Este podcast vai ficar na porque hoje a gente vai falar sobre a dona Armênia. Armênia. É isso que nós vamos falar. Essa é a ideia. Isso. Exatamente. Isso. Isso é entregação didática. Nossa Senhora. Viol. Aliás, ano passado eu fiquei realmente muito triste quando faleceu Araci, porque era uma pessoa que eu queria ter conhecido, até porque todo mundo disse que ela era uma pessoa incrível. Incrível. Queria muito ter conhecido Araci, mas não consegui. Mas antes de mais nada, sejam bem-vindos a mais um episódio dos três elementos. Eu sou Emílio Garcia, tô aqui com meu amigo Pirula.
Tudo bem com você? Entregando a idade. Entregando a idade. Estou muito bem, mas estamos bem. Estamos bem. Aqui no meu lado, Carlos Ruas. Tudo bom, Carlos Zuas? Pessoal, que livro é este que estáando segurando Carlos? Um livro muito interessante que fala sobre Armênia. Olha só. Mas especificamente por um momento da Armênia. Exatamente. Temos um especialista, um especialista que fez esse livro. Temos o autor do livro. Loureiro, muito obrigado. Seja muito bem-vindo. Obrigado, gente, por me receber. Tô aqui feliz de estar na presença de pessoas que eu acompanho há muito tempo e e admiro muito. A
gente tá falando, você conhece o Pirula desde criança, né? Que bicho, cara. Sem sacanagem. Olha, eu tava na faculdade, um amigo meu, Rafael Bara, grande abraço para ele, eh, me mostrou um vídeo, falou assim: "Já viu esse vídeo do Pirula sobre Oriente Médio?" Eu falei: "Quem é pirula? O que é um pirula?" O que é o pirula? Não, o pirula, aquele divulgado de ciência que fala de biologia e tal, fala: "Cara, não faço menor ideia". Mas assiste esse vídeo sobre Oriente Médio, aquele vídeo sobre Israel Palestino, tem 15 anos brincando assim, é uns 12, tá
aí. Aí aquele e a gente era os únicos dois NOIA que estudava Oriente Médio na na faculdade lá em Juiz de Fora. Eu fiz federal de Juiz de Fora. Eu assisti o vídeo, falei: "Caramba, material muito bem feito, muita qualidade." Até pouco tempo atrás eu recomendava para meus alunos esse vídeo sem sem eh, né? Não tô fazendo Misancen aqui porque eu tô aqui de verdade, material de de muita qualidade quando quase ninguém falava. Agora tem coisas muito melhores disponíveis, tem muito mais coisa, né? Agora melhor também você tá, né? Tem tem coisa, tem coisa de
muita qualidade semelha aquele teu material, mas eu parei de recomendá-lo. É, não é nem pela qualidade de ter coisa superior, é pela recorte de tempo, né? Porque passou muito tempo daquele vídeo, muita coisa já aconteceu. É, mas é um material de belíssima qualidade. Falou de gradua fazer de novo aqui. É, se você tá com pouco hater, boa sorte. É, é um super tema para você se meter agora. Quer arrumar encrenca nesse momento? Inclusive, teve muita coisa que eu deixei de falar naquele vídeo que eu me arrependi. Eu falei: "Não, eu tinha que ter falado, eu
tinha que ter falado muito mais coisa". que inclusive, bom, sei lá, e é, vamos nos manter num num genocídio só. Primeiro, primeiro vamos localizar Armênia. Coloquem o mapa aí para todo mundo ver, para as pessoas que estem assistindo saberem onde fica a Armênia. Isso, isso mesmo. Nem todo mundo sabe, entre o Marnío e o Marcas. E cara, a gente tem a Europa toda de um lado que é, né, conhecido como ocidente. Aí se você vai ali para baixo, você tem, né, os países árabes, Mediterrâneo, a Armênia. é o quê? Tá, a Armênia é uma encruzilhada
no mundo, né? Então é sempre aquela coisa se a Armênia é Europa ou se a Armênia é Ásia. Eh, por exemplo, Armênia joga a as os jogos da UEFA, né, que é sempre um critério geopolítico bem estabelecido, né? Olha, joga, né, eliminatórias da UEFA e tal, mas ao mesmo tempo tá para lá da Turquia, né? Então, que também é um lugar que se discute se é uma desista com a Europa. Pois a Turquia é a ponte do do da Eurásia, né? Justamente. É, a Turquia e a Rússia são dois países que estão em dois continentes,
né? Geórgia, Azerbaijão e Armênia. Mas ali para baixo são os países árabes. Aí entra naquela loucura de eh, por exemplo, a Armênia é cristã, né? E a Armênia fez parte da União Soviética, então o nosso repertório tende a encaixá-la no ocidente, né? Mas ao mesmo tempo ela tem muito de de cultura persa, que é o vizinho de baixo, Irã, muito de cultura oriental como um todo, né? Trazendo aqui o Oriente Médio pra conversa, mas é um povo separado, etnicamente falando, uma língua separada do do ramo indoeuropeu, né? Eles se consideram Europa. Eu vou te falar,
grosso modo, que sim, tá? Mas ao mesmo tempo eles também se vêem um pouco nessa ponte de civilizações e de culturas, porque basicamente a história da Armênia é isso, né? Então, e uma coisa que eu acho muito interessante é ali naquela região você tem esses três países do Cáaso ali com muitos conflitos de borda, né? Sim. Então você vê, tem a Geórgia com aquele pedaço lá que que briga com a Rússia. A Geórgia também não se dala muito bem com a Armênia e Azerbaijão e agora tá tendo uma briga violentíssima entre Armênia e Azerbaijão, que
você vê que tá literalmente pegando fogo. E obviamente a questão histórica com a Turquia que a gente vai comentar depois, né? Mas você vê que é um lugarzinho tão pequeno e tão conturbado, né? Ali a gente tem um problema sério que são as fronteiras nacionais de George Armên, Azerbaijão não foram pensadas para serem fronteiras entre estados nacionais. eram fronteiras administrativas dentro de um mesmo país que era a União Soviética, né? Então, no começo da da formação da União Soviética, né, nos anos 1920, e houve esse desenho de fronteiras, só que assim, é como o desenho
de fronteira entre Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, né? Você pode até considerar que são povos diferentes, o que não é o caso, né, para para destruir minha própria comparação, mas são fronteiras administrativas que você tem trânsito de pessoas, uma pessoa de um povo vive no outro, casamentos mistos e tudo certo. O Azerbaijã é um pouquinho diferente porque eles são muçulmanos xitas, né? Então, culturalmente são mais próximos do do do Irã, ainda que sejam turcos étnicos, né? Então, aí já entra uma outra coisa na salada. Mas quando a gente tem o fim da
União Soviética e a consolidação das 15 repúblicas socialistas soviéticas como 15 estados nacionais, aí o bicho pega, porque alguns povos ficaram do lado errado da fronteira. E é o caso da Ucrânia com a Rússia, por exemplo, se a gente quiser entrar nessa discussão também, a questão da Crimeia, Lurhansk, Donetsk, né, que todo mundo acompanha nos últimos três anos, né? É. Eh, e a questão do dos armenos de Nagono Carabar, que ficaram dentro do Azerbaijão independente, ainda que seja uma região do qual eles são autoctones, né? Eles são estão lá 3 4000 anos, certo? E de
maioria armênia, fala armênia, cidadãos armênos, só que ficaram dentro do Azerbaijão, né? Aí acaba a União Soviética, começa uma guerra deflagrada entre as duas repúblicas que oficialmente dura até hoje, mas ano passado a gente teve um ano passado não, já 2023 a gente teve um uma clivagem muito importante que foi quando todos os armênios estavam lá foram expulsos pra Armênia, né? num processo de alguns chamam de limpeza étnica, né, ou de genocídio, em vez de esticar a linha assim, né, porque tem armênia no Azerbajão, né, botar a linha do lado errado. Perder território ninguém quer,
né? Aí o Zerbaijão não, vocês que vão para lá. É, isso aconteceu ainda durante o final da União Soviética. Então os armenos de lá se autoproclamaram uma república independente, mais ou menos como Kovo também para ficar numa coisa, né, mais mais próxima ou mais recente. E o Azerbaijão não aceitou. O Moscou também não quis comprar a briga com Azerbaijão, afinal de contas é um produtor de hidrocarboneto muito importante, né, de petróleo e gás. E os armenos falaram: "Beleza, então a gente é um país independente aqui, quem que reconhece?" Ninguém, mas a gente tá aqui vivendo
a nossa vida, né? Só que você disse vivendo a vida há 3000 anos. É uma não é não é recente. Sim, exato, né? E aí tem toda a questão de todos os bens culturais e arqueológicos que os armênios têm lá, meu. Né? Uma pergunta que eu que eu nunca fui atrás para saber, na verdade, ela me surgiu agora. Aquele esclave que tem é do Azerbaijão na Ritevan. Isso, aquele pedaço. Cara, a coisa é tão confusa assim que você precisou fazer um país com dois territórios intercortados ali, só paraa Armênia ter um contato com o Irã
ali de 1 km. Camarada Stalin, né? Criação do Stalin. Só para ter um contato com o Irã assim para encostar um tem um corredorzinho. É porque aqui tá o Azerbajão, certo? Aí aqui na Gorn Carabar aí tem um mapa da Armena que parece um martelo. O cabo do martelo separa o Azerbaijão do Azerbaijão, porque do lado de cá tá na Hitevan. Só que esses três territórios na Gucarabo do martelo que a gente chama de Siunique ou Zangezur, depende de, né? É uma coisa só. Só que na criação dessas fronteiras nacionais e tem armênio, tinha um
