram, fiquei sozinha na grande casa silenciosa. Caminhei até a varanda, a mesma de onde eu costumava observar o mar Mediterrâneo todas as manhãs. O ar da noite estava fresco, carregado com o cheiro de sal e jasmim.
Respirei profundamente, sem como há cinco meses, e disquei o número de Nancy. — Feit — disse simplesmente quando ela atendeu. — Oh, Aline — Nancy respondeu, sua voz uma mistura de alívio e preocupação.
— Como você está se sentindo? Pensei por um momento antes de responder. — Livre — disse finalmente.
— Me sinto livre. — Quer que eu vá até aí? — Nancy ofereceu.
— Não, obrigada — respondi. — Acho que preciso de um tempo sozinha para processar tudo isso. Depois de desligar, fiquei na varanda por um longo tempo, observando as luzes de Mônaco brilharem na escuridão.
Minha vida havia mudado drasticamente nas últimas horas, mas, estranhamente, não senti medo ou arrependimento. Pablo e Sofia achavam que tinham vencido, que tinham me derrotado. Mal sabiam eles que isso era apenas o começo.
Minha vingança estava longe de terminar. Enquanto observava o horizonte, fiz uma promessa silenciosa a mim mesma: isso não me quebraria. Pelo contrário, eu emergiria mais forte, mais determinada e, acima de tudo, vitoriosa.
O jogo havia apenas começado, e eu estava pronta para burlar as regras. Nos dias que se seguiram à expulsão de Pablo, mergulhei em um turbilhão de atividades. Minha mente estava focada, minha determinação inabalável.
Eu não seria a esposa traída que se esconde e lambe suas feridas em particular. Não! Eu emergiria dessa situação mais forte e mais poderosa do que nunca.
Na manhã seguinte ao confronto, acordei cedo e liguei para Leon, meu assistente pessoal. — Leon — disse assim que ele atendeu. — Preciso que você cancele todos os meus compromissos para as próximas duas semanas e agende uma reunião com o meu contador e meu advogado para esta tarde.
— Claro, senhora Durand — respondeu Leon, eficiente como sempre. — Há mais alguma coisa que eu possa fazer? Hesitei por um momento antes de responder.
— Sim, na verdade, preciso que você faça uma pesquisa discreta sobre os negócios do Pablo. Quero saber exatamente o que ele possui, quais são seus pontos fracos. Houve uma pausa do outro lado da linha.
— Senhora Durand, isso não seria ilegal, seria? — Não se preocupe — assegurei. — Não estou pedindo nada ilegal, apenas informações que são de domínio público, mas que eu não tenho tempo para pesquisar sozinha.
— Pode deixar, senhora. Comece imediatamente. Satisfeita, desliguei o telefone e me preparei para enfrentar o dia.
Enquanto me vestia, escolhendo um elegante vestido Chanel e saltos Louboutin, refleti sobre minha próxima jogada. Pablo poderia ter me traído, mas eu ainda tinha cartas na manga. Anos de casamento me deram um conhecimento íntimo de seus negócios, seus contatos, suas fraquezas, e eu usaria cada pedaço dessa informação a meu favor.
À tarde, sentei-me com Jaques e meu contador, Hry, em meu escritório. — Senhores — comecei —, quero uma divisão clara e irrefutável de todos os nossos bens. Pablo não vai ficar com um centavo a mais do que tem direito.
Preparar a documentação. Aline, com as provas que temos da infidelidade de Pablo, podemos pressionar por uma divisão favorável a você. Excelente, respondi.
E quanto aos negócios conjuntos, Henry reparou antes de falar: a maioria das empresas está no nome de vocês dois, Aline, mas há algumas irregularidades nas contas que Pablo administrava sozinho. Inclinei-me para a frente, interessada. — Que tipo de irregularidades?
— Nada ilegal — Henry esclareceu rapidamente. — Mas há alguns investimentos arriscados e algumas transferências questionáveis. Se pressionarmos, Pablo pode se ver em uma posição muito desconfortável.
Um sorriso se formou em meus lábios. — Perfeito. Use isso.
Jaque, quero que Pablo sinta cada centavo que vai perder. — Entendi — ele vibrou. Uma mensagem de notificação urgente soou quando Hong saiu para fazer ligações.