armênios azeris em todos esses lugares, né? O Stalin falou: "Isso aqui é do Azerbajão, isso aqui é da Armênia, isso aqui é do Azerbaijão também", né? Por que que ele fez isso? Naquela tentativa de quebrar os nacionalismos do Cáaso. Hum. daão e parêntese Stalin era geordano ah sim. Então, ou seja, ele tinha era para ferrar os outros dois, tipo chegar e falar assim: "Hum, gente, mas cortou Azerbaijão, se você tem um amigo que mora do outro lado, como é que faz?" Você tem que depende, você tem que E essa é a grande treta de hoje
enquanto a gente fala, porque o Azerbaijão quer unir esses dois territórios. Ele quer fazer um corredor no qual ele não precisa pedir autorização pro Irã para passar pelo território é quase isso, né? E um como é que chama aquela coisa do do Levi Federix? Um aerotrem. Vai pô, aí não passa nem no solo, né? Essa é a atriz de agora, né? Azerbaijão querendo cortar a fronteira da Armênia de leste a oeste para passar um corredor e o Irã falando: "Vocês não vão fazer isso porque ninguém mexe com a fronteira nossa com a Armênia". Acontece alguma
coisa de muito relevante na fronteira do Irã com a Armênia do ponto de vista, sei lá, comercial, alguma coisa assim, tirando briga? Não acontece, não tem briga. É uma fronteira muito pacífica. Porque assim, a fronteira tem o quê? 2 km. Não, mais que isso, cara. Eu vou te falar aqui 30, tá? Mas assim, é, pode ser que tenha um pouco mais. K. Ah, nossa senhora. Mas que fronteiraço. 40 km. Não, mas olha só, a aí tem aquelas bizarrícias, né? Quando tem eh manifestação de armênos pelo mundo e tal, eles eles levam a bandeira do Irã,
porque o Irã é um grande aliado da Armênia. E quando os azeris tm manifestações, levam a bandeira de Israel e sendo que eles são azerbaijão é um país xiita, certo? E aí xita e sunita um não quer dizer que é mais radical do que o outro, né? Pelo amor de Deus, não é essa discussão. É, até porque descob o o Israel é um grandíssimo aliado do Azerbaijão, porque compra petróleo deles, não? E o Azerbaijão é a maior minoria do Irã. Então, através do da República do Azerbaijão, Israel infiltra inteligência dentro do Irran. É um lugar
o Azerbaijão, antes de ser chamado Azerbaijão, já tinha comunidades judaicas importantes ali, né? Bacu. A cidade de Bacu é muito mais antiga do que a República do Azerbaijão. Então os azeristic se orgulham muito de ter a única cidade judaica do mundo fora de Israel, porque eles têm lá uma vila no qual vivem judeus Azeris até hoje, né? Eh, a questão não é essa, a questão é que pra Armênia o Irã é um grande aliado, porque os armênios também são muito numerosos dentro do Irã. E o Irã usa a Armênia como uma porta de entrada pro
Ocidente. Pegando, a gente estava falando mais cedo do show do Sitom Mavown em 2015, né, na Armênia. Eu tava lá, eram ônibus e ônibus e ônibus e ônibus e ônibus vindos do Iran. Eu só vi por do Irã, do Irã. Iranianos doidos, porque assim, aí depois eu fui no show do do show do Anatema também, muito iraniano no show, sepultura um pouco depois lotado de iraniano, porque eles não tm show lá, né? Então eles usam a Armênia como porta de entrada pro ocidente, porta de saída do próprio Irã paraa real estate. Eles investem na Armênia,
né? Então é um aliado muito importante, apesar de ser uma vírgula no mapa. Eu falei pro pro Ruas agora, essa vírgula no mapa aí, Armíia, né? É, é importantíssimo pro equilíbrio da região. Ou seja, no Irã não tem nada do ocidente, né, por causa da questão política, mas na Armênia tem. Então, o povo iraniano que gosta de coisas do Ocidente vai pra Armênia, né? Vai ter o show de fulano, opa, vamos paraa Armênia, assiste e volta porque tem esse corredorzinho. Sim. Agora, uma outra pergunta no que diz respeito à parte cultural, a gente sabe que
o Irã, por exemplo, é muito restritivo por causa da questão religiosa, tal, né? como você acabou de falar, não tem show lá, é uma coisa meio não acredito que não é porque as bandas não querem ir, né? Eu acredito que é porque haja uma restrição de possibilidades lá. O Azerbaijão, sendo shiita, também tem essas mesmas restrições ou aquilo lá uma característica do Irã como país mesmo? É porque o Azerbaijão, apesar de de Xita, na maioria da sua população, é um país laico, né? Uma república laica. Então, até alguns anos atrás, teve um show da Shakira
lá e a Shakira em algum momento levantou a bandeira da Colômbia. Uhum. É. E pro telespectador mais atento sabe que a diferença entre a bandeira da Colômbia e a da Armênia é que ao invés de ser laranja é amarelo. São cores muito parecidas. Aí o pessoal começou, é a bandeira colombiana. O pessoal começou a vaiar loucamente, xingá-la, né? E aí até explicar que finho de porco né, tomada, como diria lá na minha terra. Deve ter entendido porque estavam vai né? E assim tem isso no YouTube, procurem aquela qualidade de 2007, mas tem, né? Aí o
presidente da Colômbia foi obrigado a se posicionar contra os ademais parentes. Colômbia, onde existe uma cidade chamada Armênia, que é justamente o o polo cafeicultor da da Colômbia, né? Porque foi fundado por Armênos também, não é? Porque ali é uma região que tem vinculações e nomes bíblicos, então tem Antioquia, eh tem Circásia e tem Armênia, né? Entend Mas Azerbaijão é muçulmano, muçulmanoita. Sim. Tá, mas é laico. O estado é porque o estado é laico. Mesmo jeito que falar que o Brasil é cristão. Mesmo Brasil. É, o Brasil é cristão. Cristão, mas é um estado laico.
Por isso que diferente do Irã Deus seja louvado na nossa moeda. Exatamente. A gente tá outra coisa, tá virando outra coisa. É tipo a Bósnia, né? É um estado majoritariamente muçulmano, mas que também é lá em cristã. É justamente por causa das diferenças minoritárias dentro dos Geórgia é o quê? Cristão também. Cristão também. Você já diz ali porque dali para baixo é tudo muçulmano. É, mas é a cruz de São Jorge, né? É, mas mas é é justamente essa questão, essa questão da Armênia, a gente vai falar especificamente da Armênia hoje, mas a gente tá
falando de uma região de transição que está em disputa historicamente de sempre. É, você comentou, né, que o trajeto da Europa pro Mediterrâneo, né, ela tá no meio do caminho, né? Sim. É, é, é uma região de disputa que você tem impérios indo e voltando, crescendo e voltando desde sempre. Então é uma região belicosa, não porque o povo é belicoso, nenhum momento a gente fala disso. Nenhum nenhum deles, inclusive, a gente não pode falar que um povo é belicoso por isso, a gente tá falando que é uma região que tá em constante disputa há 4000
anos. É um trajeto complicado, né? Ela tá no meio desse corredor importante para várias nações grandes. A gente que é, eu vou falar uma frase polêmica, a gente que é ocidental, aspas, né? Ah, sim. É, mas a gente a gente que é herdeiro de uma cultura eurocêntrica, com todos os problemas que tem nisso, a gente acha que o centro do mundo é a Europa ou o Atlântico assim, né? Já. Mas assim, a Europa é uma península da Ásia, certo? Por milhares e milhares de anos, o centro do mundo, o coração do mundo, como diz um
autor, o Peter Francopan, é a Ásia central, o Cáaso, Ásia menor que a Turquia hoje e o Oriente Médio ali, Palestina, Líbano e tal. Esse lugar é o lugar mais importante do mundo. E o Egito, né? Somanda ali como Sim. Claro. É. Claro. E ainda mais, né, não tinha nem canal de sue era uma era um, né, uma faixa de terra contínua. Mas o meu ponto é eh essa coisa de tem 200 anos, vai 400 anos que a Europa é o centro do do universo, né, nem do do universo, né? Então é isso. Hoje pra
gente a Armênia, né, para muitos pode ser até anedótico, né, é é a dona Armênia, a estação de metrô aqui em São Paulo, se vadal, aqui em Kardashian e tal, mas é um lugar muito relevante pra história e pra geopolítica assim, desde sempre, né? Então, eh, isso também explica, né, justamente essa belicosidade entre vários povos que estão lá e vários que já não estão mais, porque já não existem mais, né? Isso também a gente acaba esquecendo de de levar em conta. E aí você faz um livro chamado Genocídio Armênio. Eu não conheço muito bem a
história do genocídio armênio. Isso é vem antes da vem antes da União Soviética, né? A gente tá falando, a gente tava falando da União Soviética e da vai, digamos, uma certa bagunça que acabou sendo gerada por causa do do Stalin, mas isso daqui é anterior, né? Sim. É durante a Primeira Guerra Mundial, né? Antes de mais nada, vamos explicar. Quem indicou o o Hor pra gente foi o Iclis, que já esteve aqui com a gente. O Illis fez uma coleção baseada no podcast, não é? Sim, são episódios do podcast que viraram livro. Alguns temas viraram
livro. Uma coisa incrível, aliás. Sim. projeto muito, eu tenho que parabenizar muito porque isso é um troço maravilhoso e esse especificamente, então a gente tava conversando um pouco, você começa a falar da sua formação, você vai estudarmia, então não é só nesse contexto do genocídio, você inclusive fez parte do seu doutorado eh lá. Então esse texto especificamente ele surge desse contexto dessa coleção organizada pelo Icris, que já esteve aqui maravilhoso, que volta quando quiser. A casa, a casa é dele. Primeiro você, você eu queria voltar um pouco na sua história pra gente chegar na Armênia.
Você fala que você tá lá na graduação em história. Sim. Por que Oriente Médio e como você cai na Armênia? Acho que isso é uma coisa que seria interessante pra gente chegar ness porque a Armênia não é exatamente Oriente Médio, dependendo da interpretação, né? Isso, isso, isso. Não, eh, eu tava no ensino médio e aprendendo a tocar guitarra e aí alguém me apresentou o System Avadown. Hum. Né? Aí o Sistem Adown, os quatro integrantes são de origem armênia, né? E a minha mãe é professora de história também. E eles são eles não são armênos. É.
É. Porque o ser armênio é uma pertnica parecido com o judeu. Então, não, mas eles não são nascidos. Essa é a minha pergunta. Ah, B. Tá, tá perfeito. Eu entendo o conceito, mas eles não são nascidos na O Sérgio e o Johnson nascidos no Líbano e o Daron já nasceu nos Estados Unidos, mas o o pai é armênio do Iraque e a mãe é armênia do Irão. Ou vice-versa. Tá tudo bem. Mas é uma questão de pertencimento e de identidade. Perfeito. É, mas é isso. Eu tava no ensino médio tocando guitarra. Meus amigos lá em
Juiz de Fora me apresentaram a S Mavown. E aquela época, não sei se vocês lembram disso, né? Era era tudo mato. E assim, para você entender, eu não falava inglês na época, né? Para entender as letras, tinha que baixar lá no no Letras. musco.br ou qualquer site desse que vha e pegar a tradução, imprimir e ficar assim, né? E ouvindo as músicas. E eu comecei a pegar na nas músicas do sadal canta devagarzinho, né? Aí eu comecei a pensar aqui ali alguma algumas referências, né? E algumas tem uns easter eggs ali de cultura armênia e
de música armênia muito muito louco, né? Muito interessante. E eu comecei a falar: "Tá, Armênia, genocídio Armênio, porque eles falam nas músicas, né, sobre genocídio e tal". E como eu disse, a minha mãe é professora de história, então sempre tive muito livro em casa, né? Eu comecei a pegar os livros e é isso com 14, 15 anos, né? Ficar pesquisando e pô só quando tinha alguma coisa genocídio era holocausto, né? E não tinha mais nada. E eu comecei a falar: "Pô, mas é tão importante assim, né? Os meus ídolos fazem música sobre isso, como é
que ninguém fala sobre isso e tal". E aí eu eu prestei história, né? No no no vestibular, passei. E aí sua mãe fez não é não. Pior que não. Pior que ela me me incentivou. É. É. Mas aí o o na faculdade eu falei agora aqui, né? centro de saber agora vai ter uma palestra sobre genocídio e, né, óbvio que não, mas ao mesmo tempo isso me estimulou uma curiosidade. Acho que todo mundo aqui começou a pesquisar por causa de uma curiosidade, né, pode uma coisa pequena que vai te puxando um fio, puxando um fio,
de repente, né, aqui estamos. E e foi isso. A partir desse contexto, eu comecei a me interessar, conheci pessoas, professores, de fora e fora, que começaram a me ajudar também com com a pesquisa. Na época tinha pouquíssima fonte bibliográfica e tal, né? Aí comecei a estudar inglês, comecei a estudar francês para ter acesso a outras fontes. Eh, e assim, né, fui fazendo a minha minha minha graduação lá, publiquei alguns artigos ainda na graduação, vim para São Paulo fazer o mestrado já com Armênia, já nesses artigos na graduação, sempre é uma coisa outra, eu fui para
outro caminho, mas no geral, no geral esse foco. Aí em 2010 eu vim para cá fazer o mestrado, fiquei, eu já comecei a dar aula na USP e sobre o Jancío Armênio no curso de Armênio da da Fefeleste, né, da Letras Orientais. Hum. E aí já comecei a conhecer mais gente, outros contextos e tal e assim a gente foi avançando, né? Aí em 2013 eu entrei no doutorado, né? 2015 eu fui pra Armena no doutorado sanduíche. Você fica dois anos? Não, eu fiquei seis meses. Ah, você ficou seis meses lá morando lá. Acho que uma
coisa legal da gente explicar para quem tá assistindo, e isso foi uma surpresa para mim há uns dois anos, é que a gente tende dentro do nosso eurocentrismo, que a gente tem nas escolas a estudar o a guerra mundial que aconteceu na Europa, o genocídio que aconteceu na Europa, tudo que aconteceu na Europa. E para mim foi um choque, por exemplo, na época quando eu fui ver o que eles chamam de terceira guerra mundial que aconteceu no Congo, que foram seis milhões de pessoas mortas e que você tem toda uma uma perseg uma uma perseguição
étnica. E a hora que você abre os olhos para isso, você começa a perceber que essa não é a única história de genocídio que aconteceu na história, como por exemplo, o genocídio armênio. Então você começa a perceber que o mundo não tá no umbigo da Alemanha, da França e da Rússia, vai que depois ir a União Soviética, que você tem outras questões que podem até ser influenciadas pelo que tá acontecendo na Europa, acontecendo na na Armênia. É, eu acho que essa seria uma questão, né? A Europa ajuda a ferrar o Congo. Isso aí. Mas o
Congo dificilmente ajuda a ferrar a Europa. Então, tipo, é meio que um vetor, né? Tipo, fica é porque a hora que ele tava falando, por exemplo, da, ah, o jeito que a Armênian foi dividida, você vai estudar o que aconteceu no Congo. E o que aconteceu no Congo é geralmente o que aconteceu na África inteira, que você pega uma régua, divide a África, esquece que tem gente morando lá e isso vai dar merda, que aconteceu nas Américas, isso vai dar merda por 150, 200, 300 anos e a gente acaba esquecendo da história. Então, acho que
contar essas histórias é muito legal. Por isso pra gente perceber que o mundo não é só Europa, né? E que nós não somos europeus inclusive e que os europeus não consideram a gente europeu também e assim por diante. Mas beleza, quando você vai fazer o doutorado, você vai fazer sobre genocídio armênia ou não? Você vai estudar uma coisa mais específica, como a gente faz nos doutorados? Mais específico. Meu doutorado é sobre como a causa armênia, que é essa reivindicação dos armênos por território, chega no Brasil ainda durante o genocídio a primeira guerra mundial. Então, só
que aí entra a maluquice de você estudar um povo diaspórico, né? Porque eu tinha arquivos aqui no Itamarati, tinha arquivos na Armênia, tinha arquivos nos Estados Unidos, arquivos na França e aí começa a catar moedinha da CAPS, né, da das outras fundações para ir viajando atrás desses documentos, né? Então eu fui na Armênia de olho num fundo específico, né, num arquivo específico e também assim, eu cheguei na Armênia dia 14 de abril de 2015, né? O centenário do Jio Armênio foi rememorado no dia 24 de abril de 2015. Então eu queria também viver a experiência
antropológica de estar lá no centenário e um dia antes o show do sistema Vadown na Armênia, é o primeiro e único show dele. Na verdade, você usou dinheiro da CAPS para ir no show do System Novadal. O show do System foi homenagem pro pro centenário era uma era uma tour chamada Wake Up the Souls e o último show da tour era em Evan dia 23 de abril. Uhum. Né? Então o show começ você fal a data é 24. É isso. É. Começa no dia 23 e o show acaba no dia 24, né? acaba na Então,
tô lá, tem uma bandeira do Brasil no meio do show que dá para ver lá. É minha, é sua? Não, aquele show de arrepiar, cara. Nossa, mas é de arrepiar. Assistir ele de o que estava disponível na internet, eu vi tudo e eu falei: "Mano, é impressionante, temos uma evidência do turismo sem fronteiras aqui na nossa frente. Só, só falando, gente, é brincadeira. Deus, o Ciências Sem Fronteiras foi um dos maiores programas de educação já feitos na história da Universidade Brasileira. que foi cortada depois do golpe contra a Dilma e que piorou demais a qualidade
das pesquisas feitas no Brasil. Uhum. Uma pesquisa sobre o povo armêno que veio no Brasil, feito por um historiador brasileiro que vai até Armênia para ler os documentos em loco, para viver aquela experiência, é fundamental pra qualidade do trabalho que vai ser entregue, pra qualidade do que ele tá fazendo. Se a gente não tiver investimento desse tipo, que universidades do mundo inteiro fazem, do mundo inteiro com dinheiro público, inclusive dos Estados Unidos, inclusive dos países ditos liberais que vão visitar, Estados Unidos fazia, não sabe o que vai acontecer. Agora a hipocrisia acabou acabou, agora realmente
os car. Então, então eu tô brincando porque isso é uma crítica que se fazia um programa que é fundamental pra melhora da qualidade da época estava, eu na época estava no doutorado e sigo tendo minhas críticas ao censo sem fronteira da maneira como foi colocado e inclusive algumas coisas que foi por teimos da Dilma, mas definitivamente isso não quer dizer que o programa seja ruim e nem que não tenha feito uma diferença de violenta. Todos os fronteiristas que eu conheci, e não foram poucos, todos eles voltaram com uma bagagem extraordinária, fizeram todo um bom aproveitamento
e conseguiram uma experiência que fez toda a diferença na carreira deles. É isso também. Acho que todo mundo passou por isso, né? Que a gente era meio ave rara, né? Um brasileiro. Um brasileiro. Eu fui o primeiro brasileiro aí pra Armênia dentro do contexto da CAPS. Não tinha lá no campo, sabe? Então teve que criar um campo Armênia, criar cadastrar tudo. A outros colegas foram depois e já já tava lá, entendeu? Mas assim, era uma coisa quase um extraterrestre, né? E e por que que eu tô falando isso? Porque como o Pirula disse que muitos
colegas trouxeram pro Brasil uma bagagem sem tamanho, a gente deixou uma bagagem também nesses lugares. Eu não tô falando de mim em absoluto, mas assim, quantos colegas foram com a experiência brasileira, né? Eu eu tenho um primo que dá aula no no Orengo hoje, aniversário do Orengon, assim, a bagagem que ele leva pros Estados Unidos pro Canadá quando ele, né, durante a carreira dele sobre o serrado brasileiro, é um negócio inacreditável, o pessoal ficava espantado, sabe, com e isso vale para qualquer área, né? Eh, então é, o mundo está também sem nosso aporte, entendeu? Isso
é, isso é muito triste. E só para quem tá assistindo, a, tem, tem uma visão muito deturpada de que, ah, não, ciência, sem fronteiras, gente, a bolsa era apertada, ir para fora do país com a grana da Capis tinha grana, mas era uma grana bem apertada, pagar conta no Brasil e conta fora. Tinha que pagar conta no Brasil e fora. Então, não era um negócio simples, é muito amor por fazer o seu trabalho. Mas beleza, então contamos essa parte da história. Explica pra gente essa história do genocídio que é pouco conhecida por por muita gente.