— O que houve? — perguntei assim que ela atendeu. — Aline, você não vai acreditar!
— começou, sua voz misturando excitação e indignação. — Sofia acabou de anunciar que está grávida! Senti como se todo o ar tivesse sido sugado de meus pulmões.
— Grávida? Sofia estava grávida de Pablo? — Aline, você ainda está aí?
— a voz preocupada de Nan me trouxe de volta à realidade. — Sim — respondi, minha voz surpreendentemente firme. — Estou aqui.
Como você descobriu isso? — Nenê bufou. — Aquela víbora teve a audácia de postar no Instagram uma foto dela e de Pablo com a legenda "Nosso Pequeno Milagre está a caminho".
Pode acreditar na cara de pau? Fechei os olhos, respirando fundo para controlar a onda de emoções que ameaçava me engolir: raiva, traição, dor, tudo isso se misturava em um turbilhão em meu peito. — Aline, nem se chamou novamente.
O que você vai fazer? Abri os olhos, encarando o horizonte de Mônaco. A cidade brilhava sob o sol da tarde, alheia ao drama que se desenrolava.
— O que vou fazer, Nancy? — repeti, minha voz carregada de determinação. — Vou destruí-los completamente.
— Essa é minha garota! — Nenê respondeu, e pude ouvir o sorriso em sua voz. — Conte comigo para o que precisar.
Depois de desligar, voltei para o escritório, onde Jaque e Henry me aguardavam. Eles devem ter notado algo em minha expressão, porque ambos se endireitaram em suas cadeiras. — Senhores — disse, minha voz fria como gelo —, houve uma mudança de planos.
Quero que usem todos os recursos à nossa disposição: cada cláusula, cada brecha legal, cada centavo mal contabilizado. Pablo não vai saber o que o atingiu. Jaque e Henry trocaram olhares surpresos, mas assentiram.
— Considere feito, Aline — JAC respondeu. — Vamos garantir que Pablo saia dessa sem um tostão. Satisfeita, dispensei os dois e me servi de uma taça de champanhe.
Caminhei até a janela, observando a cidade abaixo. Em algum lugar lá fora, Pablo e Sofia estavam celebrando sua felicidade. Mal sabiam eles que sua alegria seria de curta duração.
Nos dias que se seguiram, mergulhei em uma frenesi de atividades. Trabalhei incansavelmente com Jaque e Henry, revisando cada detalhe de minha vida financeira com Pablo: cada investimento, cada propriedade, cada conta bancária foi minuciosamente examinada. Ao mesmo tempo, mantive minha fachada social impecável.
Compareci a eventos, sorri para as câmeras e respondi com graça às perguntas sobre meu divórcio amigável. Mônaco era uma cidade pequena e os rumores se espalhavam rapidamente, mas eu não daria a Pablo e Sofia a satisfação de me ver quebrada. Uma noite, enquanto jantava sozinha em meu terraço, recebi uma ligação inesperada.
Era Anto, nosso vizinho e amigo de data. — Aline — disse, sua voz carregada de preocupação —, espero não estar me intrometendo, mas você está bem? Ouvi sobre Pablo e Sofia.
— Estou ótima, Anto — respondi, surpreendendo-me com a sinceridade em minha voz. — Na verdade, nunca me senti tão livre. Houve uma pausa do outro lado da linha antes de Antoan falar novamente.
— Fico feliz em ouvir isso. Escute, eu sempre admirei você, Aline. Se precisar de qualquer coisa, estou aqui.
Sorrir, tocada pela genuína preocupação em sua voz. — Obrigada, Antoan, isso significa muito para mim. Depois de desligar, fiquei pensando na ligação de Antoan.
Era reconfortante saber que nem todos em meu círculo social haviam me abandonado e, quem sabe, talvez quando toda essa tempestade passasse, eu pudesse explorar essa conexão com Antoan mais profundamente. Mas, por enquanto, meu foco estava em minha vingança. Pablo e Sofia haviam me subestimado, achando que eu seria uma vítima fácil.
Mal sabiam eles que haviam despertado uma força que não poderiam controlar. Enquanto a lua se erguia sobre o Mediterrâneo, fiz uma promessa silenciosa a mim mesma: isso não era apenas sobre vingança, era sobre justiça, sobre recuperar meu poder, sobre mostrar ao mundo que Aline Duran não era alguém que se podia trair impunemente. O jogo mal havia começado e eu já tinha todas as cartas na manga.