Então vamos entender essa história. O que que é mais esse genocídio que a gente vê que tá escrito, ó, o livro tá aqui, o link vai tá aqui embaixo, deem uma olhada, leiam, escuta o programa do Iclis, vai lá que tem um monte de coisa legal. Aliás, o termo genocídio foi cunhado por causa deles, não é? Tem uma tem uma forte inspiração no caso Armênio, mas deixa eu só voltar a primeira pergunta. Eh, primeira guerra mundial a gente não tinha ainda, os países que nós temos hoje, né? Nós tínhamos o fim da era dos impérios,
como alguns historiadores chamam, Robsb, né? Mas notadamente e nós tínhamos o Império Otomano, né? O Império Otomano ele não é a Turquia de hoje. Isso é muito importante que a gente entenda, né? O Império Otomano ele era os balcans quase inteiro, né? A Turquia de hoje, beleza, né? O que é Síria, Jordânia, Líbano, até o Egito, né? O Império otomano ele é multicultinital, multiétnico, multireligioso e multicultural. É óbvio que o elemento principal é o turco, né? Que não é árabe, né? É turco, certo? É sunita. Islã sunita, mas tinha ali eh dentro do império otomana
tinha armênos otomanos, curdos otomanos, gregos otomanos, judeus otomanos, árabes otomanos, né? Todos súditos do sultão otomano, minorias religiosas, minorias eh étnicas, mas dentro de um mesmo guarda-chuva. Isso vai mais ou menos bem por alguns séculos, né? Mas chega ali no final do século XIX, era dos nacionalismos exacerbados, né? Aquela coisa do pmanismo, do pansislavismo, né? Daquele nacionalismo que eu sou eu e você tem que morrer, né? Não é do tipo, eu sou eu e você, você, né? Não é o nacionalismo romântico, é o chavinista, né? Eu sou eu e você merece a morte, né? Porque,
né? Deutlandale, sabe assim, né? Eh, e aí o império otomano começa a se esfaccelar, patrocinado pela Europa no contexto do final do século X, começo do século XX. Quando começa a Primeira Guerra, o Império Otomano entra do lado da Alemanha, tá? Porque tinha uma ligação ali bem eh próxima de Alemanha, de Império alemão e império otomano. Acho que todo mundo já ouviu falar na ferrovia Berlim, Bagdá, né? Era uma forma dos alemães acessarem o petróleo da da Mesopotâmia, assim chamada na época, né? O Império otomano entra do lado da Alemanha contra o Império Russo, que
é o inimigo da da mais óbvio ali, né? Tanto no Caucaso quanto nos Balkans, né? Enfim, os Balkans se tornam independente, vai ter a criação da Sérvia, vai ter a criação aí toda aquela disputa da Bosnia, né, da da de Sarevo, o o príncipe da Áustria-Hungria indo lá e tomando tiro, aquela coisa toda, todo mundo conhece essa história, né? Ah, então pera lá, alguma coisa eu perdi ali. Sim. Então tá. Você tem o Império otomano pegando os balcansos, mas isso e isso antes da Primeira Guerra começar. É, é dependência dos Balkans 1912. Aí os aí
o império otomano ficou do lado da Alemanha, né? Porque tem toda aquela proximidade, os dois contra o Império Russo, entre outras outras potências, né? Então também a França, Inglaterra, tal, não sei quê, e contra o império russo também. E e a partir dali começaram a disputar os Balcans já, não é? Os Balcans é uma disputa antiga, né? ingescam a independência da Grécia ainda no começo do século X, né? Então é isso ali naquela expansão imperialista, neocolonialista da Europa, a o Império Otomano era uma um corpo estranho, porque ele não é uma colônia, né, aberta, ele
é uma potência europeia, ele joga no tabuleiro da Europa, certo? Mas ao mesmo tempo as potências europeias cristãs, né, ocidentais querem dividi-lo de alguma forma. Então, né, desde Napoleão no Egito, na virada do século XI pro X e nos balcans, tá? Agora, a questão dos armeiros é que eles estão do outro lado, eles não estão nos balcas, eles estão mais próximos do Calcaso, justamente de onde o mapa mostrou, né? Só que a Armênia de hoje, que vocês podem ver no mapa, não é a Armênia histórica. A Armênia histórica seria mais ou menos 1/3 do que
é a Turquia de hoje, até chegar na Armênia e ao que hoje é o Azerbaijão, naquela região de Nagu no Carabá. É um pedação gigante. Então qualquer armênio que vocês possam conhecer aqui no Brasil, incluindo a a finada Araci Balabaniano, eles são originários do que hoje é Turquia, né? A região de Marachi, a a região de de Zeitum, Urfá, Sisa, cidades mais comuns que os armenos vêm pro Brasil e pr Argentina e para toda a América, são costeiros a mais mediterrâneo, entendeu? Então esse é o problema, porque quando a gente tem o o desenrolar da
Primeira Guerra Mundial, o pior pesadelo pro sultão otomano e pro grupo político que comandava o Império Otomano naquele momento, né, os jovens turcos, que é uma espécie de tenentismo turco, né, para fazer uma analogia com o Brasil, o pior pesadelo para eles é que os armênios se tornassem independentes, porque os armênos eram a maior minoria não muçulmana do império, porque tem os curdos, mas eles são muçulmanos, então deixa ele e cortava de ponta a ponta, então, né? Isso. Então, 1/3 da Turqueira Armênia é o terço oriental. não curto de população armênia. Aí oscila entre regiões
que t maioria armênia e regiões que não tem maioria armênia, mas é tipo 30% 40% não tinha a divisa do país ainda porque era o império etomano e o império russo do outro lado, mas tinha uma grande etnia ali da toda essa região Mas é o que a gente falava antes, né, essas no contexto da África e a ocupação das pessoas não respeita a fronteira. Fronteira é uma abstração, né? É um negócio que a gente não existe, né? Não existe. Ninguém vai tropeçar na na na fronteira do Brasil, Uruguai quando passar ali pelo Chuiu tira
do Willam. É tira do fronteira é onde acaba a terra imersa. O Trump discordaria disso em relação a Groenândia. Tudo pode mudar até esse podcast pro ar esse vídeo pro ar. Então assim, nesse contexto os armênos se tornam um grande problema na primeira guerra mundial porque naquela ideia de a turquia pros turcos, os armênos não são turcos, os gregos não são turcos, os judeus não são turcos, os curdos não são turcos. Os curdos não são turcos, porém vai ter aquela coisa não, mas também não são curdos, eles são os turcos das montanhas. Ah, entendi. Entendeu?
É, o que é uma estupidez. É igual falar que os ianomami são os brasileiros da floresta, não são ianomami, certo? Você tá anulando qualquer tipo de identidade de um povo anterior à identidade brasileira. Ex. Uma coisa meio estranha, né? Uma coisa meio senhor dos anéis, né? São os elfos da floresta, os elfos do da dos vales básicos também. Enfim, talvez não seja bom entrar nesse ponto agora, né? Não, mas eh então o genocídio armênio, ele é uma tentativa desesperada do império otomano de eliminar sistematicamente uma minoria que não pertencia ao grupo majoritário e não encaixava
no projeto de grupo majoritário. E aí já tem darvismo social, já tem eugenia, já tem toda uma teoria racial na qual os armenos estariam fora, ah que os turcos, que os os otomanos abraçaram. Sim. Sim. Não, que eles inclusive fizeram uma própria. É o maior teórico disso dentro do do Império Otomano é um CD chama Z Go Cup. Ele vai fazer toda uma ideia de que os turcos são o Ubersman, né, o superhomem do Niet, né? Ele pega a ideia do Niets, do superhomem e fala: "Esse aqui são os turcos. Esses outros povos são povos
inferiores. Eu posso fazer um um cortezinho no assunto? E lembra da onde você parou? Aí eu só quero fazer um enxerto porque eu dou ensino médio, velho. Nada, nada que você vai falar. Você vai me tirar do Não, porque é uma dúvida que eu tenho. Uma criança de 13 anos é muito pior de qualquer dúvida que é Não, porque é uma dúvida que eu tenho, porque assim, eu tava conversando com o Altaí uma vez, né? O Altaí vai pra Turquia sempre, ele tem ancestralidade turca, enfim, todas aquelas coisas lá. E o Altaí vai bastante para
lá. E assim, se você for olhar a o histórico das migrações da espécie humana lá ali pela Ásia, tal, não sei quê, o ramo linguístico túquico, digamos assim, vai turco mongol, aquela coisa, ele sai da das steps do centro da Ásia, das montanhas altais, justamente altaí. Exato. Da onde vem até o nome do Altaí e tal. E você tem língua túrquica sendo falada na Sibéria, sendo falada. É. Então você tem toda essa espalhamento e os turcos no sentido de idioma, né? E aí que foram quem quem chegou lá no Cáaso, no Cáaso, enfim, tô falando
assim lá na na na Anatólia, foi muito depois foi com a expansão do Gengiscan que ele expulsou aqueles povos lá para baixo e eles foram indo para lá. Então, quer dizer, se islamizam no meio do caminho no contato império persa. Exato. Isso, né? Passa ali pelo Turqumenistão, ali vai aquela coisa esse nome. É. E assim, isso é uma coisa muito interessante porque a maior parte do povo da Turquia, do ponto de vista vai étnico, étnico, vai genético, digamos assim, eles são indous, eles são ali da Por isso que teste genético tá proibido na Turquia. Exato.