As semanas se arrastaram para meses e o outono chegou a Mônaco, trazendo consigo uma brisa fresca do Mediterrâneo. Enquanto as folhas mudavam de cor, minha determinação só crescia. Cada dia era uma nova batalha, cada vitória me levava um passo mais perto de minha vingança final.
O processo de divórcio estava em pleno andamento e, graças ao trabalho meticuloso de JAC, estávamos ganhando em todas as frentes. Pablo, que inicialmente havia tentado manter uma fachada de indiferença, agora parecia cada vez mais desesperado. Numa manhã particularmente agitada, recebi uma ligação de Leon.
— Senhora Duran — ele disse, sua voz transbordando de excitação contida —, acabo de receber algumas informações que acho que vão lhe interessar muito. Inclinei-me para a frente em minha cadeira, subitamente alerta. — O que você descobriu, Leon?
— Lembra-se daqueles investimentos arriscados que o Sr. Duran fez? Bem, parece que eles não deram certo.
Na verdade, ele está prestes a perder uma quantia considerável de dinheiro. — Bem, o jogo é o mesmo; o que mudam são os jogadores. A felicidade se espalhou pelo meu rosto.
— Quão considerável estamos falando? — Leon, milhões, senhora Duran. Se essa informação vazar, as ações das empresas dele vão despencar.
Agradeci a Leon e desliguei, minha mente já trabalhando nas possibilidades que essa nova informação abria. Pablo sempre foi obcecado por sua imagem pública, por ser visto. Como um empresário bem-sucedido, isso poderia ser o golpe final que eu estava esperando.
Naquela tarde, encontrei-me com Jaques em seu escritório. — Jaques — comecei, sem rodeios — quero que use essa informação sobre os investimentos fracassados de Pablo; use-a como alavanca para conseguir tudo o que queremos no acordo de divórcio. Jaques assentiu, um brilho de admiração em seus olhos.
— Considere feito, Aline. Com isso, podemos pressionar Pablo a concordar com nossos termos. Ele vai querer evitar um escândalo público a todo custo.
Satisfeita, deixei o escritório de Jaques e decidi dar um passeio pelo jardim japonês de Mônaco. Enquanto caminhava entre as árvores cuidadosamente podadas e os lagos serenos, refletia sobre como minha vida havia mudado nos últimos meses. A dor da traição ainda estava lá, um eco distante em meu peito, mas agora ela era superada por uma sensação de poder e controle.
Eu não era mais a esposa traída e humilhada; eu era Aline Durand, uma força a ser reconhecida. Meus pensamentos foram interrompidos por uma voz familiar chamando meu nome. Virei-me para ver Antoine se aproximando, um sorriso caloroso em seu rosto.
— Aline! — ele disse — Que surpresa agradável encontrá-la aqui! Sorri de volta, genuinamente feliz em vê-lo.
— Antoine! Que bom te ver. Estava apenas aproveitando este belo dia de outono.
Começamos a caminhar juntos, conversando sobre assuntos triviais. Era refrescante ter uma conversa que não girava em torno de divórcio ou vingança. — Você parece bem, Aline — comentou Antoine, após um tempo.
— Mais leve, de alguma forma — olhei para ele, surpresa com sua perspicácia. — Estou me sentindo mais leve — admiti. — É como se um peso tivesse sido tirado dos meus ombros.
Antoine acenou, compreensivamente. — Às vezes, perder alguém que não nos valoriza é o melhor presente que podemos receber. Suas palavras me atingiram com uma força inesperada.
Pela primeira vez em meses, senti lágrimas se formando em meus olhos. Não eram lágrimas de tristeza ou raiva, mas de alívio, de libertação. Antoine, percebendo minha emoção, gentilmente colocou uma mão em meu ombro.
— Está tudo bem, Aline. Você é mais forte do que pensa. Naquele momento, olhando nos olhos gentis de Antoine, senti algo que não sentia há muito tempo: esperança.
Esperança de que, depois que toda essa tempestade passar, eu poderia reconstruir minha vida, talvez até encontrar o amor novamente. Mas primeiro, eu tinha um assunto inacabado para resolver. No dia seguinte, recebi uma ligação de Jaques.
— Aline! — ele disse, mal contendo a emoção. — Pablo concordou com todos os nossos termos.
Ele vai assinar o acordo de divórcio hoje à tarde. Uma onda de triunfo me invadiu. — Excelente trabalho!
Quando cheguei ao escritório de Jaques, Pablo já estava lá, parecendo derrotado e envelhecido. Nossos olhares se cruzaram brevemente antes que ele desviasse o olhar, incapaz de manter contato visual. Jaques nos guiou através dos termos do acordo.
Como esperado, eu ficaria com a maior parte de nossos bens conjuntos, incluindo a mansão em La Rus. Pablo manteria suas empresas, mas teria que me pagar uma quantia considerável em pensão. Quando chegou a hora de assinar, Pablo hesitou, sua mão pairando sobre o papel.
— Aline — ele começou, sua voz trêmula — eu sei que cometi um erro terrível, mas. . .
— Assine o papel, Pablo — interrompi friamente. — A menos que queira que toda Mônaco saiba sobre seus investimentos fracassados. O rosto de Pablo empalideceu, e ele assinou rapidamente os documentos.
Com um último olhar de derrota em minha direção, ele saiu apressadamente do escritório. Depois que Pablo saiu, Jaques virou-se para mim com um sorriso. — Parabéns, Aline!
Você venceu! Peguei os papéis assinados, sentindo seu peso em minhas mãos. — Ainda não — respondi.
— Ainda tenho uma última coisa para fazer. Saí do escritório de Jaques com uma sensação de triunfo. A primeira parte do meu plano estava completa.
Pablo estava derrotado financeira e emocionalmente, mas minha vingança não estaria completa até que Sofia também sentisse o peso de suas ações. Enquanto dirigia de volta para minha casa, minha mente já estava formulando o próximo passo. Sofia poderia ter o bebê de Pablo, mas eu garantiria que eles nunca tivessem a vida feliz que haviam imaginado às minhas custas.
A noite caiu sobre Mônaco, as luzes da cidade refletindo na água escura do Mediterrâneo. Sentada em minha varanda, com uma taça de champanhe na mão, eu sabia que o ato final de minha vingança estava prestes a começar. O inverno chegou a Mônaco, trazendo consigo um frio incomum para a região.
Enquanto a cidade se preparava para as festividades de fim de ano, eu me concentrava em finalizar meu plano de vingança. O divórcio estava oficialmente concluído; Pablo havia perdido quase tudo: dinheiro, status social e a reputação que tanto prezava. Mas ainda faltava o golpe final, aquele que atingiria não apenas Pablo, mas também Sofia.
Numa fria manhã de dezembro, recebi uma ligação de N. — Aline, você não vai acreditar! — ela disse, mal contendo a excitação em sua voz.
— Sofia está dando uma festa de chá de bebê neste fim de semana. Todas as socialites de Mônaco foram convidadas. Senti um sorriso frio se formar em meus lábios.
— Todas, exceto eu, imagino. — Exatamente! — N confirmou.
— Eles estão agindo como se fossem o casal perfeito, prontos para começar sua nova vida juntos. — Bem — respondi, minha voz carregada de determinação — acho que está na hora de estourar essa bolha de felicidade deles. Nos dias que se seguiram, trabalhei incansavelmente, finalizando cada detalhe do meu plano.
Leon e Jaques foram amáveis, coletando as últimas informações necessárias e garantindo que tudo estivesse legalmente protegido. No dia da festa de Sofia, vesti-me com esmero: um elegante vestido preto, saltos Louboutin e joias discretas, mas caras. Minha aparência era a de uma mulher confiante e bem-sucedida, exatamente o oposto do que Pablo e Sofia esperavam.
Cheguei ao local da festa, um luxuoso salão de chá no Hotel de Paris, precisamente quando o evento estava no auge. Minha entrada causou um silêncio imediato. Vi os olhos arregalados de Sofia e o rosto pálido de Pablo.
— Desculpem! O atraso. Anunciei, minha voz ecoando no salão silencioso.
Espero não ter perdido nada importante. Sofia foi a primeira a se recuperar do choque. "Aline," ela disse, sua voz tremendo.
"O que você está fazendo aqui? " Sorri, um sorriso que não alcançava meus olhos. "Ora, Sofia querida, não poderia perder a celebração do seu pequeno milagre.