Eles têm mais proximidade com sério isso porque mostra que o DNA deles não é turco. Assim, né? Sim, é circasciano, é armênio, é bosno, é grego. É, então é é lá dos balcans. Aquela coisa assim turco, turco mesmo, do ponto de vista da Turquia, da Turquia, não, do da da origem do idioma, né? Ou seja, o idioma não corresponde, né? A origem do idioma não corresponde à parte étnica do ponto de vista genético. Então, tipo, eles não, E aí o Altaí falou isso. Você tenta chegar para um turco e falar que a origem do turco
é no meio da Ásia, eles não aceitam. Mas é esse o ponto, porque a partir do genocídio cria-se uma identidade nacional turca excludente de qualquer tipo de divergência. Só que aí acaba o Império otomano e começa a República da Turquia, 1923, com Mustafa Kemal aturk, ou seja, o pai dos turcos, né? Ele ele ganha esse esse título e adere como nome, né? E a partir dali a Turquia pros turcos, as fronteiras são a Turquia, bandeira crescente e estrela, certo? Idioma turco proíbe-se o idioma armênio, proíbe-se o idioma curdo, né? proíbe qualquer tipo de pertencimento étnico,
religioso, não porque é um estado laico também, mas enfim, eh, que não seja o que o Ataturk define como criador da pátria. Inclusive trocam o alfabeto, né? Eles pegam o alfabeto do turco era o árabe e ele fala: "Não, não, mas ó, a gente é laico, a gente é ocidental, vamos pegar o alfabeto do ocidente e adaptar nossa língua." Aí tem com pingo em ping sabe aquela loucura, porque não é alfabeto feito para aquela língua, né? Então, a princípio, pros eh assim, na época do Império Otomano, meio que você tinha uma coisa até um pouco
mais tranquila para as minorias, bem mais sua. Sim, sim. Tinha um sistema de milê de de comunidades. Você podia ser um cristão armênio no império otomano, ter uma posição no governo super alta, ter negócios de grande monta e tá tudo bem. É só você aceitar o sultão ali e falar tudo certo. E a gente volta para aquilo que você falou dos nacionalismos surgindo, que inclusive vai influenciar na Turquia e que vai gerar isso. Mas acho que tem uma coisa que é bem legal, que a gente sempre tem que ressaltar aqui também que você falou, que
é sempre que a gente pensa em eugenia, a gente pensa no genocídio. Uhum. Que que a gente estudou na escola, que é a Alemanha na Segunda Guerra Mundial fazendo e eugenia. O que a gente precisa lembrar pro nosso público é que o conceito de eugenia surge antes e ele se espalha pro mundo inteiro. Então a gente tem eugenia nos Estados Unidos e benciadores eugênicos nos Estados Unidos. A gente precisa lembrar que pessoas pretas andavam atrás no ônibus até a década de 60 nos Estados Unidos e tinha um bebedouro separado e a origem disso é eugenia.
Eugenia chega na Alemanha, chega na Inglaterra, Eugenia chega na Turquia, como você tá explicando, né? Ela é criada da forma que a gente conhece na Inglaterra, né? para justificar pelo Chamberlin para para poder justificar a divisão colonial. E é muito importante também te lembrar que quando os nazistas e promulgaram as leis de Nuremberberg para poder segregar os judeus, eles tinham um sério problema, né? Os alemães são super normizados, né? O problema deles é como que a gente tira a cidadania de um cidadão, certo? Os judeus são cidadãos alemães que que estão na Alemanha há gerações,
não é de agora. É, os caras estão na Europa há muito tempo. Para onde que eles olharam? Pros Estados Unidos. Aham. Porque os Estados Unidos tinha feito uma legislação para segregar uma parte da sua população, né? As lei, Sim. As leis de CR, tal, população negra do Sul dos Estados Unidos, eles copiam a legislação em grande modo dos Estados Unidos e aplicam de Deus, né? Aí é toda aquela loucura que também tem a ver com com racismo, né? Não, Clogiada. Mas assim, e por que que a gente acha que nossa, foi tudo uma invenção do
Hitler, né? Porque o que tava sendo feito era contra uma população negra. Então assim, nem a gente não. Eu tô falando você os americanos não era gente, como os Estados Unidos lutaram contra o Hitler e depois que o Hitler perdeu, eles foram os que mais tiveram a, digamos assim, a primazia da narrativa também. Eles têm que se colocar como diferentes do Hitler num nível que coloque o Hitler como vilão. Então eles nunca vão admitir a parte em que eles foram responsáveis também por inspirar o nazismo em algum nível, entendeu? O livro que o Henry Ford
escreveu lá falando lá do problema dos judeus, tal, nunca vão falar: "Cara, o Henry Ford foi condecorado pelo partido nazista, condecorado porque ele escreveu um livro dizendo que o problema do mundo era os judeus. Então, quer dizer, e muitos judeus se refugiaram nos Estados Unidos também. Então, isso acab Então isso acabou gerando uma questão que pros Estados Unidos, né, ele precisava se distanciar dessa ideia de nazismo, né? Ó, eu falando, tem um professor de história aqui, né? Eu eu explicando, fazendo um story explaining aqui, mas tipo, sua explicação de história aqui, mas Ah, não, mas
vai lá. Eu queria falar da Turquia. Então assim, pelo que eu entendi, pelo que você falou, a quando o império acabou, aí surgiu a Turquia com sua fronteira, com nacionalismo muito grande, uma perseguição de minorias, porque tinha várias etnias ali. E como 1/ terço era armênio, temendo, a aí vez se meu raciocínio tá errado, temendo, tipo assim, eles quererem independência, eles são diferentes, pá, pá, pá, em vez da gente entrar em complexidades políticas, em perda de território, por que não eliminá-lo? Sim, da Primeira Guerra Mundial, no qual já viu uma grande cortina de fumaça. Ninguém
está olhando para dentro do império otomano durante a Primeira Guerra Mundial, certo? Tá todo mundo olhando para dentro das trincheiras da França e, né, e submarinos alemães e coisa e tal. Então, tem uma população minoritária e aí entra o conceito de genocídio, né? Por não tem nenhum tipo de, se os estados são soberanos, ainda mais impérios, né? É assim, quem vai ligar para um governo matando o seu próprio povo? Ou seja, já que os olofotes estão lá, esse é o momento da gente exterminar essa minoria aqui. Por isso que guerra, genocídio andam sempre lado a
lado. A guerra, um grande incêndio. Mas guerra aqui, vai ter um genocídio ali. E acho que esse conceito que você trouxe, eu acho que esse conceito que você trouxe é o mais importante. A Alemanha invadindo a França, eu tô preocupado com alemão matando francês, a Rússia lutando. Ah, lá na Armênia, mas não é só na Armênia, porque o povo tava marcando, matando o próprio povo. Eu não tô invadindo ninguém, entre aspas. É como se fosse assim, digamos que a gente cria uma guerra com os argentinos e aí começa uma guerra com os argentinos e aí
o Brasil invade a Argentina, começa a matar geral. Aproveitando isso, pessoal chega e fala assim, ó: "Vamos fazer o seguinte, vamos pendurar". Eu ia falar indígena, mas acaba ficando sempre muito batido. Porque a gente fez isso com os indígenas, aproveita extermina aquelas aldeias que sobrou. É. E aí o pessoal tá falando assim, e é que eu tava pensando numa coisa que fosse um pouco mais mais, sei lá, algo melhor, sei lá, vamos matar a torcida do América de Minas, isso vamos matar mineiro, viu, gente? Eles dão trabalho, vamos matar os corintianos justiça. Mas aí não
é minoria, aí não, não é minoria em relação à população brasileira, mas ainda assim é grande o suficiente para ser algo destacado. Digamos que a morte de todos os corintianos seria um genocídio de alguma forma, né? Não, não do da melhor parte do Brasil. Não, do ponto de vista teórico, porque não é uma etnia, mas você entendeu, né? O que eu quis dizer, aí de repente começam a matar todos os corintianos aqui no Brasil, mas tá rolando uma [ __ ] guerra com a Argentina em que os brasileiros estão matando os argentinos. Tipo, o mundo
vai focar na morte de um país matando gente do outro país. Tipo, se alguém falar assim, tô matando corintiano aí você vai falar: "Não, não, não, a gente tá em guerra. Isso aí é casualidade de guerra. Acontece em guerra mortes acontecem". Não, mas é civil. Não, mas tava ali no meio da guerra. Mas nem faz fronteira com o lugar da guerra. Assim não foram rebeldes, quiseram aproveitar da crise que nós estamos enfrentando para se separar, para criar um governo paralelo para derrubar o nosso governo. Pro tirando a guerra perfeita para ele causar aquele genocídio que
ele sempre queria fazer. Sim. Mas então o genocídio armênio foi durante a Primeira Guerra. Foi durante a Primeira Guerra Mundial. Sim. E aí numa população de 2 milhões de armênos otomanos, a gente tem a morte entre 1 milhão e 15 milhão e é nesse nível. Sim. Nesse nível 500000. Sobrou entre, é, sobrou entre 500.000 e 1 milhão. Lógico que esses números são completamente, né? Eh, mas sobra e eles ficam ou sobra e eles vão embora. Então eles aí que tá a grande, o gâncio de armênio, ele não tem campos de concentração extermínio. Então a forma
de matá-los é mandando-os para o deserto. Então eles saem das suas cidades e aí só mulheres, porque os homens já tinham sido tirados antes, mandados pra guerra, desarmados para morrer na guerra como é como bucha de canhão ou abrindo trincheira, certo? Só mulheres, crianças, idosos. Funcionou. né? Vão marchando em direção à Lepo, que hoje fica na Síria, né? Na época, lembra que as fronteiras não existem, né? A Síria é parte do Império otomano, a Lepora, né? É um é um centro importante do Império, um deserto tranquilíssimo, né? É deserto desor, né? Para quem quiser isso,
tá no sul. Eles vão marchando, só que nisso eles vão morrendo de fome, de sede, nanição. Aí vem os grupos curdos roubando mulheres e crianças, né? Levando para serem eh viverem dentro das suas comunidades. Aí tem toda uma questão vendo os curdos. Hoje eles fazem uma autocrítica disso, pedem desculpas também. um papo para para outro momento, né? Então, eh, o genocídio armênio, ele é um genocídio de marchas para morte, de deportações. E qualquer descendente de, de uma vítima, né, de sobreviventes, melhor dizendo, do gênio armênio, eh, vai te contar uma história assim da família. Ah,
minha avó sobreviveu porque ela foi escondida debaixo da saia ou porque meu avô sobreviveu porque foi vestido como uma menina, porque estavam matando os meninos, né? Então eles vão chegando, essas caravanas, né? Os os que sobrevivem chegam em Alepo, né? ficam em Alê por um tempo, depois chegam em Beirut, né? E dali tá todo mundo em em campos de refugiados, vou chamar assim, na região no porto de Beirute. Portanto, tem um barúa e quarentina, ou seja, quarentena, onde a galera fica ali, né, para ver se tá doente, se não tá, né? E com o tempo,
e a gente tem que pensar que já é o momento que os próprios árabes estão fazendo América, né? Então os armenos estão ali e estão vendo os árabes vindo pro Brasil, vindo pros Estados Unidos, né? Para eles era tudo América e aí os armenos começam a vir também. É aí que eles começam a se espalhar pelo mundo, que vão chegar na criar a criação da diáspora, né? Então os armênios, assim como os judeus, é um povo diaspórico. Ou seja, tem mais armênios fora da Armênia do que dentro. Tem mais judeus fora de Israel do que
dentro, né? E aí essa coisa do pertencimento, da identidade que a gente tava conversando mais cedo. Italiano, fora da Itália dentro. Mas curioso, então mataram eles. É, manda pro deserto. Sim, porque aí mas eu vou morrer. É, é. Vai, vai. Exatamente. Resolve quatro problemas. Você esvazia as cidades que agora vão ser vão poder ser habitadas por muçulmanos. Você se livra dos corpos, você evita doenças e você diz que você não matou. Não, não matei. Mandei eles andarem. Minha minha fronteira tá daqui para lá. Ele morreu lá. Não. E eu fiz eles andarem. Nenhum nenhum tiro
foi disparado. Sim, sim. E aí, nesse contexto, né, a gente tem um um jovem judeu polonês chamado Rafael Lemkin, que está eh em Livov hoje, Ucrânia, né, estudando direito. E ele começa a ver notícia disso nos jornais, porque nós tínhamos cobertura de alguns eh correspondentes internacionais lá e sobretudo quando ele descobre que um armêno matou o o grande arquiteto do genocídio, armêno que tinha fugido pra Alemanha. E esse armênio que matou o grande arquiteto do genocídio, 1921, ainda tem gente morrendo nessa época, tá? Quando esse armênio mata o grande arquiteto do genocídio, eh, e é
preso e vai a julgamento, esse estudante de direito, ele fala assim: "Mas pera aí, por que que esse homem que matou o algós do seu povo, ele é um criminoso por ter matado uma pessoa? E por que que esse arquiteto do genocídio não é criminoso por ter matado mais de 1 milhão?" Isso é uma incoerência. Aí ele tem essa discussão com o professor de direito e o professor responde de maneira bem cínica, né? Olha, é como um grangeiro e suas galinhas. Se ele matar todas as suas galinhas, isso não é problema de ninguém. E aí
esse estudante, o Rafael Lemkin, ele começa a ficar com isso na cabeça, que a morte de várias pessoas de maneira sistemática, por elas serem quem elas são, não é só um assassinato coletivo, não é só um coletivo de mortes, não é uma chacina, é algo maior. E aí ele vai fazer 30 anos depois o conceito de genocídio. Ele cria o conceito de genocídio. É uma palavra que não tem 100 anos de idade. Ele pega gênos, né, do do do grego e povo, tribo, raça, e sidi um do latim matar e junta tudo nisso quando ele
já era um refugiado do holocausto, né? Ele teve que fugir da Polônia, certo? Da Polônia. Daí ele vai pra Noruega, pra Suécia, depois vai paraos Estados Unidos e ele cria o conceito de genocídio e começa a perturbar na ONU para que esse conceito vire uma uma lei do direito internacional, né? E aí a gente começa com outro problema, porque agora a gente tem uma lei que diz o que que é genocídio e o que que não é, né? Só que a realidade nu e crua não tá nem aí pra lei, né? Tem nuances. É, não
tá nem pr lei. Que fronteira não existe, lei também não existe, né? Nesse e não existe. A, a a lei não vem, não é dada na natureza, né? A lei não não tá lá na nas tirinhas do Rua, né? Deus criou uma lei aqui, né? colocou lá junto com Adão e Eva, né? É uma criação nossa e a gente tem que acreditar nela para que ela exista, né? Tá aí talvez também com umas tirinhas do Ruas, mas aí eu já vou entrar no outro, né? Eh, mas a questão é o seguinte, eh, nós temos casos
de morticina massa e daí a gente pode falar do que vocês quiserem aqui, que na letra fria da lei não se encaixa em genocídio, mas como que você vai dizer que não é do ponto de vista sociológico do que está acontecendo com aquela sociedade, né? E outra, né? O direito tem aquela coisa da não pode eh o princípio da reserva legal, né? Se algo é crime hoje, mas não existe lei que fala, quer dizer, se eu faço algo hoje que não existe uma lei que fala que é crime, a lei foi feita amanhã, então hoje
eu não sou criminoso nem amanhã, né? Se eu tô batendo palma aqui amanhã pro de bater palma no podcast, você não cometeu crime, você também não tinha lei. Então, quando a lei acontece em 1948, a lei de genocídio, né, a Convenção para punição e Prevenção do Crime de Genocídio, o genocídio de Armena aconteceu antes. Então os turcos negam até hoje fal: "Não, não, a gente não cometeu um genocídio, nem tinha genocídio na época, né? Além de usar toda aquela desculpa que a gente falou: "Ah, foi durante a guerra, a gente estava movimentando tropas. Os armênios
são cristãos como os russos. Eles estavam nos traindo porque os russos e os otomanos eram rivais." Uma boa parte da do genocídio, pelo que você falou, foi justamente recrutar armênios para morrer. Então isso é muito difícil de provar, né? Nesse sentido de tipo, ah, ele morreu, tava na guerra. Sim, exato. Exato. Tá, a gente, você comentou bastante assim do ponto de vista do governo turco em relação a o que eles fizeram com a Armênia e porque fizeram. E você foi a Armênia, o Felipe também vai e adora, fala que é o melhor lugar do mundo,
com melhor comida, melhor bandas, as melhores paisagens. E a gente tava comentando até de como que a Armênia enxerga isso hoje, qual que é a postura do governo ou até do povo em relação ao que aconteceu? E tem uma pergunta que vai até um pouquinho antes. Aquele pedacinho de terra que sobrou pra Armênia, sabendo que você tinha tantos armênios espalhados por ali, foi porque lá o genocídio não pegou ou alguma coisa assim? Porque porque justo aliade, porque justo ali virou o pedacinho de arm Turquia ou qualquer outra coisa. São duas perguntas muito boas. Vou começar
com a do Pirula, que é um pouco mais fácil de responder. Eh, a os armênos estavam entre três impérios, o otomano, o pers e o russo. O que sobrou hoje de Armênia, da República da Armênia, é o que era a Armênia russa e é o que vai virar a Armênia Soviética. Humum. E é o que a República da Armênia hoje. Se a gente pega o tratado de Sverre, que é o tratado que faz a paz dos países aliados com Império Otomano pós- Primeira Guerra, era pra Armênia pegar justamente um texto da Turquia que eu comentei
mais cedo falando, respondendo a ao Ruas, inclusive tratar do qual prevê também um Kurdistão, tá? A Armênia aqui e o Kurdistão embaixo, né? Então a Turquia seria mais aquele o pedacinho europeu e mais um tequinho da natia ali, que é um pedacinho europeu que é até hoje, até mais ou menos anâncara, que é a capital da Turquia hoje. Seria uma, né, um país muito reduzido para que antes foi um império multicontinental. um seria um cubo sim. E mesmo assim ocupado por forças estrangeiras, Constantinopla/ Istambul seria uma cidade internacional por causa dos estreitos, né? Ou seja,
ia ser uma ocupação do Império Otomano e tal. E o problema é durante a Primeira Guerra Mundial acontece um pequeno evento da história chamado revolução russa, né? Então quando acaba a Primeira Guerra Mundial e faz-se as a a paz com a Alemanha, né? Tratado de Versalhes e o tratado de Sevre com o Império Otomano, agora tem um grande fantasma chamado União Soviética. ainda não é a União Soviética, mas enfim, a Rússia bolchevique em guerra civil vai virar a União Soviética e uma União Soviética que está se expandindo pra região do Cálcaso e é um pulo