" Pablo deu um passo à frente, colocando-se protetor na frente de Sofia. "Aline, acho melhor você ir embora. " Ignorei completamente, meus olhos fixos em Sofia.
"Sabe, Sofia, perte. O que você viu em Pablo? Será que foi o charme, o dinheiro?
" Fiz uma pausa dramática antes de continuar: "Ou talvez tenha sido a promessa de uma vida luxuosa em Mônaco? " Sofia empalideceu, ainda mais se é que isso era possível. "Do que você está falando?
" Tirei um envelope da minha bolsa e o entreguei a ela. "Talvez isso possa esclarecer as coisas. " Com mãos trêmulas, Sofia abriu o envelope.
Dentro, havia papéis detalhando as dívidas de Pablo, seus investimentos fracassados e o fato de que ele estava à beira da falência. "Isso. .
. isso não pode ser verdade," Sofia gaguejou, olhando de Pablo para mim. "Oh, mas é," confirmei, minha voz carregada de satisfação.
"Pablo não é mais o homem rico e poderoso que você pensou ter conquistado. Na verdade, graças ao nosso acordo de divórcio, ele mal tem o suficiente para se sustentar, quanto mais a você e ao bebê. " O salão estava em absoluto silêncio, todos os olhos fixos em nós três.
Pablo parecia um homem derrotado, incapaz até mesmo de negar minhas palavras. Virei-me para os convidados que assistiam à cena com uma mistura de horror e fascinação. "Senhoras e senhores, lamento interromper esta adorável celebração, mas achei que todos deveriam saber a verdade sobre o casal perfeito que estão celebrando.
" Com isso, entreguei a cada convidado um dossiê contendo todas as provas da traição de Pablo e Sofia, incluindo fotos comprometedoras e registros de suas mentiras. O caos se instalou no salão; mulheres ofegavam, homens murmuravam. E, no centro de tudo, Pablo e Sofia permaneciam paralisados, suas vidas desmoronando diante de seus olhos.
Satisfeita com o estrago, caminhei em direção à saída. Antes de sair, porém, me virei uma última vez. "Pablo, Sofia," chamei, minha voz fria como gelo.
"Vocês acharam que poderiam me trair, me humilhar, e sair impunes? Bem, espero que tenham aprendido uma valiosa lição: nunca subestimem Aline Durand. " Com essas palavras, saí do salão, deixando para trás o tumulto que havia criado.
Do lado de fora, o ar frio de dezembro me recebeu, revigorante e libertador. Enquanto caminhava pelas ruas iluminadas de Mônaco, senti um peso sendo erguido de meus ombros. Minha vingança estava completa.
Pablo e Sofia haviam perdido tudo: dinheiro, status social e a vida que haviam sonhado construir às minhas custas. Mas, mais importante que isso, eu havia recuperado meu poder. Não era mais a esposa traída e humilhada; era uma mulher forte, independente, pronta para começar um novo capítulo de minha vida.
Naquela noite, sentada em minha varanda com uma taça de champanhe, observei as luzes de Mônaco brilhando na escuridão. O futuro se estendia à minha frente, cheio de possibilidades. Pensei em Antoine e no apoio que ele havia me dado nos últimos meses.
Talvez, quando a poeira baixasse, eu pudesse explorar essa conexão mais profundamente. Mas, por enquanto, estava satisfeita em ser apenas Aline, uma mulher que não permitiu que a traição a definisse, mas que usou essa experiência para se tornar ainda mais forte. Pablo e Sofia haviam me subestimado, achando que eu seria uma vítima fácil.
Mal sabiam eles que haviam despertado uma força que não podiam controlar. E agora, enquanto eles lidavam com as consequências de suas ações, eu estava livre para viver minha vida nos meus próprios termos. A vingança, dizem, é um prato que se come frio, e eu havia servido o meu com maestria, sem jamais perder minha dignidade ou classe.
Não havia perdão em meu coração para Pablo ou Sofia, apenas a satisfação de saber que eles colheram o que haviam plantado. Enquanto a noite avançava, ergui minha taça em um brinde silencioso para o fim de um capítulo e o início de outro, para a força que encontrei em mim mesma e para a doce, doce vingança que havia finalmente saboreado. Gostou do vídeo?
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