para chegar no nos campos de petróleo da Mesopotâmia, né? Hoje Iraque, hoje o Irã também, que não era parte da Mesopotâmia, mas enfim. Então fazem um novo acordo com a Turquia. E aí já do Mustafa Kemal, que é o Tratado de Lozan 1923, que esquece essa Armênia que pega 1/3 da Turquia, esquece o Kurdistão e fala: "Olha, a fronteira é essa daqui, que é a fronteira que a gente tem hoje, né?" Então os armênios eles ficaram restritos ao que era a Armênia russa. Tanto que o idioma dos armênios na Armênia de hoje é um e
os idiomas dos armênos na diáspora é outro. São dialetos diferentes, né? Como português e espanhol. São, é tudo uma língua só, mas, né? São dialetos diferentes. Eh, e aí a Armênia só existe hoje porque o império, o a União Soviética acaba e aquele pedacinho vai sobreviver por isso. É. E era menor das 15 repúblicas, né? Social. daquele pedaço ali, o que tinha de de povos armênios acabou virando um país ali por causa daquela questão. Todos os outros pedaços não teve a oportunidade, não tiveram oportunidade de virar um país. Então teria até mais de uma Armênia
se você fosse colocar. Era grande discussão em algum momento da história que ter a Armena ocidental e a Armena oriental, ter duas armênas tinha, pegaria um teco do Irã também poderia pegar na Ritevan, que era um território historicamente iraniano que foi eh dado ao Azerbaijão. Tinha como a galera da Armênia, da Turquia fugir pra Armênia soviética? Tinha, tinha isso aconteceu quando a República da Armênia fundada, eh, 1918, vai ser sovetizada em 1920, né? Ela é uma república de de sobreviventes do genocídio, refugiados e e enfim, além dos que já estavam lá e não sofreram o
genocídio, né? Eh, e alguns depois foram para pro Líbano e paraa Síria e voltaram. Voltaram não, mas foram paraa Armênia, né? Então, perceba, eles não são de lá. Então, se algum amigo de vocês descendente de Armênia ou se alguém que tiver nos assistindo falar assim: "Ah, eh, eu vou pra terra dos meus avós, eu vou pra Armênia". Tipo, não é a terra dos seus avós, né? Assim como a terra dos avós de qualquer amigo judeu que você resindo, não é Israel, né? É a Polônia. Pode ser Espanha, Portugal, né, do Sefaradi, pode ser Marrocos, enfim,
né? Então a gente tem essa questão, né? O que sobra de de Armênia hoje é o que foi a Armênia russa, depois a União Soviética que vai se transformar num país. Você vai à Armênia ficar se meses e aí você vai para estudar um período histórico que não é um período histórico simples de se comentar com as pessoas porque conta uma história de muito sofrimento. E assim, a gente fala assim: "Ah, 1918, 1916, cara, isso é ontem". As pessoas conhecem pessoas, como você disse, o meu avô fugiu vestido de menina para conseguir sobreviver. Então é
uma história recente pras pessoas. Tem até algumas pessoas ainda vivas, pouquíssimas, mas tem agora deve ser muito pouco. Há 10 anos atrás, quando eu morei na Armênia tinha ainda tinha. Então você tá falando de um tema que é sensível e que poxa, você vai pros lugares historicamente você tem muita rivalidade ainda existindo. Como que é o povo armênio em relação a isso? E qual que é o sentimento deles? Baita pergunta, porque tem tem a seguinte questão. Eh, a República da Armênia hoje é um país de 3 milhões de habitantes, certo? Com quatro fronteiras: Turquia, Azerbaijão,
Geórgia e Irã. Nossa, facinho morar ali, né? É. E eles falam uma coisa interessante, né? Eles falam: "O o pior dos seus problemas na vida é se você tem um mau vizinho." Aham. É. E qualquer pessoa aí que tá assistindo, que tem um vizinho barulhento andar de cima, né? Ou um vizinho com cachorro, sabe disso, né? E barulhento ainda é o melhor das coisas que o seu vizinho pode ser, né? Eu tô É, enfim, né? Menos pior, né? menos pior das coisas que vizinho pode ser é barulhento, né? É, pode. É, não, eu queria dar
um exemplo aqui, mas não vou fazer isso. É, é, então você ainda tem que voltar para casa, chegar, não é? E a gente, ou seja, dos quatro vizinhos, um tá em guerra que Zerbaijão, outro é a Turquia, né? Desnecessário dizer, certo? O vizinho ao sul é o Irã, que é assim que é o seu melhor vizinho melhor vizinho, mas é um é um péssimo vizinho pensando em quem de quem não gosta dele, entendeu? Uhum. Que são os caras bem grandes, né? Que que pode dar um problema bem sério. Ex. Exatamente. Exatamente. É. E o vizinho
ao norte é a Geórgia, que também não é um bom vizinho, mas é meio que uma porta de entrada e saída pra Armênia, pra Rússia em termos terrestres. A Armênia é landlocked, né? Armênia não tem litoral, certo? Só que a Geórgia tem guerra com a Rússia, ou seja, é uma vizinhança terrível, certo? Nenhum dos quatro vizinhos é uma vizinha terrível. E a Geórgia não arruma treta, mas também não gosta, né? Não é, tem uma rivalidade gigantesca entreianos, né? E eer assim. Eh, mas a questão é, por que que eu tô falando disso para responder a
tua pergunta? A vida das pessoas na Armênia tem uma série de dificuldades em relação a preço de energia elétrica, em relação a produtos oferecidos, em relação a custo de vida mesmo. Pra gente turista que vai para lá em dólar, é super tranquilo, não é? Super tranquilo, é barato, não sei o que ainda tem carecido nos últimos anos, mas porque muitos russos foram para lá para fugir da da conscrição do Putin, né, da da porque eles os armeos falam russo também por conta da União Soviética. Então, né, muitos russos foram para lá, inflacionaram o mercado armênio,
mas ainda é muito barato. Agora, pro cidadão que vive lá com 10 por mês no interior da Armênia, é um negócio absurdo. Então, eh, eu acho que é simples da gente entender como que o cidadão armênio, normal, ordinário, para ele, o genocídio é uma grande ferida, mas é um problema menor do que a sobrevivência diária. Então, o que ele mais quer a paz com os vizinhos e a abertura de fronteiras, porque isso vai melhorar a qualidade de vida dele, certo? Então isso acabou levando a uma série de problemas e questões, porque a diáspora, né, os
nossos amigos aqui do Brasil, da Argentina, a Kim Kardashiana na Englandale, né, qualquer outra pessoa que a gente possa pensar, fala: "Não, mas esa aí, o meu bisavô morreu por conta dos turcos e eles não reconhecem o que eles fizeram". Então eu não admito que o governo da Armena negocie qualquer tipo de normalização de relações sem que os turcos reconheçam o que eles façam. Só que a Armênia é desse tamanho, a Turquia é desse tamanho, muito mais relevante pro grande jogo mundial, certo? E se a Turquia falar, não vou reconhecer, a Armina vai falar: "Tá
bom". E vai ficar vai ficar nessa, né? Então a gente acaba tendo pautas identitárias, não é tão diferente do que as comunidades judaicas pelo mundo e Israel também enfrentam, de a diáspora tem uma agenda, o país tem uma outra agenda. Um não entende porque o outro que nem mora aqui tá falando, se metendo no bedelho e o que tá aqui fora não entende porque aquelas pessoas que moram lá não estão preservando a memória de sofrimento dos antepassados e tal. Outro paralelo seria os cubanos da Flórida, né? E aí, né? Ou seja, é uma questão muito
complicada, assim, é óbvio que os armênios da República da Armênia, eles sofr sofrem, tem o trauma coletivo, tem os antepassados e tal, mas eles têm uma coisa mais prática, né? E eles não têm uma coisa tão, eu, eu vou chamar de raiva, tá? Para para eh contra os turcos e contra os azeristes, sim, porque o conflito tá acontecendo agora, tá? Mas, por exemplo, onde eu vi a coisa mais eh raivosa contra os tucos foi num distrito de Beirute chamado Bamud. Tem Beirute e Bejhamud. como se fosse Guarulhos dos caras, assim, você passa um rio e
já tá lá, né? Eh, e é um distrito só de Armendos, né? Majoritariamente Armendo. Você chega falando em Armêno na rua, a pessoa vai te responder Armendo. Você tem certeza que eles sabem Armêno. Teve um terremoto na Argentina ontem, né? Alguma coisa assim, tremeu até. Ah, que pena que não foi na Turquia, sabe? Eles têm porque assim, eles são os filhos e netos e bisnetos do sobrevivent de genocídio. Eles só estão lá em Bod Hamud porque os seus avós foram expulsos, entendeu? Hum. E e o pior, a Turquia fala que o que eles contam é
mentira. Não teve genocídio. Esses caras estão aí englende com a vida boa. Mas por qu Tô reclamando do quê? Kim Kardashian System Vadown, sabe? Tão reclamando o que assim? Qual que é? E isso é muito cruel, né? Porque além da morte, da destruição, tem a negação, né? Tem dizer: "Ó, o que você tá falando é mentira". E a negação de quem executou. Exato. Quem fez, né? E dirá pensar numa reparação, né? Não esquece, né? E isso é parte do genocídio, né? A a negação é parte do genocídio e qualquer violência, né, seja uma violência de
de um assédio, seja, né, e quando a pessoa o perpetador nega, né, e a vítima fala: "Pô, mas eu vivi agora eu vou ter que provar que eu vivi o que eu eu vou ter que reviver o trauma, eu vou ter que é muito perverso." Agora, imaginem isso do ponto de vista de uma sociedade inteira h anos, quer dizer, há 110 anos. É, é um trauma muito grande, né? E, e são essas as questões todas que eu tento endereçar em 150 páginas de livro, né? que é o limite da da coleção assim, né? Como que
essas feridas ainda estão abertas, né? E e e e por isso que a gente entende como que os caras Vadal não falam uma vírgula sem falaria, né? Ou mesmo aqui em Kardashian, né? Eu cheguei na Armênia no mesmo dia dela em 2015, assim, dela e do daquele bandido do Kanest, né? Eh, tinha uma bagunça no aeroporto. Eu falei: "Pô, eu tô chegando, chegaram, né, a bandeira do Brasil, né, pô, né? Não sabia que tinham recepcionado, era era aqui em Cadã. Mas enfim, ainda tem armênios na Turquia? Na região que ocorreu o genocídio. A gente tem
dois tipos de armênos. Tem chamados criptoarmênios, né? Os que não sabem que são armênios. Por isso que os testes de DNA genéticos são proibidos na Turquia, né? Não pode. O proibiu. É turco. É exato. Você é grego, você é curdo, você Então tem muito armênio que foi turquificado ainda criança ou bebê, né? e não sabe, então hoje são os netos desses caras. Para ter um certo apagamento histórico na cabeça da deles que estão lá, já que tá na Turquia, vamos fazer que eles nasçam turcos. Eu seco e você mistura porque vai no olho nu, você
não vê tanto como diferenças relevantes. Era que nem os os judeus e os alemães lá na na Alemanha. Você visualmente falando, a diferença não é tão gritante assim. Aquela cena do hotel Ruanda, né? Qual que a diferença da menina Tuts e pra menina Rutu que tá sentada no bar? Aí o cara fala: "Pô, para mim elas são gêmeas, né? São idênticas, né?" É. Mas então com essa lavagem cerebral, tipo, o Armênio que tá ali, que acha que é turco, nasceu turco, cultura turca, com estado falando que você é turco, ele nem vai se sensibilizar muito,
talvez pelo passado que ele nem sabe que teve. Ele pode até condenar os armênios vizinhos, curiosamente, né? Não sei. Tô falando. Não, não, não faz sentido. Faz sentido. Agora em Istambul, né, tem assim, aí tem uma comunidade armênia articulada, igrejas, escolas, jornais, né, tá? que sobreviveram. É, e aí ficaram um tempo em off, né, e depois ressurgiram. E aí já numa retórica da Turquia de não, a gente jamais poderia fazer isso. Temos até aqui igrejas armênas, temos até aqui, né, e eh jornais em arm. Não. Agora aí uma curiosidade minha, o armênio que é falado
na República da Armênia, o Armênio que é falado nesse bairro lá do Líbano e o Armênio que é falado em Istambul são coisas diferentes. O Armênio falado no Líbano e o Armênio falado em Istambul são bem parecidos, tá? Que esses são provavelmente o armênio dos avós do pessoal que veio para cá. Sim. Ah, esse Armênio Oriental. O Armênio Oriental é da Armênia, Geórgia, Rússia, Irã. Esses falam Armênia Oriental e Armênia. O demais fala Armênia Ocidental, ainda que tenha variações dentro desse dialeto, né? A gente fala português americano, né? E mais, né? É sutaque do Rio,
sutaque de Minas, de São Paulo, né? Sim. Agora o no caso então na parte vai continental asiática da da Turquia. Então, se tem gente que fala armênio ali historicamente falando, fala em casa. É um troço meio que proibidão assim ainda. Em Istambul fala-se em escola, na igreja, em Istambul. É, mas tem tá longe. Agora no interiorzão mesmo, brabo da Turquia, né, lá no aí tem até uns, eles chamam de Humamsen, que é tipo um um híbrido entre turco e armênio. São palavras como se fosse um portunhol, assim, é uma uma língua híbrida particular de Mas
dentro disso que o Pula tá perguntando, a perseguição que aconteceu no passado, a princípio não aconteceria hoje. Tanto que você tem em Istambul, você tem uma comunidade armênia ali dentro. É, não com Erdoan, né? Então, em 2007, um jornalista armênio de Istambul foi morto na porta da redação do do seu jornal chamado Agos, que é o jornal bilíngua armênio e turco. Eh, e ele foi morto por um grupo ultranacionalista turco, né? E aí até os armênios eh na foi uma grande comoção, né? Uma coisa toda. Eh, e os armênios levavam faixas pras ruas, dizendam assim,
15 milhão e meio mais um, tá? Ou seja, contabilizando como vítima do genocídio a partir do momento que ele morreu na Turquia, na sua terra, por ser armênia. Os caras são bons nisso, né? Porque que propaganda interessante, né? E a tua a tua a tua piada do do até até amigos que são é muito interessante porque quando o Har Dink morre, que é esse jornalista, eh, a sociedade civil da Turquia vai pras ruas com plaquinhas escrito, todos somos armenos, todos somos harante. Inclusive, esse momento é o momento que os movimentos sociais da Turquia saíram pra
rua pela primeira vez. A Turquia é um país com um grande repertório ditatorial militar autoritário, tá? Isso é importante a Turquia teve vários golpes militares ao longo do século XX, né? E o Erdogan tá lá hoje, não é, né? assim, não é? Não é um um um ar alto do do É porque a gente tem tanta cagada no mundo hoje, né, que a gente até esquece que o o Heran FDP, né? Mas assim, eh, não, e tá e vai e é gradativo, vai piorando. Isso é é o sapo na panela de água, né? E a
gente, então quando esse jnalista armêno morre, todo mundo vai meio que os usar os outros grupos minoritários da Turquia, LGBTQI a mais circascianos, gregos, judeus, vão usar da morte desse arm para falar: "Ô, eu também sou de uma minoria. Eu também, eu também, eu também". Então, viram uma coisa, alguns amigos falavam isso, amigos turcos, né? Eh, e eu fui pra Turquia em 2011, né? Eu peguei um pouco desse caldo. Eh, foi a primeira e única vez que eu fui e a última, né? Não, não, depois a gente pode entrar nesse mérito. Eh, eles vão falar
o seguinte: "Olha, virou até legal, cool, você ter um amigo armênio, e esse amigo falar assim: "Olha, eu sou armênio, na verdade eu tenho esse nome e, né, e Yusuf Pamuk, mas é Pamuk de Jan, ou seja, eu sou Armênio e tiraram o Ian para, né? Então isso tudo vai acabar em 2016 com aquele autogolpe do Erdogan. Não sei se, né, autogolpe, né, aquela coisa ficou como eh foi uma tentativa de golpe que ele usou para fechar o regime, né? E aí ficou naquela coisa, ah, não era nem tinha um golpe, né? Ele ele ele
usou para poder e mas teve uma tentativa de golpe de fato. Ele foi hábil em reverter e a partir daí ele fechou o regime mesmo. Ele é um autocrata e acabou, né? Então hoje em dia eh tá muito difícil a situação dos armenos da da Turquia. Ah, porque os turcos e os azeris são o mesmo povo, etnicamente falando, né, linguisticamente falando, a diferença entre o o idioma turco e o azeri é o português do Brasil e o português de Portugal. A grande diferença entre os dois é: o turco é sunita, o azeri é xita, né?
Então, quando tem os conflitos entre Armênia e Azerbaijão, quem sofre na Turquia são os armênios da Turquia, porque a igreja vai ser depredada, vai ser pichada, alguém vai ser espancado na rua, né? Então, é um tema muito sensível ainda na sociedade turca, né? Eh, como lidar com essas minorias, como lidar com essas questões. Excelente, cara. Muito obrigado por estar aqui com a gente, gente. Tá aqui o livro, o link vai tá aqui embaixo. A gente poderia ficar com tem história para contar, dá para falar de banda, dá para falar de Dá para falar do Monte
Ararate, ia falar do monte de Noé, dá para falar de um monte de coisa, comentar. Eh, mas clica no link primeiro. Sigam, sigam o trabalho do Iclis. Cara, não dá para falar trabalho do Iclis. É espetacular. Pois é, publicar livros com esse é incrível. Ele que indicou e falou: "O papo foi legal demais". Então tá aqui o livro, ó. Clica no link, compra o livro, prestigia o trabalho do Inor e do Icris, porque tá legal demais. Uma última perguntinha de resposta sim ou não que você já deve ter ouvido 475 milhões de vezes. Parente do
Kiko, não tá OK. Pronto. Eu ia falar, eu que ensinei ele a tocar guitarra, né? Mas não vai, mas não é assim. Então, valeu demais por estar aqui com a gente. Obrigadão, gente. Mais um programa excelente. Clica aí no link, se inscreve no canal e deixa o seu comentário aqui embaixo sobre outros assuntos que a gente pode trazer sobre história aqui no Três Elementos. Certo? Certíssimo. Temos um programa, Carlos Ruas. Temos um programa. Então, beijo para todo mundo. Falou, valeu e tchau. Falou. E o seu passaporte? Ah, não. É que eu sou italiano. É que
eu aqui, na verdade, desculpa, eu sou italiano. Não queria me gabar. Por isso que no almoço não partiu a massa. É, não. Isso. Eu comia. Não pode cortei. De vez em quando a mão dele junta sozinho. Ela, ah, junta sozinho. Domingo a gente vai na rua varia. Exato. E só que eu não sou palmeirense. Felipe que se exploda. Palmeiras não tem mundial. Eh, mas é isso. Quando você vai fazer doutorado, doutorado, o passaporte dele é cancelado e não sabe por sabe por qual que é a sua pergunta mesmo em relação a Não, não, não tem
problema. Professor do médico tem problema. Так.